30 LIVROS COM 30 ANOS



30 LIVROS COM 30 ANOS

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1979-80

LEVANTADO DO CHÃO, José Saramago

Este é o romance que primeiro contribuiu para o reconhecimento do Nobel português. Sobre o título, o autor afirmou: “A opressão é, por definição, esmagadora, tende a baixar, a calcar. O movimento que reage a isto é o movimento de levantar: levantar o peso que nos esmaga, que nos domina. Portanto, o livro chama-se Levantado do Chão porque, no fundo, levantam-se os homens do chão, levantam-se as searas, é no chão que semeamos, é nos chão que nascem as árvores e até do chão se pode levantar um livro.”

O BURRO-EM-PÉ, José Cardoso Pires

Numa belíssima edição ilustrada pelo pintor Júlio Pomar, reúnem-se cinco contos do autor de Delfim, destacando-se o “Dinossauro Excelentíssimo”, a sátira a Salazar que a Censura proibira em 1971. Sobre a reedição deste conto escreveu José Cardoso Pires.

“Seis anos passados sobre esta minha anotação de circunstância muita coisa mudou no país que outrora foi comarca à margem e que hoje é pátria de homens, felizmente. Mas há desmemória e mentira a larvar por entre nós e forças interessadas em desdizer a terrível experiência do passado, transformando-a numa calúnia ou em algo já obscuro e improvável. É por isso, e só por isso, que retomei o Dinossauro Excelentíssimo.”

ESTAÇÃO MORTA, Maria Ondina Braga

Antologia de contos, nos quais um narrador, aparentemente impassível, evoca casos diversos assumidamente já passados, cujo final antecipadamente se conhece, ao fluir do que a memória deles conservou. Desprezando o inesperado, o suspense, as histórias são sucessões de instantes, fragmentos de realidades mortas. Daí decorre o carácter descontínuo, a intersecção de diferentes fios narrativos, em que o já acontecido é frequentemente convocado para esclarecer o presente da narrativa.

LUSITÂNIA, Almeida Faria

Em 1962 marcou as letras portuguesas quando, com apenas 19 anos, publicou Rumor Branco, um livro surpreendente, cheio de gosto juvenil pelas experiências novas. Com Lusitânia, romance distinguido com o Prémio D. Dinis da Casa de Mateus, encerra uma trilogia de que fazem parte Paixão e Cortes e relata os acontecimentos revolucionários de Abril de 1974 a Março de 1975, através de monólogos, sonhos e cartas.

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