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Comunidades do Niassa
6/2012, Agosto
Diocese de Lichinga, C.P.111, 90100
Lichinga – Niassa
Caros leitores,
A revista “Comunidades do Niassa” convida os leitores a participarem activamente no envio de material, para um melhoramento qualitativo da nossa revista. Aceitamos críticas e observações relacionadas com os assuntos da mesma.
Tomemos como nosso este veículo de formação e informação que a Diocese coloca ao nosso dispor para assim podermos crescer mais em Igreja.
Com fraternais saudações,
A Equipa Coordenadora
CARTA DO BISPO
Caríssimos irmãos
Estamos próximos do Ano da Fé e o nosso ANO JUBILAR está inserido nesta caminhada.
Com estas celebrações tão significativas quero tentar comunicar algumas reflexões sobre a fé: quero abrir a porta da fé.
O Papa Bento XVI decidiu lançar o Ano da Fé que iniciará no dia 11 de Outubro de 2012, por ocasião dos 50 anos da abertura do Concílio Ecuménico Vaticano II e terminará na solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo REI DO UNIVERSO, a 24 de Novembro 2013.
“No dia 11 de Outubro de 2012, lembraremos também os 15 anos da publicação do Catecismo da Igreja Católica, texto promulgado pelo meu predecessor, o Bem-aventurado João Paulo II para iluminar todos os fiéis da força e da beleza da fé. Este Documento autêntico fruto do Concílio Vaticano II foi auspicado pelo Sínodo Extraordinário dos Bispos de 1985 como instrumento ao serviço da catequese e foi realizado mediante a colaboração de todo o Episcopado da Igreja católica”.
E a Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos é convocada, no mês de Outubro do 2012, sobre o tema: “A nova evangelização para a transmissão da fé cristã”.
Será uma ocasião propícia para introduzir toda a Igreja a um tempo de particular reflexão e descoberta da fé.
Pela Fé, Maria acolheu a palavra do Anjo e acreditou no anúncio que se tornaria Mãe de Deus na obediência da sua dedicação (Lc1,38). Visitando Isabel, elevou o seu hino de louvor ao Altíssimo para as maravilhas que realizava a quantos a Ele se confiam (Lc 1,46-55). Com alegria e trepidação deu à luz o seu único Filho, mantendo intacta a sua virgindade (Lc 2,6-7). Confiando em José seu esposo, levou Jesus para o Egito para o salvar da perseguição de Herodes (Mt 2,13-15). Com a mesma fé seguiu o Senhor na sua pregação e ficou com Ele até ao Gólgota (Jo 19,25-27). Com fé, Maria saboreou os frutos da ressurreição de Jesus e, guardando cada lembrança no seu coração (Lc 2,19.51), o transmitiu aos Doze reunidos no Cenáculo para receber o Espírito Santo (Act 1,14; 2,1-4).
Pela Fé, os Apóstolos deixaram tudo para seguir o Mestre (Mc 10,28). Acreditaram nas palavras de Jesus que anunciava o Reino de Deus presente e realizado na Sua Pessoa (Lc 11,20). Viveram em comunhão de vida com Jesus que os instruía com o seu ensinamento, deixando-lhes uma nova regra de vida com a qual teriam sido conhecidos como seus discípulos depois da sua morte (Jo 13,34-35). Pela Fé foram pelo mundo inteiro, seguindo o mandato de levar o Evangelho a toda a criatura (Mc 16,15) e, sem qualquer temor, anunciaram a todos a alegria da ressurreição da qual foram fiéis testemunhas.
Pela Fé, os discípulos formaram a primeira comunidade reunida à volta do ensino dos Apóstolos, na oração, na celebração da Eucaristia, colocando em comum quanto possuíam para sustentar as necessidades dos irmãos (Act 2,42-47).
Pela Fé, os mártires doaram a sua vida, para testemunhar a verdade do Evangelho que os tinha transformado e capazes de chegar até ao dom maior do amor e do perdão dos seus próprios perseguidores.
Pela Fé, mulheres e homens consagraram a sua vida a Cristo, deixando qualquer coisa para viver em simplicidade evangélica: a obediência, a pobreza e a castidade, sinais concretos da espera do Senhor que não tarda a chegar.
Pela Fé, tantos cristãos promoveram uma acção a favor da justiça para tornar concreta a palavra do Senhor, que veio para anunciar a libertação da opressão e um ano de graça para todos (Lc 4,18-19).
Pela Fé, no curso dos séculos, homens e mulheres de todas as idades, cujo nome está escrito no Livro da vida (Ap 7,9; 13,18), confessaram a beleza de seguir o Senhor Jesus, onde eram chamados, a dar testemunho do seu ser cristãos: na família, na profissão, na vida pública.
Pela Fé, vivemos nós também: para o reconhecimento vivo do Senhor Jesus, presente na nossa existência e na história.
O Ano da Fé será também uma ocasião propícia para intensificar o testemunho da caridade. Paulo lembra: “Agora permanecem três coisas: a fé, a esperança e a caridade. Mas a maior de todas é a caridade!” (1Cor 13,13).
Com palavras ainda mais incisivas e fortes - que desde sempre empenham os cristãos – o apóstolo Tiago afirma: ”De que vale, irmãos, que alguém diga que tem fé, se não tiver obras? Acaso essa fé poderá salvá-lo? Se um irmão ou uma irmã estiverem nus e precisarem de alimento quotidiano, e um de vós lhes disser: ”Ide em paz, tratai de vos aquecer e de matar a fome mas não lhes dais o que é necessário ao corpo, de que lhes aproveitará? Assim também a fé: se ela não tiver obras, está completamente morta. Mais ainda: poderá alguém alegar sensatamente: “ Tu tens a fé, e eu tenho as obras; mostra-me a tua fé sem obras, que eu, pelas minhas obras, te mostrarei a minha fé (Tiago 2,14-18)
A fé sem a caridade não dá fruto e a caridade sem a fé seria um sentimento constantemente duvidoso.
Fé, e caridade caminham juntas, assim que uma permite à outra de actuar o seu caminho.
Muitos cristãos, de facto, dedicam a sua vida com amor a quem vive sozinho, marginalizado ou excluído como o primeiro ao qual dedicar-se e sustentar, porque é nele que se reflete o rosto de Cristo. É pela fé que reconhecemos em quantos pedem o nosso amor, o rosto do Senhor ressuscitado.
“Tudo o que fizestes a um destes meus irmãos mais pequenos, o fizestes a mim” (Mt 25,40): estas palavras são uma advertência a não esquecer e um convite perene a lembrar aquele amor com o qual Ele toma conta de nós. É a fé que permite reconhecer Cristo e é o seu amor que puxa a socorrer o próximo no caminho da vida.
