CONTRAPONTO - exaluibc



CONTRAPONTO

JORNAL ELETRÔNICO DA ASSOCIAÇÃO DOS EX-ALUNOS DO INSTITUTO

BENJAMIN CONSTANT

ANO 6

AGOSTO DE 2011

52ª Edição

Legenda:

"Enquanto houver uma pessoa discriminada, todos nós seremos discriminados , porque

é mais fácil desintegrar um átomo do que um preconceito"...

Patrocinadores:

(ASSOCIAÇÃO DOS EX-ALUNOS DO IBC)

Editoração eletrônica: MARISA NOVAES

Distribuição: gratuita

CONTATOS:

Telefone: (0XX21) 2551-2833

Correspondência: Rua Marquês de Abrantes 168 Apto. 203 - Bloco A

CEP: 22230-061 Rio de Janeiro - RJ

e-mail: contraponto@.br

Site:.br

EDITOR RESPONSÁVEL: VALDENITO DE SOUZA

e-mail: contraponto@.br

EDITA E SOLICITA DIFUSÃO NA INTERNET.

SUMÁRIO:

1. EDITORIAL:

* As Homenagens de Setembro

2.A DIRETORIA EM AÇÃO:

* Relatório de atividades da Diretoria da Associação de Ex-alunos do IBC- Agosto 2011

3 . O IBC EM FOCO # VITOR ALBERTO DA SILVA MARQUES:

* A busca do diálogo- Como o MEC se apropriou do conceito de inclusão

4.DV EM DESTAQUE# JOSÉ WALTER FIGUEREDO:

* Banco é condenado por negar empréstimo a deficiente visual no

* Projeto assegura boletos em braille para deficientes visuais

* Longe do alcance das mãos

* Seminário discute acessibilidade de deficientes visuais nas TVs

5.DE OLHO NA LEI #MÁRCIO LACERDA :

* OAB-RJ Promove Ato sobre Modelo de Educação para Pessoas com Deficiência

6.TRIBUNA EDUCACIONAL # SALETE SEMITELA:

* O Problema do Mundo sem Bullying

7.ANTENA POLÍTICA # HERCEN HILDEBRANDT:

* O Centésimo Quinquagésimo Sétimo Aniversário do Imperial Instituto dos Meninos Cegos

8. PAINEL ACESSIBILIDADE # ANA PAULA RUAS:

* Turismo

9.DV-INFO # CLEVERSON CASARIN ULIANA:

* A evolução da linguagem digital na era dos 140 caracteres

10. O DV E A MÍDIA # VALDENITO DE SOUZA:

*Jornalistas têm dificuldade para tratar do tema deficiência

* Juíza negra derruba preconceito

*Por que a internet é tão lenta?

* Inclusão de pessoas com deficiência e mídia são temas de seminário

*Bibliotecas e livrarias poderão adaptar-se para atender deficiente

*Tecnologia da Google ajuda nos transportes

* Derrota de Gutenberg

11.PERSONA # IVONETE SANTOS:

* Entrevista: Karolline Sales: analista de Tecnologia Assistiva e Acessibilidade

12.SAÚDE OCULAR #:

*Báscula: técnica tira óculos de 80% dos portadores de vista cansada

*HOB tem novo especialista em catarata

*Oftalmologia: HOB abre inscrições para programa de fellowship 2011

*Mesmo com proteção UVA/UVB, lentes de contato não substituem os óculos de sol

13.REENCONTRO # :

* Marcelo Luis Pimentel

14.TIRANDO DE LETRA #:

* Preconceito

* Contraste

15.ETIQUETA # RITA OLIVEIRA:

* Pessoas com deficiência têm que ser profissionais

16.BENGALA DE FOGO #:

* O taxista Lusitano

17. GALERIA CONTRAPONTO #:

* Sir Clutha Nantes Mackenzie

18. PANORAMA PARAOLÍMPICO # SANDRO LAINA SOARES:

* Resultados da 1ª Etapa do GP Infraero de Judô;

* APADV Vence Regional Sul de Futebol de 5;

* Rapidinhas Paraolímpicas.

19.CLASSIFICADOS CONTRAPONTO #:

* Localização de Remédios

* Manuais de Instruções:

* Vacina anti- câncer

* Empresa Mudando Conceitos

*Central de Atendimento do RJ

* Material Especializado

20. FALE COM O CONTRAPONTO#: CARTAS DOS LEITORES

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ATENÇÃO:

"As opiniões expressas nesta publicação são de inteira responsabilidade de seus

colunistas".

#1. EDITORIAL

NOSSA OPINIÃO:

As Homenagens de Setembro

Com setembro, chegam as comemorações do 157º aniversário de fundação do

nosso Instituto Benjamin Constant e, não com alegria mas com justiça, juntamos a elas uma homenagem ao nosso querido e saudoso amigo Antônio Carlos, conhecido carinhosamente como Guri. Não com alegria porque a ausência do nosso estimado amigo é dolorosa para quantos o conheceram e receberam todos os benefícios de uma amizade sincera, verdadeira e pródiga. Não com alegria porque a ausência deste amigo é a ausência forçada de um lutador incansável que, enquanto pôde, empenhou-se com o

melhor dos seus esforços para ver novamente nossa escola no apogeu em que a conhecemos e no qual recebemos a dádiva do saber, em lições que nos foram dadas por grandes e dedicados mestres. Mas com justiça porque a homenagem ao inesquecível Guri, mesmo que singela, é a reafirmação do nosso carinho e do nosso reconhecimento a quem como aluno, como professor e, sobretudo como amigo, amou tanto nossa escola.

Mas com justiça porque seu exemplo de lutador incondicional e incansável, estamos certos, mantê-lo-á vivo inspirando e fortalecendo quantos se disponham a lutar para recolocar o Instituto Benjamin Constant no caminho do qual nunca deveria ter sido afastado.

#2. A DIRETORIA EM AÇÃO

ASSOCIAÇÃO DOS EX-ALUNOS DO INSTITUTO BENJAMIN CONSTANT

Diretoria Executiva

Relatório de atividades da Diretoria da Associação de Ex-alunos do IBC

Agosto de 2011

- Promoveremos a primeira etapa do estadual de dominó no mês de setembro.

- Promoveremos um curso de xadrez.

- Estamos organizando uma grande festa para comemorar o aniversário do IBC.

- Promoveremos, em conjunto com a ALERJ, uma audiência pública sobre acessibilidade no transporte público.

- Concluímos o registro da ata de nossa eleição.

Um ótimo mês para todos

Gilson Josefino

Presidente

#3. O IBC EM FOCO

Colunista: VITOR ALBERTO DA SILVA MARQUES ( vt.asm@.br)

A busca do diálogo

Como o MEC se apropriou do conceito de inclusão

Reproduzo aqui matéria colhida da Revista Ideias do Sindicato das Justiças Federais, que conta com o depoimento, entre outros, dos seus diretores, Ricardo Soares e Dulavim de Oliveira Lima Júnior.

MEC demonstra que não quer discutir educação inclusiva e PNE

Representantes do ministério faltam a dois eventos no Rio que debateriam assuntos como a Meta 4 e fechamento do IBC e do Ines

Tatiana Lima

Max Leone

O Ministério da Educação demonstrou em duas semanas, no fim do mês de maio e começo de junho deste ano, o quanto está disposto a discutir questões relativas à educação inclusiva e outros temas, como a proposta de fechamento do Instituto Benjamin Constant (IBC) e do Instituto Nacional dos Surdos (Ines). Em duas oportunidades em que poderia debater os assuntos, entre eles o Plano Nacional de Educação (PNE), com a sociedade, representantes do ministério simplesmente não compareceram. O primeiro evento ocorreu em 31 de maio, no auditório do Sisejufe, e foi promovido pelo Núcleo de Pessoas com Deficiência do sindicato.

Alegando atraso no voo, a representante da diretoria de política especial do MEC, Matinha Clarete Dutra dos Santos, não chegou para o debate Educação Inclusiva e o PNE 2011/2020. A segunda ausência foi registrada em 17 de junho. O ministério não enviou representante à audiência pública convocada pelo Ministério Público Estadual (MPE) para tratar da Meta 4 do plano.

Apenas uma nota técnica do MEC acabou lida na ocasião.

O PNE 2011/2020 propõe universalizar o atendimento escolar aos estudantes com deficiência na rede de ensino regular. Na prática, significa que o estudante com necessidade de educação especial não poderá se matricular exclusivamente em um escola de educação especial. Além disso, prevê que o estudante tenha duas matrículas, uma na escola de ensino regular e outra na escola de atendimento especial, obrigando-o a realizar duas vezes a mesma série em dois sistemas educacionais.

Para Ricardo de Azevedo Soares, coordenador do Núcleo das Pessoas com Deficiência do Sisejufe, a ausência de representantes do MEC nos eventos é um claro recado

de que o ministério não está disposto a discutir a implementação do PNE 2011/2020. “Eles estão dizendo em alto e bom som que eles não querem o debate. Eles (MEC)

só querem ser truculentos, autoritários e empurrar essas mudanças pela goela abaixo de pais e dos estudantes com deficiência”, ressaltou o diretor.

A atitude do MEC de não comparecer à audiência no Ministério Público Estadual provocou revolta e indignação nos mais de 80 manifestantes que se concentraram em frente ao prédio do MPE, no Centro do Rio, em protesto contra a Meta 4 e a proposta de fechamento do IBC e do Ines. Com nariz de palhaço e fazendo um apitaço, pais, alunos,

ex-alunos e simpatizantes das duas instituições mostraram toda a insatisfação com a omissão do MEC no tratamento do assunto. “O MEC não compareceu à audiência do

MP. Falta de respeito com o nosso segmento. Não queremos promessas, queremos propostas por escrito”, afirmou Darcy Siqueira, uma das representantes da Associação

de Pais, Amigos e Reabilitandos do IBC, presentes ao ato.

Para que todos tomassem conhecimento do que estava sendo tratado, os discursos dos oradores na manifestação eram acompanhados por um intérprete de Libras, que simultaneamente traduzia para a linguagem de sinais. Ana Cristina, professora de História do IBC, foi uma das mais aplaudidas. Cega de terceira geração, ela rebateu a ideia de que os institutos seriam espaços segregadores. “Me dói muito ouvir isso em relação ao IBC, que ele é segregador. Que segregação é essa? Sou formada em Pedagogia pela Uerj e na época não tinha computador para nos ajudar. Fiz toda minha carreira com a preparação que tive ao estudar no IBC. Meus avós eram cegos, meus pais são cegos. O IBC nos incluiu”, declarou a professora sob aplausos.

Mãe do adolescente Luam Moysés, de 14 anos, Rosemary Moysés Silva, de 47 anos, foi outra manifestante que aproveitou o ato para expor toda sua indignação com a Meta 4 e a proposta de fechamento do IBC e do Ines. Ela relatou a experiência negativa que o menino teve em escolas regulares, antes de ser matriculado no Ines em 2009.

Luam é surdo e hiperativo.

“Ele chegou a ser taxado como RM (retardado mental) e colocado em uma turma de CT (conduta típica), onde ficava ele e um professor. Dos 8 aos 12 anos frequentou

escola inclusiva na Gávea, sofreu bullying, apanhava dos colegas. Cheguei a recorrer ao conselho tutelar contra uma professora que disse que ele apanhava porque era ele quem implicava com os outros alunos. Meu filho não se adaptou. Quando ele foi para o Ines, ficou com medo. Mas logo percebeu que era um lugar diferente. Lá, hoje, está muito feliz. Por que mudar essa situação?”, afirmou a mãe.

A manifestação contou com apoio de parlamentares que participaram da audiência pública no Ministério Público Estadual. O deputado federal Otávio Leite (PSDB-RJ)

e o deputado estadual Márcio Pacheco (PSC) foram ao evento. Leite informou que apresentou emendas ao PNE, no que diz respeito à Meta 4. “A possibilidade de fazer

opção deve ser dos pais dos alunos. Não se pode resolver por decreto algo que a sociedade não quer.É preciso respeitar a opção dos pais”, afirmou o deputado,presidente

da Frente Parlamentar da Pessoa com Deficiência da Câmara Federal.

Para Márcio Pacheco, presidente da Comissão da Pessoa Portadora de Deficiência da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), a maior ajuda que pode ser dada nesse momento

é parlamentares ouvirem a sociedade e encaminhar os pedidos como propostas. “Não se pode fazer como se fez com o PNE. Apresentar o programa sem ouvir os maiores

interessados, ou seja, os alunos deficientes e os pais”, afirmou.

* Participantes criticam organização do evento

A audiência pública teve limitação de público. Mas os diretores do Sisejufe Ricardo de Azevedo Soares, coordenador do Núcleo das Pessoas com Deficiência do sindicato, e Dulavim de Oliveira Júnior, membro do núcleo, ambos ex-alunos do IBC, participaram dos debates no Ministério Público. Segundo Ricardo Soares, as falhas já começaram na organização, onde os deficientes visuais não receberam material em braille e as perguntas ainda tinham que ser formuladas por escrito. Somente depois de muitos

protestos que os organizadores abriram exceção para que os deficientes visuais pudessem formular seus questionamentos oralmente.

A procuradora federal Eugênia Gonzaga de São Paulo e a promotora do MPE fluminense Bianca da Mota fizeram suas exposições. A primeira foi incisiva na defesa da educação inclusiva mas não respondeu as perguntas a contento, segundo Ricardo de Azevedo Soares.

“O que pretendem os defensores da Educação Inclusiva a qualquer custo, é nos jogar num mesmo saco, isto é, querem entender todas as deficiências como sendo a mesma

coisa. Conforme disse a procuradora federal, uma pessoa com deficiência intelectual, por exemplo, vai entender lá do jeito dela o que vem a ser pretérito mais que perfeito e pronto, já está bom!”, afirmou o coordenador.

Na avaliação dos dirigentes do sindicato, para área de deficiência mental tal procedimento pode até representar grande avanço. Contudo, para as demais áreas de deficiência, a forma como estão defendendo a educação inclusiva representa verdadeiro retrocesso. “Deficientes visuais e auditivos, por exemplo, podem chegar e vários já chegaram muito mais longe, galgando altas carreiras, tanto públicas, quanto na área da iniciativa privada. O IBC e o Ines já produziram profissionais nas mais variadas áreas

de atuação”, esclareceu Ricardo. “Mas não podemos tratar todos os deficientes como sendo todos deficientes mentais”, desabafou Dulavim de Oliveira Lima Jr.

A segunda expositora, em um tom bem mais democrático e ameno, disse que o MP participava da audiência pública para ouvir e, que aprendeu com as várias intervenções

do público. Bianca da Mota, inclusive, fez questão de citar nominalmente os diretores do Sisejufe em seu discurso.

* Ministério tenta esvaziar debate realizado pelo Sisejufe

Em 31 de maio, o Ministério da Educação não participou do debate Educação Inclusiva e o Plano Nacional de Educação (PNE) 2011/2020, alegando a perda de um voo que

deveria ter saído de Brasília, às 17h40. De acordo com a assessoria do MEC, só haveria outro voo às 19h40. O coordenador do Núcleo de Pessoas com Deficiência, Ricardo

de Azevedo Soares, avaliou que não existia possibilidade de aguardar a representante do MEC. “O voo só chegaria no Rio por volta de 21h. As pessoas não estão a mercê do MEC. Não havia como aguardar ou postegar a participação”, enfatizou, ao informar à plateia sobre o não comparecimento da representante do ministério.

Além da representante do MEC, também foi convidada para o debate a professora Mônica Pereira dos Santos, coordenadora do Laboratório de Pesquisa, Estudos e Apoio

à Participação e à Diversidade em Educação (LaPEADE). Porém, a professora também não compareceu ao evento em virtude de um problema de saúde familiar.

O único convidado que efetivamente compareceu ao debate foi o professor do Instituto Benjamim Constant Vitor Alberto da Silva Marques, ex-aluno do IBC. “O que eu

vim dizer hoje, as pessoas aqui presentes estão carecas de saber. O novo seria o ponto e contraponto que o debate com um representante do Ministério proporcionaria”, disse Vitor Marques.

O professor do IBC Vitor Marques destacou que quando se fala da necessidade de inclusão, na verdade, o que deve ser abordado é a inclusão social. “A palavra inclusão

está na moda e é bonita. Fui aluno do IBC e trabalho lá. Ao todo, são 22 anos de convivência e posso dar meu depoimento que o IBC não é um nicho. Ao contrário, na

década de 60, por exemplo, não só tínhamos um diretório estudantil, como este foi reprimido pela ditadura. O que tento mostrar é que o aluno do IBC nunca foi excluído

e sim incluído socialmente no contexto das suas relações familiares, sociais e político do país”, enfatizou.

Para ele, a ideia de que o IBC é um escola segregadora é avaliação simplista do sistema de educação especial. “O governo tem colocado escolas como o IBC em uma situação

periférica na educação. Isso é absurdo. O nível de educação do IBC sempre foi muito bom e bastante satisfatório. O que é necessário ser compreendido é que na realidade

não existe educação especial e sim ensino com métodos e técnicas diferenciadas para atender a demanda deste público”, finalizou o professor.

Mário César Pacheco, servidor lotado no Foro da Venezuela e voluntário do Movimento de Inclusão com Responsabilidade (MIL), deu informes sobre a luta do movimento

iniciado em 2008. Segundo dados da Alerj, desde o começo da implementação do PNE, mais de 120 salas de ensino especial já foram fechadas em todo o estado, sem aviso

prévio da Secretaria Estadual de Educação ou qualquer comunicado aos pais dos estudantes. Inclusive, o programa dos “polos bebês”, que funcionava como uma creche

para crianças com deficiência, foi encerrado. Desta forma, atualmente, os pais de bebês com deficiência estão sem qualquer orientação e não dispõem de outro sistema público para deixarem os filhos no período de horas em que trabalham. Outro dado grave exposto por Pacheco foi que entre 2008 e 2010 cerca de 2 mil estudantes com deficiência sumiram da rede de ensino público. Ele explicou que algumas das crianças têm problemas cognitivos que podem causar comportamento agressivo. No sistema regular de ensino, elas precisam passar por avaliação que, em geral, tem sido executada por professores sem preparo. Por isso, muitas mães com medo de não haver um sistema especializado para atender o filho, têm optado por deixarem os estudantes fora da sala de aula.

Para Ricardo de Azevedo Soares, o fechamento das escolas de educação especial, conforme proposto pelo governo federal é uma estratégia para minar a qualidade de

ensino e o funcionamento das instituições.

“Na verdade a tática é igual à das privatizações. Você vai minando, minando e sucateando a empresa estatal até que ela não funcione mais e seja necessário fechá-la. Esse é o processo que se deseja implementar com a Meta 4 deste PNE”, exemplificou o diretor.

“Educação inclusiva o IBC já faz há décadas. Não precisa ir a Sorbonne ou a grandes universidade para ver como se realiza educação inclusiva. Basta ir ao IBC que você poderá observar as principais bases e métodos educacionais para um sistema de ensino de inclusão. Inventar uma dupla matrícula, é um absurdo. Se contar isso em qualquer outro país do mundo vira piada, porque é um escândalo uma criança ter dois diplomas de ensino fundamental e médio”, argumentou o coordenador do Núcleo de Pessoas com Deficiência, Ricardo de Azevedo Soares

Para Jansen Azevedo Lima, um dos presentes ao debate, o Ministério não percebe que o direcionamento e o sistema de implementação da Meta 4 traz um equívoco ao sistema

educacional do país. “O que está errado é o direcionamento e o sistema de implantação da Meta 4. Há um contrassenso. No PNE, se diz que a educação deve ser respeitada

a partir das escolhas de pais e estudantes. Não que um sistema deve ser a extinção do outro”, afirmou Jansen.

