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SITE PROJETO ESCOLA – ZUZU ANGEL
APRESENTAÇÃO
[...]
Muito sangue foi derramado pela idéia de que todos os homens merecem a
liberdade e de que todos são iguais perante a lei.
Gilberto Dimenstein, do livro Cidadão de Papel, Editora Ática, 2005
Caro Professor,
“A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida
familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e
pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas
manifestações culturais.”, diz o artigo 1º. da Lei de Diretrizes e Bases.
Nesse espírito, a partir do filme ZUZU ANGEL, de Sergio Rezende,
apresentamos este guia, direcionado a professores do quarto ciclo do ensino
fundamental, do ensino médio e de cursos pré-universitários. Esperamos que o
filme, como reflexão histórica e social, seja um instrumento dinamizador do
aprendizado em sala de aula ao estimular o interesse pela pesquisa, a reflexão,
o desenvolvimento de projetos e o posicionamento crítico dos alunos.
O PROJETO ESCOLA ZUZU ANGEL tem por objetivo oferecer possibilidades
para que as temáticas propostas pelo filme sejam utilizadas pelos professores,
incorporando-as ao currículo formal das escolas, com ênfase em História,
Língua Portuguesa, Geografia e Artes. As questões propostas pelo filme
permitem ainda explorar em sala de aula temas como exercício da cidadania,
direitos humanos, ditadura, juventude, violência, papel da mulher na sociedade e
muito mais.
Não pretendemos esgotar aqui todas as possibilidades. De acordo com o que
está sendo estudado em cada disciplina, o professor poderá escolher algumas
entre as propostas de trabalho aqui elencadas, adaptá-las ou mesmo criar novas
atividades inspiradas no filme.
Este site disponibiliza algumas atividades, dicas de livros, outros sites, músicas
e um roteiro único para trabalhar o filme em sala de aula.
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O agendamento de sessões para escolas será realizado diretamente nos
cinemas onde o filme está em cartaz.
Boas aulas!
A ERA DA GUERRA FRIA
Pouco depois de terminar a Segunda Guerra Mundial, em 1945, o mundo cindiuse
em dois grandes blocos rivais. Um sob a hegemonia da extinta União das
Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), e o outro sob a liderança dos Estados
Unidos da América (EUA). Começava aí uma corrida desenfreada para o
desenvolvimento de armas de destruição em massa, com as duas
superpotências acumulando arsenais de artefatos atômicos e termonucleares
(bombas de hidrogênio). Acumularam-se ainda estoques de armas químicas,
biológicas e aperfeiçoaram-se os meios convencionais de destruição. Em todo
mundo havia o temor justificado de uma catástrofe, que parecia iminente.
Contudo, a capacidade de destruição mútua levou as duas superpotências a
uma situação de equilíbrio pelo terror, chamado de “Guerra Fria”, que
caracterizou um extenso período, até à extinção da URSS e à fragmentação do
bloco soviético, no início dos anos 1990.
Temerosos de uma confrontação direta, os EUA e a URSS defendiam com
unhas e dentes suas esferas de influência, procurando aumentá-las e desgastar
o inimigo.
O ambiente foi propício, pois alguns países europeus ainda mantinham colônias,
principalmente na África e na Ásia. A luta para expulsar os colonizadores e criar
países independentes dominou o cenário por décadas.
Ao mesmo tempo, os ideais de igualdade e justiça social, perseguidos pela
humanidade há séculos, continuaram a embalar inúmeros movimentos, armados
ou não, ao redor da Terra.
As convenções internacionais que estabeleceram os direitos humanos, inclusive
o tratamento a ser dispensado aos prisioneiros de guerra, viraram letra morta. E
a tortura recrudesceu como instrumento de obtenção de informações e de
controle das populações pelo terror.
O filme em sala de aula
Atividades para o tema “Guerra Fria”
Atividade 1
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Stuart e Sônia dizem não haver liberdade e citam o espancamento de atores de
teatro. Zuzu contesta, afirmando que o povo luta pela sobrevivência e não tem
tempo para política. Stuart diz: “Pois saiba que o capitalismo está agonizando no
mundo todo”. Depois acrescenta: “Sou militante político, socialista”.
• Divida a turma em dois grupos para fazerem um seminário sobre o
tema, seguido de debate. Uma equipe deverá pesquisar sobre o
capitalismo e a outra, sobre o socialismo. Sugira que discutam as
principais diferenças entre os dois sistemas. É importante discutir
também a queda do muro de Berlim e o fim da Guerra Fria e da URSS.
Atividade 2
Zuzu procura Henry Kissinger, na época, secretário de Estado dos EUA. (Prêmio
Nobel da Paz, Kissinger envolveu-se no golpe do Chile e no apoio à ditadura
militar na Argentina.)
• Peça que pesquisem quem é Henry Kissinger e quais foram suas
relações com as ditaduras do Chile e da Argentina.
BRASIL SOB DITADURA
A América Latina não poderia escapar da tormenta estabelecida pela Guerra
Fria, uma vez que sempre foi considerada pelos EUA como parte de seus
domínios. O Brasil, no início dos anos 1960, procurava alternativas para sair de
grave crise política e econômica.
Movimentos nacionalistas, contrários a investimentos estrangeiros, pregavam a
busca de uma via autônoma no campo econômico. Parcelas crescentes da
população exigiam melhores condições de vida, o que se traduzia em pressões
por reformas profundas, que incluíam a reforma agrária, por exemplo. O governo
do presidente João Goulart era simpático a essas reivindicações. Para afastar a
“ameaça comunista”, com apoio norte-americano e da Igreja Católica,
latifundiários e empresários de diversos segmentos uniram-se às Forças
Armadas para derrubar Goulart, eleito democraticamente pelo voto direto.
