A ECONOMIA DE CIGARO



AS FUNÇÕES

DA INDUSTRIA TABAQUEIRA

NA ECONOMIA

NSIMBA JOANI DIAS*

A PROPOSITO

Nunca foi fácil escrever, expor ou mesmo investigar sobre Angola. Corre-se riscos de exercer fora de parámetros de investigação científica porque Angola raramente oferece dados concretos e as estatísticas baseam-se nas previsões, hipóteses e nas estimações. Estas lacunas retiram certa qualidade as teses e ao próprio Pesquisador. Por consequência ser pioneiro num campo sem documentação é também aceitar riscos. Portanto isto não vai desmobilizar-nos ou talvez forçar-nos cruzar os braços porque precisa-se começar algum lado mesmo que o arranque seja fraco nesta desfora de condições duras, brutas e num campo perfumado por injustiças.

“A desminagem deste campo pode ser feita mesmo sem metal-detector, desde que o nosso equipamento arcaíco consegue poupar vidas...” diria eu, seguindo a filosofia da formiga.

Falar sobre a “fumança” em Angola aparece muito insignificativo, pois que trata-se de um assunto que ninguém presta a atenção e que não apresenta muitos interessados, enquanto os candidatos praticantes são numerosos. Os efeitos que esta “epidemia” tem causado e vai causando não são ainda classificados por nocivos tanto na ecologia como na saúde da humanidade angolana. Os efeitos de longo-prazo existem simplesmente como sonho inexistente na vida, mas “mesmo apresentando aspectos saudáveis e sãs, o bambo tem sempre um corredor ouco no seu interior, que um dia vai causar a sua quebra e queda”.

O facto de não interessar e não influenciar não é sinónimo de não existir, por isso este campo deve-ser investigado e apresentado a percepção de vítimas. A industria de tabaco desempenha uma dupla função contraditória que ao mesmo tempo é positiva tanto negativa deixando a decisão na mais-valia financeira ou no valor moral que a governação defende.

AS CONSEQUENCIAS DE FUMAR

As razões que incentivam as pessoas a fumar são variáveis conforme as circunstâncias de cada individuo, ligadas aos factores económicos, situações e condições socio-morais tais como a curiosidade, frustração, corrupção moral, complexo ao poder, complexo a idade ou sexo (macho factor), ignorância, intimidação, desequilibro moral, pobreza ou riqueza etc.

O cigaro é químicamente constituido pelos metais fosfóricos, metais pesados, cacinogenas, monóxido de carbono (CO), nicotina que contém piridina (substância venenosa). Essas substâncias nocivas a saúde tem muitas consequências que afectam o funcionamento do metabolismo humano até causando a morte. Sendo também um produto comercial em constante demanda num mercado insaturado, numa industria muito lucrativa, a OMS (Organização Mundial da Saúde), o sindicato das industrias e outros corpos da medecina mundial recomendaram que em cada pacote de cigaro produzido seja claramente mencionado: FUMAR MATA!. Este condicionalismo alertante até áqui avera-se inefectivo e actualmente não se preve nenhuma outra mudança de alarme. Como resultado tem-se contado numerosos mortos condicionados pelo uso de tabaco em todos os países do mundo sob olhar silencioso de todos os governos: capitalistas, socialistas, bureaucráticos, moderados, neocolonialistas, progressistas, democráticos etc, porque tudo isso basea-se na económia da mais-valia.

Se quisermos dividir os homens numa ecologia de poluição em relação ao tabaco, diria-se que existem dois grupos de fumadores:

- Os fumadores activos ou simplesmente fumadores, são aqueles que constantemente ou regularmente absorvem direitamente a nicotina (substância química ou alcalóide do tabaco), praticando o acto de fumar.

Na classe de fumadores destaca-se os viciosos: aqueles que prejudicialmente fumam contínuamente ao excesso e que não conseguem separar-se do tabaco. Estes são dominados pela nicotina e sentem-se condenados a fumar. Os chain-smokers (fumador contínuo), que são os consumidores loyais. Os fumadores de tabacos domésticos (não industrializados) como em muitos países em via de desenvolvimento (Sri Lanka, Angola; nas aldeias) que não fazem parte das estatísticas mundiais e fumadores de tabacos fermentados (a Chixa, a narguila, tabamel: mistura de tabaco com glicerina e aromas) como na Turquia e em muitos países orientais e árabes.

