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Construir a casa: considerações preliminares

O projecto da habitação unifamiliar feito a partir de uma encomenda dos habitantes a um arquitecto é um processo que visa a diferenciação espacial e social e por isso, um processo em que se procura aderir a uma determinada forma e organização do espaço em detrimento de várias outras. No desenvolvimento desta solução arquitectónica específica, vocacionada para a espacialização de um modo de vida e de uma estrutura familiar, tanto quanto para uma particular interpretação do sítio e do contexto social e cultural, a definição da encomenda que baseia o projecto acompanha todo o percurso de concepção espacial. Este artigo faz uma abordagem ao processo de encomenda e concepção da habitação unifamiliar com o objectivo de compreender os conteúdos do programa que motiva a procura da forma arquitectónica, os contextos sociais e culturais que transportam as referências dos actores e ainda os processos que organizam o desenvolvimento do projecto da habitação unifamiliar.

Ao falarmos da construção de uma casa referimo-nos em geral à sua construção física. Podemos no entanto, estar também a falar sobre o processo mental de construção da casa, que precede a sua edificação material e que, em geral, corresponde à fase do seu projecto.

Mesmo antes da sua existência concreta, a casa já é objecto de uma construção afectiva e identitária. Desde uma ideia primeira, modelada por colagens e fragmentos da vida ou da memória, desde o impulso da mudança e da vertigem sentida perante aquilo que é diferente, desde a necessidade que condiciona, desde o desejo de uma casa nova que mais não é senão o desejo de uma vida nova, a casa está sempre em construção.

Assim, embora seja um trabalho delimitado no espaço e no tempo, a fase de projecto de uma habitação desenvolve-se com base em realidades, em dimensões e em ideias que podem ser tão distantes quanto abstractas. Elas formam um universo de referências que importa conhecer e comunicar quando se projecta uma nova casa, especialmente no caso em que o projecto de Arquitectura é desenvolvido com base numa relação directa entre o arquitecto e o cliente encomendante.

Fortemente marcado pela interacção e pela ideia de singularidade, o projecto da habitação unifamiliar encomendada representa uma forma particular e muito pontual de produção arquitectónica, que tem contribuído para alimentar a reflexão em torno da relação perfeita que se crê poder existir entre o modo de vida dos habitantes e o espaço físico da habitação.

Esta reflexão surge como um pensamento paralelo à situação mais frequente nas sociedades actuais – a habitação colectiva ou individual concebida na ausência do futuro habitante. Nesta situação o espaço da habitação é oferecido ao habitante sem que este possa intervir nas escolhas que presidem à sua concepção e o projecto de Arquitectura é desenvolvido tendo em conta os critérios gerais de uso do espaço doméstico e as necessidades dominantes de uma população previamente definida. Perante o desconforto que sentem relativamente à indiferenciação das habitações resultantes deste processo, as famílias e os indivíduos procuram soluções espaciais mais coincidentes com o seu modo de viver e, sobretudo, procuram um envolvimento mais significativo na tomada de decisões relativamente ao espaço da sua casa. Encontram diferentes modos de o fazer: a auto-construção da casa individual que subsiste em diversos contextos, nomeadamente no mundo rural, a opção pela cooperativa de habitação (unifamiliar ou plurifamiliar) que oferece a possibilidade de escolhas limitadas, a transformação e adaptação de uma habitação preexistente, ou a encomenda do projecto de uma nova casa a um arquitecto. Em todas estas situações o futuro habitante procura uma forte identificação com a casa, que passa, entre outros aspectos, pela possibilidade de decidir no sentido da particularização, adaptação ou negação de um modelo espacial dominante em termos de habitação.

O projecto de uma habitação unifamiliar encomendada a um arquitecto pelos seus futuros habitantes representa uma situação tida como privilegiada para a concepção do espaço doméstico, embora seja minoritário no panorama da produção da habitação em Portugal, e revele também ele as suas fragilidades, quer ao nível da qualidade da relação que se estabelece entre o arquitecto e o seu cliente, quer ao nível da desejada diferenciação espacial.

Arquitecta Marta Cruz

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|Projectos de arquitectura |

|Quer construir uma moradia? |

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|Se comprou um terreno e pretende construir uma casa deverá seguir determinados passos para que o resultado seja efectivamente o mais próximo da sua casa|

|de sonho. Deverá começar por escolher e contratar os serviços de profissionais competentes, nomeadamente de um gabinete de arquitectura. |

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|dê o máximo de indicações sobre o que é a sua casa de sonho... |

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|Todas as construções novas, ampliações, demolições, alterações e reconstruções deverão ser licenciadas pela Câmara Municipal. O seu arquitecto será o |

|responsável técnico pelo projecto junto desta entidade e saberá quais os requisitos a que a sua nova casa deverá obedecer para cumprir os regulamentos. |

|Para obter, de forma vinculativa, um parecer sobre os condicionamentos à construção que recaem sobre determinado terreno deverá ser efectuado um pedido |

|de informação prévia. |

|Após a autorização da construção, a Câmara Municipal emite uma licença de construção, mediante o pagamento da respectiva taxa (estes valores são muito |

|variáveis de município para município). Para a escolha do empreiteiro deverá reunir referências de trabalhos já realizados e entregar aos empreiteiros |

|que vão apresentar proposta uma cópia do projecto de execução da casa. Deverá exigir um orçamento descriminado e a indicação dos prazos de obra e formas|

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|No final da obra deverá requerer à Câmara Municipal a emissão da licença de utilização. |

|Imobiliária |

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Curso de EFA – Nível Secundário

Início em Setembro 2008

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