SEQÜÊNCIA DIDÁTICA - Coordenação Regional de ...



Como ensinar por meio de gêneros textuais?

Este documento, que consiste em orientações didáticas para o ensino de Língua Portuguesa do 6° e 7° anos, é especialmente dedicado aos professores dessa área, na rede estadual de Goiás.

Em continuidade ao processo da Reorientação Curricular, realizamos em 2008, com professores representantes das unidades escolares estaduais das diversas regiões do Estado, encontros de formação para a construção de sequências didáticas de alguns gêneros textuais propostos nas matrizes curriculares de Língua Portuguesa - Caderno 5, da série Currículo em debate.

Nesses encontros, aprofundamos estudos sobre o ensino de Língua Portuguesa na perspectiva de gêneros textuais; vivenciamos metodologias com o objetivo de possibilitar ao professor articular, no trabalho com a língua e o gênero, a oralidade, a leitura, a escrita, a análise e reflexão sobre a língua (direcionada às exigências e características de cada gênero); desenvolvemos sequências didáticas - atividades ligadas entre si – para queontre siaemática, primeirouagem; lizou e por que motivo os utilizou os estudantes tenham oportunidade de conhecer a proposta de trabalho, tenham clareza sobre o conteúdo que será ensinado e cheguem gradualmente ao domínio desse conteúdo/conceito, tornando, assim, a aprendizagem mais significativa e prazerosa.

Para se ensinar dessa forma, primeiro é preciso planejar, gradativamente, cada etapa do trabalho a ser desenvolvido, levando em consideração a organização do tempo e a diversidade dos grupos de estudantes.

O planejamento é fundamental no desenvolvimento do trabalho pedagógico. Planejar torna possível definir o que se pretende alcançar, prever situações e obter recursos (materiais ou humanos), organizar as atividades, dividir tarefas para facilitar o trabalho, avaliar com o objetivo de replanejar determinadas atividades ou criar outras. Permite-nos, também, refletir sobre situações não previstas na complexa dinâmica da sala de aula e agir de modo mais adequado.

O planejamento na escola deve estar a serviço do conjunto de professores que o realizou, ser fonte de consultas ao longo do ano, atender a necessidades práticas dos professores, permitir a observação de atividades que proporcionaram aprendizagens e aquelas que precisam ser melhoradas, proporcionar uma avaliação constante do processo de ensino e aprendizagem oferecido. Como ferramenta de organização do trabalho pedagógico, o planejamento deve auxiliar os professores no alcance das aprendizagens esperadas, de modo que o ensino cumpra sua finalidade.

Para que os conteúdos tenham significado e representem aos estudantes possibilidades de alcançar os conhecimentos que precisam dominar, de acordo com os objetivos propostos, o planejamento sistemático das aulas, deve considerar:

a) atividades para identificação dos conhecimentos prévios - atividades que visam identificar o que os estudantes já sabem/ouviram falar sobre o assunto; como? Por quem souberam? Por que meio de comunicação?

b) atividades de ampliação dos conhecimentos - atividades propostas para desenvolver novos conteúdos de forma significativa, a fim de que os estudantes se apropriem dos mesmos.

c) atividades de sistematização dos conhecimentos - atividades de retomada do percurso e do levantamento do que foi aprendido. Consiste no momento de sínteses e de aplicação dos conceitos aprendidos em novas situações; no momento de registro e divulgação das aprendizagens desenvolvidas ou produtos finais.

Assim, ao organizar uma sequência didática para alcançar um objetivo de ensino, o professor precisa considerar a necessidade de envolvimento dos estudantes na proposta de trabalho, partindo de seus conhecimentos prévios sobre o assunto, o tema ou, no nosso caso, no gênero em estudo. É preciso que os estudantes conheçam os objetivos do trabalho que será realizado, o que irão aprender ao desenvolver as atividades propostas. Assim, poderão também avaliar suas aprendizagens, identificar dúvidas, dar pistas ao professor sobre necessidades de retomadas ao longo do processo.

A leitura e a produção de textos, orais ou escritos, exigem contato com textos do gênero em estudo para a ampliação do repertório dos estudantes. É necessário realizar com eles um estudo detalhado das características, usos sociais e esferas de circulação de cada gênero.

Esse trabalho exige do professor organização e sistematização dos conhecimentos com os estudantes, situações constantes de análise e reflexão sobre a língua, produções coletivas, individuais, aprimoramento e reescrita dos textos produzidos por eles. (Ver orientações de reescrita ao final do documento).

Apresentamos, a seguir, o resultado desse trabalho: o presente documento consta das sequências didáticas de Contos populares e Contos Literários, elaboradas pela equipe de Língua Portuguesa da COEF/SEDUC; e de Gêneros digitais, produzida por professores das subsecretarias de Jataí, Luziânia, Minaçu, Pires do Rio e Porangatu.

