NEWS - Casa Pia de Lisboa

[Pages:10]NEWS JUN 15

Presidente do Conselho Diretivo Cristina Fangueiro

EDITORIAL

A Conven??o sobre os Direitos da Crian?a foi adotada pela Assembleia Geral nas Na??es Unidas em 20 de Novembro de 1989, e ratificada por Portugal em 21 de Setembro de 1990. Documento incontorn?vel, a Conven??o re?ne o conjunto de direitos inalien?veis que assistem ?s crian?as, entregando aos Estados membro a obriga??o de proteger a crian?a contra todas as formas de discrimina??o, e de tomar medidas positivas para promover os seus direitos. Quero salientar, de entre os direitos consagrados na Conven??o, o direito ? vida e ao desenvolvimento, ? liberdade e ? participa??o, ? educa??o, ao acesso ? sa?de, o direito ao repouso, aos tempos livres e o direito a serem protegidas. A realiza??o plena de todos os direitos pelas crian?as, devem ser respeitados e garantidos sem qualquer discrimina??o, ? uma responsabilidade de todos n?s. Deixo o convite para que releiam a Conven??o, documento central na defesa dos mais jovens, e por isso uma refer?ncia obrigat?ria e essencial ao trabalho di?rio que todos e cada um fazem na Casa Pia de Lisboa em prol das mais de 3300 crian?as a quem temos o privil?gio de garantir o nosso melhor trabalho. A elas, e acreditando que diariamente contribu?mos para o seu desenvolvimento integral, dedicamos este n?mero da Newsletter.

A CRIAN?A e o seu desenvolvimento

SUM?RIO

02

Vozes e Testemunhos

03

"A torto e a direito, a Laura (des)constr?i a sua circunst?ncia".

04

Conversas de p? de orelha: reflex?oSobre o oposicionismo na inf?ncia e Adolesc?ncia

06

As crian?as/jovens e o desenvolvimento psicol?gico

07/08

Curso Vocacional de Eletricidade e Curso T?cnico de Turismo

09

Eventos e Not?cias

10

Sites a Consultar

02|NEWS JUN 15

Testemunhos...

Quando se ? crian?a, este mundo ? tudo muito novo para ela, tudo ? uma novidade, quando vai crescendo vai tornar-se mais rebelde, mais curiosa sempre para descobre coisas novas. Quando chega a fase da adolesc?ncia vai cometendo erros, cada vez que t?m um problema pensam que o mundo vai acabar e n?o pensam em mais nada. S? fazem disparates o que os prejudica n?o s? a si, como aos que as rodeiam. Mas todos os erros que cometem em crian?as, tornam-se consequ?ncias quando crescem e s?o adultos.

Paula Guerra - 14 Anos CED Santa Clara

Ser crian?a ? achar que o mundo ? feito de fantasia, sorrisos e brincadeiras.

Ser crian?a ? lambuzar-se todo a comer algod?o doce, acreditar que o mundo ? cor-de-rosa e cheio de pipocas,

Ser crian?a ? olhar e n?o ver o perigo, ? sorrir e fazer sorrir, chorar e nem saber porqu?,

Ser crian?a ? esconder-se para terem que a procurar, errar sem saber, ? querer ser feliz,

Ser crian?a ? pedir com os olhos, derramar uma l?grima e sensibilizar, ? isso e muito mais...

? ensinar que a vida pode ser mais f?cil apenas com um sorriso, ? ensinar que para ser feliz, basta apenas olharmos para uma crian?a.

Ser crian?a ? perseguir a felicidade sem se importar com a idade.

Tatiana Fernandes CED Santa Catarina

"Ser crian?a deveria ser viver num lugar cheio de paz, alegria, seguran?a e aproveitar a inf?ncia para brincar"

Liedson Lima -11 anos CED Santa Clara

VOZES

Eu cres?o todos os dias, E tu tamb?m devias. Chegamos ? escola, Com boas companhias.

Na Resid?ncia de Santa Rita, Vais ter uma visita. Os teus amigos vais levar, E com eles vais brincar.

N.H. - 09 Anos CED Santa Clara

O dia mundial da crian?a ? festejado em datas diferentes, para defender os direitos universais das crian?as. ? importante fazer sorrir uma crian?a, pois ? a ?poca mais feliz da vida. Enquanto for livre, eu serei sempre uma crian?a!

Educanda Alice Matias do CED Santa Catarina

As crian?as t?m o direito de serem felizes, a divertirem, mas t?m a responsabilidade de serem boas pessoas.

