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GÍRIAS COLETADAS NO COTIDIANO DA POLÍCIA CIVIL PARA INTERPRETAR CONVERSAS DE BANDIDOS

A

Abadias: ES: parceiros que se unem para enganar os outros.

Abigeato: furto de animais.

Abotoadura: algemas.

Abrir: fugir.

Abrir as idéias: ingerir bebidas alcoólicas.

Abrir no pé: fugir.

Abrir o livro: injuriar, descompor, narrar alguma coisa.

Abruscalhado: espantado.

Abufelar: enganar, estrangular.

Abusar: aborrecer.

Abuso: aquilo que incomoda, aborrecimento.

Abutres: (SP): jornalistas que “pousam” nos presídios quando pressentem desgraça.

Aca: cachaça de mau paladar.

Acaguete: alcagüete, traidor.

Acampanar: acompanhar alguém.

Acampar: parar em alguma cidade, com a intenção de praticar furtos.

Acanalhar: prejudicar uma batida ou trabalho.

Achacar: pedir ou tomar dinheiro de alguém, abusando de cargo ou função.

Achego: amparo, proteção.

Achuze: maconha.

Aço: arma branca, faca, punhal.

Acochado: apertado.

Acoitar: dar guarida a bandidos.

Açougue: bordel, local onde são feitos abortos clandestinos.

Adão: indivíduo despido, nu.

Adiantado: intrometido, ousado.

Adoquim: esquina onde há soldado ou policial de ronda.

Aduana: lugar onde se guarda ou se oculta produto roubado, roupa feita.

Advinhando chuva: pessoa que canta ou ri em demasia e fora do costume.

Afanar de culatra: furtar visando o bolso traseiro da calça.

Afanar o morto: furtar pessoa dormindo ou desacordada.

Afanar o mudo: furto em igrejas.

Afano: furto ou roubo.

Afiada: no exército, o praça bem fardado e bem posto.

Afilar: caçoar, dar trote.

Agá ou abadias: parceiros que se juntam forçando o incauto a entrar em um jogo qualquer ou negócio, onde este nunca tem vez, sempre faz um mau negócio.

Agarrado: muito amigo, íntimo.

Agrado: propina ou afago.

Água mineral: sinal dado, pelos sentinelas, nos postos de venda de drogas, de que vem a Polícia.

Agüentar: resistir, não fugir da luta ou briga.

Aguentar a mão: garantir o serviço, não fugir a responsabilidade, não delatar.

Aguniado: nervoso.

À la gorda: com muito dinheiro.

Alarme de bico de luz: informação dada por dedo duro.

Alaúza: falsidade, velha carta, intriga.

Alcagüeta ou alcagüete: dedo duro.

Alcance: importância desviada.

Alcides: mulherengo, almofadinha, covarde, medroso, homem efeminado, pederasta passivo.

Alcoviteiro: aparelho telefônico.

Alcunha: apelido.

Aldeia: favela.

Aleijado: fraco, covarde.

Alfinete: faca, punhal.

Aliamba: maconha.

Alimentar o jacaré: serrar a grade.

Aliviar: subtrair, furtar de alguém a carteira ou valores.

Alívio: advogado, pessoa prestigiosa que procura soltar preso ou evitar a prisão, ir ao banheiro.

Alívio de alça: morte na prisão.

Aloprado: exagerado, doido, sob ação de entorpecente.

Alvorada: helicóptero.

Amarradinho: cigarro grátis, distribuído aos presos em pacotinhos.

Ambrósio: presa fácil, pessoa a ser roubada.

Amendoim: dinheiro.

América: oficial.

Americana: maconha.

Amigo urso: amigo desleal, traidor.

Amoitar: calar, não confessar, esconder.

Amolecer: confessar o crime, relaxar a prisão.

Amputado: furto ou roubo frustrado.

Anastácio: otário, tolo.

Anconha: espelho.

Ancu: alerta, atenção.

Andantes: pernas.

Andar trepado: andar armado.

Angatu: gente de paz.

Angu: coisas falsas.

Angu de caroço: confusão.

Anjinho: criança morta.

Anjo da guarda: defensor público.

Ante-carga: arma de fogo que se carrega pela boca do cano.

Antena: vigia, pessoa esperta.

Apagar: matar. A parada foi amputada: (ES): o crime foi impedido.

Aparar: bajular. Aparar água: receber dinheiro do governo.

Apelo: voz de protesto contra uma acusação.

Apenado: aquele que recebeu condenação; o que recebeu pena; soldado auxiliar.

Aperriar: encher a paciência, irritar.

Apertar: fazer fino, baseado, cigarro de maconha.

Aperto: pressão, exigência, situação difícil.

Apodifrente: flexão.

Apontamento: encontro.

Apontar: voz de  comando antes de “fogo”, dizer a autoria de um crime.

Apurada: cocaína pura, sem mistura.

Aquecim: bolsa com dinheiro.

Ar condicionado: (ES): fuzil AR 15.

Arame: dinheiro.

Aranha: automóvel.

Araque: (MG): sem valor.

Arco da velha: muito antiga, expressão do Evangelho, simbolizando a paz, a aliança entre Deus e o homem.

Ardosa: aguardente.

Areado: sem dinheiro.

Areia: açúcar.

Argentina: mulher prostituta loura.

Arifes: tesoura.

Arisco: desconfiado.

Arma: especialidade criminosa.

Armar: formar planos, preparar um crime, empreitada criminosa.

Armar banzé: provocar briga ou barulho.

Armar laço: defecar no mato.

Armário: pessoa muito forte.

Arpoado: condenado pela Justiça, apanhado em flagrante, ferido por faca.

Arranca toco: brigar, jogador de futebol de pouca habilidade.

Arrastar: modalidade de crime com vários meliantes.

Arrastar: roubar. Arrebentar: furtar ou roubar alguém.

Arregaço: discussão acalorada. Arreglar: combinar, ajustarem-se policiais e riminosos, mediante dinheiro.

Arretado: legal, em estado de neurose, histerismo ou de nervosismo.

Arriado: cansado, caído no chão, derrubado ou vazio.

Arriégua: figura de linguagem (usado no sentido de indignação).

Arrochado: pessoa encrenqueira.

 Arrochar: agarrar alguma menina.

Arrochar o nó: agarrar alguma menina, pressionar alguém.

Arrumar o laço: fazer necessidade fisiológica.

Artiloso: travesso, traquinas.

Arvorado: bate-pau da Polícia.

Assalto: praticar roubo com emprego de violência, do latim saltus que significa salto, pulo.

A palavra indica que, num assalto, o agressor pula sobre o agredido.

Assembléia: grupo de fumadores de maconha e roda.

Ata: fruta do conde. Ataques: sentido, cuidado, alerta.

Atorrante: vagabundo do mais baixo nível.

Atracar: abordar, chegar-se a alguém, assaltar transeunte.

Aumentos: óculos. Autopsiar: furtar pessoa que está dormindo, sem sentido ou embriagada.

Avião: aquele que vende drogas, aquele que transporta algo ilícito, pequeno traficante.

Azar: cortejo fúnebre, padre.

