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 APOSTILA DE CONTE?DO E EXERC?CIOSREDA??OSUM?RIOCAP?TULO 1 - O que é e como escrever uma reda??o?2EXERC?CIOS - CAP?TULO 13GABARITO - CAP?TULO 15CAP?TULO 2 – Tipos e Gêneros Textuais5EXERC?CIOS - CAP?TULO 29GABARITO - CAP?TULO 213CAP?TULO 3 - Narra??o14EXERC?CIOS - CAP?TULO 317GABARITO - CAP?TULO 321CAP?TULO 4 - Descri??o22EXERC?CIOS - CAP?TULO 423GABARITO - CAP?TULO 426CAP?TULO 5 - Introdu??o à Disserta??o26EXERC?CIOS - CAP?TULO 528GABARITO - CAP?TULO 532CAP?TULO 6 - Disserta??o-Argumentativa Aplicada32Capítulo 1 - O que é e como escrever uma reda??o?Introdu??o: o que é uma reda??o?Quando escrevemos um texto, estamos também fazendo uma reda??o, qualquer seja o seu tamanho ou conteúdo. Texto ou reda??o entende-se como um conjunto de palavras ou frases escritas, organizadas de modo a terem um sentido, transmitindo uma mensagem. Uma reda??o pode ser usada com diversos objetivos, desde convencer o leitor que um determinado ponto de vista é o certo, até a contar uma história. As possíveis estruturas de uma reda??o também s?o diversas.Nos materiais de reda??o do Voa! vamos aprender como podemos usar esse poderoso instrumento de diversas maneiras e da forma mais eficiente possível. Iremos ver algumas ferramentas para nos auxiliar nesse processo, além de classifica??es muito importantes para a nossa lío escrever uma reda??o de acordo com a Teoria da Comunica??o?Para escrever uma boa reda??o, primeiramente deve-se levar muito em conta a Teoria da Comunica??o. Segundo a teoria, existem alguns elementos fundamentais que necessitam ocorrer e interagir entre si para que uma comunica??o clara e eficiente consiga existir. Caso n?o haja um dos fatores, a comunica??o torna-se impossível. S?o elementos fundamentais da comunica??o:Emissor é aquele que emite (produz) a mensagem a ser passada;Receptor é aquele que recebe a informa??o, ele é o destinatário da mensagem;Contexto (Referente) é a situa??o ou o assunto ao qual a informa??o se refere;Mensagem é conteúdo a ser passado adiante;Canal é o meio de transmiss?o da mensagem, por onde ela é passada;Código é a forma com a qual a mensagem se organiza para que seja entendida;Processo da Comunica??oA Teoria da Comunica??o AplicadaLevando a Teoria da Comunica??o em conta, podemos botá-la em prática quando escrevemos uma reda??o. E para que, como emissores, nossa mensagem seja passada claramente ao receptor devemos nos atentar a todos os elementos.O estabelecimento de um contexto (referente) é muito importante, para que o receptor consiga se situar e compreender a mensagem de maneira integral. Em caso de problemas com o canal, a mensagem passa a ter muito ruído e fato n?o consegue ser transmitida claramente. Finalmente, o código é essencial para que a mensagem n?o apenas seja transmitida como recebida de forma inteligível.Por exemplo, quando estamos escrevendo uma reda??o no vestibular, a Teoria da Comunica??o está presente a todo momento. Nós, redatores, somos os emissores. A mensagem sendo transmitida é aquilo que escrevemos. O tema da reda??o dado pela banca é o contexto (referente). O código é a língua portuguesa. O canal é o papel no qual estamos escrevendo. E, finalmente, o receptor vai ser o nosso leitor, o corretor da reda??o.Por meio deste exemplo é fácil notar a import?ncia de dominar e compreender todos os elementos da comunica??o para que consigamos escrever uma excelente reda??o. Devemos aperfei?oar nossa técnica com a língua portuguesa (código), pois sem ela o nosso corretor n?o vai conseguir entender a nossa reda??o (mensagem). ? necessário compreender perfeitamente o tema da reda??o (contexto), do contrário n?o conseguiremos escrever uma mensagem condizente com o que está sendo pedido. Muito importante também é ter uma grande bagagem cultural, só assim é possível escrever uma reda??o profunda, e isso acaba se encaixando no elemento da mensagem.EXERC?CIOS - CAP?TULO 1Quest?o 1 - De acordo com a Teoria da Comunica??o, leia o quadrinho de Mafalda e assinale as alternativas como verdadeiras (V) ou falsas (F):a) ( ) No segundo quadrinho da tirinha, observamos um diálogo entre pai e filha.b) ( ) Ainda no segundo quadrinho, o homem assume a posi??o de emissor.c) ( ) O código utilizado pela garota (Mafalda) no último quadrinho é a língua portuguesa.d) ( ) Mafalda assume na história dois papéis do ato comunicativo: o primeiro de ouvinte e, o outro de emissora.e) ( ) O canal utilizado pelos personagens foi a internet.Quest?o 2 - Com base nos estudo sobre comunica??o humana, assinale a alternativa incorreta.a) ( ) A comunica??o só se efetiva quando o receptor entende o significado da mensagem.b) ( ) N?o há necessidade de se conhecer o código para compreender o significado de uma mensagem.c) ( ) As mensagens podem ser elaboradas com base em diversos códigos.d) ( ) Para entender bem um idioma, é preciso conhecer suas regras.e) ( ) A fala é o uso individual da língua pelos falantes de uma comunidade linguística.Quest?o 3 - Analise a situa??o transcrita, considerando os elementos do ato de comunica??o. Em seguida assinale a alternativa correta.Amir enviou um e-mail para sua esposa que está na ?frica. Esse e-mail contém as seguintes palavras: “Amor, chego em dois dias. T? com saudade! I Love you! Vc é D+. Beijos.”a) ( ) Os códigos, que o emissor usa, s?o apenas a língua portuguesa e o inglês.b) ( ) O canal utilizado pelo personagem é o meio físico ou virtual, que assegura a transmiss?o da mensagem. Nesse caso o e-mail encaminhado pelo internet.c) ( ) O receptor da mensagem é Amir.d) ( ) A mensagem, que é o conteúdo transmitido, constitui tudo o que foi escrito pelo emissor.e) ( ) O referente é o contexto, ou seja, o aviso da chegada de Amir da ?frica.Quest?o 4 - Leia o poema do poeta portug?es Fernando Pessoa:Mar português? mar salgado, quanto do teu salS?o lágrimas de Portugal!Por te cruzarmos, quantas m?es choraram,Quantos filhos em v?o rezaram!Quantas noivas ficaram por casarPara que fosses nosso, ó mar!Valeu a pena? Tudo vale a penaSe a alma n?o é pequena.Quem quer passar além do BojadorTem que passar além da dor.Deus ao mar o perigo e o abismo deu,Mas nele é que espelhou o céu.Fernando PessoaAgora interprete qual é cada um dos elementos da comunica??o no poema.GABARITO - CAP?TULO 11 - F, V, V, V, F.2 - Alternativa ‘b’.3 - Alternativa ‘d’.4 - Emissor: “nós, os portugueses; Mensagem: o poema integralmente; Código: língua portuguesa; Canal: linguagem escrita; Receptor: “o mar”; Contexto: o mar português.CAP?TULO 2 - Tipos e Gêneros TextuaisIntrodu??oDe maneira bem inicial, podemos dizer que todos os textos s?o classificados entre 3 principais tipos com diferente elementos cada, sendo eles: Narrativo, Descritivo e Dissertativo (Expositivo). Há também os gêneros textuais, categorias com características ainda mais particulares que podem ter diversas tipologias envolvidas.Neste capítulo, iremos estudar de forma bem superficial cada um dos tipos e também citaremos alguns gêneros, para que assim possamos nos aprofundar mais posteriormente.Tipos de TextoA tipologia textual é a forma de apresenta??o de um texto, tendo cada tipo características particulares. Também é possível que em um texto haja a mescla de mais de um tipo de texto. S?o os principais tipos de texto:Narrativo:O texto narrativo tem a inten??o de contar uma sequência de fatos e a??es, independente de serem fictícias ou n?o. A narra??o se organiza com alguns elementos característicos: um narrador que relata o fato para o leitor, um lugar e tempo determinados, e personagens que realizam diversas a??es;Descritivo:No texto descritivo predomina o retrato de uma pessoa, ambiente, paisagem ou objeto. O texto tem a inten??o de criar uma imagem que o leitor deve recriar em sua mente Deste modo, predominam no texto características, propriedades, particularidades que especificam e restringem o que está sendo descrito ao leitor;Dissertativo (Expositivo):O texto dissertativo tem como objetivo desenvolver determinado assunto. O autor pode se limitar a apresentá-o para o leitor, sem qualquer tipo de parcialidade no caso da exposi??o ou ent?o demonstrar seu ponto de vista e tentar convencer o leitor do mesmo no caso da argumenta??o;Injuntivo (Prescritivo):A palavra “injun??o” significa “ordem formal”, logo o texto injuntivo tem como objetivo passar ordens de forma clara e objetiva, estabelecendo recomenda??es ou orienta??es;Gêneros TextuaisDe acordo com suas características em comum, grupos de textos s?o classificados em diferentes gêneros. Essas