Segundo ele, pais de estudantes com deficiência e militantes estão pagando “caro a conta da inércia e a falta de mobilização na Conferência de Educação (Conae)”,

realizada em abril do ano passado. “Toda essa política do MEC para a educação especial foi referendada no Conae. Faltou nos mobilizarmos para dizer na conferência

que a educação especial não era simplista. O que mais me preocupa são as crianças em toda essa história, pois são elas que estão na linha de frente deste conflito e são as que vão pagar mais caro, porque não terão tratamento educacional adequado”, concluiu.

* Mercado de trabalho é preocupação

Enquanto o Ministério da Educação implementa um plano educacional que pode acarretar em queda da qualidade de ensino das pessoas com deficiência, uma pesquisa da Plural Consultoria e Inclusão Social, empresa especializada no recrutamento de profissionais com deficiência, mostra que o governo federal não realiza políticas

inclusivas no mercado de trabalho para os PCDs. O levantamento mostra que apenas 6% das empresas contratam a mão de obras de pessoas com deficiência. O motivo principal apontado pelas 71 entrevistadas foi a baixa qualificação/experiência dos candidatos, correspondendo a 36,1% do total.

VITOR ALBERTO DA SILVA MARQUES

#4. DV EM DESTAQUE

Colunista: JOSÉ WALTER FIGUEREDO (jowfig@)

Banco é condenado por negar empréstimo a deficiente visual no DF

Morador de Brasília passou por todas as etapas para conseguir crédito. Banco afirma que, como ele não poderia ler, não conseguiria assinar.

O banco Panamericano foi condenado na semana passada a indenizar em R$ 5 mil um morador de Brasília que foi impedido de assinar um contrato bancário com a instituição por ser deficiente visual. A decisão é da 3ª Turma Recursal dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais do DF e não cabe mais recurso.

O autor da ação afirma que, em fevereiro deste ano, procurou o banco para solicitar um empréstimo. Após passar por todos os procedimentos exigidos para liberação do crédito, ele foi impedido de adquirir o dinheiro por ser portador de deficiência visual. Em sua defesa, o Panamericano alegou que, como não poderia ler o contrato, o cliente não conseguiria assinar o documento.

O autor da ação ainda sugeriu que utilizasse sua digital como assinatura e que daria uma procuração para sua filha para que ela assinasse o contrato, mas ainda assim o empréstimo foi negado.

O banco alegou que o portador da deficiência não conseguiu produzir provas bastantes para provocar um pedido de indenização e destacou que mantém a prática de utilização do polegar para realização de contrato, mas com a necessidade de assinatura de duas testemunhas.

Na decisão aprovada por unanimidade na 3ª Turma, o relator, Hector Valverde Santana, afirmou que a postura do banco foi desrespeitosa. “O recorrido passou por todos os procedimentos administrativos a fim de obter crédito junto à recorrente, contudo, em razão de problemas de visão não pôde assinar o contrato e a recorrente não aceitou qualquer outro meio para assiná-lo, o que representou desrespeito à sua condição de cidadão”, disse.

Fonte: G1

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Projeto assegura boletos em braille para deficientes visuais

Empresas poderão ser multadas caso não cumpram a lei

A Câmara analisa o Projeto de Lei 672/11, do deputado Weliton Prado (PT-MG), que assegura às pessoas com deficiência visual o direito de receber os boletos de pagamento dos serviços de telefone, energia elétrica, gás, IPTU e água/esgoto em braille, sem custo adicional. Além das faturas mensais, as empresas deverão disponibilizar em braille os comprovantes anuais de quitação.

Caso não cumpra a lei, a empresa ficará sujeita à multa de 30% sobre o valor da última fatura. O valor será revertido em favor do usuário em forma de desconto na fatura posterior.

Weliton Prado destaca que Código de Defesa do Consumidor (CDC – Lei 8.078/90) garante o direito à informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação de quantidade, característica, composição, qualidade e preço, além de adequada e eficaz prestação dos serviços públicos. “As pessoas com deficiência visual têm direito de conferir suas contas”, afirma o parlamentar.

Tramitação

A proposta foi apensada ao Projeto de Lei 7699/06, do Senado, que institui o Estatuto do Portador de Deficiência, já foi analisado pelas comissões permanentes e está pronto para ser votado pelo Plenário.

Fonte: Agência Câmara de Notícias

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Longe do alcance das mãos

Dois séculos depois da criação do sistema braille, livros adaptados para deficientes visuais ainda são caros e de difícil acesso no Brasil

Para a maioria das pessoas, basta entrar em uma livraria ou biblioteca de sua cidade para ter acesso a milhares de títulos, de best sellers como a saga Harry Potter a livros específicos sobre física quântica. Apenas em 2009, 22 mil lançamentos e 30 mil reedições encheram as livrarias brasileiras, segundo o balanço anual Produção e Vendas do Setor Editorial, realizado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).

Entretanto, a prateleira de livros é bem menor para aquelas pessoas consideradas cegas ou com baixa visão. Em 2010, a maior editora de livros em braille da América Latina, a Fundação Dorina Nowill, produziu 342 títulos. “O acesso ao livro é precário e sofrível”, classifica Vera Lúcia Zednick, criadora do Projeto Acesso, uma organização sem fins lucrativos que luta pela inserção social e educativa do deficiente visual. Na biblioteca do Projeto, por exemplo, existem apenas 50 livros em braille. Segundo Vera, existem pouquíssimos títulos disponíveis em livrarias, cujo catálogo é, em sua maioria, constituído por livros infantis.

Criado no século XIX pelo francês Louis Braille, o sistema de escrita e leitura através do tato revolucionou o mundo dos deficientes visuais. Entretanto, quase dois séculos depois de seu nascimento, livros criados ou adaptados para o sistema ainda são caros e de difícil acesso no Brasil. O último dado disponível sobre o número de cegos e pessoas com baixa visão no Brasil (Censo 2000) aponta que existem 169 mil deficientes visuais no País – dos quais se estima que apenas 10% sejam alfabetizados em braille.

O custo de produção do livro em braille é alto – cerca de dois dólares por página – e demora em média três meses para ficar pronto. Como não é possível reduzir ou aumentar o tamanho dos caracteres, como acontece com fontes tipográficas tradicionais, os livros também costumam ficar grandes. Uma página em tinta equivale a quatro páginas de um livro em braille – assim, um pequeno dicionário da língua portuguesa acaba transformado em 35 grandes volumes.

No caso de Bruno Marques da Silva, de 11 anos, os livros didáticos em braille para a sexta série ocupam “uma prateleira cheinha” na sua casa. Alfabetizado em braille desde 2006, Bruno costumava pegar os livros na Fundação Dorina Nowill, onde ficou por dois anos. Hoje, sua maior fonte é a biblioteca da escola. Além dos didáticos, a última leitura em que Bruno mergulhou foi o infanto-juvenil "O Dragão Verde", de Maria Clara Machado. “Eu li a introdução em braille, aí achei legal e peguei o livro.” Com menos entusiasmo, o garoto também fala sobre um livro que não conseguiu ler – o romance "Tarzan", escrito pelo americano Edgar Rice Burroughs em 1914. “Eu estava jogando um jogo acessível do Tarzan e me contaram que também tinha um livro. Eu procurei, mas não encontrei.”

Fontes de acesso

Em São Paulo, as duas maiores fontes de acesso aos livros são a Fundação Dorina Nowill e a Biblioteca Louis Braille do Centro Cultural São Paulo. Criada pela pedagoga Dorina Nowill em 1946, inicialmente com o nome de Fundação Para o Livro do Cego no Brasil, a entidade tinha como objetivo principal criar e distribuir livros em braille para que deficientes visuais, como a própria Dorina, pudessem estudar. Hoje, cerca de 70 pessoas trabalham exclusivamente na área editorial da Fundação, que também possui uma gráfica própria, equipada com seis máquinas impressoras. Os livros são distribuídos gratuitamente para escolas e bibliotecas de vários estados do Brasil. Não existe, entretanto, uma biblioteca de braille própria na Fundação – um exemplar de cada livro é enviado para a Biblioteca Louis braille, no Centro Cultural São Paulo.

A Fundação Dorina Nowill também trabalha com livros falados (audiobooks) e livros digitais. Livros didáticos muito ilustrados ou com fórmulas – como os de matemática, mísica, química ou geografia, com mapas – também são preferencialmente adaptados para o braille. Já obras consideradas de “entretenimento”, como best sellers, clássicos da literatura e revistas semanais, são transformadas em livros falados. Livros universitários e de referência, em geral, são adaptados para o formato digital acessível.

O acesso ao livro didático continua sendo problemático, embora o MEC determine – e arque com metade do valor – que todos os livros didáticos comprados pelo ministério tenham sua versão digital distribuída de forma gratuita para as escolas. Ainda assim, como a adaptação é demorada, no caso de escolas particulares, muitas vezes os pais precisam enviar o material com meses de antecedência – e ainda assim correm o risco de não receber os livros a tempo. Por outro lado, nos últimos anos cresceu o investimento em livros falados e digitais, acessado via computador, com a ajuda de softwares específicos que podem ler trechos, aumentar o tamanho da fonte ou realizar buscas por termos dentro do texto. Esses novos formatos são produzidos mais rapidamente e a um custo menor.

Para Vera Lúcia, houve avanços, mas ainda é preciso afinar o discurso com a prática. Para ela, o livro em braille ainda é fundamental para o conhecimento e a aprendizagem. “Imagine estudar química ou história com alguém lendo para você! O discurso está maravilhoso, mas falta a prática”, conclui.

Fonte: Carta Capital

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Seminário discute acessibilidade de deficientes visuais nas TVs

Evento faz balanço dos 45 primeiros dias de audiodescrição obrigatória nos canais abertos

A avaliação dos primeiros 45 dias do uso da audiodescrição nas televisões brasileiras será tema de seminário na Câmara hoje, dia 18 de agosto. A audiodescrição é um recurso utilizado para facilitar o entendimento dos programas de TV pelos deficientes visuais: um dublador aproveita os intervalos dos diálogos de filmes ou novelas para descrever o que acontece nas cenas, como detalhes de expressão e da roupa dos personagens.

No evento, serão discutidos o cumprimento da Portaria 188/10, do Ministério das Comunicações, que estabelece que as emissoras são obrigadas, desde 1º de julho de 2011, a disponibilizarem pelo menos duas horas semanais de programas com o recurso da audiodescrição; a Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 160/08, que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) e busca garantir o uso do recurso nas TVs nacionais; e as perspectivas para o profissional audiodescritor.

O debate é uma iniciativa conjunta da Frente Parlamentar pela Liberdade de Expressão e o Direito à Comunicação com Participação Popular; da Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência; da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara; e da Subcomissão Permanente de Assuntos Sociais da Pessoa com Deficiência do Senado.

A deputada Rosinha da Adefal (PTdoB-AL), presidente da frente parlamentar mista, informa que, de acordo com o IBGE, cerca de 16,5 milhões de brasileiros possuem deficiência visual total ou parcial. “Todos eles têm direito à comunicação e à informação, nos termos da Constituição e da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência”, lembra.

Fonte: Portal da Câmara dos Deputados

JOSÉ WALTER FIGUEREDO

#5. DE OLHO NA LEI

Colunista: MÁRCIO LACERDA ( marcio.o.lacerda@)

OAB-RJ Promove Ato sobre Modelo de Educação para Pessoas com Deficiência

No dia 8 de agosto do corrente, a Secional da OAB do Rio de Janeiro, através de sua Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência, com apoio da Associação dos Ex-Alunos do Instituto Benjamin Constant, promoveu audiência pública com o tema Educação Especial.

O evento foi realizado no auditório do 9º andar, das 10:00 h às 13:00 h, situado na Avenida Marechal Câmara, nº 150. Na oportunidade, pela associação, falou o Dr. Cláudio de Castro Panoeiro, Advogado da União e membro do Conselho Deliberativo da entidade.

Na sua fala, o Dr. Cláudio apresentou um entendimento, à luz da Convenção sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência e da Constituição da República, que serve de fundamento jurídico para a manutenção das instituições especializadas que não devem ser extintas, mas coexistirem com o novo sistema de educação proposto, conhecido por Educação Inclusiva.

O segmento dos surdos também se fez presente ao evento advogando a posição sustentada pelo movimento de cegos.

Pelos cegos, marcou presença igualmente a ADVERJ – Associação dos Deficientes Visuais do Estado do Rio de Janeiro.

Abaixo segue texto do documento elaborado pelas entidades representativas dos interesses das pessoas com deficiência visual.

Excelentíssimo Senhor Presidente da Ordem dos Advogados do Brasil no Rio de Janeiro

A Associação dos Ex-Alunos do Instituto Benjamin Constant, o Conselho Brasileiro Para o Bem Estar dos Cegos e a Associação dos Deficientes Visuais do Estado do Rio de Janeiro, todos entidades civis sem fins lucrativos, vem à presença de V. Excelência expor e requerer o seguinte:

Dos Fatos

A República Federativa do Brasil, em 30/03/2007, na cidade de Nova York, subscreveu a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo, sendo o texto em questão incorporado ao direito positivo através do Decreto Legislativo nº 186/2008 e ratificado pelo Decreto Executivo nº 6949/2009.

Na esteira do texto aprovado, em 20/12/2010, a pedido do excelentíssimo Sr. Ministro da Educação, a Presidência da República encaminhou à Câmara dos Deputados o Projeto de Lei nº 8035/2010, que tem como objetivo estabelecer as metas e estratégias do Plano Nacional de Educação para os anos de 2011 a 2020.

O projeto, considerado uma das principais políticas do Ministério, tem como um de seus propósitos fomentar a chamada inclusão de alunos com deficiência na rede regular de ensino de Estados, Distrito Federal e Municípios, com o consequente encerramento da escolarização nas escolas especializadas, de que são exemplos o Instituto Benjamin Constant e o Instituto Nacional de Educação de Surdos – INS.

A título de informação, cabe salientar que os Institutos mencionados promovem há vários anos, com brilhantismo, a educação de pessoas cegas e surdas em nosso país, qualificando-as para o mercado de trabalho e para uma perfeita integração à sociedade, fato, aliás, de conhecimento do próprio Ministério da Educação que, por diversas vezes, ressaltou a importância do trabalho desenvolvido naqueles educandários.

Apesar dos notáveis serviços prestados, o Ministério pretende encerrar o chamado ensino regular nos Institutos, isto é, fechar os cursos de alfabetização e todas as séries que a ele se seguem na formação acadêmica de crianças cegas e surdas, uma vez que tanto o Benjamin Constant, quanto o INES, supostamente, não estão alinhados à nova política de inclusão do Governo Federal, externada por meio da Meta 4 do Projeto de Lei nº 8035/2010. Transcreva-se:

Meta 4: Universalizar, para a população de quatro a dezessete anos, o atendimento escolar aos estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação na rede regular de ensino.

Estratégias:

4.1) Contabilizar, para fins do repasse do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação - FUNDEB, as matrículas dos estudantes da educação regular da rede pública que recebem atendimento educacional especializado complementar, sem prejuízo do cômputo dessas matrículas na educação básica regular.

4.2) Implantar salas de recursos multifuncionais e fomentar a formação continuada de professores para o atendimento educacional especializado complementar, nas escolas urbanas e rurais.

4.3) Ampliar a oferta do atendimento educacional especializado complementar aos estudantes matriculados na rede pública de ensino regular.

4.4) Manter e aprofundar programa nacional de acessibilidade nas escolas públicas para adequação arquitetônica, oferta de transporte acessível, disponibilização de material didático acessível e recursos de tecnologia assistiva, e oferta da educação bilíngue em língua portuguesa e Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS.

4.5) Fomentar a educação inclusiva, promovendo a articulação entre o ensino regular e o atendimento educacional especializado complementar ofertado em salas de recursos multifuncionais da própria escola ou em instituições especializadas.

4.6) Fortalecer o acompanhamento e o monitoramento do acesso à escola por parte dos beneficiários do benefício de prestação continuada, de maneira a garantir a ampliação do atendimento aos estudantes com deficiência na rede pública regular de ensino.

Nessa ordem de idéias, uma vez aprovado o projeto de lei na forma como proposto pelo Governo, todas as crianças cegas e surdas passarão a estudar na rede regular de ensino de Estados, Distrito Federal e Municípios, juntamente com as crianças não deficientes, muito embora sujeitas a um regime pedagógico diferenciado, conforme se depreende das estratégias 4.2 e 4.5.

Contrariamente ao que acontece com os alunos não deficientes, as crianças cegas e surdas, além do ensino regular ministrado em sala de aula, receberão atendimento educacional especializado complementar ofertado na própria escola ou em instituições especializadas, dentre as quais se incluem o Instituto Benjamin Constant e o INES.

Na esteira do projeto, portanto, desde que existente a chamada “sala multifuncional de recursos” no prédio da escola, as crianças cegas e surdas deverão permanecer naquela durante todo o dia, de tal modo que na parte da manhã receberão os ensinamentos próprios da série que frequentam, ao passo que na parte da tarde desfrutarão de atendimento especial na aludida sala.

Em sentido contrário, caso a escola não disponha da sala multifuncional, o aluno com deficiência deverá frequentar naquela apenas as aulas próprias da série em que matriculado, realizando o atendimento educacional especializado complementar noutra unidade, dentre as quais se pode incluir o Instituto Benjamin Constant e o INES.

Como forma de viabilizar essa política, o projeto de lei prevê, também a adoção de uma estratégia de formação continuada de professores com especialização na educação de crianças cegas e surdas, os quais deverão atuar junto às escolas regulares de Estados, Distrito Federal e Municípios, oferecendo acompanhamento a tais alunos nas chamadas salas multifuncionais de recursos. Este acompanhamento constitui o chamado Atendimento Educacional Especializado Complementar, previsto na estratégia 4.5 da Meta 4 do projeto.

Ainda com vistas a dar concretude à política de inclusão, estabelece o Plano Nacional de Educação que o Poder Público deverá manter e aprofundar programa nacional de acessibilidade nas escolas públicas para adequação arquitetônica, oferta de transporte acessível, disponibilização de material didático acessível e recursos de tecnologia assistiva, e oferta da educação bilíngue em língua portuguesa e Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS. É o que se extrai da estratégia 4.3 do projeto de lei nº 8035/2010.

Diante dessa realidade, na perspectiva do Ministério da Educação, as escolas especializadas na educação de crianças cegas e surdas como o Instituto Benjamin Constant e o INES deverão ter as suas atividades de escolarização extintas a contar dos anos de 2012 e seguintes, tornando-se, daí por diante, meros Centros de Atendimento Educacional Especializado, responsáveis por oferecer suporte logístico e pedagógico à política de inclusão.