- Fumadores passivos (second hand smokers) são aqueles que inconscientemente consomem o fumo e compartilham o mesmo ar atmosférico, fechado num círculo com fumadores. Esses não praticam direitamente a acção de fumar mas respiram e absorvem a nicotina extraída do sitema respiratório de fumadores, especialmente antes que seja purificada pelo processo da fotossíntese. Essa classe de fumadores tem um sistema metabólico muito fraco (inadaptado ao fumo) e sofrem mais consequências; sobretudo o foetus e as crianças.

O tabaco tem a capacidade de manter fumadores cativos devido o poder aditivo da nicotina, por isso consegue também eliminar mais de 3 milhões de vidas por ano, sem contar aqueles que não constam nas estatísticas.

GERADOR DE CAPITAIS

O tabaco é um produto comercial em constante movimento, porque a demanda/procura é sempre superior a oferta. A capital em circulação na industria tabaqueira continua aglomerar milhões de dolares USD. A industria tabaqueira optou uma estratégia de avanguarde na promoção de grandes eventos socio-culturais, desportivos e ocupa um lugar cimeiro no uso da publicidade e no progresso tecnológico desta.

Grandes empresas de tabacos como Malboro tem vários produtos (cigaro, charuto, esqueiros, cachimbo, pequenos produtos turísticos,..)em mercados diversificados (de tabaco, no turismo, de desporto: circuitos de motocicletas, corridas de camiões e carros, fornecimentos de equipamentos desportistas, da cultura: grandes concertos musicais de grandes estrelas). As empresas de tabacos estão presentes quase em todos países do mundo onde empregem milhões de trabalhadores. Muitos desses trabalhadores são responsáveis com posições nas familias, comunidades, organizações e associações. Eles pagam taxas, rendas, impostos e contribuem para as economias das suas nações que também são doadores.

Esta industria acumulou tantos milhões que uma vez retirados farão falta as economias de muitas nações, aumentando o nível do desemprego, aruinando a escolaridade de centenas de crianças, golpeando muitas industrias auxiliares. Portanto sabe-se também que a economia capitalista do mercado não se preocupa bastante com factores morais.

Esta industria não só proporciona lucros mas é também fonte de gastos: no combate a poluição, na amelioração a ecologia, gastos medicais: investigar e encontrar novos medicamentos, gastos hospitalares etc. O consumo de tabaco é um processo introdutivo ao consumo de fortes drogas e a criação da sua industria. Momentaneamento o balanço económico é ainda excedente na acumulação de capitais produzidos pelo tabaco mas as previsões são surprenantes. O facto que o capital da industria tabaqueira é totalmente privado, que tem uma poderosa influência na praça política de países industrializados, financiando enormes projetos económicos e militares os efeitos negativos da industria de cigaro são ignorados, visto que o balanço é ainda superado.

REGULADOR DEMOGRAFICO

A industria de tabaco não é só um gerador de capitais na economia mundial mas também um regulador demográfico. Existem muitos factores para regular e controlar a população duma determinada nação, tribo ou duma certa zona. O controlo da população é muito importante para a economia como instrumento de luta contra a pobreza, para a melhor distribuição de mão de obra, produto e serviços, para o bem-estar social de um povo etc.

Este controlo obedece as normas reguladoras ou factores económicos. Esses factores podem ser violentes como a guerra, genocídios, epidemias. Os factores violentes são provocados ou impostos pelo homem para diminuir uma determinada população, etnias, raça ou tribos angariando mercados ou lucros. Actualmente esses factores não são perceptívelmente praticados visto as tendências da liberdade da expressão, direito a informação, a transparência e outros atributos da democracia e da lógica socio-politica da mundialização. O mundo tem assistido essas experiências na guerra de Ruanda, as lutas na Albania e Bosnia, as epidemias provocadas por erros laborais e biologicos e que são possivelmente injectadas como o caso da Ebola no Congo, a distribuição de leite (alimentar) caducado e venenoso na Nigeria, a esterilização pela injecção e outras formas de mulheres na Nigeria, Haiti, Bengladesh, India e America Latina. Efeitos secondários de armas bioquímicas testadas (como o caso de sindroma da guerra de Vietnam, Irak) e recentemente a infecção de 400 crianças na Líbia com o vírus de Sida pelas infermeiras búlgaras etc.

Os factores silênciosos ocorem duma forma silenciosa e afectam a população paulatinamente sem interpelar a atenção da mídia como a industria tabaqueira, industria ilegal da droga, a corte barbárica de florestas, a poluição de águas, instalação de fábricas tóxicas, a inumação de lixo tóxico em muitos países africanos e nos mares etc. Considera-se também os factores naturais como terramoto, erosiões, volcanos, tsunami, e outras casualidades de dia-a-dia. Esses factores naturais podem também serem silênciosos uma vez que podem hoje ser simulados pela cobiça do homem.

