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Viagem pela África

Convidamos você, aluno da 7ª série do Colégio Positivo, a fazer uma viagem imaginária pelo continente africano. Nosso ponto de partida será a Argélia, no norte da África. Nosso ponto final será a Tunísia, também no litoral do Mar Mediterrâneo. Mas antes de chegar à Tunísia, você passará por uma grande quantidade de países, cada qual com suas características de relevo, clima, vegetação, população, indicadores sociais, histórico de conflitos, etc. Do ponto de partida até o ponto de chegada serão 10 destinos. Verifique nosso roteiro:

01- Argélia

02- Serra Leoa

03- Nigéria

04- Angola

05- África do Sul

06- Lesoto

07- Congo

08- Ruanda

09- Sudão

10- Tunísia

Os links indicados junto as questões irão auxiliá-lo na resolução das questões. Utilize seu livro didático volume 4, seu Atlas Geográfico, e demais materiais úteis para conhecer um pouco mais deste continente fascinante. Preste atenção e tenha cuidado ao ler os enunciados, pois temos questões onde você deverá indicar a afirmativa incorreta. Boa avaliação.

TEXTO 01 – ARGÉLIA



Capital: Argel

Extensão Territorial: 2.381.741 Km2

Clima: Árido Subtropical

População (2009): 34.895.470 habitantes

Densidade demográfica: 14,6 hab/Km2

Idioma: Árabe e berbere (oficiais), francês

Religião: Islamismo 96,7%, sem religião 3%, cristianismo 0,3%

Moeda: Dinar argelino

IDH: 0,677

Total do PIB (2007): 132.452 milhões de US$

Esperança de vida ao nascer: 72 anos

A Argélia está localizada no litoral norte da África, é banhada pelo Mediterrâneo. Faz fronteira com a Tunísia, Líbia, Níger, Mali, Mauritânia, Saara Ocidental e Marrocos. É o segundo maior país em extensão territorial do continente africano, atrás apenas do Sudão.

O território foi habitado primeiramente pelos berberes, em seguida foi ocupado e incorporado por diversos povos e impérios, entre eles se destacam os fenícios, cartagineses, romanos, vândalos, bizantinos e árabes.

Em 1830 a França invadiu a Argélia, com a intenção de dominar o seu litoral. Em 1857 ocorreu a dominação definitiva dos franceses no território argelino. A luta pela independência se intensificou principalmente após a II Guerra Mundial, com o levante popular de 1945, porém eles foram reprimidos com muita violência por parte dos franceses.

A FLN (Frente de Libertação Nacional) foi organizada em 1954, e deu início a uma luta armada contra a dominação da França. Somente em 1962 os franceses reconheceram a independência da Argélia. Cerca de 1 milhão de franceses deixaram o país em direção à França. A Argélia passou a ser governada no mesmo ano por Ahmed Bem Bella, representante da Frente de Libertação Nacional, único partido político do país.

Somente em 1989 foi aceito o multipartidarismo, esse fato ocorreu devido aos protestos da população, que resultou numa reforma constitucional que acabou com o regime de partido único. Criou-se a FIS (Frente de Libertação Islâmica), principal organização oposicionista da Frente de Libertação Nacional.

A eleição presidencial de 1991 foi vencida pelo representante da Frente de Libertação Islâmica, Bendjedid. No entanto, em 1992 ocorreu um golpe militar que forçou Bendjedid a renunciar o cargo.

Em 2009, Abdelaziz Bouteflika foi eleito presidente da Argélia pela terceira vez, acusações de irregularidades na disputa eleitoral foram feitas pela mídia e oposição.