Resumida a questão de fato, insta relembrar que a postura do Ministério da Educação no sentido de extinguir as escolas especiais se escora, supostamente, na Convenção de Nova York, também chamada Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, incorporada ao ordenamento positivo por meio do Decreto Legislativo nº 186, de 09/07/2008 e ratificada pelo Decreto Executivo nº 6949, de 25/08/2009. Haveria, portanto, um compromisso internacional de nosso país de implementar a política de inclusão.

A conclusão dos defensores deste entendimento resulta, especialmente, na interpretação literal do art. 24 da mencionada Convenção, o qual estabelece que as pessoas com deficiência têm direito à educação a exemplo de todos os demais indivíduos, bem como que esta deve acontecer de forma inclusiva, na rede regular de ensino, juntamente com as demais crianças. Transcreva-se:

Artigo 24

Educação

1-Os Estados Partes reconhecem o direito das pessoas com deficiência à educação. Para efetivar esse direito sem discriminação e com base na igualdade de oportunidades, os Estados Partes assegurarão sistema educacional inclusivo em todos os níveis, bem como o aprendizado ao longo de toda a vida;

A interpretação sistemática e histórica da Constituição e da Convenção conduzem a resultado diverso do apontado pelo Ministério, revelando como possível a existência de dois regimes pedagógicos diferenciados, o primeiro aplicado nas escolas especializadas e o segundo nas escolas regulares, graças ao pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas de que trata o art. 206, III da Lei Fundamental.

Nesse sentido, sem levar em conta a natureza da escola, a Convenção de Nova York, de forma ampla e genérica preceitua que o objetivo primordial da educação de pessoas com deficiência consiste em garantir o seu desenvolvimento humano e o senso de dignidade e autoestima, o que pode ser alcançado tanto nas escolas especializadas quanto nas escolas regulares.

Essa é a interpretação que se extrai do já mencionado art. 24, inciso I alíneas “a” e “b” da Convenção Internacional, in literis:

Artigo 24:

1) (...)

a) O pleno desenvolvimento do potencial humano e do senso de dignidade e autoestima, além do fortalecimento do respeito pelos direitos humanos, pelas liberdades fundamentais e pela diversidade humana;

b) O máximo desenvolvimento possível da personalidade e dos talentos e da criatividade das pessoas com deficiência, assim como de suas habilidades físicas e intelectuais;

De outro tanto, ainda no trato dos direitos das pessoas com deficiência, a Convenção especifica que este grupo de indivíduos tem autonomia para realizar as próprias escolhas, o que certamente abrange o direito de decidir como eles ou seus filhos devem estudar, se em escolas especializadas ou regulares, não podendo o Ministério da Educação suprimir tal direito, por se tratar de um princípio internacional de Direitos Humanos.

Os princípios internacionais dessa natureza, especialmente quando incorporados ao direito positivo, têm manifesta relevância no terreno da chamada hermenêutica constitucional, na medida em que possuem força obstativa ou paralisante relativamente à atividade do legislador impedindo-o de votar leis que contrariem as suas disposições, o que no caso se exterioriza por meio da Meta 4 do projeto de lei 8035/2010 que pretende suprimir o direito de escolha dos deficientes.

Essa é a conclusão que se extrai dos arts. 3º e 19 da Convenção de Nova York, abaixo transcritos:

Artigo 3º

Princípios gerais

Os princípios da presente Convenção são:

a) O respeito pela dignidade inerente, a autonomia individual, inclusive a liberdade de fazer as próprias escolhas, e a independência das pessoas;

Artigo 19

Vida independente e inclusão na comunidade

Os Estados Partes desta Convenção reconhecem o igual direito de todas as pessoas com deficiência de viver na comunidade, com a mesma liberdade de escolha que as demais pessoas, e tomarão medidas efetivas e apropriadas para facilitar às pessoas com deficiência o pleno gozo desse direito e sua plena inclusão e participação na comunidade.

Daí resulta, portanto, que a interpretação literal sugerida pelo Governo não encontra apoio nem mesmo no texto da Convenção Internacional que garante às pessoas com deficiência o direito de estudarem, indistintamente, em qualquer escola, sem as limitações propostas pelo Ministério da Educação na Meta 4 do projeto de lei nº 8035/2010.

Em complemento aos preceitos da Convenção, também a Constituição de 1988 aponta no sentido da possibilidade de coexistirem escolas especializadas e regulares no território nacional, graças ao que estabelece o art. 208, III da Lei Fundamental.

Dando reforço ao pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas a que alude o art. 206, III da Carta Magna, o mencionado art. 208, III preconiza que o Estado deve garantir o direito à educação das pessoas com deficiência através de atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede regular de ensino, o que permite concluir que a própria Constituição admite a existência de uma rede não regular de ensino composta pelas escolas especializadas.

Vale reproduzir o disposto no art. 208, III da Constituição de 1988:

Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de:

III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino;

No mais, quanto a supostos argumentos de ordem formal de que a Convenção Internacional de Nova York foi incorporada ao direito positivo com o status de emenda à Constituição por versar sobre Direitos Humanos, calha observar que as normas dela resultantes também estão sujeitas ao controle de constitucionalidade como qualquer outro diploma dessa envergadura, resultando a incompatibilidade material da contrariedade aos arts. 206, III e 208, III da lei Fundamental.

Por todas as razões anteriormente referidas, somadas ao evidente retrocesso social e pedagógico que resultará do encerramento da escolarização nos aludidos Institutos, manifestam-se a Associação dos Ex-Alunos do Instituto Benjamin Constant, o Conselho Brasileiro Para o Bem Estar dos Cegos e a Associação dos Deficientes Visuais do Estado do Rio de Janeiro no sentido de repudiarem a política d Ministério da Educação, requerendo desta Ordem dos Advogados do Brasil no Rio de Janeiro providências no sentido de preservar ditas Escolas.

Rio de Janeiro, 04 de julho de 2011

E-mail: marcio.ºlacerda@

Twitter: @marciolacerda29

MÁRCIO LACERDA

#6. TRIBUNA EDUCACIONAL

Colunista: SALETE SEMITELA (saletesemitela@.br)

O Problema do Mundo sem Bullying

A palavra bullying faz qualquer pai se arrepiar de medo. Mas uma linha de especialistas diz que não há o que temer: crianças e adolescentes precisam passar por

apuros, e sozinhos. Do contrário, poderão cair numa enrascada ainda pior.

Texto: Bruno Romani

Era coisa de criança. Colar chiclete na cadeira dos outros, rir do cabelo cortado do colega. Mas agora brincadeiras como essas ganharam um nome sério: bullying. E passaram a ser resolvidas por adultos: pais, mestres e até, em alguns casos, polícia.

O termo bullying significa a prática de agredir alguém fisicamente, verbalmente, até por atitudes (como caretas). Mas tem sido usado como um alarme, um chamado

para que adultos interfiram no relacionamento de seus filhos e alunos.

Uma nova linha de pesquisadores, no entanto, vem defendendo que o bullying não é necessariamente um problema para gente grande. Segundo eles, as picuinhas entre crianças e adolescentes devem ser resolvidas pelos próprios envolvidos. Sem adultos como juízes.

Esses especialistas não dizem que crianças devem trocar socos na saída da escola. Nem que apanhar faz bem. Afirmam, sim, que disputar é como um rito, pelo qual passamos no início da vida para saber enfrentar as encrencas maiores do futuro. Afinal, fazemos isso desde os tempos mais remotos. Em boa parte da história da humanidade, a agressão foi um traço adaptativo, escreve Monica J. Harris, professora de psicologia da Universidade do Kentucky, em Bullying, Rejection and Peer Victimization (sem tradução em português). No passado, os homens disputavam comida para garantir a sobrevivência. O conflito definia quem ia perpetuar a espécie e quem ficaria para trás. Aqueles humanos mais agressivos em termos de buscar as coisas e proteger seus recursos e parentes tinham mais chances de sobreviver e reproduzir, afirma Monica. Enquanto os homens teriam aprendido a usar a força física, as mulheres desenvolveram habilidades mais sutis, como agressões verbais, fofocas e rumores.

Se antes essas táticas garantiam a sobrevivência, hoje nos ajudam no convívio social. Quando as crianças deixam o conforto do lar para frequentar o colégio, descobrem que nem sempre suas vontades são atendidas. E que precisam negociar o tempo todo, como por um brinquedo ou por um lugar para sentar. Sem passar por isso, será mais difícil lidar com um desafeto no futuro, como um chefe, o síndico do prédio ou aquele amigo que empresta dinheiro e nunca paga.

O resultado da superação desses primeiros embates aparece cedo. Um estudo com

2 mil crianças com idade de 11 e 12 anos feito pela Universidade da Califórnia em Los Angeles mostrou que aquelas que tinham algum rival na turma da escola eram vistas como mais maduras pelos professores. As meninas que reagiam a alguma antipatia

foram consideradas donas de maior competência social. Os meninos com inimizades foram classificados como alunos com melhor comportamento. Nesses casos — que não

envolviam agressões físicas, segundo a pesquisa, as crianças não só aprenderam a reagir a menosprezo, pressão e sarcasmo como ainda ganharam status no colégio.

Tanto para meninos quanto para meninas, ter uma antipatia mútua com alguém de outro sexo é associado a popularidade, escreve a pesquisadora e autora do estudo Melissa Witkow, hoje professora de psicologia da Universidade Willamette, nos EUA.

Medo: o rival dos pais

A recente onda de crimes ligados a bullying, no entanto, criou o temor de que crianças e adolescentes talvez não deem conta da briga sozinhos. A comprovação

disso estaria em casos como o de Wellington Menezes de Oliveira, que guardou por anos o rancor das humilhações que passou em um colégio em Realengo, no Rio de Janeiro até voltar lá, em abril, e disparar contra alunos, deixando 13 mortos.

O resultado de histórias assim foi uma pressão de pais, mestres e legisladores para que

o comportamento das crianças seja mais controlado.E que até a policia seja chamada para impedir as agressões.

Em junho, o Senado brasileiro aprovou um projeto de lei determinando que as escolas inibam atitudes e situações que possam gerar bullying (o projeto segue para a Câmara).

Em maio, um americano de 17 anos, que não teve o nome divulgado pela polícia, foi preso por dar notas às colegas de turma altas para as mais bonitas, baixas para as mais feias e publicar a avaliação no Facebook.

Essa reação é chamada de superproteção pelos pesquisadores que defendem a não intervenção dos adultos nas disputas entre crianças e adolescentes.

É como se o mundo inteiro estivesse sofrendo de amnésia. Os adultos se esqueceram de que passaram pelas mesmas disputas no colégio, diz Helen Guldberg, psicóloga e professora de desenvolvimento infantil na Open University, Inglaterra.

Segundo Helen, estamos julgando as atitudes das crianças com base nos valores de adultos. “O comportamento das crianças as palavras que usam, o jeito brusco com que, por exemplo, excluem outros de suas brincadeiras, está sendo julgado com a seriedade com que encararíamos o relacionamento entre adultos em um escritório, afirma.

Essa linha de não intervenção defendida por gente como Helen Guldberg é polêmica. Para os críticos, desavenças simples podem ser o início de conflitos mais graves, eventos que poderão deixar marcas físicas e psicológicas.

O bullying é um problema sério que precisa ser combatido, diz Aramis Lopes Neto, pediatra e estudioso do tema. Mas em um ponto as duas linhas concordam: quando a briga se repete e se prolonga por um tempo, e só um lado sai sempre perdendo, é porque a criança já está derrotada. E é hora de os adultos entrarem em ação.

Prestar atenção ao comportamento da criança ajuda a descobrir se é o caso de intervir. Mudanças repentinas, como queda no desempenho escolar ou aumento da agressividade, são sinais importantes.

Se o problema não for resolvido, alguns efeitos podem se estender. Muitos adultos trazem da infância dificuldades de relacionamento social e baixa autoestima, afirma Lopes Neto. Isso atrapalharia a vida profissional e pessoal, como a capacidade de manter relacionamentos estáveis.

Há vítimas que não se desenvolvem profissionalmente por medo de se expor e se tornar alvo de bullying no trabalho, diz o médico. É como se elas não conseguissem nunca sair da zona de conforto. Exatamente o que pode acontecer com quem passa a infância na sombra dos pais, sem enfrentar uma briga sozinho.

Para saber mais:

Bullying, Rejection and Peer Victimization

Monica J. Harris, 2009, Springer Publishing Company

Bullying Escolar: Perguntas & Respostas

Cleo Fante e José Augusto Pedra, 2011, Artmed Editora

( Revista "Superinteressante" - agosto/2011)

SALETE SEMITELA

#7. ANTENA POLÍTICA

Colunista: HERCEN HILDEBRANDT (hercen@.br)

O Centésimo Quinquagésimo Sétimo Aniversário do Imperial Instituto dos Meninos Cegos

(Escrito para Kardebraile, informativo da Sociedade Pró-Livro Espírita em Braille - SPLEB, publicado em tinta e em Braille)

Sob pesada ameaça de encerramento de suas atividades pedagógicas, por medida unilateral do Governo, a primeira escola especializada para cegos fundada no Brasil completa, no próximo dia 17 de setembro, seu centésimo quinquagésimo sétimo aniversário.

Lida assim, por extenso, com as letras sob os dedos ou o olhar, talvez a expressão "centésimo quinquagésimo sétimo aniversário" cause-nos mais profunda sensação da dimensão do tempo.

Como aluno, assisti às comemorações de seu centenário, em 1954. Em 2004, quando a tradicional instituição completou cento e cinquenta anos de existência, eu era um de seus mais antigos professores e preparava-me para a aposentadoria compulsória, em 2008.

Ao longo da história, as escolas especializadas vêm cumprindo importante papel na luta dos cegos por sua emancipação social.

No final do século XVIII, os antigos tiflocômios, que se haviam expandido por toda a Europa a partir do final da Idade Média para livrar os cegos da mendicância, passaram a dar lugar a instituições educacionais destinadas a encaminhá-los ao mundo do trabalho, em consonância com o nascente modo de produção capitalista.

No prefácio do livro de J. Guadet, "O Instituto dos Meninos Cegos, sua História e seu Método de Ensino", traduzido por ele, ao chegar de Paris, onde fora alfabetizar-se, José Alvares de Azevedo fala dos resultados da pioneira dessas escolas. Refere-se a Moncouteau e Gouthier (músicos e compositores), Montale (premiado pianista), Foucault (criador de máquinas para aperfeiçoar a escrita dos cegos), cerca de 50 organistas, Rodembach (escritor belga que ocupava uma cadeira no parlamento de seu país), bem como diversos torneiros, tapeceiros, marceneiros etc.

Na solenidade da instalação do Instituto fundado por Azevedo, Xavier Sigaud, que assumia sua direção, define os propósitos dos que lutaram por ele:

"(...) o Instituto tem por fim educar meninos cegos e prepará-los segundo sua capacidade individual, para o exercício de uma arte, de um ofício, de uma profissão liberal. É pois uma casa de educação e não um asilo, e muito menos um hospício; uma tríplice especialidade: música, trabalho, ciência, eis o que constitui sua organização especial" (Jornal do Comércio, 20 de setembro de 1854)

Diferente das demais instituições de ensino de sua época, voltadas exclusivamente para as elites, o Imperial Instituto dos Meninos Cegos ministrava a seus alunos, além das disciplinas tradicionais, música e "ofícios fabris", conforme o Decreto Imperial 1428, de 12 de setembro de 1854. Recebia crianças de todas as classes sociais, de todo o Brasil, de ambos os sexos, completamente cegas, com idade entre 6 e 14 anos, e

adotava como método de escrita o Sistema Braille. Os alunos que mais se destacassem nos estudos poderiam tornar-se professores. Na sociedade agrária do século XIX, foi difícil para o Instituto desenvolver-se.

Em 1873, o professor Benjamin Constant, então seu Diretor, apresentou ao Governo um projeto de expansão dos serviços educacionais para cegos para todo o país, em que demonstrava sua preocupação, não apenas com os mais talentosos, mas também com aqueles que não tivessem condições de estudar ou aprender um ofício. Nada conseguiu.

Somente com a proclamação da república, quando Benjamin Constant foi nomeado Ministro da Instrução Pública, Correios e Telégrafos, o Instituto transferiu-se para seu atual endereço, em terreno doado pelo Imperador, na Praia da Saudade, atual Avenida Pasteur. A construção do prédio ainda não estava completa, mas o número de alunos cresceu de 30 para cerca de 180.

Em 1891, após o falecimento de Benjamin Constant, o Imperial Instituto dos Meninos Cegos receberia seu nome, que permanece até os dias atuais.

No início do século XX, premidos pela necessidade de ocupação profissional, seus próprios ex-alunos fundaram as associações de trabalho protegido, um misto de tiflocômios e unidades industriais e começaram a surgir novas escolas especializadas para cegos, estruturadas segundo o modelo do tradicional Instituto, em diversos estados

brasileiros.

O modelo de substituição das importações, implantado no Brasil a partir da revolução de 1930, em consequência da crise financeira mundial de 1929, favoreceu grandes avanços para os cegos. Foi concluída a construção do prédio do instituto; seu curso foi equiparado ao das escolas convencionais; o Governo do Estado Novo autorizou a nomeação de trabalhadores cegos para as autarquias federais; começamos a ingressar

nas escolas de curso médio e universidades; trabalhadores cegos começaram a ocupar lugares nas linhas de produção das grandes indústrias. Hoje, os cegos exercem variadas atividades profissionais, desde as mais humildes, como reveladores de radiografias, em câmara escura, às mais valorizadas, como advogados e professores universitários.

A história do Instituto Benjamin Constant, aqui resumida ao mínimo possível, não é exclusivamente dele. Escolas congêneres, baseadas no mesmo modelo, contribuíram decisivamente para nossas realizações, ao longo de muitas décadas.

Os atuais responsáveis pela política educacional do Governo condenaram unilateralmente nossas escolas à extinção, desconhecendo nossa realidade e esquecendo a história. Em seu absoluto desconhecimento, às vezes chegam a compará-las aos guetos, a que Adolf Hitler confinava os judeus que deveriam ser submetidos a trabalhos

forçados ou sacrificados nas câmaras de gás.

Favorecido que fui pela pioneira dessas instituições em meu país, não posso deixar de erguer as mãos aos céus e agradecer a Valentin Haüy pela criação do maravilhoso gueto de Paris, que nos ofereceu instrução e permitiu que estivéssemos juntos e pudéssemos construir nossa identidade de grupo social. A ele devemos as condições objetivas para criar o Sistema Braille, que nos permitiu a escrita e leitura independentes, democratizando nosso acesso às universidades e às letras, em geral.

Também devo agradecer a José Alvares de Azevedo, fundador do gueto do Rio de Janeiro, que, desprendidamente, trouxe para os brasileiros o que fora buscar para si na Europa.

Em nome dos cegos brasileiros, obrigado, Haüy, por Louis Braille e José Alvares de Azevedo, as duas grandes lideranças que só foram possíveis porque acreditaste em nós e reuniste-nos para estudar juntos. Tu e eles estais em todas as nossas conquistas, desde o século XIX até o futuro!