Azeitona: bala de revólver.

Azulado: sob a ação de entorpecente.

B

Baba ou babilaca: (Mata da Serra-ES): dinheiro na carteira do Ambrósio, ou seja, da

futura vítima que já foi tocada pelo esparro. No caso, esparro vem a ser o segundo

que domina os gestos da vítima, se essa se tocar, que está sendo tocada (apalpada)

na solata: bolso interno do paletó. Na ventana ou janela: bolso interno normalmente

da camisa, porque o do paletó é reservado para lenço. No porão, bolso da frente da

calça. Na culata; bolso traseiro. Grilo, bolsinho à direita onde se guarda atualmente

as moedas para troco e para dar às crianças pidonas.

Baba: dinheiro, riqueza.

Babaca: otário, bobo.

Babão ou baba-ovo: (Fortaleza-CE): pessoa que fica constantemente elogiando a outra.

Bacana: (Alegre-ES): pessoa legal, gente boa, pessoa bem vestida, pessoa com muito

dinheiro.

Bacano: homem abastado, bom, de posição, mas criminoso ou comprometido com a

Polícia.

Bacázio: estampido forte de arma de fogo.

Bacular: adular.

Baculejo: (Belo Horizonte-MG): fazer busca e apreensão (ES): revista policial.

Bacurau: antipático, feioso.

Bafafá: (Minas Gerais): confusão, alteração, discussão, barulho, motim, briga; tem origem

na palavra árabe bafaf, que significa bolo.

Bafunfa: s.M. (ES): dinheiro.

Bagaça: negócio, fato.

Bagaço: jogo de baralho, cartas já jogadas, pedaço de pano usado para limpar o chão.

Bagana: cigarro de maconha.

Bago: dinheiro.

Baguines: debaixo, por baixo, dinheiro.

Bagulho: objeto, produto de crime. (Alegre-ES): droga, maconha, brizola, do lar.

Baixado: doente, recolhido à enfermaria.

Baixar a ripa: agredir.

Bandeco: marmita servida em cadeias.

Banhar: não repartir o produto do crime.

Barata louca: coisa fora do normal.

Baratinado: sob efeito de entorpecente.

Baratino: (Mata da Serra-ES): conversa à toa, sem entregar ninguém; quando se está

tratando de algum assunto e um terceiro censura o mal chegado; particularmente,

depois o mais chegado lhe diz que aquele pixi-pixi foi um baratino, quer dizer, conversa

à toa, sem entregar ninguém.

Barbeira: navalha.

Barbeiragem: ato errado praticado por motorista no volante de um veículo.

Barbeiro: motorista ruim.

Barbi: valente, juiz.

Barbiana: amásia de ladrão.

Barbiano: cúmplice de ladrão.

Barca: viatura policial.

Barco: trem de ferro.

Barganheiro: traficante, cigano.

Bari: juiz.

Barra: furto análogo ao conto da guitarra, com o emprego de barras de metal falso.

Barraco: xadrez.

Barrado: algo mal sucedido, impedido.

Barranco: resto de comida.

Barretim: pacote de papéis simulando dinheiro usado para enganar pessoas.

Barriga: pequeno orifício nas portas para a introdução de arame, que levante o fecho.

Barriga d’água: (Manaus-AM): ladrão que vive às margens do Rio Negro no “Porto de

Manaus”.

Barulho: briga, conflito, desordem.

Baseado: cigarro de maconha.

Bassete: jogo de azar.

Bastos: dedos das mãos.

Batas: mãos.

Bate fundo: conflito, briga, resistência à prisão.

Bate pau: falso policial, ganso, informante; (Mata da Serra-ES): ajudante de Polícia do

Interior.

Bate sornas: ladrão que furta pessoas adormecidas.

Batedor: ladrão, gatuno, batedor de carteiras, punguista.

Batente: trabalho, qualquer serviço.

Bater: falar.

Bater a caçoleta: morrer.

Bater o sujo: desmoralizar, delatar.

Batida: ação policial nas ruas e em esconderijos ou matas.

Beca: roupa.

Belantina: moeda de prata.

Beleléu: o outro mundo.

Berrador: denunciante.

Blefe: embuste, simulação, enganar.

Biaba: assalto à mão armada, espancamento, bengala, instrumento apropriado para bater.

Biancaria: roupa branca.

Biboca: grota, lugar de acesso ruim.

Bic: isqueiro.

Bicha: pinga, cachaça.

Bicha 24: veado, homossexual.

Bicha boa: menina bonita.

Bichenoio: tolo, otário.

Bicho: estilete.

Bicho mole: (Fortaleza-CE): pessoa que não vai atrás do que quer.

Bicho pegou: expressão usada por marginais quando há erro, causa ou razão que enseja

um processo judicial.

Bicicleta: óculos.

Bico de gás: indivíduo observador que presta serviços à Polícia.

Bico de luz: indivíduo observador que presta serviços à Polícia.

Bico de papagaio: ferramenta forte, em forma de abridor de lata, empregada pelos

arrombadores.

Bicuda: faca, punhal.

Bigode: hotel.

Bila: (Fortaleza-CE): bolinha de gude.

Bilando: (Fortaleza-CE): olhar fixamente para algo ou alguém.

Biloto: (Fortaleza-CE): pedaço de algum objeto.

Biqueira: local de venda de drogas.

Bira: cachaça.

Biré: cueca.

Birguela: (gíria de ciganos): viola.

Birra: maconha.

Biscoito: pneu de carro.

Bisola: (Mata da Serra-ES): olhar fingindo distraimento.

Bispar: surrupiar, fugir.

Bispo: peru.

Bitu: manteiga.

Bitume: gênero alimentício.

Bizu: dar uma dica, um aviso.

Blefar: enganar.

Blindada: marmita.

Boa caneta: falsificador.

Bobo ou redondo: relógio, trabalho de graça.

Boca: local de venda de droga.

Boi: privada ou latrina em cadeia.

Boiola: bicha.

Boliviana: cocaína de má qualidade.

Bonde: ir de castigo para outra penitenciária.

Bondâo: viatura, transporte de presos.

Borboleta: guarda de presídio, agente penitenciário.

Botas: policial.

Braceletes: algemas.

Branca: faca, arma.

Breque: sapato.

Brilhante de Paris: pedra falsa, micha.

Bufo: agente secreto.

Bufosa: arma de fogo.

Bufunfa ou vento: dinheiro.

Burrista: menor ladrão que presta auxílio ao adulto.

C

Cabeça: líder do bando, chefe de quadrilha.

Caborteiro: trapaceiro, velhaco.

Cabreiro: desconfiado, parceiro que furta no jogo.

Cabriteira: estrada feita para a passagem de carros roubados.

Cabrito: veículo roubado ou furtado, produto roubado.

Cabuloso: pessoa chata.

Cachanga: esconderijo dos bandidos.

Cachetada: bofetada, soco, paulada.

Cachimbos: pés.

Cachorra: garrucha.

Cacoete: mau hábito, sinais repetitivos.

Cadeia está um osso: está difícil de fugir.

Cagão: (ES): indivíduo medroso.

Cagar no pau: vacilar.

