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176911062684562? semestre / 2014002? semestre / 20143016256013186?tica, Ciência e Tecnologia00?tica, Ciência e TecnologiaPR?-REITORIA DE ENSINO2014COLET?NEAFORMA??O SOCIOCULTURAL E ?TICAEnsino PresencialTerceiro Eixo Temático159067522415500OrganizadorasCristina Herold Constantino Débora Azevedo MalentachiColaboradorasFabiana Sesmilo de Camargo CaetanoAline FerrariDire??o GeralPró-Reitor Valdecir Ant?nio Sim?oSUM?RIOConsidera??es Iniciais...................................................................................................................04Textos Selecionados......................................................................................................................05Hans Jonas: o imperativo tecnológico e a ética da responsabilidade..............................................05Sociedade da informa??o / Sociedade do conhecimento.................................................................11Reflex?es sobre a convergência midiática e mídias sociais.............................................................13O que é uma sociedade em rede? ..................................................................................................15Brasileiro passa mais tempo na internet que na TV.........................................................................19Ciberativismo: ativismo nasce nas redes e mobiliza as ruas do mundo..........................................21A internet agora tem lei.....................................................................................................................23Confira seis perguntas e respostas sobre o futuro da internet no Brasil..........................................25Google deve retirar vídeos ofensivos do YouTube...........................................................................26Microsoft desenvolve sistema de tradu??o por voz..........................................................................29Como e por que é preciso ensinar crian?as a programar.................................................................30Como o consumidor mudou o seu comportamento..........................................................................31O comportamento nas redes sociais................................................................................................32Paraplégico chuta bola com exoesqueleto de Nicolelis, mas quase ninguém viu............................34Selvageria, medo e ignor?ncia.........................................................................................................35O desafio de uma gera??o conectada..............................................................................................40Tireoide preservada..........................................................................................................................42Brasil perdeu 112 pesquisas de remédios por lentid?o de órg?os públicos.....................................44Programa Ciência sem Fronteiras apresenta mais problemas de gest?o........................................45Col?mbia faz 1? implante de cora??o artificial na América do Sul...................................................46Estudo aponta que causas do autismo seriam genéticas e ambientais...........................................47Nasa anuncia descoberta de planeta habitável fora do Sistema Solar............................................48Pesquisadores criam biofábricas de proteínas e reproduzem teia de aranha..................................50Pele artificial criada por laboratório da USP evitará testes com animais no Brasil..........................51Embri?es clonados geram células-tronco para curar diabetes.........................................................Uma vida melhor para os diabéticos................................................................................................A vacina brasileira contra a Aids......................................................................................................Ciência na música popular brasileira................................................................................................Tiras, charges e imagens.................................................................................................................Músicas.............................................................................................................................................525356606469Filme.................................................................................................................................................72Considera??es Finais.....................................................................................................................73Considera??es IniciaisBasta um clique ou um simples comando de voz para nos conectarmos a um ou vários programas e aparatos tecnológicos de última gera??o ao mesmo tempo. Na era do imediatismo e do consumismo desenfreado, pensamos e respiramos tecnologia. Quanto mais servidos por ela, mais dependentes nos tornamos de seus benefícios, das facilidades que nos oferece, de todo o conforto que propiciam. Você consegue se imaginar vivendo num lugar onde n?o há qualquer tecnologia que seja? Talvez por alguns dias? Algumas horas? No máximo, alguns minutos?! Para a maioria de nós, realmente é quase inimaginável e até desconfortável o simples ato de pensar na longínqua possibilidade de absten??o tecnológica.3573780163004500De m?os dadas com a tecnologia, a ciência caminha a passos largos. Tecnociência. Será este um casamento perfeito? Sabemos que a tecnociência produz conhecimentos, entretanto, sem uma reflex?o crítica e ética acerca de tais conhecimentos a sociedade “projeta-se tr?pega por um longo e escuro túnel”. O primeiro texto selecionado para compor este material prop?e com muita propriedade considera??es profundas sobre os efeitos da ciência e dos avan?os tecnológicos sobre a humanidade. O uso ou mau uso que o homem faz da tecnociência pode mesmo culminar num apocalipse gradual? Qual o nosso papel e quais as nossas a??es para evitar esse apocalipse e seus efeitos destrutivos na sociedade, no seio familiar, na humanidade? Há muito para se falar e pensar acerca da ciência, da tecnologia e da ética que deveria estar intrínseca a este universo onde o homem encontra-se completamente envolvido pelo espetáculo de suas próprias cria??es e descobertas. Pode o homem cientista, criador e dominador tornar-se vítima completamente dominada por suas inven??es? Como pode algo servir e dominar, libertar e escravizar ao mesmo tempo? Como pode algo feito pelo e para o homem distanciar-se da ética essencialmente humana? Será que Arnold Toynbee estava certo quando disse que “tornamo-nos deuses na tecnologia, mas permanecemos macacos na vida”? Somos reféns da tecnologia?-508020955000Na sequência, essas e outras reflex?es ser?o propostas. Que nossos olhos possam contemplar as belezas deste mundo tecnológico fascinante, conhecer mais sobre o que há de melhor e mais criativo nesta esfera fantástica e ilimitada de inven??es... Que possamos também respirar um pouco mais aliviados com as boas novas trazidas pela ciência... Mas, sobretudo, que nossos olhos sejam perspicazes o bastante para vigiar e analisar os rastros que a ciência e a tecnologia est?o deixando na minha, sua, nossa história. A tecnociência que temos à nossa disposi??o pode ser indispensável, todavia, importa-nos, primeiro, valorizar o que somos e o que, de fato, é insubstituível. ? preciso olhar para quem somos diante de toda a tecnologia que temos, olhar para o próximo que está diante de nós e, de fato, enxergar quem ele é e, deste modo, atuarmos juntos como protagonistas de histórias realmente significativas, construídas a partir das virtudes que nos torna essencialmente humanos. Paul Adams disse tudo: “Precisamos entender mais de pessoas do que de tecnologia.” Esta premissa constitui a dimens?o imensurável que n?o se pode perder no universo onde reinam a tecnologia e a ciência... Que fa?amos da tecnologia, da ciência, da ética e das boas ideias pontos de partida para o nosso crescimento pessoal e, por extens?o, para a constru??o de uma sociedade cada vez mais justa e solidária... Uma ótima leitura!Organizadoras-585470-58293000Textos SelecionadosEstamos ligados no automático, no iPod, iPed, iPhone, Smartphone, também no Facebook, Friendbook, Whatsapp, MSN e outros gêneros afins, e daqui a pouco tudo isso se tornará obsoleto. Novidades surgem, também, na ciência, na qual muitos depositam fé incondicional... Sem fé, é impossível agradar aos cientistas... A sensa??o é de que a vida de cada indivíduo está nas m?os desta dupla aparentemente infalível e sem limites: ciência e tecnologia. Mas ser?o mesmo infalíveis? Até que ponto? Quais os limites, por exemplo, nas experiências realizadas em nome da ciência? Por qual ética respondem? De que modo o homem usa a tecnologia que cria? Quais as ideias ou inten??es que movem o cora??o do homem no uso da ciência e da tecnologia? Como fica a vida e as rela??es humanas diante de tudo isso? Sem dúvida, precisamos de uma pausa para ler e pensar...Hans Jonas: o imperativo tecnológico e a ética da responsabilidadeJosé Eduardo de SiqueiraMédico, Doutor em Bioética pela Universidade do Chile,Professor de Clínica Médica e Bioética da Universidade Estadual de LondrinaHans Jonas aponta para o choque causado pelas bombas at?micas de Hiroshima e Nagasaki como o marco inicial do abuso do domínio do homem sobre a natureza causando sua destrui??o. Diz textualmente numa entrevista publicada no 171 da revista Esprit do mês de? maio de 1991: "Ela p?s em marcha o pensamento em dire??o a um novo tipo de questionamento, amadurecido pelo perigo que representa para nós próprios o nosso poder, o poder do homem sobre a natureza". Porém, mais do que a consciência de um apocalipse brusco, ele percebeu o sentimento de um possível apocalipse gradual decorrente do perigo crescente dos riscos do progresso técnico global e seu uso inadequado. Até ent?o, o alcance das prescri??es éticas reduzia-se ao ?mbito da rela??o com o próximo no momento presente. Era uma ética antropocêntrica e voltada para a contemporaneidade. A moderna interven??o tecnológica mudou drasticamente essa plácida realidade, colocando a natureza para uso humano e passível de ser alterada radicalmente. Assim, para Jonas, o homem passou a manter com a natureza uma rela??o de responsabilidade, pois ela se encontra sob seu poder. Grave, também, além da interven??o na natureza extra-humana, é a manipula??o do patrim?nio genético do ser humano que poderá introduzir altera??es duradouras de imprevisíveis consequências futuras. Conclui dizendo que é necessária uma nova proposi??o ética que contemple a natureza e n?o somente a pessoa humana. Esse novo poder da a??o humana imp?e altera??es na própria natureza da ética. Todas as éticas tradicionais obedeciam as seguintes premissas que se intercombinavam mutuamente: 1.? A condi??o humana, resultante da natureza do homem e das coisas, permanecia fundamentalmente imutável para sempre; 2. Baseado nesse pressuposto, podia-se determinar com clareza e sem dificuldade o bem humano; 3.? O alcance da a??o humana e de sua consequente responsabilidade estava perfeitamente delimitado. Todo bem ou todo mal que sua capacidade inventiva pudesse proporcionar situava-se sempre dentro dos limites de a??o do ser humano, n?o afetando a natureza? das coisas extra-humanas. A natureza n?o era objeto da responsabilidade humana, pois cuidava de si mesma. A ética tinha que ver com o aqui e o agora. Em substitui??o aos antigos imperativos éticos, entre os quais o imperativo kantiano que se constitui no par?metro exemplar: "Age de tal maneira que o princípio de tua a??o transforme-se numa lei universal", Jonas prop?e um novo imperativo: "Age de tal maneira que os efeitos de tua a??o sejam compatíveis com a permanência de uma vida humana autêntica" ou formulado negativamente "n?o ponhas em perigo a continuidade indefinida da humanidade na Terra". A tremenda vulnerabilidade da natureza submetida à interven??o tecnológica do homem mostra uma situa??o inusitada, pois nada menos que toda biosfera do planeta torna-se passível de ser alterada, o que torna imprescindível considerar que n?o somente o bem humano deve ser almejado, mas também o de toda a natureza extra-humana.? Outras possíveis interven??es na natureza própria do ser humano revelam as propor??es do desafio para o pensamento ético com rela??o à condi??o humana propriamente dita. Jonas elenca uma série de interrogantes críticas. Com rela??o ao prolongamento da vida humana, ele pergunta: Até que ponto isto é desejável? E, sobre o controle da conduta humana, devemos provocar sentimentos de felicidade ou de prazer na vida das pessoas através de estímulos químicos? Com rela??o à manipula??o genética, onde o homem toma em suas m?os sua própria evolu??o: estaremos qualificados para o papel de criador? Quem ser?o os escultores da nova imagem do homem? Segundo que critérios e em base de que modelos? Terá o homem o direito de mudar o patrim?nio genético do próprio homem? E adverte: "Ante um potencial quase escatológico de nossa tecnologia, a ignor?ncia sobre as últimas consequências será em si mesma raz?o suficiente para uma modera??o responsável [...] Há outro aspecto digno de men??o, os n?o-nascidos carecem de poder [...] Que for?a deve representar o futuro no presente?" Diante de um poder t?o extraordinário de transforma??es estamos desprovidos de regras moderadoras para ordenar as a??es humanas. Esse enorme desajuste somente poderá ser corrigido, no entendimento de Jonas, pela formula??o de uma nova ?tica.Jonas, ao formular o seu imperativo de responsabilidade, está pensando menos no perigo da pura e simples destrui??o física da humanidade, mas sim na sua morte essencial, aquela que advém da desconstru??o e a aleatória reconstru??o tecnológica do homem e do meio ambiente.Há uma intera??o entre a pesquisa e o poder. Essa nova ciência leva a um conhecimento an?nimo que n?o mais é feito para obedecer à verdadeira fun??o do saber durante toda a história da humanidade, a de ser incorporada nas consciências, na busca meditada e ponderada da qualidade da vida humana. O novo saber é depositado nos bancos de dados e usado de acordo com os meios e segundo as decis?es dos que detém o poder. Há um verdadeiro desapossamento cognitivo, n?o só entre os cidad?os, mas também entre os cientistas, eles próprios hiperespecializados sem o domínio de todo o saber produzido. A pesquisa, por sua vez, é gerenciada por institui??es tecnoburocráticas. A tecnociência vai produzindo conhecimentos que, sem sofrer qualquer reflex?o crítica, transformam-se em regras impostas à sociedade que, obediente a essa máquina cega de saber, projeta-se tr?pega por um longo e escuro túnel. Husserl, numa famosa conferência sobre a crise da ciência europeia, já identificara um buraco cego no objetivismo científico. Era a ausência da consciência de si mesmo. A partir do momento em que, de um lado, ocorreu o divórcio da subjetividade humana, reservada à filosofia, e a objetividade do saber, que é próprio da ciência, o conhecimento científico desenvolveu as tecnologias mais refinadas para conhecer todos os objetivos possíveis, mas se tornou completamente alheio à subjetividade humana. Ficou cego para a marcha da própria ciência, pois a ciência n?o pode se conhecer, n?o pode autoanalisar-se com os métodos de que disp?e hoje em dia. ? o que Morin denomina "ignor?ncia da ecologia da a??o", ou seja, toda a??o humana, a partir do momento em que é iniciada, escapa das m?os de seu iniciador e entram em jogo as múltiplas intera??es próprias da sociedade, que a desviam de seu objetivo e às vezes lhe d?o um destino oposto ao que era buscado inicialmente.Para que haja responsabilidade é preciso existir um sujeito consciente. Ocorre que o imperativo tecnológico elimina a consciência, elimina o sujeito, elimina a liberdade em proveito de um determinismo. A hiperespecializa??o das ciências mutila e desloca a no??o de homem. Em vários países latino-americanos, por exemplo, a economia oficial despreza a no??o de cidadania quando elabora planos macroestruturais atendendo a pressupostos emanados de setores financeiros dos países centrais. A ideia de homem foi desintegrada. As subespecialidades da biologia eliminam a ideia de vida humana integral em benefício da concep??o de moléculas, de genes, do DNA. N?o mais se contempla a ideia do homem total nessa ciência navegante do minúsculo. Esse divórcio entre os avan?os científicos e a reflex?o ética fizeram com que Jonas propusesse novas dimens?es para a responsabilidade, pois "a técnica moderna introduziu a??es de magnitudes t?o diferentes, com objetivos e consequências t?o imprevisíveis que os marcos da ética anterior já n?o mais podem contê-los".Ciência e tecnologia de m?os dadas: alguns desafios As conquistas da ciência se expressam pela tecnologia. A experiência da guerra e, posteriormente, as investiga??es espaciais e os grandes laboratórios industriais evidenciam que o desenvolvimento técnico depende estreitamente da ciência e o progresso da ciência depende fundamentalmente da técnica. A ciência cria novos modelos tecnológicos e a técnica cria novas linhas de objetivos científicos. A fronteira é t?o tênue que n?o se pode identificar onde está o espírito da? ciência e a a??o da tecnologia. Ciência e tecnologia, alma e corpo do novo imperativo que comanda os passos das investiga??es básicas, bem como da biologia, da física, da neurologia, da genética, enfim, daquilo que consideramos os t?o necessários avan?os do conhecimento. Básica ou aplicada, a investiga??o é sempre tecnocientífica e a simples observa??o do que sucede em um laboratório de pesquisa n?o permite distinguir se s?o procedimentos aplicados ou n?o. Sempre e em todo lugar, o aparato tecnológico está presente e tem peso decisivo. A técnica se converte na essência do poder e passa a ser manifesta??o natural das verdades contidas na ciência. Se a? ciência teórica podia ser chamada de pura e inocente, a tecnociência, ao ser intervencionista e modificadora do mundo n?o o é. A práxis deve sempre ser passível de uma reflex?o ética. Exatamente por isso, as quest?es éticas se colocam hoje no plano das investiga??es chamadas básicas, pois o projeto de saber leva inevitavelmente ao fazer e ao poder. Num contexto contempor?neo a pergunta kantiana: "O que posso saber?" deve conter a quest?o: O que posso fazer ou o que posso fabricar?? O questionamento ético, portanto, ocorre em todos os instantes da produ??o do conhecimento científico. A pergunta que Jonas formula é: "O que poderia satisfazer mais a uma busca consciente da verdade?" Recorda as palavras de Oppenheimer que após anos trabalhando em um laboratório na busca da fiss?o nuclear e observando sua aplica??o em Hiroshima teria assinalado que, naquele momento, o cientista puro tomou conhecimento do pecado. Desde ent?o, a paz de consciência dos cientistas foi abalada em todos os campos da investiga??o. Sempre presente estava a dúvida: O que posso fazer? Quando hoje alguns? cientistas preocupados com seus labores dizem irritados: "Estamos perdendo tempo com essas reflex?es filosóficas que a nada conduzem e nos impedem que nos debrucemos sobre nossos microscópios!", recebem de Gadamer a seguinte resposta: "N?o é verdade! As ideias gerais s?o vitais, a necessidade que há de integrar nosso saber é muito mais universal do que a universalidade das ciências!" Oxalá tenha raz?o Popper quando afirma que "a história das ciências, como a de todas as ideias humanas, é uma história de sonhos irresponsáveis, de teimosia e de erros. Porém, a ciência é uma das raras atividades humanas, talvez a única, na qual os erros s?o sistematicamente assinalados e, com o tempo, constantemente corrigidos." Diante dessa afirma??o de Popper é mandatório indagar sobre como se considerar, ent?o, as vítimas fatais da tecnociência. O que falar, por exemplo, sobre as vítimas de Hiroshima e Nagasaki? N?o se concebe, portanto, hoje, uma ciência que n?o esteja alicer?ada numa sólida consciência ética do pesquisador, principalmente levando-se em conta que ele n?o mais detém habitualmente o cargo de mando, mas sim está a servi?o de gestores do poder que nem sempre cultivam preocupa??es dessa natureza. ? preciso considerar que a ciência n?o tem a miss?o providencial de salvar a humanidade, porém, detém poderes ambivalentes sobre o desenvolvimento futuro da humanidade. Indiscutivelmente houve um avan?o extraordinário quando a ciência, no século XVII, desvinculou-se da religi?o e do Estado e, desde ent?o, criou seu próprio imperativo: "conhecer por conhecer", sem respeitar limites e gozando de total liberdade. Hoje, vivemos um rico momento de autocrítica. Parafraseando um pensador francês contempor?neo, que disse ser a guerra um fato complexo demais para que a sociedade a deixe exclusivamente nas m?os dos generais, diríamos que a tecnociência é poderosa demais para que a deixemos exclusivamente na seara dos cientistas. Mumford em Técnica e Civiliza??o, considera que há que se ter em conta o equívoco que cometemos em subestimar nossa capacidade de integrar tecnologia e sociedade. Segundo o autor, as novas tecnologias e inventos desacompanham-se de uma reflex?o filosófica porque se acredita ser desnecessário introduzir quaisquer juízos de valores entre máquinas e pensamentos. Em resumo, imagina-se que os males que afligem a sociedade humana podem sempre ter uma solu??o proporcionada pela ciência. Funda-se, ent?o, a cren?a de que se pode com a ciência prescindir dos valores, o que passa a ser ent?o, paradoxalmente, o novo sistema de valores. A sociedade esqueceu de considerar que a técnica é aut?noma em rela??o à moral, n?o lhe devotando nenhuma aten??o, pelo contrário, n?o suporta qualquer juízo moral. A técnica é completamente alheia a um juízo dessa natureza e evolui segundo uma norma inteiramente casual. N?o pode o homem construir seu destino baseado numa cega ordem de fen?menos de grande poder de transforma??o e destituída de valores éticos. Para tanto, torna-se imperioso uma nova filosofia da ciência, o que significa uma mudan?a paradigmática. A cultura grega dispunha de um saber de grande alcance, mas que n?o conduzia a um significativo poder de transforma??o. Ao contrário, o saber moderno, de forte assento técnico, se faz acompanhar de um extraordinário poder de transforma??o, destituído, porém, de uma reflex?o ética que exer?a modera??o sobre o imperial poder da tecnociência. A proposta de um novo paradigmaOs cientistas, por serem humanos, nem sempre