Sustentados pela fé, olhamos com esperança o nosso compromisso no mundo, na esperança de: “os novos céus e uma nova terra, nos quais habita a justiça” (2Pe. 3,13; Ap 21,1).
+ Elio Greselin, Bispo
ANO JUBILAR – ANO DA FÉ
O que caracteriza o cristão é antes de mais a fé, isto é, a adesão ao Deus único e vivente, explicado, narrado de maneira definitiva por Jesus, o Messias e Senhor.
A fé é um dom que vem de Deus. Escreve Paulo em 2Tess 3,2: «Nem todos têm fé», mas ela habita, somente, naqueles que Deus a concedeu. «A fé nasce da escuta» - escreve sempre São Paulo, e por isso, é necessário que a palavra de Deus chegue ao coração do homem e vivifique a fé.
Mas a fé, deve ser acolhida pelo homem, porque é o homem que acredita. É também um acto humano, um acto da liberdade do homem que responde a Deus que chama: «Não é Deus mas o homem que acredita», disse justamente Karl Barth. Assim a fé é uma escolha do homem que envolve todo o seu ser pessoal, manifestando-se como um acto humaníssimo e vital que tende à vida, é entrar numa relação viva com um outro.
Fé é dizer: Ámen, é assim; eu aceito, dou confiança, confio plenamente em alguém.
Quando se fala de fé, precisa-se de ter atenção em não pensar e a acreditar, imediatamente, em verdades, em dogmas (aquela que o teólogos definem fides quae!); não, devemos pensar na fé como aquele acto, do qual nos testemunham as sagradas escrituras, que consiste em colocar o pé no seguro (Sl 20,8-9; 125,1; Is 7,9), no confiar como um menino que se amamenta no seio da sua mãe (Is 66,12-13), seguro nos seus braços (Sl 131,2).
Dito isto, queria tentar apresentar um caminho ligado à fé como necessidade humana. Alguém pode ficar maravilhado por este caminho, mas estou firmemente convencido de que seja necessário para dar um fundamento concreto aos discursos mais teológicos.
Saio deste ponto elementar: não pode existir autêntica vida humana, humanização, sem fé. Como seria possível viver sem confiar em Alguém? Nós homens, somos diferentes dos animais. Saímos incompletos do útero da mãe, e para chegarmos ao mundo e crescer como pessoas precisamos de Alguém no qual depositamos a fé e a confiança. Quantas acções da nossa vida precisam de fé? É possível crescer sem ter confiança em Alguém, a partir dos pais? É possível percorrer uma história de amor sem ter confiança no outro?
É significativo que, numa história de amor, as pessoas sentem-se, primeiro, noivos, isto é, pessoas que dão e recebem confiança; depois sanciona-se a história de amor mediante um anel, chamado, não por acaso, fé.
Em toda a vida, nós homens e mulheres devemos ter fé, dar confiança, acreditar em Alguém.
Quando entramos na plenitude das relações, mais pessoais e íntimas como nas sociais e públicas, devemos confiar, dar credibilidade, acreditar em alguém. Em breve, não é possível ser homens sem acreditar, porque crer é a maneira de viver a relação com os outros; e não é possível nenhum caminho de humanização sem os outros, porque viver é sempre viver com e através do outro.
É por esta humanidade constituída pela fé, que hoje devemos confessar que a crise da fé inicia na crise do ato humano do crer, que se tornou difícil e muitas vezes contraditório.
Experimentamos dificuldades em acreditar no outro, estamos pouco dispostos a dar confiança ao outro, não ousamos acreditar no outro até ao fundo. Experimentámo-lo em cada dia: porque se prefere a convivência ao matrimónio? Porque se tornou tão difícil a história perseverante no amor? Porque sofremos, muitas vezes, por causa da separação, do apagar-se da aliança do amor humano ou da aliança estreita dentro de uma vida comunitária? A verdade é que já não somos mais capazes de pôr o acto humano de crer. Verdade é que, perante aquela celebração da fé e do compromisso que é o matrimónio, o pensamento que atravessa a mente, muitas vezes, é:” Até quando durará?”
Nós não acreditamos no amor, contradizendo assim na definição lapidária dos cristãos dada pelo Apóstolo João: ”Nós acreditamos no amor (1Jo 4,16)!”
A quem se queixa da crise de fé em Deus, sou tentado responder: “Mas como é possível acreditar em Deus que não se vê, se não acreditamos no outro, no irmão que se vê (1Jo 4,20)?”
A partir deste carácter humaníssimo do movimento da fé-confiança, nasce também a nossa fé em Deus, aquele Deus que nos últimos tempos nos falou definitivamente mediante Jesus (Hebr 1,1-2), através do seu modo de viver, as suas palavras, a sua morte e ressurreição. Para conhecer a Deus, o cristão deve conhecer o homem Jesus Cristo, deve escutá-Lo, como proclama a voz do Pai no coração da página da transfiguração: “Este é o meu Filho, muito amado: escutai-O!” (Mc 9,7).
Compreendido isto, pode-se entender, em profundidade, quanto escreve São Basílio nas Regras Morais: “O que é mesmo a fé? Plena adesão, sem dúvida, à verdade das palavras inspiradas por Deus… O que é próprio daquele que acredita? Conformar-se com plena adesão ao significado das palavras da Escritura e não operar cortes ou juntar qualquer coisa. Se, de facto, tudo o que não procede da fé é pecado, como diz o Apóstolo: mas a fé nasce da escuta e a escuta da Palavra de Deus, então tudo o que é fora da Escritura inspirada, não nascendo da fé, é pecado “ (Regras Morais 80,22).
Temos que ser realistas: partilhar com outros homens e mulheres, procurar um mundo mais humano, possuir horizontes de esperança e de fraternidade é partilhar, é adesão a um Deus vivente e operante na história que nos espera depois da morte para uma vida eterna com Ele.
Mas só os cristãos acreditam que um homem foi o rosto de Deus, que um homem foi a incarnação e a humanização de Deus, que Ele só narrou o Deus invisível. Eis a irreduzível singularidade cristã!
Os cristãos são os que escutam Jesus Cristo, o amam, o esperam como Senhor que chega glorioso no fim da história, o confessam homem como nós, mas vindo de junto de Deus Pai, seu Filho, e por isso, procuram viver a sua vida, seguindo os seus caminhos, estar com perseverança na sua presença e sequela.
Sim, somos cristãos porque seguimos a Cristo e a nossa vida se diz cristã porque inspirada em Cristo, vivida como Ele viveu.
Ao centro da fé cristã, está Jesus de Nazaré: deve-se conhecer Jesus “ segundo as Escrituras (1Cor 15,3.4), deve-se acreditar Nele, escutá-Lo, segui-Lo.
