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Dia 22 de janeiro

Santos do Dia: Vicente de Espanha/ Vicente Palotti/ Gaudêncio/ Vitor/ André.

Faltam 343 dias para terminar o ano (344 em anos bissextos)

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Guarda Suíça do Vaticano: criação

1506. É criada a Guarda Suíça, o menor exército do mundo. Ela foi instituída para a segurança do Vaticano por solicitação do Papa Julio II (1443 - 1513) aos nobres suíços em 1503. Inicialmente era um conjunto de soldados suíços mercenários que combatiam por diversas potências europeias entre os Séculos 15 e 16 em troca de pagamento. Comandados pelo capitão Kaspar Von Silenem (1467 – 1517), 150 nobres tidos como os melhores e mais corajosos chegaram a Roma vindos de Zurique, Uri Unterwalden e Lucema.

O episódio mais importante da história da Guarda Suíça aconteceu em seis de maio de 1527, quando 18.000 mercenários, a mando de Carlos V de Habsburgo (1500 – 1558), em guerra com Francisco I da França (1494 – 1547), entram em Roma. Em frente à Basílica de São Pedro e depois nas imediações do Altar-Mor, a Guarda Suíça lutou contra cerca de 1 000 soldados alemães e espanhóis. Ela formou um círculo em volta do Papa Clemente VII (1478 – 1534) visando protegê-lo e levá-lo em segurança ao Castelo de Santo Ângelo. 108 guardas e 800 dos 1.000 mercenários morreram no combate. Por isso, todo dia seis de maio é o dia de admissão de novos guardas. Eles prestam juramento diante do Papa com a mão direita levantada e os três dedos do meio abertos, recordando Zurique, Uri Unterwalden e Lucerna. Só podem fazer parte da guarda homens com idade entre 18 e 30 anos de com excelente reputação. 78.

Ilha de São Vicente (SP), fundação

1532. O militar a administrador de colônias Martim Afonso de Souza (1490 – 1564) funda a povoação de São Vicente, na região metropolitana de Santos (SP). Foi a primeira vila fundada pelos portugueses na América. Em 22 de agosto daquele mesmo ano, ocorreu a primeira eleição das Américas, onde foram escolhidos os primeiros oficiais da Câmara, atualmente equivalente ao cargo de vereador. Sua economia hoje gira em torno do comércio e do turismo. 41.

Sir Francis Bacon, nascimento

1561. Nasce Londres, Inglaterra, o político, filósofo e ensaísta Francis Bacon, mais tarde barão de Verulam, visconde de St. Albans, e bem mais tarde, cavaleiro da Ordem Britânica. Desde cedo, sua educação orientou-o para a vida política, na qual exerceu posições elevadas. Em 1584 foi eleito para a Câmara dos Comuns. Durante o reinado de Jaime I (1566 - 1625), desempenhou as funções de procurador-geral (1607), fiscal-geral (1613), guarda do selo (1617) e grande chanceler (1618). Em 1621, Bacon foi acusado de corrupção e condenado ao pagamento de pesada multa e proibido de exercer cargos públicos.

Como filósofo, destacou-se com uma obra onde a ciência era exaltada como benéfica para o homem. Em suas investigações, se ocupou especialmente com a metodologia científica e com o empirismo. É muitas vezes chamado de fundador da ciência moderna. Francis Bacon morreu Londres, em nove de abril de 1626. 41 – 78.

Bacon e o Código Binário: sucessão de ideias

Sir Francis Bacon, mais conhecido por ser o iniciador do empirismo, - a doutrina que admite o fato do conhecimento vir unicamente da experiência - empenhado em produzir um conjunto de regras capaz de cifrar mensagens, chegou a um alfabeto bilateral, com um código binário. Este método foi explicado em detalhes no livro The Advancement of Learning (O Avanço da Aprendizagem), publicado por ele em 1605. Com este alfabeto, Bacon atribuiu um grupo de cinco caracteres compostos apenas pelas A e B, substituídas por dois símbolos: o Zero e o Um. Com eles, pode-se tecer várias combinações e assim, formar todos os números. O número dois, por exemplo, é representado pela combinação Um-Zero.

No entanto, foi o matemático, engenheiro eletrônico e criptógrafo norte-americano Claude Elwood Shannon (1916 – 2001) que cunhou o termo Bit (Bynary Digit). No final da década de 1930, trabalhando no MIT (Massachusetts Institute of Tecnology). Shannon descobriu que os circuitos baseados em relês tinham seus estados de ON ou OFF (ie, de ligado e desligado) regidos pelas leis da Álgebra Booleana. Mais do que isso, fazendo as associações: ON (verdadeiro) – 1, e OFF (falso) – 0, Shannon mostrou como montar circuitos baseados em relês capazes de realizar cada uma das quatro operações matemáticas. Desta forma, ele determinou que a linguagem de máquina fosse numérica, baseada em números binários: 0 e 1, na qual cada 0 e cada 1 é chamado de bit. Se os computadores, que antes da década de 1940 possuíam apenas o status de grandes calculadoras, agora se transformaram em máquinas capazes de gravar e transmitir texto, voz, imagem e dados através do sistema digital usando bits e bytes. Isso se deve a Claude Elwood Shannon, merecidamente considerado o Pai do Bit.

Em 1614, depois de pesquisar durante 20 anos, o matemático, astrólogo e teólogo escocês John Napier (1550 – 1617) inventou o logaritmo, um conjunto de nove bastões feitos de cubinhos de osso, nos quais eram gravadas a sequência de 0 a 9. Quando efetuada a combinação correta, os Ossos de Napier, como ficou conhecido esse sistema, podia realizar a multiplicação. Com essa engenhoca, Napier determinou que era possível a máquina fazer contas. Esse dispositivo originou a criação da Régua de Cálculos pelo matemático e padre inglês William Oughtred (1575 – 1660) em 1638. Originalmente de forma circular, a Régua de Cálculos é considerada o primeiro computador analógico, e embrião das calculadoras eletrônicas. O que essa régua faz, na verdade é a soma dos logaritmos. Ela é utilizada por alguns engenheiros quando existe a necessidade de se obter resultados muito precisos. O matemático inglês William Oughtred (1575 – 1660), seu criador foi também o introdutor do símbolo × na multiplicação.

Em 1623 o astrônomo e matemático alemão Wilhelm Schickard (1532 – 1695) criou uma calculadora mecânica de seis dígitos chamada de Rechenuhr, capaz de efetuar as quatro operações básicas. Infelizmente a máquina de Shickard se perdeu durante a Guerra dos 30 anos (1618-1648). Em 1957 foi encontrada uma parte de sua documentação. Por isso, fica difícil atribuir ao matemático, físico, filósofo e religioso francês Blaise Pascal (1623 – 1662) a construção da primeira máquina calculadora. 41 – 78.

Lorde Byron, nascimento

1788. Num dia como hoje, nascia em Londres, Inglaterra o poeta inglês George Gordon Byron, mais tarde 6º Barão Byron. Conhecido também como Lorde Byron, ele ficou famoso como grande aventureiro. Exerceu forte influência no Romantismo, o conjunto de movimentos intelectuais que, a partir do século 18, fizeram prevalecer o sentimento sobre a razão e a imaginação sobre a análise crítica.

Aos 19 anos, Lorde Byron publicou Horas de Indolência, seu primeiro livro, mas ficou célebre por publicar, em 1812 os dois primeiros contos de Child Harold, criando assim o mito byroniano, mistura de insubordinação às leis e convenções, de orgulho individualista, de genialidade selvagem, de cinismo e tédio e de solidão moral e afetiva.

Lord Byron e a Pré-História da Computação.

Em 10 de dezembro de 1815, nasceu em Londres a matemática e escritora Ada Augusta Byron King, a Condessa de Lovelace. Mais conhecida como Ada Lovelace, era única filha legítima de Lorde Byron. Ela era única filha legítima do poeta inglês George Gordon Byron (1788 – 1824), também conhecido como Lord Byron. No entanto, Byron rejeitou a filha, simplesmente por que ela não nascera do sexo masculino. Sua mãe, Lady Anne Isabella Byron, era matemática. Então, procurou encaminhar a filha na mesma área de conhecimento que ela. Dessa forma, Ada, aos quatro anos de idade foi instruída a estudar matemática e ciências.

Ada Lovelace é muitas vezes considerada como a precursora do software, por ter escrito um programa que poderia utilizar a Máquina Analítica do cientista, matemático, filósofo, engenheiro mecânico e inventor inglês Charles Babbage (1791 – 1871), o criador do conceito de um computador programável.

Durante sua trajetória acadêmica, Ada conviveu com personalidades importantes da História em seu tempo. Aos 17 anos, ela conheceu Charles Babbage e pode observar com interesse e participar do projeto da Máquina Analítica, ou Engenho Analítico projetada por ele. Mais tarde, o cientista visionário se tornou mentor de Ada, e isso se tornou fator importante no desenvolvimento do seu intelecto e norteou seu futuro para sempre.

Ada Lovelace logo percebeu que a Máquina Analítica era capaz de fazer muito mais do que calcular. Charles Babbage ficou impressionado e pediu para que a jovem fizesse uma espécie de revisão em suas anotações a respeito da máquina. E ela levou o pedido muito a sério. Não só revisou como corrigiu o material que ele tinha criado. O que ela fez foi produzir muitos apontamentos sobre outras coisas que aquela máquina poderia executar; atividades que Babbage nunca sequer tinha imaginado.

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Quando Ada Lovelace completou 28 anos, ela ainda era orientada por Charles Babbage. Entre 1842 e 1843, ela traduziu um artigo escrito pelo engenheiro militar, político e matemático italiano Luigi Federico, Conde Menabrea (1809 – 1896), a respeito da Máquina Analítica projetada por Babbage. Essas notas detalhavam como operar a máquina de forma algorítmica, por isso são consideradas por muitos o primeiro programa de computador já escrito. Ada complementou o estudo com um conjunto de observações de sua autoria. Essas notas continham um algoritmo criado para ser processado por máquinas, sendo considerado o primeiro programa de computador já criado. O artigo se tornou três vezes mais longo do que o escrito por Luigi, e foi publicado no The Ladie’s Diary, um almanaque publicado em Londres desde 1704. Esse artigo é assinado somente com as iniciais de Lovelace, AAL.

A matemática e escritora Ada Augusta Byron King, a Condessa de Lovelace estava bem à frente de seu tempo, quando concebeu a ideia do que um algoritmo era capaz de fazer. Lamentavelmente, a Máquina Analítica de Babbage nunca foi totalmente completada. Assim, o programa desenvolvido por ela não pôde ser testado. Mas ele foi republicado em 1953, quase 100 anos após a morte de Ada, no livro Faster Than Thought (Mais Rápido do Que Pensava), escrito por B.V. Bowden (1910 – 1989), um educador e cientista britânico.

A Máquina Analítica de Babbage é muitas vezes reconhecida como o primeiro modelo de computador já construído, e as notas de Ada Lovelace ficaram marcadas como a primeira descrição de um computador e de um software. Com certeza, a genial cientista viveu e morreu sem sequer imaginar que mudaria a História do mundo. Seu legado só foi reconhecido depois que outro gênio computação, o matemático, filósofo, criptoanalista e cientista Alan Mathison Turing (1912 – 1954) fez referência ao seu trabalho.

Ada Lovelace, largamente reconhecida como a primeira pessoa programadora de software de todos os tempos nasceu em Londres, em 10 de dezembro de 1815. Em sua homenagem, toda segunda e terça-feira do mês de outubro, comemora-se em todo o mundo o Ada Lovelace Day. Em 1979, a visionária e matemática britânica recebeu uma justa homenagem. Ao desenvolver uma linguagem de programação, o Departamento de Defesa dos Estados Unidos o nomeou Ada.

Em 19 de fevereiro de 1997, estreou nos Estados Unidos o filme Conceiving Ada (Concebendo Ada), com a atriz Tilda Swinton no papel de Ada Lovelace. Eis a sinopse: Emmy Coer, um gênio da computação, desenvolve um método de comunicação com o passado batendo em ondas de informação imortais. Ela consegue alcançar o mundo de Ada Lovelace, fundadora da ideia de uma linguagem de computador e defensor das possibilidades da Máquina Diferencial. As ideias de Ada foram reprimidas e não cumpridas por sua condição de mulher no Século 19. O plano de Emmy consiste em derrotar a morte e o passado usando seu próprio DNA como um agente comunicativo para o passado, trazendo Ada para o presente, ignorando as consequências que isso pode trazer.

Charles Babbage

Nascido em Londres em 26 de dezembro de 1791, Charles Babbage é largamente considerado o Bisavô do Computador Moderno, por ter originado de suas ideias o conceito de um computador programável. Babbage estudou em Cambridge, onde também lecionou matemática. Foi um dos fundadores da Sociedade Analítica do Trinity College, em Cambridge, juntamente com Sir John Frederick William Herschel (1792 – 1871) e George Peacock (1791 – 1858).

Em 1811, Babbage desenvolveu uma máquina capaz de eliminar os frequentes erros humanos produzidos pelo processo manual na hora de fazerem contas. Havia mais erros do que acertos. Isso fez com que Babbage criasse uma calculadora que, na visão dele, eliminaria falhas humanas e transformaria o processo de fazer contas em algo mais prático e preciso. Por exemplo, nas tabelas astronômicas e de navegação feitas sob supervisão de matemáticos.