admitem seus erros e limita??es, o que faz da aceita??o de um novo paradigma uma tarefa de progressiva convers?o que n?o comporta a for?a, mas sim o convencimento lento e gradual. A ciência tem um compromisso primacial com a compreens?o cada vez mais detalhada e refinada da natureza. Faz-se mister reconhecer que os novos paradigmas raramente possuem todos os elementos persuasivos dos predecessores que, n?o infrequentemente prevalecem por séculos, porém, contém o gérmen de respostas mais adequadas para os problemas que apontam para o futuro. Assim é o imperativo de Jonas que ainda n?o chegou a completar vinte anos e se oferece para substituir o imperativo Kantiano que já comemorou duzentos.Ainda na perspectiva de considerar a responsabilidade das a??es humanas, desnecessária é a afirma??o que o homem, e somente ele, no reino animal, é capaz de mudar o curso da? história da vida com suas interven??es. Numa estrada que se bifurca é o caminhante? que detém a op??o da escolha. Os rumos s?o diversos, assim como o destino final. Uma vereda pode terminar num precipício, enquanto a outra numa fonte de águas puras. Assim, parece ocorrer com a tecnologia moderna que nos vai apresentando bifurca??es cada vez mais numerosas. ? justamente nesses pontos de bifurca??o que se imp?e a quest?o da escolha que, quase sempre, ganha contornos apropriados através de uma decis?o ética. Diante das bifurca??es que se apresentam, o que quer que fa?amos, quaisquer que sejam os critérios utilizados para nossa op??o, somos sabedores que o produto final obtido depende exclusivamente de nossa decis?o. A responsabilidade de cada ser humano para consigo mesmo é indissociável daquela que se deve ter em rela??o a todos os demais. Trata-se de uma solidariedade que o liga a todos os homens e à natureza que o cerca. Parece, portanto, evidente que a resultante final dessa reflex?o busque atender também o universal. Concluímos, com Jonas, que o ser humano precisa responder, com seu próprio ser, a uma no??o mais ampla e radical da responsabilidade que é a referente à natureza humana e extra-humana, já que a tecnologia hodierna permite a??es transformadoras num espectro que vai do genoma humano ao plano cósmico. A antiga ideia de natureza acomodava-se à inatingível ordem natural que definia os contornos das normas éticas. Hoje, trabalhamos com uma concep??o inteiramente distinta de natureza. O curso da existência n?o é mais dependente de uma lei superior que reserva ao ser humano a condi??o de espectador, muito pelo contrário, é ele hoje o agente das transforma??es e tem, à sua mercê, toda a existência e nela intervém como bem lhe aprouver. A ideia de natureza deve, portanto, ser ora considerada como propriedade, domínio do homem. Talvez nem mesmo o próprio Bacon pudesse conceber um poder t?o extraordinário, um domínio t?o absoluto da natureza. Impossível, diante dessa realidade é n?o interpor à atitude científica exigências de uma nova responsabilidade ética. O que caracteriza o imperativo de Jonas é a sua orienta??o para o futuro, mais precisamente para um futuro que ultrapassa o horizonte fechado no interior do qual o agente transformador pode reparar danos causados por ele ou sofrer a pena por eventuais delitos que ele tenha perpetrado. Segundo Paul Ricoeur, o vínculo entre responsabilidade e perigo para a humanidade imp?e que se acrescente ao conceito de responsabilidade um tra?o que o distingua definitivamente da imputabilidade. Considera-se responsável, sente-se afetivamente responsável, aquele a quem é confiada à guarda de algo perecível. E o que há de mais perecível que a vida desviada para a morte pela inconsequente interven??o do homem? Assim melhor compreende-se a ideia de vida que se apresenta na formula??o do imperativo de Jonas. Ante essa possibilidade escatológica da morte substituindo a vida, compreende-se por que esse futuro longínquo é o lugar de um temor específico para o qual Jonas introduz a figura da "heurística do temor". Um temor que tem por objeto eventuais perigos que amea?am a humanidade no plano de sua permanência, de sua sobrevivência. Emblemáticos s?o os perigos que afetam o ecossistema dentro do qual se desenvolvem as atividades humanas ou os que resultam das manipula??es biológicas aplicadas à reprodu??o humana ou à identidade genética da espécie humana ou, ainda, a interven??o química ou cirúrgica sobre o comportamento do homem. Em suma, pela técnica, o homem tornou-se perigoso para o homem, e isso ocorre na medida em que ele p?e em perigo os grandes equilíbrios cósmicos e biológicos que constituem os alicerces vitais da humanidade. A amea?a que o homem faz pesar sobre o homem toma, de algum modo, o lugar das amea?as às quais os outros seres vivos já est?o submetidos por a??es humanas. ? vulnerabilidade da vida, o homem da era tecnológica acrescenta um fator desagregador suplementar que é a sua própria obra. A vida no planeta deteve sua própria regulamenta??o durante muito tempo, pois a própria natureza constituía-se em cerca intransponível para o agir humano. Agora, porém, o agir do homem, deixando de ser regulado por fins naturais, se transforma no centro de um desequilíbrio específico. Hoje percebemos a for?a desse agente transformador. Por sua dimens?o cósmica, por seus efeitos cumulativos e irreversíveis, as técnicas introduzem distor??es t?o definitivas que criam uma periculosidade sem precedentes na história da vida. A preserva??o da vida sempre teve um custo, todavia, com o homem moderno, esse custo, esse pre?o a ser pago pode ser a destrui??o total. De maneira proporcional ao incremento da periculosidade do homem, cresce em import?ncia sua responsabilidade como tutor de todas as formas de vida.Disponível em: Acesso em: 19 jun 2014. Adaptado e grifos das organizadoras.Depois de um mergulho nos conceitos e ideias provocadoras de Hans Jonas, extremamente pertinentes para abrir os olhos da nossa mente, vamos ampliar conhecimentos sobre algumas sociedades que nos cercam... Como, por exemplo, a sociedade do conhecimento, do saber, e também a sociedade da informa??o... Qual a origem e qual o sentido dessas nomenclaturas? O que significam? Vamos conferir...Sociedade da informa??o?/ Sociedade do conhecimentoSally BurchEstamos vivendo numa época de mudan?as ou numa mudan?a de época? Como caracterizar as profundas transforma??es que acompanham a acelerada introdu??o na sociedade da inteligência artificial e as novas tecnologias da informa??o e da comunica??o (TIC)? Trata-se de uma nova etapa da sociedade industrial ou estamos entrando numa nova era? “Aldeia global”, “era tecnotr?nica”, “sociedade pós-industrial”, “era - ou sociedade - da informa??o” e “sociedade do conhecimento” s?o alguns dos termos cunhados com a inten??o de identificar e entender o alcance destas mudan?as. Mas, enquanto o debate continua no ?mbito teórico, a realidade se adianta e os meios de comunica??o escolhem os nomes que temos de usar.Fundamentalmente, qualquer termo que usemos é um atalho que nos permite fazer referência a um fen?meno - atual ou futuro - sem ter de descrevê-lo todas às vezes; mas o termo escolhido n?o define, por si só, um conteúdo. O conteúdo surge dos usos em um dado contexto social que, por sua vez, influem nas percep??es e expectativas, uma vez que cada termo carrega consigo um passado e um sentido (ou sentidos), com sua respectiva bagagem ideológica. Era de se esperar, ent?o, que qualquer termo que se queira empregar para designar a sociedade na qual vivemos, ou à qual aspiramos, seja objeto de uma disputa de sentidos, por trás da qual se confrontam diferentes projetos de sociedade.No contexto da Cimeira Mundial da Sociedade da Informa??o (CMSI), há dois termos que ocuparam o cenário: sociedade da informa??o e sociedade do conhecimento com suas respectivas variantes. Mas, apesar de o ?mbito ter imposto o uso do primeiro, desde o início houve falta de conformidade e nenhum termo conseguiu um consenso. Sociedade da informa??oNa década passada, “sociedade da informa??o” foi, sem dúvida, a express?o que se consagrou como o termo hegem?nico, n?o porque expresse necessariamente uma clareza teórica, mas gra?as ao batismo que recebeu nas políticas oficiais dos países mais desenvolvidos e a glorifica??o que significou ter uma Cúpula Mundial dedicada à sua honra. Os antecedentes do termo, contudo, datam de décadas anteriores. Em 1973, o sociólogo estadunidense Daniel Bell introduziu a no??o da “sociedade de informa??o” em seu livro O advento da sociedade pós-industrial [1]. Neste livro, ele formula que o eixo principal desta sociedade será o conhecimento teórico e adverte que os servi?os baseados no conhecimento ter?o de se converter na estrutura central da nova economia e de uma sociedade sustentada na informa??o, onde as ideologias ser?o supérfluas.Esta express?o reaparece com for?a nos anos 90, no contexto do desenvolvimento da Internet e das TIC. A partir de 1995, foi incluída na agenda das reuni?es do G7 (depois, G8, onde se reúnem os chefes de Estado ou governos das na??es mais poderosas do planeta). Foi abordada em fóruns da Comunidade Europeia e da OCDE (os trinta países mais desenvolvidos do mundo) e foi adotada pelo governo dos Estados Unidos, assim como por várias agências das Na??es Unidas e pelo Banco Mundial. Tudo isso com uma grande repercuss?o mediática. A partir de 1998, foi escolhida, primeiro na Uni?o Internacional de Telecomunica??es e, depois, na ONU para nome da Cúpula Mundial programada para 2003 e 2005.Neste contexto, o conceito de “sociedade da informa??o” como constru??o política e ideológica se desenvolveu das m?os da globaliza??o neoliberal, cuja principal meta foi acelerar a instaura??o de um mercado mundial aberto e “autorregulado”. Política que contou com a estreita colabora??o de organismos multilaterais como a Organiza??o Mundial do Comércio (OMC), o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial, para que os países fracos abandonem as regulamenta??es nacionais ou medidas protecionistas que “desencorajassem” o investimento; tudo isso com o conhecido resultado da escandalosa intensifica??o dos abismos entre ricos e pobres no mundo.Na verdade, no final do século, quando a maioria dos países desenvolvidos já havia adotado políticas de desenvolvimento da infraestrutura das TIC, ocorre o espetacular auge do mercado de a??es da indústria das comunica??es. Entretanto, os mercados do Norte come?am a se saturar. Assim, intensificam-se as press?es com rela??o aos países em desenvolvimento para que deixem a via livre ao investimento das empresas de telecomunica??es e informática em busca de novos mercados para absorver seus excedentes de lucros. Neste contexto convocado pela CMSI; esse panorama se modifica, entretanto, uma vez que a bolha do mercado de a??es estoura, a partir do ano 2000. No entanto, esta realidade e o papel-chave que as tecnologias da comunica??o desempenharam na acelera??o da globaliza??o econ?mica, sua imagem pública, está mais associada aos aspectos mais “amigáveis” da globaliza??o como a Internet, a telefonia celular e internacional, a TV via satélite, etc. Assim, a sociedade da informa??o assumiu a fun??o de “embaixadora da boa vontade” da globaliza??o, cujos “benefícios” poderiam estar ao alcance de todos, se pelo menos fosse possível diminuir o “abismo digital.” [2]Sociedade do conhecimento A no??o de “sociedade do conhecimento” (knowledge society) surgiu no final da década de 90. ? empregada, particularmente, nos meios acadêmicos como alternativa que alguns preferem à “sociedade da informa??o”.A UNESCO, em particular, adotou o termo “sociedade do conhecimento” ou sua variante “sociedades do saber” dentro de suas políticas institucionais. Desenvolveu uma reflex?o em torno do assunto que busca incorporar uma concep??o mais integral, n?o ligada apenas à dimens?o econ?mica. Por exemplo, Abdul Waheed Khan (subdiretor-geral da UNESCO para Comunica??o e Informa??o), escreve [3]: “A Sociedade da Informa??o é a pedra angular das sociedades do conhecimento. O conceito de “sociedade da informa??o”, a meu ver, está relacionado à ideia da “inova??o tecnológica”, enquanto o conceito de “sociedades do conhecimento” inclui uma dimens?o de transforma??o social, cultural, econ?mica, política e institucional, assim como uma perspectiva mais pluralista e de desenvolvimento. O conceito de “sociedades do conhecimento” é preferível ao da “sociedade da informa??o” já que expressa melhor a complexidade e o dinamismo das mudan?as que est?o ocorrendo. [...] o conhecimento em quest?o n?o só é importante para o crescimento econ?mico, mas também para fortalecer e desenvolver todos os setores da sociedade”.Um detalhe neste debate, que apenas diz respeito aos idiomas latinos, é a distin??o entre “conhecimento” ou “saber” (em inglês, ambos s?o traduzidos como “knowledge society”). A no??o de “saberes” implica certezas mais precisas ou práticas, enquanto que conhecimento abarca uma compreens?o mais global ou analítica. André Gorz considera que os conhecimentos se referem aos “conteúdos formalizados, objetivados, que n?o podem, por defini??o, pertencer às pessoas... O saber está feito de experiências e práticas que se tornaram evidências intuitivas e costumes” [4]. Para Gorz, a “inteligência” abarca toda a gama de capacidades que permite combinar saberes com conhecimento. Sugere, ent?o, que “knowledge society” seja traduzida por “sociedade da inteligência”. Em todo caso, geralmente, neste contexto, utiliza-se indistintamente sociedade do conhecimento e do saber, embora em espanhol, pelo menos, conhecimento pare?a ser mais comum. [...] Disponível em: Acesso em: 17 jun 2014. Adaptado.Mídias sociais, convergência e consumo midiático, o hábito de consumir televis?o conectado. Inteligência coletiva e cultura participativa... Como assim?! Se você já é um expert em tudo isso, certamente irá se identificar com este texto. Quem ainda n?o está ligado ou conectado nesses lances tecnológicos, quem sabe a hora é esta... Hora de ponderar as informa??es...Reflex?es sobre a Convergência Midiática e Mídias SociaisEm Cultura da Convergência, Henry Jenkins fundamenta o cenário contempor?neo da comunica??o a partir de três pilares:?a inteligência coletiva, a cultura participativa e a?convergência midiática.a) Inteligência coletiva – aqui o autor se refere a uma nova forma de consumo, no qual discursos s?o construídos e reconstruídos colaborativamente. Segundo?Pierre Lèvy, essa inteligência coletiva pode ser considerada como “globalmente distribuída, incessantemente valorizada, coordenada em tempo real” e “conduz a uma mobiliza??o efetiva das competências”. Basta observarmos como, cada vez mais, os usuários conectados, e sem ‘amarras’ para a produ??o e compartilhamento de conteúdos, remixam o que veem pela frente.b) Cultura Participativa?- Jenkins caracteriza a postura do novo consumidor midiático que, segundo ele, teria a?“habilidade de transformar uma rea??o?pessoal em uma intera??o social, cultura de espectador em cultura participativa”. Ou seja, o consumidor cada vez está mais distante da condi??o passiva (tábula rasa).c) Convergência Midiática – por fim, Jenkins parte de uma perspectiva culturalista (e n?o apenas de um determinismo tecnológico) para mostrar como, principalmente com uso crescente da Internet, a informa??o hoje passa por diferentes canais midiáticos, complexificando a experiência do consumo e integrando diferentes meios nesse processo (TV, Rádio, Cinema, Games, Mídias Sociais etc.).Exemplo: as fronteiras do consumo midiático s?o hibridizadas pela internet, permitindo que um usuário possa consumir diferentes mídias de forma integrada.Neste cenário, as Mídias Sociais surgem como ambientes profícuos para a observa??o da convergência do consumo midiático, uma vez que a internet hibridiza as fronteiras entre os meios, permitindo que usuários compartilhem experiências, desejos, percep??es sobre atividades diversas do seu cotidiano. Quantas vezes você já observou no Twitter, Facebook, Google+ etc. pessoas tecendo comentários sobre novelas da Globo, jogos de futebol, resenhas de livros, filmes do cinema, games e uma infinidade de manifesta??es acerca das suas experiências de consumo? Seja através de computadores, tablets, smartphones, Smart TV’s e outros dispositivos com acesso à internet, o consumo midiático deixa de ser algo hermético e limitado geograficamente, passando a ser potencializado por conversa??es e trocas de experiências em escala global.Exemplo: a experiência de consumo ganha “vida” em outros espa?os interacionais.Hoje, a possibilidade de registro e?resgate de informa??es compartilhadas publicamente nas mídias sociais abre precedentes para a observa??o e análise do fen?meno da convergência do consumo midiático. Logo, por meio da coleta e análise de diversos dados (ex.: men??es, check-ins, compartilhamentos e outros tipos de atividades realizadas nessas mídias), é possível mergulhar na complexidade deste consumo integrado de mídias e destacar particularidades que emergem de variáveis sociais e técnicas presentes na rela??o entre: indivíduos + dispositivos tecnológicos + aplica??es web.Vale lembrar que a convergência midiática n?o traz apenas modifica??es na rela??o entre indivíduos e mídias, complexificando a experiência do consumo, mas, também, na própria produ??o midiática, uma vez que o acesso aos feedbacks do público permite que produtores/desenvolvedores agora levem ainda mais em considera??o a opini?o e as conversa??es em rede. Como exemplo, podemos citar casos como a ? HYPERLINK "" \t "_blank" Viacon Media Networks, organiza??o de entretenimento televisivo que inclui canais como?Comedy Central, TV Land, Spike e Gametrailers. A Viacon possui hoje uma equipe focada em monitoramento de conversa??es que versam sobre seus canais, permitindo, através das mídias sociais, descobrir como seus espectadores est?o se sentindo e/ou se engajando em torno das programa??es. Com essa prática, a Viacon consegue reunir informa??es estratégicas para o seu posicionamento, uma vez que tem acesso ao que realmente importa para seu público (através dos feedbacks, em alguns casos simult?neos às programa??es).Partindo desse cenário, este post inicia uma série de reflex?es que ser?o feitas neste Blog sobre a observa??o e Análise da Convergência do Consumo Midiático através de Intera??es em Mídias Sociais. Ser?o levantadas quest?es, perspectivas, metodologias, dados, pesquisadores, etc. que se debru?am no entendimento deste fen?meno e sobre suas implica??es na comunica??o e nas rela??es sociais contempor?neas.Segue uma apresenta??o feita por Gabriel Ishida (Analista de Mídias Sociais da DP6 e pesquisador na Unicamp) sobre a chamada ‘Social TV’ – “experiência de assistir televis?o juntamente com o compartilhamento nas mídias sociais”. Neste material, Ishida aponta como, a partir das conversa??es nas mídias sociais, o ritual de consumo televisivo e as intera??es sociais acerca destes conteúdos ganham novas configura??es, permitindo, em alguns casos, o monitoramento da experiência do consumidor de forma simult?nea às programa??es. Para isso, o autor cita exemplos e dados que demonstram como o hábito de consumir televis?o conectado é cada vez mais frequente em diversos países.Confira o material de Gabriel Ishida neste link: ível em: Acesso em: 17 jun 2014.“As sociedades sempre viveram em rede” e, no universo digital, essa rede se estende às esferas virtuais, tornando ainda mais din?mico o fluxo e a troca rápida de informa??es, bem como a capacidade de gerar e processar conhecimento. Segundo consta no artigo a seguir, “a forma ativa como nos integramos faz com que nos aproximemos mais dos outros e, no fundo, também de nós mesmos”. A forma ATIVA como nos integramos, atitude completamente oposta ao comportamento passivo e alienado. Qual o nosso perfil nessa rede? Ativos? Passivos? Indiferentes? Interessados? Negligentes? Participativos? De um jeito ou de outro, já estamos na rede, fazemos parte da sociedade... De que modo atuamos nela, é nisso que precisamos pensar...O que é uma Sociedade em Rede?