WordPress.com



Apostila de atividades para recupera??o do terceiro bimestreAs quest?es têm o valor de até 4 pontos e a reda??o o de até 3 pontosAlém dos textos explicativos aqui expostos, você poderá consultar também o livro didático, gramáticas ou pesquisas em internet (se tiver acesso). Caso n?o possua acesso à internet, use os demais meios.Esse material deve ser devolvido na data determinada pela escola na entregaProfessora Alexandra – Oitavos anos D,E, F, GEscola Estadual Batista CepelosParte I – Narra??o (Conto)Você sabe o que é um conto? Já ouviu falar sobre esse gênero textual? Conhece suas características? Reflita a respeito dessas quest?es.Veja essas informa??es retiradas do site BrasilEscola:O?conto?é um dos?gêneros narrativos?mais comuns na?tradi??o literária?brasileira. Grandes autores, como??lvares de Azevedo,?Machado de Assis?ou?Mário de Andrade, s?o reconhecidamente excelentes contistas. Em virtude da import?ncia do gênero, muitas faculdades e universidades solicitam aos candidatos, em seus vestibulares, que produzam contos. Existem, inclusive, alguns tipos ou subcategorias desse gênero, entre os quais est?o: o?conto de fadas?ou o?conto fantástico.EstruturaO gênero literário?conto?é estruturado como uma?narrativa curta?que envolve apenas?um conflito. Nessa perspectiva, o momento de maior tens?o do gênero é chamado de?clímax. Além disso, embora n?o seja uma regra, é comum que o conto apresente:poucos personagens;espa?o ou cenário limitado;recorte temporal reduzido.Uma subcategoria de conto, popularizada no século XX, é o?microconto. Nele, em uma ou duas frases, toda a estrutura do gênero aparece. Veja, a seguir, dois microcontos de célebres autores da?Modernidade:Vende-se: sapatinhos de bebê nunca usados.Ernest HemingwayUma gaiola saiu à procura de um pássaro.Franz KafkaNota-se que, em ambos os casos, há uma narrativa com conflito único. No primeiro caso, o conflito, em seu clímax, é a venda de sapatinhos de bebê nunca usados. Sugere-se, portanto, que as personagens envolvidas perderam um filho.No segundo exemplo, o clímax estaria na a??o da personagem gaiola, que sai em busca de um pássaro prisioneiro.ElementosA estrutura do conto é baseada nos elementos fundamentais da?tipologia narrativa. Nesse sentido, o gênero textual em quest?o deve ter:PersonagensEsse elemento corresponde aos seres que?executam?e?sofrem?a??es?durante o enredo das narrativas. Nesse sentido, podem ser personagens tanto seres?humanos?quanto outros seres viventes, tais quais?animais,?plantas?ou até?objetos?humanizados. Veja, a seguir, a apresenta??o da personagem Ana, do conto “O amor”, de?Clarice Lispector:Os filhos de Ana eram bons, uma coisa verdadeira e sumarenta. Cresciam, tomavam banho, exigiam para si, malcriados, instantes cada vez mais completos. A cozinha era enfim espa?osa, o fog?o engui?ado dava estouros. O calor era forte no apartamento que estavam aos poucos pagando. Mas o vento batendo nas cortinas que ela mesma cortara lembrava-lhe que se quisesse podia parar e enxugar a testa, olhando o calmo horizonte. Como um lavrador. Ela plantara as sementes que tinha na m?o, n?o outras, mas essas apenas. E cresciam árvores. Crescia sua rápida conversa com o cobrador de luz, crescia a água enchendo o tanque, cresciam seus filhos, crescia a mesa com comidas, o marido chegando com os jornais e sorrindo de fome, o canto importuno das empregadas do edifício. Ana dava a tudo, tranquilamente, sua m?o pequena e forte, sua corrente de vida.In: LISPECTOR, C.?La?os de família.Nota-se que o leitor conhece a personagem pelas?a??es?de Ana — “Ela plantara as sementes que tinha na m?o, n?o outras, mas essas apenas” —, bem como pela?descri??o?de pessoas próximas a ela, como os filhos ou o marido. Além disso, sobre o?cenário descrito: a cozinha, em específico, e o apartamento, em geral, s?o também elementos que fazem o leitor pensar sobre quem seria essa personagem.Para saber mais sobre a constru??o de personagens, clique?aqui.NarradorO?narrador?