Com base nos estudos realizados nos encontros, foi solicitado que os professores produzissem sequências didáticas de outros gêneros textuais, propostos na matriz curricular do 6° ano, para compor este caderno.

Coube à equipe da COEF sistematizar as sequências didáticas do gênero textual selecionado, dentre os enviados pelos professores das diversas regiões. Para realizar essa seleção, levou-se em consideração a quantidade de sequências didáticas recebidas.

Agradecemos, professor (a), a sua participação nos encontros realizados e o seu envolvimento nas tarefas propostas, o que contribuiu imensamente para a produção deste material.

Ressaltamos que é imprescindível a socialização deste Caderno entre os professores da área, pois o seu estudo, a sua utilização de forma crítica e a realização das atividades, aqui apresentadas, abrirão novas possibilidades de ensino e subsidiarão o planejamento conjunto de novas sequências didáticas para os demais gêneros textuais que compõem a proposta de Língua Portuguesa para o ensino fundamental da rede estadual de Goiás.

Equipe de Língua Portuguesa da SUEBAS

Arivaldo Alves Vila Real[1]

Arminda Maria de Freitas Santos[2]

Janete Rodrigues da Silva[3]

Neuracy Pereira Silva Borges[4]

Rosely Aparecida Wanderley Araújo[5]

Terezinha Luzia Barbosa[6]

CONTOS POPULARES

GÊNERO: CONTOS POPULARES

PÚBLICO ALVO: estudantes do 6º ano

Número de aulas: 2 aulas

OBJETIVO:

• Ouvir, ler, compreender, apreciar, contar e recontar contos populares

Expectativas de Ensino e aprendizagem

• Compreender e apreciar contos populares

• Aperfeiçoar a fala, a escuta, a leitura e a escrita

• Promover a participação em situações prazerosas de leitura

• Valorizar a leitura literária como fonte de apreciação e lazer

• Saber selecionar livros literários para ler, apreciar, interpretar e socializar com os colegas

• Procurar formas de acesso ao livro (trocas, empréstimos entre amigos, empréstimos entre bibliotecas)

• Compreender os contos populares como elemento da cultura local, com base nos aspectos culturais e linguísticos que caracterizam as pessoas e o lugar onde vivem

• Valorizar a cultura, os acontecimentos e as memórias das pessoas e do local onde vivem

1ª Atividade: Quem não gosta de uma boa história?

Expectativas de Ensino e aprendizagem

• Ouvir histórias contadas pelo(a) professor(a), colegas de classe, equipe escolar e comunidade local

• Contar contos populares utilizando as estratégias de interação com textos narrativos da tradição oral

• Planejar a contação de histórias/contos populares em função do público ouvinte

• Recontar histórias ouvidas ou lidas, observando as características do gênero

• Resgatar histórias contadas pelos antepassados

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Sugerimos que o professor memorize um conto popular e prepare-se com antecedência para contá-lo como se fosse um fato acontecido com algum antepassado seu, ou com alguma pessoa bastante conhecida na comunidade local.

Proponha que os estudantes se sentem no chão ou em almofadas, na sala de aula ou em outro ambiente. Peça-lhes para imaginar que estão em volta de uma fogueira, em uma noite ao ar livre, quem sabe no meio do mato, ou às margens de um rio, como o Araguaia ou outro rio da região. Que imaginem o fogo, o silêncio, o perfume do mato, o barulho das águas do rio, cachoeiras...

Você pode sugerir a fogueira com uma grande vela, ou com papel celofane, amarelo ou vermelho, com as pontas do papel imitando labaredas; o rio e a cachoeira, com imagens em transparências ou cartazes confeccionados com recortes de revistas, ou ainda outros recursos possíveis e disponíveis. Se possível, esse momento pode ser realizado em ambientes fora da escola (jardins, praças, museus, bosques etc.).

Conte a história da melhor maneira que você puder e incentive os estudantes a comentá-la livremente. Se necessário faça algumas perguntas, como: Então, vocês ouviram a história, gostaram? Essa história é diferente de outras que vocês conhecem? O que é diferente ou o que chamou a atenção de vocês nessa história? “Acham que ela realmente aconteceu ou é só imaginação? Vocês conhecem o nome deste tipo de história? Peça também que comentem seu desempenho: veja se observaram os recursos que você usou para que eles ficassem atentos à história. Registre as observações que achou pertinentes, inferindo explicações. Esta avaliação, portanto, tem de ser o mais fiel possível sobre o que os estudantes trazem de conhecimentos e quais dificuldades você já percebe que os estudantes têm, pois isso vai orientar a mediação que fará no aprofundamento dos conhecimentos com os estudantes.

