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GAYLUSSAC/20143? S?RIE / ENSINO M?DIOPRODU??O TEXTUALPROF?.: MARIA ANNAEXERC?CIO DE CASALeia atentamente os textos a seguir, a fim de:identificar a tese defendida;identificar estratégias argumentativas;elaborar comentários relativos ao modo como s?o introduzidos e concluídos.Texto 1:TEMA EM DISCUSS?O: LEGALIZA??O DO JOGOOUTRA OPINI?O - MAGNHO JOS?No dia 3 de julho, o jogo do bicho completará 120 anos de opera??o e, no dia 3 de outubro, ser?o 71 anos de proibi??o pela Lei de Contraven??es Penais. A legisla??o proibitiva n?o alterou o cenário de ilegalidade do jogo no Brasil, que movimenta mais de R$ 12 bilh?es anualmente em apostas clandestinas. Além disso, o país tem uma das legisla??es mais atrasadas do mundo na área de jogos e loterias.? equivocada a tese de que a legaliza??o de bingos, cassinos e jogo do bicho acabaria favorecendo o crime organizado. Na verdade, ambiente propício às máfias é o atual, com o jogo ilegal movimentando mais que os R$ 9,73 bilh?es das loterias da Caixa Econ?mica Federal, sem nenhuma contrapartida para Estado e sociedade.Se o governo controlasse, certamente os recursos do jogo clandestino n?o seriam caso de polícia, mas sim significativa fonte de receita para investimentos sociais, bem como importante instrumento de gera??o de empregos, como registrado nos países que acolheram o jogo no seu sistema jurídico, porque perceberam que existindo demanda um “empreendedor” vai prestar o servi?o.Discursos que usam patologia, lavagem de dinheiro e ausência de controle como argumentos contrários s?o parte do lobby dos que pretendem manter o jogo na ilegalidade. Afirmar que o Estado n?o tem condi??es de controlar e fiscalizar estas opera??es é uma falácia. A Caixa controla on-line mais de 33 mil terminais instalados em 11 mil lotéricas de 4.437 municípios. A Receita Federal tem um dos sistemas de controle do Imposto de Renda mais competentes do mundo e a Justi?a Eleitoral controla 420 mil urnas eletr?nicas com resultado em apenas cinco horas. Com toda tecnologia disponível, chega a ser risível o argumento de que estas atividades s?o propícias a lavagem de dinheiro.Já o comportamento patológico n?o é privilégio dos jogos de azar, podendo ser observado em várias outras atividades. Pesquisadores estimam que de 1% a 4% da popula??o têm uma rela??o doentia com o jogo. No Brasil n?o existem dados seguros sobre a situa??o devido à clandestinidade, mas o conceito mundial de ludopatia vem mudando com a introdu??o do sistema de “autoexclus?o”, que pode ser requerido pelo apostador ou por um familiar.Em entrevista ao GLOBO, o presidente da comiss?o instalada pelo Senado para reforma do Código Penal, ministro Gilson Dipp, informou que a comiss?o pretende criminalizar os jogos de azar. O poder público poderá criar uma nova anomalia ao criminalizar esta atividade, sem antes criar um marco regulatório para este setor.Toda proibi??o é discutível e às vezes inútil. A Lei Seca nos Estados Unidos é um exemplo a ser observado. A proibi??o do jogo no Brasil também n?o resolveu a ilegalidade do centenário jogo do bicho. Deve-se pensar bem antes de transformar as boas inten??es em novos negócios para o crime organizado. Quem quiser jogar e n?o puder fazê-lo de acordo com a lei, irá buscá-lo no mercado negro, pois sempre haverá um “empreendedor” para dar à sociedade o que a sociedade deseja.MAGNHO JOS? é jornalista.Leia mais sobre esse assunto em Texto 2:Educa??o: reprovadaLya Luft Há quem diga que sou otimista demais. Há quem diga que sou pessimista. Talvez eu tente apenas ser uma pessoa observadora habitante deste planeta, deste país. Uma colunista com temas repetidos, ah, sim, os que me impactam mais, os que me preocupam mais, às vezes os que me encantam particularmente. Uma das grandes preocupa??es de qualquer ser pensante por aqui é a educa??o. Fala-se muito, grita-se muito, escreve-se, haja teorias e reclama??es. A??o? Muito pouca, que eu perceba. Os males foram-se acumulando de tal jeito que é difícil reorganizar o caos.Há coisa de trinta anos, eu ainda professora universitária, recebíamos as primeiras levas de alunos saídos de escolas enfraquecidas pelas providências negativas: tiraram um ano de estudo da meninada, tiraram latim, tiraram francês, foram tirando a seriedade, o trabalho: era a moda do “aprender brincando”. Nada de esfor?o, puni??o nem pensar, portanto recompensas perderam o sentido. Contaram-me recentemente que em muitas escolas