Resenha



Resenha

A wikinomics – como a colaboração em massa pode mudar seu negócio, trata justamente de como é possível usar a colaboração que está surgindo no merca a fim de alavancar os negócios. Como exemplo disso, cita o caso de uma empresa de ouro – a Goldcorp Inc - coordenada por Rob McEwen. As condições do mercado não estavam satisfeitas, a empresa possuía dívidas prolongadas e um custo alto de produção. Analistas acreditavam que a mina da empresa em Red Lake, Ontário estivesse prestes a fechar, e juntamente com ela a empresa.

McEwen a partir dessa situação forneceu o valor de US$10 milhões aos geólogos para novas explorações, e algumas semanas depois trouxeram a notícia de uma grande descoberta, onde perfurações de teste sugeriam novas e grandes jazidas de ouro, cuja quantidade era trinta vezes superior a que era extraída até aquele momento pela Goldcorp.

Após anos de exploração, o problema voltou a incomodar a empresa, e McEwen se viu preso, necessitando encontrar uma saída novamente, quando lembrou do caso Linux, em que através da nternet, Lunus Torvals forneceu o código ao mundo, possibilitando que milhares de programadores o analisassem e fizessem suas próprias contribuições. McEwen resolveu fazer a mesma coisa: abrir um concurso que sorteava o valor de US$575 mil em dinheiro aos participantes que tivessem os melhores métodos e estimativas. Em pouco tempo muitas pessoas das mais diversas áreas se inscreveram no concurso, e com dados disponibilizados sobre a empresa, alguns desses participantes encontraram 110 alvos na propriedade, dos quais 50% não haviam sido identificados previamente pela empresa, trazendo desde o início do desafio, 230 toneladas de ouro e reduzindo dois ou três anos do tempo de exploração.

Através dessa ferramenta, McEwen percebeu que havia mentes fora da empresa qualificadas para fazer novas descobertas, e também se deu conta da importância em compartilhar propriedade intelectual, esta que não só é importante como está se propagando com muita rapidez. As pessoas estão cada vez mais interagidas às mudanças tecnológicas, aos negócios, enfim, à economia mundial. Antigamente, havia uma colaboração em questões menores, que envolviam parentesco, amigos, sócios, entre outros, no entanto, hoje podemos verificar redes como o MySpace por exemplo, que inicialmente ganhou milhões de usuários. Outros exemplos típicos são o Linux, o Youtube e Wikipédia.

Através de colaborações auto-organizadas, milhares de pessoas produzem novos bens e serviços dinâmicos, que chegam a ponto de rivalizar com as maiores e mais bem financiadas empresas do mundo, e essa colaboração de forma aberta no intuito de impulsionar a inovação e o crescimento em seus ramos é nomeado de peer production ou de peering.

Às novas estruturas de baixo custo chamamos de “armas de colaboração em massa”, o que permite com que até mesmo as menores empresas encantem seus clientes. É uma nova era onde as empresas que não se adaptarem serão destruídas, já que esta colaboração em massa vem concorrente com tamanha força. Um exemplo a ser citado é os famosos blogs que recebem um número exorbitante de visitas diárias, rivalizando assim com jornais diários.

Essas colaborações não têm apenas fins comerciais, mas também, buscam auxiliar na busca pela cura de algumas doenças como a , rever mudanças climáticas ou encontrar novos planetas e astros. A rede dá possibilidades até mesmo para aposentados e desempregados auxiliar determinadas empresas com suas idéias, ajudando a solucionar problemas e serem recompensados com dinheiro. Atualmente, não é mais as indústrias que fazem rivalidade aos titãs da era industrial, mas sim, a massa hiperconectada de indivíduos auto-organizados.

Se as pessoas forem inteligentes, ou nas palavras de Wagner Martins da agência Espalhe, se forem capazes de “hackear a mente humana”, terão capacidade de criar oportunidades e conseqüentemente acarretar em lucros para benefício próprio. Wagner também diz que todo mundo tem seu lado burro, e é justamente essa a preocupação de Jaron Lanier, cientista em computação, compositor e escritor, pois teme que isso possa sufocar vozes autênticas e criar a mediocridade da massa, pois infelizmente todos acham que sabem tudo e lembra de como isso foi utilizado por impiedosos como Stalin, embora encontre dificuldade ao atribuir o mesmo tipo de “estupidez coletiva” às formas emergentes de colaboração em massa na web.

Se esta pode ser uma nova forma de socializar o conhecimento e abrir novos negócios, pessoas como Bill Gates e outros executivos vão contra esta idéia, já que concorre com empresas privadas que priorizam o conhecimento através de seus bens gratuitos. Em contrapartida, TAPSCOTT e WILLIAMS discordam por acreditar que a colaboração em massa e o peering são o oposto do comunismo que Gates e Lanier desprezam.