Cagüeta: quem entrega o outro na horas da prisão, “alcagüete” ou informante da Policia.

Chapéu: (dar): enganar o parceiro.

Cair em cima: bater em alguém, “dar de pau”).

Cair junto: ir preso.

Cair nas asas da brisa: fugir.

Cair: ser preso pela Polícia.

Caixa: cofre.

Camburão: radiopatrulha.

Camelo: bicicleta.

Campana: ficar de olho em alguém.

Canas da pesada: policiais que se destacam na luta contra os criminosos.

Canhão: mulher velha e feia.

Cano: revólver.

Canoa policial: diligência policial com várias prisões.

Cantar: denunciar.

Cão ruim: mentiroso, indivíduo cruel.

Capa preta: juiz, promotor de Justiça.

Capanga: aliado, guarda-costa, sacola, bolsa para guardar arma de fogo.

Capivara: ficha criminal, passagens pela Polícia.

Cara: indivíduo.

Careta: não usuário de droga.

Caridoso: assassino cruel.

Carimbo: jogo carteado.

Casa de caboclo: armação, armadilha entre marginais ou policiais.

Cascalho: dinheiro.

Cavalo: carona.

Cavalo louco: fuga em massa.

Cavernoso: (Fortaleza-CE): pessoa feia.

Cebo: termo usado para lubrificar a serra na fuga.

Cela: barraco.

Celosa: navalha.

Chapa: carregador avulso e voluntário que trabalha na carga e descarga de caminhões,

barcos etc.

Chapado: drogado.

Chata gorda: carteira cheia de dinheiro.

Chaveco: parada errada entre marginais ou policiais.

Chaveiro: carcereiro.

Chimberê: (gíria cigana): cachaça, pinga.

Choça: barraco.

Chorro: denominação ao punguistas, batedor de carteiras.

Chorumela: coisa insignificante.

Chupado: embriagado.

Cigano: agiota, espertalhão.

Cinza: confusão, desordem.

Ciscante: galinha.

Colhudo: bandido preso.

Colocar no piano: tomar declarações, assinar a bronca.

Comédia: alguém engraçado, que não é de nada.

Comível: mulher gostosa, mulher atraente.

Compadre: comparsa no golpe do conto-do-vigário.

Corda: cordão de ouro.

Cordurama: almoço.

Corró: cubículo para presos provisórios.

Cortar: furtar ou roubar.

Coruja: guarda noturno.

Costela: amásia, mulher.

Crivado: crivado de balas, que levou vários tiros.

Cubículo: xadrez, corró.

Cúbitos: orifícios nos saltos do calçado para ocultar dinheiro, jóias ou drogas.

Culatra: bolso traseiro das calças, o tiro saiu pela culatra. O tiro saiu para trás.

Curar: matar.

D

Dançar: ser preso ou morrer.

Dar a dica: mostrar ou indicar alguma coisa, dar a senha.

Dar a morte: denunciar.

Dar banho: enganar um cúmplice.

Dar de pau: o mesmo que “cair em cima” ou fazer algo rápido.

Dar duro: trabalhar muito, resistir.

Dar na fina: masturbar-se.

Dar um branco: cheirar pó de cocaína ou fumar maconha.

Dar um tiro: usar drogas.

Debandar: desfazer a formatura militar.

Debute: objeto de valor ou bonito.

Decaída: mulher prostituta.

De cujus: cadáver.

Dedo duro: entregar um colega.

Deitar o cabelo: desaparecer, sumir.

Deixar quieto: o mesmo que falar “deixa prá lá”.

Deixar de onda: parar de falar besteira ou mentira.

Depenar: retirar peças dde carro, moto, bicicleta, casa, etc.

Desbugar a pera: tirar o dinheiro da carteira.

Descer na teresa: fugir na corda improvisada.

Descuidista: ladrão que se valendo dos distraídos, pratica um descuido, subtraindo objeto em lojas ou dinheiro.

Descuido: furto, subtraindo objeto em lojas ou dinheiro.

Desovar: matar e largar o corpo no mato ou local distante.

Desovado: defunto escondido ou jogado no mato.

Desovar: jogar o corpo fora, em local afastado do centro das cidades.

Dar mole: bobear.

Depenar: desmontar veículo furtado.

Dar zebra: não dar certo.

Dica: informação, notícia, batida, busca.

Diferença: contenda, disputa.

Dim-dim: dinheiro.

Direto: soco.

Dogue: cachorro.

Dois de pau: idiota, pessoa que só serve como figurante.

Dona Justa: Justiça, Polícia.

Donato: morador de prédio onde houve ou vai ocorrer um assalto.

Dormitório: cemitério.

Doutor Pinote: fuga de preso.

Dragão: receptador.

Dronha: janela.

Drope: mendigo.

E

Editor responsável: marido.

Empinar: fumar droga.

Encanar: deter, prender, levar preso.

Encher lingüiça: ganhar tempo.

Encomenda: feitiço, mandiga.

Engazopar: enganar, lograr, mentir.

Engomado: corrupto.

Engrupir: enganar ou iludir habilmente.

Engulir: deixar-se enganar.

Enjaular-se: penetrar o ladrão numa casa, sem violência.

Enrustidor: ladrão que não divide o produto de furto.

Entrujar: arrumar confusão, indicar parada que o parceiro não fez.

Enxame: alvoroço, confusão.

Errar o bote: ser infeliz.

Erva: dinheiro, fortuna.

Escabriado: arredio, desconfiado.

Escafeder-se: fugir da cadeia ou esconder-se.

Escapulir: fugir da cadeia.

Escarnar: desembainhar arma branca.

Escovado: esperto.

Escrachar: fotografar o assaltante na Polícia.

Escroto: mal feito, sujeito ruim.

Esmeril: estragar.

Espada: chave falsa, chefe do jogo usado para enganar pessoas ou o sujeito machão.

Espeto: arma branca.

Espiantador: ladrão que furta e não é percebido.

Espichar a canela: morrer.

Espiguelar: fugir.

Esponja: alcoólatra, aquele que bebe demais.

Esporas: algemas.

Espumante: sabão.

Estar em cana: prisão.

Estar na pedra: estar morto.

Estar no prego: cansado.

Estar limpo: não deve nada à Justiça.

Esvasiar o saco: dizer tudo o que sabe.

F

Facada: pedir dinheiro emprestado.

Falante: advogado.

Fanfarra: bravata.

Farar: procurar onde tem lugar para roubar.

Fardeira: mulher que anda à noite com intuitos desonestos.

Fardunço: arruaça, barulho, festa, o mesmo que furduço ou fundúncio.

Farinha: cocaína

Farol: anel com grande brilhante.

Fechar: matar alguém.

Fedelho: furto muito bem premeditado.

Feito nas coxas: (ES – Fortaleza-CE): fazer algo rapidamente, em pouco tempo.

Ferro: arma de fogo.

Ficante: gíria dos jovens, aquele com quem se está ficando.

Ficar: namorar só por vontade sem compromisso sério.

Fila: comparsa que no conto-do-vigário, entabula conversa com a vítima.

Filado: ser preso e conduzido à prisão.