Educando Hugo Pereira do CED Santa Catarina

Os direitos e os deveres s?o importantes, pois se n?o existissem, muitas crian?as seriam v?timas de maus tratos, passavam fome, n?o tinham apoio das Comiss?es de ajuda ?s crian?as e at? podiam morrer, por outro lado ao n?o cumprir com os deveres, p?em-se muitas vezes em perigo.

Educandos da RA Areia Branca

O direito ? uma coisa boa que n?s temos de fazer direito. Temos o direito de ir a casa, mas temos de nos portar bem. A palavra direito tem muitos significados, tem o significado de ficar direito, de ir ? escola... Ajudar os outros ? um dever.

Educando David Urbano do CED Santa Catarina

A crian?a tem direito a ter liberdade de express?o... Direito a ver televis?o...e a ter acesso ? informa??o... Tem direito a ser respeitado!

Educando Fl?vio Jo?o do CED Santa Catarina

As crian?as t?m direito a cometer erros, mas uma crian?a que faz uma asneira tem direito a ser perdoada.

As crian?as t?m o dever de ser organizadas, como por exemplo na arruma??o do seu quarto.

Educando Diogo Parreira do CED Santa Catarina

03|NEWS JUN 15

ARTIGO INTERNO

"A torto e a direito, a Laura (des)constr?i a sua circunst?ncia".

O pai de Laura faleceu h? 5 anos e, desde ent?o, a m?e come?ou a beber e a maltrat?-la. A professora observou que tinha n?doas negras nos bra?os e que andava assustada. Foi sinalizada ? CPCJ e assinado um Acordo de Promo??o e Prote??o com a m?e. Face a nova agress?o e observada no hospital foi aplicado o Procedimento de Urg?ncia e entrou na Casa de Acolhimento Tempor?rio (CAT) acompanhada pelas t?cnicas da CPCJ e 2 agentes da PSP. Trazia apenas a mochila, vinha cansada, com fome e assustada. Foi recebida por um educador que a confortou e tranquilizou. Telefonou ? m?e e disse-lhe onde se encontrava. No dia seguinte, conheceu os colegas da CAT e recebeu a visita da m?e. Teve de mudar de escola. No in?cio, a Laura pensava que iria ficar por pouco tempo. Depois percebeu que lhe podia acontecer o mesmo que ? amiga Raquel: ir para uma Resid?ncia de Acolhimento (RA). Ap?s 6 meses, o projeto de vida de reintegra??o familiar n?o se concretizou e foi para uma RA da CPL que preparou a sua chegada: reservaram um espa?o no roupeiro para as suas coisas e uma cama com uma mensagem de "boas - vindas". A m?e tinhalhe prometido estar presente mas s? a sua educadora e t?cnica gestora a acompanharam. J? estava habituada ao acolhimento, mas esta sensa??o de que agora poderia ser por mais tempo, angustiava-a. S? queria que algu?m lhe dissesse que podia ir para casa. Sempre foi boa aluna e na RA encontrou uma sala de estudo onde aprendeu a aproveitar melhor o tempo e ganhou um pr?mio de melhor aluna. A m?e deixara de beber mas ainda tinha reca?das. Tinha o perfil e a vontade de adquirir e desenvolver compet?ncias pessoais e sociais que lhe permitissem ser aut?noma, da? ter integrado uma Resid?ncia de Pr?-Autonomia (RPA), com 15 anos. Foi uma decis?o dif?cil, um novo programa com 4 fases: integra??o, desenvolvimento, consolida??o e autonomiza??o. Novos adultos, novos pares mais responsabilidade... em cada fase, objetivos diferentes e uma bolsa financeira, benef?cios correspondentes.