O golpe militar, vitorioso em 1º de abril de 1964, com base na “doutrina de
segurança nacional”, impôs aos poucos a ilegalidade e por fim submeteu o país
a uma violenta ditadura com o Ato Institucional nº 5, decretado em dezembro de
1968. Aos olhos da esquerda, a situação mundial parecia madura para as
revoluções socialistas. Ernesto “Che” Guevara, a despeito de seu fracasso na
Bolívia, inspirou a criação de movimentos guerrilheiros em muitos países,
inclusive no Brasil.
É nesse contexto que se dará a luta heróica de Zuzu Angel, até sua morte, em
1976.
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O filme em sala de aula
Atividades para o tema “Brasil sob Ditadura”
Atividade 1
Zuzu entra em casa. A TV ligada noticia mais um assalto a banco e a despedida
de Pelé da Seleção Brasileira de Futebol (o futebol, graças à conquista do
tricampeonato mundial pelo Brasil, no México, em 1970, foi amplamente
explorado pela ditadura, inclusive por meio de “marchinhas” ufanistas e
acompanhadas de frases com significado nacionalista bastante duvidoso, como
“Brasil: ame-o ou deixe-o”).
• Debata com os alunos: A ditadura explorou politicamente o futebol.
Vocês acham que isso acontece ainda hoje? Como? Por que vocês
acham que isso acontece? No que isso pode interferir no dia-a-dia das
pessoas?
Atividade 2
No início do filme, a despeito do dia muito bonito e ensolarado, a presença do
helicóptero é lúgubre, como se verá no final, com um corpo sendo lançado ao
mar, a partir dele, na Restinga de Marambaia. E também, quando Zuzu recebe a
carta de Alex Polari de Alverga (Alberto, no filme), narrando a prisão e morte de
Stuart: na ocasião, alguém fala: “Mais comida de peixe na Restinga de
Marambaia”.
• A Restinga de Marambaia (ou da Marambaia), no litoral do Rio de
Janeiro, é área controlada pela Marinha. O tema Restinga de
Marambaia pode ser explorado em aulas de Geografia, História, Meio
Ambiente, pois ela delimita uma baía (Mangaratiba) já bastante
poluída, mas santuário natural de muitas espécies marinhas. Sua
história está ligada à do tráfico negreiro.
• Peça aos alunos que, em grupos, pesquisem e apresentem um
trabalho para a turma sobre um destes temas relacionados à Restinga
de Marambaia: histórico das atividades da Marinha na área; diferenças
entre restinga, baía, península, istmo, golfo; medidas de proteção
ambiental; história da região e das comunidades que ali vivem.
Atividade 3
No hotel Copacabana Palace, outro personagem – um banqueiro – comenta que
o trânsito da cidade está parado. Zuzu pergunta se foi outro seqüestro.
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Certamente a fala se refere ao seqüestro do embaixador norte-americano no
Brasil, Charles Burke Elbrick, ocorrido em 1969.
O embaixador foi trocado por 15 presos políticos, num dos episódios mais
famosos da guerrilha urbana, narrado por Fernando Gabeira no livro O que é
isso, companheiro?. Sem que Zuzu soubesse, Stuart participou do seqüestro.
Por conta desse incidente, Fernando Gabeira até hoje nunca conseguiu visto de
entrada nos EUA. O seqüestro foi comandado pelo guerrilheiro Virgílio Gomes
da Silva, assassinado pela ditadura em 30 de setembro de 1969, que se tornou
o primeiro “desaparecido político”. Stuart “desapareceria” em 1971.
Dica: A história de Virgílio pode ser encontrada em
• Que outros seqüestros aconteceram na época? Por quê?
• Qual o interesse de banqueiros e empresários ao financiar a ditadura?
Atividade 4
No diálogo de Zuzu com o capelão militar, fica claro que o clero está dividido. A
Igreja Católica apoiou o golpe de 1964, mas depois dividiu-se. Muitos padres se
opuseram à ditadura e lutaram ativamente contra ela. D. Hélder Câmara, D.
Paulo Evaristo Arns, os padres dominicanos que apoiaram Marighella. Vários
foram presos e alguns foram mortos.
• Peça que, em grupos, pesquisem os temas abaixo. Depois, reúna todos
os trabalhos em uma pasta ou organize-os em um livro e deixe na classe
ou na biblioteca da escola para consulta. Sugira que organizem uma
bibliografia sobre os temas. E que não se esqueçam de anotar livros,
artigos de revistas e sites consultados.
• Religiosos que lutaram contra a ditadura. Quem eram? Qual a
religião deles? Que idéias defendiam? O que fizeram? O que
aconteceu com eles?
• O que é Teologia da Libertação?
• O que é o grupo Tortura nunca mais? Quando surgiu? Por quê?
Qual sua atuação atualmente?
• O que é o projeto Brasil: nunca mais?
CIDADANIA NEGADA
Após o golpe de 1964, os militares e seus aliados cassaram políticos;
perseguiram, encarceraram e processaram outros oposicionistas de diversos
segmentos da sociedade.
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A primeira medida de força do “Comando Supremo da Revolução” foi o Ato
Institucional nº 1, de 9 de abril de 1964. A esse Ato Institucional seguiram-se
outros, limitando cada vez mais os direitos democráticos de livre escolha de
dirigentes políticos, o direito à livre manifestação de idéias – enfim, o direito que
têm as populações de participar da solução de problemas de toda ordem e
construir um caminho para o futuro.