Em 14 de junho de 1822, o equipamento protótipo de Babbage ficou pronto. Batizado de Máquina das Diferenças, ou Máquina Diferencial, o visionário o apresentou para a Royal Astronomical Society em um artigo intitulado Nota Sobre a Aplicação de Máquinas Para o Cálculo e Tabelas Astronômicas e Matemática. Tal máquina era capaz de fazer todo processo analítico, desde receber os dados e até exibi-los. Por isso, é considerada como o primeiro passo para a invenção do computador. Além disso, a Máquina Diferencial era capaz de resolver equações polinômicas através de diferenças entre números, com isso, podendo efetuar os cálculos necessários para construção de tabelas logarítmicas.

Em 1833, Charles Babbage criou o projeto da Máquina Analítica, ou Engenho Analítico, uma máquina capaz de somar, subtrair, dividir e multiplicar, efetuar operações em sequência e armazenar os resultados intermediários de até 1.000 números de 50 dígitos, antecipando o futuro computador. Depois de executar o processamento dos dados, a máquina reproduzia os resultados em cartões perfurados ou em relatório impresso.

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Muitas inovações e criações importantes são atribuídas à genialidade de Babbage. Ele publicou diversos artigos sobre matemática, estatística, física e geologia. Também colaborou para a modernização do sistema de código postal inglês, e inventou o velocímetro e o limpa-trilhos, um dispositivo usado por locomotivas.

No entanto, Charles Babbage nunca foi capaz de materializar suas ideias sobre máquinas de calcular. Tudo o que ele criou não saiu do papel, por vários motivos. O principal deles foi a falta de financiamento capaz de fazer com suas calculadoras se tornassem operacionais. Isso só aconteceria depois da década de 1940, quando os computadores modernos construídos. Mais de um século depois que ele expôs suas Máquinas Analíticas.

Já no fim de sua vida, Charles Babbage começou a reunir seus próprios escritos e os de outros cientistas mais significativos publicados anteriormente como panfletos obscuros ou em periódicos pouco lidos, com a intenção de publicar uma história das máquinas, mas morreu antes que pudesse realizar essa tarefa. Ele teve as primeiras 294 páginas deste trabalho compostas e impressas. No entanto, o major-general britânico Henry Prevost Babbage (1824 – 1918), filho mais novo de Charles Babbage, concluiu o livro. Se não fosse por este volume e a bibliografia das obras do cientista britânico, suas realizações poderiam ter sido esquecidas.

Quando adolescente Henry e seu irmão Dugald passaram um bom tempo no escritório de desenho e na oficina do pai. Com o tempo, Henry passou a compreender os projetos de Diferença e Mecanismo Analítico, e passou a formar um vínculo estreito com seu pai. Então, Charles Babbage entregou ao filho seus desenhos e motores de cálculos e tudo o que diz respeito a eles.

Existe um espaço vazio entre o desenvolvimento dos estudos de Babbage e a era eletrônica. Portanto, seu filho Henry Prevost Babbage é a principal figura intermediária. A partir de 1872, quando ainda era militar da ativa do exército britânico, ele retomou firme o trabalho de seu pai, e em 1875, se aposentou intermitentemente. Henry reuniu cerca de seis pequenas peças de demonstração para a Máquina Diferencial nº 1, uma das quais enviou para a Universidade de Harvard em Cambridge, Massachusetts, Estados Unidos. Na década de 1930, a peça atraiu a atenção do pioneiro da computação Howard Aiken 1900 – 1973), engenheiro principal no desenvolvimento do computador Mark I, da IBM, uma calculadora controlada por programa. Quando Aiken viu a peça, se viu realizando a ambição de Charles Babbage. Emocionado, ele declarou:

"Senti que Babbage estava se dirigindo a mim pessoalmente desde o passado". 

De certa forma Henry tentou continuar o trabalho de seu pai Charles Babbage, e também divulgar os motores após a morte deste. Henry construiu uma calculadora experimental de quatro funções para o Moinho do Motor Analítico, concluindo-a em 1910, quando tinha 86 anos. Essa máquina hoje é parte do acervo do Museu de Ciências de Londres. O cientista, matemático, filósofo, engenheiro mecânico, inventor e... visionário Charles Babbage morreu em Londres aos 79 anos em 18 de outubro de 1871.

Lord Byron

O poeta inglês George Gordon Byron, mais tarde 6º Barão Byron, mais comumente chamado de Lord Byron ficou famoso como grande aventureiro. Exerceu forte influência no Romantismo, conjunto de movimentos intelectuais que, a partir do século 18, fizeram prevalecer o sentimento sobre a razão e a imaginação sobre a análise crítica.

Aos 19 anos, Lord Byron publicou Horas de Indolência, seu primeiro livro, mas ficou célebre por publicar, em 1812 os dois primeiros contos de Child Harold, criando assim o mito byroniano, mistura de insubordinação às leis e convenções, de orgulho individualista, de genialidade selvagem, de cinismo e tédio e de solidão moral e afetiva.

Lorde Byron morreu na Grécia aos 36 anos, em consequência de uma febre contraída durante a luta pela independência da Grécia, em 19 de abril de 1824. 41 - 46 – 78 - 147 – 151 – 258 – 259 -260.

Carnaval do Brasil: o primeiro baile

1840. No Rio de Janeiro, a imprensa publica o anúncio de um baile de máscaras no Hotel Itália, no antigo Largo do Rocio, hoje Praça Tiradentes. Organizado pela alta sociedade carioca, este é o primeiro baile carnavalesco brasileiro que se tem notícia. O carnaval foi introduzido no Brasil pelos portugueses em 1600 na forma de Entrudo, festejo em que os participantes jogavam água uns nos outros, com limão e perfume, pedras e dejetos. Por causa da violência, o Entrudo foi proibido em 1604.

As comemorações pela coroação de Dom João VI (1767 - 1826) em 1641 marcam o início do carnaval brasileiro, quando grupos populares mascarados dançaram e pularam nas ruas do Rio de Janeiro. Os bailes de carnaval caíram no gosto popular do brasileiro, perdendo o interesse com o passar dos anos. 33.08/10/1989.

Benjamim Constant, morte

1891. Morre aos 58 anos o estadista, militar e professor Benjamim Constant Botelho de Magalhães, um dos principais artífices da proclamação da república do Brasil, ele também foi um grande defensor do positivismo, defensor da ordem social como condição para o progresso, e da educação como prática anuladora das tensões sociais. Em 26 de junho de 1887 ele fundou o Clube Militar, que se tornou centro de propaganda republicana. Proclamada a República, passou a chefiar a pasta da Guerra e, em 1890, foi nomeado Ministro de Instrução Pública, Correios e Telégrafos. Benjamim Constant Nasceu em Niterói (RJ), em 18 de outubro de 1833. 36.22/01/2000.

Plínio Salgado, nascimento

1895. Num dia como hoje, nascia em São Bento do Sapucaí, São Paulo o escritor e político Plínio Salgado, considerado o ideólogo da direita brasileira. Começou a carreira como jornalista e entrou para a política em 1928, elegendo-se Deputado Estadual pelo PRP (Partido Republicano Paulista), de oposição ao Governo Vargas. Em 1931 fundou o jornal o Azarão e publicou os manifestos Legião Revolucionária e Outubro.

Em sete de outubro de 1932, Plínio Salgado lançou o Manifesto de Outubro, anunciando a criação da AIB (Ação Integralista Brasileira), um movimento baseado no fascismo italiano com o objetivo de combater o comunismo no Brasil. Seu lema era Deus, Pátria e Família. Em 23 de abril de 1933, o escritor e político promoveu a primeira marcha do movimento, liderando 40 pessoas uniformizadas com camisas verdes. Os integralistas idealizavam uma nova identidade nacional e tinham como meta tomar o poder; e em 28 de fevereiro de 1934, aconteceu o 1º Congresso Integralista, em Vitória (ES).

O símbolo do integralismo era o Sigma - a 18ª a letra grega - presa nas braçadeiras. Usado na matemática como símbolo de um somatório, uma analogia aos integrantes do movimento. Sigma também é o nome da Estrela Polar do Hemisfério Sul (Sigma Octantis), para se referir à origem da Ação Integralista Brasileira.

A forma de reconhecimento entre os militantes, que chegaram a 600.000 era a saudação Anauê, palavra de origem tupi que quer dizer “você é meu parente”, pronunciada com voz natural, quando de forma individual; de forma coletiva, com voz clara e decisiva. Porém, Plínio Salgado era saudado com três Anauês.

Em 1935, Plínio Salgado ofereceu a Getúlio Vargas (1892 - 1954) ajuda no combate ao levante comunista, mas em 1938 tentou um golpe contra o Estado Novo. Fracassou, foi preso e exilado em Portugal, de onde só voltaria sete anos depois.

Em 26 de setembro de 1945, depois de reagrupar dezenas de milhares de ex-integrantes da AIB ele fundaria o PRP (Partido de Representação Popular). Desta vez, o integralismo se mostrou mais discreto, porém, conservando suas raízes ideológicas. Durante 20 anos, o PRP elegeu vários senadores, deputados, prefeitos e vereadores em todo o país. Contudo, nas eleições majoritárias de 1955, vencidas por Juscelino Kubitschek (1900 – 1976), o fundador do integralismo brasileiro recebeu apenas 8% dos votos.

Em 27 de outubro de 1965, o PRP foi extinto pela ditadura da Revolução de 1964, através do AI-2. A maioria de seus integrantes migrou para a ARENA, na época, o partido do governo militar. Por essa legenda, ele obteve mais dois mandatos de deputado federal. A pedido dos militares, o fundador da AIB chegou a escrever vários compêndios de Educação Moral e Cívica durante o regime.

Plínio Salgado abandonou a política em 1962, deixando mais de 70 livros e ensaios, como O Estrangeiro, Literatura Política, O Esperado e O Cavaleiro de Itararé. Morreu em São Paulo aos oitenta anos, em sete de dezembro de 1975. 18.22/01/1995 – 208.

Barbosa Lima Sobrinho, nascimento

1897. Nasce em Recife (PE), o advogado, jornalista e acadêmico Alexandre José Barbosa Lima Sobrinho. Formou-se em direito aos 23 anos, época em que já escrevia para O Diário de Pernambuco e o Jornal de Recife. Mudou-se para o Rio de Janeiro em 1921, entrando para o Jornal do Brasil, chegando ao cargo de Chefe de Redação. Em 1926, tornou-se o primeiro presidente da ABI (Associação Brasileira de Imprensa). Em 1934 foi eleito deputado federal por Pernambuco.

Em 1937, com 40 livros publicados, Barbosa Lima entrou para a ABL (Academia Brasileira de Letras). Em 1938 foi indicado presidente do extinto IAA (Instituto do Açúcar e do Álcool), preparando um amplo projeto de reforma agrária. Participou em 1945 da constituinte pelo PSD (Partido Social Democrático). Em 1947 fundou o PSB (Partido Socialista Brasileiro), elegendo-se governador do estado de Pernambuco. Em 1974 participou das eleições indiretas pelo PMDB, como candidato a vice-presidente da República na chapa de Ulysses Guimarães (1916 - 1992).

O acadêmico participou ativamente das campanhas pelas Diretas Já e foi o cidadão escolhido para assinar a Ação Popular pelo impeachment do presidente Fernando Collor de Mello (1949 - ). Barbosa Lima Sobrinho assistiu a passagem de 19 Presidentes da República, incluindo Fernando Henrique Cardoso. Morreu no Rio de Janeiro aos 103 anos em 16 de junho de 2000. 22. 22/01/2000. 23/7/1996.

Leonel Brizola, nascimento

1922. Nasce em Passo Fundo (RS), o engenheiro e político Leonel de Moura Brizola. Em 1945, filhou-se ao PTB (Partido Trabalhista Brasileiro), criado por Getúlio Vargas (1892 - 1954). Em 1947, foi eleito deputado estadual e participou da elaboração da constituição do Rio Grande do Sul. Em 1949 formou-se engenheiro, e em 1950 se reelegeu deputado estadual. Em 1952, assumiu a Secretaria de Obras do estado gaúcho, e em 1954 foi eleito deputado estadual com a maior votação da história do Rio Grande do Sul. Em 1955 foi eleito prefeito de Porto Alegre, e em 1958, governador.

Com a renúncia do presidente Jânio Quadros (1917 – 1992) em 1961, o nome de Brizola alcançou relevância nacional na crise político-militar. O vice-presidente João Goulart (1919 – 1976), era seu cunhado e deveria assumir o poder, mas um movimento militar foi contra, sob alegação de que o comunismo chegaria ao país. Brizola liderou então um movimento nacional pela legalidade. A campanha levou os militares a aceitarem a adoção de um sistema de governo parlamentarista. Porém, as reformas sociais adotadas por João Goulart geraram uma nova crise que levou ao golpe militar de 1964.

Goulart e Brizola foram ao exílio no Uruguai. Expulso daquele país, Brizola foi para os EUA e depois para Portugal onde, em 1979 promoveu o Encontro de Trabalhistas no Brasil e no Exílio, com o objetivo de reorganizar o PTB. Dali saiu a carta de Lisboa, embrião do PDT (Partido Democrático Trabalhista). Com a anistia, voltou ao Brasil em 1979. Reingressou na política e foi eleito governador do Rio de Janeiro por duas vezes. (1982 a 1986 – 1990 a 1994). Candidatou-se à presidência em 1989 e 1994, e à vice-presidência em 1998, na chapa de Luiz Inácio Lula da Silva. Leonel Brizola morreu no Rio de Janeiro aos 82 anos, em 21 de junho de 2004. 133.

