Macua.blogs.com



Propriedade da Sociedade Comercial de Notícias da Beira, S.A. Director Editorial : Artur RicardoEditorial Sexta-Feira, 1 de Fevereiro 2013Os riscos de nova coloniza??oPublicado em sábado, 23 Junho 2012O país comemora, na segunda-feira, os 37 anos da independência nacional, duramente conquistada das m?os dos colonialistas portugueses ao fim de dez anos da luta armada de liberta??o de Mo?ambique, encabe?ada pela FRELIMO. A independência é produto da coragem e determina??o que caracterizou os jovens da gera??o 25 de Setembro, os quais aceitaram sacrificar a sua juventude para lutar pela pátria. Se é verdade que temos todo o poder político nas m?os, o mesmo já n?o se pode dizer em rela??o ao poder económico. O país continua dependente do apoio externo em cerca de metade do Or?amento Geral do Estado. Somos, sim, os donos da terra, mas ainda n?o estamos economicamente em condi??es de decidir tudo o que queremos, facto que fica a dever-se a algumas imposi??es que nos s?o colocadas por doadores, para justificarem o seu apoio. Aliás, desde a proclama??o da independência, a 25 de Junho de 1975, ficou claro que a luta iria continuar pela conquista da segunda independência, a económica. ? verdade que o país já deu muitos passos nessa direc??o, em vários campos de batalha económica. Há muitos obstáculos que foram removidos, mas muita coisa há ainda por fazer, em particular na produ??o de alimentos, para se chegar ao cume da montanha. A luta do povo mo?ambicano deve ser no sentido de n?o permitir que sejamos, novamente, colonizados, n?o no campo político, mas económico. De algum tempo a esta parte, temos estado a assistir à entrada em massa, no país, de estrangeiros de várias origens, que se estabelecem em Maputo e noutras províncias. Eles est?o, a pouco e pouco, a conquistar espa?o e a controlar as coisas ante a apatia de todos. Há casos de portugueses que est?o a instalar-se, pela primeira, vez em Mo?ambique e outros que já cá estiveram no período da coloniza??o. Alguns deles s?o acusados até de estarem a comprar bilhetes de identidade que os qualificam como mo?ambicanos e ir?o disputar os recursos que o país tem em pé de igualdade com os verdadeiros donos da terra. Significa que v?o poder usufruir, quando chegar a altura, dos dividendos resultantes da explora??o dos jazigos de gás na bacia do Rovuma (Cabo Delgado), e em Inhambane, do carv?o de Moatize, em Tete, das areias pesadas de Moma (Nampula), de Chibuto (Gaza), e de tantos outros recursos naturais que têm sido descobertos um pouco por todo o país.No caso dos que haviam fugido do país porque n?o aceitavam ser governados por negros e que hoje abandonaram Portugal, a bra?os com uma grave crise económica, já est?o a contratar advogados na tentativa de lhes ajudarem a recuperar os seus bens nacionalizados pelo Estado entre 1976 e 1977, nomeadamente prédios de rendimento, fábricas e outros. Quem fala de portugueses, pode referir-se aos paquistaneses, nigerianos, congoleses e cidad?os de outras nacionalidades que têm estado a chegar ilegalmente ao país e que facilmente se inserem na sociedade e no mundo de negócios, aproveitando-se da fragilidade de algumas institui??es públicas e da corrup??o que afecta o país.Ainda que inconscientemente, estamos, a pouco e pouco, a hipotecar a nossa independência. Estamos, em última análise, a vender o nosso país aos peda?os, ao permitir que comunidades, cada vez mais fortes, de estrangeiros tomem o controlo das coisas, enquanto os verdadeiros donos do país est?o a ver o navio passar.No caso particular de Maputo, avenidas como a Joaquim Chissano, Guerra Popular, Acordos de Lusaka e outras est?o tomadas por cidad?os de origem asiática. Compraram uma parte significativa das casas que estavam à beira da estrada, destruíram-nas e em seu lugar montaram parques de venda de carros usados.Quer-nos parecer que estamos, de alguma forma, a perder o controlo da situa??o, a favor de estrangeiros. Somos de opini?o que, enquanto cedo, os mo?ambicanos têm que despertar e, acima de tudo, unirem-se à volta da causa nacional. N?o devemos permitir uma nova coloniza??o, a económica. Só que isso n?o se resolve falando, mas trabalhando, tomando atitude perante as coisas. ? preciso fazer valer a nossa identidade como mo?ambicanos, donos desta rica mas empobrecida terra. ................
................

In order to avoid copyright disputes, this page is only a partial summary.

Google Online Preview   Download