Nas outras religiões é o livro, é o ensinamento que polariza toda a atenção e o amor, ou, talvez, é o caminho ascético que dá garantia de conseguir o fim; no Cristianismo, ao contrário é Jesus, no Evangelho (Mc 10,29), é Ele o caminho para chegar a Deus (Jo 14,6) e é por Ele que todos os legítimos afectos humanos têm valor (Lc 14,25-27). Um trecho do Budismo diz: “Se encontras o Buda pela estrada, mata-o”, isto é, o amor para o Mestre pode ser obstáculo para a sua mensagem. No Cristianismo ao contrário dizemos: “Se encontrares Jesus, terás a vida eterna (Jo 6,68; 1Jo 1,2).
O Baptismo, sacramento da vida cristã, deveria ser compreendido assim: o homem é imergido em Cristo, isto é, envolvido na morte de Cristo, morre com Ele, com Ele é sepultado, com Ele é vivificado, com Ele é ressuscitado, com Ele está sentado à direita do Pai (Rm 6,3-8); Col 2,12; Ef 2,6).
O Batismo é imersão da vida mundana em Cristo, é saída das águas como nova criatura (2Cor 5,17); a partir daquele momento é Cristo que vive nele (Gal 2,20).
Quem é portanto o cristão?
É aquele que ama o Senhor sem O ter visto e, sem O ver, acredita n’Ele, responde o apóstolo Pedro (1Pdr. 1,8). O cristão é aquele que, seguindo a Jesus como discípulo, permanece e habita n’Ele. A vida cristã é vida em Cristo: mas sabemos bem, que esta vida conquista-se a um alto preço, mas é também realidade escondida, não sempre visível e evidente, por vezes até realidade ameaçada e camuflada pela incredulidade que permanece em nós.
Possuir a fé não quer dizer estar isentos de dúvidas, não significa caminhar à luz da visão (2Cor 5,7), tão pouco ser imunes das tentações. Os evangelhos, testemunham que a fé pode vacilar, pode tornar-se frágil (Mt 17,20), por vezes, pode faltar, desmoronar, tornar-se incredulidade (Mt 13,58; Mc 6,6; 9,24; 16,14).
Porém, se a nossa fé fosse real e concreta (como um grão de mostarda), seria capaz de deslocar as montanhas (Lc 17,6), (Mt 17,20).
A fé cristã é adesão a Jesus Cristo, ligação com a sua pessoa, obediência aos seus ensinamentos, mas é também envolvimento na sua existência humana, porque a maneira de viver de Jesus é uma vida humana autêntica que Ele quis ensinar-nos (Tt 2,12), aquela existência que era revelação e narração do Deus invisível no Antigo Testamento; mas no novo testamento é amor, vida vivida em Jesus (1Jo 4,8.16) e por Jesus. Eis porque Basílio diz: “ É próprio do cristão a fé que opera mediante o amor.
+ Elio Greselin - Bispo
PEREGRINAÇÃO A MASSANGULO A PÉ EM DIREÇÃO AO PAI E AOS IRMÃOS
No dia 19 de Julho, eu juntamente com 52 jovens, partimos de Lichinga com destino a Massangulo numa experiência inesquecível.
Para mim, esta peregrinação foi muito especial. Fez-me sentir perto das pessoas que jamais imaginava ter alguma ligação.
O tempo de oração “A Saudação a Maria” foi muito importante para mim, pois foi daí que ganhei mais vontade de recordar as lindas palavras…”Ide anunciar o evangelho, eu estarei contigo até ao fim do tempo, porque sem mim nada podes fazer, porque de mim terás toda a força para anunciá-Lo; porque tu sozinho não és nada e comigo és tudo”.
À medida que ia caminhando sentia-me mais perto do Senhor pois tinha a certeza que Ele me esperava; relembrando as suas palavras ia ganhando mais força para chegar ao fim.
Durante esta peregrinação vi lugares históricos bonitos, conversei com outras pessoas, e pela noite com a fogueira acesa sentávamo-nos em redor, e ouvindo as palavras de Jesus sentia-me cada vez mais próximo do Senhor. Senti que o Espírito Santo estava em cada um de nós… foi uma sensação única, só quem lá estava é que consegue perceber o quanto foi bom!
Cada dia tinha mais vontade de continuar a caminhar. Não me sentia abandonado por Ele. Não me sentia cansado. Assim o Senhor manifestava o seu amor.
Esta peregrinação deixou-nos muitas lembranças e grandes, que nos fazem acreditar no amor de Cristo. Aprendi a conviver com os outros, partilhando experiências e a fazer o bem. Isto foi muito marcante para mim, pois senti o amor da Virgem Maria que estava em cada passo do caminho da peregrinação. A forma como nos acolheram em todos os lugares, os nossos irmãos, veio demonstrar uma inexplicável união e fez-nos acreditar que em Cristo somos todos irmãos.
Para terminar, é de louvar a iniciativa desta peregrinação. Um grande agradecimento para a Irmã Maria José e o Irmão que foram maravilhosos connosco, sem esquecer o nosso Pai e Mãe que nos mostraram o quanto a vida é bela quando bem vivida.
Só Deus se basta a si próprio mas Ele prefere contar contigo. Sê amigo Dele e verás o quanto é bom estar com Ele.
Benjamim António - Cerâmica (coordenador dos jovens)
DIOCESE DE LICHINGA EM FESTA JUBILAR
Nos dias 21 e 22 de Julho de 2012, a Diocese de Lichinga conheceu um dos momentos mais ímpares da sua existência. Havia razões mais do que suficientes; pois inaugurava solenemente as comemorações dos 50 anos da sua fundação (21 de Julho de 1963 - 21 de Julho de 2013).
Por decisão de Dom Élio Greselin, Bispo da Diocese, a festa inaugural aconteceu no Santuário de Nossa Senhora da Consolata de Massangulo (1ª Missão Católica do território do Niassa), ao qual afluíram centenas de fiéis vindas de todas as Paróquias da Diocese. Dentre os fiéis presentes em Massangulo pode-se destacar um grupo de 53 jovens e adultos que, liderado pela Irmã Maria José (Congregação Teresiana), partiu de Lichinga a 19 de Julho e percorreu 98 Km a pé até Massangulo, em apenas dois dias e meio, cantando e bendizendo a Deus e a Virgem Maria por nos ter dado o Cristo Salvador. Foi uma experiência nunca antes vivida na nossa Diocese e espera-se que seja repetida por mais seguidores da Fé.
A partir das 12 horas, do dia 21 (Sábado) caravanas de peregrinos concentravam-se no cruzamento do ex-quartel militar de Massangulo, e às 16 horas partiram em longo cortejo para o Santuário da Nossa Senhora da Consolata, rezando o rosário e cantando os cânticos marianos tendo como seu guia a imagem de São José, Padroeiro da Diocese.