Zequinha de Abreu, morte

1925. Numa di como hoje, morria aos 55 anos em São Paulo o pianista e compositor José Gomes de Abreu, mais conhecido como Zequinha de Abreu. Considerado o Pai da Valsa Brasileira, ele deixou mais de 300 músicas, entre as quais a valsa Branca e o choro Tico-Tico no Fubá, uma das músicas brasileiras mais conhecidas no exterior.

A história da canção Tico-Tico no Fubá começa em 1917, quando Zequinha de Abreu tocou um choro inacabado e ainda sem nome, enquanto animava um baile com sua orquestra em Santa Rita do Passa Quatro. Ao ver os casais dançando vigorosamente no meio do salão, percebeu que a agitação provocada pela música sugeria um tico-tico bagunçando no farelo espalhado pelo quintal. Batizada de Tico-Tico no Fubá, a composição só foi editada mais de uma década depois, e gravada pela primeira vez em 1931 com a Orquestra Colbaz, dirigida pelo radialista, pianista e maestro Odmar do Amaral Gurgel, mais conhecido como Gaó (1909-1992).

Em 1942, a música foi gravada pela dupla Alvarenga e Ranchinho - com letra de Alvarenga – com o título Vamos Dançar, Comadre. 10 dias depois, a Rainha do Choro Ademilde Fonseca (1921 – 2012) gravou Tico-Tico no Fubá com uma letra escrita por Eurico Barreiros. Foi o maior sucesso da carreira da cantora. Em 1944, foi lançado nos EUA um disco feito pela solista de órgão Hammond Ethel Smith (1910-1996) com o nome de Tico-Tico, que chegou a vender mais de 1 milhão de cópias. O sucesso dessa gravação consagrou a música fora do Brasil e fez com que os grandes maestros a incluísse em seus repertórios, como Mantovani, James Last, Ray Conniff e Percy Faith, e músicos instrumentistas como Paco de Lucia, Richard Clayderman. Contudo, foi a versão com letra de Aloysio de Oliveira (1914-1995) gravada por Carmen Miranda (1909-1955) que internacionalizou a obra prima de Zequinha de Abreu. Esta gravação foi incluída no filme de animação Alô, amigos (Saludos Amigos) por Walt Disney.

Lançado primeiro no Brasil em 24 de agosto de 1942, e depois, em seis de fevereiro de 1943 nos EUA, o filme Alô Amigos mostra a primeira aparição do personagem Zé Carioca e fazia parte da Política de Boa Vizinhança (Good Neighbor Policy), uma iniciativa “sugerida” pelo governo dos EUA com vista a melhorar seu relacionamento com os países da América Latina.

Tico-Tico no Fubá faz parte da trilha sonora de mais quatro produzidos em Hollywood: A Filha do Comandante (Thousands Cheer) (1943), A Escola de Sereias (Bathing Beauty) (1944), Afinal de Quem é a Kitty? (Kansas City Kitty) (1944), e Copacabana (1947).

A vida de Zequinha de Abreu foi levada ao cinema em 1952, num filme dirigido pelo cineasta italiano Adolfo Celi (1922 – 1986), com o ator brasileiro Anselmo Duarte no papel principal. É uma das produções mais caras da Vera Cruz. Zequinha de Abreu nasceu em Santa Rita do Passa Quatro (SP), em 19 de setembro de 1880. 36.

Agente Secreto X-9 - o personagem, estreia

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1934. O Evening Journal publica pela primeira vez uma aventura do detetive particular Bill X-9, o personagem dos quadrinhos criado para concorrer com o detetive policial Dick Tracy, lançado pelo cartunista norte-americano Chester Gould (1900 – 1985) em quatro de outubro de 1931.

A história do X-9 começa quando o King Features Syndicate promoveu um concurso para ilustrar o personagem criado por Dashiell Hammett (1894 - 1961). Alexander Gilesppie Raymond, conhecido como Alex Raymond (1909 – 1956) foi o escolhido. Raymond trabalhou o X-9 durante dois anos, enquanto desenhava também Jim das Selvas e Flash Gordon. 34 - 36.22/01/2000.

SENAI, criação

1942. Através do Decreto Lei Nº. 4 048 assinado pelo presidente Getúlio Vargas (1892 - 1954), é criado o SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial), modelo de ensino técnico para a América Latina. Idealizada pelos empresários Euvaldo Lodi (1896 – 1956), Roberto Cochrane Simonsen 1899 - 1948 e Morvan Dias Figueiredo (1890 – 1950), a instituição é mantida pela CNI (Confederação Nacional das Indústrias), e pelas Federações de Indústrias Nacionais. O SENAI já formou milhões de profissionais em todo o Brasil.

Além de oferecer educação profissional de qualidade para os brasileiros, o SENAI, em parceria com o Ministério das Relações Exteriores do Brasil, opera oito centros de formação profissional no exterior - em Angola, Cabo Verde, Guatemala, Guiné Bissau, Jamaica, Paraguai, São Tomé e Príncipe, Timor Leste - e um centro de tecnologia ambiental no Peru. 41 -214.

Marilia Pêra, nascimento

1943. Num dia como hoje, nascia na cidade do Rio de Janeiro a atriz, diretora e cantora Marília Marzullo Pêra. Filha de atores iniciou a carreira aos quatro anos numa peça de teatro ao lado de Henriette Morineau (1908 - 1990). Em 1962, fez um papel secundário no musical My Fair Lady. Em 1964 conseguiu o papel principal no musical Como Vencer na Vida Sem Fazer Força, mostrando sua versatilidade como atriz, cantora e dançarina. Em 1969, estreou na televisão, na novela Rosinha do Sobrado (1965).

Outros trabalhos se seguiram como A Moreninha (1965), Um Rosto de Mulher (1965) Beto Rockfeller (1968), Bandeira 2 (1971), Malu Mulher (1979), Rainha da Sucata (1990), Começar de Novo (2004), Toma Lá Dá Cá (2007) e Ti Ti Ti (2011). Marilia Pêra recebeu o prêmio de Melhor Atriz pelo trabalho no filme Pixote - A Lei do Mais Fraco (1980), oferecido pela Sociedade Nacional de Críticos de Cinema dos Estados Unidos. Seus filmes mais importantes são: O Donzelo (1971), O Rei da Noite (1975), Bar Esperança (1982), Garrincha - A Estrela Solitária (2005) e Vestido de Noiva (2005).

Marília Pêra morreu na capital carioca aos 72 anos depois de lutar contra um câncer no pulmão, em cinco de dezembro de 2015. 36.22/01/2000. – 44.

Ronnie Cord, nascimento

1943. Nasce em Manhuaçu, (MG) o cantor e compositor Ronaldo Cordovil, conhecido como Ronnie Cord, um dos pioneiros do rock nacional. Filho do maestro Hervé Cordovil (1914 - 1979), Ronnie começou a carreira em outubro de 1960 gravando um disco 78 RPM: Você me Venceu (You’re Knockin’me) e Pretty Blue Eyes. Em 1961 lançou Itsy Bitsy Teenie Weeni Polkadot Bikini, música que regravaria em português em 1964 e se tornaria num de seus maiores sucessos, ao lado de Rua Augusta, música lançada em março de 1964.

Ronnie Cord abandou a carreira no início da década de 1970. Ele morreu aos 43 anos em São Paulo (SP), em seis de janeiro de 1986.

Rua Augusta, o sucesso!

Na metade dos anos 1960, o João Paulo Ábrego era o operador responsável pelos programas da manhã na então líder de audiência Rádio Cultura de Campo Grande (MS), onde comecei minha carreira de radialista em 1963. Sabemos que a parte da manhã é largamente considerada nobre para o rádio, os profissionais que atuam nesse período são os que ficam mais expostos a todo tipo cobranças. No caso da Rádio Cultura, o operador, além de colocar no ar os programas gravados, (o horóscopo do Omar Cardoso e as novelas, por exemplo) inseria a voz do comunicador, as trilhas, as canções de sucesso, os ouvintes pelo telefone, os efeitos sonoros e os comercias. Sentindo a necessidade de imprimir um “colorido” na plástica da emissora, o João Paulo trouxe de casa uma vitrola Delta e a instalou na mesa de áudio. Agora ele contava com três toca discos; um avanço! Mas deu ruim. Ao infringir a regra número 1 do sargento Alfredo, (que era nunca modificar a configuração dos equipamentos), o João Paulo levou uma bronca e ficou sem o seu periférico. O “apoio adicional” não durou nem uma semana. De quebra, quase perdeu o emprego por causa da sua ousadia. Porém, ele não teria criado aquele incidente, se estivesse disponível para nós pelo menos uma cartucheira - a máquina reprodutora de cartuchos - uma ferramenta poderosa que revolucionou as operações do veículo rádio a nível global (no Brasil, no início da década de 1970), tornando possível imprimir aquele “colorido” proposto pelo João Paulo Ábrego, que era um profissional bastante diferenciado e criativo.

Uma vez que as gravadoras não tinham na Cidade Morena um serviço de divulgação, as emissoras de rádio não conseguiam lançar as músicas que faziam sucesso nos grandes centros, o que contrariava a regra número um do veículo rádio: o imediatismo. Ficávamos, então, na dependência do favor de alguém que viajasse a São Paulo ou Rio de Janeiro, para nos trazer as novidades musicais. A maior loja especializada em música em Campo Grande era a loja A Primorosa, que hoje ainda está em funcionamento na Rua 14 de Julho.

As grandes emissoras, mesmo transmitindo em AM, chegam ao interior com qualidade quase sempre superior às rádios locais, principalmente durante a madrugada. Um dia, o João Paulo teve uma ideia genial, digna de registro: gravar os sucessos das paradas através do sinal do “possante” receptor multibandas Zenith da redação de jornalismo. Dotado de antena de boa qualidade, o “rádio escuta” oferecia uma boa qualidade na recepção de músicas. Montamos então o gravador de rolo na salinha de apuração. O Zenith estava sempre sintonizado na emissora mãe, a Bandeirantes de São Paulo, que na época entrava estourando nas altas horas. Foram várias as “sessões de gravação”.

A meu ver, a música que mais marcou naquelas nossas ações foi Rua Augusta. Lançada em 1964 pela gravadora RCA Victor, ela estava em primeiro lugar nas paradas e foi o maior sucesso do cantor Ronnie Cord. Quando essas gravações iam para o ar, notávamos que, por incrível que pareça, havia pouca perda na qualidade, pois o som da Rádio Cultura era bastante precário, já que o enlace Estúdio/Transmissor era feito através de LP analógica. Não tínhamos lá uma ferramenta maravilhosa chamada link. Afinal estávamos em maio de 1964.

O revolucionário cartucho sem fim

Era comum nos reunirmos na técnica para bater papo e escutar as transmissões esportivas das emissoras de rádio de São Paulo e Rio de Janeiro. O alvo, quase sempre, era a Globo da capital carioca. Ficávamos impressionados com a qualidade das vinhetas que compunham sua movimentada plástica. Como ainda não sabíamos da existência da cartucheira, cada um tirava sua própria conclusão. Mas a opinião geral é que havia mais de um operador no horário, trabalhando com pelo menos três toca-discos. Como era possível toda aquela dinâmica na introdução de tantos “sinais eletrônicos” e vinhetas nas transmissões de futebol?

Até ali, o único efeito sonoro especial numa transmissão de uma partida de futebol que se conhecia era a famosa gaita utilizada nas transmissões do compositor e locutor esportivo Ari Barroso (1903 – 1964), autor do clássico da MBP Aquarela do Brasil. Assim, passávamos o tempo discutindo e tentando encontrar possíveis maneiras de melhorar nosso trabalho. Porém, sem resultados satisfatórios, pois o equipamento disponível era muito limitado.

O cartucho revolucionou a operação do rádio no Brasil no início da década de 1970. Nos EUA, onde foi desenvolvido, ele foi introduzido na metade da década de 1950.

Sua trajetória começa em 1952, quando o técnico Bernard Cousino (1902 – 1994), - dono da Cousino Electronics em Toledo, Ohio - criou um dispositivo de plástico que alojava um rolo de fita de gravação magnética padrão ¼ de polegada, cujas pontas eram juntadas, formando um loop infinito. Mas o dispositivo apresentava dois problemas que dificultavam sua operação: a dificuldade do deslizamento da fita e a energia estática causada pelo atrito. Para resolver a questão, Bernard Cousino desenvolveu e patenteou um material lubrificante a base de grafite, com o qual a fita era revestida. Isso permitiu seu deslizamento continuo entre as camadas do rolo e eliminou a estática, pois a grafite também é um condutor.

Em 1954, George Eash, trabalhando na mesma oficina de Cousino desenvolveu um cartucho sem fim a partir da ideia anterior. Eash batizou o dispositivo de Fidelipac, o primeiro cartucho de fita de áudio disponível comercialmente. Eash recebeu uma patente pelo seu invento em janeiro de 1954. Originalmente, o Fidelipac vinha com um formato de gravação analógica em dois canais: um para gravação de áudio de programa, e o outro para gravação de um sinal (apito) eletrônico chamado cue, cuja função era fazer parar automaticamente o cartucho. As versões posteriores utilizavam três canais: dois para áudio estéreo, e o terceiro para o cue.

O Fidelipac foi introduzido comercialmente em Las Vegas em 1959, pela empresa Collins Radio no NAB Show, uma feira anual promovida pela NAB (National Association of Broadcasters). Este é o mais importante evento do mundo dirigido à profissionais de rádio, TV, cinema e multimídia do planeta. O cartucho foi amplamente utilizado até o final dos anos 1990, quando foi substituído gradativamente por novas mídias como o MD (Mini Disc) e o DAT (Digital Audio Tape), e finalmente pelo computador.