O movimento de oposição ganhava força, com destaque para os protestos
estudantis. Em 1968, as manifestações públicas de oposição alcançaram o
auge, com a “Passeata dos 100 mil”, realizada no Rio de Janeiro. Naquele ano
se iniciaram as ações de guerrilha urbana, principalmente as da Ação
Libertadora Nacional (ALN), liderada por Carlos Marighela.
Finalmente, em 13 de dezembro de 1968, o governo militar baixou o Ato
Institucional nº 5, submetendo o Brasil à ditadura que fez da tortura de presos
políticos seu principal instrumento de combate à oposição. Um terrível atentado
contra os direitos humanos e à cidadania, pois tirou dos brasileiros a proteção do
habeas corpus, a liberdade de expressão, a livre circulação de idéias, a
possibilidade de interferir na política e na condução dos destinos do país.
Depois do golpe no Brasil, seguiram-se vários outros na América Latina. Dentre
os mais importantes – pela escalada da violência e da tortura – destacam-se a
deposição e morte do presidente Salvador Allende, pelas forças armadas
chilenas, em 11 de setembro de 1973, e a tomada do poder pelos militares
argentinos, em março de 1976. Na Argentina, os “desaparecidos” somam 30 mil.
O filme em sala de aula
Atividades para o tema “Cidadania Negada”
Atividade 1
Proponha uma reflexão sobre a seguinte frase:
“O povo luta pela sobrevivência e não tem tempo para política”.
• Seus alunos concordam com isso? Por quê? A participação das
pessoas é importante para que ocorram mudanças sociais? Por que
eles acham que as pessoas não lutam por seus direitos?
Atividade 2
Zuzu Angel redige uma carta para Chico Buarque e deposita numa caixa de
correspondência. Depois fala de um telefone público com um representante da
Anistia Internacional (AI). A AI é uma organização fundada em 1961, na
Inglaterra, para defender um grupo de estudantes portugueses. Atua em âmbito
global na defesa dos direitos humanos. Tem site na internet em várias línguas.
Publica relatórios sobre a situação dos direitos humanos em todo o mundo.
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• A Anistia Internacional fez denúncias contra a ditadura no Brasil? Quais
são os resultados da ação da AI? Quando foi fundada; com que objetivo?
Qual a importância dessa entidade hoje? O que tem feito?
Atividade 3
No escritório do advogado, ele explica que não há mais habeas corpus para
crimes políticos. Aqui vale ampla discussão sobre as “leis” da ditadura. Inclusive
sobre a aberração dos decretos secretos.
• Peça que pesquisem em dicionário e expliquem o que é habeas
corpus.
• Sugira que levantem informações sobre a chamada “política de
segurança nacional” e sobre os Atos institucionais da ditadura.
Atividade 4
No carro, com o general Bosco. O militar declara: “Estamos em guerra com a
subversão. Por isso aplico a Convenção de Genebra nos meus prisioneiros. Ao
pé da letra”. (De modo geral, a Convenção de Genebra define como crime de
guerra a aplicação de tortura a combatentes, resistentes e civis feitos
prisioneiros, em conflitos armados.)
• Peça que escrevam um texto argumentativo explicando qual a relação
da Convenção com a fala do militar naquele contexto. O general estava
certo? Ele realmente aplicou o que dizia a lei? Era essa a lei que ele
deveria seguir? Sugira que pesquisem o texto integral da Convenção
de Genebra. (Esse texto encontra-se disponível em dois dos sites
sobre direitos humanos, indicados no final deste guia. As Convenções
de Genebra que regulam o tratamento aos prisioneiros de guerra são
quatro.)
• Anos depois da invasão do Iraque e do Afeganistão, pelos EUA e seus
aliados, a Suprema Corte estadunidense, em 2006, determinou que os
prisioneiros na base de Guantánamo, em Cuba, sejam tratados de
acordo com a Convenção de Genebra. (Mais de 500 homens de cerca
de 35 nacionalidades estão presos no campo de prisioneiros de
Guantánamo, a maioria capturada durante a invasão do Afeganistão
em 2001. Entidades de direitos humanos consideram que os direitos
dessas pessoas estão sendo violados pela guerra ao terror promovida
pelo governo de George W. Bush.)
• Peça que pesquisem o que é a base de Guantánamo. Quem são os
prisioneiros, como têm sido tratados, que direitos não estão sendo
respeitados ali, de acordo com a Convenção de Genebra..
• O que a Anistia Internacional tem feito em relação aos presos de
Guantánamo.
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Atividade 5
Depois da farsa no tribunal militar, Zuzu caminha com Elke Maravilha, que diz:
“Cassaram minha cidadania. Tomaram meu passaporte. Eu agora sou apátrida”.
• A partir dessa fala, muitos conteúdos podem ser trabalhados. Você
pode escolher um dos temas sugeridos abaixo e pedir que escrevam
um texto sobre ele. Ou formar grupos, distribuir os assuntos entre as
equipes e pedir que apresentem um seminário.
• Que tipos de passaporte existem (diplomático, comum, passaporte
temporário para refugiados)? Quem tem direito? Para que é necessário
um passaporte?
• O que significa apátrida, o que é nacionalidade e naturalidade?