Já em frente da Igreja, o Senhor Bispo, que dirigiu pessoalmente o cortejo orante, apresentou o programa e convidou os presentes a participarem no Sacramento de Reconciliação que daí a momentos começaria, como parte integrante para o início do Jubileu.
Às 20 horas deu-se início à Celebração Eucarística que marcou o ponto alto da vigília, cuja Liturgia foi animado pelo coro Santa Cecília da Sé Catedral, seguida de Adoração ao Santíssimo por grupos, que se prolongou até às 6 horas da manhã do dia 22 (Domingo). Diga-se que muita gente passou a noite acordada pois havia muito com que se ocupar, tudo pela glória do Senhor.
A Missa inaugural do 50º aniversário da Diocese de Lichinga deu início pelas nove horas, quando sua Excia Governador da Província, Senhor David Marizane chegou a Massangulo, acompanhado pela Secretária Permanente do Governo Provincial, Senhora Verónica Langa. A grande Igreja de Massangulo foi pequena demais para acolher tanta gente que ali convergiram de todos os quadrantes da Província e não só, há quem diga que também estavam alguns Malawianos. Com a Fé não há fronteiras.
Durante a mesma Celebração fo-ram ordenados dois Diáconos dio-cesanos, nomeadamente, Marcelino Manuel e Luis Lino, e com a leitura das suas biografias deu-se início à Santa Missa, tendo o Bispo como principal celebrante, ladeado de numerosos sacerdotes das diversas congregações ao serviço do Evangelho na Diocese.
Num momento antes de Homilia, o prelado apresentou o lema das celebrações de bodas de ouro da diocese, que se resume nas significativas palavras: “A Família Renova a sua Fé e Anuncia o Evangelho” .
O Senhor Bispo aproveitou este lema para explicar o Conteúdo do documento sinodal dos Bispos Africanos, no qual o Santo Padre insiste na necessidade dos Africanos pegarem na Igreja com as suas próprias mãos, de forma a preservá-la e perpetuá-la por meio das vocações missionárias cujo viveiro é a família.
Exortou igualmente aos governantes para a necessidade de verem a pessoa humana, não apenas sob ponto de vista material, mas também espiritual e moral, pois esta é à imagem e semelhança do Deus criador; deste modo, e só compreendendo esta última componente seriam mi-norados os males que infelizmente grassam sobre a sociedade Mo-
çambicana.
O Senhor Governador focalizou os esforços que as Igrejas, principalmente a católica, tem desenvolvido na formação da pessoa humana para a altura dos vários desafios do desenvolvimento da Província e do País, evidenciando a faculdade da Agronomia e de outros cursos profissionais da universidade Católica.
No fim da Missa, houve um almoço de confraternização com a presença dos familiares dos novos servidores do povo de Deus, que receberam o sacramento da Ordenação Diaconal naquela manhã.
Paulo Amisse - Paróquia de Nzinje
CONSELHO PASTORAL DIOCESANO
De 15 a 16 de Maio 2012 realizou-se o Conselho Diocesano Pastoral de Lichinga, em Cuamba, nas instalações do ESAM, presidida pelo Sr. Bispo, D. Elio Greselin. Estavam presentes 78 membros: sacerdotes, dois seminaristas, irmãs, animadores paroquiais e representantes dos projectos e das comissões.
Depois da Eucaristia, presidida pelo Sr. Bispo, deu-se início à primeira sessão do encontro.
O Vigário da Diocese, Pe. Joaquim Lopes saudou os participantes e apresentou a agenda desta assembleia. Fez-se a apresentação das paróquias, e dos representantes das comissões e projectos.
O Sr. Bispo fez a abertura oficial do encontro com umas palavras de boas-vindas e apelando aos párocos que apresentasse a caminhada deste ano: a nível de formação, auto-sustentabilidade e a vida das comunidades. Esta deveria ser feita com autenticidade, objectiva e sinté-tica.
Deu-se seguimento ao primeiro ponto da agenda: a apresentação dos relatórios das paróquias, das comissões e dos projectos.
Terminada a apresentação da vida das paróquias o Pe. Joaquim explicitou um pouco o contexto das comunidades de Cóbué devido às distâncias e ao difícil acesso a essas mesmas.
O Sr. Bispo reforçou a necessidade de missionários e da permanência de um sacerdote nesta paróquia, de forma a dar uma assistência contínua.
Temos de ter consciência de uma pastoral de conjunto. Evidenciando também a necessidade de uma pastoral ao mundo muçulmano, havendo uma inter-comunicabilidade entre a igreja e o Islamismo.
Também salientou, que deveria haver uma maior motivação e empenho por parte dos animadores e sacerdotes na dinamização do dízimo.
“A Diocese tem projectos que ajudam como caminhada da Igreja, no entanto, há um caminho a fazer. Todos nós devemos dar contas dos projectos e fazê-lo com o máximo de transparência possível” reforçou D. Elio.
Um dos grandes pontos deste encontro era reflectir no caminho espiritual e pastoral que a diocese quer fazer durante este ano.
O jubileu da diocese será um marco forte de vivência espiritual na nossa caminhada como diocese. O ano jubilar terá a sua abertura em Massangulo, no 21 de Julho de 2012 e encerrará no dia 21 de Julho de 2013.
O ano da fé será também um ponto forte a trabalhar, assim como, o documento África múnus.
O Pe. Dário, director do Secretariado da Diocese fez algumas considerações acerca do mapa estatístico, ofertórios e da revista do Niassa tanto a nível da colaboração dos artigos assim como da economia. D. Elio acrescentou (...) “Temos que tomar consciência de que a revista é nossa, é para nós e a colaboração tem de vir de nós tanto a nível económico como a nível da colaboração do envio de notícias.
Quero que esta chegue a todas as comunidades e é importante a colaboração e o empenho de todos”.
O Sr. Bispo salientou que o pagamento das despesas relativas aos seminaristas deve ser também um contributo por parte das famílias. A diocese não tem que suportar continuamente estes gastos.
As paróquias devem-se organizar. “Aquelas paróquias que são mais pobres talvez não consigam contribuir, mas as que mais podem devem ajudar estas. Não deve existir a comunidade rica e a comunidade mais pobre. Numa igreja diocesana não pode haver a distinção entre ricos e pobres. É bom que esta ideia se vá tornando uma norma, uma vez que, cada dia há mais padres diocesanos”.
E terminando duma forma conclusiva salientou-se os seguintes desafios para este ano:
-O pagamento do dízimo por parte dos cristãos deve ser encarado como uma questão de responsabilidade, de compromisso e de maturidade, devendo sempre ser paga;
- Rever os estatutos do PAD e do ESM;
- A equipa económica deve planear as suas reuniões de modo mais assíduo para uma melhor gestão económica;
- As paróquias devem caminhar para uma auto-sustentabilidade e autonomia.