TEXTO 02 – SERRA LEOA



A Inglaterra perdeu a paciência e, na semana passada, mandou um pelotão resgatar onze de seus soldados seqüestrados por uma milícia de Serra Leoa, os West Side Boys. No domingo 10, 110 pára-quedistas de sua majestade libertaram os reféns, que fazem parte das forças de paz da ONU, mataram pelo menos 25 seqüestradores e capturaram o chefe, Foday Kallay. Os West Side Boys, com seu estapafúrdio nome de banda de rock, são os típicos combatentes de uma guerra cujas atrocidades conseguem ser mais chocantes que qualquer outra das barbaridades em curso na África. As tropas são formadas por adolescentes movidos a drogas cujo mais abominável hábito é cortar as mãos de civis escolhidos a esmo, inclusive mulheres e crianças. Kallay apresentava-se nas negociações para a libertação dos ingleses como "general-de-brigada", mas, até que o país mergulhasse no banho de sangue, ele era apenas o porteiro do Ministério da Defesa. Só neste ano, os grupos armados seqüestraram mais de 700 soldados e funcionários das forças de paz da ONU, que tentam impor um pouco de lucidez no desvario de uma guerra cujo único objetivo é ver quem vai roubar maior quantidade de diamantes, a única riqueza do país.

O garimpo de diamantes não é apenas o melhor negócio, mas também a única mercadoria de valor de Serra Leoa. Impressiona como tal riqueza acabou levando o país a se tornar o pior lugar do mundo. Serra Leoa foi criada em 1787 para ser uma colônia e receber escravos emancipados pelos ingleses após a independência dos Estados Unidos. Mas só despertou o interesse dos europeus quando o mineral foi descoberto, em 1930. Até 1963, dois anos após sua independência, apenas os brancos exploravam a pedra. Desde que as minas foram nacionalizadas, não houve mais paz. Metade dos habitantes já perdeu suas casas e o país despencou para o último posto no índice de desenvolvimento humano da ONU. Sua renda per capita de 130 dólares é uma das mais baixas do mundo e 70% da população está desempregada e vive abaixo da linha de pobreza. Sete em cada dez adultos são analfabetos e a expectativa de vida de 35 anos é a mais baixa do planeta. Serra Leoa é a campeã mundial em mortalidade infantil, com 170 mortes a cada 1.000 nascimentos. O banco central, os serviços públicos essenciais, a polícia e os últimos resquícios de um Estado organizado desapareceram.

A guerra começou há quase uma década. O grande vilão é um contrabandista de diamante chamado Foday Sankoh. Ele foi cabo no Exército, passou sete anos na cadeia por conspiração nos anos 70 e outros tantos treinando guerrilha na Líbia. No início da década, entrou no país com um bando de guerrilheiros esfarrapados. Apesar da tropa mambembe, não foi difícil derrotar o Exército nacional. Com um efetivo mínimo, desorganizado e mal equipado, o Exército leal ao governo debandou. Em 1995, para evitar a derrota, a solução encontrada foi pagar 35 milhões de dólares a uma firma de mercenários da África do Sul. Pouco mais de 200 homens bem treinados e equipados com helicópteros foram capazes de expulsar a guerrilha de Sankoh de volta para o interior do país.

No ano seguinte foi eleito um presidente, Ahmad Tehan Kabbah. Não demorou para que a soldadesca se amotinasse devido ao atraso nos soldos. Os amotinados libertaram os guerrilheiros presos e convidaram Foday a fazer parte de um novo governo. A intervenção de uma força de paz africana repôs Kabbah no palácio, que mandou fuzilar 24 oficiais e condenou Foday à morte. Antes de sua execução, uma coligação de desertores e guerrilheiros atacou Freetown, a capital do país. Foi então que se espalhou o terror para valer. Moradores de bairros inteiros eram reunidos por guerrilheiros adolescentes e metralhados nas ruas ou queimados vivos em suas casas. Esquadrões especiais, na maioria formados por crianças, circulavam com facões e machados mutilando as pessoas. Gostavam de perguntar às vítimas se preferiam "manga curta ou longa". Significava perder a mão ou todo o membro. O objetivo era aterrorizar a população e estima-se que 100.000 foram mutilados. Sankoh foi capturado pelo governo no início deste ano e não se sabe com certeza se está preso ou morto.