Filar um otário: reconhecer um tolo para roubá-lo.

Filmar: (ES): observar, vigiar.

Fininho: cigarro de maconha.

Finta: calote.

Flagra: flagrante delito.

Folhoso: baralho ou livro.

Foque: caipira ingênuo.

Fox: fora do ar, dopado.

Fria: parada ruim, insucesso.

Frigorífico: solitária, prisão.

Fuleiro: mentiroso.

Fuloso: mentiroso.

G

Gacela: amásia do ladrão que ignora a profissão do mesmo.

Gacho: produto falsificado com aparência de bom.

Gadanho: preso.

Gaiola: viatura policial.

Galera: turma, grupo de amigos.

Gambé: policial militar.

Gambozino: polícia secreta.

Gangue (ES): quadrilha de criminosos.

Ganhar: roubar ou conquistar alguém.

Garfil: soldado, policial.

Garra: Polícia.

Gazeta: amásia que se interessa pela recuperação do preso.

Gazeteiro: denunciador.

Gazua: chave falsa, ferro curvo com o qual se pode abrir fechaduras.

Geral: busca pessoal.

Gererê: denominação utilizada para a maconha.

Gigolô: amásio que desfruta das graças das prostitutas que ainda lhe dão boa vida e dinheiro.

Golpe do fazer ferreiro: conquistar a estima do cachorro por meio de carnes e agrados

para roubar o animal e depois esperar anúncios da vítima do furto, para ir receber

recompensa em troca do cão.

Golpe do grilo: golpe da escritura falsa de imóveis usada para enganar as vítimas.

Grileiro: advogado ou agente intermediário no golpe do grilo.

Golpe: roubo com entrada por meio de gazua, ação brilhante, golpe de mestre.

Goma: local de furto qualificado.

Grampo: algema.

Gravata: apertar o pescoço da vítima com o braço.

Graxa: propina a título de suborno.

Gregório: pederasta ativo.

Grilo: escritura falsa usada para enganar pessoas, roubar carteira do bolso de uma pessoa.

Grinfa: seringa utilizada por viciados.

Grude: denominação dada a comida.

Guindar: prender ou ser preso, foi guindado, foi preso.

Guita: dinheiro ou propina.

Guitarra: prensa de ferro adequada para o conto da guitarra.

Guitarrista: aquele que usa artimanha utilizada para passar ou fazer dinheiro falso.

Gunga: ladrão pederasta passivo.

H

Holofote: pessoa que está ligada.

Horizontal: estar morto.

I

Incerta: visita da Polícia.

Intrujão: receptador.

Intrujo: receptador.

Ir de canoa: ir preso no carro da Polícia.

J

Jacaré: banheiro de cadeia.

Jaula: casa.

João meia dúzia: revolver ou pistola de seis tiros.

João sem braço: pessoa que fica quieta no canto observando um fato aconteceer e fingindo

que não está vendo nada, pessoa que fica na dele.

Jumbo: pacote levado aos presos durante a visita.

Justa: Polícia ou cadeia.

Justo: chefe de Polícia, delegado.

K

K: (código de de placas de veículos, usado nas comunicações via rádio): Kilo.

Kadafi: destemido, violento, cruel.

Kenga: o mesmo que rapariga.

Kengado: quebrado.

Kengaral: um monte de raparigas juntas.

Ki-boa: água sanitária.

Kissé: saquinho de tempeiro para comida.

Ko: papo furado; mentira.

L

Ladrante: cão.

Lagartixas: divisa ou insígnias de cabo ou sargento.

Lagarto: surdo.

Laís: piolho.

Lalau: ladrão.

Lâmbia: bofetada.

Lambraia: furtar carteira no bolso das calças.

Laminosa: gilete.

Lamparina: pessoa que informa a policiais; dedo-duro.

Lanceiro: ladrão elegante, punguista ágil.

Lancha: atividade ilícita.

Lanterna: olho.

Lapre: roupa furtada e usada pelo próprio ladrão.

Laranja: cidadão usado pelo criminoso

Larápio: (RS): delinqüente; assaltante.

Largo: casaco.

Larica: fome.

Lasanha: carta; carteira.

Lata: cachimbo para crack.

Latim: linguagem de ladrões díficil de ser entendida, gíria da malandragem.

Lavraco: banho.

Leilão: furto.

Leme: local escolhido para um assalto.

Lengar: evadir-se.

Leona: mundana.

Lero: tipo de conversa entre marginais.

Lesado: (CE): pessoa retardada; lerda.

Lesco-lesco: lavagem de roupa.

Lesco: baralho, livro, catecismo.

Leso: (CE): diminutivo de lesado.

Letra: carta; bilhete.

Levar o toco: levar parte de um roubo.

Levar uma bucha: ser prejudicado num negócio.

Liamba: maconha.

Liberar o moreno: (Fortaleza-CE): fazer necessidades fisiológicas.

Liga: camarada, pessoa íntima.

Ligeira: valise.

Limpa geral: furto completo.

Limpar: furto ou roubo completo.

Limpo sujo: homem que se diz correto, mas não é.

Limpo: sem dinheiro; sem antecendentes criminais, sem ficha na Polícia.

Língua de tatu: faca comprida.

Linguado: bolsa de dinheiro.

Linguarudo: telefone.

Liseira: (CE): pessoa sem dinheiro, dura.

Liso: pessoa sem dinheiro, dura.

Livro de cabeceira: livro preferido para leitura à noite.

Livro: baralho.

Lobo: cão que ladra mas não morde.

Lolo: menor ladrão.

Lombada: injeção de entorpecente.

Lombrado: drogado.

Londrino: bilhete de loteria adulterado usado no conto da loteria premiada.

Loque: otário, bobo, trouxa.

Loro: ladrão que traiu ou compromete companheiros.

Lorota: fome.

Lubrado: sob o efeito da maconha.

Lunfa: ladrão novo.

Lunil: ladrão que se infiltra na Polícia ou se faz de policial; delator; pessoa suspeita.

Lupa: visita.

Lupai: ladra.

Lupar: ver, observar.

Lurde: porta.

Lurdinha: metralhadora.

Lustroso: indivíduo sujo; vagabundo.

Luz: dinheiro.

M

Macaca: metralhadora, carteira de apontamentos.

Macaco: policial militar, telefone de cor preta.

Macho: (CE): cumprimento ex: diz macho!

Maco: saco.

Madruguista: ladrão que opera de madrugada.

Mãe: quem tem cocaína para oferecer.

Maenga: policial militar ou civil.

Magrela: bicicleta.

Magreleiro: ladrão de bicicleta.

Maior perdido: muito longe.

Majeró: contrabando.

Majorengo: delegado de Polícia.

Majura: delegado de Polícia.

Mala: marginal ou pessoa chata.

Malaca: (CE): marginais bandidos, ladrões, descuidistas, lanceiros, arrombadores.

Malaco: (Corumbá-MS): malandro.

Malandro: marginal, preso.

Maloca: lugar onde dormem os malandros, bando de ladrões.

Malocar: (CE): roubar, esconder.

Maluco: pessoa.

Mamão: fácil, facilidade.