O cartucho chega ao Brasil

José Cláudio Barbedo, mais conhecido como Formiga é um profissional que fez história no rádio brasileiro. Durante nossas reuniões para discutir a plástica das jornadas esportivas da Rádio Globo, não tínhamos ideia que era ele o principal responsável por aquela revolução na emissora carioca, que depois se tornou um padrão a ser seguido por todas as rádios do país; pequenas e grandes. Ele é o criador das vinhetas que marcaram as transmissões da Rádio Globo: Ti-Ri-Ti da Loteria Esportiva, Apitinho da marcação de tempo, o nome dos cinco grandes clubes do Rio de Janeiro e a vinheta Fiu-Fiu - Rádio Globoooo na voz do cantor Fábio. Sua obra prima, porém, é a vinheta Brasil-sil-sil na voz do locutor Edmo Zarife (1940 – 1999), criada em 1968 para ilustrar os jogos da Seleção Brasileira.

Particularmente, lá nos anos 1960, eu imaginava que um dia ia trabalhar em uma emissora da capital carioca, muito porque meus pais haviam se mudado para o Estado do Rio em 1963; mas não supunha que fosse na Rádio Globo. Muito menos, que teria como comandante o próprio Formiga como meu chefe. Então, dentro da profissão que abracei, me sinto honrado e gratificado por isso.

Formado em engenharia de áudio pelo RIAA, Associação Americana de Áudio da Indústria de Gravação (em inglês Recording Industry Association of America), Formiga hoje é consultor de áudio para emissoras de Rádio. Fico muito grato à ele por este depoimento exclusivo, com bastante humildade e muito conhecimento de causa.

“Desde seu começo, na década de 20 do século passado, até os anos 60, o rádio dependeu de discos para irradiar a maior parte de seu conteúdo. Discos gravados por processo acústico, prensados em goma laca, eram reproduzidos em gramofones e estes colocados em frente aos primeiros microfones das primeiras emissoras. Com o advento da gravação elétrica, em 1925, o 78 RPM que conhecemos tomou conta do mundo. Nas rádios, outra invenção, o ‘disco-instantâneo’, um disco com base de alumínio e superfície de nitrato, se tornou o meio único para gravação e reprodução "instantânea" de prefixos, comerciais, efeitos-sonoros, programas. Esse disco acabou sendo conhecido como "acetato", apesar de não ter nada de acetato em sua fórmula. Em uma técnica de uma estação de rádio da época sempre se encontravam dois ou mais toca-discos. O operador de áudio se revezava trocando os discos e irradiando as faixas certas dos acetatos. Um programa com várias subseções requeria um acetato de até 16 polegadas e muitas faixas, às vezes mais de 20. Errar a faixa, tocar o segmento errado, era um erro imperdoável - apesar de ser bem comum acontecer. E assim foi, até a invenção da gravação em fita magnética, pelos alemães, no final da década de 1930, e sua popularização, graças ao envio de duas máquinas Telefunken por um major do exército americano, Jack Mullin, da Alemanha derrotada e ocupada, para os Estados Unidos, um dos países aliados vencedores. Foram essas duas máquinas - e uma pequena quantidade de fitas magnéticas, com elas "exportadas" para os EUA - que permitiram que Bing Crosby gravasse seu programa em rede com antecedência, editando os possíveis erros cometidos. Mesmo com a popularização da gravação em fita, os discos, agora LPs em vinil, e os acetatos, continuavam sendo indispensáveis. Operar pequenos segmentos usando gravadores de fita era muito difícil, as máquinas eram enormes, encontrar um pequeno segmento a ser irradiado exigia tempo, não era acesso direto, como uma faixa em um LP ou em um acetato. No meio dos anos 1950, um equipamento que usava um cartucho plástico, contendo fita magnética com gravações de música instrumental, embalada e colada em um espiral sem fim, usado como música ambiente em edifícios comerciais, começou a ser analisado, por mais de um engenheiro de rádio, como possível substituto do acetato. O lançamento das primeiras máquinas foi em uma convenção da NAB, pela Collins Radio, em 1959. E quem viu, quis comprar. Só que a demanda era muito maior que a oferta. Somente no meio da década de 1960, com vários fabricantes tendo concordado em adotar um padrão comum, as ‘cartucheiras’, o ‘cartucho’, conseguiu realmente se firmar como o substituto total dos acetatos, nas estações de rádio. As primeiras cartucheiras foram trazidas para o Brasil pela TV Globo, por volta de 1966. Eram poucas unidades. Que foram imediatamente colocadas em ação, substituindo os acetatos. Um ano se passa, aparece a Loteria Esportiva, a Rádio Globo começa a fazer boletins sobre as apostas nas Jornadas Esportivas e surge a necessidade de se ter um jeito para que o plantonista, que acompanhava os resultados, disparasse o sinalzinho, o ‘ti-ri-ti’ que anunciava um novo boletim no meio da jornada. Com os acetatos ficava muito difícil a operação remota do sinal. Por insistência, a TV Globo acabou cedendo uma cartucheira e alguns cartuchos para a Rádio Globo. E logo essa cartucheira estava reproduzindo não só o ‘ti-ri-ti’, mas o ‘apitinho’ da marcação de tempo, e o fiu-fiu - radio globoooo’ com o Fábio. E logo essa cartucheira não bastava mais - e a Rádio Globo tratou de importar outras máquinas. E a grande transformação na plástica do rádio brasileiro começou. Livre dos acetatos, do medo de errar as faixas, com um cartucho para cada efeito, sabendo que, ao colocar o cartucho na cartucheira e apertar o botão play, o áudio desejado ia ser reproduzido, as invenções começaram. Sinais sonoros, textos ‘foguete’, todos os comerciais, os mais diversos prefixos, pequenas vinhetas cantadas, a sonoplastia, os tiros, sirenes, freadas de carro, ruídos de lutas, a maior parte da parafernália que exigia muitos acetatos, em muitas faixas, fora um contra-regra, dentro do estúdio, complementando com ruídos feitos "ao vivo", passou a ser gravada, guardada, reproduzida em cartuchos individuais. As transmissões esportivas foram recheadas de gritos de clubes estilizados, marcações de tempo, de vinhetas cantadas com os nomes dos narradores e repórteres, com sonoplastia para acompanhar o jogo. Claro que os outros programas, toda a programação de todas as rádios, ganhou um enorme impulso, uma enorme dinâmica. Um noticiário típico, de 5 minutos, como ‘O Globo no Ar’, passou a ter, além do prefixo e sufixo convencionais, uma pré-chamada, um sinal que antecedia a hora local, outro para as manchetes, outro para a previsão do tempo, ainda outro para destacar a notícia final, a mais importante. Cada atração, em cada programa, se utilizava dos cartuchos e cartucheiras para inserir ‘marcas sonoras’ nas atrações, marcar intervenções, anunciar as reportagens feitas externamente, irradiar joguinhos onde o ouvinte apostava contra o cartucho.  A Globo chegou a ter um horóscopo, em um de seus programas matutinos, onde as previsões para cada signo eram gravadas em cartuchos independentes; múltiplas previsões, por signo, lidas na voz do Honório de Souza, gravadas em um cartucho etiquetado ‘Áries’, por exemplo. Na hora que o comunicador dizia ‘agora as previsões de hoje para o signo de Áries’, o operador colocava o cartucho na cartucheira e acionava o play para a que estivesse ‘no ponto’, ‘no cue’, um sinal de controle que garantia que a gravação estava sempre pronta para ser irradiada. E assim era irradiada a previsão de Áries para aquele dia, totalmente ‘ao acaso’, sem que nenhum astrólogo tivesse sido consultado, escrito a previsão (Jung diria que essa era a melhor maneira: o Cosmos, ao acaso, encontrando o melhor para o signo naquela data). Sem falar na hora certa - segundo a segundo - gravada pelos comunicadores e adiantada para o tempo certo, pelo operador, na hora de serem irradiadas, quando o programa do comunicador era gravado, para parecer ‘ao vivo’. Credito o lançamento das vinhetas faladas humorísticas a um operador de áudio: Luis Carlos Auad. E posso dar o crédito pois estava presente no dia em que aconteceu. Durante uma das jornadas esportivas dominicais, o Auad foi para o interior do estúdio, fones no ouvido, e pediu que se ligasse um dos microfones. No primeiro lance duvidoso narrado pelo Waldir Amaral, Auad soltou um ‘barbaridade’ no microfone. Waldir de início embatucou, depois soltou uma grande gargalhada, o fato virou comentário nos corredores da emissora, logo o Mário Luis pegou o Auad e registrou o ‘barbaridade’ dele em um cartucho, que começou a ser reproduzido nas jornadas - e logo, logo, os artistas da Rádio gravaram outras palavras, outros chavões foram criados, comediantes apareceram na emissora para registrar suas criações mais recentes e te-las irradiadas em toda a programação - e uma nova arma na plástica do rádio apareceu e se desenvolveu. Há chavões que tem décadas no ar. O ‘ooobaaa’, usado por muitas emissoras, em todo o Brasil, é o inicio da faixa de um LP do organista Ed Lincoln. Virou ícone. A técnica de rádio com dois toca-discos, pouco usados, mais três ou mais cartucheiras multi-boca, capazes de reproduzir até dez cartuchos por vês (a famosa Spotmaster Ten-Spot), as prateleiras das Técnicas e Estúdios forradas de cartuchos, a figura do Operador de Áudio carregando prateleiras de aço cheias de cartucho e trocando essas prateleiras com a do Operador que ia render, cada prateleira carregando os múltiplos áudios que iriam ser utilizados no programa que estaria entrando no ar, se tornou comum em qualquer emissora do Brasil. Com o advento dos primeiros PCs e sua utilização nas estações de rádio, as cartucheiras e cartuchos começaram a desaparecer. Hoje, as técnicas são uma parede de monitores com tela sensível, ‘touch-screen’. Olhadas com atenção, essas telas se dividem em inúmeros quadradinhos coloridos. Cada quadrado desses, quando apertado ou acionado através de um mouse, toca um som, que ali está catalogado como um arquivo. São as cartucheiras digitais, imensos bancos de áudio, estocados em servidores, responsáveis pela gravação, guarda e emissão, quando solicitados, de todo o repositório de áudio de uma emissora de rádio. Mas muitos profissionais ainda sentem saudades dos tempos das reais cartucheiras. Do meio físico. Do gesto, da força necessária para empurrar um cartucho em uma cartucheira, do contato físico, da pressão que era necessário fazer no botão de play para que o áudio soasse. E, muitos, das falhas imprevistas que aconteciam; do apertar o play e não sair áudio: alguém tinha tirado o cartucho da cartucheira antes que ele estivesse ‘no ponto’, a parada comandada pelo tom de 1Khz que sinalizava o início do áudio; ou então apertar o botão de play em uma cartucheira Spotmaster Five Spot - e o cartucho saltar da máquina e atingir a testa, formando um galo”.

“Sim, acontecia. Good old times!”. 36 – 41.

Michael Hutchence, nascimento

1960. Nasce em Sidney, Austrália, o cantor e músico Michael Kelland John Hutchence, celebrado como vocalista da banda de pop rock INXS. Em janeiro de 1965, foi para Hong Kong com a família, onde o pai foi trabalhar numa empresa de exportação. Hong Kong ainda era uma colônia britânica; então, Michael estudou na escola King George V School V. Nessa época, ele aprendeu o cantonês, a língua local, a já dava os primeiros passos rumo à poesia. Alguns anos depois, a família retornou à Austrália. Quando seus pais se divorciaram, sua mãe, Patricia Kennedy foi para os Estados Unidos trabalhar como maquiadora de artistas, levando com ela seus filhos.

Aos 11 anos, Michael Hutchence gravou um disco com canções natalinas para uma fabricante de brinquedos. A gravação foi comercializada em um pequeno disco envolto por um Papai Noel, e vendeu bem naquela época de festas. Quando ele tinha 12 anos, sua família voltou para Sydney e foi morar em uma casa em Belrose, New South Wales.  Seu primeiro dia na escola foi agitado, pois os novos colegas não gostaram de seu sotaque ligeiramente britânico. Foi lá que ele conheceu Andrew Farriss, que se tornaria seu amigo e parceiro de negócios e música durante 25 anos. Juntos eles escreveriam e tocariam com os outros membros do INXS algumas canções que se tornaram clássicas. Andrew tinha uma banda chamada Farriss Brothers. Quando o grupo trocou o nome para INXS em 1977, ganhou a formação definitiva: Andrew Farris, Michael Hutchence, Tim Farris, Jon Farris, Gary Gary Beers e Kirk Pengilly.

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Em 1980, o INXS lançou seus dois primeiros singles: We Are the Vegeteble’s e Simple Simon. As performances de Michael começaram a ser notadas pela mídia e sua personalidade no palco foi comparada a Mick Jagger e Jim Morrison. Em 1980, o grupo australiano lançou seu primeiro álbum, INXS, de onde sobressaiu seu primeiro sucesso, Just Keep Walking. Em 1984, eles embarcaram em sua primeira turnê mundial. Em 1985, o INXS tocou para mais de 50 mil pessoas em Sidney. No mesmo ano, a banda se apresentou para o príncipe Charles e Lady Diana em show beneficente chamado Rocking with the Royals.