Não existe outro motivo convencional para que as pessoas se matem por lá – exceto, evidentemente, os diamantes. Não há diferenças tribais significativas nem conflitos ideológicos. Mas o que era para ser a salvação do país acabou se tornando a razão de sua miséria e já matou mais de 50.000 pessoas em nove anos de guerra civil. Serra Leoa tem capacidade para extrair 70 milhões de dólares por ano de diamantes, contudo apenas 1,5 milhão de dólares constam da receita oficial. O resto é contrabandeado para os países vizinhos em troca de armas que incendeiam a guerra. A ONU vem estudando uma forma de embargo a esses diamantes, mas a tarefa é quase impossível. Contrabandeá-los é muito fácil, uma vez que poucas pedras formam uma grande fortuna facilmente transportada numa caixa de fósforos. Vale tudo para esconder as pedras. Engolir, colocar debaixo da língua ou das unhas. Os traficantes de Serra Leoa são capazes até mesmo de ocultá-las na pele, colocando-as em machucados abertos e recém-cicatrizados. A ousadia dos contrabandistas é a mesma dos assassinos na hora de decidir quem vai morrer. As vítimas podem ser pessoas que se recusam a lhes dar dinheiro ou simplesmente qualquer um com quem não simpatizam. Os facínoras estupram mulheres e freiras, seqüestram padres, marcam crianças como gado e as drogam para obrigá-las a guerrear. O governo conta com a ajuda de uma milícia igualmente brutal, a Kamajor. Caçadores tribais, eles costumam freqüentar o campo de batalha protegidos com amuletos que, acreditam, os tornam imunes às balas. Os guerrilheiros e milicianos de Serra Leoa formam uma curiosa caricatura de elementos primitivos e da cultura pop internacional. Vestem camisetas de bandas de rock, misturam óculos escuros com perucas vermelhas. Querem ser chamados por apelidos, como "Coronel Sanguinário", "Comandante Cortador de Mãos" ou "Mister Morte". Nomes que soam bem no pior lugar do mundo.

TEXTO 03 - NIGÉRIA



A República Federal da Nigéria está localizada no continente africano e possui uma grande riqueza em recursos naturais. Essa nação possui o maior contingente populacional do continente, debaixo do subsolo nigeriano existe uma enorme reserva de petróleo, no entanto, isso de nada favorece a população que enfrenta uma série de mazelas sociais. Muitas vezes, o dinheiro tem destinos ilícitos, como o desvio de verbas e a prática da corrupção, dessa forma, os habitantes não são beneficiados com a arrecadação da receita.

A configuração da cidade de Lagos, uma das maiores da Nigéria, é caracterizada por uma grande aglomeração de pessoas que convivem com o desprovimento de serviços públicos de infra-estrutura (moradia, alimentação, saúde, educação, renda, entre muitos outros), e isso tende só a piorar, uma vez que existem altos índices de crescimento demográfico.

Lagos ocupa um lugar de destaque entre as cidades da Nigéria, embora tenha perdido, em 1991, a condição de capital do país para a cidade de Abuja.

Estima-se que a população da Nigéria totaliza, aproximadamente, 154,7 milhões de habitantes, no subsolo nacional se encontra uma das maiores reservas de minério fóssil do mundo, são cerca de 1 milhão de quilômetros quadrados. Parece que essa imensa riqueza não consegue atingir a pobreza com a qual seus habitantes convivem, o país está entre os piores em qualidade de vida e um dos primeiros em níveis de pobreza.

Características climáticas da Nigéria

O clima predominante no território nigeriano sofre influências diretas dos efeitos provocados pela maritimidade. Nas áreas próximas ao litoral sul a temperatura máxima é de 32ºC, composta por uma alta umidade relativa do ar e índices pluviométricos relativamente elevados e bem distribuídos durante todo o ano. No centro do país o período chuvoso ocorre de abril a outubro, já a época da seca desenvolve de novembro a março, nessa as temperaturas são elevadas e podem superar os 38ºC. Ao norte, a seca permanece por um período maior, cerca de oito meses, fenômeno provocado pela influência dos ventos secos e quentes originados no Deserto do Saara.

Economia da Nigéria

A economia nigeriana era baseada na produção agropecuária, principalmente no cultivo de cacau, café, amendoim, banana e azeite de dendê, todos com finalidade de exportação.

A produção de alimentos não acompanhou o crescimento populacional, então o país recorreu à importação para suprir as necessidades internas.

O país possui jazidas de diversos minérios, mas o principal é o petróleo, esse recurso mineral responde, atualmente, por 20% do Produto Interno Bruto, 95% das exportações e 80% da receita nacional.