características podem ser a tipologia, a inten??o do escritor, a estrutura, o tamanho ou até mesmo a origem do texto. Existem muitos gêneros e até subgêneros na língua portuguesa. Vamos ent?o ver alguns poucos gêneros importantes para a língua portuguesa:Romance:Com o predomínio da narra??o, romances surgiram da jun??o de diversos outros gêneros e contam histórias mais longas em que normalmente há diversos personagens;NovelaA novela tem extens?o menor que o romance, no entanto maior que o conto. A principal distin??o entre a Novela e o Romance é que na Novela o enredo é dividido entre diversos núcleos de personagens que interagem apenas em alguns momentos, já com o romance há apenas um núcleo principal;Conto:De tipologia predominantemente narrativa, no conto há uma narrativa breve e a cria??o de um universo ficcional. Possui sempre um narrador e também um núcleo restrito de personagens;Fábula:Textos curtos, escritos em prosa ou versos em que os personagens s?o animais que apresentam características antropomórficas, muito presente na literatura infantil. Características por apresentar uma moral explícita no seu desfecho;Poesia:A poesia é caracterizada pela presen?a do eu lírico, aquele que supostamente está passando a mensagem, podendo ser ele fictício ou n?o. Também possui sua estrutura bem definida, por meio de estrofes e versos, além da íntima liga??o entre a forma e o conteúdo;Artigo de Opini?o e Editorial:O artigo de opini?o e o editorial s?o textos que misturam a tipologia dissertativa e a argumentativa, sendo dissertativo-argumentativos. Possuem predomínio no meio jornalístico, sendo assim tem o objetivo de ao mesmo tempo informar e convencer o leitor de um certo ponto de vista. A diferen?a entre ambos é que, no caso do Artigo de Opini?o, há a express?o de um ponto de vista individual do escritor, sendo assim assinado; já no editorial, há a demonstra??o da opini?o de um grupo ou um setor, n?o possuindo assim uma assinatura do escritor;Diário:O diário é um gênero textual escrito em linguagem informal, sempre registra a data e, geralmente, tem o próprio escritor como destinatário. Normalmente é utilizado para apontar os acontecimentos importantes do dia a dia;Carta:A principal característica desse gênero textual é a existência de um emissor (remetente) e um receptor (destinatário). Normalmente cartas possuem sauda??es e despedidas;Cr?nica:Textos curtos, de predomínio narrativo, as cr?nicas focam no cotidiano com uma linguagem normalmente mais informal, tendo como objetivo causar uma reflex?o inesperada;Biografia:Texto narrativo em que o escritor conta a história de toda ou parte de sua vida (autobiografia) ou da vida de outra pessoa;Relato Pessoal:Texto narrativo e descritivo em que o escritor conta uma experiência própria que de alguma forma marcou sua vida por meio sentimental;Texto Instrucional:Tem o objetivo de informar ao leitor os procedimentos necessários para que se fa?a determinada a??o;Entrevista:? caracterizado pela presen?a de um um entrevistador e um entrevistado. Em sua estrutura possui perguntas feitas ao entrevistado, seguido das respostas, em forma de cita??o por serem a maneira explícita e integral que o entrevistado respondeu;Bula de Remédio: ? o texto que busca advertir e informar o consumidor de um determinado remédio das precau??es que ele deve tomar, a forma de se tomar o remédio e os possíveis efeitos colaterais;EXERC?CIOS - CAP?TULO 2Quest?o 1 (Universidade Estácio de Sá) - Preencha os parênteses com os números correspondentes:1. Narrar é o...2. Argumentar é o...3. Expor é o...4. Descrever é o...5. Prescrever é o...( ) Ato próprio de textos em que há a presen?a de conselhos e indica??es de como realizar a??es, com emprego abundante de verbos no modo imperativo.( ) Ato próprio de textos em que há a apresenta??o de ideias sobre determinado assunto, assim como explica??es, avalia??es e reflex?es. Faz-se uso de linguagem clara, objetiva e impessoal.( ) Ato próprio de textos em que se conta um fato, fictício ou n?o, acontecido num determinado espa?o e tempo, envolvendo personagens e a??es. A temporalidade é fator importante nesse tipo de texto.( ) Ato próprio de textos em que retrata, de forma objetiva ou subjetiva, um lugar, uma pessoa, um objeto etc., com abund?ncia do uso de adjetivos. N?o há rela??o de temporalidade.( ) Ato próprio de textos em que há posicionamentos e exposi??o de ideias, cuja preocupa??o é a defesa de um ponto de vista. Sua estrutura básica é: apresenta??o de ideia principal, argumentos e conclus?o.Quest?o 2 (ENEM) - Analise os fragmentos a seguir e assinale a alternativa que indique as tipologias textuais às quais eles pertencem:Texto I“Dario vinha apressado, guarda-chuva no bra?o esquerdo e, assim que dobrou a esquina, diminuiu o passo até parar, encostando-se à parede de uma casa. Por ela escorregando, sentou-se na cal?ada, ainda úmida de chuva, e descansou na pedra o cachimbo. Dois ou três passantes rodearam-no e indagaram se n?o se sentia bem. Dario abriu a boca, moveu os lábios, n?o se ouviu resposta. O senhor gordo, de branco, sugeriu que devia sofrer de ataque (…)”. (Dalton Trevisan – Uma vela para Dario).Texto 2“Era um homem alto, robusto, muito forte, que caminhava lentamente, como se precisasse fazer esfor?o para movimentar seu corpo gigantesco. Tinha, em contrapartida, uma cara de menino, que a express?o alegre acentuava ainda mais.”Texto 3Novas tecnologiasAtualmente, prevalece na mídia um discurso de exalta??o das novas tecnologias, principalmente aquelas ligadas às atividades de telecomunica??es. Express?es frequentes como “o futuro já chegou”, “maravilhas tecnológicas” e “conex?o total com o mundo” “fetichizam” novos produtos, transformando-os em objetos do desejo, de consumo obrigatório. Por esse motivo carregamos hoje nos bolsos, bolsas e mochilas o “futuro” t?o festejado.Todavia, n?o podemos reduzir-nos a meras vítimas de um aparelho midiático perverso, ou de um aparelho capitalista controlador. Há pervers?o, certamente, e controle, sem sombra de dúvida. Entretanto, desenvolvemos uma rela??o simbiótica de dependência mútua com os veículos de comunica??o, que se estreita a cada imagem compartilhada e a cada dossiê pessoal transformado em objeto público de entretenimento.N?o mais como aqueles acorrentados na caverna de Plat?o, somos livres para nos aprisionar, por espont?nea vontade, a esta rela??o sadomasoquista com as estruturas midiáticas, na qual tanto controlamos quanto somos controlados.SAMPAIO, A. S. A microfísica do espetáculo. Disponível em: . Acesso em: 1 mar. 2013 (adaptado).Texto 4Modo de preparo:1 Bata no liquidificador primeiro a cenoura com os ovos e o óleo, acrescente o a?úcar e bata por 5 minutos;2 Depois, numa tigela ou na batedeira, coloque o restante dos ingredientes, misturando tudo, menos o fermento;3 Esse é misturado lentamente com uma colher;4 Asse em forno preaquecido (180° C) por 40 minutos.Quest?o 3 (ENEM) Leia atentamente o anúncio e responda:MOSTRE QUE SUA MEM?RIA ? MELHOR DO QUE A DE COMPUTADOR E GUARDE ESTA CONDI??O: 12X SEM JUROS.Revista ?poca. N° 424, 03 jul. 2006.Ao circularem socialmente, os textos realizam-se como práticas de linguagem, assumindo fun??es específicas, formais e de conteúdo. Considerando o contexto em que circula o texto publicitário, seu objetivo básico é( ) Influenciar o comportamento do leitor, por meio de apelos que visam à ades?o ao consumo.( ) Facilitar o uso de equipamentos de informática pelas classes sociais economicamente desfavorecidas.( ) Defender a import?ncia do conhecimento de informática pela popula??o de baixo poder aquisitivo.( ) Definir regras de comportamento social pautadas no combate ao consumismo exagerado.