HERCEN HILDEBRANDT

#8. PAINEL ACESSIBILIDADE

Colunista ANA PAULA RUAS (ana_ruas@.br)

Turismo

O turismo é uma das atividades econômicas que tem tido as maiores taxas mundiais de crescimento anual há várias décadas. Isto fez ampliar mercados antes inexplorados e atingir amplas camadas da população, devido às diferentes facilidades de acessos e meios de transportes, aumento da renda e ações promocionais. Porém, o crescimento das viagens de turismo ainda não permitiu que todos os segmentos da população fossem beneficiados para desfrutar do turismo de lazer. Pessoas com deficiência e pessoas com mobilidade reduzida, tais como idosos e obesos, também poderiam ser incluídos nas estatísticas de exclusão social do turismo, pois encontram dificuldades para se adaptarem às instalações e equipamentos nas edificações turísticas e espaços de lazer, ao mesmo tempo em que encontram prestadores de serviços sem qualificações específicas para um atendimento diferenciado.

Para ilustrar esta Coluna, leiam o texto publicado no jornal Estado de São Paulo.

** Estadão- Caderno Viagem

Acessível: Escolher o companheiro de viagem certo e um planejamento detalhado ajudam o turista com deficiência a superar obstáculos. Nosso repórter descobriu facilidades e falhas no acesso a pontos turísticos e constatou que não é preciso ver para curtir a Europa

Outro ângulo

Lucas de Abreu Maia

- Londres

A gravação de uma voz feminina anuncia pelo sistema de alto-falantes, enquanto o trem diminui a velocidade: "Esta estação tem acessos sem degraus". A estação é King’s Cross St. Pancras em Londres, uma das mais movimentadas do mundo. E o anúncio, que deveria ser regra, é exceção. Em meio ao esforço da capital britânica para se modernizar a tempo de receber as Olimpíadas do ano que vem, a cidade encara um desafio - compartilhado com toda a Europa: tornar acessível a todos seu transporte público sesquicentenário e sua arquitetura milenar.

O continente conhecido pelos extensos benefícios sociais e pela preocupação com os direitos humanos ainda tem uma série de barreiras ao turismo de pessoas com deficiência. A culpa, neste caso, é da história. Igrejas, castelos, ruelas e museus são os mais belos do mundo, mas foram construídos em uma época em que a palavra "acessibilidade" sequer fazia parte do vocabulário vigente.

Hoje, embora a União Europeia encampe um esforço coletivo para adaptar a infraestrutura turística, muito ainda precisa ser feito. Um estudo da Comissão Europeia apontou o transporte urbano e edifícios públicos como os maiores obstáculos a pessoas com deficiência. A pesquisa, feita em sete países, colocou Áustria e Noruega nos primeiros lugares do ranking da acessibilidade. Em último ficou a Itália, com Reino Unido e Espanha a meio caminho.

Não há, contudo, razões suficientes para o turista com alguma deficiência física desistir de viajar para o Velho Continente. Se este for o seu caso, escolha o companheiro de viagem certo (acredite, você precisará dele), planeje o roteiro com antecedência e tenha muita paciência todas as vezes em que alguém não entender o que você precisa. Talvez você não consiga subir ao domo da Catedral de São Paulo (não há rampas de acesso para cadeirantes) para ver Londres do alto, mas poderá desfrutar, tanto quanto qualquer outra pessoa, a cultura e história europeias.

Quer descobrir como? Nesta e nas páginas aqui linkadas, o leitor encontra as experiências e recomendações - um tanto idiossincráticas - de um repórter cego que passou um mês em um périplo europeu que envolveu cinco países.

- Comunicação. A todo o tempo, a pessoa com deficiência precisa perguntar, esclarecer e explicar. O europeu, como diz o senso comum, é mesmo um povo educado - e, ao contrário do que diz o senso comum, pode ser bastante solícito. Se o viajante conseguir expor suas dúvidas e necessidades, será ajudado. Isso significa que falar bem ao menos inglês é essencial. Se este não for o seu caso, considere contratar um guia local, que lidará com a maior parte das dores de cabeça por você.

- Hotelaria. Nas capitais, não são raros os hotéis com quartos adaptados a cadeirantes. Entretanto, o ideal é fazer a reserva com antecedência e explicar claramente suas necessidades. Para os mochileiros, há albergues prontos para receber deficientes, mas são raros e costumam cobrar pelo conforto extra. Sites como ou apontam ao viajante os hotéis e albergues acessíveis.

Nas cidades menores, encontrar um quarto adaptado é consideravelmente mais difícil. Neste caso, uma opção é fazer passeios de um dia só, voltando para passar a noite na metrópole mais próxima.

* Ônibus adaptados, semáforos sonoros e trem com alto-falante

Amsterdã

A Europa inaugurou suas primeiras linhas ferroviárias (o que inclui o metrô) durante a revolução industrial, nos séculos 18 e 19. O metrô de Londres - o mais antigo do mundo - começou a funcionar em 1863. Porém, se a rede de trens entre cidades e países foi completamente atualizada na Europa ocidental na última década, o transporte urbano ficou a cargo das cidades, que acabaram se modernizando cada uma em seu próprio ritmo.

Londres, Paris e Bruxelas têm em comum redes metroviárias que atendem toda a cidade. Mas, ao mesmo tempo, a maior parte das estações ainda é inacessível a cadeirantes. O mesmo ocorre com Madri, onde grandes escadarias se transformam em transtorno até mesmo para quem leva um carrinho de bebê.

Já em Berlim, o transporte público é complexo - uma combinação de metrô, trem urbano, ônibus e tram (que nada mais são que nossos bondes, ainda em pleno uso na Europa). O sistema, todavia, funciona com perfeição e é acessível.

Os ônibus são quase sempre livres de barreiras: em Copenhague, a bela capital dinamarquesa, os veículos são adaptados com um sistema de rebaixamento que possibilita a entrada de qualquer pessoa sobre rodas - de cadeirantes a carrinhos de bebê. Mesmo os famosos ônibus de dois andares ingleses são bastante acessíveis.

Já Amsterdã tem como principal meio de transporte o tram, sem grandes dificuldades para cadeirantes. No entanto, os barcos - onipresentes na cidade dos canais e um dos principais programas turísticos da capital holandesa - podem não ser tão acessíveis.

Para os cegos, há menos preocupações quando se trata de transporte público. Todas as cidades contam com um excelente sistema de alto-falantes que anunciam as paradas de ônibus e estações de metrô. Também são comuns letreiros com avisos luminosos, bastante úteis para visitantes surdos.

Além disso, são muitos os semáforos com avisos sonoros para ajudar aos cegos a atravessar a rua. Mas, como a geografia das cidades europeias nem sempre é fácil de ser compreendida por um cego em uma primeira visita, eles podem confundir mais que ajudar. Na dúvida, peça auxílio.

* Nos museus, tours especiais e relíquias ao alcance das mãos

Berlim

Durante séculos, a arquitetura foi a principal ferramenta dos monarcas europeus para ostentar poder - uma disputa evidente nas torres altíssimas e igrejas monumentais. Relutantes em alterar edifícios históricos, os governos locais ainda não encontraram alternativas que os tornem mais acessíveis. Mesmo em prédios modernos - como a Torre de TV de Berlim, de 1969 -, podem não haver opções aos degraus.

Nos museus, não há regra. Quem visita o site do Museu Britânico, por exemplo, descobre que há visitas guiadas para cegos todos os dias, às 11 horas, em que é possível tocar objetos egípcios. Muitos funcionários, contudo, ignoram sua existência. E esta não é uma exceção. Por isso, sempre pergunte pessoalmente. Com sorte, o visitante cego tocará em relíquias como as autênticas esculturas gregas do Neuis Museum e os portões assírios no Museu Pergamon, ambos em Berlim.

Nem sempre há rampas ou elevadores de acesso para cadeirantes. Embora a capital alemã esteja reformando seus museus estatais para torná-los mais amigáveis a deficientes, muitos - entre eles o mais popular, o Pergamon - continuam cheios de degraus inescapáveis. Antes de desistir, pergunte por elevadores de serviço: eles quase sempre estão lá.

As galerias de arte podem ser entediantes para quem não enxerga. Uma saída é pegar os audioguias e escutar as explicações detalhadas dos quadros que você não consegue ver. Os aparelhos costumam ser grátis para cegos e podem ser bem úteis para descrever igrejas e prédios históricos.

A maior parte das atrações, aliás, oferece descontos a pessoas com deficiência. Na Alemanha, por exemplo, o visitante com deficiência normalmente paga o próprio ingresso, mas leva o acompanhante de graça.

Passeios a prédios do governo estão entre os mais acessíveis. Os edifícios da União Europeia em Bruxelas têm entradas adaptadas a cadeira de rodas e visitas guiadas em várias linguagens de sinais. Já em Edimburgo, o parlamento escocês (aberto em 2004) foi construído respeitando padrões de acessibilidade. A beleza da arquitetura moderna do prédio em si já vale a visita, e, para os turistas cegos, há um mapa da Escócia em alto-relevo.

Também sem contraindicações são os passeios ao ar livre. Caminhe sem pressa pela Unter den Linden, principal avenida de Berlim; perca tempo no parque St. James, próximo ao parlamento inglês; flane pelos canais de Amsterdã; suba a colina de Calton para sentir Edimburgo a seus pés. Estes passeios são gratuitos, não têm obstáculos e oferecem a melhor percepção da vida nas capitais europeias. Só isto já fará sua viagem valer a pena.

* Saiba mais:

- Avião: passageiros na cadeira de rodas têm preferência no embarque. Cães-guia são aceitos, com documentos que comprovam a saúde do animal, coleira e focinheira. Alguns países exigem quarentena no desembarque. Confira com a companhia aérea.

- Cruzeiro: não há impedimento ao uso de cadeira de rodas a bordo de navios de cruzeiros, que costumam ter cabines adaptadas. Cães-guia são aceitos.

- Trem: os mais novos, caso da Alemanha, têm banheiros adaptados. O mesmo vale para os vagões turísticos da Serra Verde Express (.br), que fazem passeios em destinos brasileiros.

* Cenário: As cidades não se mostram de imediato

Lucas de Abreu Maia

"O turismo entra pelos olhos." A frase me foi dita pelo meu analista; uma tentativa de explicar a experiência agridoce do tour de um mês que fiz pela Europa. Sob vários aspectos, ele está certo: a absorção de um mundo novo acontece principalmente pelas retinas. A falta de visão, entretanto, me permite formar uma imagem própria dos cenários mais vistos e fotografados do mundo.

Embora já tivesse ido aos EUA, o passeio à Europa foi minha primeira viagem ao exterior para turistar. Seu caráter foi exacerbado porque, pela primeira vez, não pude levar minha cadela-guia, graças às restrições que o Reino Unido impõe à entrada de animais. Assim, segurei no braço de um amigo, que me guiou por Alemanha, Dinamarca, Holanda, Bélgica, Inglaterra e Escócia.

Planejamos tudo (ou quase tudo): de hotéis e albergues a passagens de trem. Não foi o bastante. Diante da minha cegueira (e, portanto, da impossibilidade de que eu ajudasse na leitura de mapas ou na localização de estações de metrô), toda a responsabilidade por nossa locomoção recaía sobre meus companheiros. Quem já viajou sem guia turístico conhece o estresse potencial que é se virar em um país estrangeiro. Mais planejamento teria poupado aborrecimentos.

As cidades não se mostram de imediato para quem não enxerga. Não há fotos que resumam o lugar, ou imagens aéreas que permitam uma síntese geral. Sem ver, é preciso ir às ruas, aos parques, às pessoas. É preciso tocar, experimentar, ouvir, cheirar.

A cidade se desnuda aos poucos, até que seja possível conhecer seu corpo com as mãos, narinas e ouvidos.

Nos museus, igrejas e castelos, os passeios beiravam o hilário. Todas as vezes em que ia aos balcões de informação descobrir o que era oferecido a visitantes com deficiência, sentia no ar uma questão engasgada na garganta do meu interlocutor: "O que esse cara está fazendo aqui, se não vai conseguir ver nada?". Queria que a pergunta tivesse sido feita. Assim, teria explicado sobre a sensação de estar em frente à Pedra de Roseta, ou sobre o arrepio que percorreu meu corpo por estar diante do túmulo de Charles Darwin. Teria contado como é gratificante ver o esforço dos amigos em explicar com palavras o que eles apreendem com as retinas.

E, claro, há vantagens. Em muitas atrações, o visitante cego recebe permissão para fazer o que todos têm vontade, mas são proibidos: tocar nos objetos. Talvez o melhor momento tenha sido em uma destas ocasiões. Em Stonehenge , o círculo pré-histórico de pedras gigantescas no sudoeste da Inglaterra, ouvi berros de indignação e senti os olhares invejosos de 200 turistas enquanto eu, sozinho, tocava em rochas de mais de 4 mil anos.

Em grande parte, ter uma deficiência física significa acreditar na solidariedade. Para mim, estar em um país estrangeiro, cujas regras desconhecia e onde a língua não era a minha, exacerbou a sensação de fragilidade. Daí a experiência agridoce: ao mesmo tempo em que vi minha independência - conquistada com dificuldade - escorrer entre os dedos, fui obrigado a confiar nos meus companheiros. Ao mesmo tempo em que me senti de volta à infância, passei a admirar o esforço dos outros para que aproveitasse a viagem tanto quanto eles. E isto é muito tocante.

ANA PAULA RUAS

# 9. DV-INFO

Colunista: CLEVERSON CASARIN ULIANA (clcaul@)

A evolução da linguagem digital na era dos 140 caracteres

Prezados,

Segue mais um artigo com dicas não exatamente técnicas mas sobretudo de bom senso no uso do idioma ao lidar com públicos tão heterogêneos como aqueles que freqüentam redes sociais da Internet, por exemplo. O artigo original foi publicado pela consultora móvel Bia Kunze no portal .

Cumprimentos e façam bom proveito.

***

A evolução da linguagem digital na era dos 140 caracteres

Escrito por: Bia Kunze

A internet revolucionou costumes e comportamentos de muitas maneiras. Uma delas é o trato com nosso idioma. As novas gerações possuem certa liberdade com as palavras, dando origem à abreviaturas exóticas e neologismos.

Ao contrário do que muitos poderiam imaginar, não sou contra a linguagem digital. A linguagem falada, por exemplo, é bem diferente da escrita. Toleramos melhor um "vou pegar ele" falado, mas não o aceitaríamos no lugar de "vou pegá-lo" na escrita, seguindo as normas da língua culta. O mesmo vale para a web. São contextos diferentes, por causa de necessidades diferentes. Abreviamos as palavras para que tenhamos agilidade nos teclados, principalmente os de dispositivos móveis, que requerem maior destreza manual.

O mesmo vale para os emoticons. Nesta era dos 140 caracteres, temos que ser mais objetivos. Assim, deixamos de lado as sutilezas que uma boa prosa, nos moldes tradicionais, proporciona: transmitir emoções, sensações e sentimentos. As chances de ocorrer um mal-entendido num ambiente virtual, reparem, são muito altas. Freqüentemente discussões saudáveis em fóruns, blogs e redes sociais se transformam em banhos de sangue por total inabilidade do emissor em transformar os caracteres de sua mensagem num texto expressivo. Por isso surgiram os emoticons. Eles nos ajudam muito, e o melhor, custam-nos apenas dois ou três caracteres.

Notem que se alguém me contar, por exemplo, uma piadinha machista, um emoticon em minha resposta pode mudar completamente minha intenção. Se eu responder "seu cretino!!!", estou zangada. Se eu responder "SEU CRETINO!!!", em maiúsculas, estou zangada e gritando. Se eu responder "seu cretino!! ;) " minha piscadinha atesta que posso não ter gostado, mas levei na esportiva. Confesso que sou até meio viciada em emoticons em finais de sentenças. Certa época tentei cortá-los um pouco, mas desisti. Acho-os até importantes nas redes sociais, afinal, a quantidade de caracteres disponível é tão curta quanto nosso tempo para bate-papos virtuais.

Às vezes alguns desvirtuamentos da sintaxe ocorrem em prol da tão necessária agilidade na comunicação. Confesso que não teria coragem de chegar a alguém dizendo "eu axo" no lugar de "eu acho", mas não me incomodo quando se dirigem a mim desta maneira em redes sociais.

Os neologismos também ganharam espaço na era digital. Talvez Machado de Assis venha puxar seus pés a noite sempre que você usar o verbo "trollar". Contudo, por mais bizarros que sejam num primeiro momento, são os neologismos que mantém a língua viva. O problema é quando começam a usar a linguagem virtual fora de contexto. Por exemplo, num exame escolar, ou na comunicação corporativa. Você pode achar natural trocar os "ch" por "x" nos emails da empresa, mas certamente seu "xefe" não verá o excesso de informalidade com bons olhos.

Mas há casos que não consigo tolerar em situação alguma. É o vilipêndio da língua portuguesa. Entrar na seção de comentários dos grandes portais de notícias chega ser chocante, pois parece que ninguém mais presta atenção no que escreve. Aliás, muitos parecem estar usando um teclado pela primeira vez. Coloco-me a pensar: será que a internet emburreceu as pessoas em massa, ou toda essa gente sempre existiu e a web apenas lhes trouxe maior visibilidade ?

Alguns "erros" até se transformaram em hashtags no Twitter ! Isso é outra coisa que não me conformo. Algum beócio certo dia escreveu "corrão" em vez de "corram", e até quem sabe disso passa o erro para frente e se desculpa dizendo que virou uma expressão padrão no microblog, ou que faz parte da nova cultura digital. Uma ova ! É burrice mesmo, ou qual seria a desculpa para se digitar um shift, um til, um "a" e um "o", em lugar simplesmente de um "a" e um "m" ? Papagaios sem miolos.

Sei que muitos podem estar se lixando para o que outros acham de seu modo de escrever. Pois bem, lembrem que meio também é mensagem. Querendo ou não, julgamos as pessoas mais pelo modo como falam ao invés do que falam. E na web, quem maltrata a língua portuguesa fica desacreditado. E acaba sendo julgado, muitas vezes, por aquilo que nem é ! Nossa presença na web hoje se tornou importante em todos os aspectos de nossa vida: pessoal, profissional, escolar...

Portanto, antes de emitir uma mensagem, tenha em mente que o formato dela também impactará positiva ou negativamente nas pessoas, interferindo no resultado desejado.

CLEVERSON CASARIN ULIANA

#10. O DV E A MÍDIA

Colunista: VALDENITO DE SOUZA (vpsouza@.br)

*Jornalistas têm dificuldade para tratar do tema deficiência

“Acessibilidade aos meios do comunicação” foi o primeiro tema tratado na tarde desta quarta-feira (27), no terceiro painel do seminário "Mídia e Deficiência - Qual o papel da comunicação no processo de inclusão?", que se realiza no Teatro Dante Barone. O evento integra o programa Assembleia Inclusiva e é promovido pelo grupo de trabalho da Assembleia Legislativa que debate o tema da inclusão, formado por servidores da Escola do Legislativo Deputado Romildo Bolzan, da Superintendência de Comunicação Social, do Departamento de Gestão de Pessoas e do Fórum Democrático.

Sob a mediação do chefe de gabinete da Faders, Jorge Amaro Borges, compuseram a mesa dos debates a coordenadora do Projeto Assembleia Inclusiva, Juliana Carvalho, o representante da Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos (Feneis), Roger Limeira Prestes, a jornalista e uma das sócias da Pauta Assessoria, Lelei Teixeira, a coordenadora de produção da Zero Hora e o coordenador do curso de jornalismo da Ulbra, Deivison Campos.