• O que é nacionalismo? Sugira que levantem alguns aspectos que não
devem ser assumidos por nacionalistas, por exemplo: o desprezo pelo
imigrante, pelo refugiado; a intolerância em relação ao que é diferente
(pessoa, cultura, povo). E que falem dos aspectos positivos também: a
valorização da própria cultura, o sentimento de justiça e solidariedade
para com os demais habitantes do país, a defesa do país contra
inimigos.
• Proponha que pesquisem o que é cidadania e desenvolvam um texto
explicando por que, no contexto do filme, Elke diz ter sua cidadania
cassada.
• O que é o Fórum Social Mundial? Quem participa dele, como? Que
discussões, documentos tem produzido em favor dos migrantes, dos
refugiados, da cidadania universal e do respeito aos direitos humanos?
Atividade 6
Por fim, o letreiro informando que o assassinato de Zuzu foi reconhecido
tardiamente. E que suas filhas jamais puderam encontrar os restos mortais do
irmão Stuart.
Por si só esse letreiro tem grande valor simbólico. O filme não poderia ter sido
feito no Brasil, caso a ditadura persistisse. No entanto, já na época do
desaparecimento de Zuzu, a sociedade brasileira dava sinais de estar farta
daquele estado de coisas.
Em poucos anos, o movimento pela anistia, por exemplo, iniciado ainda nos
anos 1970, faria amplos progressos e seria coroado, um pouco mais adiante,
pelas manifestações a favor das eleições diretas, da redemocratização do país –
as maiores da história brasileira. Além de não publicarem a carta de Chico
Buarque, os jornais também não publicaram a denúncia de Alex Polari de
Alverga (Alberto, no filme).
• Peça que pesquisem quando começou a censura na imprensa. Como
agiam os censores, se houve jornalistas que foram perseguidos, o que
era censurado e por que, quem eram os donos dos principais jornais e
se eles eram contra ou a favor da ditadura, como o jornal O Estado de
S. Paulo deixava claro que estava sob censura.
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• Proponha que redijam um texto sobre os acontecimentos que
marcaram a década de 1970 e os anos1980, a partir do título: “A
liberdade e a democracia: valores que devem ser mantidos a todo
custo”.
• Pedir que escrevam a biografia de Juscelino Kubitschek, lembrando
que ele também morreu em um acidente, considerado suspeito por
muita gente.
CULTURA & JUVENTUDE
A década de 1960 é um período de contestação, de lutas estudantis na Europa e
América Latina, do movimento hippie, do movimento por direitos civis nos EUA,
de Ernesto “Che” Guevara, da Guerra do Vietnã e da invasão da
Tchecoslováquia pelos exércitos do Pacto de Varsóvia (comandados pela antiga
URSS), que liquidaram a “Primavera de Praga”, em 1968, considerado o ponto
alto da efervescência que tomou conta do mundo de então, e cujos
desdobramentos se fazem presentes nos dias de hoje.
Ao mesmo tempo surgia no mundo uma forma de contestação pacífica, era o
movimento hippie. Para chocar o cidadão médio, guardião dos valores
tradicionais, os hippies deixavam crescer barbas e cabelos, vestiam roupas de
algodão colorido, rejeitavam os bens da sociedade industrial e ignoravam as
normas tradicionais para o casamento, pregando uma revolução sexual com o
famoso lema “Paz e amor”, influenciados pelo psiquiatra e psicanalista Wilhelm
Reich, que em sua obra A função do orgasmo propunha a liberação do corpo e
da mente através da energia sexual. Era a chamada contracultura.
O Brasil vivia um momento extraordinário de efervescência e criatividade. A
partir de 1967, um novo gênero musical firmou-se no país: a canção de protesto.
O mais famoso compositor do estilo foi Geraldo Vandré, com a clássica Pra não
dizer que não falei de flores. Surgia também o tropicalismo, movimento que
aceitava todas as influências possíveis da contracultura. Fossem elas musicais
ou não. Assim, os tropicalistas, liderados por Caetano Veloso e Gilberto Gil,
adotaram novos instrumentos, como as guitarras elétricas, e um modo de vestir
parecido com o dos hippies.
Até que o AI-5 acabasse com a liberdade de expressão em 1968, tolhendo as
atividades artísticas e intelectuais. Na universidade, o Decreto Lei nº 477, de
1969, calou estudantes e professores. A censura se abateu sobre os meios de
comunicação, o teatro, o cinema e a música popular. Muitos veículos de
comunicação resistiram na medida do possível, mas foram obrigados a aceitar a
presença de censores no interior de suas redações. É famoso o caso do jornal O
Estado de S. Paulo, que publicava versos de Camões ou receitas culinárias no
espaço que deveria ser ocupado por artigos ou notícias. O compositor Chico
Buarque de Hollanda foi um dos mais perseguidos pela “tesoura” dos censores,
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tendo grande número de músicas vetadas – inclusive Apesar de você, música
que Zuzu estava ouvindo quando sofre o “acidente” no fim do filme.
O filme em sala de aula
Atividades para o tema “Cultura & Juventude”
Atividade 1
Acompanhando as imagens iniciais do filme, há uma música.
• Se possível, peça aos alunos que a ouçam e procurem a letra
completa.
• Pergunte que relação eles vêem entre a escolha dessa música e as
imagens apresentadas. O que essa escolha pode estar nos dizendo
sobre o momento histórico brasileiro e mundial?
• “Dê um rolê” é uma gíria utilizada na época. O que ela significa? Ela é
usada ainda hoje? Que gírias eles empregam, ou conhecem, com o
mesmo significado?
• A que movimento da época o verso “Eu sou amor da cabeça aos pés”
pode estar se referindo?