( ) Questionar o fato de homem ser mais inteligente que a máquina, mesmo a mais moderna.Quest?o 4 (FUNCAB) - Leia o texto e assinale a alternativa de acordo com a quest?o:Internet e a import?ncia da imprensaEste artigo n?o é sobre a pornografia no mundo virtual nem tampouco sobre os riscos de as redes sociais empobrecerem o relacionamento humano. Trata de um dos aspectos mais festejados da internet: o empowerment (“empoderamento”, fortalecimento) do cidad?o proporcionado pela grande rede.? a primeira vez na História em que todos, ou quase todos, podem exercer a sua liberdade de express?o, escrevendo o que quiserem na internet. De forma instant?nea, o que cada um publica está virtualmente acessível aos cinco continentes. Tal fato, inimaginável décadas atrás, vem modificando as rela??es sociais e políticas: diversos governos caíram em virtude da mobiliza??o virtual, notícias antes censuradas s?o agora publicadas na rede, etc. Há um novo cenário democrático mais aberto, mais participativo, mais livre.E o que pode haver de negativo nisso tudo? A facilidade de conex?o com outras pessoas tem provocado um novo fen?meno social. Com a internet, n?o é mais necessário conviver (e conversar) com pessoas que pensam de forma diferente. Com enorme facilidade, posso encontrar indivíduos “iguais” a mim, por mais minoritária que seja a minha posi??o.O risco está em que é muito fácil aderir ao seu clube” e, por comodidade, quase sem perceber, ir se encerrando nele. N?o é infrequente que dentro dos guetos, físicos ou virtuais, ocorra um processo que desemboca no fanatismo e no extremismo.Em raz?o da ausência de diálogo entre posi??es diversas, o ativismo na internet nem sempre tem enriquecido o debate público. O empowerment digital é frequentemente utilizado apenas como um instrumento de press?o, o que é legítimo democraticamente, mas, n?o raras vezes, cruza a linha, para se configurar como intimida??o, o que já n?o é t?o legítimo assim…A internet, como espa?o de liberdade, n?o garante por si só a cria??o de consensos nem o estabelecimento de uma base comum para o debate.Evidencia-se, aqui, um ponto importante. A internet n?o substitui a imprensa. Pelo contrário, esse fen?meno dos novos guetos p?e em destaque o papel da imprensa no jogo democrático. Ao selecionar o que se publica, ela acaba sendo um importante moderador do debate público. Aquilo que muitos poderiam ver como uma limita??o é o que torna possível o diálogo, ao criar um espa?o de discuss?o num contexto de civilidade democrática, no qual o outro lado também é ouvido.A racionalidade n?o dialogada é estreita, já que todos nós temos muitos condicionantes, que configuram o nosso modo de ver o mundo. Sozinhos, nunca somos totalmente isentos, temos sempre um determinado viés. Numa época de incertezas sobre o futuro da mídia, aí está um dos grandes diferenciais de um jornal em rela??o ao que simplesmente é publicado na rede.Imprensa e internet n?o s?o mundos paralelos: comunicam-se mutuamente, o que é benéfico a todos. No entanto, seria um empobrecimento democrático para um país se a primeira página de um jornal fosse simplesmente o reflexo da audiência virtual da noite anterior. Nunca foi t?o necessária uma pondera??o serena e coletiva do que será manchete no dia seguinte.O perigo da internet n?o está propriamente nela. O risco é considerarmos que, pelo seu sucesso, todos os outros ?mbitos devam seguir a sua mesma lógica, predominantemente quantitativa. O mundo contempor?neo, cada vez mais intensamente marcado pelo virtual, necessita também de outros olhares, de outras cores. A internet, mesmo sendo plural, n?o tem por que se tornar um monopólio.(CAVALCANTI, N. da Rocha. Jornal “O Estado de S. Paulo”, 12/05/14, com adapta??es.)Pelas características da organiza??o do discurso, a respeito do texto pode-se afirmar que se trata de uma:( ) disserta??o de caráter expositivo, pois explica, reflete e avalia ideias de modo objetivo, com inten??o de informar ou esclarecer( ) narra??o, por reportar-se a fatos ocorridos em determinado tempo e lugar, envolvendo personagens, numa rela??o temporal de anterioridade e posterioridade.( ) disserta??o de caráter argumentativo, pois faz a defesa de uma tese com base em argumentos, numa progress?o lógica de ideias, com o objetivo de persuas?o.( ) descri??o, por retratar uma realidade do mundo objetivo a partir de caracteriza??es, pelo uso expressivo de adjetivos.( ) express?o injuntiva, por indicar como realizar uma a??o, utilizando linguagem simples e objetiva, com verbos no modo imperativo.Quest?o 5 - Sobre o texto narrativo é possível afirmar:( ) A estrutura textual é semelhante ao texto descritivo.( ) A postura do autor é de argumentador.( ) O enredo é prioritário.( ) Há, exaustivamente, o uso do presente do indicativo.( ) N?o apresenta clímax em sua estrutura.Quest?o 6 - Partindo do pressuposto de que um texto estrutura-se a partir de características gerais de um determinado gênero, identifique os gêneros descritos a seguir:I. Tem como principal característica transmitir a opini?o de pessoas de destaque sobre algum assunto de interesse. Algumas revistas têm uma se??o dedicada a esse gênero;II. Caracteriza-se por apresentar um trabalho voltado para o estudo da linguagem, fazendo-o de maneira particular, refletindo o momento, a vida dos homens através de figuras que possibilitam a cria??o de imagens;III. Gênero que apresenta uma narrativa informal ligada à vida cotidiana. Apresenta certa dose de lirismo e sua principal característica é a brevidade;IV. Linguagem linear e curta, envolve poucas personagens, que geralmente se movimentam em torno de uma única a??o, dada em um só espa?o, eixo temático e conflito. Suas a??es encaminham-se diretamente para um desfecho;V. Esse gênero é predominantemente utilizado em manuais de eletrodomésticos, jogos eletr?nicos, receitas, rótulos de produtos, entre outros.S?o, respectivamente:a) texto instrucional, cr?nica, carta, entrevista e carta argumentativa.b) carta, bula de remédio, narra??o, prosa, cr?nica.c) entrevista, poesia, conto, cr?nica, texto instrucional.d) entrevista, poesia, cr?nica, conto, texto instrucional.e) texto instrucional, cr?nica, entrevista, carta e carta argumentativa.GABARITO - CAP?TULO 21 - 5, 3, 1, 4, 2.2 - Narra??o, Descri??o, Disserta??o, Injun??o (Prescri??o).3 - Alternativa ‘a’.4 - Alternativa ‘c’.5 - Alternativa ‘c’.6 - Alternativa ‘d’.Capítulo 3 - Narra??oNarrar é o ato de contar ou relatar um acontecimento real ou imaginário, geralmente por meio de palavras que s?o transmitidas de forma oral ou escrita. As narrativas têm acompanhado a humanidade há muito tempo.Na literatura, a narrativa está presente em diversos gêneros como:Curtos: relatos, contos, cr?nicas e fábulas.Longos: novelas, romances, poesias épicas e epopeias.Estrutura NarrativaA vasta maioria das narra??es presentes na literatura possui uma estrutura em comum, apesar de n?o ser uma regra. A estrutura segue a seguinte ordem:Situa??o Inicial:Corresponde à primeira apresenta??o dos elementos que ir?o compor toda a narrativa, como tempo espa?o e personagens;Conflito:O conflito, ou complicador, é o acontecimento que faz com que os membros da narrativa partam para a a??o;Desenvolvimento:Neste momento é ampliada a vis?o dada pela situa??o inicial e o conflito, de forma a desenvolver os personagens e a sua história além de dar continua??o à resolu??o do conflito;Clímax:Momento mais tenso e emocionante da história, normalmente onde há uma grande dúvida em rela??o ao futuro dos personagens;Desfecho:Apresenta o final da história e as consequências das a??es ocorridas aos personagens. Em fábulas apresenta-se a moral da históriaTipos de DiscursoNuma narrativa é muito importante que os personagens se expressem de alguma forma, para que haja o desenrolar do enredo. Essa fala dos personagens ocorre através dos discursos, que podem ter diversos formatos narrativos, no entanto podem se resumir a três tipos: o direto, o indireto e o indireto livre.Discurso Direto:Neste tipo de discurso as personagens ganham voz de forma direta. ? o que ocorre normalmente em diálogos. O discurso direto reproduz explicitamente as falas das personagens. Verbos como “dizer” e “falar” s?o chamados de dicendi, e usados para dar voz aos personagens;Jo?o estava já muito sonolento, quando disse: “n?o aguento mais, vou pra cama!”Discurso Indireto:Neste tipo de discurso os personagens têm a sua fala expressa indiretamente pelo narrador, que as reproduz na terceira pessoa;Jo?o estava já muito sonolento e disse que n?o aguentava vai e que iria pra cama.Discurso Indireto Livre:Apesar de o texto ser narrado em terceira pessoa, os personagens ainda sim têm a sua fala expressa explicitamente no texto, de modo que interrompem o narrador de certa forma;Jo?o estava já muito sonolento. N?o aguento mais, vou pra cama!Foco NarrativoO estudo do foco narrativo trata-se da perspectiva que o narrador assume em rela??o aos personagens e ao enredo ao contá-lo ao leitor. Existem diversas maneiras com a qual ele pode se posicionar.Narra??o em Terceira Pessoa (Narrador-Observador):O narrador está na perspectiva de quem n?o faz parte do enredo, logo utiliza todos os verbos na terceira pessoa ao se referir aos personagens;Pode-se dividir em duas subcategorias:Onisciência intrusa: o narrador tem plena liberdade na narrativa, dando opini?es ao leitor acerca do enredo e