é aquele que conta a história ao leitor, possui?tipos, conforme se explica a seguir.Narrador em 1? pessoa: também conhecido como narrador personagem, é aquele que participa do enredo que narra. Os verbos utilizados s?o flexionados na 1? pessoa do discurso.Narrador observador: n?o participa da história, é alguém externo a ela, desconhecido das personagens e irrelevante ao conflito. Os verbos usados s?o flexionados na 3? pessoa do discurso. ? importante dizer: esse narrador conta apenas o que vê, desconhecendo o futuro ou os pensamentos das personagens.Narrador onisciente: também n?o participa da história. No entanto, diferentemente do observador, é um tipo que conhece o passado, o futuro e os pensamentos das personagens.TempoEsse elemento em uma narrativa pode ser entendido de?duas formas. De um lado, fala-se de tempo como a?época em que a história ocorre. Por exemplo, no conto “Negrinha”, de?Monteiro Lobato, o enredo acontece pouco depois da liberta??o dos escravos, em 13 de maio de 1888:A excelente dona Inácia era mestra na arte de judiar de crian?as. Vinha da escravid?o, fora senhora de escravos — e daquelas ferozes, amigas de ouvir cantar o bolo e estalar o bacalhau. Nunca se afizera ao regime novo — essa indecência de negro igual a branco e qualquer coisinha: a polícia! 'Qualquer coisinha': uma mucama assada ao forno porque se engra?ou dela o senhor; uma novena de relho porque disse: 'Como é ruim, a sinhá!'.O 13 de Maio tirou-lhe das m?os o azorrague, mas n?o lhe tirou da alma a gana. Conservava Negrinha em casa como remédio para os frenesis.In: LOBATO, M.?Negrinha.Além dessa perspectiva, há também nesse elemento a ideia de?tempo de dura??o da narrativa. Seguindo o exemplo anterior, o enredo de “Negrinha” ocorre durante pouco mais de um mês:Aquele dezembro de férias, luminosa rajada de céu trevas adentro do seu doloroso inferno, envenenara-a.Brincara ao sol, no jardim. Brincara!... Acalentara, dias seguidos, a linda boneca loura, t?o boa, t?o quieta, a dizer mam?, a cerrar os olhos para dormir. Vivera realizando sonhos da imagina??o. Desabrochara-se de alma.Morreu na esteirinha rota, abandonada de todos, como um gato sem dono. Jamais, entretanto, ninguém morreu com maior beleza. O delírio rodeou-a de bonecas, todas louras, de olhos azuis. E de anjos... E bonecas e anjos remoinhavam-lhe em torno, numa far?ndola do céu. Sentia-se agarrada por aquelas m?ozinhas de lou?a — abra?ada, rodopiada.In: LOBATO, M.?Negrinha.Espa?oO espa?o de um conto é, em linhas gerais, o?cenário?no qual as?personagens?executam e sofrem as a??es?que comp?em o enredo. Relembre o cenário de “O amor”, da obra?La?os de família, de Lispector: “A cozinha era enfim espa?osa, o fog?o engui?ado dava estouros. O calor era forte no apartamento que estavam aos poucos pagando”.Enredo? definido como a?sequência?das?a??es?que comp?e a história. ? o enredo que traz?movimento?para o gênero narrativo.ConflitoPode ser definido como a?situa??o-problema?vivenciada pelas personagens em uma narrativa. No caso do conto, por ser um gênero curto, o conflito costuma ser?