Dê um rolê
Galvão e Moraes Moreira
Não se assuste pessoa
Se eu lhe disser que a vida é boa
[...]
Enquanto eles se batem
Dê um rolê e você vai ouvir
Apenas quem já dizia:
Eu não tenho nada
Antes de você ser eu sou
Eu sou, eu sou amor da cabeça aos pés
[...]
Gal, Fa – tal a todo vapor, Philips, 1971.
Os Novos Baianos, Final do juízo. Polygram, Compacto
simples,1971.
Atividade 2
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Em conversa com Stuart, na loja em construção, após a prisão de Sonia, Zuzu
diz: “Um grupo de jovens da classe média do Rio de Janeiro ‘decidiu’ que vai
fazer uma revolução no Brasil. E meu filho é um deles”.
• Peça aos alunos que imaginem que esse diálogo entre mãe e filho se
passa hoje e que dêem continuidade a essa conversa. Proponha que
escrevam, em duplas, um pequeno texto para ser dramatizado para a
turma. Sugira que explorem o tema “esquerda” “direita”
(denominações surgidas na época da Revolução Francesa); quem são
os grupos que lutam por direitos hoje, lembrando que as ONGs são
novos atores na cena política e social.
Atividade 3
Durante a ditadura no Brasil, muitas músicas foram censuradas. Algumas letras
passavam pelos censores, mas traziam uma mensagem sobre os
acontecimentos, para aqueles que conseguiam ler nas entrelinhas.
• Apresente trechos das músicas abaixo aos alunos.
Música 1 - Apesar de você - Chico Buarque — 1970
Observação: Canção que aparece no final do filme, quando Zuzu
sai de seu ateliê e, no túnel, coloca a fita que ganhou de Chico
Buarque. A letra passou pela censura e foi grava em um compacto,
em 1970. Mas logo o disco foi apreendido, quando um jornal
insinuou que a música era uma homenagem ao presidente Médice:
"Você é quem manda". foi regravada do LP de 1978.
Há referências à repressão e ao momento histórico em todos os
versos; os alunos poderão identificá-los com certa facilidade.
Chamar a atenção para o duplo sentido da palavra “estado”,
empregada para designar condição emocional, psicológica: medo,
dissimulação “falando de lado / olhando pro chão”; e “estado” como
forma de governo, regime político.
Música 2 - Cálice - Gilberto Gil/Chico Buarque – 1973
Observação: A música, composta em 1973, ficou proibida, sendo
gravada apenas em 1978. Na letra há uma referência à tortura
sofrida por Stuart: “Minha cabeça perder teu juízo/ Quero cheirar
fumaça de óleo diesel”. Chamar atenção para a ambigüidade “cálice
/ cale-se”.
Outras músicas do mesmo período:
- Acorda amor (Leonel Paiva e Julinho da Adelaide —
pseudônimo de Chico Buarque —, 1974);
- Aquele abraço (Gilberto Gil, 1969);
- Como nossos pais (Belchior, 1976);
- Ensaio geral (Gilberto Gil, 1966)
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- O bêbado e o equilibrista (João Bosco e Aldir Blanc, 1979);
- O que será (à flor da terra) (Chico Buarque, 1976)
- Pra não dizer que não falei das flores (Geraldo Vandré, 1968);
- Sinal Fechado (Paulinho da Viola, 1969)
• Peça que identifiquem nas músicas aquilo a que podem estar se
referindo. Dê algumas pistas, se achar necessário. Depois, sugira que
pesquisem a letra toda, descubram as que foram censuradas e por
quê, e façam outros comentários sobre elas. Proponha, ainda, que
escrevam uma pequena biografia sobre seus autores, destacando
algumas composições que fizeram na década de 1960 e relacionandoas
ao período.
• Se possível, coloque a música para ouvirem. Sugira que, em grupos,
aprendam e apresentem essas músicas para a turma. Caso não
consigam cantá-las, ou não queiram, proponha a realização de um
jogral.
• Explore as canções do filme e da época, a partir do contexto em que
estavam inseridas.
• Sugira que ouçam a música escolhida, procurem dados biográficos
sobre o autor e compositor, verifiquem a data em que foi composta e
relacionem a letra a algum acontecimento, emoção, ideologia.
• Proponha que entrevistem pais, avós ou tios (dependendo da faixa
etária desses parentes) e perguntem que músicas brasileiras ouviam
na época. Se eles têm LP ou CD com tais músicas. Depois, que
escutem e selecionem uma música e, se possível, tragam para toda a
turma ouvir. Faça um sarau. Deixe que comentem o que acharam, de
quais músicas gostaram mais, se entre as apresentadas alguma era de
protesto. Selecione uma delas e peça que pesquisem o movimento
musical ao qual a música pertence, etc.
UNIVERSO FEMININO
Os primeiros sinais de inconformismo das mulheres com sua posição na
sociedade ocidental remontam ao final do século XVIII. As transformações no
campo social foram lentas e exigiram das mulheres muita disposição para lutar.
A situação começou realmente a mudar quando elas saíram de casa em massa
para trabalhar nas indústrias, durante a Primeira e a Segunda Guerra Mundial,
substituindo os homens, engajados nas frentes de batalha.
No Brasil, o processo de industrialização acelerou-se a partir dos anos 1950,
abrindo espaços para as mulheres no mercado de trabalho. Porém, até 1962 a
mulher brasileira não poderia viajar, ter conta em banco ou fazer uma cesariana
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sem a permissão do marido. Em meados dos anos 1960, a pílula
anticoncepcional, desenvolvida na década anterior, desembarcou no Brasil.