n?o se deve mais falar em “reprova??o, reprovado”, pois isso pode traumatizar o aluno, marcá-lo desfavoravelmente. Ent?o, por que estudar, por que lutar, por que tentar?De todos os modos facilitamos a vida dos estudantes, deixando-os cada vez mais despreparados para a vida e o mercado de trabalho. Empresas reclamam da dificuldade de encontrar m?o de obra qualificada, médicos e advogados quase n?o sabem escrever, alunos de universidades têm problemas para articular o pensamento, para argumentar, para escrever o que pensam. S?o, de certa forma, analfabetos. Aliás, o analfabetismo devasta este país. N?o é alfabetizado quem sabe assinar o nome, mas quem o sabe assinar embaixo de um texto que leu e entendeu. Portanto, a porcentagem de alfabetizados é incrivelmente baixa.Agora sai na imprensa um relatório alarmante. Metade das crian?as brasileiras na terceira série do elementar n?o sabe ler nem escrever. N?o entende para o que serve a pontua??o num texto. N?o sabe ler horas e minutos num relógio, n?o sabe que centímetro é uma medida de comprimento. Quase a metade dos mais adiantados escreve mal, lê mal, quase 60% têm dificuldades graves com números. Grande contingente de jovens chega às universidades sem saber redigir um texto simples, pois n?o sabem pensar, muito menos expressar-se por escrito. Parafraseando um especialista, estamos produzindo estudantes analfabetos.Naturalmente, a boa ou razoável escolariza??o é muito maior em escolas particulares: professores menos mal pagos, instala??es melhores, algum livro na biblioteca, crian?as mais bem alimentadas e saudáveis – pois o estado n?o cumpre o seu papel de garantir a todo cidad?o (especialmente a crian?a) a necessária condi??o de saúde, moradia e alimenta??o.Faxinar a miséria, louvável desejo da nossa presidenta, é essencial para nossa dignidade. Faxinar a ignor?ncia – que é uma outra forma de miséria – exigiria que nos or?amentos da Uni?o e dos estados a educa??o, como a saúde, tivesse uma posi??o privilegiada. N?o há dinheiro, dizem. Mas políticos aumentam seus salários de maneira vergonhosa, a coisa pública gasta nem se sabe direito onde, enquanto preparamos gera??es de ignorantes, criados sem limites, nada lhes é exigido, devem aprender brincando. N?o lhes impuseram a mais elementar disciplina, como se n?o soubéssemos que escola, família, a vida sobretudo, se constroem em parte de erro e acerto, e esfor?o. Mas, se n?o podemos reprovar os alunos, se n?o temos mesas e cadeiras confortáveis e teto sólido sobre nossa cabe?a nas salas de aula, como exigir aplica??o, esfor?o, disciplina e limites, para o natural crescimento de cada um?Cansei de falas grandiloquentes sobre educa??o, enquanto n?o se faz quase nada. Falar já gastou, já cansou, já desiludiu, já perdeu a gra?a. Precisamos de atos e fatos, or?amentos em que educa??o e saúde (para poder ir a escola, prestar aten??o, estudar, render e crescer) tenham um peso considerável: fora isso, n?o haverá solu??o. A educa??o brasileira continuará, como agora, escandalosamente reprovada.Texto 3:Autópsia de um fiasco O fiasco da nossa educa??o fundamental come?a a ser percebido. Há cada vez mais brasileiros sabendo que tiramos os últimos lugares no Programa Internacional de Avalia??o de Estudantes (Pisa), uma prova internacional de compreens?o de leitura e de outras competências vitais em uma economia moderna. Sabem também dos resultados do Sistema Nacional de Avalia??o da Educa??o Básica (Saeb), confirmando plenamente esse diagnóstico moribundo do ensino. Agora, cabe fazer a autópsia do fracasso, dissecando cuidadosamente o defunto: por que os alunos n?o aprendem? T?o retumbante fracasso tem múltiplas causas. Contudo, o presente ensaio assesta suas baterias em uma causa fatal, mas pouco considerada. Vejamos uma constata??o surpreendente e assustadora: o Pisa mostrou que os alunos das famílias brasileiras mais ricas entendem menos um texto escrito do que os filhos de operários da Europa e de outros países com educa??o séria. Portanto, n?o é a pobreza dos alunos ou das escolas que explica o vexame. Por que nossos alunos n?o entendem um texto escrito? Submeto aqui a hipótese de que reina nos impérios pedagógicos e nos autores da moda uma atmosfera que desvaloriza a tarefa de compreender o que está escrito no papel. Veja-se a seguinte cita??o de B. Charlot: "Os saberes científicos podem ser medidos em falsos e verdadeiros, mas n?o os conteúdos de filosofia, pedagogia e história... (Fora das ciências naturais) o