Manco: ladrão molenga, lerdo, apanhando em flagrante.

Mandar um catatau: mandar carta, mandar bilhete.

Mandé: ratoeira, prisão.

Manduquinha: (Manaus-AM): carro/perua policial.

Mané: indivíduo bobo, ingênuo.

Manear: atirar, jogar longe.

Maneta: soco inglês.

Manga rosa ou preto: maconha.

Manga: dinheiro.

Mangar: (CE): tirar sarro, sacanear, frescar.

Mangoaba: (ES): maconha.

Manguinhar: esmolar.

Manha: malícia.

Manja e papa: rouba e vende o que roubou.

Manjuba: gorjeta, salário.

Manjura: (MG): delegado de Polícia.

Manso: colchão.

Manta: esperteza.

Mão pesada: juiz que impõe pena elevada.

Máquina: arma de fogo.

Marafa: aguardente, pinga.

Marcão: aquele que vacila.

Marcou touca: bobeou.

Maria Joana: maconha.

Maria louca: pinga fabricada dentro da cadeia.

Maria vai com as outras: pessoa boba, tola, ingênua.

Marica: tipo de cachimbo para fumar droga.

Marmola: comida.

Marmota: (CE): coisa esquisita.

Marrapais: (CE): figura de linguagem no sentido de indignação.

Marroco: pão.

Mascar: (CE): o mesmo que apertar, arrochar, ficar.

Mato: maconha.

Meganha: militar.

Meiga: menina galinha.

Melado: (CE): bêbado ou sortudo.

Menina: chave comum ou gazua usada por ladrões.

Mentira: (MS): alugação (SP): atrasado.

Meter o sarrafo: (CE): falar mal do governo ou de alguma pessoa.

Meter um bute à guitarra: dar pontapé na barriga da vítima.

Metranca: metralhadora.

Meu branco: tratamento respeitoso para um amigo.

Meu camarada: sujeito amigo, pessoa amiga.

Meu: (ES): meu chegado, pessoa amiga.

Meu: camarada, amigo.

Miado do fole: ruim do pulmão.

Mica: carteira, amásia.

Micha: chave falsa;

Miguelagem: malandragem.

Mikes: PM’s.

Milho: fazer coisa errada.

Milico: policial militar.

Mimosa: camisa engomada.

Ministro: ladrão de galinhas ou “penosas” ou mendigos.

Mirim: (CE): trombadinha.

Miscar: fugir.

Missal: processo judicial.

Missão: furto ou roubo em vias de ser praticado.

Mixa: instrumento para abrir fechadura.

Mixirica: granada.

Mó limpeza: (CE): coisa que está fácil de se fazer ou sem perigo de dar errado.

Moafis: roupa velha.

Mobral: (CE): o mesmo que lesado.

Moca: café.

Mocinho: comissário de Polícia.

Mocó: esconderijo.

Mocozar: esconder.

Mói de chifre: (CE): corno.

Móia: dinheiro.

Moná: veado.

Monda: relógio.

Monstro: (CE): cara muito forte ex: o cara é um monstro!

Montar no porco: (Penitenciária de Linhares-ES): fugir.

Monteira: prisão.

Montra: cadeia; ir na montra: ser levado à prisão.

Morar: (ES): entender; compreender; morou?.

Morder: partilhar roubo ou comissão exigida por maus policiais.

Morreu Maria: (ES): acabou; fim.

Morto: objeto subtraído; pessoa encontrada ao relento dormindo e que foi vítima de furto.

Mosca de boi: pessoa que vacila.

Mosca: pessoa sem responsábilidade.

Moscar: bobear.

Mosco: roubo.

Muchiba: preguiçoso, mole, sem iniciativa.

Mula: (ES): vendedor de drogas; aquele que transporta algo ilícito.

Mulher de leque: travesti.

Munhecar: agarrar.

Muquifo: bagunça, local suspeito, casa.

Muquirana: poeira de cadeia.

Muriçoca: (CE): mosquito.

Murro: (CE): soco.

Mussarela: dinheiro.

N

Naca: xadrez.

Nada a ver: o mesmo que falar sacanagem, é mentira.

Náifa: faca ou punhal.

Naifada: facada ou punhalada.

Não dar mole: ser duro.

Não embarcar em canoa furada: ser cauteloso, não se arriscar.

Não nasci hoje: não me deixo enganar.

Não treme: (Cuiabá-MT): seja duro.

Narciso: ladrão que opera sozinho, mau companheiro, bicha, pessoa efeminada.

Narcotizador: pessoa que opera com narcóticos voláteis.

Nariz: qualquer pessoa, aquele que cheira demais.

Navegar: jogar pela certa, trafegar, viajar.

Negra: caixa forte, noite.

Negrada: rapaziada, macacada, ladrões.

Nejas: ladrão que não confessa, negação.

Nejaspine: não fale.

Neres: nada, sem resultado, neres de pitibiriba, nada de nada.

Nica: moeda.

Ninho: cama de prostituta.

No f: comprar fiado.

No g: comprar em grande quantidade.

No mato sem cachorro: em sérios apuros.

No tempo que o cão era menino: (Fortaleza-CE): antigamente; há muito tempo atrás.

Nóia: viciado, sob efeito de drogas.

Noiva da noite: preso que será violentado.

Norobe: historia mal contada, mentira.

Nota: dinheiro.

Nuvem: policial, perigo.

O

Obeso: pessoa gorda. Em latim obesu, quer dizer fraco, fino, magro, por antífrase ou erro,

a palavra ficou significando o oposto ao verdadeiro, ou seja, gordo.

Obrar: fazer necessidades fisiológicas.

Ogum: São Jorge, deus da guerra.

Olho grande: azar.

Olho: um tostão, relógio.

Olhômetro: no jogo de cartas, procurar ver as cartas de outros parceiros.

Onça: carcereiro PM.

Operação: preparar furto, planejar.

Ordem do dia: boletim regimental interno.

Ostra: pessoa indesejável.

Ota: otário.

P

[pic]

Pábula: mentiroso.

Pabx: revólver.

Paca: otário, simplório, ingênuo.

Pacau: cigarro de maconha.

Pachorra: paciência, tolerância.

Paco: otário e conto do paco: pequeno pacote de jornais dobrados sobre o qual se coloca

uma nota verdadeira e embaixo várias notas falsas ou papéis dobrados e desta

forma engana a vítima, sendo também chamado de conto-do-vigário.

Pacote: prisão por um ano.

Padoca: padaria.

Pagar madeira: pagar taxa cobrada no xadrez.

Pagar o pato: responder por outros gastos ou responsabilidades.

Pagar: dar, entregar.

Pai das queixas: delegado de Polícia.

Pai de rua: maior que explora o menor abandonado.

Painço: dinheiro.

Paisano: civil.

Paivar: fumar.

Palácio: chefatura de Polícia, central de Polícia.

Palha: ultrapassado; fora de moda;

Palito: toco substituindo a grade.

Palomas: mulheres prostitutas que andam nas ruas à noite, lençóis.

Palrante: advogado de defesa.

Pampa: lista lotérica falsa usada para o conto da loteria premiada e estar à pampa; estar bem.