atuando de certa forma como um “corpo metafísico” entre os personagens, sabendo seus pensamentos e emo??es;“N?o, senhora minha, ainda n?o acabou este dia t?o comprido; n?o sabemos o que se passou entre Sofia e o Palha, depois que todos se foram embora. Pode ser até que acheis aqui melhor sabor que no caso do enforcado.”Machado de Assis, Quincas Borba.Onisciência Neutra: o narrador age como um espelho dos personagens, sem interferir de forma alguma na narrativa e relatando os acontecimentos de forma imparcial;“O rosto de Spade estava calmo. Quando seu olhar encontrou o dela, seus olhos, amarelo-pardos, brilhavam por um instante com malícia, e depois tornaram-se de novo inexpressivos - Foi você que fez isso? - Perguntou Dundy.”Dashiell Hammett. O falc?o maltês.Narra??o em Primeira Pessoa (Narrador-Personagem):O narrador faz parte da história contada, logo relata todo os acontecimentos de forma subjetiva e na primeira pessoa;Pode-se dividir em duas subcategorias:Narrador-testemunha: o personagem narrando o enredo n?o é o protagonista, logo conta todos os fatos como uma observa??o do protagonista de forma limitada;“Para Jacinto, porém, o seu conceito n?o era meramente metafísico e lan?ado pelo gozo elegante de exercer a raz?o especulativa; Isso tudo me fazia brilhar”E?a de Queirós. A cidade e as serras. Narrador-Protagonista: o narrador é também o protagonista da trama, sendo assim adota-se um caráter mais intimista e sentimental a todo o enredo;“Sapateei, ent?o me assustando de que nem gota de nada sucedia, e a hora em v?o passava. Ent?o, ele n?o queria existir?”Guimar?es Rosa. Grande sert?o: veredas.Onisciência Multisseletiva:Nesse foco narrativo predomina o discurso indireto livre, no qual n?o há distin??o explícita entre as falas dos personagens e a narra??o;Há a ocorrência da polifonia das vozes da narrativa, na qual vários pontos de vista s?o expressados em em vários momentos do enredo, sendo eles dos personagens ou do narrador;O narrador é completamente incorporado à narrativa, de modo que exprime todos os pensamentos e percep??es dos personagens;“Sinhá Vitória desejava possuir uma cama igual a de seu Tomás da bolandeira. Doidice. N?o dizia nada para n?o contrariá-la, mas sabia que era doidice.”Graciliano Ramos. Vidas secas.Passo a Passo da Narra??oPara nos ajudar a elaborar uma narra??o clara e estruturada podemos seguir um roteiro com algumas perguntas para nos ajudar:Quem?Personagens que participar?o da narrativa e que ir?o vivenciar os fatos ocorridos;Quê?A história propriamente dita, com seus principais acontecimentos;Quando? Onde?O tempo e o espa?o em que a narrativa acontecerá. ? importante lembrar que n?o necessariamente o tempo precisa correr de forma linear;Como?Modo como se desenrolam os acontecimentos, de forma lógica e objetiva;Por quê?N?o é necessário, porém é interessante dar um propósito maior à narrativa, justificando-a.EXERC?CIOS - CAP?TULO 3Quest?o 1 - Leia o trecho da música, em seguida, responda:“Quem um dia irá dizer que existe raz?oNas coisas feitas pelo cora??o? E quem irá dizerQue n?o existe raz?o?Eduardo abriu os olhos mas n?o quis se levantarFicou deitado e viu que horas eramEnquanto M?nica tomava um conhaqueNo outro canto da cidadeComo eles disseramEduardo e M?nica um dia se encontraram sem quererE conversaram muito mesmo pra tentar se conhecerFoi um carinha do cursinho do Eduardo que disse– Tem uma festa legal e a gente quer se divertir (…)”.(Eduardo e M?nica. RUSSO, Renato. In: Legi?o Urbana – Dois. EMI, 1986.)Sobre o tipo de narrador presente na música Eduardo e M?nica, é correto afirmar que se trata de um:a) ( ) Narrador personagem, pois, além de narrar os fatos, verídicos ou n?o, faz parte da história contada, sendo assim, personagem dela. Esse tipo de personagem apresenta uma vis?o limitada dos fatos, já que a narrativa é conduzida sob seu ponto de vista.b) ( ) Narrador testemunha, pois é uma das personagens que vivem a história contada, mas n?o é uma personagem principal.c) ( ) Narrador onisciente, pois sabe de tudo o que acontece na narrativa, seus aspectos e o comportamento das personagens, podendo, inclusive, descrever situa??es simult?neas, embora essas ocorram em lugares diferentes.d) ( ) Narrador observador, pois presencia a história, mas diferentemente do que acontece com o narrador onisciente, n?o tem controle e vis?o sobre.e) ( ) Narrador onisciente neutro, pois relata os fatos e descreve as personagens, no entanto, n?o tenta influenciar o leitor com opini?es a respeito das personagens, falando apenas sobre os fatos indispensáveis para a compreens?o da leitura.Quest?o 2 (FUVEST) - Leia o trecho de Dom Casmurro, de Machado de Assis, e responda ao que se pede:“(…) Escobar vinha assim surgindo da sepultura, do seminário e do Flamengo para se sentar comigo à mesa, receber-me na escada, beijar-me no gabinete de manh?, ou pedir-me à noite a bên??o do costume. Todas essas a??es eram repulsivas; eu tolerava-as e praticava-as, para me n?o descobrir a mim mesmo e ao mundo. Mas o que pudesse dissimular ao mundo, n?o podia fazê-lo a mim, que vivia mais perto de mim que ninguém. Quando nem m?e nem filho estavam comigo o meu desespero era grande, e eu jurava matá-los a ambos, ora de golpe, ora devagar, para dividir pelo tempo da morte todos os minutos da vida emba?ada e agoniada. Quando, porém, tornava a casa e via no alto da escada a criaturinha que me queria e esperava, ficava desarmado e diferia o castigo de um dia para outro.O que se passava entre mim e Capitu naqueles dias sombrios, n?o se notará aqui, por ser t?o miúdo e repetido, e já t?o tarde que n?o se poderá dizê-lo sem falha nem canseira. Mas o principal irá. E o principal é que os nossos temporais eram agora contínuos e terríveis. Antes de descoberta aquela má terra da verdade, tivemos outros de pouca dura; n?o tardava que o céu se fizesse azul, o sol claro e o mar ch?o, por onde abríamos novamente as velas que nos levavam às ilhas e costas mais belas do universo, até que outro pé de vento desbaratava tudo, e nós, postos à capa, esperávamos outra bonan?a, que n?o era tardia nem dúbia, antes total, próxima e firme (…)”.(Fragmento do livro Dom Casmurro, de Machado de Assis)A narra??o dos acontecimentos com que o leitor se defronta no romance Dom Casmurro, de Machado de Assis, se faz em primeira pessoa, portanto, do ponto de vista da personagem Bentinho. Seria, pois, correto dizer que ela apresenta-se:a) ( ) fiel aos fatos e perfeitamente adequada à realidade;b) ( ) viciada pela perspectiva unilateral assumida pelo narrador;c) ( ) perturbada pela interferência de Capitu que acaba por guiar o narrador;d) ( ) isenta de quaisquer formas de interferência, pois visa à verdade;e) ( ) indecisa entre o relato dos fatos e a impossibilidade de ordená-los. Quest?o 3 - S?o características do gênero narrativo:a) ( ) No gênero narrativo, há sempre um eu que se expressa, elemento que é responsável pelo subjetivismo atribuído a esse tipo de composi??o.b) ( ) O gênero narrativo é marcado pela afetividade e pela emotividade do clima lírico, sempre relacionado com o íntimo e a introspec??o.c) ( ) O gênero narrativo apresenta um enredo, no qual existe uma situa??o inicial, a modifica??o da situa??o inicial, um conflito, o clímax e o epílogo. Os elementos que comp?em o gênero narrativo s?o narrador, tempo, lugar, enredo ou situa??o e as personagens.d) ( ) O gênero narrativo faz referência à narrativa feita em forma de versos, contando histórias e fatos grandiosos e heróicos sobre a história de um povo. O narrador fala do passado, o que justifica os verbos sempre empregados no tempo pretérito.Quest?o 4 (UFV) - Considere o texto:"O incidente que se vai narrar, e de que Antares foi teatro na sexta-feira 13 de dezembro do ano de 1963, tornou essa localidade conhecida e de certo modo famosa da noite para o dia. (...) Bem, mas n?o convém antecipar fatos nem ditos. Melhor será contar primeiro, de maneira t?o sucinta e imparcial quanto possível, a história de Antares e de seus habitantes, para que se possa ter uma ideia mais clara do palco, do cenário e principalmente dos personagens principais, bem como da comparsaria, desse drama talvez inédito nos anais da espécie humana.”