“Numa perspectiva histórica mais ampla, a sociedade em rede representa uma transforma??o qualitativa da experiência humana” (Manuel Castells)Antes de responder a esta pergunta é preciso compreender o significado de dois conceitos: SOCIEDADE e REDE.A SOCIEDADE é formada por todos os seres humanos que ocupam um determinado espa?o num determinado tempo. O espa?o pode ser um país ou regi?o, por exemplo, e o tempo que, historicamente, pode ser bastante longo, mas que, sociologicamente ou estatisticamente, pode ser extremamente curto. Ainda há uma terceira dimens?o a considerar aqui, a dos tra?os de uni?o entre os elementos, que podem ser os mais variados: família, vizinhan?a, trabalho, povoa??o de origem, origem étnica, op??es políticas, país, etc.Já a REDE é um conjunto de nós interligados por rela??es aleatórias que permitem o fluxo de informa??o. Abstraindo essa defini??o para a nossa sociedade, pode-se considerar que a primeira rede da qual fazemos parte é a família. Nesta, os nós s?o os familiares e todos eles se comunicam, trocam experiências e se entreajudam para o bem comum. Outra rede que integramos é a escola. Aqui também há a comunica??o e a troca de experiências que formam uma rede um pouco mais abrangente.Partindo desse raciocínio, vamos ao longo da vida fazendo parte de várias redes, trabalho, grupo de amigos, associa??es e todas elas acabam por ficar interligadas através de um ou mais nós (pessoas) até chegarmos a uma rede maior que podemos considerar a sociedade.Deste entendimento de rede apresentado na esfera da vida privada (família, escola, entre outros) denota-se certa limita??o, seja por espa?o, tempo ou tra?os de uni?o. Algumas dessas limita??es poder?o ser, no entanto, ultrapassadas através das tecnologias de informa??o e comunica??o.As sociedades sempre viveram em rede, ou em redes; lembremos que no passado as tribos indígenas partilhavam informa??o através dos tambores e de sinais de fumo, construindo a sua própria rede de comunica??o. No entanto, segundo Castells (2006), o avan?o tecnológico proporcionou um aumento exponencial do efeito de rede, modelando a sociedade atual, na qual se insere a sociedade da informa??o e do conhecimento.As tecnologias modernas, por exemplo, permitem a forma??o de redes informais e comunidades de aprendizagem cuja afinidade é o encontro num ambiente virtual. Da mesma maneira, as afinidades existentes ou geradas podem proporcionar a forma??o de redes porque o encontro de interesses semelhantes (de qualquer tipo) induz a procura dos meios de comunica??o (ou tecnologias) adequados.Ao somar SOCIEDADE + REDE encontra-se uma constru??o moderna, apesar de sociedade e de rede terem antecedentes que reportem ao passado. Percebe-se que o conceito SOCIEDADE EM REDE n?o é uma mera soma das partes e, sim, o resultado do imbricamento das afinidades com as tecnologias, que permite e/ou mantém em comunica??o, em tempo real, pessoas e grupos de pessoas independentemente da sua localiza??o geográfica, tempo e tra?os de uni?o. Tem a possibilidade de o seu ?mbito ser t?o global quanto o mundo inteiro como, por exemplo, os sistemas financeiros, ou t?o local ou localizado quando se pretenda como, por exemplo, o grupo de pessoas que frequentaram uma dada escola.Esta associa??o moderna de afinidades e tecnologia permite uma liberdade e/ou uma configura??o variável que dependem apenas da vontade dos nós/pessoas na sua forma??o, extens?o ou extin??o. ?, assim, uma propriedade da mais elevada import?ncia para todos os aspetos da vida em comum nesta segunda década do séc. XXI.A sociedade em rede é a sociedade da descoberta do outro! Nunca como hoje, o desconhecido esteve ao nosso alcance. O medo nasce do desconhecido e a grande teia comunicacional que nos envolve deveria servir para aplacar as iras e os medos, fossemos nós t?o desenvolvidos como a rede. O homem na sua imperfei??o criou uma ferramenta extraordinária, ainda subaproveitada.Na descoberta do outro, o indivíduo acaba por se encontrar consigo próprio. Como Castells (2005) refere, a identidade é por vezes a única fonte de significado e, nesse sentido, aquilo que nos identifica também nos aproxima. Num mundo em mudan?a pautada pelas desestrutura??es sociais, cada vez mais nos aproximamos daqueles que nutrem interesses comuns.Integrados num determinado contexto social, fazemos inevitavelmente parte de um conjunto de redes, das quais n?o nos podemos desagregar. No entanto, e face ao crescimento diário das tecnologias que as desenvolvem e fortalecem, est?o em nossas m?os a cria??o e a inclus?o em novas redes e fontes de partilha. A forma ativa como nos integramos faz com que nos aproximemos mais dos outros e, no fundo, também de nós mesmos.Estamos a viver uma fase que Castells (2005) designou como Revolu??o Informacional e Tecnológica, atribuída a uma evolu??o associada a grandes redes comunicacionais, que interfere em diversas esferas sociais e em diferentes domínios (científico, económico, político e cultural). Estas transforma??es est?o a mudar o mundo em que hoje vivemos e a forma como comunicamos.A forma como produzimos e divulgamos a informa??o caracteriza esta nova forma de estar no mundo transformando, qualitativamente, a experiência humana. E é neste paradigma que assenta a ideia de rede, correspondendo às naturais rela??es/intera??es, entre as pessoas, mas assente numa nova dimens?o tecnológica incentivada pela Internet.A tecnologia atual, criada pelos homens para suprir necessidades da sociedade, desenvolveu novos meios de comunica??o, rápidos, poderosos e eficazes – com a Internet em primeiro plano – permitindo que redes anteriormente restritas a determinados contextos possam hoje interligar-se quase sem constrangimentos. A Internet e em concreto a World Wide Web, por esta e por outras raz?es, é considerada a “rede das redes”, que permite a comunica??o a uma escala global.A própria Internet, como a sociedade, também evolui para a Web 2.0, suportando a crescente participa??o ativa dos seus utilizadores na partilha de informa??o, como referenciado por Tim O’Reilly: “Web 2.0 é a mudan?a para uma Internet como plataforma, e um entendimento das regras para obter sucesso nesta nova plataforma. Entre outras, a regra mais importante é desenvolver aplicativos que aproveitem os efeitos de rede para se tornarem melhores quanto mais s?o usados pelas pessoas, aproveitando a inteligência coletiva”.Desde sempre a sociedade funcionou em rede, mas a explos?o do uso da Internet fez com que as redes se estruturassem em torno de plataformas online. Para além do contato interpessoal passamos a ter como recurso de socializa??o o contato via web, em múltiplas áreas de interesse, em variados idiomas e em localiza??es geográficas até ent?o inacessíveis.Novas oportunidades surgem, quer em matéria de negócios, quer no que diz respeito à aprendizagem, contudo novos perigos est?o à espreita. ? mais que atual o ditado “diz-me com quem andas dir-te-ei quem és”, só que agora “anda-se” no ciberespa?o.A sociedade em rede é analisada por Lévy (1999), “cibercultura”, sendo este o espa?o onde se trocam intera??es potenciadas pela realidade virtual e que surge a partir de uma cultura informatizada. As pessoas vivenciam uma nova rela??o espa?o-tempo quando mergulham na virtualidade e Lévy utiliza a analogia da “rede” para explicar a forma??o de uma “inteligência coletiva”. N?o é possível ignorar o impacto das tecnologias na vida humana nem na vida em sociedade; s?o novas linguagens, novos usos, novas percep??es, novas identidades, novas simbologias que se emaranham numa rede que apanha na sua malha famílias, amizades, intera??es laborais, fen?menos econ?micos, movimenta??es sociais…Resta saber a servi?o de quem se encontram as tecnologias? Que mudan?as nos imp?em e quem domina quem? Que valores se alteram numa sucess?o de rela??es mediadas pelas máquinas?Lévy aponta o computador como uma nova ferramenta de experiência e pensamento. Embora saibamos que o universo digital é composto por um sistema de código binário, é a partir da Internet, com as suas múltiplas potencialidades e ferramentas, que muitas das nossas experiências s?o vivenciadas. Podemos falar de uma cultura comunitária virtual formada por todas as pessoas que utilizam a rede e é nesse espa?o cultural que os indivíduos experienciam potencialidades em que a escrita, a leitura, a música ou as imagens assumem novas configura??es e é nesse espa?o virtual que emerge um novo conceito de sociabilidade.Vivemos numa era em que a comunica??o superou barreiras e em que a Internet e a Sociedade em Rede têm permitido a troca rápida de informa??o, bem como capacidade de processar e gerar conhecimento.De fato a sociedade gera e tem necessidade das tecnologias e as tecnologias existem porque as sociedades se servem delas tirando benefícios sociais, políticos, educacionais, entre outros. O desenvolvimento tecnológico invade o nosso quotidiano, aproximando espa?os/tempos, alterando a nossa capacidade de comunica??o, a forma como pensamos e como nos relacionamos com os outros.Desde sempre existiu alguém que lan?a a primeira ideia, ou pelo menos lan?a as tendências, seja na arquitetura, na psicologia, na moda, nas ciências de um modo geral. A propaga??o do conhecimento (ou as tais ideias iniciais) sem a rede torna-se mais lento, ou ainda inexistente, é qualquer coisa como na propor??o matemática 1:1 (um para um).Com a Sociedade em Rede, que faz uso das tecnologias de comunica??o, esse tipo de intercomunica??o, propaga??o de conhecimentos já se torna 1:N (um para muitos) ou ainda N:N (muitos para muitos).No mundo em rede, enfrentamos um grande desafio de reconstru??o da nossa forma de ser e de estar no mundo; temos uma panóplia de possibilidades inesgotáveis. Sobre a nossa identidade atuam influências de novos códigos que se traduzem numa rede de intera??es de diversas naturezas, permitindo um fluxo que decorre numa velocidade nunca antes imaginada em termos de tempo-espa?o tecnológico.A sociedade em rede consubstancia-se no novo ambiente social e tecnológico – era digital, permitindo a comunica??o a nível local e global e a expans?o permanente das novas tecnologias trazendo um aumento significativo de interatividade de muitos para muitos.Porém, n?o significa o mesmo que sociedade da informa??o e do conhecimento. Esta corresponde à sociedade com novas capacidades de (re)organiza??o recorrendo às tecnologias da informa??o e da comunica??o com atividades que têm por base as redes de comunica??o digital. O desenvolvimento das tecnologias traz altera??es profundas: globaliza??o, acelera??o e instantaneidade da circula??o da informa??o, a realidade mediatizada pela tecnologia, dando origem ao homo digitalis.Respondendo a pergunta feita inicialmente: O que é uma Sociedade em Rede?Podemos dizer que:A sociedade em rede, como a conhecemos atualmente, é o conjunto de seres humanos que partilham interesses comuns, ligados por pontos e ferramentas que facilitam a comunica??o e a partilha de experiências entre si. Nesta partilha coletiva, cada indivíduo ruma ao descobrimento da sua identidade individual e coletiva.Referências:CASTELLS, M. A sociedade em rede. Tradu??o Roneide V. Majer. 8? ed. S?o Paulo: Paz e Terra, 2005.CASTELLS, M., Cardoso, G., org. A sociedade em rede – do conhecimento á ac??o política. Lisboa: Imprensa Nacional- Casa da Moeda, 2006.L?VY, P. Cibercultura. S?o Paulo, 1999. O’REILLY, T. What is Web 2.0? Design Patterns and Business Models for the Next Generation of Software. : Trabalho elaborado em conjunto pela turma MPeL na unidade curricular “Educa??o e Sociedade em Rede”.Disponível em: Acesso em: 17 jun 2014. Adaptado e Grifos das organizadoras.“Preferem a TV, mas passam mais tempo na internet.” N?o é por acaso que tem se tornado cada vez mais crescente a aquisi??o de Smart TV?s. A tentativa de unir a tecnologia agradável com a utilitária parece que está dando certo... A seguir, você também poderá conferir que o acesso à web depende da escolaridade e da renda, e quando se trata de informa??es mais confiáveis, “os jornais sobem e a internet cai”. Confira as estatísticas e outras curiosidades. Brasileiro passa mais tempo na internet que na TVMas é a TV a mídia preferida, escolhida por 76,4% dos entrevistados, seguida da internet 13%Internet está ganhando a briga com a TV - Reprodu??oO brasileiro com acesso à internet passa mais tempo na web todos os dias do que em qualquer outro meio de comunica??o. Em média, s?o 3h39 diárias. Apesar disso, a TV é o meio preferido da maior parcela da popula??o, e os jornais impressos s?o os mais confiáveis como fonte de informa??o. Já blogs, redes sociais e notícias publicadas na web contam com a menor taxa de confian?a da popula??o. ? o que revela uma pesquisa inédita feita pelo Ibope a pedido da Secretaria de Comunica??o Social da Presidência da República.Entre os entrevistados, 53% dizem confiar sempre ou muitas vezes no que leem nos jornais impressos. 50% confiam nas notícias que ouvem no rádio; 49% confiam nas notícias televisivas; 40% nas publicadas em revistas; 28% nas que saem nos sites; 24% nas divulgadas pelas redes sociais e 22% confiam nos blogs.Segundo o estudo, o brasileiro fica em média 3h29 por dia assistindo televis?o. E a TV é a mídia preferida da popula??o, escolhida por 76,4%. O aparelho está presente em 97% dos lares brasileiros. A segunda colocada na preferência nacional é a internet, com 13%, seguida do rádio, 8%, ouvido em média durante 3h07 diárias; os jornais s?o o veículo preferido por 1,5% dos entrevistados. De acordo com a pesquisa, o tempo dedicado à leitura diária de jornal é de 1h05. Já para as revistas os entrevistados dizem dedicar 1h06 do dia, e 0,3% indicaram o meio como preferido. As redes sociais s?o os sites mais acessados. Nos fins de semana, 71% clicam nelas. O Facebook é o site mais citado pelos entrevistados, seguido pelo e G1. Curiosamente, o Facebook também é o campe?o de acessos entre os que querem se informar. 32% dos entrevistados recorrem às redes sociais para essa finalidade.Entre os programas televisivos mais citados espontaneamente, o Jornal Nacional é o campe?o, lembrado por 35% dos entrevistados. A novela Amor à Vida, que ocupava o horário das 21h na época da pesquisa, ficou em segundo lugar e o Jornal da Record, em terceiro. Nos fins de semana, programas de auditório s?o os preferidos. As rádios mais citadas foram a O Dia FM; Beat 98 FM e Band FM. Os jornais mais lembrados s?o o Extra, em primeiro, o Super Notícia, o Meia Hora e O Globo. O Rio de Janeiro é o estado que mais lê jornais diariamente, com 16%. As revistas mais citadas s?o Veja, Caras, ?poca e Istoé.Já os programas transmitidos por veículos públicos e estatais s?o pouco conhecidos ou n?o contam com a preferência da popula??o. 74% n?o conhecem o programa semanal de rádio Café com a Presidente e 66% n?o ouvem a Voz do Brasil. Já a TV Brasil é conhecida por 37% dos entrevistados.A televis?o é assistida diariamente por 65% dos entrevistados. O rádio é o segundo meio de comunica??o mais utilizado, ouvido por 61%, e a internet ocupa a terceira posi??o, com o acesso de 47% dos entrevistados. Na outra ponta, 75% disseram que n?o leem jornais impressos e apenas 6% têm o hábito de ler jornais diariamente. Revistas s?o a mídia menos presente na vida dos entrevistados: 85% dizem nunca ler e 1% apenas o fazem diariamente.O levantamento foi realizado entre os dias 12 de outubro e 6 de novembro do ano passado com 18.312 entrevistados maiores de 16 anos em 848 cidades nos 26 estados e Distrito Federal. A publica??o, cuja primeira edi??o é divulgada em ano eleitoral, será reeditada anualmente e servirá como referência para as a??es de comunica??o do governo.Embora a maioria da popula??o (53%) ainda n?o tenha acesso à rede mundial de computadores, ela tem grande ades?o dos jovens: 77% dos entrevistados com menos de 25 anos têm contato com a rede, contra apenas 3% dos maiores de 65. Outro dado é que quanto maior a escolaridade e a renda do brasileiro, maior o acesso à web. Entre as famílias com renda superior a cinco salários mínimos, 78% têm internet em casa, enquanto que entre as com renda de até um salário mínimo somente 16% têm o servi?o disponível em suas residências. Quem tem diploma universitário também tem grande probabilidade de contar com internet em casa: 84% têm. Já entre os que estudaram até a quarta série do ensino fundamental, só 20% têm. As regi?es metropolitanas e de maior renda per capita também têm mais usuários de internet. O DF é o campe?o, com 63% de internautas, seguido do estado de S?o Paulo (62%).“Percebe-se uma estreita correla??o entre renda e acesso à web”, constata a publica??o, intitulada “Pesquisa Brasileira de Mídia 2014: Hábitos de Consumo de Mídia Pela Popula??o Brasileira”.A??es do governo Ao comentar a Pesquisa Brasileira de Mídia 2014 - Hábitos de Consumo de Mídia Pela Popula??o Brasileira, o ministro de Comunica??o Social, Thomas Traumann, disse que embora o levantamento n?o traga nenhuma informa??o surpreendente, mostra que o retrato dos hábitos de informa??o dos brasileiros é complexo. Segundo ele, ao mesmo tempo que a internet é usada por um número muito maior de pessoas, ela conta com baixo grau de confian?a dos usuários, enquanto que o jornal impresso conta com menos leitores, mas mantém sua credibilidade histórica.— Quase metade dos brasileiros usa a internet como meio cotidiano de informa??o. Ao mesmo tempo, você tem outro dado em rela??o à confiabilidade, que é exatamente o oposto. Ou seja: quando você coloca qual é a informa??o mais confiável, os jornais sobem e a internet cai, o que mostra que toda a história e a credibilidade do meio impresso continua sendo um referencial para as pessoas. A internet é muito mais acessada, porém o grau de confiabilidade dela ainda é muito mais baixo comparado ao número de pessoas que a utilizam — ponderou Traumann.O ministro afirmou que o estudo mostra que a internet é um espa?o privilegiado onde as a??es do governo devem estar e que o governo focará suas políticas nesse meio.O chefe da Assessoria de Pesquisa de Opini?o Pública e Planejamento da Secretaria de Comunica??o Social da Presidência (Secom), Vladimir Gramacho, disse que a pesquisa custou R$ 2,4 milh?es e que a decis?o de realizá-la foi tomada em agosto de 2012 para suprir o governo de dados confiáveis para otimizar o processo de comunica??o e presta??o de contas à popula??o. Campanhas sobre saúde, tr?nsito e outras políticas levar?o os resultados da pesquisa em considera??o.Disponível em: Acesso em: 16 jun 2014.3492535750500V?DEOViciados em TecnologiaA dependência cibernética já é tratada como dependência em drogas. Confira o depoimento de uma internauta que pediu demiss?o do trabalho, abandonou as crian?as, se separou do marido, pesava 80 quilos e chegou a pesar 47. Tudo em virtude de seu vício pela internet.Confira! risco da dependência cibernética é preocupante, mas n?o podemos nos esquecer das gigantescas possibilidades por trás do uso consciente e inteligente da tecnologia, sobretudo para organizar manifesta??es sociais e políticas que falam e gritam em nome dos povos de vários países. Foi, por exemplo, o que ocorreu no Ir?. Por ocasi?o da reelei??o suspeita de Mahmoud Ahmadinejad, comícios foram proibidos, a comunica??o foi cortada, a imprensa local camuflou o ocorrido, mas os iranianos fizeram uso do Twitter e do Youtube para expressar sua indigna??o e revelar ao mundo os fatos ocorridos. Confira!Ciberativismo: ativismo nasce nas redes e mobiliza as ruas do mundoQuando você busca apoiar uma causa social, o que faz? Provavelmente uma das primeiras coisas é acessar a internet: fazer uma doa??o, compartilhar campanhas e experiências, assinar uma peti??o ou confirmar presen?a em algum protesto. Esses s?o alguns dos exemplos de como a rede vem ampliando o ativismo social e político e criando novas formas de atua??o e mobiliza??o, compondo o que é chamado de ciberativismo.O ciberativismo é um termo recente e consiste na utiliza??o da internet por grupos politicamente motivados que buscam difundir informa??es e reivindica??es sem qualquer elemento intermediário com o objetivo de buscar apoio, debater e trocar informa??o, organizar e mobilizar indivíduos para a??es, dentro e fora da rede. Com essas possibilidades, todos podem ser protagonistas de uma causa.30289533274000Egípcios protestam usando máscaras que simbolizam os hackers dos AnonymousA internet pode ser usada ainda como um canal de comunica??o adicional ou para coordenar a??es offline de forma mais eficiente. Além disso, permite a cria??o de organiza??es online, permitindo que grupos tenham sua base de atua??o na rede; o que possibilita a??es no próprio ambiente da rede, como ocupa??es virtuais e a invas?o de sites por hackers.O autor Sandor Vegh no livro "Classifying forms of online activism: the case of cyberprotests against the World Bank, de 2003" (o livro, sem tradu??o brasileira, é considerado uma referência sobre o tema), comenta que as estratégias de utiliza??o da internet para o ciberativismo objetivam aprimorar a atua??o de grupos, ampliando as técnicas tradicionais de apoio.Vegh cita três categorias de atua??o do ativismo online: 1) conscientiza??o e promo??o de uma causa (por exemplo, divulgar o outro lado de uma notícia que possa ter afetado a causa ou uma organiza??o); 2) organiza??o e mobiliza??o (convocar manifesta??es, fortalecer ou construir um público); e 3) a??o e rea??o.Exemplos desse tipo de ativismo v?o desde peti??es online, cria??o de sites denúncia sobre uma determinada causa, organiza??o e mobiliza??o de protestos e atos que aconte?am fora da rede, flashmobs, hackerativismo e o uso de games com uma fun??o política e social.Casos recentesEmbora as primeiras formas de ativismo online datem do início da década de 1990, movimentos recentes no Brasil e no mundo vêm mostrando o potencial dessa nova forma de reorganiza??o.No Ir?, por exemplo, em 2009, o Twitter se mostrou um importante campo de batalha no ambiente virtual, após a reelei??o suspeita de fraude do ent?o presidente Mahmoud Ahmadinejad, que gerou protestos e confrontos com a polícia iraniana. Com comícios proibidos, a comunica??o cortada, a imprensa local camuflando o ocorrido e jornalistas estrangeiros proibidos de ficarem no país, os iranianos utilizaram o Twitter e o YouTube para mostrar ao mundo o que realmente estava acontecendo. Os protestos da Primavera ?rabe seguiram o mesmo caminho.Um dos casos mais emblemáticos do século 21 talvez seja o do WikiLeaks, site criado pelo jornalista Julian Assange que divulgou informa??es sigilosas de vários países, principalmente sobre os Estados Unidos e a Guerra do Afeganist?o.O celular e as redes sociais também se mostraram uma poderosa "arma" nos protestos de junho de 2013 no Brasil. Apostando na din?mica rede-rua, foi pelo Facebook que os organizadores do MPL (Movimento Passe Livre) conseguiram a ades?o de centenas de milhares de pessoas, sendo que boa parte delas participou dos protestos nas ruas de diversas cidades brasileiras. Outro grupo que chamou aten??o durante os protestos foi o Mídia Ninja, cuja atua??o foi baseada nas transmiss?es ao vivo dos protestos pela internet, enquadrando-se na primeira forma de ciberativismo proposta por Vegh.Hackers e gamesOs hackers também ganharam um papel de destaque dentro do ciberativismo, no que é chamado de ativismo hacker -- ou hacktivismo, definido com uma prática de hacking, phreaking ou de criar tecnologias para alcan?ar um objetivo social ou político. Um dos principais grupos de hackers ativistas é o Anonymous, criado em 2003, e que ganhou vertentes por todo o mundo.Os games também entraram na onda do ativismo. Uma iniciativa interessante nesse sentido é o site Molleindustria. Com o slogan “Games radicais contra a ditadura do entretenimento”, o objetivo do site é usar a estética dos games para promover a crítica social e política. Quem acessar o site irá encontrar jogos sobre pedofilia e padres, a guerra do petróleo, como gerir uma lanchonete do McDonalds e o mais interessante: o internauta será sempre colocado numa posi??o desconfortável, para vivenciar na pele – mesmo que virtualmente – as mais diversas situa??es.Disponível em: Acesso em: 13 jun 2014.Os dois textos a seguir trazem informa??es sobre as regras que agora comp?em o universo da internet. Um dos objetivos da lei é impor a ordem, estabelecer limites, organizar a casa e, quem sabe, resgatar a ética. Fique por dentro das novidades amparadas pela lei. Após, confira algumas ocorrências que dizem respeito ao Google, como, por exemplo, o pedido de retirada de vídeos difamatórios. Injusti?as causadas virtualmente ferem pessoas reais e, sem dúvida, trata-se, também, de uma quest?o ética... A Internet agora tem leiDepois de quase três anos tramitando no Congresso Nacional, o Marco Civil da Internet, uma espécie de “constitui??o” da rede que define direitos e deveres, tanto de usuários quanto de provedores, finalmente foi aprovado na C?mara dos Deputados. O texto, que sofreu uma série de press?es das empresas de telecomunica??es para ser alterado, saiu muito próximo do que o governo pretendia, principalmente no que se refere ao que ficou conhecido como a neutralidade da rede. De acordo