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REBECCA SAMANTHA MOURA FERREIRAALTAS ONDAS: REFLEX?ES SOBRE O AVAN?O DO MAR NA PRAIA DO ICARA?/CE.Trabalho de conclus?o de Curso de Pós-Gradua??o - MBA em Gest?o Ambiental da Turma V da Faculdade Ateneu.Orientadora: Ms. Almerinda MouraFORTALEZA-CE2014RESUMOO presente trabalho consta de uma reflex?o sobre o avan?o do mar na Praia do Icaraí, no Município de Caucaia, Ceará. A eros?o costeira é causada pelo avan?o do mar devido o aquecimento global e acentuada pela obstru??o na passagem de sedimentos. A Praia do Icaraí verifica a rápida e preocupante eros?o em sua costa devido à constru??o do Porto do Mucuripe e suas obras de conten??o marítima, que se estenderam na orla de Fortaleza. A problemática foi abordada através de pesquisa descritivo-exploratória, tomando como fundamento livros e documentos acerca do assunto explorado.Palavras – chave: Zona Costeira, Avan?o do mar, Praia do Icaraí.ABSTRACTThis work consists of a reflection on the state of the sea on the beach Icaraí, in the municipality of Caucaia, Ceará. Coastal erosion is caused by the advance of the sea due to global warming and marked by obstruction in the passage of sediment. The Icaraí Beach checks fast and worrisome erosion in its coast due to the construction of the Port of Fortaleza and its containment works sea, which extended the edge of Fortaleza. The issue was addressed through descriptive-exploratory, taking as a basis books and documents on the subject explored.Words - Tags: Coastal Zone, Advance sea, Icaraí Beach.1 INTRODU??OQuem chega a uma praia e vê o movimento t?o incessante do ir e vir das ondas, ora t?o indomadas e outras vezes t?o tranquilas, talvez nem imagina que este processo pode se tornar t?o devastador e de repercuss?o inesperada, advinda de uma desaten??o do ser humano que, na maioria das vezes, denomina erroneamente este fen?meno somente como um “desastre da natureza”.Foi este sentimento que tomou conta da pesquisadora. Ao longo de 10 anos morou na Praia do Icaraí, no litoral do Ceará, e viu de perto as transforma??es ocorridas nesta praia. Sendo adepta da prática do surf e estando todos os dias no mar, aos poucos, sem muito entender, observou que a praia, as ondas e seus movimentos apresentavam varia??es intensas. Outro dado que também chamou sua aten??o foi à história oral contada pelos moradores mais velhos da regi?o, que comentavam “Ah! Essa praia n?o é mais a mesma”... Diante do exposto, surgiu o seguinte questionamento: como entender os processos costeiros naturais diferenciando-os dos impactos provocados pela a??o desmedida do homem sobre a natureza? Pesquisar esses fen?menos foi a abertura para entender as modifica??o da paisagem natural decorrente do processo de avan?o do mar, que ocorre continuamente e se agrava a cada ressaca marítima, causando impactos negativos e na maioria das vezes irreversíveis. O estudo reveste-se de relev?ncia tanto social quanto profissional, por fazer uma reflex?o sobre os eventos naturais e antropogênicos que ocorrem na praia do Icaraí, no Município de Caucaia-CE. Busca também trabalhar na perspectiva de possíveis mudan?as na forma como a popula??o e as autoridades vêm lidando com o meio ambiente e poderá se tornar um instrumento de revindica??es populares t?o essenciais para o planejamento do uso, ocupa??o e conserva??o desse ecossistema. 2 CONCEITO E DELIMITA??O DA ZONA COSTEIREstudar a Zona Costeira nos leva a ultrapassar a vis?o popular de que esta se resume apenas à praia. Seu conceito vai além dessa abrangência. De acordo com a Lei n? 7.661/88, a Zona Costeira é o espa?o geográfico de intera??o do ar, do mar e da terra, incluindo seus recursos renováveis ou n?o, e abrangendo uma faixa marítima e outra terrestre, a serem definidas pelo Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro (PNGC). No entanto, esta defini??o torna-se vaga, pois a Zona Costeira possui características especiais, tendo em vista a sua complexidade, extens?o e peculiaridade (BRASIL, 2009).Os Planos Estaduais de Gerenciamento Costeiro (PNGC) s?o os responsáveis em delimitar a zona costeira de seus respectivos