Parab?ns! Passados 20 meses concluiu o programa da RPA tendo adquirido e consolidado v?rias compet?ncias pessoais e sociais. Agora, muito confiante, a Laura sabia que poderia integrar os Apartamentos de Autonomiza??o (AA), enquadrava-se nos crit?rios de integra??o! Chegou o dia de entrar num e iniciar outra etapa na sua vida. Um novo percurso de aprendizagens, chamavam-lhe "ganhar asas". Receberam-na com sorrisos, ofereceram-lhe um girassol, s?mbolo dos AA, assinou um Acordo e entregaram-lhe as chaves de "casa". Passaria a gerir, com apoio, uma bolsa de inser??o. Iria partilhar o AA com 3 jovens, e teria um quarto s? para si. Estava receosa mas entusiasmada... Foi recebida com um jantar organizado pelas colegas com o suporte dum educador, presen?a regular e sempre contact?vel. A equipa ajudou-a a perceber a responsabilidade dum quotidiano diferente, sendo desafiada a assumir o papel de protagonista da sua vida. Foi dif?cil, mas sentiu-se sempre apoiada pelos t?cnicos e fez bons amigos entre os colegas... saboreou o gosto das suas conquistas! Passaram 2 anos e Laura estuda no Ensino Superior. Visita a m?e e partilha com ela o que aprendeu. Vai alugar uma casa com uma amiga, mas conta ainda com o apoio da equipa dos AA na Fase de Transi??o da CPL... Diz em jeito de despedida - "fortaleci as asas para voar"...

STASE do CED de Santa Catarina

Os artigos assinados s?o da exclusiva responsabilidade dos autores. ? permitida a reprodu??o dos artigos publicados, exclusivamente para fins n?o comerciais, indicando sempre a fonte e informando a Casa Pia de Lisboa.

04|NEWS JUN 15

ARTIGO INTERNO

Conversas de p? de orelha: Reflex?o Sobre o Oposicionismo na Inf?ncia e Adolesc?ncia

O processo de desenvolvimento humano caracterizase por fases dif?ceis "de oposi??o", sobretudo quando o individuo se v? confrontado com a contrariedade, podendo nesta ocasi?es surgir comportamento de hostilidade, sendo o comportamento de oposi??o esperado, no final da 1? inf?ncia e na pr?-adolesc?ncia. Todavia, o comportamento hostil ? preocupante quando ? frequente e persistente e quando afeta as intera??es das crian?as e jovens nos seus v?rios contextos de socializa??o, adquirindo um carater patol?gico, conforme se encontra definido na DSM V (1), no que respeita ? Perturba??o desafiante de Oposi??o [313.81(F91.3)] . "Um padr?o de humor zangado/irrit?vel, comportamento conflituoso/desafiante ou comportamento vingativo, que dura pelo menos 6 meses, caracterizado pela presen?a de pelo menos 4 sintomas de qualquer uma das categorias estabelecidas que ocorrem durante a interac??o com pelo menos um individuo que n?o seja irm?o ou irm?." ? pois necess?rio conhecer o perfil de desenvolvimento de cada crian?a/jovem. S?o estas informa??es que ajudam o cuidador a lidar com cada crian?a/jovem de forma adequada, proporcionandolhe uma resposta adequada ?s suas necessidades, "experi?ncias adaptadas ?s diferen?as individuais" , bem como a "necessidade de estabelecer limites, de organiza??o e de expectativas" (Brazelton e Greenspan, 2002) que estimulem e potenciem o seu desenvolvimento.

A import?ncia da (in) exist?ncia de intera??es relacionais precoces ?, desde h? muito tempo, objeto de v?rias investiga??es que procuram aliar a investiga??o a teoria para compreenderem causas e consequ?ncias deste fator nos padr?es da organiza??o mental dos indiv?duos (Soares, 2006, p. 215). Nestes estudos h? um denominador comum respons?vel pelo bem-estar da crian?a/jovem: o desenvolvimento emocional. Este ? atribu?do a qualidade e quantidade de intera??es precoces, determinante na constru??o da estrutura interna de qualquer individuo (Soares, 2006). A continuidade e qualidade das experiencias afetivas e emp?ticas geradoras de apego (Bowlby, J. 1969), constituem um padr?o importante que influencia, do mesmo modo, rela??es de apego, posteriores, a que Amor?s e Pal?cios (2004, p.22) chamam modelo interno de rela??es afetivas. O cumprimento de regras ? desde a 1? inf?ncia fundamental para aprender a lidar com a frustra??o. A conjuga??o destes dois fatores desenvolve a consci?ncia moral e a capacidade de resili?ncia (Brazelton). A adolesc?ncia enquanto processo maturativo de busca da identidade implica uma maior vulnerabilidade emocional e uma maior reatividade relativamente ? autoridade e ? imposi??o de limites, surgindo os comportamentos oposicionistas t?picos desta fase como forma dos adolescentes marcarem a sua identidade Neste contexto o papel dos educadores na vida dos adolescentes passa por um lado por os proteger e

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05|NEWS JUN 15

Ser Crian?a - Direitos e Deveres

conter, na medida em que aqueles n?o t?m uma clara consci?ncia dos seus limites e, por outro lado, daremlhes espa?o para que possam experimentar novas viv?ncias, funcionando assim como um "porto de abrigo". Nesta dupla tarefa de identifica??o e diferencia??o, o di?logo continua a constituir o instrumento mais eficaz na rela??o. ? na rela??o que se constroem os alicerces para uma interac??o segura entre o individuo e os v?rios contextos de socializa??o em que se move, assumindo a qualidade da vincula??o um papel preponderante no processo de desenvolvimento infantil, com repercuss?o ao n?vel da forma??o da identidade que marca a adolesc?ncia e posterior autonomia na vida adulta.