único.Leia também:?Cr?nica narrativaTiposDevido à?diversidade?de formas com as quais um conto pode ser construído, é comum encontrarmos?subdivis?es?desse tipo de texto. Nesse sentido, veja duas subcategorias do gênero, a seguir.Conto fantásticoPode ser definido como aquele em que o enredo apresenta?situa??es inexplicáveis,?segundo as leis que regem a realidade. Nesse tipo de narrativa, o acontecimento?sobrenatural?está sempre presente. Por exemplo, no conto “O pirotécnico Zacarias”, de Murilo Rubi?o, o narrador é atropelado e morre. Em seguida, ouve aqueles que o mataram discutir o destino do seu corpo e, ent?o, protesta:Mas aquele seria um dos poucos desfechos que n?o me interessavam. Ficar jogado em um buraco, no meio de pedras e ervas, tornava-se para mim uma ideia insuportável. E ainda: o meu corpo poderia, ao rolar pelo barranco abaixo, ficar escondido entre vegeta??o, terra e pedregulhos. Se tal acontecesse, jamais seria descoberto no seu improvisado túmulo e o meu nome n?o ocuparia as manchetes dos jornais.N?o, eles n?o podiam roubar-me nem que fosse um pequeno necrológio no principal matutino da cidade. Precisava agir rápido e decidido:— Alto lá! Também quero ser ouvido.In: RUBI?O, M.?Obra completa.Sabe-se que é impossível alguém morrer e, em seguida, protestar sobre qualquer coisa. Por isso, é possível considerar essa narrativa como um conto fantástico. Para saber mais sobre, leia:?Conto Fantástico.Conto de fadasOs contos de fadas, velhos conhecidos da inf?ncia, s?o gêneros?medievais?que ainda fazem muito sucesso. Por defini??o, esse tipo de narrativa tem?personagens folclóricos, tais como: fadas, gnomos, animais personificados etc. Além disso, é comum que esse tipo de conto apresente um?fundo moral?claro e, por isso, tem certo?caráter didático. Para saber mais sobre, leia:?História do Conto de Fadas.Por Me. Fernando Marinho inferior do formulárioO Rouxinol e a Rosa- conto de Oscar WildePor ?CONTI outra“- Ela disse que dan?aria comigo se eu lhe trouxesse rosas vermelhas – lastimou-se o jovem Estudante -, porém em todo o meu jardim n?o existe uma única rosa vermelha.De seu ninho no grande carvalho o Rouxinol ouviu-o, olhou por entre as folhagens e fico pensando.– Nem uma única rosa vermelha em todo meu jardim! – chorou o Estudante, e seus lindos olhos ficaram marejados de lágrimas. – Ai, como a felicidade depende de pequenas coisas! Já li tudo que escreveram os homens mais sábios, conhe?o todos os segredos da filosofia, mas por falta de uma rosa vermelha minha vida está desgra?ada.– Finalmente encontro um verdadeiro amante – disse o Rouxinol. – Tenho cantado esse ser noite após noite, mesmo sem conhecê-lo: noite após noite contei sua história às estrelas, e só agora o encontrei. Seus cabelos s?o escuros como a flor de jacinto, e seus lábios rubros como a rosa de seus desejos, porém a paix?o tornou seu rosto pálido como marfim e a tristeza selou sua testa.– O Príncipe dá um baile amanh? à noite – murmurou o jovem Estudante -, e o meu amor estará entre os presentes. Se eu lhe levar uma rosa vermelha ela dan?ará comigo até de madrugada. Se eu lhe der uma rosa vermelha eu a terei em meus bra?os, e ela deitará sua cabe?a sobre o meu ombro, com sua m?o presa na minha. Mas n?o há uma única rosa vermelha em meu jardim, de modo que ficarei abandonado em meu lugar e ela há de passar por mim. Ela nem irá me notar, e meu cora??o ficará partido.– Aí está, de fato, um verdadeiro amante – disse o Rouxinol. – Ele sofre tudo o que eu canto: o que é alegria em mim, para ele é dor. Sem dúvida o amor é uma coisa maravilhosa. Ele é mais precioso do que a esmeralda e mais refinado que a opala. Nem pérolas e nem granadas podem comprar, e nem é ele exposto nos mercados. Ninguém pode comprá-lo de mercadores, nem pode ser pesado nas balan?as feitas para pesar ouro.Os músicos v?o ficar em sua galeria – disse o jovem Estudante. – Tocar?o seus instrumentos de cordas, e o meu amor dan?ará ao som da harpa e do violino. Ela irá dan?ar com tal leveza que seus pés nem tocar?o o ch?o, e os cortes?os, com suas roupas alegres, ficar?o amontoados em volta dela. Porém comigo ela n?o irá dan?ar, porque n?o lhe dei uma rosa vermelha – e atirou-se na relva, enterrou o rosto entre as m?os, e chorou.– Por que é que ele está chorando? – perguntou o Lagartinho Verde, ao passar por ele com o rabinho empinado para o ar.