(Fragmento do livro Incidente em Antares, de ?rico Veríssimo)Assinale a alternativa que evidencia o papel do narrador no fragmento acima:a) ( ) O narrador tem senso prático, utilitário e quer transmitir uma experiência pessoal.b) ( ) ? um narrador introspectivo, que relata experiências que aconteceram no passado, em 1963.c) ( ) Em atitude semelhante à de um jornalista ou de um espectador, escreve para narrar o que aconteceu com x ou y em tal lugar ou tal hora.d) ( ) Fala de maneira exemplar ao leitor porque considera sua vis?o a mais correta.e) ( ) ? um narrador neutro, que n?o deixa o leitor perceber sua presen?a.Quest?o 5 - Para responder sobre os tipos de narradores, leia os fragmentos abaixo:I. “Morreu meu pai, sentimos muito, etc. Quando chegamos nas proximidades do Natal, eu já estava que n?o podia mais pra afastar aquela memória obstruente do morto, que parecia ter sistematizado pra sempre a obriga??o de uma lembran?a dolorosa em cada almo?o, em cada gesto mínimo da família. Uma vez que eu sugerira à mam?e a ideia dela ir ver uma fita no cinema, o que resultou foram lágrimas. Onde se viu ir ao cinema, de luto pesado! A dor já estava sendo cultivada pelas aparências, e eu, que sempre gostara apenas regularmente de meu pai, mais por instinto de filho que por espontaneidade de amor, me via a ponto de aborrecer o bom do morto”. (Fragmento do conto O peru de natal, de Mário de Andrade).II. “Ali pelas onze horas da manh? o velho Joaquim Prestes chegou no pesqueiro. Embora fizesse for?a em se mostrar amável por causa da visita convidada para a pescaria, vinha mal-humorado daquelas cinco léguas cabritando na estrada péssima. Aliás o fazendeiro era de pouco riso mesmo, já endurecido pelos setenta e cinco anos que o mumificavam naquele esqueleto agudo e taciturno”. (Fragmento do conto O po?o, de Mário de Andrade).III. “Nesse momento, a viúva descruzava as m?os, e fazia gesto de ir embora. Primeiramente espraiou os olhos, como a ver se estava só. Talvez quisesse beijar a sepultura, o próprio nome do marido, mas havia gente perto, sem contar dois coveiros que levavam um regador e uma enxada, e iam falando de um enterro daquela manh?. Falavam alto, e um escarnecia do outro, em voz grossa: "Eras capaz de levar um daqueles ao morro? Só se fossem quatro como tu". Tratavam de caix?o pesado, naturalmente, mas eu voltei depressa a aten??o para a viúva, que se afastava e caminhava lentamente, sem mais olhar para trás. Encoberto por um mausoléu, n?o a pude ver mais nem melhor que a princípio. Ela foi descendo até o port?o, onde passava um bonde em que entrou e partiu. Nós descemos depois e viemos no outro”. (Fragmento do livro Memorial de Aires, de Machado de Assis).IV. “Era sempre inútil ter sido feliz ou infeliz. E mesmo ter amado. Nenhuma felici?dade ou infelicidade tinha sido t?o forte que tivesse transformado os elementos de sua matéria, dando-lhe um caminho único, como deve ser o verdadeiro caminho. Continuo sempre me inaugurando, abrindo e fechando círculos de vida, jogando-os de lado, murchos, cheios de passado. Por que t?o indepen?dentes, por que n?o se fundem num só bloco, servindo-me de lastro? ? que s?o demasiado integrais”. (Fragmento do livro Perto do cora??o selvagem, de Clarice Lispector).Os narradores classificam-se, respectivamente, em:a) ( ) narrador onisciente seletivo; narrador onisciente; narrador testemunha e narrador personagem.b) ( ) narrador personagem; narrador testemunha, narrador onisciente e narrador onisciente seletivo.c) ( ) narrador testemunha; narrador personagem; narrador onisciente e narrador onisciente seletivo.d) ( ) narrador personagem; narrador onisciente, narrador onisciente seletivo e narrador testemunha.e) ( ) narrador personagem; narrador onisciente, narrador testemunha e narrador onisciente seletivo.Quest?o 6 - Análise de Texto:“Impossível dar cabo daquela praga. Estirou os olhos pela campina, achou-se isolado.Sozinho num mundo coberto de penas, de aves que iam comê-lo. Pensou na mulher e suspirou.Coitada de Sinhá Vitória, novamente nos descampados, transportando o baú de folha.”O narrador desse texto mistura-se de tal forma à personagem que dá a impress?o de que há diferen?a entre eles. A personagem fala misturada à narra??o. Esse discurso é chamado:a) ( ) discurso indireto livreb) ( ) discurso diretoc) ( ) discurso indiretod) ( ) discurso implícitoe) ( ) discurso explícitoGABARITO - CAP?TULO 31 - Alternativa ‘c’.2 - Alternativa ‘b’.3 - Alternativa ‘c’.4 - Alternativa ‘c’.5 - Alternativa ‘e’.CAP?TULO 4 - Descri??oDescrever é representar verbalmente um ser, um lugar, um objeto, mediante indica??o de seus aspectos característicos e restritivos, de modo a apresentar o que está sendo descrito para que n?o os conhece.Primeiramente, para que haja uma boa descri??o, é necessária uma cuidadosa observa??o de maneira que se note os tra?os essenciais e os detalhes que devem ser transmitidos ao leitor. A descri??o deve ser muito semelhante a uma fotografia, e assim como esse processo, acaba tendo uma grande quantidade de subjetividade por parte do escritor, ou do fotógrafo, ao dar ênfase no que mais lhe interessa. Daí vem o papel do autor, em distinguir o melhor ?ngulo, os tra?os distintivos daquela imagem.Tipos de Descri??oNa descri??o objetiva, o escritor tenta ao máximo descrever de forma completamente imparcial a imagem vista, com o mínimo de impress?es pessoais; “O sót?o estava apenas um pouco claro, com uma leve luz adentrando o recinto. Muitas almofadas ocupavam o ch?o de maneira que deixava o lugar feio e desorganizado. Um jarro de flores amarelas como o sol estava em cima da mesa ao centro, embelezando todo o ambiente.”Já a descri??o subjetiva permite que o autor imprima seu toque pessoal à descri??o, com um maior grau de subjetividade;“Apenas um pequeno feixe de luz adentrava o sót?o. Oito almofadas estavam ao ch?o sem um padr?o entre elas. Um jarro de flores amarelas estava em cima da mesa que se posicionava ao centro do ambiente.”A Descri??o em NarrativasA narra??o é extremamente dependente da descri??o também, pois só com ela é possível de fato dar dinamicidade, cor e textura ao enredo sendo contado:“Agora, outras duas palavras sobre a casa: imagine uma elegante sala de cinquenta palmos em quadro; aos lados dela dois gabinetes proporcionalmente espa?osos, dos quais um, o do lado esquerdo, pelos aromas que exala, espelhos que brilham e um n?o sei quê que insinua, está dizendo que é o gabinete das mo?as. Imagine mais, fazendo frente para o mar e em toda a extens?o da sala e dos gabinetes, uma varanda terminada em arcos; no interior meia dúzia de quartos; depois uma alegre e longa sala de jantar, com janelas e portas para o pomar e jardim ter-se-á feito da casa a ideia que precisamos dar.”Joaquim Manuel de Macedo. A MoreninhaCom este tipo de descri??o profunda, o leitor da narrativa acaba se inserindo mais na trama, dando um tom mais dramático ao enredo. Portanto, nota-se a import?ncia de uma descri??o detalhada para que uma narrativa ganhe vida de fato.ParáfraseParafrasear é transcrever, com novas palavras usadas pelo autor, as principais ideias de um texto. Após uma leitura atenta do texto original, o escritor deve reafirmar esse tema central no novo texto de forma clara para os leitores, e pode também acrescentar aspectos relevantes para si. A paráfrase, pois, tem a possibilidade de assumir um caráter de resumo, apenas condensando a informa??o do texto-base ou ent?o apresentar adi??es pessoais do escritor.Veja um exemplo de paráfrase na poesia protagonizado por Gon?alves Dias e Carlos Drummond de Andrade:TEXTO-BASE“Minha terra tem palmeirasOnde canta o sabiá,As aves que aqui gorjeiamN?o gorjeiam como lá.”(Gon?alves Dias, “Can??o do exílio”)PAR?FRASE"Um sabiána palmeira, longe.Estas aves cantamum outro canto. (...)Onde tudo é beloe fantástico,só, na noite,seria feliz.(Um sabiá,na palmeira, longe.)"(“Nova Can??o do Exílio”, Carlos Drummond de Andrade)EXERC?CIOS - CAP?TULO 4Quest?o 1 (ITA) - Leia o texto, avalie as afirma??es e responda:O le?oA menina conduz-me diante do le?o, esquecido por um circo de passagem. N?o está preso, velho e doente, em gradil de ferro. Fui solto no gramado e a tela fina de arame é escarmento ao rei dos animais. N?o mais que um caco de le?o: as pernas reumáticas, a juba emaranhada e sem brilho. Os olhos globulosos fecham-se cansados, sobre o focinho contei nove ou dez moscas, que ele n?o tinha ?nimo de espantar. Das grandes narinas escorriam gotas e pensei, por um momento, que fossem lágrimas.Observei em volta: somos todos adultos, sem contar a menina. Apenas para nós o le?o conserva o seu antigo prestígio - as crian?as est?o em redor dos macaquinhos. Um dos presentes explica que o le?o tem as pernas entrevadas, a vida inteira na minúscula jaula. Derreado, n?o pode sustentar-se em pé.Chega-se um piá e, desafiando com olhar selvagem o le?o, atira-lhe um punhado de cascas de amendoim. O rei sopra pelas narinas, ainda é um le?o: faz estremecer as gramas a seus pés.Um de nós protesta que deviam servir-lhe a carne em pedacinhos.