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 Terceiriza??o, precariza??o do trabalho e gênero: um estudo sobre viola??es e violências laborais cometidos aos(à) trabalhadores(a) terceirizados(a) das Universidades FederaisBárbara Ferreira de FreitasResumoA partir da reestrutura??o produtiva com a fase do capitalismo flexível, pós-fordista, que se traduz no neoliberalismo social, político e econ?mico, expandiu-se novas formas de inser??o no mercado de trabalho que fazem da precariza??o social e do trabalho, segundo Gra?a Druck (2019) um fen?meno central e hegem?nico, que tem como principal vetor a terceiriza??o do trabalho, expandindo e universalizando as subcontrata??es. A flexibiliza??o das rela??es de trabalho, através da altera??o e desregulamenta??es da legisla??o trabalhista e possibilita menor custo e menores riscos aos empregadores. Isso faz da terceiriza??o a estratégia de gest?o organizacional do neoliberalismo, pois restringe ou revoga direitos trabalhistas conquistados e possibilita maior controle sobre os trabalhadores, um exemplo recente foi a reforma trabalhista, que, dentre outras altera??es: diminuiu a for?a política, econ?mica e jurídica dos sindicatos; dificultou o acesso à justi?a ao judiciário; reduziu a interven??o da Justi?a do Trabalho; abrangeu às hipóteses de negocia??o individual; diminuiu benefícios trabalhistas; aumentou as hipóteses de trabalho parcial; e instituiu a terceiriza??o irrestrita. Dessa forma, a terceiriza??o é indissociável da precariza??o e transforma custo em lucro.Em interconex?o à terceiriza??o há outros modos de precariza??o social do trabalho, aprimorando as formas de extra??o de mais valia. Pesquisas realizadas na última década nas Universidades Federais (Souza, 2012; Correia, 2014; Severo, 2017; Assun??o, 2011; Druck, 2015; Marcolino, 2019; Campoli, 2019) relatam discrimina??es, constrangimentos, humilha??es, práticas de assédio moral e assédio sexual, sendo as mulheres o principal alvo. Todavia, os dados apresentados s?o fragmentados e se referem a investiga??es locais.Portanto, como as viola??es e violências laborais se relacionam com a terceiriza??o do trabalho e qual o perfil dos(a) trabalhadores(a) que têm seus direitos trabalhistas violados? Em hipótese, suspeita-se que às viola??es cometidas e violências impetradas s?o uma regra na gest?o organizativa do trabalho das subcontrata??es, ou seja, um elemento constitutivo dessa forma de contratos e utilizado no gerenciamento dos(a) trabalhadores(a); bem como, que as viola??es e se diferem a partir das posicionalidades, lugares sociais e intersec??es dos(a) trabalhadores(e) contratados (Passos, 2018). Desse modo, o artigo proposto é um recorte de uma pesquisa preliminar em face da sele??o de doutoramento. Pretende-se, a partir do conceito de viola??o laboral, os seguintes objetivos: apresentar as contradi??es, combina??es e fronteiras entre viola??o laboral e terceiriza??o; identificar os tipos e quais violências ocorrem no contexto de terceiriza??o; e compreender os perfis dos(a) trabalhadores(a). Para isso, foi realizado um levantamento das teses e disserta??es, no Catálogo de Teses e Disserta??es, apresentadas de 2010 a 2019, que abordavam viola??es de direitos trabalhistas dos(a) trabalhadores(a) terceiriza??o das universidades federais.Palavras-chaves: terceiriza??o; precariza??o; mulheres; violências laboraisReferências bibliográficasANTUNES, Ricardo ; DRUCK, Gra?a. A terceiriza??o sem limites: a precariza??o do trabalhocomo regra. O Social em Quest?o, Ano XVIII, n? 34, 2015.ASSUN??O, Diana (org.). A precariza??o tem rosto de mulher. S?o Paulo: Iskar.2011CAMPOLI, Lara Bolin. O trabalho terceirizado das mo?as da limpeza na Unicamp: um caso particular do possível. 2019. Disserta??o (Mestrado em Estudos Culturais) – UNIVERSIDADE DE S?O PAULO [S. l.], 2019. CORREIA, Liziane Pinto; ROLIM, Renata Ribeiro. As trabalhadoras dos servi?os gerais da UFPB: divis?o sexual do trabalho, perdas de direitos e precariza??o (Trabalho de Conclus?o de Curso, Direito/UFPB), 2014DRUCK, Gra?a; DUTRA, Renata; SILVA, Selma Cristina. A CONTRARREFORMA NEOLIBERAL E A TERCEIRIZA??O: a precariza??o como regra.Cad. CRH, Salvador , v. 32, n. 86, p. 289-306, Aug. 2019.MARCOLINO, Adriana Marcia.Balan?o da produ??o acadêmica brasileira sobre condi??es e rela??es de trabalho dos terceirizados. 2019. Disserta??o (Mestrado em Sociologia) – UNIVERSIDADE DE S?O PAULO [S. l.], 2019. PASSOS, Rachel Gouveia; NOGUEIRA, Cláudia Mazzei. O fen?meno da terceiriza??o e a divis?o sociossexual e racial do trabalho.Rev. katálysis, Florianópolis , v. 21, n. 3, p. 484-503, Dez. 2018 .SEVERO, Renata. Rela??es de Trabalho e terceiriza??o: um estudo de caso com trabalhadores do setor de conserva??o e limpeza. ISBN 978-9974-8434-7-9. XXXI Congresso ALAS, 2017.SOUZA, E. S. A “maquiagem” do trabalho formal: um estudo do trabalho das mulheres terceirizadas no setor de limpeza na Universidade Federal da Bahia. 2012. 150 f. Disserta??o (Mestrado em Ciências Sociais) - Programa de Pós-Gradua??o em Ciências Sociais, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2012. ................
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