Estados, estabelecendo seus limites terrestres e marítimos, assim s?o definidos: [...] Zona costeira é o espa?o geográfico de intera??o do ar, do mar e da terra, incluindo seus recursos ambientais, abrangendo as seguintes faixas:Faixa Marítima - é a faixa que se estende mar afora distando 12 milhas marítimas da Linha de Base estabelecidas de acordo com a Conven??o das Na??es Unidas sobre o Direito do Mar, compreendendo a totalidade do Mar Territorial;Faixa Terrestre - é a faixa do continente formada pelos Municípios que sofrem influência direta dos fen?menos ocorrentes na zona costeira, a saber:os Municípios defrontantes com o mar, assim considerados em listagem dessa classe, estabelecida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE);os Municípios n?o defrontantes com o mar, que se localizem nas regi?es metropolitanas litor?neas;os Municípios contíguos às grandes cidades e às capitais estaduais litor?neas, que apresentem processo de conurba??o;os Municípios próximos ao litoral, até 50km da linha de costa, que aloquem, em seu território, atividades ou infraestruturas de grande impacto ambiental sobre a zona costeira, ou ecossistemas costeiros de alta relev?ncia;os Municípios estuarinos-lagunares, mesmo que n?o diretamente defrontantes com o mar, dada a relev?ncia destes ambientes para a din?mica marítimo-litor?nea; ef) os Municípios que, mesmo n?o sendo defrontantes com o mar, tenham todos os limites estabelecidos com os municípios referidos nas alíneas anteriores (BRASIL, 1998).Conforme a Resolu??o 001, de 21 de novembro de 1990 da Comiss?o Interministerial para os Recursos do Mar - CIRM, a Zona Costeira se caracteriza pela comparecia de um conjunto de ecossistemas que por sua acentuada fertilidade org?nica, originam consideráveis cadeias alimentares, propiciando a pesca como também a maricultura (BRASIL, 1990).Autores como Ignácio et al (2004) descrevem que a regi?o costeira é formada por um ecossistema frágil devido a sua localiza??o na interface continente-oceano-atmosfera, onde os processos físicos, químicos, biológicos e geológicos característicos desta zona de intera??o atuam de forma din?mica, em que a sua estabilidade sedimentar e morfológica é controlada, pelas oscila??es do nível relativo do mar e pela tect?nica global na escala mundial enquanto o balan?o entre os processos meteorológicos e oceanográficos e as descargas fluvial e sedimentar s?o determinados pela escala regional (IGN?CIO et al, 2004).Além desses fatores naturais, a regi?o costeira abriga mais da metade da popula??o mundial, em algum momento este fator pode se configurar em um impacto antrópico, se a ocupa??o populacional for irregular, sem estudo e planejamento prévio, tornando-se uma das responsáveis em alterar significativamente a paisagem natural litor?nea intervindo desse modo no ecossistema, comprometendo a sustentabilidade e, de certa forma, amea?ando a qualidade das vidas que habitam o ambiente costeiro (DANTAS, 2003; IGN?CIO et al, 2004).3 A ZONA COSTEIRA DO CEAR?O Estado do Ceará localiza-se na regi?o nordeste do Brasil, na Zona Tropical. Campos; Polette (2003, p.12) salientam que “a Zona Costeira do Ceará possui uma linha de costa de 573 km, abrangendo uma área de 20.120 km2, as paisagem composta principalmente de praias arenosas, campos de dunas, estuários com manguezais, lagoas costeiras, falésias e tabuleiros”. Os municípios que comp?em a zona costeira cearense s?o: Chaval, Granja, Barroquinha, Jijoca de Jericoacoara, Camocim, Cruz, Acaraú, Itarema, Amontada, Itapipoca, Trairi, Paraipaba, Paracuru, S?o Gon?alo do Amarante, Caucaia, Maranguape, Maracanaú, Pacatuba, Horizonte, Pacajus, Chorozinho, Fortaleza, Eusébio, Aquiraz, Pindoretama, Beberibe, Cascavel, Fortim, Aracati, Itai?aba e Icapuí, conforme se apresenta na figura1(GERCO, 2004).Figura 1 – Municípios que fazem parte da Zona Costeira do Estado do Ceará. Fonte: SEMACE On lineNo sentido oeste-leste a zona costeira cearense faz divisa com o Estado do Piauí até a foz do rio Acaraú e no sentido noroeste-sudeste, da foz do rio Acaraú até a divisa do Estado do Rio Grande do Norte. Conforme o PNGC, a zona costeira cearense também possui em sua delimita??o uma por??o terrestre e outra marinha, definidas pela Lei Estadual No. 13.796/2006:CAP?TULO IDas Defini??esArt. 