com a reda??o final do Marco Civil, as empresas agora n?o poder?o decidir que tipo de servi?o ou conteúdo irá circular com maior ou menor velocidade na rede (veja quadro abaixo).Apesar da aprova??o na C?mara, o marco civil da internet ainda n?o está em vigor. Para que a lei passe a valer o texto precisa ser aprovado no Senado e, depois, ser sancionado pela presidenta da República, Dilma Rousseff. Após a queda de bra?o na C?mara – e a série de concess?es que o Planalto fez para convencer o PMDB a aceitar a reda??o final, dificilmente haverá sobressaltos no Senado.Apesar de o resultado em torno da nova lei n?o ter sido un?nime, o Marco Civil da Internet preenche uma lacuna importante na legisla??o brasileira. Várias quest?es envolvendo a regulamenta??o do uso e da comercializa??o de acesso à internet n?o tinham regras claras. A expectativa é de que ao menos a maior parte da nova lei já esteja em vigor até o início do próximo semestre.Disponível em: Acesso em: 26 mai 2014.Confira seis perguntas e respostas sobre o futuro da internet no BrasilApós a aprova??o do Marco Civil da Internet pelo plenário da C?mara dos Deputados nesta ter?a-feira (25), os internautas levantam dúvidas sobre os rumos da internet no Brasil. A partir de comentários e intera??es nas redes sociais, Portal EBC levantou as principais dúvidas para ajudar a esclarecer alguns pontos. Confira.1) O que é o Marco Civil mesmo?O projeto de lei 21626/11, conhecido popularmente como o Marco Civil da Internet, é uma espécie de "constitui??o" que vai reger o uso da rede no Brasil definindo direitos e deveres de usuários e provedores da web no país. No dia 25 de mar?o de 2014, após quase três anos de tramita??o na C?mara, o plenário da casa aprovou o texto final do projeto, que segue para análise e vota??o no Senado antes de ser sancionado pelo Executivo.2) Onde encontro o texto aprovado no plenário da C?mara?Você pode ter acesso ao texto completo no site ) Quais direitos o Marco Civil vai me garantir?Além de criar um ponto de referência sobre a web no Brasil, o Marco prevê a inviolabilidade e sigilo de suas comunica??es. O projeto de lei regula o monitoramento, filtro, análise e fiscaliza??o de conteúdo para garantir o direito à privacidade. Somente ordens judiciais para fins de investiga??o criminal podem ter acesso a esses conteúdos. Além disso, prevê a n?o suspens?o de sua conex?o, exceto em casos de n?o pagamento e a manuten??o da qualidade contratada da sua conex?o.As empresas que descumprirem as regras poder?o ser penalizadas com advertência, multa, suspens?o e até proibi??o definitiva de suas?atividades. E ainda existe a possibilidade de penalidades administrativas, cíveis e criminais.3) Como é essa história de guardar logs por 6 meses?Antes de tudo, log é um termo em inglês utilizado na informática para identificar qualquer informa??o de acesso. Nele há dados como horário de cria??o de um arquivo, altera??o etc., mas n?o o conteúdo em si. Segundo o Marco Civil, os provedores de conex?o s?o proibidos de guardar os registros de acesso a aplica??es de internet. Ou seja, o seu rastro digital em sites, blogs, fóruns e redes sociais n?o ficará armazenado pela empresa que te dá acesso à web.Mas, pelo artigo 15 do PL, toda empresa constituída juridicamente no Brasil (classificada como provedora de aplica??o) deverá manter o registro desse tra?o por seis meses. Elas também poder?o usá-lo durante esse período nos casos em que usuário permitir previamente. Mesmo assim, s?o proibidos de guardar dados excessivos que n?o sejam necessários à finalidade do combinado com o usuário.4) Ent?o meus e-mails v?o ser apagados após seis meses?N?o. Os provedores de aplica??o ter?o que apagar os seus registros de acesso após seis meses, mas todos os servi?os oferecidos como e-mails, fóruns de discuss?o etc. s?o mantidos na rede conforme termos de contrato estabelecido.5) E o que é a neutralidade da rede?O princípio da neutralidade foi estabelecido junto à concep??o da web. Ele diz que a rede deve ser igual para todos, sem diferen?a quanto ao tipo de uso. Assim, ao comprar um plano de internet, você paga somente pela velocidade contratada e n?o pelo tipo de página que você vai ou poderá acessar. Em acordo com a oposi??o ao governo, o texto aprovado prevê que a neutralidade será regulamentada por meio de decreto após consulta à Agência Nacional de Telecomunica??es e ao Conselho Gestor da Internet (CGI). Resumindo: você acessa o que quiser, independente do tipo de conteúdo. Paga, de acordo, com o volume e velocidade contratados.6) O que s?o data centers e por que eles n?o precisam estar no do Brasil?O relator do projeto retirou do texto a exigência de data centers no Brasil para armazenamento de dados. Um data center é uma central de computadores com grande capacidade de armazenamento e processamento de dados onde ficam, normalmente, os arquivos dos sites, e-mails e os logs de acesso. Com as denúncias de espionagem eletr?nica feita pelos Estados Unidos, o governo brasileiro tinha proposto o armazenamento de dados somente em máquinas dentro do território brasileiro, mas essa obriga??o saiu do texto aprovado.Disponível em: Acesso em: 13 jun 2014.Google deve retirar vídeos ofensivos do YouTubeO Google possui viabilidade técnica de controle de vídeos no YouTube. Por isso, tem a obriga??o de encontrar e retirar conteúdo ofensivo veiculado na ferramenta. Portanto, a vítima n?o é obrigada a informar os endere?os eletr?nicos (URLs) exatos que causaram ofensa. Esse foi o entendimento da 4? Turma do Superior Tribunal de Justi?a ao determinar que a empresa retirasse em até 24 horas do YouTube os filmes adulterados da campanha publicitária da motocicleta Dafra, sob pena de multa de R$ 500 por dia de descumprimento.Em seu voto, o ministro Luis Felipe Salom?o, relator do caso, contestou a alega??o do Google de n?o existir atualmente tecnologia capaz de possibilitar a ado??o de filtros de bloqueio. “A alegada incapacidade técnica de varredura de conteúdos incontroversamente difamantes é algo de venire contra factum proprium, inoponível em favor do provedor de internet. N?o se concebe, por exemplo, que a ausência de ferramentas técnicas à solu??o de problemas em um produto novo no mercado isentaria a fabricante de providenciar solu??o do defeito”, registrou Salom?o.De acordo com o ministro, “se a [empresa] Google criou um ‘monstro indomável’, é apenas a ela que devem ser imputadas eventuais consequências desastrosas geradas pela ausência de controle dos usuários de seus sites”. Para o ministro, n?o é crível que uma empresa do porte da Google n?o possua capacidade técnica para identificar as páginas que contenham, de forma clara e objetiva, o conteúdo indicado pelos autores como ilícitos.O Google informou que recorrerá ao Supremo Tribunal Federal. Sobre a decis?o, a empresa afirma que, além de ser de impossível cumprimento, n?o reflete a jurisprudência dominante no próprio STJ. "O Google reafirma que n?o disp?e de filtros para monitorar de maneira prévia o conteúdo colocado no YouTube e consegue remover apenas vídeos cujos endere?os (URLs) tenham sido especificados", diz.Involu??o humanaSalom?o apontou que a internet tem sido utilizada de forma rotineira para apedrejamentos virtuais, por isso é exatamente importante saber qual é o limite de responsabilidade dos provedores da internet.“Os verdadeiros ‘apedrejamentos virtuais’ s?o tanto mais eficazes quanto o s?o confortáveis para quem os pratica: o agressor pode recolher-se nos rec?nditos ambientes de sua vida privada, ao mesmo tempo em que sua culpa é diluída no anonimato da massa de agressores que replicam, frenética e instantaneamente, o mesmo comportamento hostil, primitivo e covarde de seu idealizador, circunst?ncia a revelar que o progresso técnico-científico n?o traz consigo, necessariamente, uma evolu??o ética e transformadora das consciências individuais”, explicou o ministro.Certamente, afirma o relator em seu voto, os rituais de justi?a sumária e de linchamentos morais praticados por intermédio da internet s?o as barbáries típicas do nosso tempo. “Nessa linha, n?o parece adequado que o Judiciário adote essa involu??o humana, ética e social como um módico e inevitável pre?o a ser pago pela evolu??o puramente tecnológica, figurando nesse cenário como mero expectador”, conclui.De acordo com o ministro, o provedor de internet — administrador de redes sociais —, ainda em sede de liminar, deve retirar informa??es difamantes a terceiros manifestadas por seus usuários, independentemente da indica??o precisa, pelo ofendido, das páginas em que foram veiculadas as ofensas (URLs).?Reconhecendo a import?ncia do conhecimento jurídico para solu??es relacionadas ao tema, o ministro Luis Felipe Salom?o destacou que fatores tecnológicos e saberes conexos devem ser considerados. Em seu voto, sugeriu que fosse feita uma audiência pública com a participa??o de entidades da sociedade civil para um maior embasamento teórico em quest?es similares.“Parece extremamente útil a convoca??o, em tempo oportuno e se assim considerar adequado a Turma julgadora, de audiência pública para melhor exame dessas celeumas que, exponencialmente, vêm crescendo no ?mbito judicial”, afirmou, antes de citar audiências bem sucedidas feitas pelo Supremo Tribunal Federal.?Vídeo difamatórioNo caso analisado, a Dafra ingressou com a??o após uma campanha publicitária de suas motos ser adulterada e veiculada no YouTube. Na adultera??o da pe?a audiovisual, o som original foi sobreposto. A nova narra??o, que contava com uma voz bastante semelhante a do ator contratado, denegria a marca com termos chulos e palavras de baixo cal?o.Após notifica??o extrajudicial, o Google do Brasil retirou o vídeo do ar. Na tela de exibi??o apareciam os dizeres: “este vídeo n?o está mais disponível devido à reivindica??o de direitos autorais por Dafra”. Ainda assim, a a??o n?o foi suficiente para impedir novas publica??es do mesmo vídeo.?A fabricante de motos e a agência de publicidade entraram ent?o na Justi?a. Em suas alega??es, afirmavam que o Google n?o adotou as medidas necessárias para evitar novas exibi??es de vídeos com o mesmo conteúdo no site, independentemente do título dado. Alegavam também que a empresa n?o adotou mecanismos efetivos de bloqueio em rela??o à ferramenta de buscas.?No pedido, requeriam que o Google deixasse de exibir imediatamente o filme pirata, tanto com o título dado à falsa campanha, quanto com outro título qualquer que direcionasse para a marca e nome empresarial Dafra, a menos que se tratasse de conteúdo previamente autorizado. Acessoriamente, solicitaram a inclus?o de texto de advertência personalizado, o fornecimento dos dados de identifica??o de todos os usuários que disponibilizaram o vídeo e imposi??o de multa diária, além de indeniza??o por danos morais.?Impossibilidade técnicaNa primeira inst?ncia, o juiz determinou a retirada imediata do vídeo do ar e determinou a multa diária no valor de um salário mínimo. Houve recurso do Google, alegando que a obriga??o técnica imposta era juridicamente impossível de ser cumprida. Segundo a empresa, n?o existe atualmente tecnologia que possibilite a ado??o de filtros de bloqueio capazes de identificar a disponibiliza??o de material fraudulento. O Tribunal de Justi?a de S?o Paulo reconheceu a impossibilidade técnica de controle prévio, mas manteve a determina??o da retirada do conteúdo.?O acórd?o paulista determinou a retirada do filme pirata citado na inicial e de qualquer outro título que fa?a referência ao termo Dafra. Entendeu também que seria razoável que, uma vez cientificada de outros vídeos similares, o Google retirasse o material do ar em 24 horas.?O Google recorreu ent?o ao STJ alegando ser impraticável fornecer os dados dos responsáveis pela postagem dos vídeos com a simples indica??o do endere?o eletr?nico, ou URL, sem que haja uma determina??o judicial. O prazo de 24 horas para a retirada dos vídeos também foi contestado.?Ao analisar o recurso, Salom?o explicou que, ao reconhecer “certa impossibilidade de controle prévio”, o acórd?o n?o trata de vídeos futuros envolvendo o mesmo título mencionado ou com nome diverso do citado na inicial. Deste modo, a obriga??o do Google alcan?aria somente os vídeos com o título “Dafra — Você por cima”, acrescido de locu??o imprópria, tendo sido suas URLs indicadas pelas autoras ou n?o.Em seu voto, Salom?o afastou a alega??o de censura prévia feita pela empresa de servi?os online e reafirmou a possibilidade do fornecimento da identifica??o eletr?nica de quem disseminou o vídeo. Essa tese já está, segundo a decis?o, pacificada no STJ.Quanto ao prazo de 24 horas, o ministro afirmou que “considerada a velocidade com que a informa??o circula na internet, é o bastante para potencializar o dano gerado, n?o se mostrando prudente dilatá-lo ainda mais”. A multa por descumprimento foi reduzida para o valor de R$ 500 por dia.Divergência A ministra Isabel Gallotti acompanhou a maior parte do entendimento do ministro relator, porém esclareceu que, para ela, seria fundamental que as páginas a serem suprimidas no resultado das buscas e do banco de dados tenham a URL indicada. Segundo a ministra, “n?o há que se falar em subjetividade na exclus?o de URLs indicadas, pois estamos tratando de um vídeo específico, mesmo que tenha sido postado no YouTube com indexa??o e nomes distintos”.Para a ministra, dado o modo de opera??o da retirada do vídeo do ar, o prazo de 24 horas deveria ser dilatado para 72 horas. O ministro Raul Araújo acompanhou esse entendimento. Porém, os ministros Antonio Carlos Ferreira e Marco Buzzi seguiram o voto do relator e o prazo de 24 horas foi mantido.Disponível em: Acesso em: 2 jun 2014.Você conhece o sistema de tradu??o por voz? Confira abaixo uma novidade... Talvez já ultrapassada... Afinal, a tecnologia corre até mais rápido do que somos capazes de acompanhar... Microsoft desenvolve sistema de tradu??o por voz O Skype se popularizou como uma ferramenta de chat de vídeo em tempo real. Mas para quem queria conversar com pessoas de outros países, as barreiras de idiomas ainda existiam. Agora a Microsoft quer trabalhar exatamente esta quest?o e fez uma demonstra??o de um recurso que pode ser lan?ado no Skype, no futuro. Ele vai permitir a tradu??o das falas dos participantes da conversa ao vivo.Batizado de Skype Translator, a fun??o é baseada em uma tecnologia da Microsoft Research e deve ser apresentada em detalhes durante a Code Conference 2014. No vídeo de teste, Gurdeep Pall, vice-presidente da divis?o Skype, conseguiu conversar ao vivo com uma funcionária alem? da microsoft. Ambos só falaram em seus idiomas nativos.A ferramenta fez todo o trabalho de tradu??o simult?nea de inglês para alem?o e vice-versa. Veja o resultado:Pall n?o deu detalhes sobre como a tecnologia funciona, mas explicou que o processo de tradu??o é feito em três etapas: primeiro a fala de cada pessoa é capturada, depois é convertida em texto (a convers?o aparece na forma de legenda); na segunda parte, a parte escrita é traduzida; e na terceira, um sintetizador de voz torna a tradu??o audível para os participantes do rma??es sobre os idiomas que ser?o suportados pelo Skype Translator n?o foram reveladas. Mas a empresa deve disponibilizar a primeira vers?o do tradutor como um aplicativo beta para Windows 8.1 até o final de 2014.Até lá é preciso aprimorar a solu??o, que n?o funciona perfeitamente ainda. A Microsoft tem planos de aprofundar os estudos em tradu??o fazendo com que o software seja capaz de pronunciar palavras com as mesmas pausas naturais de uma conversa, para “humanizar” um pouco mais o clima robótico dos sintetizadores.Disponível em: Acesso em: 2 jun 2014. Adaptado.Dominar as ferramentas tecnológicas contribui para o desenvolvimento do raciocínio lógico. Nesse sentido, o contato com essas ferramentas desde a inf?ncia traz benefícios ao aprendizado das crian?as. ? o que diz a entrevista e, até aqui, tudo perfeito! Todavia, n?o podemos ficar presos nas linhas do texto... A partir das suas concep??es e do que já leu acerca das implica??es tecnológicas sobre a vida das pessoas, analise os prós e os contras dessa rela??o precoce. O que também é preciso ensinar às crian?as para que n?o se tornem reféns dessas ferramentas? Ensiná-las a usar o ctrl+c, em seguida o ctrl+v e, assim, tornarem-se repetidoras de informa??es? Ou ensiná-las a pensar, a selecionar e filtrar informa??es criticamente, a recriar e a criar o novo a partir do velho? EntrevistaComo e por que é preciso ensinar crian?as a programarAndré Bechara já tinha passado por inúmeras empresas de tecnologia como especialista em Ciências da Computa??o. Decidiu sair do Brasil para montar a própria desenvolvedora de softwares que acabou diretamente pela crise financeira de 2008. Diante das limita??es de negócios na época, ele resolveu procurar alternativas e, quem sabe, empreender de novo. “Encontrei esse nicho de educa??o, para ajudar pessoas a programar”, relembra. Assim nasceu a Startup Cursos, uma escola de treinamento que ensina crian?as a programar e desenvolver jogos. Ele contou à Revista W mais detalhes sobre a sua trajetória neste inusitado projeto:Revista W: Como surgiu essa ideia?André Bechara: Estudei computa??o e trabalhei muitos anos com desenvolvimento de software. Saí do país para montar uma fábrica de softwares, mas depois da crise econ?mica de 2008 o mercado ficou muito ruim. Por isso busquei outras alternativas e encontrei esse nicho de educa??o, para ensinar as pessoas a programar para computadores. Eu já dava treinamento para estagiários nas empresas em que trabalhei. O pessoal chegava meio cru da faculdade, n?o tinha base entre o que via lá e o que acontecia no mercado de trabalho. Ent?o, comecei com foco nos adultos, com cursos de desenvolvimento de aplicativos e só depois abri um curso voltado para jogos. Percebi que havia muita gente nova, que nunca tinha programado games e tinha muito interesse. Questionei se n?o havia uma forma de ensinar crian?as a programar jogos ao menos. Fiz uma pesquisa com o que já tinha no mundo em metodologias e criei um programa baseado no que encontrei.W: Como funciona o método de ensino?AB: Ele é baseado em desafios crescentes. Passamos do programa mais básico para o mais complicado. Sempre é um problema prático. Ao contrário do que vemos nas faculdades, ensinamos a teoria e deixamos que o aluno pratique. Acredito que só se aprende programa??o na prática. Tudo faz parte de uma necessidade em resolver um problema, buscando solu??es. Por isso, para crian?as, partimos do jogo mais simples, apresentamos a ferramenta de programa??o e aí o aluno tenta sozinho resolver a quest?o. E mostramos toda a teoria por trás.W: Você acredita que essa gera??o tem mais facilidade para aprender códigos?AB: Sim, Estou impressionado com essa nova gera??o. Para se ter uma ideia, se eles têm alguma dúvida v?o sozinhos para o YouTube e buscam como fazer nos vídeos. ?s vezes, pergunto para algum aluno: “Como você resolveu isso sozinho?” e ele responde que achou a solu??o na internet. S?o crian?as que já tem o hábito de buscar para aprender alguma coisa. Elas usam muito bem as ferramentas de pesquisa e aprendem rápido.W: Quais s?o as vantagens em aprender código desde cedo?AB: S?o várias. A principal é desenvolver o raciocínio lógico. Para programar é preciso dividir um problema em peda?os menores. Afinal, o computador é “burro” e é preciso que você quebre tudo como se fosse uma receita de bolo. Esse processo de desmembrar um problema é que vai ajudar o aluno em todas as carreiras ligadas a exatas, como matemática, engenharia, física, por exemplo. Além do raciocínio lógico, também há também a parte criativa. Elas criam histórias, personagens, como será a pontua??o do jogo, ent?o s?o trabalhados os dois lados.W: Qual é a idade média dos alunos?AB: S?o blocos de 8 a 12 anos, para o infantil, de 12 a 16 no juvenil e a partir de 16 para adultos.W: Atualmente o mercado sofre para encontrar profissionais qualificados. Você acredita que iniciativas como essa podem resolver isso no futuro?AB: Trabalhei muito tempo com engenharia de software e realmente existe uma falta de capacita??o. Como a área de tecnologia muda rápido, tudo o que uma pessoa autodidata sabe acaba se tornando rapidamente obsoleto. Mas para formar os conhecimentos básicos de programa??o é preciso aprender a formar algoritmos, resolver problemas e trabalhar com raciocínio lógico. As tecnologias podem até mudar, mas os fundamentos necessários para programar s?o os mesmos, n?o mudam de uma linguagem para a outra.Publicado originalmente na edi??o 160 da Revista W. Toda e qualquer reprodu??o deve citar a fonte.?Disponível em: Acesso em: 13 jun 2014.? mais fácil, c?modo e rápido deixar-se levar na dire??o da onda do que remar contra a maré. O texto abaixo trata sobre as mudan?as no comportamento dos consumidores frente às novidades e facilidades propiciadas pela tecnologia. Em seguida, veja também o comportamento de usuários nas redes sociais. Quando est?o conectados às redes eles buscam atividades que exigem menos esfor?o. Para variar, é a lei do menor esfor?o em evidência... Como o consumidor mudou o seu comportamentoFátima Bana*Estive em alguns eventos e eles sempre nos acrescentam muito, por isso decidi compartilhar aqui com vocês alguns pontos que com certeza vamos ver no nosso mundo e-commerce em breve.?Que o smartphone vem transformando a nossa vida, isso já é realidade, hoje temos a internet nas grandes cidades, que virou t?o importante quanto a energia elétrica (quem nunca se perguntou como as pessoas trabalhavam antes da inven??o da internet?), mas nos últimos tempos grandes players est?o fazendo história usando o mobile.Veja uma grande marca de artigos esportivos, na Finl?ndia, quem vai à loja n?o precisa se preocupar com o horário e n?o estou falando de loja online, na loja física eles possuem uma vitrine eletr?nica que exibe fotos em imagens 3D e permite que o cliente compre, tirando uma foto pelo celular (lógico que usando seu aplicativo mobile e-commerce).