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COMUNITAS E FALCONI: INVERDADES QUE PRECISAM SER DENUNCIADASNOTA DO COLETIVO DE EDUCADORES SOBRE O RELAT?RIO “4 ANOS JUNTOS – CAMPINAS – SP” QUE APRESENTA RESULTADOS DA PARCEIRA SME/COMUNITAS E FALCONIJunho de 2017? com profunda indigna??o e perplexidade que educadores da Rede Municipal de Campinas tomaram contato com o Relatório da COMUNITAS, intitulado “4 Anos Juntos – Campinas SP” que apresenta supostos resultados do desenvolvimento do Programa “Juntos Pelo Desenvolvimento Sustentável” em nossa cidade. Faremos aqui considera??es sobre a parte referente à Educa??o deste relatório.Para quem n?o se recorda, a COMUNITAS é uma organiza??o social, criada por Ruth Cardoso, no ano 2000, e que atua como articuladora de institutos e funda??es empresariais, ou empresas propriamente ditas, com o intuito de “qualificar os investimentos sociais corporativos”. Em 2013 o Prefeito Jonas Donizette firmou um convênio com a Comunitas, que em Campinas, articularia as a??es de alguns “parceiros estratégicos” tais como a Funda??o Brava, o Centro de Lideran?a Pública (CLP), a Falconi – Consultores de Resultados e o Instituto Tellus. Estas agências de assessoria técnica visam a “moderniza??o e otimiza??o da gest?o pública” entendidas como “transferência da expertisse empresarial para o setor público”.No início de 2013, tal convênio foi firmado sem qualquer debate público, mesmo envolvendo a promo??o de parcerias em áreas que demandam o parecer de conselhos instituídos (como a saúde e educa??o). O contrato foi publicado no Diário Oficial, mas as inst?ncias da SME n?o discutiam o assunto. No ano seguinte, quando estava previsto o início das atividades da Falconi na Rede Municipal, a tentativa de silenciar o debate sobre o convênio tomou outros contornos: chefias superiores chegaram a entrar em contato com escolas orientando as equipes gestoras para que n?o permitissem o debate sobre o tema. Houve intimida??es a Orientadores e Coordenadores Pedagógicos na tentativa de proibi-los de participar de um Seminário que discutiria essa parceria, evento esse organizado pelo Coletivo de Educadores junto da Faculdade de Educa??o da UNICAMP.Em meados de 2014, a SME anunciou que a FALCONI atuaria nas inst?ncias centrais da SME, NAEDs e EMEFs, visando treinar pessoal para uma “gest?o para resultados”. O projeto do governo era que 10 escolas de ensino fundamental recebessem técnicos da FALCONI, mas os Conselhos destas Escolas recha?aram frontalmente essa iniciativa. Argumentaram que as escolas municipais possuem profissionais qualificados para discutirem os problemas concretos que enfrentam, a Avalia??o Institucional Participativa tem sido uma política acertada de fomento da gest?o escolar para a busca de educa??o de qualidade e, por fim, os tais “técnicos” da FALCONI que se apresentaram às escolas se mostraram totalmente despreparados. Reconheceram publicamente que ignoravam o campo da educa??o e repetiam a fórmula e método de planejamento conhecido como PDCA, sem ao menos se interessarem por saber que nossa rede vem desenvolvendo um planejamento dos Projetos Pedagógicos há mais de uma década, com metodologia científica e democrática.Derrotado pelos Conselhos de Escola, o governo imp?s aos NAEDs, às Coordenadorias, ao Departamento Pedagógico e a 3 escolas receberem profissionais da FALCONI em reuni?es de trabalho. Relatos dos profissionais presentes nestas inst?ncias nos d?o no??o de como tais reuni?es foram conflituosas e muito pouco produtivas, pois os assessores externos estavam ali mais para aprenderem do que para contribuírem com respostas para os problemas cr?nicos que a educa??o pública enfrenta. Fizeram registros de reuni?es, realizaram uma insana coleta de dados para legitimar “cientificamente” o “método” de gest?o, mas os discursos sempre se mantiveram na superfície, como ocorre sempre que se reduz a complexidade dos processos educativos a procedimentos técnicos e padronizadores.Em 2015 e 2016 nada se ouvia sobre a presen?a da FALCONI na SME embora a administra??o noticiasse várias iniciativas do Programa JUNTOS promovidas junto a outras secretarias do governo Jonas. E eis que, neste início da segunda gest?o do governo Jonas, chega em nossas m?os o relatório “4 anos Juntos – Campinas – SP” texto que se prop?e a prestar contas sobre o Programa e reafirmar a inser??o de nossa cidade no “Juntos Pelo Desenvolvimento Sustentável” Neste Relatório, a COMUNITAS afirma ter desenvolvido junto junto aos servidores municipais de Campinas uma “cultura de gest?o para resultados”. E fruto da a??o do Programa JUNTOS, vários “RESULTADOS” teriam sido alcan?ados especificamente na Educa??o municipal de Campinas. Quando em 2014 recha?amos a implementa??o dos instrumentos de gest?o empresarial nas escolas, mostramos que eram incompatíveis com a lógica de gest?o pública, democrática e participativa e que tais instrumentos compunham estratégias de privatiza??o