Em meados dos anos 1980, Michael voltou a morar em Hong Kong. Dessa forma, ele e o parceiro Andrew Farris passaram a fazer música à distância. Era comum Andrew enviar para 25 canções Michael finalizar. No final de 1986, o INXS estourou nos Estados Unidos com a canção What You Need. Em 1987, a banda gravou Kick, o álbum que se tornaria seu maior sucesso. Nesse disco estão os maiores sucessos da banda australiana: Never Tear us Apart, New Sensation e Need You Tonight. Logo depois, Michael partiu para a carreira musical solo, porém, sem abandonar a banda. Porém, o álbum, intitulado Michael Hutchence somente foi lançado em 14 de dezembro de1999. Mesclado por baladas, funky e faixas animadas, é uma coleção de canções maduras e fortemente pessoal.

Em 1989, Michael Hutchence se envolveu com mulheres famosas, como a cantora australiana Kylie Minogue (1968 - ) e a modelo dinamarquesa Helena Christensen (1968 - ) A imprensa passou a noticiar coisas que não agradaram Michael. Em 22 de janeiro de 1996, nasceu sua filha Heavenly Hiraani Tiger Lily Hutchence, fruto do relacionamento com a personalidade da TV britânica Paula Yates, ex companheira do cantor irlandês Bob Geldof (1951 - ), pondo fim um relacionamento de 30 anos. A imprensa sensacionalista não perdoou.

Em 1997, o cantor embarcou para a última turnê com o INXS para promover o álbum Elegantly Wasted. Em 22 de novembro de 1997, quando faltavam quatro dias para iniciar a etapa australiana da turnê, aparente desanimado com sua vida pessoal, Michael Hutchence, considerado àquela altura como um dos maiores cantores do planeta, se suicidou em um quarto de hotel em Sidney, Austrália. Ele tinha 37 anos. O caso sempre esteve envolto em mistérios. Seu corpo foi cremado, e as cinzas foram espalhadas em vários lugares de Sidney. 41.

Miguel Gustavo, morte

1972. Numa como hoje, morria na capital carioca aos 49 anos, o compositor, jornalista, radialista e poeta Miguel Gustavo Werneck de Sousa Martins. Criado em vários subúrbios da capital carioca, abandou os estudos aos 19 anos e foi trabalhar como discotecário da Rádio Vera Cruz. Foi o começo de uma carreira de sucesso como redator de programas de rádio, compositor de jingles publicitários na década de 1950, sambas e marchas. Seus jingles mais notáveis são os que compôs para as Casas Bahia e Leite Glória (1963).

Como compositor, Luiz Gustavo estreou em 1946, com a música Primeiro Amor, gravada por Luiz de Carvalho, Os Tocantins e Dilu Mello. Em 1947, o sucesso chegou quando o cantor Ataulfo Alves gravou o samba O Que é Que eu Vou Dizer em Casa, de sua autoria e Miguel Gustavo. Em 1952, Carlos Galhardo gravou A Valsa da Vovozinha, feita em parceria com Juanita Castilho e Edmundo de Souza. Suas músicas forma gravadas por Elizeth Cardoso, Dircinha Batista, Jorge Veiga, Carminha Mascarenhas, Araci de Almeida, Miriam Batucada e muitos outros.

As músicas de Miguel Gustavo eram carregadas de críticas sobre os momentos em que elas eram compostas. Suas marchinhas de carnaval criticavam desde as tietes de rádios, até o presidente Juscelino Kubitschek, o fundador de Brasília. Quem não se lembra da série de sambas de breque gravadas por Moreira da Silva? São muitos, mas podemos destacar O Conto do Pintor, O Rei do Gatilho, O Último dos Moicanos, O Sequestro de Ringo, O Rei do Cangaço e Morengueira Contra 007. Mas Luiz Gustavo é muito mais lembrado por sua composição Pra Frente Brasil, feita para a Copa Mundo de Futebol de 1970, no México. A marcha fez tanto sucesso que que se tornou uma espécie de hino do tricampeonato mundial conquistado pelo Brasil. Miguel Gustavo nasceu no Rio de Janeiro (RJ), em 24 de março de 1922. 36 – 154 – 252.

O Bem Amado, a novela: estreia

1973. Estreia na Rede Globo O Bem-Amado, a primeira novela em cores da televisão brasileira. Quarto trabalho do gênero escrito por Dias Gomes (1922 - 1999), O Bem-Amado narrava as peripécias do prefeito Odorico Paraguaçu, de uma cidade fictícia do interior do Brasil. Populista corrupto, ele se elegeu com a promessa de construir um cemitério.

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Dirigida por Régis Cardoso (1934 - 2005), O Bem-Amado tinha como principais interpretes os atores Paulo Gracindo (1911 - 1995) como Prefeito, Lima Duarte (1930 -), como Zeca Diabo e Emiliano Queiróz (1933 -) como Dirceu Borboleta. Foi um grande sucesso e umas primeiras telenovelas brasileiras vendidas para o exterior. 137.

Maysa, morte

1977. Morre aos 41 anos em acidente automobilístico na Ponte Rio-Niterói a cantora e compositora Maysa Figueira Monjardim, conhecida como Maysa Matarazzo, ou simplesmente Maysa. Começou a carreira em 1959, ao lançar pela gravadora RGE o LP Convite Para Ouvir Maysa, marco da música dor-de-cotovelo. Foi uma das precursoras da Bossa Nova interpretando composições de Ronaldo Bôscoli (1928 – 1994) e Tom Jobim (1927 - 1994).

Entre 1961 e 1965, Maysa cantou na Europa e nos Estados Unidos, apresentando-se no Olympia de Paris, no Cassino do Estoril em Portugal e no Blue Angel de Nova York. Na televisão, participou das novelas da Rede Globo O Cafona e O Bofe. Maysa foi casada com o industrial paulista André Matarazzo e era mãe do diretor de novelas Jaime Monjardim (1956 - ).

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São muitos os sucessos da carreira de Maysa. Podemos citar as canções Meu Mundo Caiu, Adeus e Ouça. É a maior cantora brasileira de música intimista de todos os tempos. Em cinco de janeiro de 2009 estreou na Rede Globo uma minissérie contando sua vida. Maysa morreu aos 41 anos num acidente automobilístico na Ponte Rio-Niterói em 22 de janeiro de 1977. 36. – 154.

Jean-Louis Barrault, morte

1994. Morre de ataque cardíaco aos 84 anos em Paris, Jean-Louis Barrault. Considerado o maior nome do teatro francês do Século 20, ele fundou em 1947, junto com a esposa, a atriz Madeleine Renaud (1900 – 1994), a Companhia Barrault-Renaud, responsável por grandes sucessos da época. Barrault também foi o responsável dos teatros de Orsay e do Rond Point. Entre suas inúmeras interpretações, destacam-se as peças Cristóvão Colombo, Hamlet e O Jardim das Cerejeiras. No cinema, seu principal trabalho foi Boulevard do Crime. Ele nasceu em Ile-de-France, França, em oito de setembro de 1910. 36.

Telly Savalas, morte

1998. Morre aos 70 anos de um câncer na bexiga em Universal City, Califórnia, o ator Aristotelis Savalas, mais conhecido como Telly Savalas. Filho de imigrantes gregos, serviu como soldado na Segunda Guerra Mundial e estreou como ator no final da década de 1950. Sua carreira ficou marcada pelo papel do detetive careca na série Kojak, sucesso que estreou em 1973.

Savalas encarnou o detetive que chupava pirulito em 118 episódios, ganhou um Prêmio Emmy pelo se desempenho na série, e foi indicado ao Oscar em 1963 por sua atuação como Ator Coadjuvante em O Homem de Alcatraz.

Como cantor, Tellly Savalas gravou dois álbuns com canções românticas. Um dos trabalhos mais importantes de sua carreira no cinema foi o do vilão Ernst Stavro Blofel no filme James Bond A Serviço Secreto de Sua Majestade (1969). Outro trabalho importante foi no filme Dramatico Reencontro no Poseidon (1979), continuação de O Destino do Poseidon (1972). Telly Savalas nasceu em Garden City, Long Island, em 21 de janeiro de 1924. 4.

João Paulo II critica o governo cubano

1998. O Papa João Paulo II (1920 - 2005) faz duras críticas ao governo socialista de Fidel Castro (1926 - 2016), em sua visita oficial a Cuba. Na homilia da missa celebrada na cidade de Santa Clara, a 400 quilômetros de havana, o papa declarou que nenhuma ideologia pode substituir a infinita sabedoria e o poder de Jesus Cristo. Diante de 50 000 pessoas que assistiam à missa, João Paulo II criticou também a intromissão do estado na vida dos cidadãos e defendeu o ensino religioso em Cuba. Um dos principais choques do governo revolucionário de Havana com a Igreja do Vaticano deu-se em 1961, quando foram fechadas escolas religiosas e expulsos 131 padres espanhóis. 33.23/01/1998 – 22.23/01/1998.

Bebê de proveta Hermafrodita: primeiro caso da história

1998. A revista britânica New England Journal of Medicine divulga o primeiro caso registrado de bebê de proveta hermafrodita do mundo desde 25 de julho de 1978, quando nasceu a inglesa Louise Brown, primeira criança gerada pelo processo de fertilização in vitro. Nesse caso, o hermafroditismo foi causado por um acidente durante a implantação dos embriões no útero. O incidente foi divulgado depois de pesquisas feitas por médicos ingleses durante o crescimento da criança. Submetida a operações para definição do sexo, optou-se pelo masculino.

No Brasil, em sete de outubro de 1984 nasceu em São José dos Pinhais (PR), Ana Paula Bettencourt Caldeira, o primeiro bebê de proveta brasileiro. 33.23/01/1998.

Dona Zica, morte

2003. Morre aos 89 anos na capital carioca por problemas vasculares a sambista Euzébia da Silva do Nascimento, mais conhecida como Dona Zica, uma das figuras mais populares do carnaval carioca e da Estação Primeira de Mangueira em todos os tempos. Foi a última esposa do cantor, compositor, poeta e violonista Agenor de Oliveira, o popular Cartola (1908 – 1980), com que se casou em 1954. Dona Zica tinha talento na cozinha. Ela comandou por muitos anos a cozinha do tradicional Clube Bola Preta. Isso levou o casal a promover, na década de 1960, um vatapá na casa do advogado e político Benjamim Eurico Cruz (1915 – 1992). Dessas reuniões gastronômicas, surgiu o Zicartola, lendária casa de encontros de sambistas do Rio de Janeiro inaugurada em setembro de 1963, na Rua da Carioca 53, no centro da cidade.

Na cozinha do Zicartola Dona Zica preparava não só o seu famoso vatapá, como vários pratos caseiros. No palco do salão, o samba comandado por Cartola corria solto. Pelo Bar Zicartola passaram figuras importantes da MPB, como Nelson Cavaquinho, Ismael Silva, Zé Kéti, Clementina de Jesus, Ciro Monteiro, Elizeth Cardoso, Aracy de Almeida, Hermínio Bello de Carvalho, João do Vale, Paulinho da Viola e Nara Leão, entre outros. Foi no Zicartola que nasceram espetáculos como Opinião e Rosa de Ouro. O Bar Zicartola durou apenas 20 meses, o suficiente para colocá-lo na história da música do Brasil. A prefeitura do Rio de Janeiro colocou lá uma placa com alguns dizeres que mostram um pouco da trajetória da lendária casa de samba. Dona Zica nasceu no Rio de Janeiro (RJ) em seis de fevereiro de 1913. 36 – 41 – 78.

Jean Simmons, morte

2010. Num dia como hoje, morria aos 81 anos, vitimada por um câncer de pulmão em Santa Monica, Califórnia a atriz inglesa Jean Merylin Simmons. Ainda sem experiência, ela foi escolhida para interpretar a filha adolescente de Margaret Lockwood, no filme Give Us The Moon, de 1944.  A seguir, atuou em O Caminho das Estrelas (1945), César e Cleópatra (1945) e Grandes Esperanças (1946). Em 1950 Jean Simmons foi eleita a mais popular estrela do cinema britânico, época em que se mudou para os Estados Unidos, onde foi capa da revista Life.  Em Holywood passou por período frustrante quando contratada por Howard Hughes (O Aviador). Seus filmes mais importantes são César e Cleópatra (1945), Androcles e o Leão (1952), O Manto Sagrado (1953), Desireé - O Amor de Napolão (1954), Da Terra Nascem os Homens (1958), Spartacus (1960), Colcha de Retalhos (1995) e Star Trek: The Next Generation (1991). Em 1994, ela foi agraciada com o título de Membro do British Film Institute. Jeans Simmons nasceu em Londres, Inglaterra em 31 de janeiro de 1929. 94.

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Dia 23 de janeiro

Santos do Dia: Ildefonso/ Áquila/ Severiano

Faltam 342 dias para terminar o ano (343 em anos bissextos)

Terremoto de Shaanxi em 1556, o mais mortífero da história

1556. Pela manhã, um violento sismo atinge Shaanxi, ou Condado de Hua, na China. Uma área de 1 300 quilômetros quadrados foi destruída pelo terremoto. 97 cidades foram afetadas por este que é o terremoto mais mortífero da história, e o pior desastre natural que sem notícia. Pelo menos 850 000 pessoas morreram. Especialistas acreditam que ele tenha atingido 8,3 graus na Escala Richter. 105.