– Por que será? – disse a Borboleta, que estava esvoa?ando atrás de um raio de sol.– ? mesmo, por que será? – sussurrou uma Margarida a seu vizinho, com uma voz suave e baixinha.– Está chorando por uma rosa vermelha – disse o Rouxinol.Mas o Rouxinol compreendeu o segredo da tristeza do Estudante, e ficou em silêncio debaixo do carvalho, pensando sobre o mistério do Amor.Repentinamente ele abriu as asas para voar e subiu para os ares, passando pelo bosque como uma sombra e, como uma sombra, deslizar através do jardim.Bem no centro do gramado havia uma linda Roseira e, ao vê-la, o Rouxinol voou para ela e pousou em um ramo.– Dê-me uma rosa vermelha – exclamou ele – que eu lhe cantarei minha mais doce can??o.Mas a roseira n?o estava interessada.– Minhas rosas s?o brancas – respondeu. – Brancas como a espuma do mar, e mais brancas do que a neve das montanhas. Mas vá até minha irm? que cresce junto ao relógio de sol, que talvez ela lhe dê o que quer.E ent?o o Rouxinol voou para a Roseira que crescia ao lado do velho relógio de sol.– Se você me der uma rosa vermelha – gritou ele -, eu canto para você minha mais doce can??o.Mas a Roseira sacudiu a cabe?a.– Minhas rosas s?o amarelas – respondeu ela -, t?o amarelas quanto os cabelos da sereia em um trono de ?mbar, e mais amarelas do que os junquilhos que florescem no campo do ceifador aparecer com sua foice. Mas pode ir até a minha irm? que cresce debaixo da janela do Estudante, que talvez ela lhe dê o que está procurando.E ent?o o Rouxinol voou até a Roseira que crescia debaixo da janela do Estudante.Se você me der uma rosa vermelha – gritou ele -, eu canto para você minha mais doce can??o.Mas a Roseira sacudiu a cabe?a.Minhas rosas s?o vermelhas – respondeu ela -, vermelhas como os pés da bomba e mais vermelhas do que os grandes leques de coral que abanam sem parar nas cavernas do oceano. Mas o inverno congelou minhas veias, a geada cortou meus bot?es, a tempestade quebrou meus galhos, e n?o terei uma só rosa este ano.– Eu só quero uma rosa – gritou o Rouxinol. – Apenas um rosa vermelha! N?o haverá nenhum jeito de consegui-la?– Só há um – respondeu a Roseira -, mas é t?o terrível que n?o ouso contar.– Pode contar – disse o Rouxinol -, eu n?o tenho medo.Se quiser uma rosa vermelha – disse a Roseira -. você terá de construí-la de música ao luar, tingindo-a com o sangue do seu próprio cora??o. Terá de cantar para mim com seu peito de encontro a um espinho. Terá de cantar para mim a noite inteira, e o espinho terá de furar o seu cora??o, e o sangue que o mantém vivo terá de correr para minhas veias, transformando-se em meu sangue.– A morte é um pre?o alto para se pagar por uma rosa vermelha – exclamou o Rouxinol -, e a Vida é muito cara a todos. ? t?o agradável ficar parado no bosque verde, olhar o Sol em seu carro de ouro, e Lua em seu carro de pérolas. Doce é o perfume do pilriteiro, doces s?o as camp?nulas que se escondem no vale, e as urzes que balan?am nas colinas. No entanto, o Amor é melhor do que a Vida, e o que é o cora??o de um passarinho comparado como o cora??o de um homem?Com isso, ele abriu as asas e lan?ou voo para os ares. Passou célebre sobre o jardim e como uma sombra deslizou pelo bosque.O jovem Estudante ainda estava deitado na relva, onde ele o havia deixado, e as lágrimas nem haviam secado de seu lindo rosto.– Fique contente – cantou-lhe o Rouxinol – fique contente. Você terá sua rosa vermelha. Eu a construirei com minha música ao luar, tingindo-a com o sangue do meu próprio cora??o. E só o que pe?o em troca é que você seja um amante fiel e verdadeiro, pois o Amor é mais sábio do que a Filosofia, embora ela seja sábia, e mais poderoso do que o Poder, embora este seja poderoso. Cor das chamas s?o suas asas, e cor das chamas é o seu corpo. Seus lábios s?o doces como o mel, seu hálito como o incenso.O Estudante olhou para o alto e ouviu, mas n?o compreendeu o que o Rouxinol dizia, porque só conhecia as coisas que vêm escritas nos livros. Mas o Carvalho compreendeu e ficou triste, porque gostava muito do Rouxinol, cuja família tinha ninho em seus ramos.