Panelinha: grupo de pessoas que defendem seus interesses.

Panos frios: ocultar.

Panos quentes: mostrar tudo.

Pantana: golpe de capoeira contra o peito ou cabeça da vítima.

Pantanal: lugar de sol.

Papa gente: escrivão de Polícia.

Papagaio: cheque sem fundos, nota promissória forjada, falsa.

Papanada: bobagem.

Papel queimado: homem casado.

Papelaria: carteira com dinheiro.

Papiros: carteira com dinheiro.

Papo amarelo: serrinha.

Papocar: explodir, quebrar.

Paquito: embrulho do conto-do-paco ou conto-do-vigário.

Para-choque: seios da mulher.

Parada: ação a ser desenvolvida;

Paraqueda: colega novo de serviço.

Parar no pau: ser preso.

Pardal: policial, agente policial.

Paredista: comparsa que se coloca defronte da vítima para distraí-la enquanto o ladrão

atrás enfia a mão no bolso da vítima e a furta.

Parla: grito.

Pasma: patrulha, policial, sentinela.

Passa-moleque: embuste.

Passar a bisca: enganar.

Passar a ferro: vender objeto furtado.

Passar a mão: subtrair, carregar às escondidas.

Passar a perna: enganar.

Passar açúcar: vender cocaína.

Passar café: vender maconha.

Passar cerol ou o rodo: matar.

Passar o pano: deixar sossegado, encobrir.

Passar sal: vender pedra.

Pastoreado: ladrão vigiado pela Polícia.

Patavina: nada. Na Idade Média, o aluno ridicularizava o ensino do latim, citando

o autor Titus Livius Patavinus.

Pato: trouxa, ingênuo.

Patota: policiais em grupo.

Patuá: dossiê.

Patureba: qualquer tipo de otário que se deixa enganar nos contos-do-vigário ou do

cheque.

Pau de fogo: revólver; espingarda.

Pau nas brenhas: pessoa otária.

Paulista: desconfiado.

Paus: dinheiro.

Pé de breque: alguém que pisou na bola.

Pé frio: quem dá azar.

Pé preto: policial militar, por usar botina preta.

Pé quente: quem dá sorte.

Pealar: armar cilada, pegar de surpresa.

Peba: (BA): imitação; cópia do original; peça de carro não original, sem valor; (Fortaleza-

CE): o mesmo que páia; páia é o mesmo que palha, ou seja, velho ultrapassado

(ES): brega, velho, fora de moda.

Pedir arrego: desistir da briga, pedir reconciliação.

Pedir para morrer: ficar com raiva, ter desgosto.

Pedir pinico: desistir da briga, pedir arrego.

Pedra: denominação a cocaína ou crack.

Pega pra capar: confusão.

Pega: racha, corrida de carros nas ruas.

Pegada: disputa entre pipas.

Pegado pra Judas: militar que dá volta; escalado para suprir o faltoso.

Pegar a estrada: viajar.

Pegar com a boca na botija: pegar em flagrante.

Pegar leve: ir devagar, com calma.

Pegar o beco: ir embora, cair fora.

Pegar pesado: ir com tudo.

Pegou o bonde: tranferência de preso.

Pelota: inflorecência da maconha, já curtida para fumar.

Penosa: galinha.

Penoso: ladrão de galinhas.

Pentelho: indivíduo inoportuno, chato, inconveniente.

Pepa: confusão.

Pepita: pedra de crack.

Pera com caroço: carteira com dinheiro.

Pera: carteira.

Perereca: resistência que os presos fazem.

Perobo: homossexual.

Pérolas: lágrimas.

Peruar: rodear observando.

Pescar: (CE): colar na prova.

Peta: (CE): biscoito de polvilho.

Peteca: objeto arremessado.

Peter Pan: arrombador de cofres.

Pião: otário.

Picado: cigarro solto.

Picanço: indivíduo que se diz esperto e sai ludibriado.

Picardia: logro, embuste.

Pico: injeção do viciado em drogas.

Pieguismo: excesso de sentimento.

Pila: (Belo Horizonte-MG): marginal.

Pilantra: malandro.

Pimba: bofetada.

Pincel: alavanca menor que o pé de cabra, usada para arrombamentos.

Pindaíba: sem dinheiro.

Pinóia: coisa sem valor.

Pinote: marginal em fuga.

Pinta brava: pessoa suspeita.

Pintar no pedaço: aparecer.

Piolho: malandro velho.

Pipa: bilhete.

Pirola: leito.

Pirranta: menor viciado ou já ladrão.

Pirulito: pedaços de grade serrado.

Pisantes: sapatos, chinelos.

Pistola: (ES): matador covarde.

Pistolão: pessoa influente.

Pistoleiro: matador de aluguel.

Piusa: amásia.

Piuso: gigolô.

Piva: guri; guria; menino.

Pivete: menor e ladrão.

Pixote: ladrão inexperiente, iniciante.

PM militar: (RS): porco, porquinho amigo.

Pó da rabiola: pessoa que está se acabando com o uso de drogas.

Pocar: (ES): matar.

Poeira: cocaína; cadeia.

Polícia Civil: (Magé-RJ): trambique; (Belo Horizonte-MG): home; (SC): tira.

Polícia Militar: (MAGÉ-RJ): botina preta; frigorífico, meganha (Belo Horizonte-MG):

home, gambé: (Alegre-ES): samango, guarda, homem, chumbinho, tira (SC): milico.

Polícia: (Campo Grande-MS): homens.

Policial militar: (Alegre-ES): samango; guarda; homem; chumbinho.

Pombeiros: espiões.

Pôr areia: atrapalhar a vida de alguém.

Porão: bolso da frente da calça; usado por elementos que afanam as vítimas num momento

de confusão nos pontos de ônibus e aglomerações.

Porte: mérito; de porte; mérito da autoridade.

Posto: local de guarda.

Pote: prisão, cadeia, xadrez de viatura.

Praia: perto da grade, no chão da cela.

Prego: (Fortaleza-CE): o mesmo que pião, pessoa que não corre atrás de seus objetivos.

Prenda: jóia.

Presunto: cadáver.

Preto: maconha.

Proceder: pessoa que sabe respeitar a outra.

Prússia: policial.

Pudim: sujeito bêbado.

Punga: subtração de carteira e de relógio sem que a vítima perceba.

Punguista: batedor de carteiras, ladrão hábil em pungas, também chamado de pungador ou punguidor.

Puxador: ladrão de veículos.

Q

Qualé: (Alegre-ES): qual é a sua?.

Quarenta e um (41): (Porto Alegre-RS): assalto.

Quatreiro: ladrão de gado; do castelhano “cuatrero”.

Quebrada: local perigoso, ermo, isolado.

Queijo: propina.

Queimado: ladrão.

Queimar o filme: (Fortaleza-CE): vacilar, falar os “podres” de alguém.

Queixar: (Fortaleza-CE): azarar, paquerar.

Queixo: (Fortaleza-CE): mentira ou cantada.

Queixudo: (Fortaleza-CE): pessoa mentirosa ou paqueradora.

Quena: entrega de objeto furtado ao cúmplice para que ele o esconda.