Claude Chappe, morte

1805. Morre aos 41 anos em Paris, o abade, engenheiro e inventor francês Claude Chappe, um dos criadores do primeiro sistema ótico de comunicação. Ele e seus quatro irmãos desenvolveram um sistema prático de estações retransmissoras de semáforos, ou postes sinalizadores dispostos em linha reta, a uma distância que permitia que cada operador visualizasse a anterior e a próxima, transmitindo assim mensagens por meio de hastes móveis que assumiam diferentes posições. A primeira demonstração deste sistema de telégrafo mecânico aconteceu em 1790, e a primeira linha implantada foi a de Paris-Lille, no Mediterrâneo, em 15 de agosto de 1794. Claude Chappe nasceu em Sarthe, França, em 25 de dezembro de 1763.

As fronteiras invisíveis

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Não existe uma data para definir quando o telégrafo foi inventado, mas especula-se que foi por volta de 1700. Também não existe uma paternidade definida, porque também evoluiu através de uma sucessão de ideias. Mas podemos afirmar com toda certeza que nenhuma ferramenta criada pelo homem para ser usada na comunicação foi tão eficiente em seu tempo como o telégrafo, levando notícias através dos mares e dos continentes, verdadeiras fronteiras invisíveis. O telégrafo também nasceu da necessidade que o homem tem, desde sempre, de produzir informação e transmitir, de forma rápida, mensagens codificadas de um local a outro. Sua introdução determinou uma completa revolução nas relações entre os povos.

Para se comunicar, inicialmente, o homem lançou mão de várias “ferramentas” primitivas por vezes consideradas bizarras ou esquisitas, como os sinais de fumaça e a percussão do tambor - de fogueiras e até de animais, como o pombo e o cavalo. Exemplo disso é o Pony Express, o lendário correio expresso criado para transportar correspondências a cavalo pelos territórios selvagens dos Estados Unidos. Inaugurado em três de abril de 1860, ele foi encerrado em 26 de outubro de 1861, dois dias depois que o Telégrafo Transcontinental começou a operar em Salt Lake City, no estado de Utah. O Pony Express durou apenas um ano e meio, e sua função literalmente desapareceu na poeira do tempo, com a introdução do telégrafo elétrico.

Muito anos antes, uma solução prática de transmissão de longo alcance foi conseguida através de sistemas óticos, por meio dos movimentos de braços e do corpo, seguindo um código previamente estabelecido; e depois, de forma elétrica, utilizando fios, o homem transmitiu o bip do Código Morse para começar, e por fim, a voz. Neste caso, por ser um evento mais recente, existe registros confiáveis que definem quando isso aconteceu. Foi em de 24 de maio de 1844 que Samuel Finley Breeze Morse inaugurou os 1.000 metros da primeira linha de telégrafo elétrico funcional da História, ligando as cidades de Baltimore e Washington.

Centenas de pesquisas e experiências foram efetuadas na área da telegrafia, desde que o filósofo natural e médico britânico William Gilbert, nascido em Colchester, Essex, em 25 de maio de 1544 publicou em Londres em 1600 o livro De Magnete, amplamente reconhecida como a primeira obra a tratar com mais profundidade os fenômenos do magnetismo e da eletricidade. Gilbert foi um pioneiro nos experimentos com a eletrostática. Através de seus trabalhos nesse campo, ele classificou os materiais em condutores e isoladores, e inventou o primeiro eletroscópio. Gilbert foi uma figura notável na história da elétrica. Foi ele quem cunhou o termo Eletricidade ao manipular o Âmbar para estudar estática. Em grego, Âmbar se chama ELEKTRON, daí o nome. O cientista inglês foi o primeiro a utilizar os termos Força Elétrica, Atração Elétrica, e Polo Magnético.

Segundo a revista Radioamadorismo e Faixa do Cidadão (Ano 2 – número 8), em 1º de fevereiro de 1753 a publicação escocesa The Scots Magazine publicou uma carta assinada pelo cientista Charles Marshall. Esse artigo é considerado a primeira referência documentada sobre o uso de um telégrafo de uma forma elétrica. Marshall o explicou assim:

“A potência elétrica pode propagar-se de um ponto para outro por um fio metálico sem ser atenuada ao longo de sua ‘corrida’, em um sistema de comunicação telegráfica, que consiste em um feixe de 24 fios e cada fio corresponda a uma letra do alfabeto...”.

De acordo com os resultados de sua pesquisa, o objetivo de Charles Marshall era definir um fio para cada letra do alfabeto, com a função de ligar os dois pontos. No terminal do receptor, Charles Marshall inseriu pedaços de papel. Quando uma pequena carga elétrica foi carregada através do fio da estação emissora, os papéis foram atraídos para as extremidades dos fios. Desta forma, a letra correspondente ao fio através da qual a carga carregada, foi localizada. Consequentemente, a mensagem foi decodificada na ponta de recepção. Porém, a potência do telégrafo de Marshall se limitava a uma distância de apenas 50 metros.

21 anos depois, o primeiro teste com um telégrafo semelhante foi realizado pelo físico suíço Georges-Louis Le Sage (1724 – 1803). Em 1774, ele produziu um telégrafo elétrico que usava 24 fios metálicos para transmitir mensagens, ou seja, um fio para cada letra do alfabeto, separados uns dos outros e revestidos por uma capa feita com material que os protegia das ações do tempo. Cada um desses fios era ligado a um eletrômetro individual, formado por uma bolinha suspensa por um fio de seda. Quando um dos fios entrava em contato com um bastão eletrizado, a bolinha e o eletrômetro correspondente eram repelidos, indicando a letra do alfabeto que se havia transmitido de uma para outra estação. Contudo, o fluxo do aparelho se limitava entre dois quartos da casa de Le Sage. Então, a telegrafia eletrostática logo se espalhou pela Europa. Muitos outros tentaram, porém, sem sucesso, muito pela falta de apoio. Esse revolucionário sistema de telecomunicação por um código de sinais só alcançaria pleno êxito depois de 1779, com a introdução da pilha elétrica por Alessandro Volta (1745 – 1827), e mais tarde, pela invenção do Código Morse.

Em 1787 o engenheiro espanhol Agustín de Betancourt y Molina (1758 – 1824) inventou um curioso sistema de comunicação conhecido com telégrafo ótico, com o qual conseguiu comunicar-se a distância fazendo passar a descarga das garrafas de Leyden pelos fios metálicos que uniam asa cidades de Madri a Aranjuez. A Garrafa de Leyden é um tipo de condensador criado em 1746 pelo cientista e inventor holandês Peter van Musschenbroek (1692 – 1761).

Em 15 de agosto de 1794, o abade e engenheiro francês Claude Chappe, junto com seu irmão Ignace Chappe (1760 – 1829) concluiu a implantação de um telégrafo ótico (ou semafórico) entre Paris e a Ilha de Lille, no Mar Mediterrâneo. Este sistema nasceu da necessidade de suprir as deficiências de comunicação rápida e segura surgidas logo após a Revolução Francesa (14 de julho de 1789). Inicialmente, o telégrafo de Chappe consistia num conjunto de 120 torres sinalizadoras móveis instaladas em linha reta que transmitiam letras e sinais codificados a distância de 700 quilômetros em até 20 minutos. Cada torre era dotada de dois telescópios, cada uma apontando em um sentido da linha. Os sinais emitidos em cada uma dessas torres eram vistos com facilidade pelo operador da torre vizinha. Munidos com uma luneta, estes retransmitiam os sinais para a torre subsequente. A distância entre os postos variava de seis a 16 quilômetros, dependendo da visibilidade. Os sinais ópticos venciam 230 quilômetros em dois minutos. Mas por razões óbvias, o telégrafo de Chappe não funcionava à noite e nem em dias com nevoeiro.

A palavra semáforo foi criada por Claude Chappe ao batizar o telégrafo ótico que inventara. Muitas vezes, o abade é considerado o criador do primeiro sistema prático de telecomunicações. Ele cometeu suicídio aos 42 anos em Paris em 23 de janeiro de 1805, atirando-se em um poço em seu hotel, quando tinha 42 anos de idade. Chappe passava por uma profunda depressão causada pela doença e pela perseguição dos rivais, que alegavam que seu sistema de semáforos era fruto de plágio. O telégrafo ótico dos irmãos Chappe aparece de forma importante no desenvolvimento da obra O Conde de Monte Cristo (1844), de Alejandro Dumas (1802 – 1870). No final do Capítulo 61 e início do Capítulo 62 do romance, o conde suborna um operador do telégrafo ótico para que ele envie uma mensagem falsa.

“Acho melhor conservar as ilusões que ainda tenho a respeito dos insetos; basta me ter já perdido as que tinha a respeito dos homens. Não irei portanto nem ao telégrafo do ministério do Interior, nem ao telégrafo do Observatório. Prefiro o telégrafo em pleno campo. Com o puro homenzinho petrificado na sua torre. (...) Não na mesma tarde, como dissera, mas sim no dia seguinte, o conde Monte Cristo saiu pela barreira do Inferno, tomou a estrada de Orleães, passou pela aldeia de Linas sem se deter no telégrafo, que precisamente no momento da passagem do cinde movia os longos braços descarnados, e alcançou a torre de Montelhéry, situada, como toda gente sabe, no ponto mais elevado da planície do mesmo nome.

Ao pé da colina o conde apeou-se e, por um carreirinho circular, de dezoito polegadas de largura, começou a subir a encosta. Chegado ao cimo, viu-se detido por uma sebe na qual frutos verdes tinha sucedido às flores cor-de-rosa e brancas. Monte Cristo procurou a porta do recinto e não tardou a encontrá-la. Era uma cancelinha de madeira que girava em gonzos de vime e se fechava com um prego e um cordel. O conde não tardou a descobrir o funcionamento do ‘mecanismo’ e a porta abriu-se”.

Parece que o acontecimento que mais alavancou o desenvolvimento do telégrafo elétrico ocorreu em 19 de março de 1800, quando o físico Alessandro Volta apresentou na Royal Society em Londres, a pilha elétrica, também conhecida como bateria eletroquímica, pilha polarizável, ou simplesmente Pilha de Volta. É o primeiro dispositivo produtor de corrente elétrica contínua que se conhece.

O diplomata e inventor Paulo Schilling, também conhecido como Barão Pavel L'vovitch Schilling, nascido em Reval, na atual Estônia em cinco de abril de 1786, realizou contribuições significativas no campo da telegrafia elétrica no início do Século 20. Considerado por muitos o pioneiro na invenção da telegrafia eletromagnética, durante anos ele trabalhou em um sistema de telégrafo prático. Em 1828, ele apresentou seu primeiro protótipo de telégrafo usando corrente elétrica, transferidos ao longo de fios esticados entre dois locais. Este dispositivo se fundamentava em um sistema de agulha única que utilizava um código telegráfico para indicar caracteres em uma mensagem. Schilling foi o primeiro a colocar em prática a ideia de um método binário de transmissão de sinais.

Em 10 de junho de 1837, os cientistas britânicos Wiliam Fothergill Cooke (1806 – 1879) e Charles Heatstone (1802 – 1875) patentearam um sistema telegráfico dotado de seis fios e cinco ponteiros que se movimentavam em pares para indicar a letra do alfabeto em um painel. Em quatro de julho de 1837 eles testaram o aparato instalado num vagão ferroviário da London Railway Birmingham. 7 – 36 – 78 – 220 - 226 – 227.

Sergei Einstein, nascimento

1898. Nasce em Riga, Letônia, o pensador e cineasta Sergei Mikhailovitch Einstein, o criador do cinema como ele é hoje. Logo depois da revolução de 1917, Einstein entrou para o cinema e para o teatro como cenografista. A seguir, optou pela direção, adotando o cinema como arma política. Seu trabalho reflete com realismo o espírito revolucionário na Rússia nos anos 1920 e influenciou diretores como Jean-Luc Godard, Orson Welles, Briam de Palma e outros. Seu primeiro filme foi A Greve, de 1925. Seus trabalhos mais importantes são: Diário de Glumov e O Encouraçado Potenkin, narrativa do motim naval russo de 1905.

O Encouraçado Potenkin é largamente considerado pela crítica como um dos melhores filmes de todos os tempos. Em 1928, Sergei Einstein lançou o documentário Outubro, relatando a revolução russa de 1917, um clássico do cinema mudo. Depois de uma passagem infeliz pelos EUA nos anos 1930, ele se transferiu para a América do Sul, onde realizou Que Viva México. Voltou para a União Soviética em 1938, e dirigiu o filme Alexandre Nevski. Em 1944, realizou a primeira parte de Ivan o Terrível. A segunda parte não agradou o ditador Josef Stalin (1879 - 1953) e permaneceu proibida até 1958. A terceira parte ele não concluiu. Sergei Eisntein morreu aos 50 anos em Riga, Letônia, em 11 de fevereiro de 1948. 4 - 36.

Jeanne Moreau, nascimento

1928. Nasce em Paris, França, a atriz Jeanne Moreau. Filha de um barman francês com uma corista inglesa, ela estudou no Conservatório de Paris, passando pela Comédie Française. No teatro, alcançou sucesso nas peças A Máquina Infernal, do cineasta e dramaturgo Jean Cocteau (1889 - 1963) e Pigmaleão, do dramaturgo George Bernard Shaw (1856 - 1950). Estreou no cinema em 1948, no filme Dernier Amour. Nos anos 1950 apareceu em filmes sem importância, consagrando-se somente em 1959 em Ligações Amorosas. Os filmes mais importantes de Jeanne Moreau são A Noite (1960), O Processo (1962), Eva (1962), Mata-Hari (1964), Viva Maria (1965), Nikita - Nascida Para Matar (1990), e Cada Um Com Seu Cinema (2007). Jeanne Moreau faleceu em Paris em 31 de julho de 2017, ao 89 anos. 4 - 36.