– Cante-me uma última can??o – sussurrou ele -,vou sentir-me t?o só quando você se for.Ent?o o Rouxinol cantou para o Carvalho, e sua voz parecia a água quando sai saltitando de um jarro de prata.Quando a can??o acabou, o Estudante se levantou e tirou do bolso um caderninho de notas e um lápis.– Ele tem forma – disse para si mesmo, enquanto caminhava pelo bosque -, isso ninguém pode negar. Mas será que tem sentimentos? Temo que n?o. Na verdade, deve ser como a maioria dos artistas: é todo estilo, sem qualquer sinceridade. Ele jamais se sacrificaria pelos outros. Só pensa em música, e todo mundo sabe que as artes s?o egoístas. Mesmo assim, é preciso admitir que a sua voz tem algumas notas lindas. Que pena n?o significarem, nem qualquer utilidade.E foi para o seu quarto, onde se deitou em seu pequeno catre e, depois de pensar por algum tempo em sua amada, adormeceu.Quando a lua come?ou a brilhar no céu, o Rouxinol voou para a Roseira e encostou o peito no espinho. Durante toda a noite ele cantou, como o peito no espinho, enquanto a fria Lua de cristal curvara-se para ouvir. Ele cantou a noite inteira e o espinho entrava cada vez mais fundo em eu peito, enquanto seu sangue escorria para fora.Primeiro ele cantou sobre o nascimento do amor no cora??o de um rapaz e uma mo?a. E no ramo mais alto da Roseira foi florescendo uma rosa maravilhosa, pétala por pétala, à medida que uma can??o seguia outra. A princípio ela era pálida como a névoa que parira sobre o rio, pálida como os pés da manh? e prateada como as asas da madrugada. Como a sombra de uma rosa em um espelho de prata. Como a sombra de uma rosa em uma lagoa, assim era a rosa que floresceu no ramo mais alto da Roseira.Mas a Roseira ficava gritando para o Rouxinol se apertar cada vez mais de encontro ao espinho.– Aperta mais, Rouxinol! – gritava a Roseira -, se n?o o dia chega antes que a rosa esteja pronta.E o Rouxinol fazia cada vez mais press?o contra o espinho, e cantava cada vez mais alto, pois estava cantando o nascimento da paix?o entre a alma de um homem e uma donzela.E um delicado enrubescer rosado apareceu nas folhas da rosa, como o enrubescer no rosto do noivo quando beija os lábios da noiva. Mas o espinho ainda n?o havia atingido o cora??o, de modo que o cora??o da rosa permanecia branco, pois só o sangue do cora??o de um Rouxinol pode deixar rubro o cora??o de uma rosa.E a Roseira gritava para o Rouxinol enfiar mais e mais o peito de encontro ao espinho.– Mais ainda, pequeno Rouxinol – gritava a Roseira -, se n?o o dia chega antes de a rosa estar pronta.E o Rouxinol foi se apertando cada vez mais de encontro ao espinho, e o espinho tocou-lhe o cora??o, e um terrível golpe de dor passou por toda a avezinha. A dor era horrível, horrível, e a can??o foi ficando cada vez mais enlouquecida, pois agora ele cantava o Amor que ficava perfeito com a Morte, o Amor que n?o morre no túmulo.E a rosa maravilhosa ficou rubra, como a rosa do céu do oriente. Rubro era todo o círculo de pétalas, e rubro como um rubi era seu cora??o.Mas a voz do Rouxinol foi ficando mais fraca, suas asinhas come?aram a se debater, e uma névoa cobriu seus olhos. Cada vez mais fraca foi ficando sua can??o, e ele sentiu alguma coisa que sufocava sua garganta.E ent?o ele soltou uma última por??o de música. A Lua branca ouvi-a e se esqueceu da madrugada, ficando no céu. A rosa também ouviu, estremeceu toda em êxtase, e abriu suas pétalas ao ar frio da manh?. O eco levou-a até sua caverna púrpura nas colinas e despertou de seus sonhos os pastores que dormiam. Ela flutuou até os juncos do rio, e estes levaram a mensagem para o mar.