Zuzu Angel começou a costurar em casa, a exemplo de muitas outras
brasileiras. Já separada do marido, criou a “Zuzu Saias”, mais tarde
transformada na grife Zuzu Angel. No começo da década de 1970, Zuzu
alcançara o auge de sua vida profissional, costurando para personalidades
famosas do Brasil e do exterior. Desenhava e produzia roupas femininas
coloridas, feitas com tecidos e motivos bem brasileiros. Utilizava enfeites
artesanais, rendas do Nordeste e a chita, tecido discriminado na época por vestir
os pobres. Ainda hoje, os dicionários brasileiros classificam a chita “como tecido
ordinário”. No entanto, agora ela está na moda.
A transformação criativa ocorreu em 1971, após a-prisão de Stuart, quando Zuzu
inaugurou em Nova York o desfile-protesto e a moda politizada. Suas criações
ganham tons escuros e desenhos infantis: o menino que hasteia uma pipa preta,
o sol preto atrás das grades, a pomba da paz morta. Em 1972, viriam as
estampas do anjo – ícone de sua marca – ferido e amordaçado, em homenagem
a Tuti, o apelido do filho. Ela também criou uma coleção estampada com
manchas vermelhas, pássaros engaiolados e motivos bélicos.
Para lutar, Zuzu se armava de esperança, com a persistência de mãe, a
criatividade e a ousadia de artista. A obra consolidada e seus contatos
internacionais – inclusive celebridades do cinema – permitiram que reunisse um
dossiê sobre o filho e o encaminhasse à ONU e ao Senado dos Estados Unidos.
O documento também foi entregue ao então secretário de Estado, Henry
Kissinger, quando visitava o Brasil.
Zuzu foi seguida, recebia ameaças pelo telefone e teve sua loja incendiada, no
Leblon, bairro da Zona Sul carioca. Mas, em nome do filho, ela não se calou.
O filme em sala de aula
Atividades para o tema “Universo Feminino”
Atividade 1
Falas e citações no filme que podem dar um bom debate.
• Zuzu: “Eu não tenho coragem. Meu filho tinha coragem. Eu tenho
legitimidade.”
• Zuzu: “Você quis mudar o mundo eu só quis mudar minha vida.”
Atividade 2
Uma seqüência mostra Stuart ainda menino, com uma bola de futebol,
conversando com dois colegas. O diálogo aponta o preconceito em relação às
mulheres desquitadas (ou separadas) na época. Este é um assunto que merece
reflexão e pesquisa.
• Peça aos alunos que pesquisem: Quando as mulheres começaram a
votar no Brasil? Quando o divórcio foi instituído?
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• Com o processo de industrialização, as mulheres entraram no mercado
de trabalho, assumindo grande variedade de profissões e cargos. Os
salários que recebiam eram iguais aos dos homens? Hoje, essa
situação mudou?
• Peça aos alunos que entrevistem um advogado especializado em
Direito de Família para descobrir como evoluiu a legislação sobre os
direitos da mulher no Brasil. Um advogado, alternativamente, poderá
ser convidado para falar sobre o assunto na própria escola.
DICA: Para saber mais sobre o tema, consulte, por exemplo:
..
Atividade 3
Zuzu diz que, separada do marido norte-americano, sustentou a família
“costurando para fora”. Essa frase tem grande importância, pois “costurar para
fora” era uma das poucas atividades rentáveis que as mulheres tinham no Brasil
até a década de 1950.
• Peça que, individualmente, pesquisem e façam um breve relato sobre
outras profissões que as mulheres exerciam nessa época; as
“obrigações” da mulher enquanto dona-de-casa, mãe; como era a
divisão sexual do trabalho (funções consideradas masculinas x funções
consideradas femininas); o casamento, a concepção de família como
forma de preservar a ordem social, a “boa formação”.
Atividade 4
Depois da morte de Zuzu Angel (1976), começa em 1977 a luta de um grupo de
mães na Argentina — As mães da Praça de Maio. Chamadas Las Locas de
Mayo pela ditadura, em Buenos Aires, essas mães percorrem todas as quintasfeiras
a Praça de Maio, querendo saber de seus filhos e netos. Muitas foram
presas e torturadas, algumas estavam grávidas. Como Zuzu, superando o medo,
o amor por seus filhos e o desejo de justiça as impulsionavam.
• Com a turma toda, levante previamente algumas questões: O que foi o
movimento das mães da Praça de Maio? Ele ainda existe? Quem
participa dele? Pelo que essas mães lutam? Quem foram seus filhos?
O que aconteceu com eles? O que a vida dessas mulheres tem em
comum com a de Zuzu Angel? Depois, a partir da pesquisa que
fizerem, deverão montar o próprio roteiro/questionário.
DICA: Caso tenham acesso à internet, indique os sites:
• —
Entrevista com Hebe de Bonafini, presidente da Associação das Mães
da Praça de Maio
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• — Associação das Mães da Praça de Maio (em
espanhol)
• — Universidade Veiga de
Almeida - Escola de Estilo Instituto Zuzu Angel
• http:// .br — Site oficial do filme
APRENDENDO EM CENA
Clique nas imagens no site, assista a alguns trechos do filme e confira as
sugestões de atividades aqui propostas.
CENA 1 - DESFILE
Uma reflexão sobre moda - atividades
Divida a turma em grupos e sugira que pesquisem os temas abaixo. Deixem que
escolham como apresentar o trabalho. Poderão fazer um desfile, confeccionar
cartazes, dramatizar. O assunto permite muitos desdobramentos: converse com
a turma e deixe que eles sugiram também outros temas relativos.