- Reforçar, durante este ano, a formação a todos os níveis;
- Maior transparência na gestão dos projectos.
- A diocese durante este ano deve caminhar à luz do Ano Jubilar e dos temas acima propostos.
No final deste encontro, o Pe. Joaquim, despediu-se com palavras de agradecimento por todo o carinho, amizade e apoio, expressando: “Parto com alegria, generosidade e com vontade de dar o meu melhor e deixar a nossa diocese bem”. Agradeceu emocionado a todos os presentes da assembleia apelando à oração de todos.
Finalizámos este encontro com uma Eucaristia, dando graças a Deus, por estes dias de trabalho e por tudo o que é dom e vida da nossa Diocese.
Lichinga, 16 de Maio de 2012
A COMUNHÃO E A PARTILHA DE BENS CAMINHO PARA O AUTO-FINANCIAMENTO DA COMUNIDADE CRISTÃ
Introdução
Num diálogo improvisado no refeitório da minha casa fui, em meses passados, interrogado acerca da economia das missões. Puseram-me a seguinte pergunta: porque é que no passado (remoto e recente), as missões tinham uma boa estabilidade económica e hoje em dia não o têm? A pergunta foi acrescentada com uma outra pergunta muito mais abrangente da primeira; o que foi que mudou na missão?
Neste artigo tentaremos, não dar uma resposta às anteriores perguntas, mas sim umas pautas para entender as mudanças da missão e o seu impacto na economia das missões. Procuraremos igualmente, orientar umas vias para promover a comunhão e a partilha de bens como caminho para a auto sustentabilidade das comunidades cristãs.
1. A história como mestra de vida
A comunhão de bens como característica da comunidade
As primeiras comunidades cristãs, a começar da comunidade de Jerusalém, caracterizaram-se pela comunhão de bens, pretendia-se nesta partilha, suprir as necessidades de cada um (Actos 2. 42-45). Deste modo, a evangelização assumiu um rosto muito particular porque ao lado do anúncio estava o exercício da caridade até ao ponto que não havia ninguém necessitado (Actos 4. 34).
Mais tarde, ao lado da comunhão de bens entraram as colectas especiais para atender as necessidades da comunidade e ajudar aquelas comunidades mais necessitadas; neste sentido devemos entender a colecta para a Igreja mãe de Jerusalém (II Cor. 8. 1-15; e todo o cap.9)
Novos tempos e novos paradigmas missionários
Durante a idade média e o tempo moderno a Conceição da missão mudou radicalmente e com ela os meios de financiamento da mesma. Com a intervenção directa do Estado, quer ao tempo da conhecida donatio santi Petri e Paolo (doação de S. Pedro e de S. Paulo) (idade media) quer sob o Padroado (em tempos modernos) o Estado assumiu a responsabilidade de financiar o envio dos missionários, de construir os templos e as obras necessárias para a evangelização e de garantir a sua manutenção; isto a câmbio dos privilégios concedidos pelos Papas.
No caso concreto de Moçambique, a Igreja nasceu sob a égide do Padroado o que lhe foi de garantia para que a construção das suas Igrejas e das inúmeras obras de caridade contassem não só com pessoal missionário, senão também com meios económicos para o seu normal desenvolvimento.
Importa dizer que enquanto o padroado garantia o bom andamento da missão os
missionários procuravam envolver os cristãos nas obras de caridade e de
crescimento da comunidade.
Com o aparecimento do Estado moderno a situação financeira da igreja começou a mudar. Ao mudar o paradigma da missão mudou o envolvimento dos cristãos na comunidade e a auto sustentabilidade económica da evangelização e das obras da Igreja sofreu um revés ainda não superado.
Sob o novo tempo e o novo paradigma o Estado interveio no seio da Igreja no sentido de confiscar os seus bens, questionar o papel da igreja na sociedade e na expulsão dos missionários; processo este que prosseguiu com a posterior declaração da separação dos poderes e a laicização do Estado.
No contexto dos novos paradigmas e das suas respectivas mudanças a situação económica da igreja encontrou as suas dificuldades porque não só perdeu o financiamento do Estado, mas também muitas das suas obras e do seu pessoal missionário.
2. Situação em Moçambique
A situação anteriormente descrita viveu-se igualmente em Moçambique e a igreja não foi poupada dos vaivéns políticos da Metrópole. Houve momentos de intensa unidade e colaboração Igreja-Estado e outros momentos da história em que a ruptura se fez sentir em todos os âmbitos da vida da igreja e da situação económica das missões.
A situação deteriorou-se radicalmente com o advento da Independência nacional (1975) do carácter marxista-leninista que assumiu o Estado, com as nacionalizações (1977) e a posterior guerra civil que concluiu com a assinatura dos Acordos Gerais de Paz (1992). Neste período de tempo a Igreja em Moçambique perdeu junto do pessoal missionário as suas obras de caridade, de promoção humana; as instituições educativas e da saúde que eram, em parte, as que lhe garantiam o financiamento da sua incansável acção apostólica e a manutenção do pessoal missionário.
3. A situação actual
Poderíamos dizer que desde 1968 até ao presente estamos num constante processo de instabilidade social, política, religiosa-missionária e económica causadas por uma mudança não só de época quanto de paradigma; situação que se agravou ainda mais, com a crise financeira mundial que vivemos nos nossos dias.
Esta situação de mudanças, de novos paradigmas e de crise financeira a vivemos também em Moçambique e o seu impacto negativo reflecte-se também na vida das comunidades cristãs que sofrem tanto uma diminuição estatística dos seus efectivos quanto uma redução económica e financeira para a sua acção evangelizadora e de promoção humana.
4. E agora, como é que a comunidade cristã pode superar a crise económica e chegar a sua auto-sustentabilidade?
Considero que todo este discurso pode-se resumir em três propostas:
A primeira: Voltar às origens
É necessário que as comunidades cristãs de hoje em dia voltem os olhos e o coração à prática das primeiras comunidades cristãs: voltar às origens, ao tempo da partilha e da comunhão de bens.
Um pouco por todas as partes fala-se da necessidade que a igreja tem de alcançar a auto-sustentabilidade económica das paróquias e das suas obras; assim o pregoa o II Sínodo especial dos bispos para África quando na sua proposição nº 31 chama a atenção dos cristãos para globalizar a solidariedade como alternativa à globalização. Também os bispos da Conferência Episcopal de Moçambique (CEM) no seu Plano Trienal de Pastoral (2011-2013) propõem que na formação dos Agentes da Pastoral se trabalhe sobre a auto-sustentabilidade da Igreja local de onde resulta o desejo de que se organizem cursos de gestão e contabilidade, implementar o dízimo e promover o sentido da partilha entre os cristãos.