Como factor regulador, a industria de tabaco ajuda a economia da nação a realizar poupanças. O facto de diminuir ou encurtar a esperança de vida de muitos individuos permite ao governo de economizar nos gastos individuais de cada cidadão elaborados pela planificação nacional de cada país.

A negligência do governo chinês na resolução da poluição repousa na falta da tecnologia do controlo mas também constitue um factor silencioso no controlo da demografia uma vez que a política unigénica (de um filho por familia) tem falhado e avera-se como violação contra a humanidade.

A ECONOMIA TABAQUEIRA EM ANGOLA

Angola não pode ser considerada como país de fumadores, visto a sua reduzida densidade populacional, a sua limitação produtiva e distribuitiva em tabaco e derivados. A sua industria tabaqueira não é extendida ao território e tem um número muito reduzido de fábricas (Luanda e Benguela). Tendo a maioria da sua população nas zonas rurais, os angolanos fumadores pertencem a classe dos domésticos (não industriais). O consumo de tabaco doméstico nas zonas rurais é satisfatório já que a produção natural é autosuficiente. Este facto faz com que a procura de tabaco industrial não seja elevada. O poder de compras desta população (de maioria rural) é muito reduzido por isso a oferta nacional deve ser e é facilmente controlada. Este fraco poder de compras do angolano impede ao fumador de exercer o seu direito de escolha a qualidade, em contrapartida estimula a produção do tabaco doméstico que rivaliza a industrial. Este princípio deveria ser estratégico em relação a muitos produtos alimentares que Angola pode produzir.

A própria industria tabaqueira de Angfola é reduzida e tem uma participação que não deve se considerar activa ou influente noutras industrias (tecnologia, publicidade, promoção), tem um mercado limitado (Angola, Mozambique e Africa do Sul) e reduzido em produção não diversificada( cigaros e derivados). Embora que esta industria empregue centenas de trabalhadores, não tem ainda uma influência muito significativa a economia de Angola. Seus dividendos não são ainda capazes de cubrir os gastos hospitalares do estado e a sua importância não é muito sensível (relacionando com danos morais). A industria tabaqueira de Angola não constitue uma força catalizadora de finanças ao governo.

Angola é também uma nação a procura da mão de obra, por isso o tabaco não deve jogar o papel de regulador populacional. Angola precisa muito dos seus populares como contribuentes a sua economia. Nos países de boum populacional ou nos países desenvolvidos, os governos são obrigados a aplicar a política do controlo demográfico. Uma vez que fumar pode influenciar o apetite sexual, pode também alterar o seu resultado. Assegurar a reprodução humana permite a prevalência das etnias, do homem que representa a mão de obra com aspectos não afectados pelo tabaco, causador de defeitos físicos e mentais.

As autoridades angolanas devem fazer uma reflexão sobre os efeitos morais e fisiológicos que smoking pode causar. Angola encontra-se no seu melhor tempo e posição para regular esta situação antes que se torna numa maior preocupação, já que não gera lucros em termo de balanço (lucros/gastos). Para o respeito e consideração a população de manter seus aspectos fisiológicos e psicológicos convem elaborar um código para proteger a saúde, natureza e a ecologia no território nacional. Limitar as zonas autorizadas de fumar nas cidades e grandes aglomerações populacionais é necessario e bom ponto de partida. Pensar na futura abolição total da industria tabaqueira é uma iniciativa a louvar. Fumar tem causado todo tipo de cancro pulmonário, lingual, faringite, laringite, emphysema, bronchite, tuberculose e outras doenças celebrais e cardio-vasculares.

Sendo assinante (ainda prevalecem dúvidas) da Convenção de Quadro para o Controlo do Tabacco (CQCT), Angola aplica a política de proibição de fumar em lugares públicos numa tónica insignificante e que neste joga um papel protocolar. O cigaro não só altera o perfume da natureza, mas também dos próprios fumadores activos, que pode causar cheiro nauseabundo aos passantes ou aqueles em contacto com estes. O cigaro ainda desfile regularmente as ruas, edificios, lugares públicos de Luanda, onde ainda tem uma presença marcante.

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2007 palavras

NSIMBA JOANI DIAS

Analista e Livre Pesquisador

Licenciado en Línguas Modernas,

Management e Tecnologia de Calçados

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