2? Para os fins previstos nesta Lei entende-se por:I - ZONA COSTEIRA: o espa?o geográfico de intera??o do ar, do mar e da terra, incluindo seus recursos renováveis ou n?o, abrangendo uma faixa marítima que se estende por doze milhas náuticas, medido a partir das linhas de base, compreendendo, dessa forma, a totalidade do mar territorial, e uma faixa terrestre, compreendida pelos limites dos Municípios que sofrem influência direta dos fen?menos ocorrentes na zona costeira, defrontantes e n?o-defrontantes com o mar, caracterizados nos termos da legisla??o federal.A zona litor?nea do Estado do Ceará é considerada como costa semi-árida, arenosa e retilínea. Suas divis?es podem ser influenciadas pela maré, pelo regime de ondas e pelo perfil sedimentar, sendo elas: zona de pós-praia, zona interdial ou estir?ncio e zona de ante-praia:A zona de pós-praia localiza-se acima da influência da maré alta, somente sendo alcan?ada pelas ondas de ressaca, de tempestades ou pelas marés muito altas, sofrendo grande press?o pela ocupa??o geralmente inadequada e desordenada, resultando em consequências danosas ao ambiente costeiro. Já a zona interdial ou estir?ncio constitui-se da parte do litoral que é exposta pela maré baixa e imediatamente recoberta pelas águas da maré alta em intervalos regulares, tendo papel primordial na distribui??o dos sedimentos carreados pelas correntes longitudinais e de retorno. Finalmente, a zona de ante-praia se comporta como depósito provisório de materiais terrestres que s?o transportados para a plataforma continental ou que retornam para a pós-praia, situando-se na por??o da zona litor?nea que é permanentemente coberta pelas águas, podendo ser descoberta em parte nas marés excepcionalmente baixas (MEIRELES; MAIA, 2003, p. 115).A por??o terrestre da zona costeira cearense é formada por duas paisagens geográficas: a Planície Litor?nea e o Tabuleiro Litor?neo. Pela a??o de ondas, rios e intensos ventos, a Planície Litor?nea exibe uma paisagem composta de praias, dunas, falésias e planícies. Já o Tabuleiro Litor?neo é a faixa mais interior (até cerca de 60 km), composta de relevo plano e solo arenoso, onde se encontram lagoas, algumas matas preservadas, extensos carnaubais e áreas onde prevalecem espécies típicas de caatinga ou cerrado (MARCELINO, 1999).Devido à influência da Corrente Norte do Brasil, a faixa aquática (submersa) da zona costeira cearense possui correntes marítimas em sentido noroeste. A sua plataforma continental é rasa e estreita, pobre em nutrientes e de alta temperatura, com uma largura variando de 100 km no litoral oeste e 40 km a leste. “O seu relevo é plano até a profundidade de 70 metros, onde ocorre uma grande varia??o de profundidade do mar (a quebra de plataforma)”. Percebe-se a presen?a de recifes de coral, areia e lama, onde há grande variedade de espécies, porém, em número relativamente baixo (MARCELINO, 1999).Por ter baixa disponibilidade de nutrientes na plataforma continental, os rios e manguezais s?o encarregados do transporte desses para o mar, assumindo importante papel na produtividade marinha e contribuindo com o ciclo de vida de inúmeras espécies que habitam nestes ambientes. “O len?ol freático apresenta profundidades variáveis, sendo mais raso na planície litor?nea, onde as dunas s?o consideradas os maiores aquíferos” (MARCELINO, 1999).O clima da Zona Costeira Cearense é formado por um conjunto de fatores que atuam nas condi??es atmosféricas da regi?o, enquadrando-a entre úmida e sub-úmida. Percebe-se uma frequência irregular de chuvas, ocorrendo a maioria delas no período de janeiro a junho. A temperatura da área é relativamente alta, em torno de 26?, com forte incidência solar e alto nível de evapora??o da água, conferindo à vegeta??o import?ncia considerada no equilíbrio hídrico. Outro fator climático relevante para a modifica??o constante da costa é a presen?a de fortes ventos, principalmente nos meses de setembro e outubro, aonde chegam a uma velocidade média de 4m/s (MARCELINO, 