Os párocos nas Paróquias também sentem a necessidade de que se organizem alternativas para a auto-sustentabilidade da Paróquia e de suas obras.
Mas este sonho não o podemos conseguir se antes não trabalharmos no sentido de voltar às origens, de fazer como faziam os primeiros cristãos, isto é: promover a comunhão e a partilha de bens para socorrer os necessitados, para atender as diferentes necessidades da vida pastoral e administrativa da comunidade cristã.
A segunda: Promover a corresponsabilidade e a eclesiologia de comunhão.
Chegou o momento de que na Igreja, na Paróquia se fale das questões financeiras não como um argumento aleatório, do que é melhor falar o menos possível e de forma isolada, mas como um elemento integrante e que faz parte das estratégias pastorais. Ao lado desta urgência temos que ser claros em promover mais a eclesiologia da comunhão; isto é: que todos os cristãos se sintam chamados a participar nas discussões, no discernimento como processo de tomada de decisões e nas despesas que a actividade religiosa da vida cristã comporta.
Para que os fiéis sintam a necessidade de serem corresponsáveis com a sua Paróquia e façam a comunhão de bens requer-se: criar consciência de que a Igreja com todo o seu empenho na evangelização e nas obras de promoção humana é um bem público no que vale a pena investir. Daqui a necessidade de que a gestão da Paróquia gaste bem os dinheiros, de forma transparente austera e feita com critérios éticos; informar periodicamente os cristãos acerca do andamento financeiro da Paróquia no que se refere a receitas e despesas relacionadas com a actividade religiosa (bens necessários para a realização da evangelização e o culto, gastos do pessoal e de escritório).
Terceira: Promover novas iniciativas de comunhão económica
São Paulo escrevendo aos Coríntios agradece pela generosidade da colecta para os Macedónios (II Cor. 9) lembrando-lhes de que quem pouco semeia, pouco colherá; mas quem semeia com generosidade com generosidade também colherá.
A partir desta motivação e no espírito da partilha e da comunhão de bens, as Paróquias devem promover campanhas especiais de solidariedade, de corresponsabilidade para com os doentes e pobres da comunidade, assim como com o financiamento da actividade evangelizadora e de manutenção dos ministérios e das obras da Igreja. O relançamento do sentido do ofertório dominical e do dízimo deveriam ser dois modos concretos a serem institucionalizados em todas as comunidades cristãs com o compromisso de que os encarregados de recolher e de administrar esses bens façam bom uso dos mesmos e informem à comunidade.
Assim, as Paróquias não precisariam, no caso concreto de Moçambique, depender de projectos financiados do exterior para a sua sobrevivência e no seu lugar, aproveitarem da comunhão e partilha dos cristãos de outras latitudes para promover obras de desenvolvimento social e comunitário; como universidades, centros de desenvolvimento agrário, hospitais; entre outras.
Pe. Álvaro López, IMC
ENCONTRO NACIONAL DOS DIRECTORES DO SECRETARIADO DA PASTORAL NA BEIRA
Os directores dos secretariados Diocesanos de Pastoral a nível nacional reuniram-se na Beira dos dias 25 a 26 de Junho de 2012, para reflectirem sobre o plano pastoral da CEM: partilharem experiências pastorais, analisarem as melhores formas de divulgação do plano Trienal, sua implementação e definirem recomendações e linhas orientadoras para ser trabalhado.
O plano trienal, foi apresentado como sendo um documento orientador que estimule e inspire os planos de actividades pastorais de todas Dioceses.
Chegou-se à conclusão que não foi devidamente implementado o plano, devido à lentidão da sua divulgação, contudo, algumas dioceses deram alguns passos.
Deste encontro saíram as seguintes recomendações:
No ano 2012, continuar nas Dioceses a divulgação do plano trienal a todas Paróquias e suas comunidades Cristãs, bem como a todos os agentes Pastorais;
➢ Fazer estudo deste documento, nas Paróquias e comissões de carácter Diocesano, nas congregações religiosas (os) e na Cirmo/Conferemo.
Quanto à implementação do plano Trienal decidiu-se:
➢ Redimensionar o plano para 2013 a 2015.
➢ Concluir ao longo do Triénio todos os temas incluídos no plano nacional;
➢ Criar em cada Diocese um espaço próprio para a avaliação anual do plano nacional;
➢ Promover um encontro anual no mês de Julho com todos os Bispos, directores de Secretariado e algumas comissões diocesanas na província eclesiástica ou a nível nacional para avaliação e partilha de experiencias.
Comentou-se sobre o Ano Fé que terá a sua abertura no dia 11 de Outubro de 2012, pelo Santo padre. A nível da Igreja Moçambicana, ficou acordado o dia 14 de Outubro 2012 para todas Dioceses, e no dia 11 de Novembro haverá uma celebração a nível da Conferência Episcopal.
No âmbito desta vivência foi proposto o seguinte lema: “Viver e testemunhar a fé no Moçambique de hoje”. Como auxílio salientou-se o uso do catecismo da Igreja Católica e Vaticano II e a Exortação Apostólica Pós-Sinodal divulgando-a por todas as Paróquias, comunidades, escolas e universidade católica, assim como encontros de formação nas zonas, formação dos catequistas e jovens.
Pe. Eurico Dário
OS CONSAGRADOS NO 1º DIA DE MAIO EM LICHINGA
Reflexão sobre a Comunhão Eclesial e o Compromisso de África
É apelo do Papa Bento XVI, aos missionários, missionárias, todos os consagrados e todos os responsáveis da Missão de Cristo na África, leigos e leigas.
Todos os participantes, mesmo enquanto presentes, “sentiam saudades uns dos outros”. Todos sentiam a necessidade de se abraçarem, de unirem as mãos, as ideias e os corações para trabalhar em comunhão eclesial. Algo falta: algum pequeno sacrifício - para encontros de diálogo, de troca de experiências, de programações, de partilha de iniciativas, de encorajamento mútuo e de partilha da alegria, para que sejam consagrados ao serviço deste povo.
Porque os caminhos pouco frequentados…nasce-lhe o capim e quem sabe, espinhos! Depois custa passar sobre eles; custa praticar a comunicação e custa o trabalho de conjunto. A Comunhão Eclesial parte da comunhão de ideias, da inter-ajuda em actividades, da valorização do trabalho e esforço de todos, do compromisso mútuo de arregaçar as mangas para trabalhar e assumir o presente e o futuro da nossa Igreja. Cada um fará o que puder, como quer, quando quer, e como diz Bento XVI, isto pode levar à infeliz competição com o objectivo de realçar quem trabalha melhor do que o outro na Igreja de Cristo.