Comece essa atividade contando um conto popular aos estudantes. Chame a atenção deles para o fato de que as histórias da tradição oral muitas vezes são carregadas nos aspectos fantasiosos, exagerados. Às vezes, um mesmo fato pode ter muitas versões. Pergunte a eles se conhecem o ditado, Quem conta um conto aumenta um ponto.

Em seguida, pergunte se gostariam de contar uma história também. Se necessário estimule-os, instigando-os a se lembrar de histórias que ouviram da família ou de amigos. Talvez, nesse momento, não se lembrem de muitas. Caso isso aconteça, peça que escutem algumas histórias dos pais, avós, pessoas da comunidade e tragam para recontá-las na aula seguinte. Dessa forma, ao longo do tempo, o repertório irá melhorar.

2ª Atividade: De conto em conto...

Expectativas de Ensino e aprendizagem

• Recontar histórias de tradição oral, ouvidas ou lidas, observando a temporalidade e o encadeamento dos fatos, utilizando estratégias de interação com o texto, como o ritmo, a entonação, as pausas, os efeitos de humor, de emoção etc.

• Reconhecer a relevância de elementos que contribuem para estabelecer a comunicação contador/ouvinte: a voz, o olhar, a expressão facial, os gestos, postura corporal

• Organizar a sala de aula de forma a criar um ambiente para uma sessão de contação de histórias

Número de aulas: 2 aulas

Inicie conversando com os estudantes. Pergunte a eles se gostam de ouvir, ler ou contar histórias. Registre no quadro ou em um cartaz, o nome de algumas histórias que eles mencionarem. Comente com eles algumas histórias que são contadas por pessoas comuns, como se fossem fatos realmente acontecidos. Fale sobre as histórias e acontecimentos que os mais velhos contam para os mais jovens, explicando que muitos aspectos da cultura de um povo são transmitidos, de uma geração à outra, pela tradição oral, pelos contos populares. Ajude-os a se lembrar e contar “causos”; histórias maravilhosas, moralizantes, de esperteza, de assombração, contos de fada; fábulas, lendas e mitos etc. Crie um ambiente que favoreça a fala e a escuta dos estudantes. Deixe-os expressarem-se à vontade!

3ª Atividade: Um conto popular

Texto: O diabo e o granjeiro, de Tatiana Belinky

Expectativas de Ensino e aprendizagem

• Recontar histórias de tradição oral, ouvidas ou lidas, observando a temporalidade e o encadeamento dos fatos, utilizando estratégias de interação com o texto, como o ritmo, a entonação, as pausas, os efeitos de humor, de emoção etc.

• Ler com fluência e autonomia, construindo significados e inferindo informações implícitas

• Falar e ouvir o outro com atenção, respeitando o seu ponto de vista

• Desenvolver a argumentação oral e escrita

• Dialogar com respeito

• Esperar a vez de falar

• Produzir sínteses/resumos de sentenças de júri

Número de aulas: 2 a 3 aulas

Encerre a sessão de contação de histórias, recontando o conto popular O diabo e o granjeiro. Para isso, caso seja possível, memorize-o, desenvolvendo as mesmas estratégias anteriormente utilizadas para a apresentação do primeiro conto. Após a contação proponha a leitura compartilhada do texto, procurando demonstrar que as estruturas dialógicas utilizadas pelos participantes da hora do conto permitem e favorecem a construção das concepções e noções que facilitam o desenvolvimento do interesse e das habilidades necessárias para ler e apreciar textos literários. É importante que os professores e contadores de histórias tenham consciência do jogo da linguagem durante esses eventos para que a atividade, além de um momento de prazer, seja produtiva na formação de leitores assíduos e competentes.

Antes da leitura de qualquer texto, é importante promover uma conversa com os estudantes, para despertar o interesse, aguçar a curiosidade, e mesmo, conforme o caso, levantar hipóteses sobre o seu conteúdo; sobre o que o título sugere; se tem conhecimento do (a) autor (a) do texto; se conhecem outros textos do (a) autor (a); se conhecerem, que tipo de histórias eles imaginam que será contada etc.

Em seguida, proponha aos estudantes uma discussão sobre a atitude da mulher do granjeiro. Divida o quadro em duas partes e peça que os estudantes levantem argumentos favoráveis e contrários à atitude da mulher. Anote os argumentos dos estudantes, alternando as duas partes para a atividade ficar mais interessante. Posteriormente, analise com a classe a consistência dos argumentos e contra-argumentos.

Após essa atividade, proponha o julgamento da mulher do granjeiro, explicando brevemente como é um julgamento. Nesta atividade os estudantes terão mais oportunidade de falar e escutar, bem como de produzirem argumentos orais e escritos, sem contar que é prazerosa, alegre e que promoverá integração e cooperação no grupo.