Bibliografia

Luisa Barbeiro e Catarina Pral Diretoras T?cnicas do CED Santa Clara

Casa Pia de Lisboa

1. Manual de Diagn?stico e Estat?stica das Perturba??es Mentais- V Edi??o (2014). Crit?rio de diagn?stico 313.81 (F91.3): American Psychiatric Association. 2. Nolen-Hoeksema, Susan (2014). (ab)normal psychology. New York, NY: McGraw Hill. p. 323. ISBN 978-0-07-803538-8 3. Pardini DA, Frick PJ, Moffitt TE (November 2010). "Building an evidence base for DSM-5 conceptualizations of oppositional defiant disorder and conduct disorder: introduction to the special section". J Abnorm Psychol 119 (4): 683-8. 4.Amoros, P. & Palacios, J. (2004).Acogimiento Familiar. Madrid:Alianza Editorial. 5. Bowlby, J. (1969).Apego e Perda:Volume 1. Lisboa: Martins Fontes 6. Brazelton, T. & Greenspan, S. (2002). A crian?a e o Seu Mundo. Requisitos Essenciais para o Crescimento e a Aprendizagem. Lisboa: Editorial Presen?a. 7. Soares, I. (2006).Traject?rias dos nossos v?nculos: Desenvolvimento, psicopatologia e aplica??es clinicas. In M. C. Taborda Sim?es; M. T. Sousa Machado; M. L.Vale Dias; Luiza I. Nobre Lima (Eds.), Psicologia do Desenvolvimento - temas de investiga??o (pp. 213-241). Coimbra: Edi??es Almedina.

Direitos: "Enquanto crian?a tenho direito a divertir-me e ter amigos para brincar no lar e na escola". Deveres: "Sou uma crian?a e tenho o dever de ir ? escola, estudar, ajudar nas tarefas da casa e respeitar os colegas e educadores".

Paulo Borges CED Santa Clara

Direitos: "Enquanto crian?a tenho direito a ter uma fam?lia, alimenta??o, cuidados de sa?de e ser respeitado" Deveres: "Tenho o dever de ir ? escola e aprender coisas novas, tenho o dever de fazer as tarefas da escola, respeitar os meus colegas e os educadores".

Ruben Estrelo CED Santa Clara

As crian?as t?m o dever de respeitar os outros. Devem ter as coisas arrumadas, ir ? escola e portarem-se bem. Tem o direito de serem bem tratadas, de brincar e serem amadas.

Bruno Manuel - 13 Anos CED Santa Clara

A crian?a deve respeitar os adultos, colegas, professores e a fam?lia. Deve ir ? escola. A crian?a tem o direito a ser livre, escolher os seus amigos, o seu caminho, se gosta do mesmo sexo ou n?o e ter o tipo de brincadeiras.

Ana Cabeleira - 17 Anos CED Santa Clara

A crian?a tem os seguintes direitos: mimos, carinho, beijinhos e abra?os. A crian?a tem os deveres: ter respeito, estudar, aprender a manter o seu espa?o limpo.