Pessoalmente, fiquei entusiasmado. Rezo a Deus para que encontros desses se repitam mais vezes: “permanecei unidos no amor e na Missão de Cristo”.
Solidarizamo-nos com os Missionários da Consolata. Lamentamos o assassinato do Rev. Pe. Valentim, em Maputo. Rezamos pela alma dele, encorajamos os nossos irmãos missionários da Consolata, a quem devemos muito na evangelização do Niassa. Exigimos justiça, mais segurança e ética-moral na nossa sociedade moçambicana. Rezamos pela alma do Frei Horácio que morreu de acidente em Maputo. Rezemos pelas Vocações e continuemos a encorajar aquelas que Deus nos concede.
Pe. João Baptista Amide
CENTRO CULTURAL BETÂNIA
O Centro Cultural Betânia da Paróquia de Cuamba, é uma iniciativa de organização e coordenação de diversos programas de carácter sócio-cultural, de promoção humana e de Evangelização. Entre os projectos que o Centro Cultural Betânia pretende coordenar está o programa mulher que compreende os seguintes âmbitos de acção: Alfabetização em língua Macua (a língua Local) e em Português (a língua Nacional), culinária (programa a partir do qual pretendemos ajudar a mulher a utilizar os produtos locais para melhor os aproveitar e balancear a dieta alimentícia), costura (como apoio ao cuidado das coisas de casa para ajudar na economia familiar). Pretendemos então ensinar beleza e micro-emprendimento.
Todo o projecto mulher (o sector privilegiado do centro cultural) visa promover a mulher e capacitá-la para que faça frente, com decisão e autonomia, aos desafios da vida moderna, para que ganhe um espaço de acção e decisão na sociedade Macua que embora sendo de carácter matrilineal é aparentemente exclusivista em relação à mulher.
Outros projectos que o Centro cultural vai coordenar são: o projecto educando a saúde (programa de educação preventiva em saúde para crianças e suas respectivas mães), projecto valorizando a memória (programa orientado para o sector idoso através da criação do clube dos idosos, recolhendo e valorizando a memória histórica dos nossos velhos).Este último projecto integra programas como recolha da memória histórica, lendas, contos, e possível publicação destes trabalhos. Outro dos nossos programas é cultura cidadã (pretendemos com este programa chegar a um público mais vasto através de palestras, encontros de informação e formação e de carácter inter-religioso); outra das componentes do nosso projecto é o mundo juvenil e adolescente. Para eles temos em funcionamento uma Biblioteca comunitária e uma sala equipada com computadores com ligação à internet, mas agora queremos ampliar os serviços da Biblioteca introduzindo material mais especializado para o sector universitário (faculdade de agrária que funciona em Cuamba e os programas de educação vindos desde Nampula) a estes serviços que já estão em acção integraremos o programa de teatro e dança.
O centro cultural não é apenas um edifício, antes uma diversidade de programas direccionados ao serviço da população de Cuamba, no Niassa- Moçambique. O centro está a cargo da Paróquia de São Miguel e está a ser promovido pela Equipa missionária constituída por 15 pessoas entre pessoas vindas de fora e locais.
Em Moçambique 51,9% (10.702.238) da população é feminina (censos 2007), dentro destes dados o nível de alfabetismo é mais elevado entre as mulheres do que entre os homens, sendo que em 2001 a taxa de analfabetismo feminina era de 71,2%, de onde resulta que na Província do Niassa sob um total de 1.169.348 habitantes, 594.756 são mulheres o que representa 50,9% (censo 2007). A taxa de analfabetismo a nível de província é de 76,3%. No Distrito de Cuamba sobre 185.386 habitantes, 92.885 são mulheres, um pouco mais de 50%, sendo na sua maioria jovens 41.029 entre 15 a 49 anos (43%); entre as quais pode dizer-se, segundo a experiência de campo, que 75% são analfabetas, especialmente na zona rural.
Constata-se que sobre a mulher recai uma grande responsabilidade de economia familiar, são elas envolvidas na produção económica, sendo que para 2000 e 2001, 78,5% das mulheres encontravam-se economicamente activas, sendo que 42.3% trabalham por conta própria (dados do Instituto Nacional de Estatística, Mulheres e Homens em Moçambique, Junho 2003, p. 20 a 23).
Cuamba, 16 de abril de 2012
Coordenação do Centro Cultural Betânia
VIVER É UMA ARTE
Transformar o sofrimento de Cristo em fonte de paz
Quando olhamos em redor, percebemos logo que há uma constante na vida humana: “o sofrimento”. E este tema pode levar-nos a melhor reflectir e encarar a vida presente. Quanta angústia e dor que mancham o coração de cada pessoa? Vamos ao concreto: temos as memórias e imagens das catástrofes naturais, como as secas, os ciclones, as cheias, os terramotos, incêndios, guerras, como escrevem alguns políticos (os que vivem pelas armas, pelas armas morrerão). Tudo isso, muitas vezes, provoca migrações.
Façamos menção da mensagem de Sua Santidade Bento XVI, quando escreve para o dia Mundial do Migrante e do Refugiado, 2012: “as migrações, dentro ou para fora da nação, como solução para a busca de melhores condições de vida, ou fugir de eventuais perseguições, produziram uma mistura de pessoas e de povos sem precedentes e com novas problemáticas, do ponto de vista, não só humano, mas também ético, religioso e espiritual”. Não obstante, o sofrimento atinge todos. E é frequente as pessoas sentenciarem-se ao slogan “nasci para sofrer”. Mas não sofrem a mente, nem a fisionomia. Daí fica o trabalho ao nosso critério: como mobilizar a gente para juntos lutarmos contra a pobreza absoluta, que assola em algumas camadas sociais.
Porém, sabemos quão facilmente, nestas últimas décadas, a ciência e a tecnologia têm conseguido neutralizar a dor física (uso de maquinarias). Mas o sofrimento faz sentir-se sempre e sem excepção de pessoas: o jovem sofre por ser jovem; sofre o velho por ter idade avançada; sofre o pobre por ser pobre; sofre também o rico por ser rico. Por tudo isto, merece ser dito que o sofrimento é um “manjar” que jamais faltará na mesa da festa da vida humana, se não olharmos o irmão com olhos de amor.
Pe. Bernardo Diquissone
PAPEL DO EDUCADOR CRISTÃO
O Educador é Educador do Reino de Deus, do Deus da vida revelado no caminho do Ser Educador, e não fora dele, pois é justamente no caminho que se aprende a fazer e a ser. A missão é partilha: dar e receber, aprender e ensinar. É um caminho que é construído na proximidade com outro, calçando as suas sandálias. Ser Educador cristão é caminhar no caminho do despojamento, da criatividade, da autonomia responsável, é itinerância e busca, é proclamação de esperança e denúncia de toda a injustiça, é escuta e testemunho é, no entanto, uma radical entrega da própria vida ao projeto de Deus. Assim o educador não tem medo de possíveis perseguições, manifesta confiança e entrega total a Deus que nos unge da coragem necessária para fazer uma educação humana e cristã de qualidade.