1999).4 OS PROCESSOS COSTEIROS NATURAIS E ANTR?PICOS QUE ACARRETAM O AVAN?O DO MAR NA PRAIA DO ICARA?Localiza??o e caracteriza??o geral da Praia do Icaraí A Praia de Icaraí se distancia a 20 km do centro de Fortaleza e possui 9 km de extens?o. Tem por limite a oeste a praia de Tabuba, a leste a praia de Pacheco, ao norte o Oceano Atl?ntico e ao sul o Município de Caucaia (Figura 2). Figura 2 – Mapa da Zona Costeira de Caucaia. Fonte: Portal CumbucoAté meados da década de 70, Icaraí era uma praia de difícil acesso, pouco conhecida e pouco frequentada, com uma área coberta de exuberante vegeta??o e de uma rica diversidade faunística. A pesca e a cria??o de caprinos eram os meios de subsistência da popula??o da época. Contava ainda com um intenso campo de dunas e um elevado número de lagoas, contribuindo ainda mais para a beleza paisagística dessa regi?o (SOBRINHO, 2006).Por sua inigualável beleza paradisíaca e pela proximidade com o Município de Fortaleza, come?ou a ser frequentada por parte da popula??o dessa capital, que costumava passar seus fins de semana e feriados descansando, se divertindo e aproveitando os atrativos que o Icaraí tinha para oferecer. As barracas de praia, sempre lotadas, ofereciam um variado cardápio diversificado incluindo peixes, mariscos e outras iguarias típicas da regi?o e também música ao vivo. As pousadas eram bastante procuradas e a especula??o imobiliária era muito valorizada. A praia tornou-se o local preferido pelos amantes dos esportes náuticos em especial o surf por suas altas ondas, tornado-se palco dos campeonatos nacionais e internacionais deste entretenimento.Porém, a praia vem sofrendo modifica??es profundas, tanto pelos eventos naturais que ocasionam o avan?o do mar, quanto pelos fatores antropogênicos tais como: vilegiaturas marítimas, turismo sempre ordenado, têm sido vistos nessa regi?o, o fen?meno denominado de eros?o costeira que tem destruído a praia as barracas até mesmo residências,que segundo Gomes (2007), a pesca principal fonte de renda em décadas passadas foi suprimida, avaliar-se há uma desacelera??o do comércio,do turismos, estima-se,também que cerca de 100 empregos diretos e 300 indiretos foram perdidos, prejudicando a fonte de renda, muitas vezes única, de quem trabalha na praia provocando o êxodo e o abandono da praia ocasionando a desvaloriza??o litor?nea (MARINO; FREIRE, 2013).4.1 Indicadores da eros?o costeira: causas naturais e antrópicas.O significado da eros?o que ocorre na zona costeira da praia do Icaraí coforme estabelecido no Código Ambiental de Caucaia-CE, é a degrada??o do solo, provocando destrui??o ou deteriora??o pela remo??o ou transporte dos seus elementos constituintes para as planícies, vales, leitos dos rios e até para o mar, em consequência da a??o de agentes externos, principalmente o vento e a água, incluído nesta defini??o apenas o indicador natural (CAUCAIA, 2001).O litoral brasileiro, com extens?o aproximada de 8.500 km, incluindo a praia do Icaraí, apresenta diversos estágios de eros?o e, menos frequentemente, acres??o costeira. Além da grande press?o demográfica sobre esta área, o estágio atual de aumento do nível eustático do mar eleva o número de áreas sob efeito dos processos erosivos, podendo converter esta regi?o em área de risco ou de difícil gest?o em um futuro próximo (IGN?CIO; et al, 2004).Como foi descrito anteriormente, ao observar uma praia tem-se uma cena de movimento atraente, intermitente. Cada onda move areia para frente e para trás com uma camada de espuma que se derrama por toda extens?o de areia. Em seguida há uma onda de recuo, às vezes seguida de uma pausa, outras vezes n?o. Segundo Guerra; Cunha (2007), a deriva litor?nea e as correntes longitudinais movem a areia para a praia. Na extremidade de uma praia e também ao longo dela, a areia é removida e depositada em águas profundas. Na parte continental ou ao longo de falésias marinhas, a areia e os seixos s?o liberados pela eros?o e rep?em o material da praia. O vento que sopra transporta areia para dentro da água e para a costa adentro, sobre o continente. Todos esses processos juntos mantêm um balan?o entre