Anna Pavlova, morte

1931. Morre de pneumonia aos 49 anos em Haia, Holanda, a bailarina Anna Matveievna Pavlova. Também grafada como Anna Pavlovna Pavlova, estudou na escola imperial de balé do Teatro Miriinski, formando-se em 1899. Com um estilo leve e poético, tornou-se primeira bailarina em 1906, depois de dançar O Lago dos Cisnes, do compositor Tchaikovsky (1840 - 1893). Ainda na Rússia, consagrou-se nas apresentações de La Bayadére e A Morte do Cisne.

A seguir, Pavlova excursionou pelo mundo participando da lendária apresentação do Balé Miriinski em Paris, em 1909, ao lado de Vaslav Nijinski (1890 - 1950). Em 1913, mudou-se para Londres e fundou sua própria companhia. Uma das maiores dançarinas da História, Ana Pavlova se especializou em danças típicas de diversos de diversos países. Sua arte ia do bale clássico às danças, mexicanas, indianas e japonesas. Anna Matveievna Pavlova nasceu em São Petersburgo, Império Russo, em 12 de fevereiro de 1881 (31 de janeiro pelo calendário Juliano). 36 – 78.

Profissionalização no futebol no Brasil

1933. Começa o profissionalismo no futebol brasileiro. Até ali, jogadores consagrados como Arthur Friendenreich (1892 - 1969) recebiam salários de forma não oficial. Além disso, os atletas podiam se transferir de clube depois de dois meses de estágio. As agremiações pagavam luvas e salários por baixo do pano sem a menor segurança no investimento. Assim, craques como Leônidas da Silva (1913 - 2004) e Filó (1905 - 1974) estavam se transferindo para o exterior em busca de dinheiro.

Os clubes de futebol do Rio de Janeiro C. R. Vasco da Gama, América F. C., Fluminense F. C., Bangu A. C. e Bonsucesso F. C. rompem com a Associação Metropolitana de Esportes Atléticos e fundam a Liga Carioca de Futebol. Em São Paulo, o Palestra Itália, hoje Palmeiras F.C., o E.C. Corinthians Paulista, Santos F.C., Associação Portuguesa de Desportos, C.A. Ypiranga e A.A. São Bento pressionam a Associação Paulista de Esportes Atléticos, acabando assim com a hipocrisia.

Esse procedimento culminou com a criação da Liga Carioca de Futebol, que oficializou o esporte como profissional, fato não reconhecido. Em 1915 foi criada, então, a FBF (Federação Brasileira de Futebol), em oposição à FBS (Federação Brasileira dos Sports), criada no ano anterior. Em 1917, ambas se uniram e criaram a CBD (Confederação Nacional de Futebol).

O Torneio Rio/ São Paulo Primeira, a competição profissional do futebol brasileiro, foi realizado pela primeira vez em 1933, mas só passou a ser disputado anualmente a partir de 1950. O Palestra foi o campeão, ficando também com o título paulista. Outro procedimento importante nesse sentido foi a extinção do Passe Livre através da Medida Provisória editada em Brasília em 21 de março de 2001. Ambas contribuíram para o fim da escravidão do jogador de futebol.

Naquela época, metade da década de 1960, o futebol no interior do país era semiprofissional, e experimentava uma excelente fase. Em Campo Grande, Mato Grosso do Sul não era muito diferente. Afinal, em 1962 a Seleção Brasileira havia conquistado o bicampeonato mundial, e o Santos de Pelé e companhia havia se consagrado, ao se tornar o primeiro clube brasileiro a conquistar a Taça Libertadores da América, e depois, o Campeonato Mundial de Clubes.

Os atletas do Esporte Clube Comercial e do Operário Futebol Clube, as duas notórias agremiações da cidade, em sua maioria eram “importados” de São Paulo e Rio de Janeiro, e recebiam salários “por fora”, pagos por alguns torcedores beneméritos. Em 1965, o Comercial contratou em São Paulo dois atacantes que se destacaram atuando pelo Colorado: Pinheiro e Hamilton, que eram “apadrinhados” por João Câncio Cruz.

João Câncio, o dono do Mercado do Sapato, uma loja diferenciada que ficava na baixada da Rua 14 de julho quase esquina com a Rua Maracaju, era uma espécie de torcedor símbolo do Comercial. Foi ali que, no meio do ano de 1963, comecei a aprender a lidar com vendas, vendendo sapatos. A casa tinha como logomarca o Brazinha (com Z), o personagem dos desenhos lançado nos Estados Unidos pela Harvey Productions em 1º de outubro de 1957. Brazinha fazia muito sucesso no Brasil não só entre as crianças, mas também entre os adultos, e tinha sua própria revista editada pela Editora Vecchi (1913 – 1983). A figura deste “sinistro” personagem estava estampada nos espelhos, nos balcões e nas portas de aço da entrada do estabelecimento. Ao lado do Mercado do Sapato ficava a Casa Dragão, uma loja especializada na venda de panelas, cristais e artigos para presentes. Seu proprietário era o corumbaense José Borges de Barros, irmão do político e comerciante Nelson Borges de Barros, fundador da Casa Victor, e do humorista e dublador Borges de Barros (1923 – 2007), um artista que fez uma carreira de sucesso nacional. Além de dublar o personagem Dr. Smith na série de TV Perdidos no Espaço, Borges de Barros encarnava o mendigo “milionário” que fumava uma bagana de charuto na Praça da Alegria, comandado na TV Record por Manuel da Nóbrega (1913 – 1976), pai do Carlos Alberto da Nóbrega (1936- ), que hoje apresenta A Praça é Nossa, no SBT. “Amigo” de personalidades do mundo político da época, o mendigo encarnado por Borges de Barros se consagrou com o jargão Como vai, meu caro colega?.

Exigente professor de vendas, João Câncio, mostrava a nós, vendedores, como se sair bem nas vendas. Ele sempre dizia:

“Freguês dentro da loja é meia venda. Não o deixem escapar”.

Assim, quando o cliente colocava os pés na porta, “atacávamos” imediatamente. Num daqueles dias gelados de inverno do Cerrado, chegou ao Mercado do Sapato um elegante homem de meia idade muito alto, vestindo um pesado capote de lã escura e calçando botas de canos longos. Na cabeça, um chapelão de feltro Ramenzoni. Parecia o personagem Velho do Rio da primeira versão da novela Pantanal; porém, sem a barba. Quando ele entrou na loja, eu me postei à sua frente, pronto para faturar uma venda. Ato continuo, perguntei:

“Às suas ordens senhor”.

Sem tirar as mãos dos bolsos do capote, o homem ficou estático, fazendo cara de deboche. Vendo que aquela atitude teatral havia me deixado em apuros, ele perguntou:

“Vocês têm chiola?”.

Embaraçado, olhei para dentro da loja com a intenção de pedir ajuda, pois não tinha a menor ideia do que seria chiola. Lá nos fundos do salão estavam o João, observando a cena. Fui até lá e perguntei o que seria aquilo que o cliente estava procurando, e ele respondeu em tom muito sério:

“Volta lá e pergunta para o freguês... o vendedor é você!”.

Voltei para onde estava o homem do capote e, meio sem graça indaguei o que era chiola. A resposta veio tão curta e grossa, que não cabe aqui; mas posso adiantar que era uma rima jocosa que terminava com as palavras “duas bolas...”.

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Voltando ao assunto profissionalismo marrom, me lembro que o João Câncio comandava a torcida organizada do Esporte Clube Comercial. Ele era o responsável pelo foguetório que explodia no acanhado Estádio Belmar Fidalgo nos dias (ou noites) em que o Colorado – que utiliza camisas vermelhas, calções brancos e meias vermelhas - disputava uma partida. Para angariar os fundos necessários para a compra dos fogos, ele fazia correr uma lista entre os comerciantes e torcedores mais apaixonados do clube, para a satisfação do técnico Arlindo Caldas. Convocado para ajudá-lo a disparar aquelas baterias de fogos, eu ia ao estádio muito a contragosto, porque sou torcedor do Operário Futebol Clube, o principal rival do Comercial.

A década de 1970 foi um período foi muito bom para o futebol de Campo Grande (MS). O Comercial se tornou em 1973, o primeiro clube do estado do Mato Grosso ainda integrado a disputar um Campeonato Brasileiro da primeira divisão. O clube, fundado em 15 de março de 1943, já foi campeão em dois estados diferentes: no Mato Grosso integrado, e no Mato Grosso do Sul, que tornaram-se dois estados em 1979.

O Operário Futebol Clube, conhecido também como Operário de Campo Grande, ou ainda Galo é cinco anos mais velhos do que o rival Comercial. Foi fundado em 21 de agosto de 1938 por um grupo de operários da construção civil. O Operário e o Comercial, quando se enfrentam, fazem o clássico Comerário.

Na temporada de 1977, sob o comando do técnico Carlos José Castilho (1927 – 1987), o lendário goleiro do Fluminense e Bicampeão Mundial pela Seleção Brasileira em 1958 e 1962, o Operário realizou uma das melhores campanhas de um clube do centro-oeste na história do Campeonato Brasileiro: terceiro lugar na classificação final. Com o goleiro Manga (1937 - ), o time eliminou, naquele ano, equipes como o Fluminense, vencendo o clube carioca por 2X1 no Estádio Morenão. Nas semifinais, o time de Capo Grande enfrentou o São Paulo FC. O jogo de ida aconteceu na capital paulista, onde o Galo foi derrotado pelo tricolor paulista diante de 103 092 torcedores que lotaram o Estádio do Morumbi, batendo o recorde de público em jogos do tricolor paulista em campeonatos brasileiros. Em 1979 e 1981, o Operário foi, respectivamente o sétimo colocado no Brasileirão. O título mais importante da história do Operário foi conquistado na President’s Cup, um torneio internacional realizado na Coreia do Sul em Em 1982. Representando o Brasil, o Operário, depois de vencer o Bayern Leverkusen por 2X0 ainda na fase classificatória, eliminou o PSV Eindhoven na semifinal, ao vencer por 4X0 a equipe alemã. O Operário disputou a final com a Coreia do Sul, jogo que ficou no 0X0. Então, o título ficou com o Galo campo-grandense e a Seleção do País anfitrião. 36 – 41 – 78 - 211.

João Ubaldo, nascimento

1941. Nasce em Itaparica (BA), o advogado, jornalista e escritor João Ubaldo Osório Pimentel Ribeiro, simplesmente João Ubaldo. Trabalhou como repórter e chefe de reportagem do Jornal da Bahia e foi redator-chefe da Tribuna da Bahia. Estreou como escritor em 1971 com o livro Sargento Getúlio. Em 1984 ele se consagrou ao lançar Viva o Povo Brasileiro. Outros livros de João Ubaldo destacam-se: Vila Real e Sorriso do Lagarto, A Casa dos Budas Ditosos. Em sete de outubro de 1993 ele foi eleito para a Academia Brasileira de Letras. Em 2008, João Ubaldo ganhou Prêmio Camões de 2008, a maior premiação para autores de língua portuguesa. Morreu aos 73 anos na capital carioca em 18 de julho de 2014, de embolia pulmonar. 36.

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Acordo de Paris para a Guerra do Vietnã: assinatura

1973. Durante oito anos, intensos bombardeios despejaram mais bombas sobre o Vietnã, o Laos e o Camboja do que o total lançado durante a Segunda Guerra Mundial: oito milhões de toneladas, deixando um saldo de 58.000 soldados norte-americanos mortos. 300 mil voltaram, entre os quais 8.600 feridos e mutilados e 1.626 desapareceram em ação. Não existem números confiáveis das baixas do lado vietnamita. Calcula-se que entre 240.000 e 300.000 cambojanos, e 20.000 a 62.000 laocianos perderam a vida também. Pelo câmbio da época, os Estados Unidos gastaram mais de 15 bilhões de dólares, destruíram 70% dos povoados do norte e inutilizaram mais de 10 milhões de hectares de terras.

Em 27 de janeiro de 1973, o Secretário de Estado norte-americano Henry Kissinger (1923 - ) e o enviado vietnamita Le Duc Tho (1911 - 1990) se reúnem no Hotel Majestic para discutir os Acordos de Paz de Paris, também conhecidos como Acordo de Paris para o Fim da Guerra e Restauração da Paz no Vietnã. O documento estabelecia o cessar-fogo, a retirada das tropas norte-americanas, a convocação de eleições gerais no Vietnã do Sul e a libertação dos prisioneiros de guerra: 595 americanos, 26 mil sul-vietnamitas e quatro mil membros da FNL (Frente Nacional de Libertação).

O Acordo de Paris pôs fim a intervenção militar dos Estados Unidos na região, mas o conflito se transformou numa sangrenta guerra civil que só terminou em 30 de abril de 1975, com a tomada de Saigon, capital do Vietnã do Sul pelos Vietcongs. Ato contínuo, as tropas norte-americanas retiraram-se do Vietnã, quando foram definitivamente derrotadas pelos vietcongues. Finalmente, em dois de julho de 1976, o país se reunificou com o nome de República Socialista do Vietnã.