[...] O consumidor consome mais tendo mais informa??es, esse é um caso claro. E ao analisarmos o comportamento daqueles que usam aplicativos das redes, verificamos que os consumidores “heavy users” acabam tendo um ticket médio de 40% mais que os outros que est?o menos informados.A Deloitte Americana apresentou um estudo que mostra claramente que o consumidor munido de um smartphone sente-se mais seguro ao finalizar a compra em qualquer ambiente, seja ele online ou off-line.Aí vem a pergunta: o que nós do e-commerce podemos fazer para criar essa experiência multicanal? A ideia que me surge está muito ligada aos aplicativos mobile, pois se o meu concorrente está no shopping, eu quero saber quando o meu consumidor está chegando perto dele (um aplicativo mobile bem dirigido com sua área de tecnologia pode te responder isso antes mesmo de você perguntar) e impactá-lo com uma promo??o ou um aviso dos seus pontos de fidelidade, bem antes dele chegar na porta do meu concorrente e namorar a vitrine dele.Já sabemos que nos EUA (segundo a Forrester) 40% das vendas que ocorrem no mundo físico s?o influenciadas pelo canal digital, esse número cresce a passos largos e em dois anos chegará a 60%.E o mais interessante é que podemos pegar carona inclusive na Televis?o, por pesquisas internas descobrimos que 35% das pessoas que est?o na frente da telinha est?o com algum dispositivo em m?os e quando assistem a uma propaganda, rapidamente pesquisam o produto na internet – BINGO! Usar a rela??o de palavras-chave para trazer o que iria para o concorrente para sua página pode ser inteligente e infinitamente mais barato que uma propaganda em horário nobre, basta ter um marketing bem preparado para estratégias de concorrência e guerrilha.Sempre considerei o avan?o da internet como uma revolu??o na forma de consumir, assim como foi com a chegada dos carros, da eletricidade e de tudo que mudou nossa forma de interagir, isso está cada vez mais óbvio nas grandes cidades e vem crescendo nas menores, levando o acesso aos produtos a cada canto do país.* Fátima Bana – Mestre em comportamento digital do consumidor pela UCLA/USA. Certificada EFMD (European Foundation for Management Development) com o selo CEL. Mais de 10 anos de experiência em estratégia e inteligência de marketing digital e offline no varejo. Pós-graduada em comunica??o com o mercado pela ESPM. Possui diversos cursos de especializa??o e MBAs, entre eles: neuromarketing, varejo, e-commerce marketing, branding e pricing, ballanced scorecard, omni-channel, entre outros, sempre realizados nas melhores institui??es de ensino do país e do exterior (ESPM, UCLA, Harvard, FGV, etc.).Disponível em: Acesso em: 13 jun 2014. Adaptado.O comportamento nas redes sociaisEngajamento, curtidas, compartilhamentos… Saiba o que o usuário quer e como uma marca deve analisar o seu público nas plataformas sociaisN?o é novidade que a import?ncia do marketing digital cresce a cada ano, tanto para as pessoas como para as empresas que o utilizam para se aproximar dos seus clientes. As redes sociais s?o um dos canais mais procurados e s?o utilizadas para criar relacionamento mais próximo com o público. Sua utiliza??o tem como foco o engajamento dos usuários online, que mede o quanto uma pessoa está envolvida com alguma coisa, nesse caso, com a marca em quest?o.Um estudo desenvolvido em conjunto por Arnaldo Silva Junior, Jorge Correia-Neto e eu, foram identificados aspectos que influenciam as intera??es dos usuários no Facebook. Essa é atualmente a rede social mais utilizada pelos brasileiros – segundo o Socialbakers, o Brasil é o país que possui o segundo maior número de usuários do Facebook no mundo, sendo que aproximadamente 28% de brasileiros (56 milh?es) utilizam essa plataforma.Mas n?o é apenas o aumento no número de usuários que deve ser estudado. ? preciso também conhecer e compreender o perfil dessas pessoas que utilizam as redes sociais, para que as empresas saibam a melhor forma de investir em seu marketing. Para que isso seja bem feito e traga bons resultados, é fundamental que seja feito um planejamento de comunica??o, que deve se basear no comportamento do seu público alvo, qualquer que seja o segmento de atua??o da empresa.Para compreender esse processo, fizemos um estudo com as 05 maiores páginas de institui??es de ensino superior no Facebook. Analisamos todas as postagens dessas páginas durante determinado período para identificar a varia??o do engajamento do público de acordo com o tipo de conteúdo.? preciso ter em mente que a equipe responsável pelas publica??es deve estar sempre atenta a esses aspectos e criar postagens seguindo as características que mais influenciam seu público. Desse modo, haverá um maior engajamento e, consequentemente, retorno do investimento em mídia social para a marca – algo que é muito cobrado pelas empresas.Outra constata??o da pesquisa foi que, em geral, as taxas de curtidas nas páginas estudadas s?o superiores às de compartilhamento que, por sua vez, superam as de comentários. E o que isso indica? Que os usuários buscam atividades que exijam menos esfor?o de sua parte quando utilizam as redes sociais. Curtir exige menos “trabalho” (cliques) do que compartilhar, que é mais simples do que comentar. Desse modo, para obter um comentário ou compartilhamento (que aumenta o alcance da marca mais do que um simples curtir), as empresas precisam ser mais criativas em seu conteúdo, estimulando os usuários.O resultado da pesquisa foi publicado em um artigo apresentado no Simpósio Brasileiro de Tecnologia da Informa??o e foi publicado na Revista Brasileira de Administra??o Científica.Disponível em: Acesso em: 13 jun 2014.Exoesqueleto Nicolelis. A mídia mostrou e anunciou aos brasileiros que essa inven??o impressionante apareceria em público na Copa do Mundo 2014, abrilhantando ainda mais o evento t?o aguardado. Infelizmente, o espetáculo n?o durou mais que três segundos. Todos que esperavam ansiosos por essa apresenta??o ficaram decepcionados. Nicolelis n?o comentou as críticas decorrentes desse episódio, pois, segundo ele, o que vale mesmo é que a inven??o deu certo! Entretanto, transformar vários anos de pesquisa em meros três segundos é talvez ainda mais impressionante que a própria inven??o... Paraplégico chuta bola com exoesqueleto de Nicolelis, mas quase ninguém viu28067034988500O brasileiro paraplégico Juliano Pinto, de 29 anos, chutou a Brazuca na abertura da Copa do Mundo de 2014, em S?o Paulo, nesta quinta-feira (12). Mas quase ninguém viu. A transmiss?o ao vivo estava na festa e, de repente, mostrou o chute, com a bola já em movimento, e o homem em pé com bra?o erguido. Um segundo, e a c?mera voltou para a festa.O momento esperado da ciência demonstra o exoesqueleto - uma estrutura metálica que dá sustenta??o ao corpo e reage a comandos do cérebro, como andar e chutar - criado pelo neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis. O estudo iniciado em 2001 tem sua primeira exibi??o pública.Ainda ser?o publicados os estudos científicos que embasam e explicam a tecnologia usada para fazer com que uma pessoa que n?o consegue movimentar os membros por uma ruptura na medula possa, com impulsos do cérebro, comandar uma estrutura robótica.Na internet, muitas pessoas reclamaram da pouca exibi??o, que n?o mostrou o paciente levantar da cadeira de rodas, andar e chutar a bola, como havia sido intensamente prometido. A TV Globo tentou, depois, se redimir ao reprisar e narrar o chute, mas como n?o havia mais imagens gravadas, n?o conseguiu mostrar o paciente andando e chutando a bola. No pouco mais de 1 segundo, só é possível ver um pequeno movimento e a bola já em movimento.Nicolelis n?o comentou as críticas à má exibi??o de sua pesquisa e apenas comemorou na rede social: "Nós conseguimos", disse em inglês. Em entrevista ao Jornal Nacional, o pesquisador afirmou que a Fifa disponibilizou apenas 15 segundos para seus anos de pesquisa e que a TV n?o registrou.Em comunicado, ele disse: "Foi um grande trabalho de equipe e destaco, especialmente, os oito pacientes, que se dedicaram intensamente para este dia. Coube a Juliano usar o exoesqueleto, mas o chute foi de todos. Foi um grande gol dessas pessoas e da nossa ciência".Disponível em: Acesso em: 13 jun 2014.Por um lado, inven??es nobres que favorecem o homem. Por outro, a tragédia cujas raízes s?o a ignor?ncia e a atitude impulsiva, descontrolada e selvagem do homem que se deixa manipular e enganar por informa??es e imagens divulgadas na internet. Muito difícil encontrar palavras para descrever o que aconteceu com Fabiane. Indescritível, impensável, inaceitável. A sociedade está mesmo doente. As pessoas n?o pensam antes de agir. Parecem movidas muito mais por um instinto animal, desprovidas da virtude racional. Assemelham-se aos animais... Na verdade, isso ainda lhes serve de elogio... Selvageria, medo e ignor?ncia "? ela, é ela, é ela!”, gritavam moradores de Morrinhos, um dos bairros mais pobres de Guarujá, litoral paulista, no sábado, dia 3. Um círculo de pessoas formou-se ao redor da dona de casa Fabiane Maria de Jesus, de 33 anos. A primeira delas desferiu um golpe de madeira em sua cabe?a. Derrubou-a com a?Bíblia?que tinha nas m?os. Mais de 100 pessoas se aproximaram. Várias atiraram pedras, muitas desferiram socos e pontapés, outras arrastaram Fabiane como uma boneca de trapos pelo ch?o, em meio a vielas e casas de palafita. Desacordada, ela foi atirada por cima de uma ponte, seu corpo já inerte. Um morador desferiu, com um peda?o de madeira, um golpe em sua cabe?a. Outro jovem aproximou-se e passou com a roda da bicicleta sobre ela. “Mo?a, se você n?o fizer nada, você vai morrer na m?o desse povo!”, chegou a dizer uma moradora. Fabiane morreu dois dias depois. Chegou a ser levada viva ao hospital, mas n?o resistiu ao bárbaro ataque de uma multid?o que acreditava estar diante de uma sequestradora de crian?as. Em Morrinhos, o boato de uma onda de sequestros fora alimentado por uma página na rede social? HYPERLINK "" \t "_parent" Facebook. Nenhuma crian?a desaparecera na regi?o, e Fabiane n?o era culpada de crime algum. Foi brutalmente assassinada coletivamente, devido a uma fantasia que ganhou vida em computadores e celulares da comunidade onde morava.A selvageria que matou uma dona de casa inocente foi filmada pelas c?meras de diversos telefones celulares, de agressores e testemunhas. Em algum momento, num dos vídeos, Fabiane ainda estava consciente. Balbuciava: “N?o fui eu”. Houve quem tentasse acorrer em sua defesa, porém foi barrado e amea?ado de agress?o. Alguns curiosos dirigiram-se ao local de táxi para assistir à barbárie, avisados por meio de redes sociais. “Pegaram ela”, dizia uma das mensagens. O que era boato se transformara em espetáculo de tortura, presenciado por cidad?os que tinham ouvido falar sobre uma mulher que sequestrava crian?as para fazer magia negra. “Os boatos veiculados pelas?redes sociais?n?o s?o verdadeiros”, disse Luiz Ricardo Lara, delegado do 1? Departamento de Polícia de Guarujá, responsável pelas investiga??es do assassinato de Fabiane.A coisa mais próxima do que dizia o boato acontecera muito longe dali, no?Rio de Janeiro. Em 2012. Um caso real de sequestro no bairro de Ramos, Zona Norte do Rio, gerou um retrato falado, divulgado na?internet. Rapidamente, usuários reproduziram as imagens, que chegaram a Guarujá. Segundo a história, que já virara lenda, na cidade paulista a sequestradora passara a praticar magia negra. Um de seus principais promotores foi a página Guarujá Alerta, hospedada no Facebook. Criada em novembro de 2012, ela tem mais de 57 mil seguidores. Apresenta-se como uma “página de fatos, acontecimentos, notícias, reclama??es e sugest?es do morador e turista de Guarujá”. Na prática, serve como plataforma de divulga??o e avisos sobre crimes na cidade. No dia 25 de abril, o Guarujá Alerta divulgou a história dos sequestros. Um texto falava sobre uma mulher que roubava crian?as da regi?o para fazer bruxaria. Usuários publicaram retrato falado com uma suspeita negra e jovem. Num ambiente fértil para a desinforma??o, surgiu na página do Guarujá Alerta uma foto real, colorida, relacionada à suspeita – e apagada da página depois do linchamento de Fabiane. A foto mostrava uma loira que, descobriu-se depois, também n?o tinha liga??o com sequestro algum. Fabiane tinha poucas semelhan?as com qualquer uma das imagens. Era mais magra e mais velha que a mulher do desenho feito no Rio, mas um dia antes de ser morta clareara o cabelo. A partir da confus?o na página do Facebook, moradores de Morrinhos colocaram na cabe?a a ideia de uma loira criminosa que nunca existiu.A internet e algumas redes sociais vêm sendo usadas no Brasil como canal de?a??es de moradores contra o avan?o da criminalidade. Convencidos de que precisam ajudar a polícia, ou mesmo céticos sobre a capacidade das for?as policiais, moradores organizam-se em ambientes digitais. Sem capacidade profissional para distinguir fato de fic??o, muitos sites apenas alimentam o medo e o desejo de vingan?a do público que os consome.Diego Scarpa, advogado do dono do Guarujá Alerta, diz que tem colaborado com as investiga??es sobre o assassinato de Fabiane. Afirma já ter enviado à polícia material com as postagens sobre os rumores de sequestros. Admite que parte das publica??es foi apagada do site – Scarpa afirma n?o saber o motivo. O responsável pela página dep?s no dia 6, sem ser identificado pela polícia. Ele conversou por telefone com ?POCA, mas n?o informou seu nome ou qualquer outro dado pessoal. Reconheceu n?o ser jornalista. Disse sofrer dezenas de amea?as e jamais ter dito que o rumor que levou à morte de Fabiane era verdadeiro. Também afirmou n?o se lembrar de ter publicado a foto de uma mulher loira em sua página. A imagem, diz ele, foi publicada por usuários. “Arrependimento n?o tenho, porque estamos colaborando com a polícia, ajudando a popula??o de Guarujá de alguma forma.” Segundo o responsável pelo Guarujá Alerta, a popularidade da página rendeu-lhe uma parceria informal com o 21? Batalh?o de Polícia Militar do município, para divulgar fatos policiais em primeira m?o. A polícia n?o confirma o acordo.Antes de chegar a Guarujá, a lenda sobre a sequestradora de crian?as, nascida no Rio, passou por Três Rios, Rio de Janeiro, em abril deste ano, também alimentada por um site na internet – o Entre-rios. Um dia após um desmentido da polícia, o site paranaense Pontal Notícias divulgou o mesmo retrato falado, acrescido de informa??es sem base na realidade – afirmava que a sequestradora praticava magia negra e agia em Pontal do Paraná. Ao jornal?O Globo, o administrador da página, de 17 anos, disse que informa “a popula??o do que acontece em nossa volta, sem enrola??o, de modo claro e objetivo”.A preocupa??o com o avan?o da criminalidade é a matéria-prima de muitos outros espa?os digitais. O site Viver em Santos é o correspondente do Guarujá Alerta na cidade vizinha. Criado em 2012, já tem 110 mil seguidores. O Crimes S?o José, voltado para moradores de S?o José dos Pinhais, no Paraná, é acompanhado por 7 mil usuários. ?POCA identificou ao menos dez sites espalhados pelo país com o mesmo propósito. A maioria longe dos grandes centros urbanos. Defensores de a??es drásticas contra criminosos, esses espa?os na internet se transformam em plataformas para clamores bárbaros. No dia em que Fabiane foi linchada, um usuário da página Viver em Santos publicou uma fotografia de um homem detido pela polícia. “Deviam (sic) ter amarrado no poste e encher de porrada (sic)”, dizia um dos comentários. A socióloga Jacqueline Sinhoretto, da Universidade Federal de S?o Carlos, afirma que aqueles frustrados com o aumento da violência usam esses sites como plataforma para combater o que consideram excesso de direitos humanos a criminosos. “Trata-se de uma necessidade de eles se reafirmarem”, diz. “E eles ganharam espa?o por meio das redes sociais.”N?o é fácil identificar responsáveis por crimes iniciados na internet. Pela lei atual, postagens falsas ou ofensivas devem ser retiradas imediatamente pelo responsável por páginas ou redes sociais, desde que comunicados por alguém – como a própria vítima ou terceiros. O estabelecimento de culpa depende da avalia??o individual de cada juiz responsável por esses casos. O?Marco Civil?da Internet, que entrará em vigor no fim de junho, é tímido sobre a quest?o. Segundo ele, um conteúdo impróprio deve ser retirado do ar de forma obrigatória pelo provedor do conteúdo apenas se houver ordem judicial. “A velocidade da Justi?a n?o acompanha a din?mica e a dissemina??o veloz de conteúdo na rede”, afirma Renato ?pice Blum, especialista em Direito Digital. Ao falar a ?POCA, algumas das testemunhas que prestaram depoimento à polícia sobre o linchamento de Fabiane identificaram um culpado do crime t?o vago quanto inimputável: “A culpa foi da internet”. Para Isabela Guimar?es Del Monde, especialista em Direito Digital, a atua??o dos internautas precisa ser mais consciente e responsável. “Muitas pessoas com ensino superior publicam e falam coisas que n?o falariam fora da internet”, diz Isabela. “O mau uso das redes sociais pode servir à prática de crime.” Um site dedica-se a fazer o movimento contrário. O e-Farsas busca desmentir boatos propagados na internet. Seu dono, Gilmar Lopes, diz desmentir ao menos um boato por dia.Em 2014, o Brasil já registrou outros casos de agress?es coletivas a criminosos ou suspeitos. Em janeiro, um adolescente de 15 anos foi espancado por mais de dez homens e amarrado nu a um poste, no Flamengo, Zona Sul do Rio. Os agressores diziam que se tratava de um assaltante. Em Teresina, Piauí, um vídeo foi publicado na internet com cenas de um homem amarrado e atirado sobre um formigueiro. Para Jacqueline Sinhoretto, os linchadores têm plena consciência da gravidade de sua atitude. “O importante para eles é que alguém pague pela violência da mesma forma. Eles est?o conscientes disso e sabem o que fazem”, diz. Há poucas estatísticas sobre linchamentos no Brasil. Com base em registros da imprensa, o Núcleo de Estudos da Violência, da Universidade de S?o Paulo, calculou que, de 1980 a 2006, houve ao menos 1.179 casos no país.Fabiane de Jesus deixou marido e duas filhas – uma de 13 anos, outra de apenas 1. Na primeira semana de investiga??o,?a polícia prendeu três acusados?de participar do linchamento – Valmir Dias Barbosa, de 47 anos, Lucas Rogério Fabrício Lopes, de 19, e Carlos Alex Oliveira de Jesus, de 22. Lucas Lopes disse estar “muito arrependido”. A polícia ainda investiga o peso que os boatos compartilhados na página do Guarujá Alerta tiveram no linchamento. Se apurada a real inten??o do dono da página em promover algum tipo de violência, ele pode ser processado por incita??o ao crime – tal como os demais usuários que tenham compartilhado o boato em redes sociais. A pena para esse crime é de três a seis meses de reclus?o. Caso os rumores tenham sido alimentados apenas por usuários do site, seu dono n?o pode ser considerado responsável. “Queremos justi?a”, diz o cunhado de Fabiane, Nildo Alves das Neves, de 42 anos. “Um país sério tem de acabar com essa mamata da internet, onde todo mundo faz o que quer, e ninguém faz nada. Esses sites cometem barbaridades e p?em em risco a vida de inocentes.” Mais que isso. P?em em risco a cren?a nas leis e nas rela??es civilizadas dentro da sociedade brasileira. Qualquer linchamento é um episódio revoltante, gravíssimo, intolerável no mundo do século XXI. O linchamento de um inocente, baseado em boatos alimentados por grupos organizados, é uma tragédia ainda maior, que vitima a sociedade como um todo.Disponível em .br. Acesso em: 17 jun 2014. N?o tem como n?o se indignar diante dos fatos apresentados no texto anterior. Num mundo com tanta tecnologia e tantas possibilidades de conex?o, s?o assustadoras a apatia, a indiferen?a e a frieza crescentes entre as pessoas. Desde que o mundo se fez mundo, tragédias acontecem, mas n?o podemos simplesmente nos conformar com as mazelas da sociedade. N?o podemos viver conectados nas tecnologias e desconectados das pessoas, indiferentes ao sofrimento alheio. Precisamos entender por que e para que estamos aqui. Precisamos de referenciais positivos que nos ensinem a estar conectados, sim, com o nosso tempo e com todos os aparatos tecnológicos possíveis que temos à nossa disposi??o, mas com o discernimento necessário para que essa conex?o sirva também para nos aproximar das pessoas. O texto a seguir trata com muita simplicidade sobre esse assunto. Leia-o com aten??o, reflita e retenha para si o que achar mais conveniente.O desafio de uma gera??o conectadaVivemos em um dos períodos mais fascinantes da história da humanidade. Acredito nunca ter havido na história um momento onde o mundo esteve t?o aberto e acessível para quem quer que seja. Os níveis de tecnologia alcan?ados poderiam até ser esperados e sonhados, mas de forma alguma com tamanha acessibilidade e popularidade. De dentro de nossas casas podemos conhecer e viajar por todo o mundo em tempo real, em ?ngulos diferentes e até falar abertamente com pessoas de idiomas e culturas nunca imaginados.N?o estar conectado nesta gera??o é praticamente impossível. Existem movimentos contracultura, mas que também utilizam as ferramentas virtuais (sites, e-mails, blogs…) na internet, sendo um contrassenso de sua radicalidade.? dessa maneira que esta gera??o tem aprendido a viver, conectados. A Gera??o Milênio (nascidos a partir de 1980) n?o sabe ser ou viver longe de alguma conex?o. Ficar sem o celular, internet ou televis?o é um martírio, uma crise de identidade, um lapso de personalidade. A comunicabilidade em muitas situa??es deixou de ser uma ferramenta de informa??o para tornar-se um vício. Todos est?o “na REDE”, de uma maneira ou de outra.Diante desse quadro no qual fazemos parte da pintura, como podemos desafiar esta gera??o a viver bem os desígnios de Deus? Se vivemos neste tempo, é porque Deus nos chamou para sermos sal e luz aqui, neste contexto, nestas circunst?ncias. E nosso referencial para viver bem e superar os desafios de nossa época continua sendo e sempre será a maneira como Jesus viveu. Olhando para Jesus, podemos encontrar algumas orienta??es para este desafio de Conex?es.Jesus foi um homem intensamente conectado com seu tempo e com as pessoas da sua época. Relacionava-se com todos os tipos, todas as classes, todas as posi??es sociais, de todas as formas e maneiras. Jesus estava sempre envolvido em uma grande rede de relacionamentos, sempre conectado com o mundo à sua volta.Entre tantas conex?es, poderíamos destacar quatro grupos nas rela??es de Jesus: A multid?o, os fariseus, os discípulos, e os enfermos e necessitados. A multid?o sempre o acompanhava para ouvir palavras de esperan?a e ver milagres acontecerem, mas as pessoas deste grupo n?o se comprometeram com Jesus a ponto de mudarem de vida. Os fariseus consideravam Jesus um rival religioso, uma amea?a à religi?o pura, e por isso tramavam sempre contra ele, tentando derrubá-lo. Os discípulos foram escolhidos a dedo, um a um; eram pessoas simples, sem grandes habilidades, mas que desfrutaram por três anos da intimidade do mestre e com ele aprenderam a viver. Já os enfermos e necessitados eram