Escolha o juiz, o advogado de defesa e o promotor. Sorteie uma aluna para ser a ré, isto é, a mulher do granjeiro e quatro estudantes para serem testemunhas de acusação e de defesa. Divida o restante dos estudantes em dois grupos, que serão os jurados e os assistentes do júri. Aconselhe os dois advogados a se reunirem com suas respectivas testemunhas e a organizar sua participação no julgamento. Eles devem anotar o que as testemunhas vão dizer, para ver a ordem em que vão chamá-las e para que possam formular perguntas de acordo com os depoimentos. Oriente o juiz e os jurados para que não se deixem levar por simpatias, mas que votem em função dos argumentos e provas apresentados.

É importante que você os ajude na produção de textos para o julgamento. Para isso, oriente-os sobre as diferenças entre a linguagem coloquial e a formal; a importância da utilização de argumentos coerentes e coesos, ligados por elementos linguísticos que estabelecem relações de causa, consequência, explicação, nos textos argumentativos; as características e os elementos próprios de uma síntese/resumo de uma sentença etc. Marque o julgamento para a próxima aula, dando tempo para que as duas partes possam preparar-se adequadamente. Oriente-os a trazer de casa os trajes necessários para caracterizar cada integrante do tribunal do júri. Organize a sala para o julgamento: a sua mesa para o juiz, cadeiras ao lado direito para os jurados, carteiras em frente à mesa do juiz para os dois advogados. As testemunhas podem sentar-se nas demais carteiras, atrás dos advogados.

O julgamento inicia-se com o promotor apresentando a acusação; em seguida, o advogado de defesa diz se sua cliente se considera culpada ou inocente. Apresentam-se as testemunhas de acusação, contando fatos que indiquem que a mulher é culpada. Depois, apresentam-se as testemunhas de defesa, contando fatos que mostrem que ela é inocente. O promotor faz o resumo do caso: com base no depoimento das testemunhas, pede a condenação da ré. O advogado de defesa faz o sumário da defesa; com base no depoimento das testemunhas, pede a absolvição da ré. Os jurados retiram-se para deliberar. Ao voltar, devem entregar, por escrito, o veredicto ao juiz, que o lerá e dará a sentença.

A seguir, faça com eles no quadro-giz o resumo do caso, destacando os argumentos favoráveis e contrários e peça que registrem tudo no caderno.

4ª Atividade: Reconhecendo o gênero “contos populares”

Texto: A procissão dos mortos, de Cecília Pereira de Souza

Expectativas de Ensino e aprendizagem

• Ler com fluência e autonomia, construindo significados, inferindo informações implícitas, identificando e analisando os elementos da narrativa

• Ler e analisar um conto popular

Número de aulas: 2 a 3 aulas

Com relação a esse texto, é importante dizer que é uma história recontada pela autora Cecília Pereira de Souza, e transcrita do livro Histórias Populares de Jaraguá, organizado pela professora goiana Ione Maria Valadares (suporte textual). É importante também falar um pouco de Jaraguá, cidade do interior de Goiás, conhecida nacionalmente pelo comércio de confecção e revenda de jeans.

Após essa conversa, organize a classe em duplas e proponha-lhes a leitura silenciosa do conto popular A procissão dos mortos. Em seguida, estimule-as a comentar livremente o texto, entre si (duplas):

• O que você achou dessa história?

• Acredita que as pessoas depois de mortas podem voltar à terra?

• Sabe o que é procissão e o seu sentido?

• Já participou de uma ou pelo menos já viu alguma na sua cidade

• Você conhece alguém que vive falando mal dos outros?

É importante que os estudantes percebam que o texto em estudo é uma história de assombração - em que os mortos apareceriam para castigar o personagem da “janeleira”, que se preocupava com a vida alheia -, recontada com a intenção de transmitir crenças e valores.

Convide algumas duplas para fazerem a leitura oral do conto, observando as estratégias de interação com a classe.

Agora é o momento de os estudantes aprenderem mais com o texto. Para isso, você deve iniciar aqui um estudo sobre os elementos da narrativa. Faça-o de uma forma leve, problematizando as questões e fazendo com que os estudantes levantem hipóteses e as confirmem, recorrendo sempre ao texto.

O conto lido é um texto narrativo, muito semelhante aos contos tradicionais. Discuta com os estudantes até que ponto esta história segue o modelo descrito abaixo:

• a história é contada por um (narrador) que sabe tudo o que acontece e também o que os personagens pensam e sentem;

• em geral, é apresentada uma situação inicial - o local onde se passa (cenário), a época em que acontece (tempo-época), a apresentação das personagens;

• depois acontece um fato que altera esta situação inicial; normalmente é um problema que precisa ser resolvido (conflito);

• a história se desenvolve até chegar ao ponto máximo de suspense (clímax);

• finalmente, a situação se resolve, seja como a fórmula clássica “E foram felizes para sempre...”, seja com um final que não é feliz ou, ainda, o final fica em aberto (desfecho).