O painel foi iniciado com a exibição de um vídeo do programa Faça a Diferença, atração da TV Assembleia, idealizada e produzida por Juliana Carvalho, sobre a técnica da audiodescrição. Por meio do recurso, os cegos e deficientes visuais podem receber, na íntegra, a informação contida na imagem ao mesmo tempo em que ela aparece na tela.

Segundo Juliana, desde 2010, uma portaria do Ministério das Comunicações obriga as emissoras a oferecer audiodescrição em duas horas de programação por semana. No prazo de 120 meses, toda a programação deverá contar com o recurso. Ao lado da audiodescrição, conforme Juliana, é fundamental também a oferta ao público da legenda e da janela para o intérprete de libras, voltada aos que não sabem ler. “70% das pessoas surdas não entendem português ou são crianças não alfabetizadas”, explicou. Segundo a palestrante, a inclusão dessas técnicas nos programas é um desafio, na medida em que elas exigem mais trabalho e tempo. “Mas vale a pena”, acrescentou.

Representando a Feneis, Roger Limeira Prestes também criticou a falta da utilização dos recursos de acessibilidade pelos meios de comunicação. Ele lembrou que, apesar da legenda ser obrigatória em todas as atrações televisivas desde 2007, o recurso está disponível em poucos programas de algumas emissoras. Igual problema vem ocorrendo com os filmes nacionais. “As pessoas têm direito à comunicação. Todas as pessoas. A lei não está sendo cumprida. Os programas que existem hoje não nos dão os recursos de acessibilidade”, disse.

A jornalista Lelei Teixeira, que tem baixa estatura, fez uma crítica aos clichês e estereótipos que envolvem o tema da diferença, de uma maneira ampla. “A sociedade reserva um determinado lugar para aqueles que fogem dos padrões da dita normalidade. Ninguém se espanta ao ver um negro como porteiro, operário, empregada doméstica. Ninguém se admira de ver um homossexual como cabeleireiro. O anão, divertindo as pessoas, dando cambalhotas, sendo alvo de chacotas também não espanta. É o que lhe cabe nesse latifúndio”, afirmou.

Para subverter essa ordem imposta pela sociedade, segundo Lelei, cabe às pessoas com algum tipo de deficiência recusar os papeis já dados e evitar a vitimização ou o heroísmo que às vezes recai sobre as diferenças. “A partir daí já não se está mais diante do estereótipo, mas de uma pessoa de carne e osso”, disse. 

“Temos muita dificuldade e insegurança em tratar do tema deficiência’. Foi com essa constatação que a coordenadora de produção da Zero Hora, jornalista Deca Soares, iniciou sua fala. Ela lembrou episódios de erros e acertos cometidos por ela mesma e por colegas na tentativa de tratar o assunto adequadamente. “Vibrei muito quando a Juliana (Carvalho) me avisou que Assembleia Legislativa estava lançando um manual de redação (com informações sobre mídia inclusiva). Isso vai nos ajudar, principalmente com os termos a serem usados. A gente sempre acaba errando, apesar da intenção nunca ser essa”, enfatizou.

Último a se manifestar, o coordenador do curso de jornalismo da Ulbra, Deivison Campos, afirmou que as acusações feitas contra a mídia são contraproducentes.  “São instituições que seguem uma lógica do nosso tempo:  a cidadania é confundida com direito ao consumo. Dessa forma, mercado e consumo regem a lógica dos meios de comunicação”. Segundo ele, na relação com os meios de comunicação, os que lutam pela inclusão precisam adentrar na “máquina” ao invés de  “ficar do lado de fora jogando pedra”. “É preciso aprender as regras, saber pautar as discussões dentro das redações. Temos que criar estratégicas na relação com o mídia, não pelo confronto”, afirmou.

 

//Fonte: Agência Brasil - 28.07.2011

* Juíza negra derruba preconceito

Mulher negra, pobre, nordestina, divorciada e com cabelo com tranças rastafari vermelho. Não foi fácil o caminho trilhado pela juíza Luislinda Valois dos Santos, 69 anos, nascida na Bahia – primeira magistrada negra do país. Mesmo tendo nascido em um Estado predominantemente de população negra, ela enfrentou muitos preconceitos e teve que começar a carreira jurídica no Paraná, onde não foi discriminada.

Já foi confundida com assaltante, sofreu hostilidade de colegas de carreira jurídica e até hoje não conseguiu ser promovida a Desembargadora no seu Estado.

Aos 9 anos, na escola, Luislinda ouviu de um professor o que poderia ser a sua sentença de vida. 'Vá aprender a fazer feijoada na casa de uma branca que você vai ser mais feliz', disse o professor à estudante que não tinha o material escolar solicitado por ele.

A menina saiu correndo da sala de aula, mas depois, já recomposta, voltou e respondeu: 'professor, não vou aprender a fazer feijoada, não. Vou estudar para ser juíza e quando crescer vou te prender' – disse a aluna humilhada.

Foi assim que nasceu o sonho de ser magistrada. A promessa foi cumprida: ela conseguiu concluir o curso de Direito, seguiu estudando e se tornou juíza.

Luislinda retornou à escola, mas não prendeu o professor racista. A história de vida da magistrada negra foi contada por ela, durante o IV Congresso Estadual dos Servidores do Judiciário, promovido pelo sindicato da categoria (Sindjus-RS) realizado neste final de semana em Porto Alegre.

Durante o evento, a magistrada falou das dificuldades enfrentadas por ela dentro do judiciário. 'É o poder menos democrático. Não evoluiu em termos de democracia que vivenciamos hoje no Brasil. Há uma orquestração de inclusão no Brasil, mas isso não aconteceu no judiciário'.

Ser uma magistrada não blindou a juíza de continuar sofrendo preconceito racial.

//Fonte: correio@.br

*Por que a internet é tão lenta?

Os planos de banda larga no Brasil não têm a qualidade que o país precisa para se desenvolver. Como melhorar nossas conexões

Bruno Ferrari

A internet oferece novos serviços atraentes. A locadora Netflix, que pretende chegar ao país até o fim do ano, deve permitir que você assista a um filme com alta resolução transmitido ao vivo pela internet para sua TV. O jogo World of warcraft convida o usuário a brincar com outros on-line em um universo fantástico de batalhas, com grandes detalhes gráficos e uma trama envolvente. A nova rede Google+ permite transmitir vídeo direto do telefone para seus amigos. Outras empresas oferecem sistemas de videoconferência envolvendo vários interlocutores simultâneos, que funcionariam em trânsito, em seu celular ou no tablet. O problema é que tudo isso não exige apenas aparelhos modernos, como smartphones e tablets avançados. Esses novos serviços dependem de uma conexão de qualidade. E é aí que boa parte dos brasileiros fica a pé.A infraestrutura de conexão à internet de alta velocidade no Brasil não condiz com um país moderno. A rede brasileira fica devendo até para países da América Latina. No Chile, onde a média da velocidade de banda larga é mais que o triplo da brasileira, paga-se um quinto do preço. O atraso da internet brasileira tem várias causas. Apenas uma natural: a extensão territorial do país. As outras são derivadas de decisões humanas: opções políticas equivocadas, uma carga tributária abusiva e baixa competição entre os poucos fornecedores de serviços. Essa condição precária poderá mudar nos próximos anos se os planos do governo derem certo. Do contrário, perderemos mais uma chance de aumentar nossa competitividade. E de usufruir os prazeres da internet.

A internet brasileira padece de dois males distintos. O primeiro deles é sua escala ainda tímida. Os brasileiros são tidos como campeões de redes sociais. Uma pesquisa realizada pelo instituto Ibope Nielsen mostra que nós somos o povo que mais passa horas na frente do computador, conectados à internet. A média do brasileiro é de 45 horas mensais. Logo depois estão Inglaterra e Estados Unidos, com uma média de 43 e 40 horas de conexão por mês, respectivamente. Somos também o país que mais usa redes sociais – 90% de nossos internautas estão no Orkut, Facebook, Twitter, MSN ou outro site do tipo. Esse sucesso, porém, é ilusório. Reflete o uso intenso de uma minoria com acesso à internet. Apenas 20% da população brasileira tem serviços de banda larga. São 14 milhões de conexões fixas e 28 milhões por aparelhos móveis, segundo dados do Comitê Gestor de Internet, órgão que reúne representantes do governo, das operadoras e da sociedade civil.

O segundo problema é a qualidade. A banda larga fixa, que permite conexões mais rápidas do que a rede móvel (ou 3G), tem velocidade média prometida de 1,7 megabit por segundo. Isso seria o suficiente para baixar em duas horas e meia um filme com qualidade para ver na tela do computador. É uma taxa razoável para a maioria dos serviços que usamos em nosso dia a dia. Mas, na prática, não é o serviço que a operadora de telefonia entrega. Os contratos trazem uma cláusula segundo a qual a velocidade oferecida pode ser até 10% da contratada.

Para complicar, é difícil para o usuário calcular a velocidade real de sua rede. "Se tivéssemos uma regulamentação que exigisse um nível mínimo de qualidade, esse cenário seria diferente", afirma Luis Minoru Shibata, diretor da consultoria Promon Logicalis. No ano passado, o Ministério Público (MP) enviou um ofício à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) pedindo esclarecimentos sobre a fiscalização da banda larga no Brasil. Num deles, o MP pedia uma definição para qual velocidade seria considerada mínima para alguém vender um pacote de banda larga. Hoje, qualquer serviço que não seja de conexão discada pode levar esse nome.

No início do mês, o governo anunciou os detalhes de um programa ambicioso para levar uma espécie de banda larga popular à maioria da população. O objetivo do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) é massificar a internet até 2014, quando o Brasil sediará a Copa do Mundo de futebol. Até lá, 70% dos municípios brasileiros deverão ter acesso rápido, com 1 megabit por segundo por R$ 35 ao mês. Dá para baixar uma música em 40 segundos. As operadoras fixas Oi, Telefônica, CTBC e Sercomtel foram as primeiras a aderir ao PNBL. Do lado das móveis, a TIM anunciou que levará banda larga 3G para até 1.000 municípios até o final de 2012. A gestão do programa está a cargo da Telebras, estatal de telecomunicações. Pelo acordo, nos lugares onde as operadoras não tiverem interesse em oferecer uma conexão, elas deverão alugar a capacidade de suas centrais para terceiros, sem lucrar com isso.

Para funcionar, o PNBL precisará resolver os entraves da rede brasileira. Se conseguir, além de levar internet para quem não podia pagar, também poderá aumentar a qualidade dos planos que usamos hoje. O primeiro impacto seria no preço. O valor médio de uma mensalidade de banda larga no Brasil, de US$ 28, não é tão acima da praticada no mundo. Aparecemos em 97º num ranking de 167 países publicado pela União Internacional das Telecomunicações. Os mesmos US$ 28 são pagos em Portugal. Nos Estados Unidos, o valor é de US$ 19. A diferença é que a velocidade média da conexão nos outros países é maior. Quando se considera o preço por megabit por segundo (Mbps), nossa banda larga é uma das mais caras, principalmente fora do Sudeste. Em Manaus, pagam-se hoje R$ 130 por uma conexão com a mesma velocidade que o PNBL oferecerá por R$ 35.

Os impostos sobre o preço de um modem de internet chegam a 70%

O plano exigirá investimentos públicos. No início do mês, as operadoras apresentaram um estudo de viabilidade ao governo. Ele prevê que o país poderá chegar a 78 milhões de conexões banda larga em 2014 e a 153,6 milhões em 2020. E a velocidade média seria 12 vezes maior do que a de hoje. Mas, para alcançar essa evolução, seriam necessários gastos de R$ 144 bilhões até 2020, divididos entre o governo e as operadoras. O sucesso do PNBL também depende de um esforço do governo para reduzir a carga tributária. Hoje, o consumidor paga 43% de impostos para assinar um serviço de banda larga. Taxas ainda mais altas incidem sobre os equipamentos usados pelas operadoras. "A empresa paga 70% de imposto para cada modem que usamos para conectar o computador à rede 3G", diz Eduardo Levy, diretor executivo da Telebrasil, associação que representa as operadoras fixas e móveis. "Esse valor é repassado para a mensalidade dos planos."

Além disso, não há padronização para a instalação das novas redes nos municípios. Segundo Levy, na cidade de Campinas, no interior de São Paulo, uma operadora precisa da autorização de mais de 65% das pessoas que moram a um raio de 200 metros do local onde ela pretende instalar uma antena. Andando mais alguns quilômetros, na cidade de Piracicaba, a regra é que não se pode instalar uma antena de transmissão a um raio menor do que 100 metros de qualquer construção. "Agora imagine que cada um dos mais de 5 mil municípios brasileiros tenha sua própria legislação", diz. É um problema enfrentado tanto pelas operadoras móveis, para instalar suas antenas para a rede 3G, quanto pelas fixas, que precisam de obras pesadas para levar seus cabos subterrâneos de fibra óptica.

Outros países tiveram sucesso com planos similares. Na Coreia do Sul, foram mais de dez anos de subsídios intensos do governo para garantir uma banda larga (fixa e móvel) de qualidade a toda população. O governo recolheu menos impostos pelos equipamentos pesados. Mas a entrada de mais clientes de banda larga trouxe uma arrecadação maior na taxa de serviços e compensou as perdas fiscais do governo. No Canadá, que tem diferenças territoriais como o Brasil, o governo criou um fundo para financiar as conexões mesmo nos lugares mais inóspitos, onde as operadoras trabalhariam com prejuízo.

Esses países justificam o investimento com os benefícios trazidos por uma boa internet. O principal impacto da banda larga não é permitir que mais gente possa carregar um vídeo mais rápido no YouTube ou baixar uma partida de futebol em poucos segundos. Também pode trazer para os cidadãos serviços como educação e saúde. E oferecer melhores condições a empresas e trabalhadores autônomos, que dependem cada vez mais de informação e comunicação. Um estudo europeu mostra que programas de popularização de banda larga aumentam até 7% a produtividade nas regiões onde são implantados. É essa conexão que o Brasil precisa fazer.

//Fonte: Época - 25/07/2011

* Inclusão de pessoas com deficiência e mídia são temas de seminário na AL

Vanessa Lopez 26/07/2011

A importância da mídia para a inclusão de pessoas com deficiência será debatida no seminário Mídia e Deficiência: Qual o papel da comunicação no processo de inclusão?. O encontro acontece nesta quarta-feira (27), a partir das 9h, no Teatro Dante Barone, e reunirá especialistas em mídia inclusiva, profissionais de comunicação com e sem deficiência e professores. Entre os painelistas está Jairo Marques, chefe de reportagem da Agência Folha e colunista do caderno Cotidiano. O seminário é promovido pelo grupo de trabalho da Assembleia Legislativa que trata do tema inclusão, formado por servidores da Escola do Legislativo Deputado Romildo Bolzan, da Superintendência de Comunicação Social, do Departamento de Gestão de Pessoas e do Fórum Democrático, e integra o programa Assembleia Inclusiva.

"Este debate já deveria ter sido feito há muito tempo", avalia a coordenadora do grupo de trabalho Juliana Carvalho. "Temos uma legislação que fala da necessidade de haver acessibilidade, inclusive na questão audiovisual", afirma, ao lembrar que, a partir de julho, as emissoras com sinal aberto deverão oferecer pelo menos duas horas semanais de programação com audiodescrição, conforme determinação do governo federal. O recurso é a narração, em um segundo canal de áudio, que explica as imagens que aparecem na tela da tevê e ajuda pessoas com deficiência visual a compreenderem melhor a programação. "A Assembleia Legislativa estruturou neste ano um projeto para acelerar o processo de inclusão e esse seminário promoverá um debate histórico", explica Juliana.

O seminário Mídia e Deficiência antecederá uma série de iniciativas que ocorrerão durante a Semana de Valorização da Pessoa com Deficiência, entre 20 e 28 de agosto, para quando estão programados um seminário sobre autismo, uma passeata realizada em parceria com o Movimento Superação, um desfile de moda inclusiva com roupas da estilista Vitória Cuervo e uma demonstração de paradesporto.

Programação Seminário Mídia e Deficiência:

Manhã

8h – 8h30: Credenciamento e inscrições

8h30 – 9h: Abertura

Presidente da FADERS – Cláudio Silva

Presidente do grupo Record RS – Fábio Tucilho

Representante do grupo RBS

Diretor de Jornalismo do grupo Bandeirantes RS – Renato Martins

9h – 10h - Painel 1 – Mídia para Inclusão

Relato:

Gustavo Trevisi – jornalista com paralisia cerebral, atua na Secretaria Estadual da Saúde

Mesa:

Jairo Marques – Chefe de reportagem da Agência Folha e colunista do caderno Cotidiano. Assina o blog Assim como Você, que trata de temas relacionados às pessoas com deficiência. Utiliza cadeira de rodas desde a infância.

Edelberto Behs – Coordenador do curso de jornalismo da UNISINOS

Givanildo Menezes - Gerente de jornalismo da Record

Mediação:

Juliana Carvalho - Coordenadora do projeto Assembleia Inclusiva, coordenadora do Movimento Superação RS, apresentadora do programa Faça a Diferença. Autora do livro Na minha cadeira ou na tua?. Assina os blogs Sem Barreiras, do grupo RBS, e o Comediasdavidaaleijada.

10h – 10h30 – Debate

10h30 – 10h45 – Intervalo

10h45 – 11h30 - Painel 2 – Pessoas com Deficiência na Mídia

Mesa:

Jairo Marques

Manoel Soares – Repórter da RBS

Ercy Pereira Torma - Presidente da Associação Riograndense de Imprensa

Vitor Necchi - Diretor do curso de jornalismo da FAMECOS

Mediação:

Roberto Oliveira – Presidente do Conselho Estadual das Pessoas com Deficiência

11h30 – 12h15 – Debate

Tarde

14h – 15h - Painel 3 – Acessibilidade aos Meios de Comunicação

Relato:

Juliana Carvalho

Mesa:

Jairo Marques

Lelei Teixeira - Jornalista e uma das sócias da Pauta Assessoria. Tem baixa estatura.

Deca Soares – Coordenadora de Produção da Zero Hora

Deivison Campos - Coordenador do curso de jornalismo da ULBRA

Mediação:

Jorge Amaro Borges – Chefe de gabinete da FADERS

15h – 15h30 – Debate

15h30 – 15h45 – Intervalo

15h45 – 16h45- Painel 4 – Políticas Públicas de Inclusão na Comunicação

Mesa:

José Maria Rodrigues Nunes - Presidente do sindicato dos jornalistas do Rio Grande do Sul

Lúcio Carvalho - Coordenador Geral da Inclusive, agência de notícias sobre direitos humanos em Porto Alegre

Ana Cristina Cypriano Pereira - Representante da FABICO

Guilherme Castro – Diretor de Programação da TVE

Mediação:

Paulo Brum – Secretário Municipal de Acessibilidade e Inclusão Social

16h45 – 17h15 – Debate

17h15 – 17h45 - Encerramento

André Pereira - Superintendente de Comunicação Social da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul

//Fonte: Assembleia Legislativa do RS

25.07.2011

*Bibliotecas e livrarias poderão adaptar-se para atender deficiente

Tramita na Câmara o Projeto de Lei 319/11, do deputado Walter Tosta (PMN-MG), que obriga livrarias e bibliotecas públicas ou privadas a providenciar meios de acesso aos seus acervos para as pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida.