- Ele n?o tem dente?- Tem sim, n?o vê? N?o tem é for?a para morder.Continua o moleque a jogar amendoim na cara devastada do le?o. Ele nos olha e um brilho de compreens?o nos faz baixar a cabe?a: é conhecido o travo amargoso da derrota. Está velho, artrítico, n?o se aguenta das pernas, mas é um le?o. De repente, sacudindo a juba, p?e-se a mastigar capim. Ora, le?o come verde! Lan?a-lhe o guri uma pedra: acertou no olho lacrimoso e doeu.O le?o abriu a bocarra de dentes amarelos, n?o era um bocejo. Entre caretas de dor, elevou-se aos poucos nas pernas tortas. Sem sair do lugar, ficou de pé. Escancarou penosamente os bei?os moles e negros, ouviu-se a rouca buzina do fordeco antigo.Por um instante o rugido manteve suspensos os macaquinhos e fez bater mais depressa o cora??o da menina. O le?o soltou seis ou sete urros. Exausto, deixou-se cair de lado e fechou os olhos para sempre.I. Embora n?o seja um texto predominantemente descritivo, ocorre descri??o, visto que o autor representa a personagem principal através de aspectos que a individualizam.II. Por ressaltar unicamente as condi??es físicas da personagem, predomina a descri??o objetiva no texto, com linguagem denotativa.III. Por ser um texto predominantemente narrativo, as demais formas - descri??o e disserta??o - inexistem.Inferimos que, de acordo com o texto, pode(m) estar correta(s):a) ( ) Todas est?o corretas.b) ( ) Apenas a I.c) ( ) Apenas a II.d) ( ) Apenas a III.e) ( ) Nenhuma das afirma??es.Quest?o 2 - Leia o fragmento do conto “A causa secreta”, de Machado de Assis:“Garcia estava at?nito. Olhou para ele, viu-o sentar-se tranquilamente, estirar as pernas, meter as m?os nas algibeiras das cal?as, e fitar os olhos no ferido. Os olhos eram claros, cor de chumbo, moviam-se devagar, e tinham a express?o dura, seca e fria. Cara magra e pálida; uma tira estreita de barba, por baixo do queixo, e de uma têmpora a outra, curta, ruiva e rara. Teria quarenta anos. De quando em quando, voltava-se para o estudante, e perguntava alguma coisa acerca do ferido; mas tornava logo a olhar para ele, enquanto o rapaz lhe dava a resposta. A sensa??o que o estudante recebia era de repulsa ao mesmo tempo que de curiosidade; n?o podia negar que estava assistindo a um ato de rara dedica??o, e se era desinteressado como parecia, n?o havia mais que aceitar o cora??o humano como um po?o de mistérios”.(MACHADO DE ASSIS. A causa secreta. In: Machado de Assis – obra completa. v.2. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1986. p. 513.)A partir da análise do trecho do conto, podemos dizer que o texto classifica-se como:a) ( ) Um texto de relato, pois transmite os fatos acontecidos com foco no acontecimento;b) ( ) Um texto narrativo, seu material é o fato e a a??o que envolve os personagens;c) ( ) Um texto dissertativo, cuja principal inten??o é a exposi??o de opini?es com a inten??o de persuadir o leitor;d) ( ) Um texto narrativo-descritivo, pois é predominantemente narrativo com passagens descritivas;e) ( ) Um texto do tipo carta argumentativa, muito comum em jornais e revistas. Apresenta argumentos incisivos com inten??o de influenciar ou rebater a opini?o de outros leitores.Quest?o 3 - Sobre um texto do tipo descritivo, é correto afirmar:a) ( ) Sua principal característica é narrar um fato fictício ou n?o, com tempo e espa?o bem definidos e personagens que executam as a??es que movimentam o enredo.b) ( ) Sua principal característica é explicar um assunto e discorrer sobre ele. Tem como inten??o expor um argumento e defendê-lo.c) ( ) Sua principal característica é completar os elementos da narrativa com a caracteriza??o de personagem e de ambiente para transmitir ao leitor dados significativos sobre as personagens.d) ( ) Sua principal característica é indicar como realizar uma a??o, com linguagem simples e objetiva e predomínio do modo imperativo.e) ( ) Sua principal característica é fazer uma defesa de ideias ou de um ponto de vista do autor do texto. A linguagem é predominantemente persuasiva e denotativa.Quest?o 4 - Leia atentamente ao texto e responda:“Beiramarávamos em auto pelo espelho de aluguel arborizado das avenidas marinhas sem sol. Losangos tênues de ouro bandeira nacionalizavam os verdes montes interiores. No outro lado azul da baía a Serra dos ?rg?os cerrava. Barcos. E o passado voltava na brisa de baforadas gostosas. Rolah ia e vinha, derrapava em túneis. Copacabana era um veludo arrepiado na luminosa noite varada pelas frestas da cidade. Didaticamente, costuma-se dizer que, em rela??o à sua organiza??o, os textos podem ser compostos de descri??o, narra??o e disserta??o; no entanto é difícil encontrar-se um trecho que seja só descritivo, apenas narrativo, somente dissertativo.Levando-se em conta tal afirma??o, selecione uma das alternativas abaixo para classificar o texto de Oswald de Andrade:a) ( ) Narrativo-descritivo, com predomin?ncia do descritivo.b) ( ) Dissertativo-descritivo, com predomin?ncia do dissertativo.c) ( ) Descritivo-narrativo, com predomin?ncia do narrativo.d) ( ) Descritivo-dissertativo, com predomin?ncia do dissertativo.e) ( ) Narrativo-dissertativo, com predomin?ncia do narrativo.GABARITO - CAP?TULO 41 - Alternativa ‘b’.2 - Alternativa ‘d’.3 - Alternativa ‘c’.4 - Alternativa ‘a’.CAP?TULO 5 - Introdu??o à Disserta??oA principal finalidade de um texto dissertativo é produzir informa??o e conhecimento sobre um determinado assunto, desenvolvendo-o e passando isso ao leitor de forma objetiva e organizada. Atualmente a disserta??o é o tipo de texto mais utilizado na avalia??o dos alunos tanto nas escolas como em vestibulares, justamente por exigir que o aluno tenha uma boa organiza??o e raciocínio em sua reda??o, além de possuir uma grande bagagem cultural.Modalidades DissertativasA primeira modalidade da disserta??o é a expositiva, ela tem de fato o objetivo de explicar de forma clara ao leitor um tema em específico. ? importante notar que esse tipo de texto é completamente livre de qualquer tipo de parcialidade ou julgamento individual do autor. “Locu??o adjetiva é um conjunto de duas ou mais palavras que, juntas, atuam como um adjetivo, caracterizando um substantivo. A maior parte das locu??es adjetivas é formada pela preposi??o de mais um substantivo. Há, no entanto, locu??es adjetivas formadas por advérbios e pelas preposi??es.Algumas locu??es adjetivas se encontram diretamente relacionadas com um adjetivo, outras n?o. Assim, em alguns casos é possível a substitui??o da locu??o adjetiva por um adjetivo, em outros n?o.A utiliza??o de locu??es adjetivas permite uma maior diversidade vocabular e enriquecimento textual.”Esse é um ótimo exemplo de um texto dissertativo-expositivo, justamente por explicar de forma bem direta o significado de algo, sem qualquer tipo de parcialidade do autor.A segunda modalidade dissertativa é a argumenta??o. Com ela, o autor n?o se limita a expor o assunto apenas, mas o problematiza, discute-o, defendeu uma opini?o ao seu respeito, esclarece as raz?es em que essa opini?o se fundamenta. Nesse caso, o texto tem caráter persuasivo, pois pretende convencer o leitor desse ponto de vista.