Peça que os estudantes registrem no caderno as conclusões a que chegaram após a discussão, justificando-as com exemplos do texto, como: quem é o narrador? Onde se passa a história? Quem são os personagens? Existe um conflito na história lida? Qual? Como é o desfecho?

5ª Atividade: Ampliando os conhecimentos

Texto: Uma noite no paraíso, de Sylvia Manzano

Expectativas de Ensino e aprendizagem

• Ler e analisar um conto popular

• Analisar a caracterização das personagens e de espaços feita por meio de adjetivos e locuções adjetivas

Número de aulas: 2 a 3 aulas

Antes da leitura do texto, proceda da mesma forma proposta na 4ª atividade (antecipação da leitura).

Em seguida, proponha que leiam individualmente a história Uma noite no paraíso, procedendo à discussão coletiva.

Estimule-os a comentar livremente o texto, em duplas ou em pequenos grupos, usando as questões a seguir, ou acrescentando outras:

✓ Você gostou da história? Acredita que isso possa acontecer de verdade?

✓ Que parte achou mais interessante? E a mais engraçada?

Esses comentários são importantes, pois auxiliam o estudante a organizar o que leu e enriquecer sua leitura com aspectos levantados pelos colegas. É importante dizer aos estudantes que esse é mais um conto popular e que irá ampliar o seu repertório.

Ainda nos grupos, peça aos estudantes que procurem palavras ou expressões que indicam como são as personagens e os lugares do texto. Proponha-lhes que construam um quadro com duas colunas, e que na primeira escrevam os nomes dos lugares (cenários) e das personagens que aparecem no texto; e, na segunda, as palavras ou expressões que caracterizam esses nomes. Peça aos grupos que socializem os seus registros e faça as anotações no quadro-giz, utilizando o seguinte diagrama:

| | |

|Personagens/Lugares |Características |

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Questione sobre os motivos que os levaram a selecionar tais palavras ou expressões e que expliquem a relação existente entre elas.

É importante que você tenha levantado previamente em seu planejamento todos os nomes de personagens e lugares do texto, e com as palavras e expressões que os caracterizam. Chame atenção da classe para as palavras ou expressões que, porventura, foram relacionadas por eles e que não podem integrar o quadro, ou mesmo para as palavras ou expressões que deveriam constar do quadro e que eles não relacionaram.

Retome somente a primeira coluna do quadro para que a turma analise se as palavras ou expressões estão no singular ou no plural; no masculino ou no feminino. Em seguida, apresente-lhes a segunda coluna para que observem a relação existente entre as duas. (ideia de concordância: número e gênero). Peça aos estudantes que observem atenciosamente as palavras inseparáveis e feliz, utilizadas para caracterizar os nomes amigos e São Pedro, respectivamente. Pergunte-lhes se essas palavras poderiam ser utilizadas para caracterizar também nomes femininos. Por quê? (ideia de gênero). Estimule-os a dar exemplos utilizando estas palavras, para caracterizar seres no feminino.

Confirme os conceitos formulados durante esta atividade no livro didático e na gramática, depois sistematize as conclusões a que os estudantes chegaram no quadro-giz e peça que registrem tudo no caderno.

6ª Atividade: Lendo e analisando mais um conto popular

Texto: O caso do espelho, de Ricardo Azevedo

Expectativas de Ensino e aprendizagem

• Ler com fluência e autonomia, construindo significados e inferindo informações implícitas

• Comparar os diversos contos populares lidos ou ouvidos

• Reconhecer o valor expressivo da pontuação (pontuação de final de frase: ponto de exclamação, ponto de interrogação, ponto final; reticências; travessão e dois pontos em discurso direto) para marcar as sequências narrativas

Número de aulas: 4 a 6 aulas

Proceda como nos textos anteriores, conversando inicialmente com a classe (antecipação da leitura).

Peça aos estudantes que leiam individualmente o texto O caso do espelho e solicite que respondam as questões seguintes: O texto é uma ficção ou não-ficção, ou seja, a história tem personagens baseadas na realidade ou não? Peça que justifiquem.

Construa um quadro e proponha uma comparação entre os textos lidos nesta sequência didática, para que os estudantes identifiquem as semelhanças e/ou diferenças entre os quatro tipos de contos populares que foram lidos e analisados.

| |O diabo e o granjeiro |

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|Seleção do texto a ser trabalhado coletivamente | Seleção de um problema gramatical |

|Correção ortográfica e gramatical pelo professor | Escolha dos trechos a serem trabalhados |

|Visualização do texto (quadro-giz, cartaz) |Visualização dos trechos (quadro-giz, cartaz) |

|Levantamento e registro das hipóteses de solução |Levantamento e registro das hipóteses de solução |

|Análise e seleção das hipóteses |Pesquisa e orientação para solução do problema |

|Reescrita coletiva dos trechos |Reescrita coletiva dos trechos |

|Comparação do texto reescrito com o inicial |Sistematização da questão gramatical |

|Cópia do texto reescrito |Registro da sistematização |

|Reescrita individual dos textos com problemas semelhantes. |Reescrita individual dos textos com problemas semelhantes. |

Ortografia

No trabalho com ortografia, dois aspectos devem ser considerados: um é de natureza intelectual (onde se buscam as regras), o outro de natureza convencional (onde é necessária a memorização das convenções). Esses aspectos devem ser trabalhados ora coletivamente ora individualmente, conforme a necessidade.