pessoas desprezadas, rejeitadas, que encontravam em Jesus esperan?a e cura; alguns tornavam-se discípulos depois desses milagres, outros recome?avam a vida à sua maneira.Se analisarmos nossas vidas hoje, n?o encontraremos estes mesmos tipos de relacionamentos? Pessoas que vem e v?o; pessoas que tentam nos derrubar; pessoas que s?o marcadas e influenciadas pelo relacionamento conosco; e até pessoas que necessitam de compaix?o e afeto.A maneira como Jesus encarou e vivenciou as experiências com estes grupos nos ensina sobre como também devemos agir em nossa rede de relacionamentos. Jesus nunca rejeitou a multid?o; Ele lhes deu p?o e peixe na multiplica??o, nunca negou uma conversa, mesmo sabendo que eles n?o ficariam. Aos fariseus Jesus dava respostas que revelavam a verdade sobre as suas vidas, mas também lhes davam a oportunidade de mudan?a; Ele queria transformá-los pela verdade. Quanto aos discípulos, Jesus investiu muito neles, confiando-lhes o ide, a continuidade, a miss?o de proclamar as boas novas da salva??o a toda terra. E aos necessitados e enfermos ele curou, sarou, libertou, n?o pela condicional de se tornarem seus discípulos, mas porque era cheio de compaix?o e solidariedade.Apesar das diferen?as ao lidar com cada grupo, uma coisa era comum em todos os casos: a personalidade e a convic??o de Jesus em estar fazendo a vontade de Deus. Cristo sempre foi o mesmo, independente de quem estava diante dele.Creio que hoje Jesus estaria utilizando os celulares, a internet, os meios de comunica??o e outros recursos para compartilhar sua abundante vida, mas com certeza nada disto mexeria com a sua identidade e com a sua miss?o. Ele era conectado sim com o seu mundo, mas nenhuma conex?o era mais forte que a conex?o de Jesus com o Pai e com o Espírito Santo. A convic??o de Jesus Cristo sobre a sua identidade e sua miss?o era t?o profunda que nenhuma conex?o seria capaz de influenciá-lo ou confundi-lo.Esse é o ponto! Esse é o desafio para nossa gera??o! Para onde as conex?es de hoje nos têm levado? Será que a identidade de nossos jovens e adolescentes, a gera??o milênio, se esconde atrás de um computador ou de um celular?! Se assim for, a juventude de nossos dias n?o passa de reféns dominados e seduzidos por um senhor mau e exigente. Mas, se apesar das conex?es inevitáveis com multid?o, fariseus, doentes e discípulos, formos capazes de ajudá-los a construir uma identidade forte e uma consciência de miss?o profunda, ent?o as conex?es ser?o pontes de liberta??o, bên??o e conhecimento da verdade.Os relacionamentos, independente do grupo com quem se convive, devem reproduzir a maneira como Jesus se relacionava: portas abertas, confronto visando liberdade, discipulado, cura, através da consciência de identidade e miss?o. Esse é o grande desafio para esta gera??o, GERA??O CONECTADA.Rodolfo Franco Gois, pastor da Igreja Presbiteriana Independente Liberdade (Maringá/PR) e Diretor Pastoral do TeenStreet Brasil (.br). pr.rodolfo@.brDisponível em: Acesso em: 10 jun 2014. Grifos das organizadoras.Nas considera??es iniciais deste material afirmamos que, de m?os dadas com a tecnologia, a ciência anda a passos largos. Que bom que seja assim e que assim continue. Grandes saltos na ciência s?o fundamentais para o tratamento de tantas doen?as, para amenizar a dor dos pacientes, prevenir e curar enfermidades. A seguir, fique por dentro das novidades que prometem sucesso em tratamentos de apatias que atingem a tireoide e “estruturas nobres” que a cercam. Tireoide preservadaNovos métodos permitem remover nódulos na gl?ndula sem a necessidade de cirurgiaEm média, uma em cada sete mulheres tem nódulos na gl?ndula tireoide. Se crescerem rápido demais, incomodarem e se sua aparência despertar o receio de que sejam malignos ou de que venham a se converter em c?ncer, a recomenda??o é removê-los. Até agora, o método predominante para isso é a cirurgia, o que pode implicar remo??o parcial ou total da gl?ndula e a necessidade de fazer reposi??o hormonal. Muitos centros médicos nos Estados Unidos, na Europa e na ?sia, porém, come?am a colocar em prática métodos menos invasivos para reduzir bastante as dimens?es dos nódulos ou eliminá-los. Os cientistas est?o estudando principalmente o desempenho das ondas de radiofrequência, do laser e das micro-ondas. As técnicas geram calor, o que leva à morte dos tecidos nodulares.?Testes com pacientes est?o em andamento principalmente na Coreia, nos Estados Unidos e na Itália. Um dos aspectos mais investigados é a seguran?a do procedimento para n?o atingir estruturas nobres que cercam a tireoide, como as artérias carótidas, a traqueia e o nervo laríngeo (relacionado à voz).RECURSOSO médico Rahal, do Albert Einstein, confirmou a eficáciado laser e planeja testar a aplica??o de micro-ondasO pesquisador italiano Roberto Valcavi concluiu recentemente um dos primeiros estudos que comparam o desempenho de duas dessas técnicas. Ele submeteu 54 mulheres com nódulos benignos grandes à abla??o por radiofrequência, enquanto outras 54 foram tratadas com laser. “O grupo submetido à radiofrequência teve resultados melhores e mais rápidos”, disse Valcavi. Na Coreia, no Centro Asan, 692 pacientes experimentaram o método, com igual sucesso. Alguns, entre eles homens, tinham nódulos volumosos, daqueles que desfiguram o pesco?o e s?o chamados de bócio. No período de seis meses a um ano, houve redu??es de até 75% do tamanho.4460875138684000No Brasil, os radiologistas intervencionistas Ant?nio Rahal e Rodrigo Gobbo, do Hospital Israelita Albert Einstein, em S?o Paulo, submeteram, em caráter experimental, 33 mulheres com nódulos benignos ao tratamento com laser. “Verificamos que se trata de uma terapia precisa, com resultados t?o eficazes quanto os da radiofrequência”, afirma Rahal. O procedimento é realizado por meio da introdu??o de um a quatro feixes de fibra óptica no interior do nódulo por onde ser?o conduzidas as ondas de energia do laser. Sob temperatura elevada, as células sofrem necrose e morrem. A paulista Aline Gandra, 24 anos, passou pela terapia. “Até agora o nódulo n?o voltou”, diz.Logo após a conclus?o do teste, os especialistas do Albert Einstein pediram a aprova??o do procedimento e do aparelho à Agência Nacional de Vigil?ncia Sanitária. “Foi em 2012, mas ainda esperamos a libera??o. Enquanto isso, n?o podemos usar sem que seja em pesquisa”, diz Gobbo. No Brasil, as mulheres que precisam remover nódulos contam apenas com duas op??es: a cirurgia ou a alcooliza??o (injetam-se doses de álcool puro no interior dos nódulos para murchá-los). Em geral, o método precisa ser repetido mais de uma vez. “As brasileiras precisam ter acesso a métodos menos agressivos, como a radiofrequência”, diz a endocrinologista Maria Fernanda Barca, de S?o Paulo.Há mais técnicas em estudo. Uma delas é a eletropora??o (usa pulsos elétricos para perfurar a membrana das células, levando-as à morte), em teste em centros americanos e europeus. Por aqui, a equipe do Einstein pretende iniciar ainda este ano um protocolo experimental utilizando as micro-ondas.As principais vantagens dessas técnicas em face da cirurgia s?o a elimina??o dos nódulos sem cortes e as chances de preserva??o da gl?ndula. “Essa espécie de implos?o do nódulo, matando as células, é um benefício porque elimina a possibilidade de que ele aumente de tamanho e provoque sintomas ou adquira aspectos sugestivos de c?ncer”, diz Maria Fernanda.O cirurgi?o Luiz Paulo Kowalski, chefe do departamento de cabe?a e pesco?o do A. C. Camargo Cancer Center, em S?o Paulo, pensa diferente. Ele acredita que, se houver possibilidade de o nódulo vir a ser c?ncer, deve ser removido cirurgicamente. “Se n?o há risco, pode ser acompanhado e n?o precisa ser extraído”, diz. O cirurgi?o Sérgio Arap, do Hospital Sírio-Libanês, de S?o Paulo, diz que é cedo para dar um veredicto. “Falta um acompanhamento a longo prazo das pacientes para conhecer os resultados depois de cinco anos, por exemplo”, afirma.Os avan?os incitam também a preocupa??o com sua aplica??o adequada. “Esses procedimentos se destinam a pacientes com nódulos benignos. O c?ncer n?o pode ser tratado dessa forma”, disse à ISTO? o médico Damian Dupuy, diretor de radiologia do Rhode Island Hospital, nos Eua. Ele é um dos principais pesquisadores das novas tecnologias. Sua recomenda??o é a de que só depois de comprovar que o nódulo é benigno (por duas pun??es seguidas da análise dos tecidos) se pode optar por um método menos agressivo. Disponível em: Acesso em: 2 jun 2014.Muitas oportunidades s?o perdidas em virtude da lentid?o... Isso acontece com qualquer um... Mas n?o deveria acontecer com o nosso país, com país nenhum, sobretudo em se tratando de pesquisas que poderiam resultar em excelentes benefícios para a saúde pública. Enfim, segue a notícia... e ficamos na torcida para que histórias assim n?o sejam recorrentes...Brasil perdeu 112 pesquisas de remédios por lentid?o de órg?os públicosSegundo a Alian?a, o processo para a aprova??o da pesquisa clínica no Brasil demora entre 12 e 15 meses.A demora para aprova??o da pesquisa clínica no país fez com que o Brasil deixasse de participar do desenvolvimento de 112 remédios. ? o que apontam dados da Associa??o da Indústria Farmacêutica de Pesquisa, divulgados essa semana no lan?amento da Alian?a Pesquisa Clínica Brasil, que pretende sensibilizar as agências reguladoras para a mudan?a da regula??o do setor.“N?o estamos querendo facilidade, queremos agilidade neste processo”, disse Florentino Cardoso, presidente da Associa??o Médica Brasileira, entidade participante do movimento.Necessária para o desenvolvimento de novos medicamentos, a pesquisa clínica é a fase em que os desenvolvedores testam o novo remédio em voluntários e compara o resultado com os efeitos das drogas mais modernas do mercado usado por outro grupo de pacientes.Laboratórios e universidades de todo o mundo buscam ao mesmo tempo diversos países para executarem suas pesquisas, e junto delas também v?o investimentos nas entidades que a recebem, inclusive em universidades. Para isso s?o elaborados protocolos que explicam, entre outras coisas, no que consiste à pesquisa, a que tipo de procedimento o paciente será submetido, os possíveis sintomas. Estes protocolos s?o avaliados pelos países, que autorizam ou n?o a pesquisa.Segundo a Alian?a, o processo para a aprova??o desta fase no Brasil, que é o sexto maior mercado farmacêutico do mundo e 15? em participa??o em pesquisas clínicas, demora entre 12 e 15 meses, enquanto que nos Estados Unidos, maior mercado mundial de medicamentos e maior centro de pesquisa, dura cerca de dois meses e na maioria dos países europeus dura pouco mais de dois meses e meio. Nos vizinhos Peru e Argentina, esse processo demora cerca de quatro meses.De acordo com o professor da PUC de Porto Alegre e membro da Alian?a, Carlos Barrios, há em média 170 mil estudos em andamento em todo o mundo, menos de 2% deles est?o acontecendo no Brasil. “De acordo com a nossa potencialidade nós temos uma propor??o irresponsável de estudos que a gente poderia participar e n?o participa”.Segundo Barrios, a pesquisa clínica beneficia o paciente que participa, porque tem acesso a um tratamento potencialmente melhor do que os existentes, com o acompanhamento de especialistas, beneficia a institui??o, que vai receber recursos porque o paciente está entrando na pesquisa clínica, também beneficia o investigador, que está produzindo a pesquisa naquela institui??o e, eventualmente, vai ganhar informa??es, conhecimentos, publica??es e vai receber pelo trabalho. Ele também ressalta que o país ganha recursos e também o patrocinador ganha porque, eventualmente, vai produzir uma droga comercial. “? um círculo virtuoso”, diz.“Com essa demora, o Brasil aborta a possibilidade de o paciente ter acesso a ótimos tratamentos, o país perde transferência de conhecimento inova??o. O desenvolvimento está intimamente ligado à pesquisa”, avalia Irani Francischetto, diretora executiva do Centro de Diagnóstico e Pesquisa da Osteoporose do Espírito Santo e membro da Alian?a.A Agência Nacional de Vigil?ncia Sanitária, principal órg?o do setor de medicamentos, reconhece que a pesquisa clínica tem papel estratégico na vinda de recursos e conhecimento ao país. A entidade se comprometeu recentemente a apresentar ao Senado proposta que melhorem os prazos atuais.Segundo a agência, em 2012 foi publicada determina??o que autoriza pesquisas clínicas já avaliadas por outras agências reguladoras que têm os mesmos critérios adotados no Brasil, como Estados Unidos, Europa, Jap?o, Austrália e Canadá.Disponível em: Acesso em: 13 abr o v?o os órg?os que fomentam a pesquisa, a Ciência? Por que o Ciência sem Fronteiras “n?o vem conseguindo atrair para o Brasil cientistas de outras nacionalidades e pesquisadores brasileiros que atuam em países desenvolvidos”? O que pode ser feito para reverter esse quadro? Confira as informa??es.Programa Ciência sem Fronteiras apresenta mais problemas de gest?oOs primeiros problemas envolveram atrasos no depósito das bolsas e auxílio-alimenta??o dos bolsistas.Lan?ado em 2011 com o objetivo de internacionalizar o sistema de ensino brasileiro, oferecer interc?mbio para docentes e pesquisadores estrangeiros e reduzir a dist?ncia entre as universidades nacionais e as de outros países mais bem classificadas nos rankings comparativos de qualidade de ensino, o Ciência sem Fronteiras apresenta um número cada vez maior de problemas de gest?o, o que pode comprometer seu sucesso. Os primeiros problemas envolveram atrasos no depósito das bolsas e auxílio-alimenta??o dos bolsistas. Como ficaram sem recursos para pagar aluguel e comer, algumas universidades brit?nicas tiveram de oferecer empréstimos de emergência aos estudantes brasileiros. Em seguida, descobriu-se que o governo mandou para o exterior milhares de bolsistas que n?o tinham condi??o de assistir às aulas e de participar de experiências compartilhadas em laboratórios, por falta de fluência em inglês. As autoridades educacionais tentaram realocar esses estudantes em universidades portuguesas, mas constataram que havia excesso de demanda para essas institui??es e suspenderam o programa para Portugal. Depois, por discordar dos critérios adotados pelo governo para a sele??o de bolsistas, a iniciativa privada deixou de bancar todas as bolsas que havia prometido em 2011.Agora, depois de três anos de funcionamento, sabe-se que o Ciência sem Fronteiras também n?o vem conseguindo atrair para o Brasil cientistas de outras nacionalidades e pesquisadores brasileiros que atuam em países desenvolvidos. A informa??o consta da ata da 10.? reuni?o do comitê executivo do programa. Das 101 mil bolsas para serem distribuídas entre 2011 e 2014, cerca de 2 mil s?o destinadas para "pesquisador visitante especial", com o objetivo de trazer professores e pesquisadores estrangeiros que tenham "lideran?a internacional".Outras 2 mil bolsas s?o destinadas ao que os dois órg?os que lideram o programa - a Coordena??o de Aperfei?oamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) - chamam de "jovens talentos". Ou cientistas brasileiros em início de carreira que, depois de obtido o doutorado no exterior, decidiram n?o voltar para o País, por falta de condi??es de trabalho e de estímulo no ambiente acadêmico nacional.Para tentar contornar o problema, as autoridades educacionais chegaram a cogitar a possibilidade de incluir na categoria dos "jovens talentos" os pós-doutorandos brasileiros que foram para o exterior pelo Ciência sem Fronteiras. Mas, quando receberam a bolsa de pós-doutorado, eles assinaram um contrato com a Capes e o CNPq comprometendo-se a retornar ao País logo após o término dos estudos. Em outras palavras, como têm a obriga??o legal de voltar, esses pós-doutorados n?o est?o sendo "atraídos", como pretende o programa. Por isso, os dois órg?os de fomento à pesquisa descartaram essa "solu??o".A proposta de aumentar a presen?a de pós-graduandos brasileiros em institui??es de excelência no exterior e atrair cientistas estrangeiros para trabalharem no País é decisiva para melhorar a qualidade do ensino. "Ela rompe com décadas de isolamento de nossos cursos de pós-gradua??o, o que levou a um sistema autorreferente e atrasado em rela??o ao que se ensina no resto do mundo", afirma Leandro Tessler, professor de física da Unicamp.Mas, do modo atabalhoado como o Ciência sem Fronteiras foi posto em prática, seu desempenho ficará muito aquém do esperado. "O grande nó é a quantidade de bolsas. De onde saiu esse número de mais de 100 mil bolsas? Era melhor ter feito um programa menor, mas com um processo seletivo mais rigoroso", diz o ex-reitor de gradua??o da Unicamp Marcelo Knobel, no que tem inteira raz?o. E também lembra, acertadamente, que, por estarem ainda num estágio inicial de forma??o acadêmica, muitos bolsistas n?o têm a maturidade necessária para desenvolver projetos de pesquisa no exterior. Infelizmente, é de forma inepta que a educa??o pública tem sido gerida no Brasil.Disponível em: Acesso em: 22 abr 2014.Pela primeira vez, cora??o artificial salva uma vida na América do Sul. ?tima notícia que vale a pena ser contada. O empenho dos médicos que realizam anos de pesquisa objetivando esse tipo de interven??o é, simplesmente, mais que uma demonstra??o ética pertinente à profiss?o, exemplo de persistência, determina??o, paix?o pela ciência e pela vida! Col?mbia faz 1? implante de cora??o artificial na América do SulPara fazer esse tipo de interven??o, a equipe médica, composta por 25 profissionais de várias especialidades, precisou de mais de oito anos de prepara??o.Especialistas colombianos fizeram, com êxito, uma cirurgia de implante do dispositivo de assistência ventricular Heartmate 2, conhecido como “cora??o artificial”, a primeira realizada na América do Sul, informaram, nessa quarta-feira (23), fontes médicas. A opera??o, de seis horas, feita na Funda??o Cardiovascular da Col?mbia, na cidade de Bucaramanga, permitiu salvar a vida de Cielo González Díaz, uma professora de 51 anos, segundo a institui??o.Para fazer esse tipo de interven??o, a equipe médica, composta por 25 profissionais de várias especialidades, precisou de mais de oito anos de prepara??o.“Gra?as ao Heartmate 2, os pacientes que têm doen?as cardíacas terminais e que n?o podem receber um transplante por motivos como idade, peso ou condi??o física, ou pela falta da cultura de doa??o de órg?os, têm agora a oportunidade de ter uma vida normal e produtiva”, disse Leonardo Salazar, um dos médicos que liderou a equipe.De acordo com o especialista, atualmente há mais de 17 mil pessoas na América do Norte, Europa e ?sia com esse dispositivo, implantado agora pela primeira vez em um paciente na América do Sul.Dados da Funda??o Cardiovascular da Col?mbia mostram que há cerca de 1 milh?o de pacientes que sofrem de problemas cardíacos, causa de uma em cada três mortes naturais no país.Disponível em: Acesso em: 24 abr 2014.N?o faz muito tempo o autismo era quase desconhecido. E desde que passou a ser estudado, até os dias de hoje, muitas dúvidas, diagnósticos controvertidos, preconceitos foram vivenciados. Atualmente, pesquisadores apontam as possíveis causas do autismo, mas cientistas ainda n?o as sustentam. Estudo aponta que causas do autismo seriam genéticas e ambientaisO resultado partiu da análise de dados de mais de 2 milh?es de pessoas na Suécia entre 1982 e 2006, o maior estudo já realizado sobre as origens genéticas do autismoWashington - Um amplo estudo realizado na Suécia mostra que os fatores ambientais s?o t?o importantes quanto a genética como causa do autismo."Ficamos surpresos com o resultado, porque n?o esperávamos que os fatores ambientais fossem t?o importantes para o autismo", comentou Avi Reichenberg, pesquisador do Mount Sinai Seaver Center for Autism Research, em Nova York.Estes fatores, n?o analisados pelo estudo, poderiam incluir, segundo os autores, o nível sócio-econ?mico da família, complica??es no parto, infec??es sofridas pela m?e e o uso de drogas antes e durante a gravidez. Os pesquisadores disseram terem se surpreendido ao descobrirem que a genética tem um peso de cerca de 50%, muito menor do que as estimativas anteriores, de 80% a 90%, segundo um artigo publicado no Journal of the American Medical Association.O resultado partiu da análise de dados de mais de 2 milh?es de pessoas na Suécia entre 1982 e 2006, o maior estudo já realizado sobre as origens genéticas do autismo, que atinge uma em cada 100 pessoas no mundo.Estatísticas americanas recentes revelam que uma em casa 68 pessoas é autista nos Estados Unidos. Os autores da pesquisa trabalham no King's College de Londres e no Instituto Karolinska de Estocolmo. Os cientistas ainda desconhecem as origens do autismo. Estudos recentes apontam para uma origem pré-natal deste fen?meno patológico.Disponível em: Acesso em: 22 mai 2014.82677020256500253746093345Para quem deseja saber um pouco mais sobre o autismo e ir muito além das suas causas, indicamos o fantástico filme Temple Grandin, ilustrado ao lado. Emocionante, inspirador, desafiador! Assista-o! Você n?o irá se arrepender!020000Para quem deseja saber um pouco mais sobre o autismo e ir muito além das suas causas, indicamos o fantástico filme Temple Grandin, ilustrado ao lado. Emocionante, inspirador, desafiador! Assista-o! Você n?o irá se arrepender!A ciência extrapola os limites do nosso planeta e n?o existem limites para o que ainda está por ser desvendado. Veja que interessante! Há indícios de que um planeta fora do Sistema Solar, quase do mesmo tamanho que a Terra, tenha água. Segundo cientistas, o fato de existir água em um planeta já o torna habitável. Confira as informa??es.Nasa anuncia descoberta de planeta habitável fora do Sistema SolarAnúncio refor?a a possibilidade de encontrar planetas similares à Terra na nossa galáxia, a Via Láctea.A ilustra??o mostra como seria o exoplaneta, denominado Kepler-186f. Foto: NASA Ames/ SETI Institute/ JPL-CaltechCientistas descobriram o primeiro planeta fora do Sistema Solar de tamanho semelhante ao da Terra e onde pode existir água em estado líquido, o que o torna habitável.A descoberta refor?a a possibilidade de encontrar planetas similares à Terra na nossa galáxia, a Via Láctea, segundo uma equipe internacional de astr?nomos liderada por um profissional da Nasa. O trabalho foi publicado na edi??o, desta quinta-feira (17), da revista científica americana Science."