“? frequente ouvirmos falar sobre os atos violentos na escola. N?o bastasse a sua presen?a nas ruas, os ambientes supostamente seguros - nomeadamente as escolas - s?o mais do que nunca alvo de a??es de violência.Os valores se perdem a ponto de n?o só entre alunos, mas entre alunos e professores, ou vice-versa, serem inúmeros os casos de agress?es noticiados frequentemente.A for?a é tomada em detrimento da raz?o e os conflitos s?o resolvidos de forma irracional desde a inf?ncia, cujas crian?as absorvem cedo esse tipo de comportamento por influência da sociedade cada vez mais violenta em que vivemos.A participa??o dos pais na vida escolar dos filhos é fundamental para estabelecer normas e restaurar valores que tem vindo a se perder. A aproxima??o entre pais e escola é um dos principais propulsores para a mitiga??o desse problema.”O texto acima segue um padr?o dissertativo-argumentativo claro. Além de apresentar o tema, o autor é incisivo em seu posicionamento, declarando argumentos que sustentem seu ponto de vista.? importante notar que um bom texto dissertativo-argumentativo normalmente segue uma estrutura organizada e lógica, contendo os seguintes elementos:Introdu??o: apresenta??o do tema (problema a ser discutido) e da tese (opini?o do autor) sobre acerca dele;Desenvolvimento: exposi??o dos argumentos que fundamentam, sustentam, a tese;Conclus?o: reafirma??o da tese com argumentos e apresenta??o de uma proposta de interven??o (solu??o para o problema);Artigo de Opini?o e EditorialComo o nome já menciona, um Artigo de Opini?o e um Editorial s?o textos em que o autor exp?e sua opini?o acerca de um determinado tema normalmente polêmico.Levando em conta que o autor tem a inten??o de persuadir o leitor ao escrever um texto dissertativo-argumentativo, é necessário que sua opini?o tenha uma sustenta??o sólida, feita por por meio de argumentos claros e concisos, além de verídicos.Artigos de Opini?o e Editoriais s?o muito comuns no meio jornalístico, e por isso mesmo acabam tendo um amplo alcance de público.? importante citar a distin??o entre ambos os textos, que consiste basicamente do fato de que Editoriais representam a opini?o de um grupo ou setor da sociedade com um todo, logo n?o s?o assinados. Já é diferente o que acontece com os Artigos de Opini?o, que, por representarem a vis?o de uma pessoa singular, devem ter uma assinatura.Principais Características:Linguagem Informal, breve e pouco intelectualizada;Uso de perguntas retóricas, gírias, humor, interjei??es, exclama??es e metáforas.Possibilidade do uso da primeira pessoa do singular;Contato direto entre o escritor e o leitor, principalmente pelo uso do imperativoEXERC?CIOS - CAP?TULO 5Quest?o 1 - Leia a descri??o e escolha alternativa condizente:Texto próprio para quem quer expor opini?es ou persuadir de alguma coisa, no qual se emprega o abstrato (conceitos, ideias, concep??es). Tipo de texto que tem por objetivo influenciar o leitor/interlocutor com posicionamentos elencados através de uma cuidadosa ordena??o lógica. Estamos falando da:a) ( ) Descri??o.b) ( ) Narra??o.c) ( ) Exposi??o.d) ( ) Injun??o.e) ( ) Disserta??o.Quest?o 2 (MACKENZIE) - Leia ao texto e responda:"? comum, no Brasil, a prática de tortura contra presos. A tortura é imoral e constitui crime. Embora n?o exista ainda nas leis penais a defini??o do 'crime de tortura', torturar um preso ou detido é abuso de autoridade somado à agress?o e les?es corporais, podendo qualificar-se como homicídio, quando a vítima da tortura vem a morrer. Como tem sido denunciado com grande frequência, policiais incompetentes, incapazes de realizar uma investiga??o séria, usam a tortura para obrigar o preso a confessar um crime. Além de ser um procedimento covarde, que ofende a dignidade humana, essa prática é legalmente condenada. A confiss?o obtida mediante tortura n?o tem valor legal e o torturador comete crime, ficando sujeito a severas puni??es." (Dalmo de Abreu Dallan)Pode-se afirmar que esse trecho é uma disserta??o:a) ( ) que apresenta, em todos os períodos, personagens individualizadas, movimentando-se num espa?o e num tempo terríveis, denunciados pelo narrador, bem como a predomin?ncia de ora??es subordinadas, que expressam sequência dos acontecimentos;b) ( ) que apresenta, em todos os períodos, substantivos abstratos, que representam as ideias discutidas, bem como a predomin?ncia de ora??es subordinadas, que expressam o encadeamento lógico da denúncia;c) ( ) que apresenta uma organiza??o temporal em fun??o do pretérito, jogando os acontecimentos denunciados para longe do momento em que fala, bem como a predomin?ncia de ora??es subordinadas, que expressam o prolongamento das ideias repudiadas;d) ( ) que consegue fazer uma denúncia contundente, usando, entre outros recursos, a ênfase, por meio da repeti??o de um substantivo abstrato em todos os períodos, bem como a predomin?ncia de ora??es coordenadas sindéticas, que expressam o prolongamento das ideias repudiadas;e) ( ) que consegue construir um protesto persuasivo com uma linguagem conotativa, construída sobre metáforas e metonímias esparsas, bem como com a predomin?ncia de ora??es subordinadas, próprias de uma linguagem formal, natural para esse contexto. Quest?o 3 - Classifique os fragmentos a seguir de acordo com o tipo textual que representam:I. “Viajou meu amigo Pedro. Fui levá-lo ao Gale?o, onde esperamos três horas o seu quadrimotor. Durante esse tempo, n?o faltou assunto para nos entretermos, embora n?o falássemos da v? e numerosa matéria atual. Sempre tivemos muito assunto, e n?o deixamos de explorá-lo a fundo. Embora Pedro seja extremamente parco de palavras, e, a bem dizer, n?o se digne de pronunciar nenhuma. Quando muito, emite sílabas; o mais é conversa de gestos e express?es pelos quais se faz entender admiravelmente. ? o seu sistema. […]”. (No aeroporto – Carlos Drummond de Andrade)II. “Peneire a farinha em um bowl e fa?a um buraco no meio. Junte os ovos, o leite e a manteiga e misture. Se necessário, peneire a mistura. Deixe descansar na geladeira por pelo menos ? hora (ideal 1 hora). Em uma frigideira antiaderente, derreta um pouco de manteiga (o suficiente para cobrir o fundo da panela) em fogo médio, escorra o excesso de manteiga. [...]”.III. “[...] Se o fen?meno cultural do futebol tem inegável dimens?o política, é crucial distinguir as esferas. Do contrário, num contexto de efervescência social, o inocente gesto de apoiar a sele??o, nos estádios ou fora deles, acabaria sujeito a reprimendas. Nada mais infeliz do que censurar a felicidade alheia. ? de resto um despropósito torcer contra o Brasil. Os únicos que têm a ganhar com nossa derrota s?o os adversários, pois aos brasileiros restará apenas a tristeza. [...]”.IV. Eu n?o tinha este rosto de hoje, assim calmo, assim triste, assim magro, nem estes olhos t?o vazios, nem o lábio amargo.Eu n?o tinha estas m?os sem for?a, t?o paradas e frias e mortas; eu n?o tinha este cora??o que nem se mostra. Eu n?o dei por esta mudan?a, t?o simples, t?o certa, t?o fácil: Em que espelho ficou perdida a minha face?(Retrato – Cecília Meireles)V. ”[...] Ainda segundo a Prefeitura, 40% dos ingressos vendidos para os jogos de S?o Paulo das primeira e segunda fases do mundial foram vendidos para estrangeiros, 8% para turistas brasileiros e 52% para paulistanos. Para a abertura, 22% das entradas foram vendidas para turistas, sendo que 9,9% para croatas, adversários do Brasil no jogo desta quinta-feira (12). [...]”.a) ( ) expositivo – descritivo – narrativo – injuntivo – dissertativo-argumentativob) ( ) injuntivo – expositivo – narrativo – dissertativo-argumentativo – descritivoc) ( ) narrativo – injuntivo – dissertativo-argumentativo – descritivo – expositivod) ( ) narrativo – expositivo – dissertativo-argumentativo – injuntivo – descritivoQuest?o 4 - Sobre as características do texto dissertativo, podemos afirmar que:a) ( ) Suas principais características s?o contar uma história ou narrar algum acontecimento, verídico ou n?o.b) ( ) Apresentar informa??es sobre um objeto ou fato específico, enumerando suas características através de uma linguagem clara e objetiva.c) ( ) Têm por finalidade instruir o leitor/interlocutor, por isso o predomínio dos verbos no infinitivo.d) ( ) Texto da opini?o, no qual as ideias s?o desenvolvidas com a inten??o de convencer o leitor.Quest?o 5 - S?o características da disserta??o:a) ( ) Defesa de uma tese através da organiza??o de dados, fatos, ideias e argumentos em torno de um ponto de vista definido sobre o assunto em quest?o. Nela, deve haver uma conclus?o, e n?o apenas exposi??o de argumentos favoráveis ou contrários sobre determinada ideia.b) ( ) Os eventos s?o organizados cronologicamente, com uma estrutura que privilegia os verbos no pretérito perfeito e predicados de a??o relativos a eventos que se referem à primeira ou à terceira pessoa. Presen?a de enunciados que sugerem a??o e novos estados.c) ( ) Predomin?ncia de caracteriza??es objetivas (físicas, concretas) e subjetivas (dependem do ponto de vista de quem as descreve) e uso de adjetivos. Os tipos de verbos mais comuns na estrutura do texto s?o os verbos de liga??o.d) ( ) Tipo textual marcado por uma linguagem simples e objetiva, sendo que um dos recursos linguísticos marcantes desse tipo de texto é a utiliza??o dos verbos no gerúndio, com a inten??o de narrar.Quest?o 6 (MACKENZIE) - Leia o texto e escolha a alternativa correta:"Acho que n?o pode haver discrimina??o racial e religiosa de espécie alguma. O direito de um termina quando come?a o do outro. Em todas as ra?as, todas as categorias, existe sempre gente boa e gente má. No caso particular dessa música, n?o posso julgar, porque nem conhe?o o Tiririca. Como posso saber se o que passou na cabe?a dele era mesmo ofender os negros? Eu, Carmen Mayrink Veiga, n?o tenho ideia. Mas o que posso dizer é que se os negros acharam que a música é uma ofensa, eles devem estar com toda raz?o."