Além disso, esses estabelecimentos deverão dispor de pelo menos um exemplar impresso em braile para cada título do seu acervo. Para as pessoas com deficiência que, por qualquer razão, não puderem realizar a leitura em braile, a biblioteca deverá dispor de arquivo em áudio do título desejado, ou então de funcionário capaz de ler o texto.

Arquivo em áudio Conforme a proposta, o arquivo em áudio da biblioteca deverá contar com fones de ouvido, para prover acesso efetivo ao livro desejado. Para o caso de retirada do arquivo em áudio para sua execução em local diverso, deverão ser disponibilizados CD ou mídia equivalente compatível com os computadores domésticos.

Os arquivos em áudio deverão ser protegidos contra cópias não permitidas. Em caso de disponibilização de funcionário para a leitura do material desejado, a biblioteca deverá disponibilizar espaço reservado, de modo que a leitura em voz alta não atrapalhe as demais pessoas que utilizam o espaço.

O projeto obriga as bibliotecas também a instalar rampas de acesso, mesas e estações de leitura adaptadas para receber cadeirantes, inclusive com suportes de mesa para livros. Aquelas com mais de um pavimento, e sem condições físicas para as rampas de acesso, deverão dispor de elevadores capazes de prover o deslocamento das pessoas com

deficiência ao piso superior.

Sinalização visual

As bibliotecas deverão possuir sinalização visual indicativa da localização dos seus setores internos e externos, de modo que os deficientes auditivos possam ter pleno acesso e orientação. De acordo com o projeto, todas estas disposições, “no que couber”, aplicam-se também às livrarias.

Walter Tosta afirma que seu objetivo é “proteger o direito social dos seres humanos que necessitam de assistência especial”. Ele explica que o projeto pretende “alcançar um patamar civilizatório mínimo e satisfatório a todos aqueles que buscam a leitura de obras contidas em bibliotecas, públicas ou privadas, ou aquisição de obras literárias em

livrarias”.

O deputado lembra que, pela Constituição, a educação é direito social. Portanto, diz ele, o acesso à leitura é dever do Estado e direito de todos. “É sabido que a educação, a informação e o acesso às obras didáticas ou culturais, promovem a ampliação da capacidade técnica e do padrão cultural ostentados pelo nosso povo, de uma forma que promove indistintamente melhorias na qualidade de vida, nos avanços das pesquisas em geral, do ensino, bem como de toda a bagagem intelectual que uma nação é capaz de produzir”.

Tramitação

A proposta foi apensada ao PL 7699/06, do Senado, que institui o Estatuto do Portador de Deficiência e está pronto para a pauta do Plenário.

//Fonte:Agência Câmara

18 de Julho de 2011

*Tecnologia da Google ajuda nos transportes

O novo aplicativo do Google Maps, o serviço de mapas da gigante das buscas, para o Android ajuda quem usa transporte público em regiões com que não se tem familiaridade.

Um novo recurso do programa avisa o usuário qual o melhor ponto para descer do ônibus, por exemplo. As informações são da equipe do Google. Blog de Tec: Google Maps para Android agora permite baixar mapas para uso off-line

O sistema do Google usa o GPS do aparelho móvel para determinar a localização do usuário e informa qual a melhor rota para chegar ao destino escolhido. No meio do caminho, ele avisa a hora de descer ou fazer uma transferência.

No Brasil, o sistema funciona em Belo Horizonte, Brasília, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo, segundo o Google. Veja mais informações no site da empresa.

Aparentemente, como consta no site da Google, esse serviço é compatível com os serviços de leitura para deficientes visuais : Google Maps is available in 12 different languages and is compatible with screen readers for the visually impaired.

Abaixo texto descritivo do serviço, em inglês :

Transit on Google Maps is a public transportation planning tool that combines the latest agency data with the power of Google Maps. It integrates transit stop, route, schedule, and fare information to make trip planning quick and easy for everyone. For agencies around the world, Google Maps is a cost-effective solution targeted at transit novices and seasoned travelers alike. Google Maps is available in 12 different languages and is compatible with screen readers for the visually impaired. The Transit on Google Maps feature is available on selected mobile devices through Google Maps for mobile. Public

transportation information is also included in Google Earth.

//Fonte:



* Derrota de Gutenberg

Tom Brady

A ascensão dos livros eletrônicos vem transformando mais do que os hábitos de leitura. Os Kindles e Nooks transformaram o setor das editoras, e o ramo que ensina pessoas como ingressar no setor das editoras também está se adaptando.

Um curso de seis semanas na Universidade Columbia, em Nova York, que prepara universitários recém-formados para uma carreira no ramo editorial, se manteve em grande medida igual por décadas.

Neste verão, porém, o curso está diferente. O Curso de Edição da Columbia ofereceu palestras de executivos do setor editorial que explicaram como dominar o "e-marketing". Especialistas digitais falaram sobre a publicação eletrônica de formato curto. O jornal "The New York Times" acompanhou.

Tudo isso resulta em incerteza. "Este é um momento assustador para se ingressar nesse ramo", disse ao "Times" o agente literário Douglas Stewart. "Quando olhamos para aquele mar de rostos interessados, ficamos pensando 'será que eu deveria estar fazendo isto, neste momento?'"

Mas nem todos ficarão desapontados se menos livros forem publicados. Bill Keller, editor-executivo do "Times", se pergunta por que seus jornalistas se dão ao trabalho de escrever livros, considerando que as vendas de livros impressos nos EUA vêm caindo desde 2005.

Quando um repórter jovem e bem conceituado revelou que ingressaria nas fileiras dos autores, a reação de Keller foi pessimista: "Sim, ele pode escrever um livro. Mas por que gostaria de fazer isso? Na realidade, por que qualquer pessoa gostaria?"

Se os livros desaparecerem, haveria "conteúdo" para tomar seu lugar, como escreveu James Gleick no "Times". A Biblioteca Britânica anunciou em junho que está trabalhando com o Google para digitalizar 40 milhões de páginas de livros, folhetos e periódicos que datam desde a Revolução Francesa. A Biblioteca Digital Europeia, a Europeana.eu, colocou on-line mais de 10 milhões de "objetos" no ano passado, incluindo um manuscrito búlgaro de 1221, escrito originalmente sobre pergaminho, e a pedra rúnica Rok, da Suécia, que data aproximadamente do ano 800.

Alguns temem que a facilidade de acesso on-line possa amesquinhar o trabalho dos estudiosos. Tristram Hunt, historiador e deputado inglês, se queixou do "tecno-entusiasmo". "Quando tudo pode ser descarregado no computador, o mistério da história pode se perder", escreveu. "É com o manuscrito em mãos que o significado real do texto se evidencia."

James Gleick, que se recorda do assombro que sentiu ao ver o primeiro caderno de anotações de Isaac Newton, de 1659, discorda: "Acho isso sentimentalismo, até mesmo fetichismo", ele escreveu no "Times".

"Isso guarda relação com a fantasia de que aquilo que amamos nos livros é a tessitura do papel e o cheiro da cola."

Mas, se Bill Keller ver seu sonho realizado, mais de nós seremos poupados do que vem acontecendo com Bryan Burrough, que escreve resenhas de livros de negócios. "Bons autores fazem um esforço para contar grandes histórias de negócios", ele escreveu. "Mas, da massa de livros que se espalham sobre minha mesa, uma parte grande demais é feita de livros que simplesmente não são muito bons."

// Fonte: Texto do The New York Times, reproduzido na Folha de São Paulo, de 8 de agosto de 2011.

VALDENITO DE SOUZA

# 11.PERSONA # IVONETE SANTOS:

Colunista: IVONETE SANTOS (ivonete@.br)

Entrevista: Karolline Sales: analista de Tecnologia Assistiva e Acessibilidade

1. Conhecendo Karolline Sales:

O que gosta de fazer como lazer?

Amo viajar, cantar, estar com amigos... sair para comer, conversar, ir a shows...

O que lhe aborrece?

Gente devagar, que deixa tudo pra depois.

O que lhe faz feliz?

O carinho das pessoas que me cercam.

Que significa a família?

Tudo pra mim: minha mãe, meu pai, minha irmã e agora meu sobrinho... meu cachorro (que não é cão-guia), são tudo na minha vida.

Um sonho para realizar.

Ir morar em Porto Alegre.

2. Você nasceu com deficiência visual? (sim) (não) e qual a causa?

Nasci com deficiência visual, praticamente cega, por retinose pigmentar.

Nunca enxerguei além de vulto, e hoje em dia, nem vejo mais esse pouquinho.

3. Fale-nos um pouco sobre sua infância: estudou em escola regular ou especializada?

Como era sua convivência com a família e com os colegas?

Sempre estudei em escola regular e a criançada ficava toda ao meu redor.

Minha mãe brincava que desse jeito eles iam me acostumar mal e que isso daria trabalho pra ela depois. Um me pegava em um braço, outro no outro braço, outro queria carregar minha máquina e outro, a minha bolsa. E se eu não deixasse eles se sentiam magoados... Sempre gostei de desafios: para pular corda, eu não me contentava em simplesmente pular; queria entrar e sair da corda enquanto estava batendo. Vivia ralada (barriga, joelho), corria na rua, andava de bicicleta. Minha mãe, é claro, estava sempre com o coração na mão. Sempre fui muito comunicativa, por isso as crianças adoravam me procurar pra brincar.

4. Qual sua formação superior e o que motivou sua escolha?

Sou formada em Letras e pós-graduada em Acessibilidade. Com relação ao curso de Letras, o que me motivou foi o amor que tenho pela língua inglesa desde criancinha. E quanto ao curso de Acessibilidade, a maior razão foi o meu trabalho, que é nessa área e eu amo.

5. Onde trabalha atualmente? nos fale sobre as atividades que desempenha.

Trabalho na AVAPE - Associação para Valorização de Pessoas com Deficiência.

Lá atuo como Analista de Tecnologia Assistiva e Acessibilidade, além de ministrar palestras nestes assuntos. O objetivo do meu trabalho é analisar postos de trabalho para pessoas com deficiência, para validar se estes são acessíveis para tais pessoas, além de analisar ambientes enquanto a acessibilidade arquitetônica. As palestras têm o objetivo de sensibilizar gestores quanto à contratação, valorização, promoção e inclusão de pessoas com todos os tipos de deficiência na sociedade como um todo.

6. Fale sobre sua experiência em outros trabalhos em que já atuou.

Já atuei como tradutora intérprete de inglês e espanhol e como revisora de textos e artigos nestes idiomas. Também já trabalhei no Procon e no Tribunal de Justiça.

7. Você já viajou para vários estados brasileiros e até mesmo para fora do país; fale sobre essas experiências e se encontrou dificuldades por ser deficiente visual.

Por ser deficiente visual, diria que a maior dificuldade que encontro nas minhas viagens é não poder conhecer os ambientes em sua totalidade, já que para isso dependeria muito da visão. Agora, acredito que o fato de ser comunicativa me ajuda muito, tanto nas viagens dentro como fora do Brasil. É sempre uma experiência riquíssima tudo isso. Tenho amizades que trago por anos, com pessoas de outros países, advindas dessas viagens.

8. Você não é usuária de cão guia. O que pensa sobre esse recurso para a locomoção das pessoas cegas?

Não sou usuária porque eu amo demais esses animaizinhos. Se eu fosse, não conseguiria ser tão disciplinada com o meu. Ficaria com dó, daria comida, deixaria todo mundo fazer carinho nele, não teria coragem de andar com ele em transportes lotados como os de São Paulo, onde vivo...mas vejo que eles são excelentes guias, sem sombra de dúvida.

9. Quais são seus projetos futuros?

Aprimorar meu inglês na Inglaterra e atuar cada vez mais ativamente no Movimento de pessoas cegas no Brasil, estimulando, dentre outras coisas, o protagonismo feminino.

10. Deixe uma mensagem para os leitores do Contraponto.

Acredito que somos privilegiados por termos este espaço, esta forma de comunicação. Hoje fui quem que falei aqui, amanhã quero ler e ouvir vocês. E só uma coisa: nunca deixem de acreditar em vocês, em suas vontades, sonhos, ideais. Sejamos espelhos de nós mesmos, em nossas boas e belas ações. Um beijo!

IVONETE SANTOS

# 12.SAÚDE OCULAR

Esta coluna é assinada pelo HOB — Hospital Oftalmológico de Brasília

atfdf@.br

O jornal Contraponto mantém um convênio informal com aquela renomada instituição.

Caso deseje, o leitor pode sugerir o tema para uma próxima pauta.

*Báscula: técnica tira óculos de 80% dos portadores de vista cansada

Brasília, 21/2/2011 - Pacientes com presbiopia, a conhecida vista cansada, contam com alternativas de compensação. As mais comuns estão nos óculos e lentes de contato. Mas a báscula é uma solução que vem conquistando adeptos entre aqueles que desejam

melhorar a visão e diminuir a dependência dos óculos.

Segundo o oftalmologista Mario Jampaulo, do Hospital Oftalmológico de Brasília (HOB), o balanceamento de visão diminui a dependência de óculos em até 80% das ocasiões. "Com a báscula, alguns pacientes com vista cansada só precisarão de óculos para dirigir à noite ou para realizar leituras intensas e demoradas", explica.

Procedimento - A báscula pode ser uma condição natural ou reproduzida, por meio de lentes ou cirurgia. "A técnica consiste em fazer com que o olho diretor (aquele utilizado para mirar) tenha a visão melhorada para longe, enquanto o outro olho é aperfeiçoado na visão para perto. Este balanceamento é compensado no cérebro e permite mais qualidade visual para todas as distâncias", reforça Jampaulo.

Todas as pessoas na faixa dos 40 anos de idade desenvolvem a presbiopia. Mas este é justamente o período da vida em que as pessoas estão muito ativas, trabalham, estudam, vão a restaurantes, têm compromissos sociais e não querem ficar reféns de óculos para ler um cardápio, ver as horas ou identificar quem liga par o telefone celular.

O oftalmologista do HOB comenta que a báscula proporciona esta liberdade.

Critérios - Mario Jampaulo lembra que não é todo paciente com presbiopia que está apto a submeter-se à báscula. Existe uma série de critérios que devem ser obedecidos na hora de indicar o procedimento de balanceamento de visão para um paciente. Entre

os principais estão a análise das condições da córnea e a dependência da visão para perto, explica o médico.

A báscula, tanto no procedimento cirúrgico quanto na utilização de lentes de contato, exige um período de adaptação para que o cérebro consiga adequar-se à mudança na visão. Em média, cerca de 50% dos pacientes já estão totalmente adaptados à visão

balanceada nos primeiros 30 dias; 75% já alcançam a adequação em até 60 dias; 90% estão totalmente acomodados com a báscula em até 90 dias.

Alternativas - Além da báscula, a cirurgia a laser com o presbylasik é a nova alternativa ao uso de óculos por pacientes com presbiopia. O procedimento é indolor e minimamente invasivo. O oftalmologista do HOB explica que "o paciente recebe anestesia por meio de aplicação de um colírio e o laser esculpe a córnea em uma ação dupla. Age no centro e na periferia da córnea, definindo os pontos de convergência e acomodação da pupila e corrigindo os erros refrativos". Contudo, nem todos os pacientes têm as condições exigidas para este tipo de correção e é fundamental uma avaliação criteriosa do candidato no período pré-cirúrgico.

O presbylasik, assinala, não acarreta efeitos colaterais ou restrições pós-operatórias. "O paciente não fica com pontos, não tem restrição alimentar ou comportamental, não usa tampão curativo, nem necessita de internação", esclarece Jampaulo.

*HOB tem novo especialista em catarata

Brasília, 3/2/2011 - O Hospital Oftalmológico de Brasília (HOB) apresentou, esta semana, durante evento de confraternização com médicos e parceiros, o novo oftalmologista que passa a integrar seu corpo clínico, Takashi Hida.

Reconhecido pela habilidade, agilidade e precisão empenhados nos implantes de lentes intraoculares que realiza nas cirurgias de catarata, o oftalmologista Takashi Hida presenteia Brasília com seu talento. O médico, nascido no Japão, vem de uma família

de oftalmologistas. O pai, Milton Massato Hida e o irmão Richard Yudi Hida atuam no estado de São Paulo, onde Takashi desenvolveu sua formação acadêmica aprimorada por experiências concentradas em diferentes e renomados centros de saúde do Japão.

Takashi é membro das Sociedades Americana e Européia de Catarata e Cirurgia Refrativa, estagiou em Hokaido e em Tokyo (Japão), e é doutorando em performance visual das diferentes lentes intraoculares multifocais no Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina da USP.

Neste final de ano, Takashi deixou a coordenação do programa de fellowship e residentes do departamento de catarata da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, para vir para Brasília. Na Santa Casa, foi premiado como melhor residente em 2005.

Bagagem - Agora, o oftalmologista traz sua vivência clínica e cirúrgica somada às passagens por centros de saúde do Japão, da capital paulistana e do interior de São Paulo e aos trabalhos voluntários realizados na selva amazônica para o corpo clínico

do Hospital Oftalmológico de Brasília (HOB).

Com uma formação profissional enriquecida pelo período que acompanhou o trabalho de Takayuki Akahoshi, considerado o cirurgião de catarata mais rápido do mundo, Takashi Hida, apesar de seus 34 anos, recém completados, já conta com uma bagagem respeitável em volume de cirurgias de catarata realizadas e na produção científica valorizada por publicações que gozam de grande credibilidade entre profissionais do setor no cenário internacional.

*Oftalmologia: HOB abre inscrições para programa de fellowship 2011

Brasília, 14/2/2011 - O Hospital Oftalmológico de Brasília (HOB) realiza seu Programa de Fellowship focado na subespecialidade de catarata este ano. Desenvolvido para oftalmologistas em busca de aperfeiçoamento, as inscrições para a edição 2011 abrem

nesta segunda-feira (14/2).

Após receber, anualmente, dezenas de profissionais de diferentes localidades do Brasil e do exterior, interessados em observar e acompanhar as práticas dos oftalmologistas especializados em catarata, cirurgias de refração para correção de grau, glaucoma e retina, o HOB estruturou, um Programa de Fellowship em Oftalmologia. O Programa tem duração de um ano e as inscrições podem ser feitas entre 14 e 23 de fevereiro.

Orientação - No período de um ano, a partir do dia 21 de março de 2011, quando está previsto o início do Programa, o fellow (médico selecionado) desenvolve um conjunto de atividades práticas e assistenciais sob a supervisão de um preceptor.

Em 2011, o Programa de Fellowship do HOB, da subespecialidade de catarata, terá como preceptor o especialista Takashi Hida. Ele próprio foi fellow de um profissional de reconhecimento internacional, o oftalmologista japonês, Takayuki Akahoshi.

Esse cirurgião é considerado o mais rápido do mundo devido ao desenvolvimento de sua técnica aplicada às cirurgias de implante de lentes intraoculares em pacientes de catarata.

Além de um currículo de formação acadêmica rico, com passagem por cursos realizados nos maiores centros de saúde do Japão, hospitais de São Paulo e vivências como voluntário na selva Amazônica, Takashi coordenava, até o final de 2010, o Programa de Fellowship da Santa Casa de São Paulo, onde também foi premiado como o melhor aluno residente.

O médico, que será o preceptor do Programa do HOB, é reconhecido pela habilidade, agilidade e precisão empenhados nos implantes de lentes intraoculares.