A Educação é essencialmente um acto missionário. A força primordial vem dos discípulos de Jesus, ao qual nós hoje damos continuidade da nossa forma, aceitando o convite de dialogar com o universo globalizado que criou uma estrutura de dominação, a hegemonia do mercado, o forte processo de exclusão, o pluralismo cultural que não deixam de ser uma contradição da globalização, são fatores que desarticula as iniciativas educacionais, mas não o suficiente, porque somos educadores cristãos que acreditamos num mundo mais humano, solidário e fraterno.
O Educador Cristão deve desenvolver a capacidade de dialogar, que é um pré requisito básico para conhecer a comunidade educativa da qual faz parte, ser humilde e evitar a agressão arrogante, colocar-se numa atitude de aprendiz diante do contexto educacional. Diálogo que é escuta, consciência, humildade, flexível para a mudança, que é de igualdade e edificador. A principal missão é servir, o gesto humilde de ser servo, é conhecer e sintonizar-se com a experiência do outro para ter condições de dar uma luz. Deve perguntar-se a si mesmo se o meu aluno está a aprender ou não? Está a ser um professor de verdade, ou está a demitir-se das suas responsabilidades? Será professor por vocação ou é a única alternativa para o ganha pão?
Ser educador cristão é considerar que o mundo não pára em mim, ele é movimento, processo. O Educador é convidado a dar continuidade para que as crianças, jovens e adultos possam viver mais e com melhores condições e acima de tudo consciente. A missão é elevar o povo a uma cultura mais crítica e libertadora.
Vivemos dentro dum contexto histórico oral, onde o diálogo e a partilha escrevem a história e não a escrita propriamente dita. Logo o oral torna-se memória coletiva e é uma forma de fazer a leitura da realidade. Os contos tradicionais, as informações e notícias circulam mesmo sem os livros, jornais, televisão. O nosso povo é rico na linguagem oral, pobre na linguagem escrita. Porém, historicamente a inclusão e a igualdade surgem com o saber ler, escrever e calcular o que proporciona ascender a classes mais elevadas do conhecimento. O educador cristão tem o compromisso de garantir eficazmente este processo de ensino-aprendizagem.
Reforço que ser educador cristão é ter o ministério da escuta bem desenvolvida, ir ao encontro dos seus alunos, tentar conhecer o seu passado, a sua história de vida familiar e pessoal. É obrigação primeira de o educador bater pé, estar junto, conversar para instaurar um processo de libertação social.
O acto educativo é muito mais do que uma ajuda humanitária em favor dos pobres e desprezados. É acima de tudo compromisso radical com a justiça e a vida e por isso o Educador Cristão anuncia, denuncia e pronuncia a palavra profética para a libertação holística do ser humano.
Felipe André Angst
Director da UCM – Extensão Lichinga
INFORMAÇÕES
- O Pe. Joaquim foi para Maputo como formador do seminário filosófico de S. Agostinho.
-No dia 10 de Junho de 2012, o bispo da diocese de Lichinga fez a reabertura solene da paróquia de Cobué que antes estava sob a tutela da Paróquia de nossa Senhora de Assunção de Lago.
O Sr. Bispo apresentou o padre César Manuel Massimbo como novo pároco da paróquia de Cóbué e o Diácono Ermelindo Jonas como seu colaborador directo.
- Vinda de leigos de Portugal – Voluntariado.
- As irmãs de Jesus Crucificado deixaram definitivamente a paróquia de Metangula.
- O Pe. Rafael Sapato regressou definitivamente para a Diocese de Lichinga.
- 27 de Julho a 5 de Agosto o Sr. Bispo esteve em Nampula a orientar o retiro sobre Áfricae múnus, a padres e a religiosas.
- No dia 12 de Agosto foram nomeados e tomaram posse os sacerdotes: Pe. Eurico Dário, pároco da Sé Catedral e como vigário o Pe. Rafael Baciano Sapato; para a paróquia da Cerâmica, o Pároco Pe. João Baptista Amide e como vigário o Pe. Sapula Vachamuteco.
- No 7 de Outubro, na Diocese da Beira, será a sagração e tomada de posse do Arcebispo D. Claudio Dalla Zuanna. (Dehoniano).
AGENDA DO BISPO
Visita Pastoral do Bispo às Paróquias
|Nº |PARÓQUIA |CHEGADA |REGRESSO |
|1 |Marrupa |22/05/12 |27/05/12 |
|2 |Etatara |13/08/12 |19/08/12 |
|3 |Mepanhira |20/08/12 |26/08/12 |
|4 |Cuamba |27/08/12 |31/08/12 |
|5 |Maúa |01/09/12 |16/09/12 |
|6 |Mecanhelas |17/09/12 |23/09/12 |
|7 |Entre-Lagos |24/09/12 |27/09/12 |
|8 |Cuamba |28/09/12 |01/09/12 |
|9 | Cóbué |15/10/12 |21/10/12 |
|10 |Metarica |23/10/12 |28/10/12 |
|11 |Nipepe |29/10/12 | |
| |CEM |04/11/12 | |
| |Crisma na Sé Catedral |25/11/12 | |
|12 |Mandimba |26/11/12 |02/12/12 |
|13 |Nzinje |04/12/12 |09/12/12 |
|14 |Cerâmica |16/12/12 | |
|17 |Metangula |18/12/12 |23/12712 |
Índice
CARTA DO BISPO 3
ANO JUBILAR – ANO DA FÉ 5
PEREGRINAÇÃO A MASSANGULO A PÉ EM DIREÇÃO AO PAI E AOS IRMÃOS 9
DIOCESE DE LICHINGA EM FESTA JUBILAR 10
CONSELHO PASTORAL DIOCESANO 12
A COMUNHÃO E A PARTILHA DE BENS CAMINHO PARA O AUTO-FINANCIAMENTO DA COMUNIDADE CRISTÃ 15
ENCONTRO NACIONAL DOS DIRECTORES DO SECRETARIADO DA PASTORAL NA BEIRA 19
OS CONSAGRADOS NO 1º DIA DE MAIO EM LICHINGA 20
CENTRO CULTURAL BETÂNIA 21
VIVER É UMA ARTE 23
PAPEL DO EDUCADOR CRISTÃO 23
INFORMAÇÕES 25
AGENDA DO BISPO 26
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Contactos:
E-mail:diocesedelichinga@
E-mail da irmã Maria José: mjoses7@.br
E-mail do Pe. Dário: pedariombemba@
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