adi??o e remo??o de areia, resultando em uma praia, que pode parecer estável, mas na verdade o que ocorre é uma intensa troca de material em ambos os lados:[...] a morfologia das praias varia porque as areias permanecem em contínuo movimento devido às ondas que quebram na linha de costa. Durante as varia??es diárias das marés, e principalmente nos eventos de ressacas, as ondas transportam grande quantidade de sedimentos. Parte desse material é deslocado para outros pontos em praias mais adiante (quando as ondas atingem a linha da costa formando ?ngulos oblíquos), e o restante, transportado mar afora (MEIRELES; MAIA, 2003).No entanto, a partir do momento em que a rela??o da sociedade com a natureza se dá de forma desordenada, esse fen?meno natural é intensificado pelas a??es antrópicas, ou seja, pela interferência do homem sobre a din?mica natural dos processos que ocorrem no meio ambiente (DANTAS, 2003).No período da coloniza??o cearense, a Zona Costeira possuía um papel secundário na economia, pois na época quem dominava o cenário regional era o sert?o, pelo desenvolvimento de uma pecuária extensiva com foco no abastecimento de couro e charque nos mercados regionais. Com o aumento da popula??o em torno da capital, Fortaleza, no final do século XIX, e com o progresso do porto, o ponto principal tanto da sociedade quanto da economia deslocou-se para o litoral (DANTAS, 2003)A pesca e o turismo foram atividades decisivas para o desenvolvimento econ?mico da Zona Costeira em meados do século XX. O turismo foi causador da ocupa??o dos espa?os litor?neos mais frágeis (praias, dunas, falésias), em fun??o do acelerado aumento do veranismo, fen?meno conhecido como de segunda residência, e do turismo de massa, demandando a constru??o de empreendimentos – hotéis, pousadas, resorts, etc; para atender aos turistas (DANTAS, 2003).Nessa época n?o existia ainda nenhum ordenamento que tutelasse o uso e ocupa??o das áreas situadas no ambiente costeiro e por conta dessa ausência, os impactos ambientais e socioecon?micos come?aram a ser percebidos. A especula??o imobiliária juntamente com a ocupa??o desordenada e irregular tem alterado significativamente a paisagem natural litor?nea, comprometendo a sustentabilidade de muitos ecossistemas, de forma a amea?ar a qualidade de vida da popula??o que vive na Zona Costeira como também a própria continuidade da atividade turística (DANTAS, 2003).Um clássico exemplo dessa falta de regulamenta??o e, consequentemente, fiscaliza??o ambiental, foi a constru??o e implanta??o do Porto do Mucuripe, em Fortaleza-CE, que contribuiu para o aumento da eros?o costeira por recuar ainda mais a linha da costa, intensificando-se com as obras que vieram em decorrência dos impactos causados por esse fen?meno erosivo (TONIATTI, 2008).Como no litoral do Ceará n?o existe nenhum porto natural por ser um mar aberto, na década de 30 foi criado pelo Estado um porto na Praia do Mucuripe. “O antigo cais, que funcionava na Ponte Metálica, tinha gerado investimentos na regi?o da Praia de Iracema. Os armazéns e galp?es estavam todos lá. O Mucuripe ficava longe da cidade, a oito quil?metros do Centro, com a constru??o do Porto, ocorreu uma mudan?a na paisagem natural, as dunas do litoral leste praticamente deixaram de existir - foram ocupadas e pavimentadas -, mas ainda hoje o acúmulo de areia é a grande” (TONIATTI, 2008). Uma das maiores leis universais é a da a??o e rea??o e na natureza isso é visto de forma mais evidente. A constru??o do Porto do Mucuripe, segundo Morais (1981) trouxe impactos ambientais de ordem negativa tais como assoreamento e processos erosivos com destrui??o de trechos de praia em várias áreas localizadas a oeste da constru??o.Visando minimizar tais impactos negativos, efetuou-se recurso de ordem artificial na busca de um equilíbrio no meio natural, construindo-se molhes como forma de barrar os sedimentos e engordar a linha da costa. No entanto, em uma rela??o de causa e efeito, o referido procedimento vem ocasionando, continuamente, uma série de impactos de ordem negativa, uma vez que para cada molhe construído verifica- se um desequilíbrio ao lado subsequente