mundo do verdadeiro e do falso é do fanatismo, e n?o da cidadania". Ou esta outra, de E. Morin, afirmando que, "em lugar da especializa??o, da fragmenta??o de saberes, devemos introduzir o conceito de complexidade". Critica também "o princípio consolidado da ciência, o determinismo – segundo o qual os fen?menos dependem diretamente daqueles que os precedem e condicionam os que lhes seguem". Ou ainda a afirma??o de D. Lerner, de que "n?o faz falta saber ler e escrever no sentido convencional... Quem interpreta o faz em rela??o ao que sabe... Interpreta??es n?o dependem exclusivamente do texto em si". Nesses textos, há asneiras irremediáveis e assuntos que coroariam um processo de amadurecimento intelectual. Contudo, para jovens que iniciam seus estudos, s?o fórmulas certeiras para uma grande balbúrdia mental, em uma idade que pede a consolida??o de idéias claras e a compreens?o rigorosa e analítica do texto escrito. Emba?amos o ensino ao solicitar aos alunos que "reinterpretem" o pensamento dos grandes cientistas e filósofos, segundo Mortimer Adler, "pedindo sua opini?o a respeito de tudo". Continua correto o conselho de Descartes de dividir o problema em tantas partes quantas sejam necessárias para a sua compreens?o. De fato, a física de Newton é determinista. Nas melhores escolas, é com ela que se afia a capacidade de análise dos alunos – inclusive na terra dos autores citados. As ciências sociais adotam outro determinismo, expresso em distribui??es de probabilidades. A filosofia requer ainda mais exatid?o no uso da linguagem. Eleg?ncia e rigor precisam ser conquistados na língua portuguesa, e as primeiras li??es devem ser exercícios de interpreta??o correta do que está escrito. Ao se enamorarem das ideias turvas acima citadas, nossos professores desviam as aten??es que deveriam colimar o uso judicioso das palavras e embrenham seus alunos na indisciplina do relativismo, do subjetivismo e da "criatividade". Wittgenstein foi ao ?mago da quest?o ao dizer que "os limites da minha linguagem s?o também os limites do meu pensamento". Quem n?o aprendeu a usar palavras n?o sabe pensar. Para Spinoza, "as desaven?as humanas s?o desaven?as de palavras". O grande desafio dos ciclos iniciais de uma educa??o é entender as rela??es entre sons, letras e significados, aprendendo a ler, para que se possa passar a ler para aprender. Lembremo-nos da obsess?o de George Steiner, sempre em busca do sentido exato que os autores quiseram dar às palavras. Sem isso, o que vem depois é ruído, é o que respondem nossos alunos às quest?es cuidadosamente formuladas nas provas do Pisa e do Saeb. Esses miasmas intelectuais n?o oferecem os alicerces para um distanciamento crítico e produtivo do texto original – tarefa que só pode vir mais adiante. Claudio de Moura Castro é economista( HYPERLINK "mailto:Claudio&Moura&Castro@" Claudio&Moura&Castro@) Texto 4:A m?o e o machadoSabemos que a rela??o entre homem e meio ambiente encontra-se estremecida há muito tempo. O homem primitivo já desmatava e extinguia animais, porém sua cultura e seu conhecimento ainda incipientes sobre a vida, sobre o planeta e tudo o que o cercava faziam do desastre um mero acaso, ou, no máximo, um “efeito colateral.”Hoje temos todo o conhecimento necessário, sabemos dos riscos e das consequências que nossas atitudes podem causar para o planeta e para a manuten??o da vida nele. Vários tipos de mídia propagam os acontecimentos, e o acesso à informa??o é facilitado para um número cada vez maior de pessoas. Os resultados decorrentes das agress?es à natureza tornam-se cada vez mais decisivos e preocupantes, todavia nos trazem uma esperan?a de reden??o, de melhores dias para a vida na Terra, a partir do entendimento de que é preciso mudar.A responsabilidade sobre o meio ambiente é de todos, mas há um grande empecilho para que o envolvimento na causa seja irrestrito: a pobreza. Um cidad?o de baixa renda, que vive em situa??o precária, n?o se importará, por exemplo, com o esgoto que corre a céu aberto e contamina o rio, ou com a lenha que usa para se aquecer e para esquentar suas refei??es, tampouco com o animal silvestre que abate. Ele precisa cuidar primeiro de sua sobrevivência. Portanto, n?o há como desconsiderar que, antes de se pensar na árvore, deve-se lidar com a m?o que segura o machado. Dessa forma, talvez um dia seja possível se pensar com seriedade verdadeira em preservar o meio ambiente. ................
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