- História do vestuário no século XX. Alguns aspectos a serem abordados:
roupa masculina e feminina; quando a mulher passou a usar calça
comprida; quando começou a produção industrializada de roupas; quando
o uso do jeans se popularizou; a camiseta, a minissaia; roupas esportivas
e unissex.
- O que dizem as camisetas? A tecnologia atual permite estampar, em
pouco tempo, em casa, qualquer coisa em uma camiseta: como isso
contribui para a personalização dessa vestimenta? Camisetas com fotos
pessoais, de amigos, de personalidades; camisetas para campanhas
políticas; camisetas de protesto (com frases a favor do meio ambiente, da
ética, da educação); camisetas com propaganda de produtos; camisetas
turísticas (promovendo uma cidade, um país); camisetas da Copa, de
times de futebol; de “tribos” (grupos estudantis, bebedores de cerveja,
antitabagistas...); camisetas com obras de arte. Enfim, peça que
pesquisem e escrevam sobre o que é estampado nelas: o que defendem,
o que isso significa; quando, por que e por quem são usadas, o que elas
caracterizam.
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- Como atividade lúdica, proponha que imaginem como poderá ser o
vestuário do futuro. Sugira que desenhem essas roupas e, depois, com as
adaptações necessárias, façam um desfile. Instigue-os: A eletrônica será
incorporada nesses trajes? Serão descobertas novas fibras sintéticas?
Haverá roupa para praticar esportes, para ir a festas; uniformes?
- Processos de fabricação de roupas: da criação às vitrines. Quais as
etapas de criação e de fabricação nas quais profissionais são envolvidos,
que equipamentos são utilizados, principais centros de desenho de
roupas do mundo, etc.
- Quem são os estilistas brasileiros mais conhecidos hoje? O que têm
feito? Para quem costuram? Sua moda reflete alguma ideologia? Qual?
Que outros desfiles foram marcados por protestos? Quais?
- A roupa como afirmação pessoal, como marca de um “visual” próprio ou
de um grupo. Estilo/modismo hippie, punk, country, axé; esportista,
yuppie e outros: quem usa/usou, que época esses estilos marcaram, a
que comportamento, atitude, ideologia estão associados.
Moda e arte - atividade
Como proposta coletiva, sugira que criem slogans ou imagens que se refiram à
vida (ou ao filme) de Zuzu Angel. Planeje com o professor de Artes como fazer
para estampá-las em camisetas. Podem usar tintas para tecido, criar imagens
em computador e imprimi-las em papel especial para estampagem em tecido,
serigrafar, bordar, etc.
CENA 2 - TRIBUNAL
Cidadania em debate
Nesta cena, Zuzu termina dizendo que o julgamento era uma farsa em nome de
um “Estado de Direito”. Proponha a seus alunos uma pesquisa sobre Estado de
Direito, Direitos Humanos e Cidadania. Em seguida, peça que enumerem quais
direitos foram violados no caso de Stuart Angel.
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CENA 3 - MANIFESTAÇÃO
Guerra Fria e ditadura
Uma fotografia de Stuart participando da manifestação, apresentada nesta cena,
sai no jornal. Em seqüência posterior, em discussão com Zuzu, ele e Sônia
dizem que os estudantes haviam dado “uma lição nos porcos imperialistas”.
Citam o FMI, a USAID.
• Quem são os “porcos imperialistas” a que se referem?
• Peça que pesquisem o que é FMI e o que foi a USAID.
CENA 4 - SAPATEIRO
Guerrilha e guerrilheiros
Nesta cena, Zuzu encontra-se com o pai de um dos companheiros de guerrilha
de Stuart. Peça aos seus alunos que pesquisem:
• Quais foram os maiores movimentos guerrilheiros da época da ditadura
no Brasil?
• Quem foi Lamarca? Qual a ligação de Stuart com Lamarca? Que outros
militantes de esquerda houve na nossa história? O que defendiam?
Dica : Assista com eles ao filme Lamarca, de Sergio Rezende.
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DICAS & LINKS
LIVROS
Brasil
• 1968 – 1974: A guerra silenciosa. Sílvia Sterling. Ática, 1996.
• 1968 - O ano que não terminou. Zuenir Ventura. Nova Fronteira, 2006.
• Em nome da segurança nacional. Maria Helena Simões Paes. Atual,
1995.
• Lamarca, o capitão da guerrilha. Emiliano José e Oldack Miranda. Global,
2000.
• O que é isso, companheiro? Fernando Gabeira. Companhia das Letras,
2004.
• O regime militar brasileiro: 1964 – 1985. Marcos Napolitano. Atual, 1998.
• O regime militar no Brasil: 1964 – 1985. Carlos Fico. Saraiva, 1999.
Elio Gaspari
Mundo
• A aventura socialista no século XX. Daniel Aarão Reis Filho. Atual, 1999.
• A descolonização da Ásia e da África. Letícia Bicalho Canêdo. Atual,
1994.
• A Guerra do Vietnã. Ken Hills. Ática, 1999.
• A praça é do povo - Política e cidadania. Maria Lúcia de Arruda Aranha.
Moderna, 2001.
• A Segunda Guerra Mundial. Jayme Brener. Ática, 1999.
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FILMES
Brasil
• Ação entre amigos. Direção: Beto Brant. Brasil: Riofilme, 1998, 76 min.
• Anos rebeldes. Direção: Denis Carvalho. Brasil: Globo Vídeo, 1992, 680
min. Minissérie em 20 capítulos.