? o primeiro exoplaneta do tamanho da Terra encontrado na zona habitável de outra estrela", destaca Elisa Quintana, astr?noma do centro de pesquisas Ames, da Nasa, que ficou à frente da pesquisa. "O que torna esta descoberta algo particularmente interessante é que este planeta, batizado de Kepler-186f, tem o tamanho terrestre e está em órbita ao redor de uma estrela classificada como an?, menor e menos quente do que o sol, na zona temperada onde a água pode ser líquida", afirmou.Considera-se que esta zona seja habitável porque a vida como a conhecemos tem possibilidades de se desenvolver naquele ambiente, segundo os pesquisadores. Para Fred Adams, professor de Física e Astronomia da Universidade de Michigan, "trata-se de um passo importante na busca para descobrir um exoplaneta idêntico à Terra".Nos últimos vinte anos foram detectados cerca de 1.800 exoplanetas, dos quais cerca de vinte orbitam ao redor de sua estrela em uma zona habitável. Mas esses planetas s?o muito maiores do que a Terra e, por isso, é difícil, devido ao seu tamanho, determinar se s?o de composi??o gasosa ou rochosa.A 490 anos-luz do SolSegundo modelos teóricos sobre a forma??o planetária, estabelecidos a partir de observa??es, os planetas que têm raio 1,5 vez inferior ao da Terra têm poucas chances, por causa do seu tamanho, de acumular uma atmosfera espessa como os planetas gasosos gigantes do nosso sistema solar."Nestes anos aprendemos que há uma transi??o líquida entre os exoplanetas cujo raio é 1,5 vez o da Terra", explica Stephen Kane, um astronauta da Universidade de San Francisco, co-autor da descoberta. "Quando o raio é entre 1,5 e 2 vezes o do raio terrestre, os planetas s?o grandes o suficiente para acumular uma atmosfera espessa de hidrogênio e hélio", acrescentou.O exoplaneta Kepler-186f tem raio 1,1 vez maior do que o da Terra e entra na categoria de planetas rochosos do nosso Sistema Solar, como Terra, Marte e Vênus."Levando em conta o pequeno tamanho do planeta, tem grandes possibilidades de ser rochoso e ter uma atmosfera. Se essa atmosfera oferecer boas condi??es, a água pode existir em estado líquido na superfície", explica Emelie Bolmont, pesquisadora da Universidade de Bordeaux, Fran?a, que participou da descoberta. Bolmot acrescentou que, para se ter certeza de que é realmente rochoso, "seria preciso obter a massa do planeta, o que n?o é possível com os instrumentos atuais".O Kepler-186f está em um sistema estelar situado a 490 anos-luz do Sol (um ano luz = 9,46 trilh?es de quil?metros) e conta com outros cinco planetas, todos de tamanho parecido com o da Terra, mas situados fora da zona habitável. Em novembro de 2013, os astr?nomos consideraram que existem bilh?es de planetas de tamanho terrestre potencialmente habitáveis. Essa conclus?o se baseia nas observa??es do telescópio espacial Kepler, lan?ado em 2009 para esquadrinhar mais de 100 mil planetas similares ao nosso e situados nas constela??es de Cisne e Lira.Disponível em: Acesso em: 26 mai 2014.A seguir, conhe?a quais os procedimentos que tornaram possível aos pesquisadores produzir fibras com as mesmas características que as teias de aranha, flexíveis e resistentes, “duas características cobi?adas pelas indústrias”. O que é ainda melhor é que a reprodu??o desse material pelas indústrias ocorrerá de forma sustentável e econ?mica. Em seguida, confira também a cria??o de peles artificiais em laboratórios, o que tornará possível evitar testes com animais no Brasil. Mais dois grandes avan?os decorrentes da tecnociência. Pesquisadores criam biofábricas de proteínas e reproduzem teia de aranhaO objetivo é formar uma plataforma tecnológica que poderá ser usada na fabrica??o de produtos farmacêuticos com baixo custo e de forma sustentável.Houve um tempo em que a humanidade precisava extrair matéria-prima direta da natureza para sobreviver. Ao longo dos anos e com o desenvolvimento das tecnologias, o homem passou a produzir tudo o que precisa para sua existência. Porém, ainda existem materiais que somente os seres recolhidos nos biomas s?o capazes de fabricar. Mas isso já está mudando.A teia da aranha, por exemplo, é flexível e resistente, duas características cobi?adas pelas indústrias. Assim como os plásticos, as fibras das aranhas servem para inúmeros artigos, desde materiais médicos, como fio para microssutura, até para a defesa nacional, na produ??o de coletes à prova de balas. Mas seriam necessários milhares destes animais para produ??o das fibras em escala industrial.Pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) desenvolveram uma forma de produzir fibras com as mesmas características das teias de aranha, mas sem precisar retirar o animal da fauna. Isso possibilita a reprodu??o do material pelas indústrias de forma sustentável e econ?mica. “Nós desenvolvemos uma tecnologia onde fizemos o genoma de várias aranhas, coletadas nos biomas brasileiros, e dominamos a parte de produzir essas moléculas no laboratório com bactérias transgênicas”, explicou o doutor em engenharia genética e coordenador da pesquisa na Embrapa, professor Elíbio Rech.Outra descoberta foi a produ??o de moléculas de proteínas recombinantes por meio de biofábricas. O objetivo é formar uma plataforma tecnológica que poderá ser usada na fabrica??o de produtos farmacêuticos com baixo custo e de forma sustentável.RemédiosSegundo o professor Elíbio Rech, a ideia é usar plantas já domesticadas, a exemplo da soja, como biorreatores, e avaliar todos os sistemas capazes de produzir moléculas para os setores farmacêutico e industrial. “E isso tem liga??o com o desenvolvimento de produtos que venham ao encontro de uma sustentabilidade, de uma bioeconomia”, explica.As proteínas recombinantes s?o feitas artificialmente a partir de genes clonados. Neste caso, os pesquisadores conseguiram reproduzir em larga escala, dentro do gr?o de soja ou na folha de tabaco, proteínas que podem ser utilizadas para criar antígenos contra o c?ncer, antiviral do HIV, horm?nio do crescimento e o fator de coagula??o IX, para tratar pessoas com hemofilia.A escolha da soja, de acordo com Rech, foi devido à capacidade de estocagem e à durabilidade das sementes, que podem manter as moléculas ativas por até cinco anos. Já o tabaco é uma planta na qual é possível produzir as proteínas de forma mais rápida do que em outros sistemas. “Nossos resultados indicam que a semente de soja consegue acumular a molécula Cyanovirin - que atua na replica??o do HIV- em alto nível. Por outro lado, conseguimos acumular o antígeno contra c?ncer em alta quantidade nas folhas de tabaco”, conta.Para o coordenador do projeto, o baixo custo da produ??o e em maior quantidade contribui para o mercado, já que implica na redu??o do custo final do produto. “O que faz é expandir o agronegócio - voltado para a produ??o de alimentos - para a produ??o de matéria- prima de altíssimo valor agregado para o setor farmacêutico. ? uma expans?o da aplica??o da agricultura para outros segmentos”, acrescenta ele. O estudo foi financiado pela Funda??o de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (Fapdf) com recursos de R$ 1.534.090,48.Disponível em: Acesso em: 22 mai 2014.Pele artificial criada por laboratório da USP evitará testes com animais no Brasil Estruturas celulares da pele artificial, aumentadas em microscopio, foram desenvolvidas pela USP.A pesquisa, lan?ada na Universidade em 2005, é coordenada pela professora da Faculdade de Ciências Famarcêuticas da USP (Universidade de S?o Paulo) Sylvia Stuchi Maria-Engler e visa desenvolver técnicas alternativas à experimenta??o animal. Com a transferência tecnológica do projeto para o governo brasileiro, parceria iniciada em 2013, o objetivo é que o país possa produzir a pele em escala industrial dentro de alguns anos.O objetivo do projeto, explica a especialista, é desenvolver o kit de pele artificial para o Ministério de Ciência, Tecnologia e Inova??o. De acordo com ela, est?o sendo feito pequenos "ajustes protocolares" antes que a transferência de tecnologia possa ser efetivada. A pesquisa utiliza fragmentos de pele de doadores humanos. As células s?o purificadas e s?o estocadas em um banco.Se for necessário, explica Sílvia, a pele pode ser totalmente reconstruída – tanto o epitélio quanto a derme. A pesquisa poderá ajudar no desenvolvimento de novas moléculas usadas em medicamentos contra o c?ncer de pele ou feridas cr?nicas provocadas pelo diabetes, por exemplo. A estrutura de pele desenvolvida pela USP também pode ser usada para a fabrica??o de cosméticos.De acordo com Sílvia, o banco de pele pode armazenar apenas células. "O que é possível manter em banco s?o as células da pele, que s?o os queratinócitos e o melanócito, que fornece o pigmento e os fibroblastos, que formam a derme", explica. A descoberta também contribuirá para a diminui??o da utiliza??o de animais em testes farmacológicos, como prevê a nova diretiva do Concea (Conselho Nacional de Controle da Experimenta??o Animal), esclarece a pesquisadora.A polêmica voltou à tona no Brasil depois da a??o de ativistas em um laboratório em S?o Roque, que liberaram dezenas de c?es da ra?a Beagle utilizados em testes [...] "Tivemos a determina??o de, nos próximos cinco anos, estabelecermos métodos alternativos, e n?o utilizar mais animais para cosméticos. O Concea foi além, determinando também o fim do teste em animais para produtos farmacêuticos."Sílvia explica que, apesar dessa instru??o, o uso de animais em testes para medicamentos continua sendo imprescindível. "O teste pré-clínico envolve testes in-vitro e in-vivo, que é um modelo animal, e muito utilizado. O que estamos fazendo nos testes alternativos é minimizar, reduzindo o número de animais e desenvolvendo um novo desenho experimental", diz.Disponível em: Acesso em: 19 jun 2014.“A diabetes é uma doen?a cr?nica que se tornou um dos maiores problemas de saúde pública mundial. Caracterizada pelo excesso de glicose na corrente sanguínea, a enfermidade traz prejuízos terríveis quando n?o controlada.” Saiba mais sobre este assunto nos dois próximos textos e fique por dentro das excelentes novidades que podem curar ou, ao menos, atribuir mais qualidade de vida aos diabéticos.Embri?es clonados geram células-tronco para curar diabetesOs cientistas fizeram as células-tronco se transformarem em células capazes de secretar insulina.Agora s?o três: na esteira dos laboratórios do Oregon e da Califórnia que anunciaram ter criado embri?es humanos clonando células de pessoas vivas, um laboratório de Nova York anunciou nesta segunda-feira ter feito isso e muito mais.Além de clonar as células de uma mulher com diabetes e produzir embri?es e células-tronco que s?o suas cópias genéticas perfeitas, os cientistas fizeram as células-tronco se transformarem em células capazes de secretar insulina.Isso despertou esperan?as de se realizar um sonho de longa data das pesquisas com células-tronco, a saber, criar células de reposi??o específicas para pacientes com diabetes, Mal de Parkinson, defeitos cardíacos e outras moléstias devastadoras. Mas também deixou implícito que o que a Igreja Católica e defensores do direito à vida vêm alertando há tempos pode ser iminente: a cria??o científica de embri?es humanos a pedido.A trinca de sucessos "aumenta a probabilidade de que embri?es humanos sejam produzidos para gerar terapia para um indivíduo específico", disse o professor associado de bioética Insoo Hyun, da Universidade Escola de Medicina Case Western Reserve, em Cleveland, nos Estados Unidos. E "a cria??o de mais embri?es humanos para experimentos científicos é certa".O progresso acelerado na pesquisa com células-tronco embrionárias come?ou em maio passado. Os cientistas, liderados por Shoukhrat Mitalipov, da Universidade de Saúde e Ciência de Oregon, relataram ter criado embri?es humanos saudáveis nos primeiros estágios da vida - esferas ocas de cerca de 150 células - pela fus?o de óvulos com células de um feto, em um experimento, e de uma crian?a em outro.No início deste mês, cientistas do Instituto de Células Tronco CHA, em Seul, na Coreia do Sul, anunciaram ter obtido o mesmo feito com células de pele de dois homens adultos. Em cada caso, os cientistas usaram uma vers?o da técnica que criou a ovelha Dolly em 1996, o primeiro clone de um mamífero adulto. Chamada de transferência somática de núcleo celular (Scnt, na sigla em inglês), a receita exige que se remova o DNA nuclear de um óvulo, fundindo-o com uma célula de uma pessoa viva e estimulando cada óvulo a come?ar a se dividir e multiplicar. O embri?o resultante inclui células-tronco que podem se tornar qualquer tipo de célula humana.Embora isso soe bastante simples, enormes obstáculos técnicos impediram os cientistas de obter Scnt humano durante mais de uma década de tentativas. Agora que têm uma receita confiável, incluindo os nutrientes certos para manter os ovos e a cronometragem certa para come?ar sua divis?o, eles têm "uma maneira reproduzível e confiável para criar células de reposi??o específicas para pacientes via clonagem", disse o doutor Robert Lanza, cientista-chefe da Tecnologia Avan?ada de Células e co-autor da monografia do Instituto CHA.Disponível em: Acesso em: 24 mai 2014.Uma vida melhor para os diabéticos5461067754500Isso será possível gra?as às novidades que acabam de chegar ao Brasil - e às que est?o por vir. Entre elas est?o remédios que controlam a glicemia, emagrecem e ajudam a baixar a press?o arterial e uma insulina com efeito de até 40 horas.Acompanhe uma entrevista com o endocrinologista Walmir CoutinUm robusto conjunto de novidades que come?am a chegar ao Brasil irá mudar para muito melhor a vida dos 12 milh?es de diabéticos do País. Entre elas est?o remédios que controlam a doen?a, ajudam a perder peso e ainda contribuem para baixar a press?o arterial, a primeira insulina com a??o de até 40 horas e aparelhos que permitem acompanhar a evolu??o da enfermidade com maior precis?o. Somados aos outros avan?os que est?o por vir, esses recursos representam a maior virada até agora na luta contra a doen?a. “Estamos vivendo uma era de ouro em rela??o ao tratamento da diabetes”, afirma o endocrinologista Walter Minicucci, presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes. “E o panorama do futuro também é bastante promissor”, acredita.A diabetes é uma doen?a cr?nica que se tornou um dos maiores problemas de saúde pública mundial. Caracterizada pelo excesso de glicose na corrente sanguínea, a enfermidade traz prejuízos terríveis quando n?o controlada. Está, por exemplo, diretamente associada ao aumento do risco de eventos cardiovasculares, como o infarto e o acidente vascular cerebral, e figura como uma das principais causas de cegueira no mundo. Por isso, a urgência em se encontrar maneiras mais eficazes de combatê-la, antes que seja tarde demais.A diabetes é uma doen?a cr?nica que se tornou um dos maiores problemas de saúde pública mundial. Caracterizada pelo excesso de glicose na corrente sanguínea, a enfermidade traz prejuízos terríveis quando n?o controlada. Está, por exemplo, diretamente associada ao aumento do risco de eventos cardiovasculares, como o infarto e o acidente vascular cerebral, e figura como uma das principais causas de cegueira no mundo. Por isso, a urgência em se encontrar maneiras mais eficazes de combatê-la, antes que seja tarde demais.Felizmente, algumas dessas estratégias come?aram a desembarcar no País nas últimas semanas. Na segunda-feira 17, a Agência Nacional de Vigil?ncia Sanitária (Anvisa) aprovou para comercializa??o no Brasil a primeira insulina com efeito de até 40 horas. Trata-se da Tresiba (degludeca), fabricada pelo laboratório Novo Nordisk. A insulina é o horm?nio que permite a entrada, nas células, da glicose que está circulando no sangue. Quando há algum problema na sua fabrica??o ou no seu funcionamento, há o acúmulo de a?úcar na corrente sanguínea que tanto estraga o organismo. Os portadores do tipo 1 da doen?a n?o conseguem fabricar insulina, já que as células que a produzem s?o destruídas pelo próprio corpo. Por essa raz?o, s?o obrigados a recorrer a uma solu??o externa: inje??es diárias de insulina – às vezes mais de uma – para conseguir manter o nível adequado de glicose.Até hoje, o tempo mais longo de efeito de uma insulina injetável era de 24 horas. Ou seja, o paciente n?o podia ficar mais de um dia sem reaplicar o remédio, sob risco de sofrer novamente com o excesso de a?úcar no sangue. Com a Tresiba, ganha um tempo extra de janela, caso seja necessário. “Recomendamos que os pacientes tomem uma dose por dia, mas os benefícios da insulina se mantêm por até 40 horas”, explica a endocrinologista Mariana Narbot, gerente médica do Novo Nordisk no Brasil. Isso significa que o diabético terá maior flexibilidade para os intervalos entre as aplica??es. Se tomou uma dose às dez da manh? de um dia, n?o precisará injetar a 3873575565000próxima dose impreterivelmente às dez da manh? do dia seguinte. “Ele ficará com uma melhor qualidade de vida”, diz Mariana1905462153000Espera-se também para os próximos meses a entrada no mercado das duas primeiras medica??es que atuam nos rins – o Forxiga, do Laboratório AstraZeneca, e o Invokana, da Janssen. Os órg?os têm papel importante para o equilíbrio das taxas de glicose no sangue, ao permitirem a reabsor??o de parte do a?úcar por eles filtrada. A nova classe de drogas – de uso oral – impede justamente esse processo. O resultado é que o a?úcar é eliminado pela urina, assim como o sódio. “Há uma queda importante na concentra??o de glicose”, explica o endocrinologista Walmir Coutinho, presidente eleito da Associa??o Internacional para o Estudo da Obesidade.Na conta final, o paciente acaba com a glicemia controlada e ainda pode sofrer perda de peso e queda na press?o arterial. Em estudos realizados com o Forxiga, por exemplo, a média de perda de peso, após um ano de uso, foi de três a quatro quilos. E houve diminui??o de cinco milímetros de mercúrio na press?o arterial sistólica (máxima). Por exemplo, um indivíduo cuja press?o era de 150 mmHg x 80 mmHg pode ter experimentado uma diminui??o para 145 mmHg x 80 mmHg. “S?o vantagens importantíssimas em se tratando de diabéticos, já que a combina??o da doen?a com obesidade e hipertens?o arterial é algo perigoso, elevando brutalmente o risco para doen?as cardiovasculares”, diz o endocrinologista Jo?o Eduardo Nunes Salles, professor da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de S?o Paulo. O efeito colateral mais importante observado foi infec??o genital causada por fungos (a elimina??o de muito a?úcar pela urina muda a flora bacteriana da regi?o, deixando a área mais propensa à prolifera??o desses micro-organismos). O Laboratório Pfizer também está desenvolvendo uma droga do gênero (ertugliflozin), sob análise em estudo clínico.Essas medica??es refor?am um arsenal já encorpado depois da chegada de remédios que atuam sobre as incretinas, horm?nios produzidos pelo intestino e que desempenham papel importante para o equilíbrio dos níveis glicêmicos. “Eles s?o muito eficientes”, assegura a endocrinologista Maria Fernanda Barca, de S?o Paulo. A médica Sophia Caldas, 27 anos, faz uso do remédio e está conseguindo controlar a doen?a. “Também parei de comer p?o, macarr?o e doce. E me?o a glicose todos os dias”, conta.O monitoramento da doen?a será outro aspecto ainda mais facilitado.? Deve chegar nos próximos meses ao Brasil uma nova gera??o de monitores de glicemia. Fabricado pela Sanofi Diabetes em parceria com a Agamatrix, o IBGStar ? é capaz, por exemplo, de medir as taxas de a?