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Universidade de S?o PauloEscola de Comunica??es e ArtesCCA - Biblioteconomia e documenta??oDisciplina: Introdu??o à museologiaData: 04/12/2014Nome do aluno: Alissa Pereira de Queiroz (7586132)2? Relato Crítico: O Museu e a condi??o humana |?O que deve acontecer quando você sai do museu | O Museu da Língua Portuguesa |?Os tempos que há no tempoEm 2013, o ?Brasil foi sede da 23? Conferência Geral do Conselho Internacional?de Museus (ICOM), cujo tema foi Museu (Memória + Criatividade) =?Mudan?a Social. Para esse relato foram selecionadas quatro das palestras que ocorreram, que sozinhas já renderiam longas discuss?es e, portanto, para tentar evitar muitas confus?es ao longo do texto, vamos come?ar buscando definir o ponto central de cada uma delas.Em O Museu e a condi??o humana Ulpiano Toledo Bezerra de Menses diz que vai falar sobre a quest?o do corpo, mas n?o tratará de sensualidade, vis?o brasileira do mesmo, mas sim de sensorialidade. "Somos um corpo", é essa a ideia que guia a discuss?o proposta por Ulpiano, que defende a materialidade como forma de media??o biólogica e psíquica da condi??o humana, embora seu papel tenha se torna cada vez mais reduzido, principalmente em se tratando de museus e atividades intelectuais, em detrimento da raz?o e da reflex?o.O que deve acontecer quando você sai do museu foi o título da palestra de Jorge Melguizo, que partiu de uma discuss?o sobre a recupera??o urbana, cultural, social e educacional de Medellín, uma das cidades mais violentadas do mundo, para discutir a rela??o da sociedade com os museus. O palestrante ent?o questiona a necessidade dos museus na vida cotidiana das pessoas, refletindo sobre a quest?o de patrim?nio e da responsabilidade do museu ser ampliado de forma a se tornar um espa?o de atividade cultural, colocando o espectador em contato com o que está exposto.José Wisnik usa sua palestra, O Museu da Língua Portuguesa, para mostrar sua solu??o de curadoria para um dos andares do museu da língua portuguesa, onde ele tenta aproximar o público mais jovem, grande parte dos frequentadores do museu gra?as a sua relev?ncia educacional, de obras clássicas, buscando mostrar que a divis?o entre escolas literárias é muito mais tênue do que os livros fazem parecer e que discursos de autores clássicos podem estar mais atuais do que nunca, precisando apenas de um empurr?o contempor?neo para que um jovem perceba que n?o só pode entender, mas pode se relacionar com algo muitas vezes considerado antiquado e inacessível.Por fim, Mia Couto traz sua vis?o literária para o mundo museológico, do qual ele deixa claro ser apenas espectador, e usa histórias de sua vida particular – uma sobre uma amiga de sua m?e com gavetas cheias de memórias e outra sobre um povo que 'engana' pesquisadores em troca de uma chance de ir à cidade – para refletir sobre a quest?o da memória de um povo e de como o museu muitas vezes deixa de representar aquilo que se prop?e por n?o levar em considera??o o povo que está representando, mas a vis?o de quem está representando o povo sobre o mesmo.As quatro palestras n?o poderiam ser mais distintas na abordagem escolhida pelos palestrantes, mas também tem uma forte rela??o entre si, porque cada uma, de seu próprio jeito, defende que o modelo de museu vigente na sociedade contempor?nea n?o atende mais, ou talvez nunca tenha atendido, às necessidades do público que os frequenta ou que neles s?o representados, além de n?o serem ambientes considerados convidativos devido aos estigmas que envolvem a arte e seu entendimento por um público menos intelectual.A discuss?o mais básica é a proposta por Jorge Melguizo, questionando quest?es de patrim?nio e curadoria que s?o o motivo de os museus hoje n?o terem a inten??o de permitir ao público contato com sua cultura e com a de outros povos, mas apenas de preservá-las e exaltá-las, deixando o público intimidado ao adentrar um museu. ? isso que Mia Couto pergunta em sua palestra, ao nos contar sobre um museu feito por coreanos, para uma tribo africana, recheado de objetos que nunca tiveram nenhum valor histórico e pinturas orientais africanizadas, qual a validade de um templo que n?o aproxima um povo de sua cultura?José Wisnik parte de outra linha e questiona a validade da separa??o temporal de autores e escolas literárias, provocando jovens aos mostrar que discursos que eles considerariam antiquados e inacessíveis por conta de sua idade ou do renome de seu autor, podem ser facilmente convertidos e entendidos como algo atual. Assim, Wisnik aproxima sua curadoria no Museu da língua portuguesa daquilo que Melguizo prop?e, comunicando a cultura para aqueles que adentram o museu, sem coloca-la numa redoma de vidro inacessível, mas mediando sua apropria??o por parte do público.Se os três palestrantes questionam o museu diretamente, Ulpiano aborda essa quest?o de forma muito mais ampla, ao questionar a materialidade dentro de nossa sociedade como um todo. Melguizo, Wisnik e Mia Couto querem que o museu permita a apropria??o de um povo de sua própria cultura, Ulpiano também prop?e essa possibilidade, mas através de um museu que troque as placas de "favor n?o tocar" por outras que indiquem a necessidade de tocar para devolver às obras seu caráter físico; dessa forma, a dificuldade de acessar uma obra por seu caráter intelectual seria diluído pela possibilidade de acessar a obra por seu lado material e físico, que é igual a todos (salvo desabilidades que renderiam outra discuss?o).Assim, é bom ver que dentro do mundo da museologia existem aqueles que n?o est?o felizes com os padr?es impostos atualmente e que buscam refletir sobre a necessidade e o papel dos museus na vida das pessoas. Essas discuss?es s?o importantes para que os museus deixem de ser espa?os que conservam e distanciam o antigo do público, mas que aproximem cada vez mais as pessoas daquilo que ficou na história de sua própria cultura, permitindo uma maior intera??o n?o só entre uma pessoa e outra, mas entre um indivíduo e ele mesmo. ................
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