– Veja, veja! – gritou a Roseira. – Agora a Rosa está pronta.Mas o Rouxinol n?o respondeu, pois tinha caído morto no meio da relva, com o espinho atravessado no peito.Ao meio-dia o Estudante abriu sua janela e olhou para fora.– Ora, mas que sorte maravilhosa! – exclamou ele. – Eis ali uma rosa vermelha! Jamais vi rosa como essa em toda a minha vida. ? t?o bonita que estou certo de que deve ter algum nome em latim! – e, debru?ando-se, colheu-a.Depois ele botou o chapéu e correu para a casa do Professor, com a rosa na m?o.A filha do Professor estava sentada na porta, enrolando um fio de seda azul em um novelo, como o cachorrinho deitado a seus pés.Você disse que dan?aria comigo se eu lhe trouxesse um a rosa vermelha – exclamou o Estudante. – Aqui está a rosa mais vermelha do mundo inteiro. Use-a junto ao seu cora??o hoje à noite, e enquanto estivermos dan?ando eu lhe direi o quanto a amo.Mas a mo?a franziu o cenho.– Receio que ela n?o combine com o meu vestido, respondeu. – E, além do mais, o sobrinho do Camerlengo mandou-me uma jóia de verdade, e todos sabem que as jóias custam muito mais do que as flores.– Você é muito ingrata. – disse o Estudante com raiva, e atirou a rosa na rua, onde ela caiu em uma sarjeta e uma carro?a acabou passando por cima.– Ingrata? – disse a mo?a. – Pois fique sabendo que você é muito rude e, afinal, quem é você? Apenas um estudante. Ora, n?o creio sequer que tenha fivelas de prata para seus sapatos, como as que tem o sobrinho do Camerlengo – e, levantando-se de sua cadeira, entrou na casa.– Que coisa tola é o amor! – disse o Estudante, enquanto se afastava. – N?o tem a metade da utilidade da Lógica, pois n?o prova nada, e fica sempre dizendo a todo mundo coisas que n?o v?o acontecer, fazendo com que acreditemos em coisas que n?o s?o verdade. Enfim, n?o é nada prático e, como hoje em dia ser prático é o importante, vou voltar à Filosofia e estudar Metafísica.E voltou para seu quarto, onde pegou um enorme livro todo empoeirado e come?ou a?ler.”Quais s?o os personagens do conto?_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________.O narrador do conto é ( ) personagem (1? pessoa)( ) onisciente.( ) observador.O enredo apresentado se passa:( ) em algumas horas.( ) em algumas semanas.( ) em meses.( ) em anos.Qual é o clímax do conto?______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________.Qual é o conflito presente nesse texto?________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________.Você já imaginava que esse seria o desfecho da história? Justifique._______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________.Parte II – Argumenta??oA import?ncia da ética e da moral em sua vidaDiscutir sobre ética é uma das quest?es mais complexas que existem. Quantas vezes uma pessoa já acusou a outra de ser “antiética”, mas sem ter a mínima ideia do que significa esse termo. Como disse uma vez o polêmico cartola do Vasco da Gama, Eurico Miranda: “ética é coisa de filósofo”, quando questionado se n?o estaria agindo errado em uma situa??o.?tica é coisa de filósofo, sim. Mas também é coisa de jornalista, a?ougueiro, padeiro, escritor, professor de química, engenheiro, aut?nomo e para todos os seres humanos. Discutir sobre ética é avaliar qual é a forma certa de agirmos, mas sem chegar a uma cartilha universal padr?o sobre os comportamentos corretos. Afinal, com as transforma??es do mundo e as subjetividades implícitas, essa tabela de valores teria que ser atualizada a cada minuto.A ética está no campo das ideias e muitas vezes é confundida com moral.Basicamente, a moral é o tipo de atitude que você toma baseado no que acha certo e que tomaria mesmo se n?o tivesse nenhuma pessoa por perto te vigiando. A repress?o oprime a moralidade, pois