O setor industrial ainda é discreto, mas as empresas já existentes e atuam, principalmente, no segmento de bebidas, fumo, equipamentos de transporte e automóveis, produtos químicos, têxteis e alimentos, o parque industrial nigeriano está localizado nas cidades litorâneas.

Informações gerais sobre a Nigéria:

Área: 923.768 km2.

Capital: Abuja.

Idioma: Inglês como oficial, além de outros praticados, como haussá, ibo e ioruba.

Índice de Desenvolvimento Humano (IDH): 0,423 (baixo).

Religião: 40% cristianismo, 50% Islamismo, 10% religiões diversas.

Moeda: Naira.

TEXTO 04 – ANGOLA



Angola ou República de Angola é um país africano localizado na costa ocidental da África, por isso é banhado pelo oceano Atlântico.

O país ocupa uma área de 1.246, 700 km2 onde vivem cerca de 18,4 milhões de habitantes, esse território têm como capital a cidade de Luanda. Essa nação compõe um dos países que possui como língua oficial o português.

O estabelecimento do território angolano ocorreu na Conferência de Berlim, em 1885, essa reunião serviu para decidir quais países iriam dominar e explorar como colônias os territórios africanos.

Angola foi colonizada por Portugal, sua independência aconteceu somente em 11 de novembro de 1975. Apesar da conquista da autonomia política essa nação não usufrui de paz, a luta que antes era contra a ocupação portuguesa tornou-se uma guerra civil provocada por divergências políticas.

A estrutura política da Angola possui a característica de concentrar o poder nas mãos do presidente, que conta com o auxílio de um primeiro ministro acrescido do conselho de ministros. O país é dividido internamente em províncias, que totalizam dezoito, os líderes ou governadores de cada uma são escolhidos pelo presidente.

Após décadas de conflito civil, o país enfrenta diversos problemas de caráter social, uma vez que a Angola é um dos países mais pobres do mundo. Sem realizar uma eleição presidencial desde 1992, o governo atual visa organizar um processo eleitoral nos dias 5 e 6 de setembro de 2008.

O território angolano possui as seguintes características climáticas: clima temperado no litoral, ocorrência de um restrito período chuvoso (fevereiro a abril), apresenta verões quentes e secos e invernos amenos.

Nos pontos de relevo mais elevados há uma temperatura agradável, com ocorrência de duas estações, uma seca (maio a outubro) e uma chuvosa (novembro a abril).

Assim como a maioria dos países africanos, Angola tem suas atividades econômicas ligadas diretamente à produção primária, destacando-se na produção de café, cana-de-açúcar, sisal, milho, coco e amendoim, além do algodão, tabaco, borracha, batata, arroz e banana. Na pecuária as principais criações são respectivamente de bovinos, caprinos e suínos.

No país são encontradas grandes jazidas, sobretudo de cobre, manganês, fosfato, sal, chumbo, ouro, diamante, petróleo e outros.

As indústrias presentes no país estão ligadas ao processamento ou beneficiamento de produtos agrícolas, produzindo açúcar, cerveja, cimento, além de pneus, fertilizantes, celulose, vidro e aço.

TEXTO 05- LESOTO



Lesoto, antigo Reino da Basutolândia, é um pequeno país africano localizado na porção centro-leste da África do Sul. Seu território apresenta altitudes elevadas: aproximadamente 75% da sua área estão a mais de mil metros de altitude.

Esse território se tornou, em 1868, protetorado britânico, passando a ser colônia da Coroa em 1884. Somente em 1996 a independência foi obtida, e o país adotou o nome de Reino de Lesoto, integrando a Comunidade Britânica – organização formada pelo Reino Unido e suas antigas colônias.

A economia nacional é pouco desenvolvida, pois o país é extremamente dependente da África do Sul. A principal atividade econômica é a agricultura, em especial a de subsistência, na qual há o cultivo de milho, sorgo, trigo e feijão. Outro destaque é a criação de ovelhas, nos Montes Drakensberg.