Quando houver incidência de dificuldades comuns à classe, é melhor que sejam trabalhadas inicialmente no coletivo, uma por vez. Selecione, dentre os textos dos estudantes, trechos que contenham a dificuldade e anote-os no quadro-giz, na forma original. Solicite que os estudantes formulem hipóteses sobre a forma correta, explique a regra (se houver) e, finalmente, faça a correção.

Explicite normas práticas de algumas grafias. Por exemplo, o emprego de m antes de p e b; mal e mau; mas e mais; há, à, a, ah!; por que e porque; ou terminações verbais (quando é am e quando é ão).

O trabalho individual com ortografia complementa as atividades anteriores e visa desenvolver o hábito da autocorreção. Peça aos estudantes que procurem em seus textos, previamente assinalados por você, a dificuldade trabalhada, corrigindo-a. Combine com os estudantes marcas (círculo ou grifo) para assinalar a palavra a ser corrigida. As anotações nos textos dos estudantes serão feitas a lápis, para que possam ser apagadas após a correção.

Apresentamos a seguir exemplos da forma como pode orientar individualmente o trabalho de autocorreção. Estão organizados em níveis, para que, aos poucos, o estudante vá ganhando autonomia na correção ortográfica de seus textos.

À medida que dominar completamente a correção em uni nível, passe a proceder com ele no seguinte.

1. Você assinala as palavras incorretas no texto do estudante, registrando-as corretamente abaixo do texto, na ordem de ocorrência dos erros; o estudante apaga o erro, escreve a palavra corretamente e apaga também suas correções

2. Você assinala os erros à margem da linha em que estes ocorreram e registra essas palavras corretamente abaixo do texto, na ordem de ocorrência; o estudante procura as palavras erradas na linha assinalada e corrige-as como no procedimento anterior

3. Você assinala as palavras incorretas, no texto do estudante ou na margem, registrando-as corretamente abaixo do texto, em ordem alfabética; o estudante localiza-as e procede à correção, como nos níveis anteriores

4. Você não assinala as palavras incorretas, mas registra-as corretamente em ordem alfabética, abaixo do texto; o estudante procura as palavras incorretas, a partir da lista que você fez, e corrige-as em seu texto

5. Você assinala as palavras incorretas nos textos dos estudantes ou na margem, mas não as registra abaixo dos textos; anote os erros de todos os estudantes e registre-os na lousa em ordem alfabética; os estudantes corrigem as palavras assinaladas consultando a lista feita no quadro-giz.

6. Você faz uma lista das palavras incorretas encontradas nos textos dos estudantes, registrando-as na lousa em ordem alfabética, mas não as assinala; os estudantes procuram na lista da lousa para ver quais as palavras que devem corrigir em seus textos.

7. Você assinala as palavras incorretas nos textos dos estudantes ou na margem e pede-lhes que procurem no dicionário, para corrigi-las; os estudantes apagam os erros, bem como as marcas feitas, e corrigem-nos.

Oriente os estudantes a usar o dicionário: ensine-os a localizar palavras (ordem alfabética da primeira letra, da segunda, da terceira...); esclareça que as palavras vêm sempre indicadas no masculino e no singular, que os verbos aparecem no infinitivo, explicite as abreviaturas mais comuns.

Provavelmente, alguns dos estudantes ainda terão problemas de alfabetização que poderão comprometer a legibilidade de seus textos. Estes precisarão de um atendimento individualizado, que exige inicialmente detectar a natureza do problema: chame o estudante e peça-lhe que leia o texto que produziu; vá registrando ao lado a grafia correta. Converse com ele para saber se o erro foi fruto de distração ou se realmente não conhece a grafia de determinados sons (por exemplo, r, g, nh); se omite letras (por exemplo, escrevendo velo em vez de velho); se coloca letras desnecessárias (escrevendo canato em vez de canto); se muda a ordem das letras para “regularizar” a sílaba (escrevendo secola em vez de escola): ou, ainda, se emenda palavras (amoto em vez de a moto, derrepente para de repente) etc.

Entregue as produções individuais para que cada estudante retome o exercício e faça a revisão do próprio texto. Para ajudar na tarefa, prepare um cartaz com o roteiro abaixo.