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A história da Guerra do Vietnã  ou Guerra do Vietname, também conhecida como Segunda Guerra da Indochina ou simplesmente Guerra Americana, considerado como o mais expressivo conflito gerado pela Guerra Fria começa em sete de maio de 1954, quando terminou no Vietnã a dominação de 100 anos pela França, derrotada que foi na batalha de Diem Bin Phu. Um acordo assinado estabeleceu a retirada das tropas francesas e a divisão do país em Vietnã do Norte, sob o domínio comunista do estadista Ho Chí Minh (1890 – 1969), e Vietnã do Sul, monarquia independente encabeçada pelo imperador Bao Daí (1913 – 1997), com apoio dos Estados Unidos. O desentendimento começou em 1959, quando o Vietcongue (Exército de Libertação Nacional), se uniu às tropas do norte para tentar derrubar o regime pró-ocidente do Vietnã do Sul e reunificar o país.

Em 1961 começou a participação dos Estados Unidos, com o envio de 15.000 conselheiros militares. Alguns países reagiram mal a esse novo estágio de envolvimento dos norte-americanos naquela guerra. A União Soviética e a China protestaram contra Washington, mas o Reino Unido e Austrália apoiaram a ação norte-americana. A França foi o único país a pedir que as partes envolvidas entrassem em negociações.

Incidentes do Golfo de Tonquim

A efetiva intervenção dos Estados Unidos foi decidida em três de agosto de 1964, quando o então presidente dos Estados Unidos Lyndon B. Johnson (1908 – 1973 fez uma reivindicação de que forças norte vietnamitas tinham atacado os contratorpedeiros Maddox e Turner Joy ao largo do Golfo de Tonquim, o braço do Mar da China Meridional. Os dois navios cruzavam a costa do Vietnã do Norte, supostamente águas internacionais. Eles estavam em missão de patrulha eletrônica e secreta, quando o Maddox foi atacado por três destróieres P-4 de construção soviética supostamente pertencentes à República Democrática do Vietnã, ou Vietnã do Norte. Dias depois, durante a noite escura de quatro de agosto, aviões da frota norte-americana ao largo do Vietnã participaram do apoio ao fogo dos destróieres contra os atacantes, que, entretanto, nunca foram localizados nem vistos, tratando-se apenas de sinais não identificados nos radares da frota marinha dos Estados Unidos, conforme foi divulgado anos mais tarde, quando documentos secretos se tornaram públicos e, como negado na época, pelo governo de Hanói.

Então, os Estados Unidos, decidiram partir para o confronto. Johnson ordenou, em retaliação, um ataque aéreo contra as bases navais norte-vietnamitas. Na mesma noite, numa mensagem à nação em rede de televisão, o presidente afirmou que forças navais norte-americanas haviam sido atacadas no Vietnã. Em mensagem enviada ao Congresso no dia seguinte, o dirigente afirmou que o regime norte-vietnamita realizou ataques deliberados contra navios da Marinha dos Estados Unidos em águas internacionais.

Os Estados Unidos utilizaram esses dois incidentes separados como pretexto para se envolver diretamente na Guerra do Vietnã, um conflito armado entre o Vietnã do Norte e o Vietnã do Sul, cujas capitais eram Hanói e Saigon como capitais, respectivamente. Embora tivesse havido um primeiro ataque alegadamente em resposta a uma provocação feita por um comando do Vietnã do Sul na costa - que havia sido equipado e orquestrado pelos Estados Unidos, ficou provado depois que a reivindicações de um segundo ataque era infundado.

Em oito de março de 1965, 3.500 fuzileiros navais chegam ao Vietnã do Sul e desembarcam em Da Nang, uma cidade costeira na região central do Vietnã conhecida pelas praias de areia e pela história como porto colonial francês. Foram as primeiras tropas de combate norte-americanas. Em 1969, 541.000 soldados norte-americanos já estavam envolvidos na Guerra do Vietnã.

A participação dos Estados Unidos na Guerra do Vietnã foi marcada por polêmicas e protestos, com as cenas dos combates chocando a opinião pública mundial. O exército norte-americano foi intensamente criticado por promover massacres contra civis de pequenas aldeias vietnamitas destruídas com napalm, sob a alegação de abrigarem guerrilheiros comunistas criaram um clima triste e sombrio no mundo ocidental. Tudo foi acompanhado bem de perto por uma trilha sonora antiguerra, notadamente na segunda metade da década de 1960. O rock’n roll deixou sua letras ingênuas lado e mergulhou de cabeça nos protestos contra a guerra do Vietnã. Pela primeira vez, as redes de televisão, com seus correspondentes tendo com pano de fundo os cenários reais dos combates sangrentos exibiam as filas de caixões de combatentes mortos no conflito, a maioria de jovens.

Guerra do Vietnã: a Batalha de la Drang

Em 15 de novembro de 1965 aconteceu a Batalha de La Drang, a primeira grande contenda travada entre o Exército dos Estados Unidos e o Exército do Povo do Vietnã, mais precisamente o primeiro combate travado pelos norte-americanos contra o exército do Vietnã do Norte, o conflito armado ocorrido no Sudeste Asiático entre 1º de novembro de 1955 e 30 de abril de 1975. A Batalha de La Drang aconteceu entre 14 e 18 de novembro de 1965, em duas zonas de desembarque ao noroeste de Plei Me, nas serras do Vietnã do Sul. 237 soldados morreram em combate e outros 258 ficaram feridos; em 17 de novembro os norte-americanos sofreram várias emboscadas e investidas do inimigo, que resultou num dos combates mais sangrentos do conflito, onde 155 soldados morreram e 126 feridos ficaram feridos. Do outro lado, pelo menos 1.000 norte-vietnamitas foram mortos. O nome da batalha deriva do rio Drang, que passa pelo vale a nordeste de Plei Me, onde os principais combates ocorreram; la significa rio na língua montagnard.

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Guerra do Vietnã: Ofensiva do Têt

Em 30 de janeiro de 1968, véspera do Têt Nguyên Dán,  o primeiro dia do Ano Novo Lunar Chinês e o feriado mais importante do país, um violento e inesperado ataque das forças comunistas se transformou no mais sangrento episódio da Guerra do Vietnã. Unidades vietcongues apoiadas pelo exército do Vietnã do Norte lançaram um ataque sobre várias regiões do Vietnã do Sul. Guerrilheiros e soldados norte vietnamitas invadiram inclusive o prédio da embaixada dos Estados Unidos em Saigon, atacando as principais bases norte-americanas em Hue e Khe Sanh.

Na Ofensiva do Têt, como ficou conhecida a operação, as tropas estadunidenses e sul-vietnamitas reagiram com violência. 36 das 44 das maiores cidades sul vietnamitas foram arrasadas. A antiga cidade imperial de Hué ficou completamente devastada. Na aldeia de My Lai, soldados norte-americanos massacraram centenas de civis desarmados, mulheres e crianças.

Na base aérea norte-americana de Da Nang, mais de 30 aeronaves são destruídas. Nos confrontos, fica o saldo de mais de 50.000 vietnamitas mortos e dois milhões de refugiados. Cerca de 4.000 soldados norte-americanos morreram. A Ofensiva do Têt mudou a história da Guerra do Vietnã. Na verdade, a Ofensiva foi um ataque em três fases desencadeado pelos norte-vietnamitas e vietcongues contra as forças norte-americanas e sul vietnamitas entre 30 de janeiro e 28 de maio; cinco de maio e 15 de junho - e 17 de agosto e 23 de setembro de 1968.

Nos Estados Unidos, os protestos pelo fim da participação do país se intensificaram, pressionando o governo. O presidente Richard Nixon, tentando encontrar uma saída honrosa para o país, prometendo o retorno gradativo de suas tropas.

Guerra do Vietnã: O Massacre de My Lai

Logo nas primeiras horas daquela manhã de 16 de março de 1968, aconteceu na aldeia de My Lai o mais violento massacre contra civis levados a cabo pelas tropas norte-americanas durante o grande conflito armado que aconteceu no Vietnã, Laos e Camboja. Com a missão de limpar a aldeia de My Lai, 120 soldados da Companhia Charlie, da 11ª Brigada da 23º Divisão de Infantaria invadiram o humilde vilarejo. Suspeitava-se que os aldeões estivessem escondendo um grupo de inimigos. Pouco depois das oito horas, dois pelotões invadiram o povoado, enquanto um terceiro ficou na retaguarda. Os combatentes dos Estados Unidos vasculharam as choupanas, onde se encontravam apenas famílias e torturaram, molestaram sexualmente e estupraram várias mulheres na frente de crianças e idosos, torturados e mutilados antes de serem assassinados a sangue-frio. Centenas de tiros foram disparados a esmo. No peito dos mortos, a inscrição Companhia C gravada com a ponta das baionetas. O massacre só foi interrompido graças à iniciativa do piloto de helicóptero Hugh Thompson Jr. (1943 – 2006), que vendo do alto a matança, pousou o aparelho e ameaçou atirar com as metralhadoras contra os soldados. Resultado: 504 aldeões, sendo 182 mulheres (17 grávidas) e 173 crianças, tinham sido abatidos sob a liderança do tenente William Laws Calley Jr. (1943 - ). A suspeita de que My Lai era esconderijo de combatentes do Vietnã do Norte era falsa.

O fotógrafo militar Ronald Ridenhour (1946 – 1998), foi o primeiro jornalista a denunciar o Massacre de My Lai através de uma carta enviada ao presidente Richard Nixon (1913 – 1994) e membros do Congresso norte-americano. Em março de 1970, 25 soldados foram indiciados por crime de guerra e ocultação de fatos e provas. Mas somente o tenente William Laws Calley Jr. (1943 - ), comandante do pelotão responsável pelas mortes foi indiciado e julgado. Condenado à prisão perpétua, ele foi perdoado dois dias depois da divulgação da sentença pelo presidente Nixon. Calley cumpriu apenas três anos e meio de prisão domiciliar na base militar de Fort Benning, no estado da Geórgia.

Conhecido como O Massacre de Ly Lai, o episódio foi abafado pelos oficiais da companhia por quase um ano. Este é largamente considerado como o genocídio da Guerra do Vietnã. 2 – 33.02/03/2001 - 36 – 39 - 41 - 46.20/05/1998 – 51 – 78 – 272.

Raízes, a série: estreia

1977. Um dos maiores fenômenos da televisão de todos os tempos, é lançada pela rede de televisão ABC dos EUA a minissérie Roots, em português Raízes. Baseada no livro do escritor Alex Haley (1921 - 1992), a produção de seis milhões de dólares ganhou o Prêmio Emmy, e colocou a rede ABC no primeiro lugar de audiência. Durante oito noites seguidas, 130 milhões de norte-americano ficaram ligados na TV.

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Para escrever o livro, Alex Haley pesquisou durante 12 anos a história do seu antepassado Kunta Kinte, também conhecido como Toby Waller, aprisionado numa aldeia africana em 1767 e vendido como escravo para os Estados Unidos. Com um elenco formado por nomes famosos como Lloyd Bridges, Louis Gosset Junior, Vic Morrow, Ben Vereen e outros, a minissérie Raízes estreou com sucesso no Brasil na Rede Globo em maio de 1979.

Em 30 de maio de 2016 estreou nos EUA uma nova versão com Laurence Fishburn, Forest Whitaker, Anna Paquin, Jonathan Rhys, Anita Noni Rose, entre outros. 78 -147.

Esquadrão Classe A, a série: estreia

1983. Nos Estados Unidos estreia a série The A-Team, no Brasil, Esquadrão Classe A.

O seriado conta as aventuras de um grupo fictício de ex-Comandos do Exército norte-americano que atuava como mercenários utilizando práticas comuns da Guerra do Vietnã, formado pelo coronel John Hannibal Smith (George Peppard), o tenente Cara-de-Pau Peck (Dirk Benedict), o Louco Furioso Murdock (Dwight Schultz) e Baracus (Mr. T). Em 10 de junho de 2010 estreou aos cinemas do Brasil um longa-metragem com o mesmo nome, inspirado na série de TV. 138 – 148.

Salvador Dalí, morte

1989. Morre aos 84 anos por complicações do Mal de Parkinson em sua cidade natal o artista plástico surrealista Salvador Domingo Felipe Jacinto Dalí i Domenèch, Marquês de Dali de Púbol, simplesmente Salvador Dalí. Em 1921, entrou para a Escola de Belas Artes de São Fernando, em Madri. Em 1929, conheceu Pablo Picasso (1881 – 1973), e no ano seguinte entrou para o Movimento Surrealista, mas seria expulso em 1939, por divergências políticas. Entre 1930 e 1935 Dalí pintou seus melhores quadros, destacando-se o Persistência da Memória. Depois da Segunda Guerra Mundial, passou a imitar o classicismo renascentista, época em que expandiu suas atividades artísticas, criando móveis, joias, roupas, sapatos e até unhas postiças e influenciando peças publicitárias. Excêntrico, usava um bigode extravagante. Salvador Dalí morreu aos 84 anos por complicações do Mal de Parkinson em sua cidade natal em 23 de janeiro de 1989. 36. 78.

Código Nacional de Trânsito em vigor

1998. Promulgada em 23 de setembro de 1997 através da Lei Nº. 9 503, entra em vigor o novo Código Nacional de Trânsito Brasileiro, que prevê punições mais severas para quem comete infrações. Já em seu artigo primeiro, umas principais diretrizes: - “Trânsito seguro é um direito de todos e um dever dos órgãos e entidades do Sistema Nacional de Trânsito”. Dependendo do caso, o motorista é punido com a perda de até 20 pontos na Carteira de Habilitação num mesmo ano e corre o risco de ter o documento suspenso, punição que varia de um mês a um ano. A lei também prevê a inclusão da disciplina nos currículos escolares a partir do jardim de infância. 32.22/01/2000 – 33.22/01/2000.

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