Lesoto apresenta vários problemas socioeconômicos. A maioria da população vive abaixo da linha de pobreza, ou seja, com menos de 1,25 dólar por dia; a expectativa de vida é uma das menores do planeta: 42,3 anos; a taxa de mortalidade infantil é de 67 óbitos a cada mil nascidos vivos. Outro aspecto de total relevância é que o país apresenta um dos mais altos índices de portadores do vírus HIV no mundo.

Dados de Lesoto:

Extensão territorial: 30.355 km²

Localização: África

Capital: Maseru

Clima: Tropical de altitude

Governo: Monarquia parlamentarista

Divisão administrativa: 10 distritos

Idioma: Inglês e sessoto (oficiais)

Religião: Cristianismo - 91,8% (católicos - 50,1%; sem filiação - 14,5%; outros - 27,2%); crenças tradicionais - 7%; outras - 1%; sem religião e ateísmo - 0,2%.

População: 2.066.919 habitantes (Homens: 975.604; Mulheres: 1.091.315)

Composição étnica: Sotos - 99%; outros -1%

Densidade demográfica: 68 hab/km²

Taxa média anual de crescimento populacional: 0,8%

População residente em área urbana: 26,15%

População residente em área rural: 73,85%

Analfabetismo: 17,8%

População subnutrida: 15%

Esperança de vida ao nascer: 42,3 anos

Domicílios com acesso a água potável: 78%

Domicílios com acesso a rede sanitária: 36%

Índice de Desenvolvimento Humano (IDH): 0,427 (baixo)

Moeda: Loti

Produto Interno Bruto (PIB): 1,6 bilhão de dólares

PIB per capita: 797 dólares

Relações exteriores: Banco Mundial, Comunidade Britânica, FMI, OMC, ONU, SADC, UA.

 

TEXTO 06 – REP. DEM. DO CONGO



A República Democrática do Congo (ex-Zaire), também chamada de Congo Kinshasa para diferenciar do vizinho Congo (ou Congo-Brazzavile), é o terceiro maior país em extensão territorial do continente africano, limitando-se com o Sudão (a nordeste), República Centro-Africana (ao norte), Congo (a noroeste e a oeste), com o enclave angolano de Cabinda (a oeste), Angola (a sudoeste), Zâmbia (ao sul), Tanzânia (a sudeste), Burundi, Ruanda e Uganda (a leste), além de ser banhado pelo oceano Atlântico (a oeste).

A população da República Democrática do Congo apresenta grande diversidade étnica: mais de 200 etnias distintas.

A independência nacional foi obtida, mediante a Bélgica, no dia 30 de junho de 1960, adotando o nome de República do Congo e, em 1964, o país passou a se chamar República Democrática do Congo (RDC).

Após o processo de independência, a República Democrática do Congo passou por uma série de conflitos políticos e civis, promovidos pela disputa de poder. Somente em 1967, com a eleição Joseph-Desiré Mobuto, o país conseguiu uma breve estabilidade política. Mobuto substituiu o nome do país para Zaire. Com a sua morte, em 1997, o novo governo voltou a nomear o país de República Democrática do Congo.

A economia nacional sofre as consequências dos conflitos armados no país: redução de investimentos estrangeiros, destruição de infraestrutura, inflação, entre outros aspectos. As principais riquezas nacionais são as reservas minerais – diamantes, ouro, ferro e urânio.

Esse país tornou-se, nos últimos anos, foco de conflitos na região dos Grandes Lagos africanos, que foram agravados pelo envolvimento militar de países vizinhos. Cerca de 4 milhões de pessoas morreram em consequência desses conflitos.

Os habitantes do país sofrem com vários problemas socioeconômicos: a taxa de mortalidade infantil é uma das mais altas do planeta: 115 óbitos a cada mil nascidos vivos; o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é de apenas 0,239, sendo a segunda pior média mundial; o analfabetismo atinge mais 32% dos habitantes; cerca 76% da população é subnutrida; a maioria dos habitantes vivem com menos de 1 dólar por dia, ou seja, abaixo da linha de pobreza.

Dados da República Democrática do Congo: 

Extensão territorial: 2.344.858 km².

Localização: África.

Capital: Kinshasa.

Clima: Equatorial chuvoso.

Governo: República presidencialista.