?ngelo Silva Manuel - 10 Anos CED Santa Clara

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06|NEWS JUN 15

CONVIDADO/A

AS CRIAN?AS/JOVENS E O DESENVOLVIMENTO PSICOL?GICO

Desde o per?odo pr?-natal at? ? velhice, o desenvolvimento humano ? multilinear e multiplamente determinado, at? pela intera??o de fatores ligados a cada idade, ? situa??o hist?ricosocial e aos "acontecimentos significativos da vida". Como as compet?ncias humanas resultam da intera??o social, a qualidade das rela??es interpessoais ? determinante para o desenvolvimento. Segundo Meltzer, as quatro fun??es b?sicas da fam?lia s?o: gerar amor, conter a dor depressiva, ensinar a pensar e promover a esperan?a, pelo que, al?m de um poderoso fator de apoio e est?mulo ao desenvolvimento, esta pode ser um espa?o de dificuldades e conflitos para os seus membros. O acolhimento residencial de crian?as e jovens ? uma parte da interven??o social que visa salvaguardar o exerc?cio das fun??es parentais, pelo que a sua qualidade depender? do grau em que os intervenientes as protagonizarem. O desenvolvimento de uns tamb?m depende do desenvolvimento dos que os rodeiam. E, acauteladas algumas necessidades b?sicas, "o afeto ? o term?metro da nossa compet?ncia". A escola ? uma inst?ncia fundamental na promo??o do desenvolvimento. O (in) sucesso escolar tem objetivas implica??es no percurso de vida das crian?as e jovens, e determina fortemente o desenvolvimento do autoconceito. Somos psicologicamente saud?veis quando a nossa busca de conhecimento ? desinibida: como se estimula e encoraja a curiosidade e o prazer de aprender? E a verdadeira motiva??o de cada um poder? residir no desejo... dos outros?! Pensando nas crian?as mais novas, e para contrariar uma vis?o determinista (uma extrema car?ncia de estimula??o nas fases precoces da vida seria fatal para o desenvolvimento), lembramos uma c?lebre investiga??o na qual meninas duma institui??o de acolhimento e com um atraso consider?vel do desenvolvimento, foram transferidas para uma institui??o de Senhoras com um grande d?fice cognitivo mas na qual "passaram a ter o seu afeto, brincavam juntas, jogavam e conversavam".As meninas, em dois anos superaram o seu atraso. A ternura e um sentido de perten?a promovem o desenvolvimento e a resili?ncia.

Quanto ? adolesc?ncia, destacamos que mesmo o desenvolvimento saud?vel implica um progressivo desligar da autoridade das figuras parentais e a ado??o de comportamentos desafiantes e dif?ceis de gerir, pelos pr?prios e pelos adultos. Para uma verdadeira compreens?o e interven??o junto dos jovens, os adultos dever?o revisitar as marcas da pr?pria adolesc?ncia. Parte do sofrimento psicol?gico decorre das expetativas que alimentamos em rela??o aos outros, mas igualmente perante n?s mesmos. Cada gera??o desenvolve-se a partir da pr?pria inf?ncia, e para que cada elemento de um grupo humano progrida, ? tamb?m necess?rio que os pr?prios grupos (fam?lias, organiza??es) se modifiquem e evoluam, como organismos vivos que s?o, tamb?m para sobreviverem ?s pr?prias crises. Conclu?mos salientando que na inf?ncia fomos extremamente dependentes dos adultos e poderemos ter criado imagens distorcidas do mundo e de n?s mesmos. Aos adultos compete prestar aten??o e procurar elucidar este processo, at? para evitar os efeitos de profecias auto-realizadas...

"Cada pessoa guarda um segredo. O segredo do homem ? a sua pr?pria inf?ncia"

Jos? Torres e Nuno Melo Servi?o de Apoio Psicoterapeutico da Casa Pia de Lisboa

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07|NEWS JUN 15

CURSOS na CASA PIA

CURSO VOCACIONAL DE ELETRICIDADE

PODE CONCORRER | Jovens com mais de 13 anos, designadamente aqueles que tenham duas reten??es no mesmo ciclo ou tr?s reten??es em ciclos distintos. CONFERE | 9 ? ano de Escolaridade DURA??O | 1.100 horas/ano ONDE | CED Pina Manique PERFIL | Permite obter certifica??o escolar correspondente ao 3?CEB e adquirir conhecimentos, desenvolver capacidades e pr?ticas no dom?nio da electricidade. COORDENA??O | Carla Marieta

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08|NEWS JUN 15

CURSOS na CASA PIA

CURSO PROFISSIONAL N?VEL 4 T?CNICO TURISMO

PODE CONCORRER | Jovens com 9.? ano completo ou forma??o equivalente. CONFERE | Qualifica??o Profissional de N?vel 4 e 12.? ano de Escolaridade. DURA??O | 3 anos lectivos/3200 a 3400 horas ONDE | CED Pina Manique PERFIL | ? o profissional que anima e organiza eventos em empresas de turismo, organiza reservas em ag?ncias de viagens e faz rece??o e acolhimento em unidades tur?sticas. SA?DAS PROFISSIONAIS | T?cnico de Turismo COORDENA??O | Paula Sim?es

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