do mesmo, pois o próprio molhe serve de obstáculo e impossibilita a migra??o de sedimentos. Por causa da constru??o dos molhes, áreas desta faixa do litoral ficaram desguarnecidas às a??es das ondas, ocasionando efeitos erosivos, associados ao n?o recebimento de sedimentos, fruto da a??o eólica, visto que as áreas de dunas est?o praticamente tomadas por núcleos urbanos ou est?o fixas por vegeta??o (SOBRINHO, 2006).No litoral de Fortaleza, as correntes longitudinais seguem na dire??o leste-oeste, transportando sedimentos, impulsionadas pelo clima das ondas. Ao esbarrar no espig?o do porto, que hoje avan?a 1,9 quil?metros dentro do mar, parte das correntes vindas da Praia do Futuro consegue seguir em frente, outra parte forma ondula??es que tendem a contornar o obstáculo. O movimento chamado difra??o cria correntes que d?o meia volta no espig?o e v?o armazenando os sedimentos transportados, deixando, portanto de alimentar as praias do litoral oeste (TONIATTI, 2008). Entre o final da década de 40 e início dos anos 50, Toniatti (2008), apresenta o seguinte panorama:[...] em 1949, a Praia Mansa já come?ava a se formar e a bacia do porto ficava mais rasa. Se está sobrando areia num lugar, está faltando em outro. "Cria-se um déficit no transporte de sedimentos", diz Erasmo. Pouco mais de uma década depois do início das obras do Porto do Mucuripe, a praia em frente ao clube Ideal foi engolida pelo mar. "Ali existiam umas duas ruas que sumiram. A praia do Náutico sofreu menos por estar relativamente protegida", explica Erasmo. No come?o dos anos 50, foi a vez da Praia de Iracema ser invadida. Casar?es, ruas e uma extensa faixa de praia desapareceram embaixo d'água ou foram destruídos com a for?a da maré. "Ali tinha uma popula??o rica. Eles pressionaram o Estado e um instituto francês veio estudar uma solu??o", diz Erasmo. Apontaram três medidas urgentes: a constru??o de um espig?o na praia do Titanzinho, a dragagem do canal em dez metros e o transporte da areia retirada do calado do porto para a Praia de Iracema. Mesmo após a constru??o do quebra-mar na Praia do Titanzinho e as dragagens feitas periodicamente pelo Porto sempre que a areia se acumulava, a reten??o de sedimentos acentuou-se e o mar continuou avan?ando. Para barrar o avan?o do mar, foi construído em 1964 um pared?o de rochas na linha de costa da Praia de Iracema. Aparentemente, o problema havia sido resolvido, pois as pedras contêm o avan?o marítimo e as ondas deixam de existir na praia. Porém, os sedimentos n?o eram mais transportados como deveriam, agravando ainda mais a situa??o nas praias do litoral oeste (TONIATTI, 2008).A Praia de Icaraí, ao longo de aproximadamente duas décadas, vem sofrendo diretamente as consequências da eros?o marítima, que reflete de maneira direta no uso e ocupa??o da praia, pois tal fen?meno gera impactos negativos, destruindo casas e barracas localizadas próximas da orla, culminando na elabora??o de medidas mitigadoras para tentar solucionar essa problemática (LYRA, 2013).Para conter o avan?o do mar, os proprietários das barracas investiram em barreiras de pedras, mas além do alto custo, a cada ressaca do mar elas eram destruídas, como mostra a Figura 3, gerando ainda mais malefícios, visto que as pedras s?o levadas pela for?a do mar, substituindo o fundo que anteriormente era de areia, aumentando a probabilidade de acidentes para os banhistas e surfistas da regi?o.Diante de tal desastre ambiental, no dia 18 de mar?o de 2009 foi homologado pelo Governo do Estado do Ceará o Decreto n? 29.683, que decretou a situa??o de emergência no Município de Caucaia, mais precisamente nas localidades de Pacheco, Iparana e Icaraí, culminando em uma preocupa??o maior das autoridades em buscar solu??es tecnológicas para minimizar o problema do avan?o do mar nessa regi?o.Após analisar diversas tecnologias de conten??o do avan?o do mar, a Prefeitura de Caucaia, no final de agosto de 2010, resolveu optar pela constru??o do Dissipador de Energia Bagwall. A sua estrutura assemelha-se a uma escadaria (degraus), construída longitudinalmente à costa e projetada para dissipar a energia das ondas, evitando