Divisão administrativa: 26 províncias.

Idioma: Francês (oficial), dialetos bantos.

Religião: Cristianismo 95,2% (católicos 49,7%, independentes 20,8%, protestantes 19%, outros 5,7%), outras 4,3%, sem religião 0,5%.

População: 66.020.365 habitantes. (Homens: 32.717.617; Mulheres: 33.302.748).

Composição Étnica: Lubas 18%, congos 16,1%, mongos 13,5%, ruandas 10,3%, zandis 6,1%, bangis e ungalas 5,8%, teques 2,7%, boas 2,3%, tchoques 1,8%, outros 23,4%.

Densidade demográfica: 28 hab/km².

Taxa média anual de crescimento populacional: 2,7%.

População residente em área urbana: 34,56%.

População residente em área rural: 65,44%.

Analfabetismo: 32,8%.

População subnutrida: 76%.

Esperança de vida ao nascer: 46,1 anos.

Domicílios com acesso a água potável: 46%.

Domicílios com acesso a rede sanitária: 31%.

Índice de Desenvolvimento Humano (IDH): 0,239 (baixo).

Moeda: Franco congolês.

Produto Interno Bruto (PIB): 11,6 bilhões de dólares.

PIB per capita: 151 dólares.

Relações exteriores: Banco Mundial, FMI, OMC, ONU, SADC, UA. 

TEXTO 07 – TUNÍSIA



Para italianos, franceses e alemães, a Tunísia pode ser considerada "carne de vaca". Faz parte dos roteiros obrigatórios de agências de viagens, que lotam o litoral do país com ônibus de turismo, e os mercados, de compradores em potencial. Mas como balneário, a Tunísia decepciona os brasileiros. Para conhecer o país, é melhor esquecer as praias sem graça e lotadas no verão, os hotéis ditos de luxo, que sempre provocam a sensação de que faltou alguma coisa, e deixar em casa qualquer intenção de mudar o mundo, pelo menos o mundo deles.

Para um ocidental, pode ser assustador ouvir, por exemplo, histórias de mulheres que passam a vida enclausuradas dentro de casa --e é justamente aí que começam as primeiras lições para quem chega ao país: perguntar às vezes ofende, questionar pode ser um erro fatal.

Exageros à parte, há sim assuntos difíceis de engolir para os tunisianos, a começar pela própria imagem dos povos muçulmanos no exterior, segundo eles, ligada somente ao terrorismo, sem levar em conta a simpatia que dispensam aos turistas e a calma em que vivem os cidadãos comuns.

Comentários envolvendo os vizinhos Líbia e Argélia ou outros países árabes, referências à guerra do Golfo ou elogios aos EUA devem ser cuidadosos. Não há violência no país, mas uma frase mal colocada pode causar extremo mal-estar. Questões sobre a eficiência do governo do presidente Ben Ali, no poder desde 1987, ficam sempre sem resposta.

Mesmo quando há sinais de desagrado, ninguém ousa falar mal do governante, e fotos dele se espalham por todas as lojas, hotéis, bares e restaurantes, literalmente sem exceção.

Detalhes

Mas esse estranhamento inicial dura pouco, principalmente para quem se aventura pelo interior, chegando até o Saara. Nos 450 km que ligam a capital Túnis à Douz, na entrada do deserto, paisagens, arquitetura e costumes mudam drasticamente a cada ponto de parada. As deliciosas comidas típicas, com couscous e muita carne de carneiro, também desfilam sabores diversos, como tudo, um pouco movidos pela ânsia de agradar os visitantes, perfeitamente exemplificada pela maneira como os nativos chamam suas cidades.

Cada pequeno fim de mundo vai ser tratado como "a capital da cerâmica", "a capital da tapeçaria", "a capital do vinho" e assim por diante. Para ir se aclimatando, a melhor porta de entrada é mesmo a capital Túnis, simpática, ocidentalizada mas com poucas atrações além do mercado e das mesquitas no interior da medina --a cidade antiga, murada.

Comprar é uma aventura como descrita em qualquer artigo sobre países de tradição árabe e que, às vezes, parece um pouco caricatural, com negociações começando em US$ 100 e terminando em US$ 5. Faz parte! Feitas as primeiras compras, reserve um bom tempo para visitar a coleção de mosaicos romanos, bizantinos e cartagineses, no museu do Bardo.