1. Reescrita individual de textos

Roteiro para revisão

1. O título do texto é sugestivo? Instiga o leitor?

2. O texto traz palavras e expressões que situam o leitor no tempo e no espaço da narrativa? Há outros trechos em que é possível acrescentá-las?

3. O texto descreve personagens e espaços com características que remetem o leitor a concretizar suas ideias?

4. O escritor expressa suas sensações, emoções e sentimentos por meio das ações das personagens e do cenário?

5. Há no texto trechos com marcas da linguagem oral (“né”, “daí” etc.) que devem ser transformadas em discurso escrito?

6. Os verbos no pretérito e imperfeito são usados da maneira certa?

7. O texto consegue envolver o leitor? Ele desperta o interesse e prende a atenção?

8. Há alguma palavra que não está escrita corretamente? E a pontuação está adequada?

Os estudantes podem usar lápis ou caneta de cor diferente para destacar mudanças. Eles podem marcar a reorganização ou o acréscimo de ideias, a correção de palavras, as mudanças na pontuação.

Ao final do exercício, os estudantes passarão o texto a limpo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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______. Ministério da Educação. Programa de Formação de Professores Alfabetizadores. PELISSARI, Cristiane (Org.). Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: 2001.

_____. Ministério da Educação. Programa Gestão da Aprendizagem Escolar – Gestar II – Língua Portuguesa. BARBATO, Silviane Bonaccorsi (Org.). FUNDESCOLA/DIPRO/FNDE/MEC. Brasília: 2006.

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ÉLIS, Bernardo. Caminhos das Gerais, Editora Civilização Brasileira, Rio de Janeiro, 1975.

GERALDI, João W. Linguagem e ensino: exercícios de militância e divulgação. Campinas: Mercado de Letras; ALB,1996. Lilian Lopes Martin da Silva e Raquel Salek Fiad.

GOIÁS. Secretaria de Educação – SEE. Currículo em debate: Expectativas de aprendizagem – convite à reflexão e à ação. Caderno 5. Goiânia: SEE-GO, 2008.

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MEGALE, Nilza B. Folclore Brasileiro. Petrópolis: Editora Vozes, 1999.

MESERANI, Samir C. Os incríveis seres fantásticos. São Paulo: FTD, 1993.

TOLEDO, Salete. Sugestão de um roteiro/esboço de sequência de atividades sobre o gênero fábulas

VALADARES, Ione M. O. (org.) Histórias populares de Jaraguá. Goiânia: CECUP/UFG, 1983.

Imagens







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[1] Especialista em Língua Portuguesa, autor de propostas curriculares e formador da SEDUC

[2] Especialista em Planejamento Educacional, autora de propostas curriculares e formadora da SEDUC

[3] Especialista em Administração Educacional, autora de propostas curriculares e formadora da SEDUC

[4] Especialista em Língua Portuguesa, autora de propostas curriculares e formadora da SEDUC

[5] Especialista em Língua Portuguesa, autora de propostas curriculares e formadora da SEDUC

[6] Especialista em Língua Portuguesa, autora de propostas curriculares e formadora da SEDUC

[7] Especialista em Língua Portuguesa, autor de propostas curriculares e formador da SEDUC

[8] Especialista em Planejamento Educacional, autora de propostas curriculares e formadora da SEDUC

[9] Especialista em Administração Educacional, autora de propostas curriculares e formadora da SEDUC

[10] Especialista em Língua Portuguesa, autora de propostas curriculares e formadora da SEDUC

[11] Especialista em Língua Portuguesa, autora de propostas curriculares e formadora da SEDUC

[12] Especialista em Língua Portuguesa, autora de propostas curriculares e formadora da SEDUC

[13] Colégio Estadual Senador Antonio de Ramos Caiado. Santa Cruz de Goiás. SER Pires do Rio

[14] Escola Estadual Antônio Rodrigues dos Santos. Colinas do Sul. SRE Minaçu.

[15] Colégio Estadual Santo Antônio de Canabrava. Distrito de Santo Antônio. SRE Minaçu.

[16] Colégio Estadual Alceu de Araújo Roriz. SRE Luziânia.

[17] Colégio Estadual Senador Antonio de Ramos Caiado. Santa Cruz de Goiás. SER Pires do Rio

[18] CEPLOS. SRE Luziânia.

[19] Colégio Estadual Antônio Albino Ferreira. SRE Minaçu.

[20] Subsecretaria Regional de Educação de Minaçu.

[21] Subsecretaria Regional de Educação de Minaçu.

[22] Colégio Estadual Cônego Ramiro. SRE Luziânia.

[23] Escola Estadual Polivante Dante Mosconi. SER Jataí

[24] Colégio Estadual Senador Antonio de Ramos Caiado. Santa Cruz de Goiás. SER Pires do Rio

[25] Subsecretaria Regional de Educação de Minaçu.