que o espraio máximo das ondas (wave run-up) atinja a frente urbana marítima e provoque prejuízos econ?micos, sociais e patrimoniais (LYRA, 2013). De acordo com a Ordem de Servi?o expedida pela Prefeitura de Cuacaia para a constru??o do bagwall, a estrutura construída na Praia do Icaraí se estende em um raio de 1.370 metros lineares do litoral, compreendido entre a Avenida Litor?nea e o Condomínio Morada do Sol: A tecnologia utiliza-se de geoforma têxtil confeccionada com tecido de combina??o polimérica, com fio de alta tra??o, retorcidos e fibrilizados, semi-permeáveis para moldagem “in loco” dentro e fora d’ água.A escava??o mec?nica para implanta??o da obra deve atingir uma profundidade de seguran?a a partir do nível atual da superfície, com o objetivo de dar estabilidade à estrutura do arrimo, para prevenir o descal?amento e o carregamento de areia de pé da sapata.A profundidade deverá ser igual ou mais baixa que o nível de baixo-mar em maré de sizígia (marés de lua cheia e nova).O revestimento de fundo da sapata, inicialmente, é da ordem de 15 cm de espessura.Sobre o revestimento de fundo será instalada a sapata, composta aos módulos de 2 T de f?rmas de concreto, posicionado?no sentido perpendicular ao mar, intervalos ou embricados entre si por espa?os diferenciados, para que ocorra a amarra??o das pe?as, obtendo-se um conjunto monolítico capaz de absorver a energia do trem de ondas (CAUCAIA, 2010).Contudo, o mar continua avan?ando nos trechos que n?o estavam “protegidos” pelo bagwall, sem falar que após a sua constru??o, as ressacas do mar que ocorreram frequentemente destruíram praticamente toda a obra, conforme observar-se nas figuras que se seguem: Figura 3 - Popula??o observa e tenta reverter o avan?o do mar. Fonte: Marco Lyra BlogspotApós 60 dias da constru??o, ou seja, em Julho de 2011, o bagwall na praia do Icaraí já apresentava apenas três degraus do barramar e a popula??o que analisava a destrui??o tentava conter o avan?o do mar e salvaguardar a bagwall (LYRA, 2011). Figura 4 - A popula??o vigilante e apreensiva com a ressaca do mar. Fonte Marco Lyra BlogspotEm outubro de 2011 a ressaca do mar foi forte e apenas dois degraus do bagwall estavam aparecendo. A popula??o já estava sem esperan?a de que esta era a solu??o, mas nada pode fazer para conter o avan?o do mar que se agravava a cada mês (LYRA, 2011). Figura 5 – Popula??o incrédula no que estava presenciando.Fonte Marco Lyra BlogspotApenas um degrau do barramar podia ser visto na praia em Novembro/2011 (LYRA, 2011). Figura 6 - O Fim Fonte Marco Lyra BlogspotFinamente, o último degrau do bagwall foi praticamente encoberto pela engorda natural da areia, com faixa de praia de 80 m. Apenas a viga decoroamento do barramar está aparecendo (LYRA, 2011). Figura 7 - A resistência: os frequentadores enfrentam um faixa de areia estreita.Fonte: Jornal o Povo 2014O movimento da Praia do Icaraí, em Caucaia é pura resistência! A praia, que enfrenta poderosa eros?o do mar há alguns anos, ainda conta com os surfistas, as famílias que moram, aquelas que têm casa no local para os fins de semana e quem guarda certo carinho pelo mar e areia do Icaraí. Esses frequentadores enfrentavam uma faixa de areia estreita e repleta de pedras, uma Avenida Litor?nea descuidada e lixo acumulado em certos pontos. Nas falas de quem ainda vai à busca do lazer do fim de semana ao local, o tom é de desesperan?a com o futuro do Icaraí (POVO, 2014).CONSIDERA??ES FINAISA proposta empreendida nesse ensaio n?o pretende sobre nenhuma hipótese detalhar as concep??es teóricas e metodologias da geomorfologia da regi?o estudada. Essa reflex?o terá alcan?ado seu objetivo se houver consenso quanto à proeminente necessidade de apropria??o das teorias, métodos e práticas que formam o arcabou?o desse relevante ramo científico, e que n?o cesse a produ??o literária brasileira especializada nesta temática, que tem como ponto primordial a mais urgente o cuidar das praias, do ecossistema da costa brasileira em especial a praia do Icaraí-Ce, tanto pelas autoridades competentes como pela popula??o.Por ser uma regi?o muito rica em biodiversidade, composta por