úcar, enviar as informa??es para iPhone ou iPod Touch e ?compartilhar os dados com médicos e familiares. O paciente pode criar uma espécie de diário digital da evolu??o do tratamento, armazenando informa??es sobre as oscila??es nos níveis glicêmicos, entre outras.Disponível em: Acesso em: 18 jun 2014.Segundo o artigo a seguir, ainda existem etapas a serem vencidas, mas o que realmente importa é que a ciência nacional persiste na busca do antídoto que impedirá a contamina??o pelo vírus HIV. Os procedimentos s?o altamente complexos, mas as expectativas s?o promissoras. Confira!A vacina brasileira contra a AidsCientistas da USP d?o um passo importante e, pela primeira vez, o Brasil produz um imunizante com potencial para conter o avan?o do HIVPROMESSACunha Neto testa em macacos uma vacina feita com conjunto de fragmentos do vírus HIV.A imunidade dos animais aumentou mais do que se esperavaEncontrar uma vacina contra a Aids é uma das batalhas mais desafiadoras já travadas pela ciência. O HIV, vírus causador da doen?a, ainda detém a vantagem por sua incrível habilidade de se modificar e, assim, escapar da mira dos imunizantes em estudo. Na semana passada, a divulga??o dos resultados positivos de um teste com uma nova vacina deu mais f?lego às esperan?as de se chegar, um dia, a uma subst?ncia capaz de impedir a contamina??o pelo vírus. E a boa notícia vem da Universidade de S?o Paulo, resultado de um trabalho feito por pesquisadores brasileiros. O recurso, desenvolvido e fabricado por especialistas da Faculdade de Medicina (FMUSP), foi ministrado a quatro macacos Rhesus da col?nia do Instituto Butantan, em S?o Paulo.Os efeitos do imunizante, conhecido pela sigla HIVBr18, surpreenderam até mesmo o cientista que lidera o estudo, Edécio Cunha Neto, professor de imunologia da FMUSP. “N?o esperava uma resposta t?o boa dos macacos quando abri o estudo. Eles tiveram um aumento importante da imunidade”, diz o cientista. “No pior resultado, a imunidade deles contra o HIV aumentou entre três e cinco vezes em rela??o a testes anteriores com camundongos. No melhor, a capacidade de identificar o vírus e produzir anticorpos específicos aumentou até dez vezes.” As defesas dos primatas têm grande semelhan?a com o sistema imunológico humano. Além disso, esses animais s?o vulneráveis ao SIV, vírus com características muito parecidas com as do HIV. “As boas respostas do organismo dos macacos indicam que há maiores chances de dar certo também em humanos”, anima-se o pesquisador.N?o é a primeira vez que na luta contra a Aids se produz uma vacina eficiente em macacos. Mas o fármaco criado pela FMUSP é o único a reunir uma cole??o t?o grande de fragmentos do vírus – os pesquisadores combinaram em um mesmo imunizante 18 pequenos peda?os das proteínas (peptídeos) presentes no HIV. Isso qualifica a pesquisa brasileira. Em outros estudos realizados por centros de pesquisas internacionais, avaliaram-se conjuntos bem menores de proteínas do vírus. S?o esses peptídeos que provocam o sistema de defesa a produzir anticorpos contra eles. O corpo aprende a reconhecer o inimigo e a impedir seu avan?o.Outra especificidade do imunizante criado na universidade paulista é que as amostras foram extraídas de regi?es do HIV mais preservadas de muta??es. Isso é uma forma de dificultar tentativas do vírus de fugir do alcance da vacina usando suas muta??es como subterfúgio e também de fazer com que o imunizante funcione para um número maior de pessoas. “Testes feitos in vitro com amostras de sangue de 32 portadores de HIV com condi??es genéticas e imunológicas bastante variadas mostraram que, em mais de 90% dos casos, pelo menos um dos peptídeos foi reconhecido por células de defesa do organismo”, conta Cunha Neto. O grupo desenvolveu ent?o uma vers?o da vacina com fragmentos de todos os subtipos capazes de induzir respostas do organismo.PERSPECTIVAO americano Fauci acredita que novos dados sobre o funcionamentodo corpo e do vírus ir?o revigorar a busca da vacinaAté o final de 2014, o estudo feito com os quatro animais será ampliado para um total de 28 macacos. Nessa fase, os cientistas ir?o testar outros meios para inserir os fragmentos do HIV no organismo. A finalidade é escolher aquele que induzirá uma resposta mais forte antes de come?arem os estudos em humanos. “Até agora usamos um adenovírus (causa resfriado). Vamos experimentar outros vírus, como o da vacina da febre amarela”, disse o especialista. Se tudo correr bem nesta etapa, a previs?o é de que os testes em humanos comecem em três anos. Ser?o feitos com uma popula??o saudável e com baixo risco de contrair o HIV. O objetivo é investigar a seguran?a do fármaco, a resposta imunológica que provoca e por quanto tempo os anticorpos permanecem no organismo.A cria??o de uma vacina contra a Aids feita totalmente no Brasil é um marco na história da ciência nacional. ? consenso: independentemente dos resultados finais que apresentará, o imunizante é uma prova de que importantes descobertas podem ser feitas quando o País consegue unir pesquisadores capacitados e recursos (estes, por sinal, na maioria das vezes est?o aquém do necessário). De saída, a ciência brasileira já ganhou mais conhecimento sobre o vírus, sobre as técnicas capazes de estudá-lo e sobre as ferramentas usadas para criar uma vacina contra ele. ? uma evolu??o e tanto.Por outro lado, em rela??o às expectativas dirigidas ao desempenho final da vacina, prevalece a cautela. E é normal que seja assim, visto que a experiência da FMUSP se encontra ainda em etapa bastante preliminar. “O experimento com o grupo maior de macacos pode trazer dados interessantes e indicar se o trabalho irá em frente”, diz o virologista Ricardo Diaz, da Universidade Federal de S?o Paulo. “Já vimos muitas vacinas n?o passarem das fases iniciais de estudos”, observa o infectologista Artur Timerman, do Hospital Edmundo Vasconcellos, de S?o Paulo. O próprio responsável pelo trabalho também é ponderado. “Os resultados com os macacos s?o promissores, mas ainda existem muitas etapas a serem vencidas antes de realmente termos uma vacina eficaz em humanos”, diz.Em artigo publicado recentemente na revista científica “The New England Journal of Medicine”, o cientista americano Anthony Fauci também se pergunta sobre o futuro das vacinas. Um dos pioneiros na pesquisa da Aids, ele está à frente do Instituto Nacional de Alergia e Doen?as Infecciosas dos Estados Unidos. Em seu artigo, Fauci comenta que o número de mortes e de pessoas infectadas pela Aids caiu cerca de um ter?o no mundo todo em rela??o aos seus momentos de maior pico. “Essa diminui??o ocorreu sem uma vacina, o que coloca a quest?o se ela é necessária para acabar com a pandemia”, afirma o especialista.Para ele, medidas como a terapia antirretroviral, a distribui??o constante de preservativos e agulhas limpas, a preven??o da transmiss?o m?e-filho e as terapias preventivas de pré-exposi??o feitas com os próprios medicamentos antirretrovirais permitiram a redu??o do número de casos e mortes. Fauci defende, porém, que o mundo continue a buscar uma vacina para refor?ar ainda mais as defesas. Ela será particularmente importante em lugares como muitos países africanos, onde a doen?a avan?a e faltam recursos de preven??o e de tratamento. “? essencial, ainda que n?o seja fácil de obter”, diz o pesquisador. “A única garantia de um final sustentado para a pandemia de Aids é uma combina??o da preven??o com a implanta??o de um fundo suficiente e eficaz para a vacina de HIV”, argumenta o cientista. Fauci encerrou seu artigo convocando a comunidade envolvida na luta contra o HIV a se comprometer com a busca da vacina.Disponível em: Acesso em: 18 jun 2014.Além de pensar sobre ciência, também podemos cantá-la... Suas novidades inspiram compositores e a poesia musical atribui uma beleza singular aos vários aspectos que comp?em este universo científico. Para encerrar este bloco temático, propomos uma pausa para apreciarmos a rela??o entre música e ciência. Confira algumas das can??es que fazem referência aos seus conceitos e elementos. Em seguida, fique com as tiras, imagens, charges, mais músicas e a resenha de um filme para novas reflex?es... Boa divers?o!Ciência na música popular brasileiraTemas científicos permeiam a cultura popular e encontram express?o através da pena de poetas e compositores A música é uma das artes mais ligadas à matemática e à física. Até os albores do século XVI, ela era considerada um ramo da matemática. No período medieval, constituía uma de suas disciplinas, integrando o quadrivium: aritmética, geometria, astronomia e música. Tomava-se, ent?o, como música, os seus aspectos teóricos, sem liga??o direta com sua execu??o prática. A música é uma arte escorada em medidas precisas, o que garante nova aproxima??o com a ciência, e tem uma base física importante: s?o os sons afinados pela cultura que a constituem. Por outro lado, ela foi usada muitas vezes como metáfora e como inspira??o para interpretar o mundo, em particular nos modelos cosmológicos, ou em tentativas de descrever a estrutura da sociedade humana.Além dessas liga??es entre música, matemática e física, outros aspectos emergem nas suas rela??es com a ciência: a constru??o de instrumentos musicais, que guarda liga??o direta com o conhecimento físico e tecnológico da matéria e da acústica; as rela??es profundas entre o tempo, conceito central da ciência moderna, e a música, seus ritmos e frequências; o comportamento sonoro, que inspirou modelos para a descri??o da luz e que possibilitou posteriormente avan?os importantes nos meios de comunica??o; as mudan?as profundas que a ciência e a tecnologia possibilitaram na reprodu??o em massa das obras de arte, aqui incluída a música; as conex?es culturais mais amplas, subjacentes tanto à música como à ciência, dois componentes da atividade criativa humana, individual ou coletiva.3409315-28765500O objetivo deste artigo é explorar, de forma preliminar, um aspecto dessa rela??o complexa entre ciência e música: como, nas letras de can??es da música popular brasileira, surgem e se expressam temas e vis?es sobre a ciência, a tecnologia e seus impactos na vida moderna. Essa análise pode ser interessante para um exercício interdisciplinar, ainda mais porque a música carrega elementos motivadores, com potencial para despertar o interesse por determinado tema ou acontecimento, particularmente entre os jovens.Na música de Gilberto Gil, Quanta (1995), ganhou espa?o um conceito fundamental e complexo da física moderna: o quantum, introduzido pelo físico alem?o Max Planck como um artifício matemático no início do século XX e estendido e tomado mais a sério por Einstein:Quanta do latim/ Plural de quantum/ Quando quase n?o há/ Quantidade que se medir/ Qualidade que se expressar Fragmento infinitésimo/ Quase que apenas mental/ Quantum granulado no mel/ Quantum ondulado do sal/ Mel de ur?nio, sal de rádio/ Qualquer coisa quase ideal C?ntico dos c?nticos/ Qu?ntico dos qu?nticos/ (...)Já Marisa Monte procura ciência nas coisas e lan?a m?o de átomos em A Alma e a Matéria (2001), composi??o de Carlinhos Brown, Arnaldo Antunes e dela própria:Procuro nas coisas vagas ciência/ Eu movo dezenas de músculos para sorrir/ Nos poros a contrair, nas pétalas do jasmim/ (...) Procuro na paisagem cadência/ Os átomos coreografam a grama do ch?o/ Na pele braile pra ler na superfície de mim/ Milímetros de prazer, quil?metros de paix?o/ (...) Em ?timo de pó, de Gilberto Gil e Carlos Rennó (1995), brincou-se com o som e a rima de palavras relacionadas à ciência:Entre a célula e o céu/ O DNA e Deus/ O quark e a Via-Láctea/ A bactéria e a galáxia Entre agora e o eon/ O íon e ?rion/ A lua e o magnéton/ Entre a estrela e o elétron/ Entre o glóbulo e o globo blueEu, um cosmos em mim só/ Um átimo de pó/ Assim: do yang ao yin Eu e o nada, nada n?o/ O vasto, vasto v?o/ Do espa?o até o spin/ (...) O tempo é um dos temas mais recorrentes na literatura universal, pela vincula??o óbvia com a vida e a morte. Também na música esse assunto surge frequentemente. Caetano Veloso dedicou-lhe a bela can??o Ora??o ao Tempo, do disco "Outras palavras" (1981):457208763000(...) Compositor de destinos/ Tambor de todos os ritmos/ Tempo, tempo, tempo, tempo/ Entro num acordo contigo/ Tempo, tempo, tempo, tempo Por seres t?o inventivo/ E pareceres contínuo/ Tempo, tempo, tempo, tempo/ um dos deuses mais lindos/ Tempo, tempo, tempo, tempo/ (...) Já Alceu Valen?a criou a Embolada do Tempo:O tempo em si/ N?o tem fim/ N?o tem come?o/ Mesmo pensado ao avesso/ N?o se pode mensurar/ (...) Buraco negro/ A existência do nada/ Noves fora, nada, nada/ Por isso nos causa medo Tempo é segredo/ Senhor de rugas e marcas/ E das horas abstratas/ Quando paro pra pensar/ (...) Você quer parar o tempo/ E o tempo n?o tem parada.Termos e conceitos da biologia foram explorados no humor do Casseta & Planeta em Mitoc?ndria (1994):Todos vieram de lá. Ah! (bis)/ Mitoc?ndria, aparelho de Golgi/ Ribossoma e membrana celular./ Todos vieram de lá ?, ?, do DNA, á, á (bis)/ Passando por microvilosidades e anticorpos,/ As impurezas do organismo/ V?o sendo absorvidas, absorvidas, absorvidas/ Purinas, pirinas e pirimidinas,/ Fosfatos, glicídios e as vitaminas,/ Combatendo as "toquicinas"/ Ribonucléico, desoxirribonucléico! (bis)/ A ê a, oi! A ê a, oi! A ê a, oi! tugurugudu!Produtos científicos ou tecnológicos que têm um impacto importante na sociedade, a exemplo da penicilina, s?o tomados como mote artístico, como pode ser visto na música de Caetano Veloso. Em Livro ele fala da radia??o do corpo negro e da expans?o do universo:Trope?avas nos astros desastrada/ Quase n?o tínhamos livros em casa E a cidade n?o tinha livraria/ Mas os livros que em nossa vida entraram/ S?o como a radia??o de um corpo negro/ Apontando pra a expans?o do Universo/ Porque a frase, o conceito, o enredo, o verso/ (E, sem dúvida, sobretudo o verso)/ ? o que pode lan?ar mundos no mundo.O surgimento das novas tecnologias de comunica??o tem grande impacto na sociedade e considerável repercuss?o no universo musical. Em 1967, foi a vez de Chico Buarque tecer sua ironia poética e suas considera??es sociológicas sobre a influência da televis?o:O homem da rua/ Fica só por teimosia/ N?o encontra companhia/ Mas pra casa n?o vai n?o/ Em casa a roda/ Já mudou, que a moda muda/ A roda é triste, a roda é muda/ Em volta lá da televis?o/ (...) Os namorados/ Já dispensam seu namoro/ Quem quer riso, quem quer choro/ N?o faz mais esfor?o n?o/ E a própria vida/ Ainda vai sentar sentida/ Vendo a vida mais vivida/ Que vem lá da televis?o/ O homem da rua/ Por ser nego conformado/ Deixa a Lua ali de lado/ E vai ligar os seus bot?es/ No céu a Lua/ Encabulada e já minguando/ Numa nuvem se ocultando/ Vai de volta pros sert?es.Na década de 1990, Gilberto Gil incluiu Pela Internet no já mencionado álbum "Quanta" e, com ela, explorou o 'infomar', seus termos técnicos e a globaliza??o emergente:Criar meu web site/ Fazer minha home-page/ Com quantos gigabytes/ Se faz uma jangada/ Um barco que veleje/ Que veleje nesse infomar/ Que aproveite a vazante da infomaré/ Que leve um oriki do meu velho orixá/ Ao porto de um disquete de um micro em Taipé [...] Eu quero entrar na rede/ Promover um debate/ Juntar via Internet/ Um grupo de tietes de Connecticut De Connecticut acessar/ O chefe da Macmilícia de Mil?o/ Um hacker mafioso acaba de soltar/ Um vírus pra atacar programas no Jap?o Eu quero entrar na rede pra contactar/ Os lares do Nepal, os bares do Gab?o/ Que o chefe da polícia carioca avisa pelo celular/ Que lá na pra?a Onze tem um videop?quer para se jogarA amea?a dos usos e abusos da ciência e da tecnologia n?o passou despercebida. A for?a agressiva da bomba at?mica que literalmente implodiu a sociedade foi lembrada na poesia de Vinícius de Moraes que, combinada com a melodia de Gerson Conrad, se transformou no grande sucesso "Rosa de Hiroshima", gravada pelo grupo musical Secos & Molhados em 1973:Pensem nas crian?as/ Mudas telepáticas/ Pensem nas meninas/ Cegas inexatas/ Pensem nas mulheres/ Rotas alteradas/ Pensem nas feridas/ Como rosas cálidas/ Mas, oh, n?o se esque?am/ Da rosa da rosa/ Da rosa de Hiroshima/ A rosa hereditária/ A rosa radioativa/ Estúpida e inválida/ A rosa com cirrose/ A anti-rosa at?mica/ Sem cor sem perfume/ Sem rosa sem nada.As can??es foram sempre um referencial importante sobre a cultura de sua época e sobre vis?es, representa??es e atitudes do homem diante do mundo, da vida e da sociedade. A ciência e a percep??o sobre ela e seus impactos permeiam a cultura popular e encontram express?o através da pena de poetas e compositores. ?s vezes temas de ciência ou conceitos dela emanados assumem papel proeminente nas letras; já outras vezes a referência à ciência e avan?os tecnológicos é apenas secundária ou incidental dentro da temática do poema musicado. Buscamos aqui identificar alguns exemplos em que temas de ciência e tecnologia povoaram o imaginário de compositores da música popular brasileira.A possibilidade desses materiais adquirirem uso didático ou voltado para a divulga??o científica pode ser inferida, mas n?o foi, aqui, ponto de interesse maior. Longe de apresentar um trabalho abrangente sobre o tema, nosso objetivo foi ilustrar, por meio da música, que a ciência faz parte do tecido cultural da sociedade brasileira, servindo de inspira??o para muitos artistas, poetas e compositores. Temos ainda a pretens?o de estimular a memória e a reflex?o do leitor curioso, que certamente encontrará diversos exemplos similares na música brasileira.* Ildeu de Castro Moreira é professor do Instituto de Física e do Programa de Pós-gradua??o em História da Ciência da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Dirige o Departamento de Populariza??o e Difus?o da Ciência e Tecnologia do Ministério da Ciência e Tecnologia. ? membro do Conselho da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência. * Luisa Massarani é jornalista especializada em ciências. Coordena o Centro de Estudos do Museu da Vida, Casa de Oswaldo Cruz, Fiocruz.?Disponível em: Acesso em: 18 jun 2014.Tiras, charges e imagens12782556921500 a notícia a qual a charge acima faz referência: úsicasPela InternetGilberto Gil Criar meu web site Fazer minha home-page Com quantos gigabytes Se faz uma jangada Um barco que veleje Que veleje nesse infomar Que aproveite a vazante da infomaré Que leve um oriki do meu velho orixá Ao porto de um disquete de um micro em Taipé Um barco que veleje nesse infomar Que aproveite a vazante da infomaré Que leve meu e-mail até Calcutá Depois de um hot-link Num site de Helsinque Para abastecer Eu quero entrar na rede Promover um debate Juntar via Internet Um grupo de tietes de Connecticut De Connecticut acessar O chefe da milícia de Mil?o Um hacker mafioso acaba de soltar Um vírus pra atacar programas no Jap?o Eu quero entrar na rede pra contactar Os lares do Nepal, os bares do Gab?o Que o chefe da polícia carioca avisa pelo celular Que lá na pra?a Onze tem um videop?quer para se jogarável Chip NovoPitty21170906540500Pane no sistema alguém me desconfigurou Aonde est?o meus olhos de rob?? Eu n?o sabia, eu n?o tinha percebido Eu sempre achei que era vivo Parafuso e fluído em lugar de articula??o Até achava que aqui batia um cora??o Nada é org?nico é tudo programado E eu achando que tinha me libertado Mas lá vem eles novamente, eu sei o que v?o fazer: Reinstalar o sistema Refr?oPense, fale, compre, beba Leia, vote, n?o se esque?a Use, seja, ou?a, diga Tenha, more, gaste, vivaPense, fale, compre, beba Leia, vote, n?o se esque?a Use, seja, ou?a, diga N?o senhor, Sim senhor, N?o senhor, Sim senhorPane no sistema alguém me desconfigurou Aonde est?o meus olhos de rob?? Eu n?o sabia, eu n?o tinha percebido Eu sempre achei que era vivo Parafuso e fluído em lugar de articula??o Até achava que aqui batia um cora??o Nada é org?nico é tudo programado E eu achando que tinha me libertado Mas lá vem eles novamente, eu sei o que v?o fazer: Reinstalar o sistema Refr?oMas lá vem eles novamente, eu sei o que v?o fazer: Reinstalar o sistema Ciência Em SiArnaldo Antunes41378811450280070294523241000Se toda coincidênciaTende a que se entendaE toda lendaQuer chegar aquiA ciência n?o se aprendeA ciência apreendeA ciência em siSe toda estrela cadenteCai pra fazer sentidoE todo mitoQuer ter carne aquiA ciência n?o se ensinaA ciência inseminaA ciência em siSe o que se pode ver, ouvir, pegar, medir, pesarDo avi?o a jato ao jabotiDesperta o que ainda n?o, n?o se p?de pensarDo sono eterno ao eterno devirComo a órbita da terra abra?a o vácuo devagarPara alcan?ar o que já estava aquiSe a cren?a quer se materializarTanto quanto a experiência quer se abstrairA ciência n?o avan?aA ciência alcan?aA ciência em siálise crítica do filme Eu Rob? x Sociedade1593858255000No filme podemos enxergar uma comunidade massificada, onde as pessoas se acomodaram frente aquilo que lhes disseram ser o melhor e o mais seguro. A sociedade do filme gira em torno da sensa??o de conforto que os rob?s causam, afinal eles est?o presentes em tudo, executam praticamente todas as tarefas, e tem a garantia, por parte de seu criador, de que nunca far?o mal às pessoas. Há essa acomoda??o por parte da maioria, pois assumir uma postura diferente significa pensar, mudar paradigmas, emitir opini?es etc.O que se nota é que existem pessoas que têm uma vis?o diferente da maioria, enxergam esse modo de vida como prejudicial, e tentam agir para que isso seja modificado. A primeira pessoa que percebe a necessidade de mudan?a é o próprio criador da Inteligência Artificial. Ele é um homem que vive em constante vigil?ncia, manipulado, oprimido, mas mesmo assim descobre uma maneira de chamar a aten??o da pessoa que ele acreditava ser capaz de mudar a situa??o de massifica??o da sociedade. O que ele faz é criar um rob? com uma forma de funcionamento quase igual a do homem, como sentimentos, sensa??es, sonhos, e depois de pronta a cria??o ele se suicida, o que atrai a aten??o de seu esse cenário armado o amigo come?a a tentar entender o que aconteceu e acontece, passando a agir como agente transformador da situa??o. Juntamente com o rob? criado por seu amigo e com a ajuda de outra pessoa, come?am a? enxergar a verdadeira situa??o, e partem para uma investiga??o e consequente luta com os rob?s e os poderosos que n?o queriam mudan?as, e por fim quebram aquela casca que mantinha a sociedade em uma cegueira.Analisando racionalmente e de forma distanciada, porém vinculada, essa sociedade, pode-se perceber que se trata de uma situa??o onde poucos têm acesso às informa??es, e a grande maioria vive na cegueira, e no fundo n?o quer modificar essa situa??o. As pessoas aceitaram o que lhes disseram e prometeram como a verdade, como uma coisa boa e aos poucos foram se distanciando da realidade, do livre arbítrio, da consciência, e passaram a viver também como rob?s, como seres enfraquecidos, que dependiam dos outros para dizer o que era melhor, e principalmente dependentes dos rob?s para executar suas atividades e lhes dar sensa??o de conforto.O ser humano tem excesso de autoconfian?a, acreditando que é capaz de controlar tudo e todos, e que, inclusive suas cria??es tecnológicas nunca lhe fugir?o a esse controle. O filme mostra que isso é um erro, uma vez que foi a tecnologia desenvolvida pelo homem que lhe traiu, lhe manipulou, lhe massificou. Conforme se foi dando inteligência às maquinas e considerando-as como algo cada vez mais indispensável, ou seja, tirando o livre arbítrio do homem, colocando-o como quase que inteiramente dependente de algo, essa tecnologia, como que num movimento natural de acontecimentos, foi aprisionando o homem em sua ignor?ncia. Para quebrar esse circulo de prepotência exagerada que aprisiona e aliena o homem, só mesmo a existência de pessoas que por qualquer raz?o conseguem se distanciar da situa??o e enxergá-la por um prisma diferente. Isso é o que acontece com as comunidades, é necessário que pessoas com outra forma de pensar entrem em contato com elas e aos poucos v?o lhe dando outras op??es de como enxergar a vida.Disponível em: Acesso em: 19 jun 2014.Considera??es FinaisCiência e tecnologia s?o os principais pilares que movem o mundo, a sociedade, as pessoas. Em virtude dessa complexa e intensa din?mica na qual estamos todos direta ou indiretamente envolvidos, é fundamental pararmos por alguns instantes para apreciar o mundo além desses pilares. Olhar e enxergar a nós mesmos e ao outro por detrás das inven??es, das máquinas de última gera??o, das experiências científicas e, sobretudo, resgatar os valores éticos essenciais à constru??o e desenvolvimento das rela??es humanas. Desfrutemos, sim, de todos os benefícios que a ciência e a tecnologia nos proporcionam, mas n?o nos esque?amos de que eles est?o a servi?o da vida, da qualidade de vida, da dignidade humana que, talvez, deva ser o principal alvo a ser alcan?ado, o que obrigará a humanidade a manter o olhar fixo no ser, n?o a tornando refém de si mesma e de suas inven??es.Se, de um lado, o meio acadêmico nos impele ao conhecimento e, portanto, na dire??o do mundo contempor?neo conectado a tudo o que a ciência e a tecnologia nos oportunizar, por outro, somos igualmente responsáveis por sabermos encaminhar esse conhecimento refletidamente com sabedoria, autocrítica e propostas que engrande?am a vida humana, apontando-lhe sentidos para viver, criar, conhecer, modificar, mas, também, para conviver, compartilhar, sentir, desfrutar, consolidar rela??es, pessoas, vida, amizade, família... sem os quais a ciência e a tecnologia n?o fazem nenhum sentido.Esperamos que sua breve navega??o pelo mundo da ciência e da tecnologia aqui apresentado seletivamente tenha lhe permitido conhecer mais, informar-se melhor. Sobretudo, que a dúvida presente e salutar a todo pensamento científico o leve a questionar os meios, os fins e o processo...Sucesso!Organizadoras ................
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