Quengada: agilidade.

Quento: dinheiro.

Quido: dinheiro.

Quimante: revólver.

Quingar: demorar, esperar.

R

Rã: policial.

Rabecão: (ES): carro que transporta cadáver.

Rachar: partilhar, dividir produto roubado.

Rádio: algema.

Ragu: apetite.

Rama: cadeia.

Ramona: azar.

Rana: contrabandista na área portuária; contrabandista de navios.

Rap 10 (rapidéis): (Fortaleza-CE): rápido.

Rapa: (ES): radio patrulha, operação policial (MG): Polícia.

Rapariga: (Fortaleza-CE): prostituta.

Raparigal: (Fortaleza-CE): prostíbulo.

Rasga-lata: (Fortaleza-CE): bomba, cabeção-de-nego.

Rastantes: calçados, sapatos, botinas.

Ratanha: gazua.

Rato de gaveta: ladrão de pequenas coisas.

Rato de mocó: ladrão.

Rato de praia: ladrão de praia.

Rato: ladrão (ES): ladrão que furta na cadeia.

Ratoneiros: indivíduos que operam através de túneis nos roubos a banco.

Rebolar: (Fortaleza-CE): jogar, lançar.

Rebordosa: confusão, alvoroço.

Rebu: (Alegre-ES): zorra, algazarra, bagunça.

Recortar: retemperar a comida servida.

Redondo ou bobo: relógio.

Refilar: convidado.

Refugo: coisa sem importância.

Refundir: ocultar objeto roubado.

Reglar: acordo mútuo entre policial e ladrão.

Rego: região anal.

Reincidentes: (ES): que voltam a cometer crimes.

Relaxar: (Vila Velha-ES): ir para o baile (Porto Alegre-RS): flagrante que não vai ser

aceito pelo juíz; flagrante que não é homologado.

Renhir: subtrair, roubar.

Rentrée: janela.

Resfilador: comparsa.

Resolve: arma de fogo.

Responsa: fuga.

Retirante: paletó.

Revólver: (Magé-RJ): berro; ferro, pau de fogo, cuiabá, pabx, (Belo Horizonte-MG):

ferro (ES): três oitão, ferro, berro; (Alegre-ES): ferro, cano, pau de fogo.

Robô: (ES): preso que assume a responsábilidade de um crime cometido por outro.

Rodão: (Vila Velha-ES): marginal que invade a casa e mata quem estiver dentro.

Rodo: (ES): aquele que mata.

Rolar esquema: (Fortaleza-CE): ficar com alguém ou ter chance de fazer algo.

Rolar esquema: ficar com alguém ou ter chance de fazer algo.

Rolê: andar sem destino.

Rotan: (MG): Polícia.

Roupa no varal: (ES): locução que exprime sujeira, confusão.

Ruiva: policial.

Rúpia: ladrão.

Rustidor: local onde os ladrões guardam objetos roubados; o mesmo que aduana; casa

de ladrões.

rustir: enganar na divisão de objetos roubados.

S

Sabido: ladrão.

Saca: cadeia.

Sacana: indivíduo desprezível.

Safo: lenço.

Sagaz: (Vila Velha-ES): belo, forte.

Sagrado: cemitério.

Sair apagando: fuga em disparada.

Sair de banda: evadir-se.

Sair de pinote: fugir.

Salva-vidas: marmita de presos.

Sanfona: recipiente para a guarda do dinheiro falso.

Sangradura: furto de bolsas através do corte nas mesmas sem que a vítima perceba.

Sangria: ato de cortar as alças ou partes de uma bolsa e roubar sem que a vítima perceba.

Sangue bom: boa pessoa.

Sangue frio: presença de espírito, calma.

Santeiro: ladrão que se diz regenerado e que mantém contato com antigos comparsas e

fornece informações para assaltos e roubos.

Santinho do pau oco: inocência fingida; fingimento.

Sapo: malandro estranho ao lance; danar; advertir; resistência de chuveiro.

Saque: mentira.

Saqueiro: carcereiro.

Sargento: galo.

Sauna: local fechado para consumo de drogas.

SB: (ES): sangue bom.

Se a casa cair: (ES): se algo der errado.

Se der banho: (ES): enganar os amigos; enganar os comparsas; colegas no ato criminoso.

Se escalar: (Fortaleza-CE): se auto convidar.

Se garante: (Fortaleza-CE): pessoa que faz as coisas bem feitas.

Se liga na fita: assunto que só duas pessoas sabem.

Se toque: (Fortaleza-CE): saber o que tá fazendo, ter cuidado.

Secar: (Fortaleza-CE): olhar fixamente para alguém apreciando-a ou provocando.

Seco: (Fortaleza-CE): pessoa tarada, sem transar.

Seda: folha de papel.

Segurar a onda: (Belo Horizonte-MG): assumir sozinho.

Seguro: mudança de cela.

Sem eira e nem beira: (MG): sem dinheiro; sem valor. No Nordeste, as casas dos ricos

possuiam no alto uma beira tipo beiral, como se fosse uma marquise, onde se sentavam

as pontas dos caibros. Essa era decorada. Casa de pobre não possuía nada disto

sendo que as pontas dos caibros ficavam direto nas paredes.

Sem futuro: (Fortaleza-CE): algo que não dá certo ou não é legal.

Senha: carteira.

Senhista: punguista.

Sentar o dedo: atirar.

Sentinela: velório, velar cadáver durante a noite.

Ser derretido: (ES): ser vendido; morto.

Seruncho: ladrão, arrombador.

Sete um: (Colatina-ES): esperto, golpista.

Shorla: gazua ou chave falsa.

Só o filé: (Fortaleza-CE): menina bonita.

Só o mí: (Fortaleza-CE): menina bonita.

Só o pitel: (Fortaleza-CE): coisa legal.

Só: ok; tudo certo.

Solata: (Mata da Serra-ES): bolso interno do paletó, usado por elementos que afanam as

vítimas num momento de confusão, nos pontos de ônibus e aglomerações.

Soltar o cachorrinho: pedir ao informante que obtenha noticias de pessoas ou fatos.

Soniche: silêncio.

Sopa: condenação; é sopa ou é canja; tarefa fácil.

Soturno: guarda noturno.

Stevie: policial investigador.

Sua cara: obrigação.

Subir da jega: (Penitenciária de Linhares-ES): descansar.

Subir o gás: torturar, agressão.

Subir: (Belo Horizonte-MG): matar.

Sujão: delator.

Sujar: (Fortaleza-CE): sacanear alguém.

Sujeira: (Fortaleza-CE): sacanagem.

Sujo: delator ou suspeito.

Sujou: cuidado, perigo, nada deu certo.

Surdinas: dinheiro em papel.

Surrupiar: (Porto Alegre-RS): roubar.

Sururu: briga, confusão.

Sutiã: arma afiada ou navalha.

T

Tabique: cadeia, cárcere.

Tá me tirando: (ES): tá me provocando.

Tá vencendo: (ES): valeu.

Taca a bala: (Cuiabá-MT): está limpo, vá em frente.

Taca: porta.