Está lá a fonte do pouco que se sabe sobre a vida cotidiana da cidade de Cartago, fundada no ano de 800 a.C. pelos fenícios e destruída pelos romanos 146 a.C., ao final das guerras púnicas contra Roma. O mais que restou do local são poucas ruínas no subúrbio de Túnis, abertas à visitação, mas com pouco a acrescentar à própria história. Mais interessante, a cidade de Sidi Bou Said, um pouco à frente na mesma direção, rende uma boa tarde de diversão e dá por encerradas as visitas à costa mediterrânea. A região conhecida como Cap Bon, a nordeste, louvada aos quatro ventos como um pedaço do paraíso, deve ser solenemente ignorada.

Ruínas

Deixando Túnis, passe ao roteiro de ruínas romanas começando pelo aqueduto de Zaghouan, com 60 km de extensão, que, no século 2, abastecia a costa norte do país.

Próximo ao Museu do Bardo, na capital, já é possível ver algumas de suas estruturas, mas elas só vão surgir com todo seu esplendor nas proximidades de Thuburbo Majus, um sítio arqueológico a oeste de Zaghouan. Bem próximo da costa leste, na continuação da viagem, o coliseu de El Djem, concluído em 230 DC, faz parecer pobres as ruínas de Zaghouan.

Menor, mas mais bem conservado que o de Roma, o anfiteatro permite conhecer de perto os bastidores de lutas e competições do antigo império romano. Após um passeio pelas arquibancadas, a visita às catacumbas, antigas prisões nos subterrâneos e jaulas de animais, chega a assustar.

Continuando à sudoeste, chega-se às ruínas da cidade romana de Sufetula, hoje conhecida como Sbeitla. Mosaicos que ainda sobrevivem no chão dos antigos templos, banhos decorados algumas vezes com motivos cristãos, restos de habitações comuns e igrejas bizantinas são apenas paisagem enquanto não se chega ao Fórum, onde templos dedidcados a Jupiter, Juno e Minerva permanecem quase intactos. Da história à religião, todos os caminhos passam por Kairouan, cidade sagrada para os muçulmanos, que só perde em importância para Meca e Medina, na Arábia Saudita. Como chegar às duas últimas é tarefa difícil para não-muçulmanos, a Grande Mesquita de Kairouan talvez seja a única chance de se aproximar dos territórios sagrados por onde, diz a tradição, passou o profeta Maomé. Reerguida diversas vezes até o século 9, a Grande Mesquita parece ter sido construída com o que restou de civilizações que passaram pelo local antes da chegada do Islã.

A imensa colunata que circunda o pátio interno não tem sequer uma coluna idêntica à outra, cada uma delas de período e material diferente. Com aspecto quase militar, a construção perde em beleza para a Mesquita do Barbeiro, com decoração refinada em franco contraste com a austeridade da Grande Mesquita.

Calor

Sempre bom lembrar que, como a maioria das cidades do interior, Kairouan é conservadora para os padrões ocidentais e as visitas às mesquitas devem ser cercadas de cuidado redobrado. Roupas discretas, cabelos presos, calças compridas para os homens --e saias longas para as mulheres-- são boa idéia em qualquer época do ano.

Qualquer um que tenha considerado o trajeto até Kairouan espinhoso ou estranho deve parar por aqui: o sul da Tunísia é, a um tempo, inóspito e acolhedor --estradas ruins, hotéis lotados, escassez de restaurantes são uma constante nas regiões mais áridas.

Mesmo assim continue firme, desligue um pouco do Saara e entre em cada canto para conhecer os desertos de montanha e de pedra, às vezes mais secos e impressionantes que os mares de areia. Saem os religiosos e os habitantes comuns das cidades, entra em cena gente acostumada a viver sob a terra, nas chamadas habitações trogloditas, incrustradas em montanhas de pedra, em vilarejos que lembram a paisagem lunar, ou em tendas beduínas, dormindo ao relento.