Nascido no Japão, Takashi Hida pertence a uma família de oftalmologistas e é membro das Sociedades Americana e Européia de Catarata e Cirurgia Refrativa.

Inscrições - As inscrições para as vagas do Programa de Fellowship em Oftalmologia do HOB são gratuitas.

Para efetuar a inscrição, é necessário enviar a documentação especificada abaixo para o seguinte e-mail: centrodeestudos@.br.

Documentação - Currículo atualizado; comprovação de, pelo menos, dois anos de prática em oftalmologia e ou residência médica; carta de apresentação; cópia do diploma do curso de medicina e cópia do certificado de conclusão da residência médica.

Seleção - O processo seletivo será realizado entre os dias 10 a 12 de março de 2011, quando os currículos dos inscritos serão analisados e os pré-selecionados serão entrevistados, pela diretoria do HOB e pelo médico preceptor.

*Mesmo com proteção UVA/UVB, lentes de contato não substituem os óculos de sol, alerta especialista

Brasília, 31/1/2011 - Lentes de contato cosméticas ou de correção de grau com proteção contra raios ultravioletas (UVA/UVB) são muito importantes, mas não substituem os óculos de sol.No verão, as atividades ao ar livre são estimuladas e o médico do Hospital Oftalmológico de Brasília (HOB), Eduardo Rocha, ressalta que é preciso ter consciência de que as lentes de contato com proteção UV complementam, mas não substituem os óculos escuros.

"Apesar de figurarem como uma proteção eficiente contra a ação dos raios solares na retina, as lentes de contato não previnem sua incidência sobre a pálpebra e a conjuntiva (pele que cobre o globo ocular)", explica. As lentes isoladamente não dão cobertura total aos olhos, mas agem como uma ampliação da proteção. De acordo com o oftalmologista do HOB, ideal é utilizar as lentes de contato e os óculos escuros juntos.

O médico do HOB ressalta que nem todas as lentes de contato apresentam a proteção contra raios UV e que essa característica varia de acordo com as marcas disponíveis no mercado. "O paciente pode optar por lentes com proteção na hora da compra, escolhendo a marca que oferece esta opção. Esteticamente, as lentes protegidas não apresentam diferenças em relação às demais, não são mais escuras nem mais espessas. O usuário não percebe nenhuma diferença quando utiliza uma ou outra", esclarece Eduardo Rocha.

Danos - A exposição aos raios UV sem proteção alguma ou só com as lentes de contato abrem espaço para vários riscos à saúde ocular. Os danos causam fotofobia, dor e lacrimejamento e atingem desde a pele ao redor dos olhos até o cristalino, acelerando

o processo de surgimento da catarata.

"Na pele ao redor dos olhos podem surgir manchas, queimaduras e em casos mais graves neoplasias (câncer). Na conjuntiva, a exposição excessiva e desprotegida ao sol pode ocasionar o pterígio (tecido carnoso que cresce sobre a córnea) e também alguns tipos de neoplasias. Já a córnea sofre descamação quando há uma exposição prolongada, aguda e intensa. A médio e longo prazos, a retina também pode sofrer com a degeneração da mácula (região onde se formam as imagens) e os danos no cristalino aceleram o surgimento de catarata", alerta o especialista do HOB.

Cuidados - Eduardo Rocha ressalta que os principais cuidados que o usuário de lentes de contato deve ter são:

- Lavar as mãos com sabão antes de manusear as lentes;

- Higienizar as lentes seguindo método orientado pelo oftalmologista;

- Usar a lente pelo tempo indicado pelo oftalmologista;

- Trocar os estojos das lentes a cada compra de produto de limpeza;

- Manter as unhas curtas e higienizadas;

- Nunca lavar as lentes na água (corrente ou mineral);

- Usar produtos de higienização específicos para cada tipo de lente;

- Ao sair de férias, levar consigo outra opção de correção refrativa (um par de óculos) ou outro par de lentes;

- Jamais entrar em piscinas ou no mar usando a lente de contato;

- Qualquer sintoma fora do padrão, interromper o uso das lentes e buscar orientação de um especialista.

Mais informações

Assessoria de Comunicação do HOB

Contatos : Teresa Cristina Machado

José Jance Grangeiro

Tel.: (61)3225 1452/ 9983 9395#

HOB (Hospital Oftalmológico de Brasília)

#13. REENCONTRO

COLUNA LIVRE:

* Nome: Marcelo Luis Pimentel

Formação: Graduado em Ciência da Computação pela UFRJ e pós-graduando em Redes de Computadores

Estado civil: casado

Profissão: Consultor em Acessibilidade e Deficiência, e Servidor público da Justiça Federal

Período em que esteve no I B C.: 1987 e 1988

Breve comentário sobre este período:

Período onde passei a fase de adaptação como cego, e descobri novos horizontes e possibilidades que, antes de me tornar cego, desconhecia por completo. Gostei muito dos colegas e professores, que foram fundamentais com conselhos, orientações e experiência.

Residência Atual: Brasília - DF

Objetivos Neste Reencontro: manter contato com velhos amigos;

Contatos: (fones e/ou e-mails)

Telefones: (61) 9100-5659 celular

Fixo: (61) 3221-6317

E-mail: marcelovox@.br

Marcelo.pimentel@df..br

OBS.: Divulgamos nesta coluna, noticias sobre paradeiro de ex-alunos do I B C...

Qualquer informação, contacte a redação...

#14. TIRANDO DE LETRA

COLUNA LIVRE:

Preconceito

Segundo os estudiosos do assunto, a terra viveu diferentes eras na sua trajetória; mas, ao que parece, existe uma era que se eterniza, já que não passa como as outras. Refiro-me à era do preconceito. A um tempo tórrida e glacial, esta é a era que, provavelmente, começou com o começo do próprio homem, e só com o fim deste terá fim. Analisando com isenção, veremos que todos nós já fomos preconceituosos alguma vez, como alguma vez já sofremos preconceito. O doloroso é que, se quando sofremos preconceito ele é condenável, deixa de o ser quando somos preconceituosos. Em outra oportunidade já contei, aqui mesmo na lista, um episódio que me mostrava preconceituoso e que me levou a ser grosseiro com meu pai. Para que os que leram a mensagem relembrem, e

para que os que não leram possam entender o que digo, reproduzo o texto enviado à época:

"Por duas vezes fui agressivo com nada mais, nada menos, que com meu pai. Na primeira oportunidade, querendo ele assinar autorização para que eu saísse sozinho, ele me entregou -- ou pretendeu me entregar – uma bengala daquelas antigas, inteiriça, de madeira, etc. que eram o terror do nosso orgulho juvenil. Ao tocar a bengala, eu enfurecido, disse com toda grosseria que não fiz a menor questão de abrandar: "E quem disse ao Senhor que eu vou usar isto"?

Naqueles tempos risonhos e promissores, associávamos tais bengalas a "cego velho e inculto". Como é que nós, jovens e cultos, poderíamos aparecer em público com tal dispositivo? Além do mais, nós não dependíamos de um objeto tão rude para que nos locomovêssemos. Nossa locomoção era livre, firme e independente. .... Pobres preconceituosos ...

Mas, como quem "com preconceito fere, com preconceito será ferido", tive ocasião de, em pleno auditório do nosso I B C, e pela pessoa de um amigo, sentir o gostinho amargo de ser "preconceituado". Foi numa das minhas apresentações. Resolvi mostrar uma letra de música que tenho, fugindo um pouco da rotina de sonetos.

Ao terminar a declamação, ouvi o amigo dizer zombeteiro: "Coitado, que tristeza. sempre a "auto-piedade".

Devo confessar que duas coisas me surpreenderam ouvindo isto: A primeira é que meu amigo não saiba que um artista não compõe apenas baseado em si próprio, mas para toda e qualquer pessoa que encontre alguma identidade com ela na obra que lê, vê, ou ouve. Mas a surpresa maior foi perceber que o amigo, mesmo que vivendo a mesma realidade que eu, isto é, a realidade de um cego, não se tenha lembrado de que um problema nos olhos não causa surdez. Eis a letra que declamei na oportunidade:

***

Contraste

E mais uma noite

Passei acordado,

Lembrando o passado,

Revendo Maria!

Maria que um dia

Foi minha alegria

E que hoje é somente

Saudade e dor.

No imenso delírio

de um sonho fagueiro,

O amor prisioneiro

Sorriu outra vez!

Mas, logo a alvorada

Clareou a cidade

E a realidade

Meu sonho desfez.

Risonha e florida,

Surgiu a alvorada,

Em frio contraste

Com o meu coração.

A flor radiante,

Há pouco acordada,

Espalha perfume

Pela imensidão!

O sol, inundando

De luz o horizonte,

Enfeita o monte

Com lúcido véu;

E, enquanto minha alma

É mágoa extrema,

A terra é um poema

Louvando o céu!

A orquestra celeste,

Das aves formada,

Completa o concerto

Do autor divinal

Enquanto a brisa,

Qual lendária fada,

Murmura sorrindo

Um verso natural!

Perfumes, gorjeios,

Murmúrios e cantos

Celebram a glória

Do universo! Enfim,

Só eu estou triste

Na aurora risonha

Pois minha Maria

Se esqueceu de mim.

***

// Ary Rodrigues da Silva,

OBS.: Nesta coluna, editamos "escritos"(prosa/verso) de companheiros cegos

(ex- alunos/alunos ou não) do I B C.

Para participar: mande o "escrito" de sua lavra para a redação

(contraponto@.br).

#15. ETIQUETA

Colunista: RITA OLIVEIRA (rita.oliveira@br.)

Sociólogo: pessoas com deficiência têm que ser profissionais

Durante o evento de lançamento do site Terra da Diversidade na quarta-feira, o sociólogo da Serasa Experian João Ribas afirmou que no mercado de trabalho as pessoas com deficiência devem se comportar como trabalhadores.

"A pessoa com deficiência tem que se entender como um profissional e não querer paternalismo. Tem que saber que tem que dar resultado", disse ele.

Por outro lado, Ribas alertou que as empresas ainda não estão bem informadas sobre a possibilidade de terem um jovem com deficiência entre os seus funcionários e que devem oferecer todas as condições necessárias para o trabalho.

"As ferramentas como um software leitor de telas para um cego, uma interpretação de língua de sinais para um surdo, uma rampa para pessoas com deficiência física", exemplificou o sociólogo.

Ao final, Ribas afirmou que para que haja uma inserção saudável dos deficientes no mercado de trabalho é preciso que o setor público, privado e o terceiro setor cumpram seus papéis.

"Tem que ter uma educação efetivamente inclusiva, um ensino profissionalizante também preparado. Tem que ter as ONGs, cujo papel principal é o de formar a identidade das pessoas com deficiência. E cabe às empresas treiná-las", concluiu.

Fonte:

Terra da Diversidade

RITA OLIVEIRA

#16. BENGALA DE FOGO

O Cego versus o Imaginário Popular(coluna livre)

* O Taxista Lusitano

Certa feita, o querido amigo e companheiro de ideal espírita, Luiz Antônio Millecco Filho, portador de cegueira congênita, relatou que, ao adentrar-se em um táxi, juntamente com o filho Luiz Cláudio, na época ainda criança, foi questionado pelo dono do veículo, de nacionalidade lusitana: "Como pode o senhor, sendo cego, ser pai?" Diante de uma situação tão hilariante, o estimado Millecco respondeu, perguntando:

- "O sexo é praticado com os olhos?"

O fato descrito realmente aconteceu, embora possa ser contado como se fosse uma piada. ( O motorista português está pensando até hoje!)...

Obs.: Os fatos, por uma questão, meramente didática/pedagógica/cultural, foram

tornados públicos... (Colunista titular: Duda Chapeleta)

PS.: se você tem histórias, causos, experiências próprias, do gênero, mande para nossa

redação, sua privacidade será rigorosamente preservada.

#17. GALERIA CONTRAPONTO

COLUNA LIVRE

* Sir Clutha Nantes Mackenzie

(Por Renato M. da Gama Malcher)

Sir Clutha Mackenzie -- Nestes últimos 40 anos dificilmente se encontrará, no âmbito internacional, uma personalidade que se possa comparar à de Sir Clutha Mackenzie na dedicação que votou ao bem-estar dos cegos, sobretudo no que diz respeito à escrita braille, cuja unificação e aproximação de abreviaturas vem constituindo a razão

primordial dos esforços de sua excelente cultura e invulgar capacidade de trabalho. Daí a larga margem de benefícios que de suas mãos têm recebido os não-videntes localizados, sobretudo, nos continentes europeu, asiático e africano, embora seu interesse se tenha também estendido às plagas americanas.

Galgando os mais consagradores postos nos setores especializados, atingiu a culminância na presidência do Conselho Mundial Braille da UNESCO, de onde tem feito jorrar à farta para os cegos de todos os quadrantes da Terra -- vencendo dificuldades sem conta -- a generosa soma dos mencionados benefícios.

Figura de singular relevo, descende de tradicional família neo-zelandeza, tendo ficado cego em 1915 quando, integrando as forças inglesas, participava de operações bélicas na Turquia. Nove meses após, terminado um curso no Instituto St. Dunstan para soldados cegos, em Londres, regressou ao exército como redator e editor de seu diário.

Ao retornar à Nova Zelândia, em 1919, atuou como representante do mencionado Instituto para assistência de seus compatriotas cegos e logo tomou uma série de medidas que levaram ao estabelecimento, sob seu controle, um Serviço Nacional único para todos os civis cegos de seu país, adotando normas e idéias aplicadas a outras nações.

Em 1923, conseguiu que fosse estabelecida uma pensão do Estado para os cegos, que incluía uma nova medida, isto é, o pagamento de contribuição básica que não era diminuída, mas aumentada, em proporção aos vencimentos do trabalhador, à guisa de incentivo ao esforço individual. Mais tarde viajou ele através da Europa e da América, investigando o trabalho feito em outras terras e participando de numerosas conferências.

Ao eclodir a Segunda Guerra Mundial achava-se em férias na Índia, de onde foi requisitado a fim de organizar os serviços para os feridos de guerra, cegos no sudeste asiático. Nos 9 anos que se seguiram, durante os quais teve o posto de tenente-coronel do Exército inglês, viajou pela maior parte da Ásia, informando-se sobre os problemas decorrentes da cegueira na Índia, Malásia e China. Deu, então, início à organização de

um programa relacionado com esses problemas, estendendo os serviços ao

Ceilão, Burma e Nepal.

Seu profundo interesse em solucionar a caótica situação existente na Ásia, no que se refere ao braille, aumentou muito durante seus serviços na Índia. Em seu centro de treinamento no Himalaia, os soldados cegos falavam cerca de 18 idiomas e Sir Clutha Mackenzie encontrou aí apenas adaptações contrastantes do braille. Em conseqüência, os livros estavam limitados a uns poucos textos preparados por sociedades missionárias.

A mesma situação foi por ele deparada na China e nos países árabes.

Nessas regiões, assim, o progresso educativo e vocacional era frustrado pela multiplicidade de sistemas braille introduzidos por "pioneiros" incansáveis e valentes, porém, sem nenhuma coordenação em seus esforços. Sobre esses assuntos escreveu trabalhos de transcendental importância, dando-lhes ampla publicidade nos diários que se ocupam do bem-estar dos cegos.

Em 1949, o governo da Índia solicitou formalmente à UNESCO, que se ocupasse do assunto e fosse enviado ao seu território Sir Clutha como técnico.

O conflito que há 50 anos dividia os elementos indianos foi solucionado em definitivo, graças a um acordo que abrange todas as línguas da região. Esse sistema hindu está intimamente ligado, tanto quanto permitem as diferenças fundamentais, à escrita do braille padronizado na Europa e ao sistema que foi adaptado para os países árabes, os idiomas do continente africano, além da Turquia, Pérsia, Armênia, Burma, Indonésia.

Em 1951, foi encarregado pela UNESCO de organizar um plano e preparar os trabalhos de base na Conferência regional braille, realizada em Montevidéu, para os países de língua espanhola e portuguesa, com o objetivo de assemelhar as abreviaturas braille tanto quanto são semelhantes essas línguas. A Conferência não logrou o escopo da assemelhação, mas dirimiu, em grande parte as divergências entre as abreviaturas braille dos povos de língua castelhana. Sir Clutha Mackenzie não esmoreceu: prossegue lutando pelo ideal dessa assemelhação, que permitirá aos cegos da América Latina, de Portugal e da Espanha, utilizarem indistintamente o material braille de todas essas

regiões. O paladino mundial do braille mantém-se em correspondência de alto nível com os mentores do ensino e da aplicação do braille entre os povos interessados.

*****

//Fonte: Revista Brasileira para Cegos - Dezembro de 1959

#18. PANORAMA PARAOLÍMPICO

Colunista: SANDRO LAINA SOARES ( sandrolaina@.br)

Assuntos abordados:

* Resultados da 1ª Etapa do GP Infraero de Judô;

* APADV Vence Regional Sul de Futebol de 5;

* Rapidinhas Paraolímpicas.

Resultados da 1ª Etapa do GP Infraero de Judô

A 1ª Etapa do Grand Prix Infraero de Judô aconteceu no sábado (6), em Goiânia, no Ginásio do Rio vermelho, e teve a presença dos principais judocas do país. Os atletas estiveram divididos em três categorias: iniciante, adulto e absoluto. O evento contou com modalidade masculina e feminina.

Os primeiros lutadores a pisarem no tatame, foram da categoria iniciante. A disputa aconteceu em cinco categorias de peso:

Ligeiro, ouro para Wodson Cruz, do CIPD, prata para Diego Gaia, da ADVASP, e bronze para Thiago Vargas, da UNICEP, e Tiago Hayashi, do CESEC.

Meio-leve, ouro para Abner Oliveira, da ADEVIRN, prata para Pedro Evangelista Filho, do ADVASP, e bronze para Fernando Araújo, da CEIBC.

Leve, ouro para Elias Junior, da CEIBC, prata para Alex Sandro Pereira, do CIPD e bronze para Leonardo Nogueira, da ADVP.

Meio-médio, a CEIBC ganhou ouro e prata com Marcos Aurélio e Guilherme Aguiar, respectivamente, o atleta da ADEVIBEL, Raimundo Anjos ficou com o bronze.

Médio, João Silva, da ADEVIBEL faturou o ouro, Rafael Santos, da ACERGS, ficou com a prata. O bronze foi para dois atletas, Wellamann Brito, também da ACERGS, e Alessandro Braga da ADV VALE.

Pela categoria adulta, destaque para os ouros de Victoria Silva – atleta que faturou medalha de bronze no mês passado nos Jogos Mundiais Escolares da IBSA, em Colorado – e de Antônio Tenório, tetracampeão Paraolímpico (1996, 2000,2004 e 2008) e grande ídolo do Judô Brasileiro.

Nas finais realizadas após a abertura do evento, os resultados obtidos no feminino, foram:

Ligeiro, ouro para Karla Cardoso, do CESEC, prata para Andreia Cardoso, da ADVIMS e bronze para Luiza Oliano, da ACERGS, e Luzia Santana, da ADVIMS.

Meio-leve, ouro para Michele Ferreira, da ADVIMS, prata para Christiane Moreira da ADEVIBEL, e Benilce Magalhães, da ADVIMS e Renatta Molina, do CESEC, ficaram com o bronze.