ela inibe àqueles de má índole de se manifestarem porque temem a puni??o, mas n?o porque s?o verdadeiramente bons.Uma parábola que ilustra a moralidade está no livro “A República” do filósofo Plat?o. De forma resumida, a história conta que Gyges era um pastor bondoso e que ao descobrir um anel com poderes mágicos poderia se tornar invisível. Quando fica invisível, Gyges seduz a rainha, mata o rei e comete outras atrocidades. A moral da história é até que ponto alguém pode resistir à tenta??o se soubesse que seus atos n?o seriam testemunhados ou punidos?Enquanto a ética busca a reflex?o da forma certa de agir, a moral é a prática.Você pode ter alguns valores éticos próprios, enquanto outra pessoa pode ter outros totalmente diferente e cada um agir da sua própria maneira, sem que nenhuma esteja necessariamente errada.Vamos pegar um exemplo prático. Um grupo de pessoas no trabalho se compromete que nenhuma irá de carro na quinta-feira porque querem ajudar a preservar o meio ambiente. Elas estabeleceram um valor ético e ninguém foi trabalhar de carro na primeira quinta-feira. Na outra quinta, Jo?o acordou mais tarde e perdeu o ?nibus. Se ele n?o for de carro, o outro ?nibus fará com que chegue uma hora atrasado e seja punido pelos seus chefes. Aí entra a quest?o da moralidade: agir de acordo com os seus princípios ou n?o? Só agir quando convém, n?o vale.Nossas limita??es humanas n?o v?o permitir que a gente aja sempre corretamente, isso é natural. Mas é preciso abolir o tal do “jeitinho brasileiro” e a ostenta??o aos “espertinhos”.?O mundo carece de exemplos, ent?o que tal fazermos nossa parte?? Texto escrito por Diego Rennan da Equipe Eu Sem Fronteiras. No trecho "Afinal, com as transforma??es 'do mundo' e as subjetividades implícitas, essa tabela de valores teria que ser atualizada a cada minuto." a locu??o adjetiva "do mundo" pode ser substituída sem prejuízo de sentido por?*( ) brasileiras( ) humanas( ) mundiais( ) nacionais8. Sobre ética e moral, é correto afirmar que o texto defende que?*( ) ?tica e moral s?o exatamente a mesma coisa e determinam como devem ser os comportamentos e a??es humanas( ) ?tica e moral s?o conceitos opostos, pois a ética está relacionada ao campo das a??es e a moral ao campo das ideias( ) ?tica e moral, embora se confundam, representam conceitos diferentes, já que a ética está relacionado ao campo das ideias e a moral ao campo das a??es( ) N?o s?o importantes na sociedade atual, visto que se modificam constantemente9. Sobre ética e moral, é correto afirmar que o texto defende que?*( ) ?tica e moral s?o exatamente a mesma coisa e determinam como devem ser os comportamentos e a??es humanas( ) ?tica e moral s?o conceitos opostos, pois a ética está relacionada ao campo das a??es e a moral ao campo das ideias( ) ?tica e moral, embora se confundam, representam conceitos diferentes, já que a ética está relacionado ao campo das ideias e a moral ao campo das a??es( ) N?o s?o importantes na sociedade atual, visto que se modificam constantemente10. No trecho "Na outra quinta, Jo?o acordou mais tarde e perdeu o ?nibus.", o termo "na outra quinta"?*( ) Mostra uma característica de "Jo?o", por isso é adjetivo( ) Traz uma circunst?ncia de tempo do verbo "perdeu", portanto é um adjunto adverbial de tempo( ) Traz uma circunst?ncia de lugar onde aconteceu a a??o do verbo "perdeu", portanto é uma locu??o adverbial de lugar( ) ? um adjetivo que caracteriza o substantivo "?nibus".Atividade 2 - Produ??oProduza um pequeno conto narrativo onde o leitor possa identificar: personagens, tempo, espa?o, conflito, clímax e desfecho.____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________. ................
................

In order to avoid copyright disputes, this page is only a partial summary.

Google Online Preview   Download