Roupas coloridas substituem os hábitos brancos ou negros entre as mulheres, dromedários e carros com tração nas quatro rodas --que lotam as estradas-- passam a ser o melhor meio de locomoção --embora seja impossível alugar um carro desse tipo, exclusividade de agências de turismo.

Os dromedários, sim, podem ser encontrados em qualquer lugar a US$ 50 por dia, incluindo dois "cameleiros", uma tenda e comida para uma ou várias noites no deserto. Proxima à fronteira com a Argélia --as autoridades locais recomendam que não se passe dali!-- Chebika e Tamerza são oásis no meio do nada, rodeadas por desertos de sal (lagos de água salgada, secos durante a maior parte do ano).

Basta uma tarde para conhecer as montanhas, percorrer a pé o leito seco dos rios e chegar às plantações de tâmaras e palmeiras, fazendo sombra a pequenos riachos ladeados por pedregulhos. Partindo para o sul, o calor aumenta e chega a ser insuportável mesmo no inverno. De oásis em oásis, chega-se em Tozeur, uma simpática cidade construída em tijolos aparentes, com um vívido mercado, e clima fresco trazido pelos palmeirais, e dali para Nefta, um vilarejo na fronteira entre desertos de sal e areia, de onde se pode empreender viagens de balão ao nascer do sol.

É nessa região que está uma das paisagens mais espetaculares do país, o Chott El Djerid, um imenso lago, quase sempre seco, que divide a Tunísia ao meio. As planícies de puro sal criam miragens no horizonte durante todo o trajeto, que por duas horas percorre uma pequena estrada de terra, cuja única vida são vendedores de tâmara a cada quilômetro.

A leste do Chott El Djerid, começa o Saara. Para não perder nada, hospede-se em Douz, passeie de dromedários, passe uma noite no deserto, contrate um passeio de carro até um antigo forte construído durante a Segunda Guerra Mundial.

Pelo caminho, restos de cidades engolidas pela areia, pequenos oásis de palmeiras, fontes modestas lotadas de gente em busca de água, dezenas de dromedários levando turistas e beduínos.

A partir daí, seguindo em direção à costa, as estradas só pioram, mas cidades se tornam cada vez mais curiosas e fazem valer a pena o sacrifício. A chegada a Matmata é um resumo dessa região do país. Quase não há construções à vista. Mesmo assim, há várias centenas de pessoas morando em habitações subterrâneas, escavadas para fugir do calor das pedras que cobrem a superfície. Não há jeito melhor de entender o porquê disso tudo que se hospedar em um dos dois hotéis enterrados da cidade.

Os quartos são quase claustrofóbicos, mas a temperatura mais fresca à noite compensa. No bar do Touring Club de Tunisie Marhala, George Lucas gravou cenas de "Guerra nas Estrelas".

Mais um episódio, que relata um período anterior ao descrito na primeira trilogia, foi filmado no início do ano em Chenini, uma aldeia construída em pedra como uma espiral ao redor de uma montanha, em cujo topo figura um pequena mesquita branca, contrastando com os tons terra do restante das construções.

Apesar do cenário fantasmagórico, 500 pessoas ainda vivem lá. Nos arredores, dezenas de pequenos vilarejos de pedra tornam o ambiente cada vez menos acolhedor. Os habitantes pouco acostumados a turistas, podem ser até um pouco agressivos. Como a última experiência antes de deixar o país, durma pelo menos uma noite em um das dezenas 'ksar' espalhados pelo sul.

São depósitos construídos por volta do século 13 por beduínos, para armazenas alimentos durante suas peregrinações pelo deserto. Há um hotel instalado em uma dessas construções em Ksar Haddada. Dali parta para conhecer Ksar Ouled Soltane, em melhor estado de conservação. Dali, a volta para Túnis de carro é cansativa, demorada e até mesmo um pouco perigosa.

Sempre resta a opção de pegar um vôo com a Tunis Air, que resume o trajeto em pouco mais de uma hora, mas priva o viajante de rever as paisagens. Oriente não tão longínquo, estranho mas nem tanto, a Tunísia resume o norte da África para quem gosta de história e aventura, mas prefere evitar os países vizinhos, nem tão calmos, nem tão hospitaleiros.

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