Leve, ouro para Lucia Teixeira, do CESEC, Claudimary Costa, da APADEVI, com a prata e o bronze com Marilia Oliveira do CAIRA e Erika Zoaga da ADVIMS.

Meio-médio, ouro para Barbara de Conceição, da CEIBC e prata para Tamires Rodrigues, da ADEVIBEL.

Médio, ouro para Victoria Silva, do CAIRA, prata para Kelly Assis, da ADEVIBEL, e bronze para Maria dos Santos, da ADVIMS e Sonia Velasco, da SFITC.

Pesado, ouro para Deanne Almeida, da ADEVIBEL, prata para Rosemeire Castilho do CAIRA. Giovana Pilla, da ACERGS, e Carolina da Silva, da ADEVIBEL, ficaram com o bronze.

No masculino, seguem também os resultados das lutas:

Ligeiro, ouro para Roberto Paixão, do J.C. Lara, prata para Rafael Martins, da CAIRA, e bronze para Rogerio Santos, do CIPD, e Wagner Moraes, do CESEC.

Meio-leve, ouro para Halyson Boto, da ADEVIRN, prata para Magno Gomes, do CIPD, e bronze para Mayco de Souza, da ADVEG, e Alessandro Lago, da CEIBC.

Leve, ouro para Eduardo Amaral, da CEIBC, prata para Denis Rosa, da ADEVIG, e bronze para Artur Silva, da ADEVIRN e Carlos Barbosa, da ADVIMS.

Meio-médio, ouro para Alessandro Oliveira, do CIPD, prata para Mosias Rocha, do CEIBC, e bronze para Ivanildo Carneiro, da SADEF e Harlley Arruda, do CIPD.

Médio, ouro para Roberto Silva, do J. C. LARA, prata para Rafael Moreira, da ADVIMS, e bronze para Roberto Medeiros, do CIPD e Bruno Garcia, da UNICEP.

Meio-pesado, ouro para Antônio Tenório, do I. Superar, prata para José Moreira, do CIPD, e bronze para Adivanildo Araújo, da APADEVI e Marcos Santos, do CESEC.

Pesado, ouro para Willians Araújo, da CEIBC, prata para Alexandre Silva, da SADEF, e bronze para Divino Aurélio Dinato, da ADVEG e Luciano Pereira, do CESEC.

Além da disputa em si por medalhas, os atletas que fazem parte da Seleção Brasileira puderam se preparar para os Jogos Parapanamericanos.

Para a realização do evento, a CBDV contou com o apoio do Comitê Paraolímpico Brasileiro e da INFRAERO.

Fonte: .br

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APADV Vence Regional Sul de Futebol de 5

A Associação de Pais e Amigos e Deficientes Visuais (APADV) foi campeã de forma invicta do Regional Sul de Futebol de 5 no último domingo depois de vencer na grande final a Associação dos Deficientes Visuais do Paraná (ADEVIPAR) pelo placar de 4 a 2. O torneio foi disputado do dia 27 a 31 de julho, no Ginásio Presidente Ciro, na cidade de São Paulo.

A final foi disputada entre as duas equipes que mais se destacaram na competição. A APADV chegou à decisão depois de vencer todos os jogos (inclusive a ADEVIPAR por 1 a 0), e a ADEVIPAR que só com uma derrota durante o torneio chegou a finalíssima querendo dar o troco na adversária.

A partida foi eletrizante. Logo aos dois minutos do primeiro tempo, Ronildo Alves fez o primeiro da APADV, 1 a 0. Quando todos imaginavam que seria um jogo fácil, aos 11, o camisa 10 da ADEVIPAR, Mauricio Dumbo, empatou a partida. O jogo era lá e cá, e logo depois de sofrer o empate, Beltrão Nunes, pôs a equipe paulista de novo na frente do marcador, 2 a 1. Com o fim do primeiro tempo, a APADV via o título se aproximar. No retorno das equipes após o intervalo, a ADEVIPAR voltou mais disposta. Aos 4 minutos Mauricio Dumbo mais uma vez igualou o marcador – era o oitavo gol do atleta na competição que assumia a artilharia isolada. A partida seguia com as duas equipes buscando a vitória. Até que a 13 minutos do fim, Ivan Freitas fez o terceiro gol da APADV. A partir daí, a equipe paulista soube administrar o resultado, e bloqueava todas as ações da ADEVIPAR. Já no final da partida, Ronildo Alves, que fez um belo campeonato, fez o quarto gol – se igualando na artilharia – e deu números finais ao jogo. Final de partida. APADV 4 x 2 ADEVIPAR.

Na disputa pelo terceiro lugar, a ADEVIG venceu a ACERGS por 2 a 0, com dois gols de Edmar Novaes – as equipes estarão na disputa da Copa Brasil Série B e Série A, respectivamente.

Além da ACERGS, a campeã APADV e a vice ADEVIPAR também já estavam classificadas para a Copa Brasil Série A, devido a classificação das três equipes no torneio nacional do ano passado. A AGAFUC ficou em quinto lugar na classificação geral da competição e se juntará a ADEVIG na Série B do nacional.

Nos destaques individuais a APADV ficou com dois prêmios – artilheiro e melhor goleiro. Na artilharia da competição, Ronildo Alves (APADV), ao lado de Mauricio Dumbo (ADEVIPAR), com oito gols cada foram os goleadores do torneio. O melhor goleiro do Regional foi Antônio Taffarel, atleta da APADV e da Seleção Brasileira. A revelação do campeonato veio da quarta colocada ACERGS, Luciano Oliveira ganhou o prêmio.

No total foram realizados 13 jogos, com sete equipes na disputa. Um total de 39 gols, média de três por partida. Confira o resultado das partidas.

Primeira fase (quinta-feira)

ADEVIG 0 x 0 AMADEVI ADEVIPAR 0 x 1 APADV CESEC 0 x 2 AGAFUC ACERGS 0 x 1 ADEVIG ADEVIPAR 2 x 0 AGAFUC

Primeira fase (sexta-feira)

APADV 9 x 0 CESEC ACERGS 2 x 0 AMADEVI ADEVIPAR 6 x 0 CESEC AGAFUC 1 x 2 APADV

Semifinais (sábado)

ADEVIG 0 x 2 ADEVIPAR APADV 3 x 0 ACERGS

3° Lugar (domingo)

ADEVIG 2 x 0 ACERGS

Final (domingo)

ADEVIPAR 2 x 4 APADV

Esse foi o último torneio regional do ano. Agora as equipes se concentram para as disputas da Copa Brasil Série A, que acontece de 3 a 8 de outubro, em João Pessoa, e Copa Brasil Série B, do dia 11 a 16 de outubro, na cidade de Goiânia.

Fonte: .br

***

Brasil Jogará o II Desafio Internacional de Futebol de 5

O II Desafio Internacional de Futebol de 5, torneio realizado pela CBDV com o apoio do Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB), das Loterias da Caixa e da Associação Niteroiense dos Deficientes Físicos (ANDEF), acontecerá entre os dias 6 e 11 de setembro, na ANDEF, em Niterói, no Rio de Janeiro. O evento serve como teste e preparação da Seleção Brasileira para os Jogos Parapanamericanos de Guadalajara, no México. Além da Seleção Brasileira, o torneio contará com a presença de mais três países: Argentina, Espanha e México.

O evento terá grandes jogos na disputa pelo ouro. O Brasil é o atual campeão do torneio e vencedor de inúmeros títulos, como, o bicampeonato paraolímpico (2004 e 2008) e o tri do mundial (1998, 2000 e 2010). Argentina e Espanha também possuem diversos títulos de expressão em sua história – os argentinos são bicampeões mundiais (2002 e 2006) e os espanhóis são detentores do maior número de títulos europeus – e o México está em grande evolução no esporte, iniciando um trabalho de fomento e desenvolvimento.

O torneio será decisivo para o técnico Ramon Pereira escolher os atletas que pretende convocar para o Parapan.

- O Desafio Internacional será a oportunidade de selecionarmos os dez jogadores que irão representar o Brasil no Parapan do México. Como segundo objetivo, vamos colocar em prática todos os sistemas táticos que estamos treinando e além de avaliar o comportamento dos atletas mais novos, mediante adversários internacionais – avaliou o técnico da Seleção.

A rivalidade é grande, e não será fácil vencer o desafio, mas o Brasil tem atletas como Jeffinho e Ricardinho, considerados um dos melhores do mundo, que podem fazer a diferença, além das outras estrelas da Seleção.

Na data de estreia do torneio, (06/09), restará somente 67 dias para o início dos Jogos Parapanamericanos, ou seja, um grande aperitivo para a equipe brasileira se preparar para os Jogos no México.

Os jogos de quarta, quinta e sexta-feira (07, 08 e 09/setembro) acontecerão às 15 horas o primeiro e as 16:30 o segundo. No sábado e no domingo, as semi finais e finais, acontecerão as 09 e às 11 horas.

Aproveitamos e convidamos a todos a comparecer e torcer pela nossa seleção. O twitter da CBDV também cobrirá o torneio em tempo real. Nos siga e fique por dentro de todas as informações (@cbdvonline).

Fonte: .br

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Rapidinhas Paraolímpicas

1. Além de Oscar Pistorius, também teremos um deficiente visual no mundial de Daigu. O irlandês Jason Smyth, velocista, correrá os 100 metros, prova que tem o tempo mínimo. Correrá com grandes nomes do atletismo mundial.

2. Vem aí os jogos Paraolímpicos Escolares... Em São Paulo, entre os dias 27 e 30 de agosto... Mais informações, .br.

.br

sandrolaina@.br

sandrolaina

sandrolaina

SANDRO LAINA SOARES

#19. CLASSIFICADOS CONTRAPONTO

COLUNA LIVRE:

1. Localização de Remédios – Utilidade Pública

Uma jóia que repasso aos amigos:

Basta digitar o nome do remédio desejado no site abaixo. Você terá também os genéricos e os similares de todas as marcas com os respectivos preços em todo o Território Nacional.

Como tudo que é bom não é divulgado, peço-lhes que divulguem aos seus.



2.Manuais de Instruções:

Encontre o seu manual de usuário, guia do usuário, manual de instruções ou manual do proprietário.



Nessa página você será capaz de, facilmente, encontrar os guias de instrução e manuais do usuário de que necessita.

3. Vacina anti- câncer

Já existe vacina anti- câncer (pele e rins).

Foi desenvolvida por cientistas médicos brasileiros uma vacina para estes dois tipos de

câncer, que se mostrou eficaz, tanto no estágio inicial como em fase mais avançada.

A vacina é fabricada em laboratório utilizando um pequeno pedaço do tumor do próprio paciente. Em 30 dias está pronta, e é remetida para o médico oncologista do paciente

Nome do médico que desenvolveu a vacina: José Alexandre Barbuto

Hospital Sírio Libanês - Grupo Genoma.

Contato:Telefone do Laboratório: 0800-7737327

(falar com Dra. Ana Carolina ou Dra. Karyn, para maiores detalhes)

.br

Por favor, divulguem esta vitória da medicina genética brasileira!

* Empresa Mudando Conceitos

Estou colocando no ar a partir de hoje, 17/03/2011, uma nova proposta de trabalho. Trata-se da empresa: "Mudando Conceitos”", uma empresa de prestação de serviço na área de cursos e formações de pessoas.

Essas pessoas serão devidamente capacitadas a trabalhar com deficientes visuais.

Para facilitar o contato dessa empresa com o seu público, colocamos à disposição

um blog onde iremos disponibilizar textos sobre recursos pedagógicos, bem como textos sobre as ferramentas que facilitam o ensino/aprendizagem de pessoas cegas no ambiente escolar e social.

Por isso, convido você a ser nosso parceiro neste novo caminho, conhecendo e divulgando a: "Mudando Conceitos”

Entrando em:



Atenciosamente:

Professor Giovani Machado.

"Conceito - Mudando Conceitos"; Capacitando para Cidadania e Inclusão Educacional.

Contatos Com: (Professor) Giovani Machado

e-mail pessoal: giovanim@

e-mail/MSN giovani.prof@

SKYPE: giovanim

Twitter: @giovani_prof

Celular: (Oi) 47-9656-4301:

Celular (Tim): 47-9932-9321

Blumenau - SC.

*Central de Atendimento do RJ

Inspirado no 311 de NY, será inaugurada hoje a Central de Atendimento do Rio, totalmente informatizada, que funcionará 24 horas/7 dias por semana.

Através dela, você poderá contribuir com a cidade, apontando qualquer problema do tipo: buraco na rua, lâmpada queimada, poda de árvore, sinais de trânsito, dengue, entre outros.

Ao relatar o problema, o cidadão receberá um número de protocolo e um prazo para a execução do serviço.

Basta ligar para o número 1746.

Caso esqueça o número, aí vai uma dica:

1 representa a cidade que você mais ama e 746 as letras "R-I-O" respectivamente no teclado do telefone convencional.

Assim como você, também buscamos um Rio melhor!

Mais informações, entre no site:

1746..br

* Material Especializado

Amigos,

Disponho de material especializado para deficientes visuais e desejo divulgar a lista do mesmo para os interessados.

1 -- Agulha de fundo falso para costura, pacote com 12 agulhas: R$10,00

2 -- Baralho adaptado, 2 jogos: R$12,00

3 -- Bengala dobrável em alumínio, com 5 gomos (diferentes tamanhos): R$35,00

4 -- Bengala dobrável em alumínio, com 7 gomos (diferentes tamanhos): R$40,00

5 -- Bolsa com 4 divisórias para separar cédulas, unisex, na cor preta: R$5,00

6 -- Calculadora de bolso, com tampa, voz, (em espanhol): R$60,00

7 -- Elástico roliço, no. 5 para bengala (2 m): R$ 2,00

8 -- Estojo com bloco em espiral, para reglete de bolso: R$8,00

9 -- Etiqueta adesiva, para escrita braille, pacote com 10 unidades: R$1,00

10 -- Fita métrica adaptada: R$6,00

11 -- Guia para assinatura em alumínio: R$3,00

12 -- Papel para escrita braille, gramatura 150, pacote com 100 folhas: R$8,00

13 -- Ponteira completa para bengala (ponteira e protetor): R$3,00

14 -- Protetor para ponteira de bengala em borracha, pacote com 10 unidades: R$5,00

15 -- Protetor para ponteira de bengala em plástico, pacote com 10 unidades: R$5,00

16 -- Punção em madeira: R$5,00

17 -- Punção em plástico, modelo anatômico: R$5,00

18 -- Punção em plástico, modelo sextavado: R$5,00

19 -- Reglete com base em madeira e régua em alumínio, com 4 linhas e 27 celas: R$45,00

20 -- Reglete de bolso em alumínio, com 4 linhas e 15 celas: R$30,00

21 -- Reglete de bolso em alumínio, com 4 linhas e 20 celas: R$35,00

22 -- Reglete de mesa em plástico, com 29 linhas e 33 celas: R$25,00

23 -- Régua plana para leitura (visão reduzida): R$25,00

24 -- Relógio de pulso com fala em português: R$35,00

25 -- Relógio despertador de mesa com fala em português: R$50,00

As encomendas deverão ser feitas para:

Carmen Coube

Rua das Laranjeiras, 136, apto. 1306

bairro Laranjeiras, Rio de Janeiro RJ

CEP: 22240-000

pelo e-mail:

carmencoube@.br

ou ainda pelos telefones:

(0xx 21) 22-65-48-57 e(0xx 21) 98-72-36-74

PS. Anuncie aqui: materiais, equipamentos, prestação de serviços...

Para isto, contacte a redação...

#20. FALE COM O CONTRAPONTO

CARTAS DOS LEITORES:

* From: Eni

Prezados companheiros, meu nome é Eni Kindermann, moro em São Paulo, sou deficiente visual total e gostaria de passar a receber este interessante e bem elaborado jornal. Não sei que dados mais são necessários para o cadastro, mas estou à disposição

para enviá-los assim que solicitados. Meu e-mail é:

eni2159@.br e meu tel. de contato é: (11) 8035-3130

Parabéns por este trabalho de suma importância!#

***

Salve Enir,

Uma honra para nós que fazemos o Contraponto tê-lo no nosso cadastro.

Ps. Você encontra todos os números do Contraponto no site da Associação:

.br - Procure o link Contraponto.

Grande abraço

Valdenito de Souza - editor

*De: "Carla Maria"

Acabo de chegar do município de Raul Soares, na Zona da Mata mineira e achei por bem relatar o que vi. Para começar, fui chamada para aqueles famosos cursos de braille de 40 horas, distribuídas em uma semana, apenas (coitados dos alunos). Mas este não foi o ponto alto da questão.

A turma era boa, interessada, inteligente e superou as expectativas deste tipo de curso, indo bem além do que normalmente conseguimos dar e apresentando boa escrita e leitura. Porém, o que quero ressaltar é a situação do curso. Não fui a este agradável município, de gente simpática e bem humorada, a pedido da Secretaria de Educação e sim a pedido daAPAE, único órgão que parece estar preocupado com três cegos em

idade escolar existentes no município, um de 15, outro de 6 e outro de 5 anos, que existem na cidade. O de 15 tem atendimento no São Rafael uma vez por semana, quando o carro da prefeitura pode levar (são quatro horas da cidade até Belo Horizonte). Até eu chegar na cidade, não havia lá ninguém que soubesse uma letra de braille.

Os professores têm muita vontade de aprender tudo e acabei dando umas dicas sobre alfabetização, indicando materiais que eles poderiam solicitar ao Instituto para

ajudá-los e, agora, eles querem aprender sorobã. Eles têm plena consciência de que isso é muito pouco mas se a prefeitura sequer enviou professores para o curso q a APAE organizou, o q os meninos podem esperar dela? Assim será a inclusão que nossos alunos terão, sempre seguindo o lema q o governo não divulga, mas defende: Quanto pior,

melhor.

Um abraço

Carla.

***

Parabéns professora Carla por relatar este episódio, que é sintomático, emblemático, exprimindo por si o que virá pela frente, se algo urgente não for feito.

Valdenito de Souza - editor

---

* Cadastro de Leitores: Se você deseja ser um leitor assíduo de nosso jornal, envie uma

mensagem (solicitando inscrição no cadastro de leitores), para:

contraponto@.br

* Todas as edições do Contraponto estão disponibilizadas no site da Associação dos

Ex-alunos do IBC

(.br), entre no link " contraponto"

* Participe (com criticas e sugestões), ajudem-nos aprimorá-lo, para que, se transforme

realmente num canal consistente do nosso segmento.

* Venha fazer parte da nossa entidade:

Associação dos Ex-Alunos do Instituto Benjamin Constant (existem vários desafios

esperando por todos nós).

Lutamos pela difusão e socialização ampliada de atividades, eventos e ações voltadas

para Defesa dos Direitos dos Deficientes Visuais.

* Acompanhe a Associação dos Ex-alunos do I B C no Twitter: @exaluibc

* Faça parte da lista de discussão dos Ex-alunos do I B C, um espaço onde o foco é nos deficientes visuais e seu universo.

(Você pode se inscrever via site da associação: .br)

* Solicitamos a difusão deste material na Internet: pode vir a ser útil para pessoas que

você sequer conhece.

*Redator Chefe:

Valdenito de Souza, o nacionalista místico

Rio de Janeiro/RJ

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