(Revista Veja)a) ( ) A argumenta??o, desenvolvida por meio de clichês, subtende um distanciamento entre o eu/enunciador e o ele/negros.b) ( ) A argumenta??o revela um senso crítico e reflexivo, uma mente que sofre com os preconceitos e, principalmente, com a própria impotência diante deles.c) ( ) A argumenta??o, partindo de vis?es inusitadas, mas abalizadas na realidade cotidiana, aponta para a total solidariedade com os negros e oprimidos.d) ( ) O discurso altamente assumido pelo enunciador ataca rebeldemente a hipocrisia social, que mascara os preconceitos.e) ( ) Impossível conceber, como desse mesmo enunciador, essa frase: "Sempre trabalhei como uma negra", publicada semanas antes na mesma revista.GABARITO - CAP?TULO 51 - Alternativa ‘e’.2 - Alternativa ‘b’.3 - Alternativa ‘c’.4 - Alternativa ‘d’.5 - Alternativa ‘a’.6 - Alternativa ‘a’.CAP?TULO 6 - Disserta??o-Argumentativa AplicadaO estilo de reda??o dissertativo-argumentativo é o mais predominante em vestibulares brasileiros, logo é necessário trazer um aprofundamento maior ao tópico. Veremos ent?o nesse capítulo de forma mais aprofundada como se realizar um boa reda??o do ENEM, por ser uma boa base para os demais vestibulares.Erros ComunsCren?as: “O Estado n?o tem o direito de tirar a vida de ninguém, porque esse direito só a Deus pertence.”Gostos pessoais: “Porque ouvir música clássica, uma música arcaica e de museu? Cada época tem seu próprio tipo de música e a do nosso tempo é o rock.”Generaliza??es indevidas: “Que utilidade pode haver na leitura de romances? As mulheres apreciam, porque elas s?o sentimentais e adoram essas novelas lacrimosas.”Preconceitos:Implícitos: “Que utilidade pode haver na leitura de romances? Em nada contribuem para a vida prática das pessoas, e os homens, em geral, n?o perdem seu tempo com isso.”Explícitos: “Que utilidade pode haver na leitura de romances? Para os homens, nenhuma. Na realidade, os romances sempre foram escritos para as mulheres - eis aí uma atividade tipicamente feminina.”Senso Comum: trata-se de um conjunto de opini?es, ideias e concep??es, que, prevalecendo em um determinado contexto, demonstram-se naturais e essenciais. Assim impedindo qualquer tipo de reflex?es ou questionamentos, havendo um consenso.“Devemos cuidar do nosso planeta, porque ele é a nossa casa.”“Quem tem telhado de vidro n?o deve atirar pedras na casa do vizinho”Lugar-Comum: ideia, frase, sem originalidade, demasiadamente trivial, que expressa apenas banalidade, estereótipo, vulgaridade: “Homem n?o chora”, “Mulher é ciumenta”, “O brasileiro é malandro”.Clichê: Tal como no plano das ideias devemos evitar o lugar-comum, no plano da linguagem devemos fugir do clichê - express?es que perderam a originalidade, tornando-se estereótipos de linguagem: “que com ferro fere, com ferro será ferido” ou “água mole em pedra dura, tanto bate até que fura”.Características e Critérios de Corre??o? importante citar que numa reda??o dissertativa-argumentativa n?o é possível utilizar a primeira pessoa do singular;N?o é necessário que sua reda??o possua um título no ENEM;N?o deve haver qualquer tipo de intera??o entre o escritor e o leitor;A linguagem deve ser formal, seguindo a norma culta-padr?o;Para a corre??o da reda??o, os corretores seguem alguns critérios que levam em conta as habilidades linguísticas e a bagagem cultural do candidato. S?o eles:Competência 1 - Demonstrar domínio da norma padr?o:Ausência de marcas de oralidade e de registro informal;Precis?o vocabular;Obediência às regras gramaticais de:Concord?ncia nominal e verbal;Regência nominal e verbal;Pontua??o;Flex?o de nomes e verbos;Coloca??o de pronomes átonos;Grafia das palavras;Acentua??o Gráfica;Emprego de letras maiúsculas e minúsculas;Divis?o silábica na mudan?a de linha;Competência 2 - Compreender a proposta de reda??o e aplicar conceitos das várias áreas do conhecimento para desenvolver o tema dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo:Leia com aten??o a proposta da reda??o e os textos motivadores, para compreender bem o que está sendo solicitado.Evite ficar preso às ideias desenvolvidas nos textos motivadores, porque foram apresentadas apenas para despertar uma reflex?o sobre o tema. ? N?o copie trechos dos textos motivadores. Lembre-se de que eles foram apresentados apenas para despertar seus conhecimentos sobre o tema. Além disso, a recorrência de cópia é avaliada negativamente e fará com que seu texto tenha uma pontua??o mais baixa. Reflita sobre o tema proposto para definir qual será o foco da discuss?o, isto é, para decidir como abordá-lo, qual será o ponto de vista adotado e como defendê-lo. Utilize informa??es de várias áreas do conhecimento, demonstrando que você está atualizado em rela??o ao que acontece no mundo. Essas informa??es devem ser usadas de modo produtivo no seu texto, evidenciando que elas servem a um propósito muito bem definido: ajudá-lo a validar seu ponto de vista. Isso significa que essas informa??es devem estar articuladas à discuss?o desenvolvida em sua reda??o. Informa??es soltas no texto, por mais variadas e interessantes, perdem sua relev?ncia quando n?o associadas à defesa do ponto de vista desenvolvido em seu texto.Mantenha-se dentro dos limites do tema proposto, tomando cuidado para n?o se afastar do seu foco. Esse é um dos principais problemas identificados nas reda??es. Nesse caso, duas situa??es podem ocorrer: fuga total ou tangenciamento ao petência 3 - Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informa??es, fatos, opini?es e argumentos em defesa de um ponto de vista:Rela??o de sentido entre as partes do texto.Precis?o vocabular.Sele??o de argumentos.Progress?o temática adequada ao desenvolvimento do tema, revelando que a reda??o foi planejada e que as ideias desenvolvidas s?o, pouco a pouco, apresentadas, de forma organizada, em uma ordem lógica.Desenvolvimento dos argumentos, com a explicita??o da relev?ncia das ideias apresentadas para a defesa do ponto de vista petência 4 - Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a constru??oda argumenta??o:Estrutura??o dos parágrafos – um parágrafo é uma unidade textual formada por uma ideia principal à qual se ligam ideias secundárias. No texto dissertativo-argumentativo, os parágrafos podem ser desenvolvidos por compara??o, por causa-consequência, por exemplifica??o, por detalhamento, entre outras possibilidades. Deve haver uma articula??o entre um parágrafo e outro.Estrutura??o dos períodos – pela própria especificidade do texto dissertativo-argumentativo, os períodos do texto s?o, normalmente, estruturados de modo complexo, formados por duas ou mais ora??es, para que se possa expressar as ideias de causa-consequência, contradi??o, temporalidade, compara??o, conclus?o, entre outras. Referencia??o – As referências a pessoas, coisas, lugares e fatos s?o introduzidas e, depois, retomadas, à medida que o texto vai progredindo. Esse processo pode ser realizado mediante o uso de pronomes, advérbios, artigos ou vocábulos de base lexical, estabelecendo rela??es de sinonímia, antonímia, hiponímia, hiperonímia e de express?es resumitivas, metafóricas ou metadiscursivas.Procure utilizar as seguintes estratégias de coes?o para se referir a elementos que já apareceram no texto: Substitui??o de termos ou express?es por pronomes pessoais, possessivos e demonstrativos, advérbios que indicam localiza??o, artigos. Substitui??o de termos ou express?es por sin?nimos, hip?nimos, hiper?nimos ou express?es resumitivas. Substitui??o de verbos, substantivos, períodos ou fragmentos do texto por conectivos ou express?es que resumam e retomem o que já foi dito. Elipse ou omiss?o de elementos que já tenham sido citados ou que sejam facilmente identificápetência 5 - Elaborar proposta de interven??o para o problema abordado, respeitando os direitos humanos:Considerando seu planejamento de escrita, ou seja, seu projeto de texto (avaliado na Competência 3), sua proposta deve ser coerente em rela??o à tese desenvolvida no texto e aos argumentos utilizados, já que expressa sua vis?o, como autor, das possíveis solu??es para a quest?o discutida. Além disso, é necessário, ao idealizar sua proposta de interven??o, respeitar os direitos humanos, ou seja, n?o romper com os valores de cidadania, liberdade, solidariedade e diversidade cultural. ................
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