em curso. Para nosso espanto e indigna??o o relatório n?o só silencia sobre nossa resistência, mas apresenta várias iniciativas produzidas pelos educadores da Rede Municipal de Campinas, ao longo das últimas décadas, como “resultados“ da parceria da SME com a Comunitas/Falconi. A tática de tentar forjar consensos onde, na verdade, existem projetos antag?nicos de educa??o e sociedade, superou todos os limites da ética quando a Comunitas/Falconi diz ter participa??o nas seguintes iniciativas:1. Elabora??o dos “Planos de a??o” produzidos pelos coletivos das 45 unidades de ensino fundamental, 159 da educa??o infantil e 21 dos centros de educa??o infantil (referem-se aos documentos dos projetos político pedagógicos de longa tradi??o na Rede).2. Capacita??o dos gestores para a elabora??o do PP online3. Promo??o de 126 atividades formativas com a participa??o de 2752 profissionais da educa??o (referindo-se aos cursos de forma??o continuada aos educadores organizados pelo setorial de forma??o da SME desde o início dos anos 90).4. Aloca??o de novos profissionais para a educa??o mediante a realiza??o de concurso público e contrata??es para as diferentes etapas e modalidades de ensino.5. Desenvolvimento de atividades voltadas para a diminui??o da distor??o idade-ano em 2016, melhora nos índices de aprova??o dos alunos e nos resultados do IDEB. ? falta de ética decorrente dessa apropria??o indevida de experiências e saberes dos educadores de nossa Rede se somam outras inverdades, tais como a afirma??o de que os gestores passaram a elaborar os planos de a??o dos projetos pedagógicos, considerando os princípios das ferramentas de gest?o empresarial. Assim, o relatório “4 anos Juntos – Campinas – SP” concluiu destacando como resultados do Programa “Juntos Pelo Desenvolvimento Sustentável”a “promo??o de uma nova cultura gerencial na Prefeitura de Campinas” e a “introdu??o de uma cultura de gest?o de resultados no sistema municipal de educa??o, com foco na melhoria dos índices de qualidade do ensino local”. ? essa a ética da gest?o empresarial que o Programa JUNTOS quer promover em nossa cidade, forjado em inverdades, na expropria??o das experiências e da história produzidas pelos educadores da Rede Municipal?! ? essa mesma ética de mercado, sustentada no lucro e na competi??o, que se apresenta no relatório como promotora da mais moderna forma de governar: “inova??o em servi?os públicos a partir da co-cria??o com servidores e usuários”, “transparência e governo ‘aberto’” e “democracia direta”.Sabemos que programas como o JUNTOS, articulado por organiza??es como a Comunitas e envolvendo empresas como a Falconi, representam os interesses e s?o financiados por grandes corpora??es empresariais, tais como aqueles indicados no plano de trabalho do convênio firmado em Campinas: Grupo Abril, Alcoa, Camargo Corrêa, Cyrela, Cosan, CPFL Energia, Funda??o Brava, IBM, Itaú-Unibanco e Votorantim. Tais iniciativas procuram aproximar o setor empresarial dos governos com 3 objetivos principais: . Expandir seu campo de atua??o, visando ganhar dinheiro, sendo remunerados com altas cifras através de suas “assessorias técnicas”.. Criar contatos nas redes de ensino para fazer entrar depois outros parceiros, como agências de forma??o de professores, vendedores de apostilados, livros, programas, brinquedos, nem sempre demandados ou importantes para as escolas... mas muito lucrativos para seus vendedores... . Incutir nos servidores públicos e comunidades que se utilizam desse servi?o, o ethos empresarial, ou seja, as concep??es de meritocracia, competitividade, eficiência, enxugamento do Estado e privatiza??o. Gra?as à abertura de nossa cidade a essas agências pelo Prefeito de Campinas, estas levar?o em sua “bagagem” a fama de terem vindo, nos ensinado a trabalhar e feito aumentar o IDEB da cidade!!Através da produ??o de relatórios como esses, cheios de inverdades e ofensivos a nós, trabalhadores da escola pública, COMUNITAS, FALCONI e seus parceiros do campo empresarial, podem correr o Brasil, forjando um notório saber e especializa??o em educa??o, e assim, burlando as exigências de licita??o previstas para o poder público contratar servi?os.E as autoridades municipais como se posicionam diante desse relatório? Concordam com o teor do mesmo? Ou v?o agir para salvaguardar a autoria e o trabalho concreto realizado pelos servidores municipais e que vai sendo usurpado por tais agências?Apelamos para que a Secretária de Educa??o, assim como o Diretor do Departamento Pedagógico e as Coordenadorias a ele submetidas, se posicionem publicamente sobre esse Relatório, para que n?o paire dúvidas sobre a rela??o de respeito que acreditamos que tenham com os profissionais desta rede. Coletivo de Educadores da Rede Municipal de Ensino de Campinas ASSEMEC – Associa??o dos Especialistas do Quadro do Magistério da Rede Municipal de Educa??o de Campinas ................
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