Tacada: facada; dar uma tacada é conseguir bom negócio.

Tachos: dinheiro.

Talagada: gole de pinga ou cachaça.

Tático: viatura policial.

Tatu: túnel ou buraco usado para fuga de presos.

Teca: dinheiro.

Teco: (ES): atirar em alguém.

Tela: espelho.

Televisão: buraco na parede da cela, fuga.

Tem nem perigo: (Fortaleza-CE): sem condições, impossível.

Tem que assinar: (ES): assumir sozinho um ato criminoso; assumir um crime praticado

por vários presos ao mesmo tempo; assinar as declarações em que assume a culpa

por um crime.

Tempo do bumba: (Fortaleza-CE): antigamente, antigo.

Teresa: corda feita de panos usada para fuga.

Tibada: facada ou navalhada.

Tifes: ladrão.

Tira: policial.

Tirar um bode: dormir.

Tirar: zoar, zombar.

Tocar piano: (ES): tirar impressões digitais.

Toco: produto furtado que é dividido com vários ladrões; suborno.

Tomador: ladrão.

Tomar chá de piro: fugir.

Topar: (Fortaleza-CE): tropeçar.

Topista: ladrão que chega nas casas, bate palmas e, se ninguém aparece, entra e furta

tudo. São dotados de sangue frio e presença de espírito.

Toquista: policial que recebe toco, ou seja, parte de um produto roubado.

Torado: (Fortaleza-CE): pessoa forte, marombeiro.

Torar pulão: (Belo Horizonte-MG): ser preso.

Tosta: corda.

Touca: aquele em que se pode confiar.

Trabalhar: assaltar.

Trabalho: assalto.

Trago: (Alegre-ES): gole de bebida, tragada de cigarro, bebida.

Traíra: dedo duro.

Tralha: corda.

Trambique: (Magé-RJ): Polícia Civil.

Transcabriteira: (Corumbá-MS): estrada internacional (Corumbá/Bolívia).

Trepado: chassi adulterado; (ES): armado.

Três oitão: (ES): revólver.

Treze: (Porto Alegre-RS): louco, pessoa considerada doida.

Trincar: passar o conto, enganar.

Trincha: gazua pequena ou qualquer utensílio para arrombar portas.

Trincosa: alimentação de presos.

Trinqueta: vadiagem.

Trinquete: partilha de objetos roubados ou furtados.

Triscar: (Fortaleza-CE): tocar, encostar.

Trocomalhos: bilhetes adulterados para o conto da loteria premiada.

Trombada: encontrar sem estar esperando.

Troncho: (Fortaleza-CE): torto.

Trovar: (Porto Alegre-RS): falar muito, sem confiança.

Trucha: tipo suspeito, esperto.

Truncha: ferramentas para assalto.

Truta: amigo de confiança.

V

Vaca: mulher devassa, prostituta, tipo subornável.

Vadiar: (Fortaleza-CE): o mesmo que viçar, ou seja, ficar sem fazer nada; (BA): manter

relações sexuais.

Vagabundo: (Santo André-SP): vaga; (RS): galo.

Vagal: (Belo Horizonte-MG): marginal.

Vagarosa: prisão.

Vai ficar osso: (ES): vai ficar difícil.

Vaido: alavanca.

Vala: (ES): morte.

Valente: guarda noturno.

Vascilão: aquele que vacila muito; aquele que transgride alguma norma do presídio.

Vaselina: (ES): puxador de saco, adulador.

Vazar, dar um ar ou ralar peito: (Vila Velha-ES): ir embora.

Vazar: (MAGÉ-RJ): fugir da cadeia, fugir.

Veado galheiro: (Cuiabá-MT): carro da Polícia Militar.

Velante: guarda noturno.

Vendo: (Colatina-ES): dinheiro.

Veneno: dificuldade.

Ventana ou janela: (Mata da Serra-ES): bolso interno da camisa, usado por elementos

que afanam as vítimas num momento de confusão nos pontos de ônibus e aglomerações.

Vento: (ES): dinheiro, o dinheiro gira muito, circula muito, motivo pelo qual é chamado

de vento.

Ver o sol nascer quadrado: (Fortaleza-CE): ir para a cadeia.

Verga: (ES): elemento vacilão; elemento que por medo vem a ceder alguma coisa ou

entregar os comparsas de crime.

Vesúvio: (DF): cofre forte da Polícia; o mesmo que tintureiro (RJ): viúva alegre.

Viado: homossexual.

Viajou na maionese: não prestou atenção, ficou abobalhado, pateta.

Viatura policial: (Magé-RJ): caçapa, gaiola, jaula, camburão, zoaninha; (Cuiabá-MT):

veado galheiro, corintiano; (Belo Horizonte-MG): preta e branca.

Viçar: (Fortaleza-CE): ficar frescando, ficar sem fazer nada. “Só sombra e água fresca.”.

Vicenzo: policial lerdo, devagar.

Vintear: (Porto Alegre-RS): procurar.

Viúva alegre: (Rio de Janeiro): carro cofre da Polícia usado para transportar presos.

Voadora: bicicleta ou motocicleta.

Volante: automóvel.

Vomitar: confessar tudo.

Vou te furar: golpear.

Vulgo: apelido.

X

Xadras: prisão com grades, xadrez.

Xadrez: cela.

Xaropada: palestra cansativa.

Xarope: trouxa.

Xavier: despontado.

Xereta: intrometido, adulador.

Xeta: dinheiro.

Xexo: (Fortaleza-CE): dar calote.

Xilim: xilindró, cadeia, prisão com grades.

Xilindró: (MG): Prisão; na língua banto era como os escravos brasileiros denominavam

o seu esconderijo no mato.

Xilota: vadio.

Xiringar: (Fortaleza-CE): molhar ou jogar água em alguém.

Xis Nove: (ES): informante da Polícia; delator; dedo duro.

Xis: xadrez, prisão com grades.

Xona: noite.

Xupim: marido que vive às custas da mulher.

Xuxo: estilete.

Z

Zé de obrar: (BA): ânus.

Zé: (Alegre-ES): José, qualquer pessoa sem expressão. José, o Zé Nada, Zé Ninguém, Zé

Povo, Zé Povinho, Zé Burro, Zé dos Anzóis, Zé Mané.

Zebu: garota que só anda na moda.

Zerou a conta: tirou todo o saldo, pagou toda a despesa, acabou de morrer.

Zica: azar, confusão.

Zinho: (Vila Velha-ES): amigo.

Zoaninha: (Magé-RJ): viatura da Polícia.

Zoar: (Vila Velha-ES): tirar sarro.

Zoca: (ES): lugar de desova, local usado por marginais para levar alguém no interior de

uma plantação de eucaliptos com objetivo de estuprar, assaltar ou matar

Zoião: ovo.

Zoiuda: televisão.

Zona: local de prostituição.

Zorra: confusão, baderna, bagunça.

Zua: (Alegre-ES): rebu; quebra-quebra em presídio.

Zuada: (Fortaleza-CE): barulho, confusão.

Zuar: fazer bagunça.

Zunhada: arranhão feito com unhas.

Zunir: jogar longe.

Zurupar: furtar.

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