Além da mudança na economia global, ao contrário do que muitos empresários pensam, a colaboração em massa pode auxiliar nas empresas, basta que o gerente seja bem preparado a ponto de ter visão dos amplos recursos que podem ser utilizados a favor de seu estabelecimento. Essa nova arte e ciência da colaboração chama-se wikinomics.

Seria inegável dizer que a evolução da internet não tenha impulsionado esta era, quando proporciona o contato entre várias pessoas, permitindo uma integração da mesma. “Á medida que os usuários e a capacidade computacional se multiplicam e as ferramentas de fácil utilização proliferam, a internet vai se tornando um computador global, vivo e conectado em rede que qualquer um pode programar” (TAPSCOTT; WILLIAMS, p.30).

Se antes era necessário pensar globalmente e agir localmente, agora, o wikinomics propõe novos princípios, que se baseiam em: abertura, peering, compartilhamento e ação global. É difícil relacionar o termo abertura às empresas, visto que a maioria delas é conservadora e tende a guardar suas informações a sete chaves, no entanto, as empresas atuais não priorizam a contratação das melhores pessoas, sua motivação, desenvolvimento e retenção, mas sim as que possuem “suas fronteiras permeáveis às idéias e ao capital humano externo”.

Outro fator que vem mudando consideravelmente com o avanço da tecnologia são “os padrões”. Ao longo do tempo a tecnologia de informação lutou contra os conceitos de sistemas e códigos abertos, onde os aplicativos de um fornecedor não podiam ser abertos no hardware de outro fornecedor. A mudança ocorreu quando profissionais de TI entraram nesse processo de colaboração, que fez surgir o Linux como sistema operacional, o Firefox como navegador, MySQL para bando de dados e Apache para servidores web.

Não é mera coincidência que outra abertura está surgindo através do auxílio deste avanço tecnológico, que é a comunicação de informações empresariais, como exemplo, podemos citar as informações das empresas que são disponibilizadas em suas páginas de internet. Sendo assim, podemos considerar que a queda das barreiras comerciais e a flexibilidade da TI são motivos que contribuíram para que dezenas de países competitivos entrassem na economia global.

Peering, como é de conhecimento da maioria, dentro das organizações sempre existiu o sistema hierárquico, este que era exposto de maneira vertical. É improvável que com o passar do tempo esse sistema desapareça, no entanto, é visto que outros ganhem espaço, como é o caso da nova forma de organização horizontal, que rivaliza o sistema vertical no que diz respeito à criação de serviços e produtos através de informações, prova disto é o já citado Linux que através da contribuição de vários programadores foi melhorando seu sistema operacional, e incorporado em produtos e serviços lucrativos desenvolvidos por empresas de grande porte como IBM, Motorola, BMW, Philips e Sony.

A regra geral do peering é a igualdade, embora algumas pessoas tenham maior influência do que outras, mas mesmo assim, é longe de se parecer com o modelo hierárquico adotado pelas empresas, fazendo com que seu estilo de produção funcione com maior eficácia e traga efeitos mais visíveis na produção de software, mídia, entretenimento e cultura.

No compartilhamento, a sabedoria convencional defende que os recursos e inovações de propriedade exclusiva, especialmente o intelectual devem ser controlados e protegidos através de copyright, marcas e patentes. Sabe-se que na rede há várias trocas de software, entre eles, em larga escala o de mp3. A fim de controlar isso, representantes desta indústria só trouxe prejuízos, pois irritou e afastou os ouvintes de música.

Com tamanha facilidade de compartilhação, problemas acabaram sendo criados aos criadores de conteúdo digital, e para tentar converter a situação, Hollywood expõe que é necessário expandir a força de proteção da propriedade cultura, e para isso utilizam de tecnologias digitais para cobrarem por acesso, por exemplo. A economia de propriedade intelectual que prevalece são das empresas que tem consciência que a defesa de um sistema exclusivo de propriedade intelectual pode enfraquecer a capacidade de criar valor.

Além da compartilhação, outro item se torna importante, que é de não apenas pensar globalmente, mas de procurar agir globalmente e se menter informado sobre os novos mercados, idéias e tecnologias, caso contrário, isso pode gerar uma deficiência para a empresa e baixar o nível de competitividade com os demais, e só os que considerarem que o conhecimento humano pode se tornar uma aplicação nova e útil serão os que continuarão sobrevivendo neste amplo mercado.

As pessoas de fato tendem a guardar as informações pensando no seu bem próprio, e isso faz com que o desenvolvimento ocorra, mas que seja somente interno e consequentemente lento. A troca de informações acelera o desenvolvimento e pode trazer grande benefícios a todos. Certamente se as pessoas não agirem de maneira egoísta, grandes mistérios poderão ser solucionados e aí sim, uma mudança local poderá mudar globalmente.

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