ambientes únicos e de belezas naturais impressionantes, a Zona Costeira é de relevante import?ncia para o turismo, a economia e, principalmente, para o meio ambiente. Em decorrência da análise, observou-se que esse ecossistema considerado patrim?nio nacional vem sofrendo impactos ambientais negativos devido dentre outros fatores à intensa urbaniza??o causada pelo uso e ocupa??o desordenada do litoral. Confrontando com a realidade atual e fazendo um resgate histórico da Praia do Icaraí, verifica-se uma visível diferen?a: antes se observava a beleza da praia e a popula??o podia desfrutar do conforto e comodidade das barracas e das boas ondas para a prática do surf, porém, o cenário atual encontra-se transformado de maneira significativa e negativa. Podendo ser confirmada, através de uma releitura do presente estudo com os levantamentos e análises efetuadas por outros pesquisadores, que apoiam na área e em regi?es circunvizinhas, a tendência generalizada de déficit de sedimentos ao longo da zona litor?nea estudada está relacionada à ocupa??o indevida e concentrada, principalmente praia e campo de dunas, impedindo o tr?nsito e aporte de sedimentos supridores desses o estudo ficou evidente que a eros?o costeira nessa regi?o é um fato incontestável. Torna-se inquestionável que o avan?o do mar causado por fen?menos naturais e intensificado por a??es antrópicas tem afetado n?o só as paisagens naturais como também a vida da cidade. A cada ressaca do mar, pontos importantes e essenciais para subsistência est?o sendo impactados de maneira negativa: o setor de pesca está praticamente extinto; as barracas de praia que eram o encanto da beira mar, distribuídas ao longo de toda a costa foram destruídas; o enfraquecimento do turismo que levou de maneira drástica a diminui??o dos investimentos, afetando o comércio local que n?o passou ileso, pois muitos estabelecimentos baixaram as portas, causando desemprego para muitos trabalhadores, sendo comprometido expressivamente a qualidade de vida da popula??o local e por fim ocasionando o êxodo, tanto da popula??o como dos investimentos, agravando-se assim todo o contexto.? necessário ampliar a??es de políticas públicas, no intuito de redefinir as atividades de uso e ocupa??o da zona costeira por grandes empreendimentos, priorizando localmente a preserva??o e conserva??o das unidades morfológicas reguladoras de um aporte regular de sedimentos para o transporte eólico e deriva litor?nea.Dos projetos empreendidos para dirimir tal problemática, foi executado a constru??o do Dissipador de Energia Bagwall, que foi mostrado ao longo do estudo, n?o obtendo o êxito esperado, pois o mar continuou continua a avan?ar.Torna-se necessário um estudo técnico atualizado da área degradada seguindo talvez o Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA), visto que através de tal estudo, será possível a busca de uma solu??o viável para a problemática e menos degradante possível, preservando a sustentabilidade do meio ambiente.Projetos para o futuroComo publicado no O POVO no dia 10/01/2014, um projeto deve propor a constru??o de seis estruturas de quebra-mar no Icaraí. As estruturas ficariam em uma faixa de três quil?metros. A Avenida Litor?nea também passaria por reforma. Os equipamentos de conten??o seriam paralelos à praia e teriam 150 metros, cada. Sem recursos para essa interven??o, ser?o reconstruídas as barreiras, conhecidas como bagwall.Diante dessa realidade, surge um questionamento por parte da pesquisadora: será que o impacto negativo causado pelo avan?o do mar teria sido menor caso as edifica??es construídas ao longo da orla tivessem sido erguidas obedecendo à legisla??o ambiental vigente no que diz respeito o uso e ocupa??o da Zona Costeira? E os projetos futuros, será que chegar?o a tempo de salvar a linda paia do Icaraí?REFER?NCIAS BIBLIOGR?FICAS BRASIL. Lei Federal n. 7.661 de 16 de maio de 1988. Institui o Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro e dá outras providências. Vade mecum. 7. ed. S?o Paulo: Saraiva, 2009._______. Resolu??o CIRM n. 001, de 21 de novembro de 1990. 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