• Barra 68 – Sem perder a ternura. Direção: Vladimir Carvalho. Brasil:
Riofilme, 2001, 80 min.
• Cabra cega. Direção: Toni Venturi. Brasil: Europa Filmes, 2005, 107 min.
• Lamarca. Direção: Sérgio Rezende. Brasil: Riofilme, 1994, 130 min.
• Pra frente Brasil. Direção: Roberto Farias. Brasil: Embrafilme, 1983, 105
min.
• Quase dois irmãos. Direção: Lúcia Murat. Brasil: Taiga Filmes, 2004, 102
min.
• Que bom te ver viva. Direção: Lúcia Murat. Brasil: Taiga Filmes, 1989,
100 min.
Mundo
• A história oficial. Direção: Luis Puenzo. Argentina: Almi Pictures, 1985,
112 min.
• Apocalypse now. Direção: Francis Ford Coppola. EUA: Zoetrope Studios,
1979, 153 min.
• Desaparecido. Direção: Costa Gavras. EUA: CIC, 1982, 116 min.
• Roma, cidade aberta. Direção: Roberto Rossellini. Itália: Excelsa Film/Minerva
Film AB, 1945, 98 min.
• Um grito de liberdade. Direção: Richard Attenborough. Inglaterra: Marble
Arch/Universal, 1987, 155 min
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SITES
Brasil
Biblioteca Virtual de Direitos Humanos da Universidade de São Paulo
DHnet - Rede de Direitos Humanos e Cultura
O que é anistia internacional
História dos direitos humanos no mundo
Fundação Getulio Vargas – CPDOC: Dicionário Histórico-Biográfico
Brasileiro
Emílio Garrastazu Médici
Eduardo Gomes – ministro da Aeronáutica, governo Castelo Branco
Fundação Perseu Abramo
1964-2004: Golpe nunca mais
20 anos: anistia não é esquecimento
MEPR – Movimento Estudantil Popular Revolucionário
Mortos, desaparecidos políticos, tortura
TV Cultura - Alô Escola
Cenas do século XX
Universidade Veiga de Almeida - Escola de Estilo Instituto Zuzu Angel
O Rio de Janeiro através dos jornais
A Passeata dos Cem Mil
Seqüestro do embaixador americano
Mundo
BBC Brasil
Imagens históricas da Guerra do Vietnã
-
Anistia Internacional
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Ditadura na Argentina
Associação das Mães da Praça de Maio (em espanhol)
História por Voltaire Schilling
Mundo. Contestação e contracultura - 1968
Música, arte e literatura
500 anos da pintura brasileira. Log On Informática, 1999. CD-ROM Sonoro.
Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira
Enciclopédia Itaú Artes visuais
=artistas
Jornal de poesia
Minienciclopédia de poesia e crônica
Pra não dizer que não lembrei das flores — Programação Especial da TVE e
Rádio MEC sobre os 40 anos do Golpe Militar
Sinopse
Zuzu Angel (Patrícia Pillar) é uma estilista de sucesso que divulgou a moda
brasileira em todo o mundo. Nos anos 1970, Zuzu também travou uma batalha
contra a ditadura militar, devido ao desaparecimento de seu filho, Stuart (Daniel
de Oliveira). Stuart participou do movimento estudantil nos anos 1960 e depois
entrou na guerrilha urbana contra a ditadura vigente. Após ser preso, ele é
torturado e assassinado por agentes do Centro de Informações da Aeronáutica,
sendo dado como desaparecido político. É quando Zuzu decide denunciar os
abusos cometidos pela ditadura, chamando a atenção no Brasil e no exterior.
Ficha Técnica
Título Original: Zuzu Angel
Ano de Lançamento (Brasil): 2006
Distribuição: Warner Bros.
Direção: Sergio Rezende
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Roteiro: Sergio Rezende e Marcos Bernstein
Produção: Joaquim Vaz de Carvalho
Produção Executiva: Heloísa Rezende
Música: Cristóvão Bastos
Fotografia: Pedro Farkas
Direção de Produção: Laís Chamma e Mílton Pimenta
Direção de Arte: Marcos Flaksman
Figurino: Kika Lopes
Edição: Marcelo Moraes
Elenco
Patrícia Pillar (Zuzu Angel)
Daniel de Oliveira (Stuart Angel)
Luana Piovani (Elke)
Leandra Leal (Sônia)
Alexandre Borges (Fraga)
Angela Vieira (Lúcia)
Angela Leal (Elaine)
Flávio Bauraqui (Mota)
Paulo Betti (Lamarca)
Nélson Dantas (Sapateiro)
Regiane Alves (Hildegard Angel)
Fernanda de Freitas (Ana Angel)
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Caio Junqueira (Alberto)
Aramis Trindade (Tenente)
Antônio Pitanga (Policial)
Elke Maravilha (Cantora do cabaré)
Ivan Cândido (Capelão)
Othon Bastos (Brigadeiro)
FICHA TÉCNICA DO PROJETO EDUCATIVO
Uma iniciativa: Warner Bros. Pictures
Realização: Casa Redonda
Consultoria Pedagógica: Gilberto Dimenstein
Coordenação: Jasmin Pinho e Minom Pinho
Produção: Renata Grynszpan e Renata Carneiro
Textos: Denise Felipe e Rogério Furtado
Design: Janaina Tahira e Mariana Guimarães
Revisão: Maria Luiza Xavier Souto
Apoio:
Unibanco Arteplex – Clube do Professor
SINEPE – Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Rio de Janeiro
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