[26] Colégio Estadual Senador Antonio de Ramos Caiado. Santa Cruz de Goiás. SER Pires do Rio

[27] Colégio Estadual João Roberto Moreira. Naveslândia. SER Jataí

[28] Colégio Estadual Valdomiro Lopes Rezende. Estrela do Norte. SRE Porangatu.

[29] Subsecretaria Regional de Educação de Jataí

[30] Colégio Estadual Ministro Santiago Dantas. SRE Minaçu.

[31] Colégio Estadual Alceu de Araújo Roriz. SRE Luziânia.

[32] Colégio Estadual Epaminondas Roriz. SRE Luziânia.

[33] Arivaldo Alves Vila Real, Arminda Maria de Freitas Santos, Janete Rodrigues da Silva, Rosely Aparecida Wanderley Araújo – Técnicos de Desenvolvimento Curricular de Língua Portuguesa da Superintendência do Ensino Básico – SEDUC/GO.

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ATIVIDADES PARA IDENTIFICAÇÃO DOS CONHECIMENTOS PRÉVIOS

Conto popular

É um relato oral e tradicional de contornos verossímeis e também ocorrendo dentro do maravilhoso e do sobrenatural. Pode mencionar fatos possíveis, como também referir-se a animais dotados de qualidades humanas e episódios com abstração histórico-geográfica. O conto é de importância capital como expressão da psicologia coletiva no quadro da literatura oral de um país. As suas diversas modalidades, os processos de transmissão, adaptação, narração, os auxílios da mímica, entonação, o nível intelectual do auditório, sua recepção, reação e projeção, determinam o valor supremo como um dos mais expressivos índices intelectuais populares. O conto ainda documenta a sobrevivência, o registro de usos, costumes e fórmulas jurídicas esquecidas no tempo. A moral de uma época distante continua imóvel no conto que ouvimos nos nossos dias.

Folclore Brasileiro / Nilza B. Megale - Petrópolis: Editora Vozes, 1999.

Algumas classificações dos contos populares:

• Aarne-Thompson divide-os em três grandes grupos: contos de animais, estórias populares, gracejos e anedotas.

• Luís da Câmara Cascudo classifica-os em: contos de encantamento, contos de exemplo, fábulas, contos religiosos, contos de adivinhação, anedotas, causos.

• Nelly Novaes Coelho distribui-os em: contos maravilhosos e contos de fadas, lendas e mitos, fábulas, contos contemporâneos.

Optamos nesta sequência em trabalhar anedotas, causos, mitos e lendas.

Por que sistematizar?

Para identificar, reconhecer e organizar os conteúdos trabalhados, entender as características que definem os temas e assuntos estudados, compreender e explicar como eles se relacionam e se articulam entre si, com as experiências e com os conhecimentos prévios dos estudantes e com outros conhecimentos.

A sistematização possibilita chegar a uma maior apropriação crítica dos conhecimentos, reconstituir e recriar outros, recuperar e socializar as experiências mais significativas vividas pelo grupo no processo ensino e aprendizagem. É um momento privilegiado da prática pedagógica que possibilita a reflexão e a análise na retomada de pontos relevantes dos conteúdos trabalhados (sem registros não há como sistematizar e produzir novos conhecimentos).

Pode ser realizada no final de uma aula, no final de um conteúdo específico, de uma sequência didática, ou em outros momentos considerados pertinentes e relevantes pelo professor.

ATIVIDADES PARA SISTEMATIZAÇÃO DOS CONHECIMENTOS DOS ESTUDANTES

ATIVIDADES PARA AMPLIAÇÃO DOS CONHECIMENTOS

É fundamental fazer registros sobre a participação dos estudantes, observar se estão expondo suas opiniões e ideias, se compreendem as leituras feitas, quais os principais problemas apresentados por eles. Essa observação possibilitará a você planejar as intervenções necessárias para que eles avancem. Os estudantes que apresentam muitas dificuldades em contar, escutar e ler histórias devem participar de todas as atividades e receber ajuda para o que ainda não conseguem fazer sozinhos. Insista para que acompanhem as leituras, participem dos comentários orais, tentem reproduzir trechos das histórias do jeito que souberem, escrevam os títulos, nomes dos personagens, enfim, tudo o que for possível requerer deles nesse momento.

Ambiência da sala de aula

Organize a sala de forma a criar um ambiente para iniciar uma sessão de contação de histórias. Torne ambiência da sala de aula significativa envolvendo todos os estudantes. Selecione livros com títulos da tradição oral do acervo da biblioteca e crie um cantinho de leitura. Proponha momentos diários de leitura prazerosa do material exposto, para dar significado e utilidade à ambiência.

Nesse momento, observe os conhecimentos e habilidades que os estudantes já trazem para identificar lacunas e dificuldades, o que favorecerá a ampliação dos conhecimentos.

A escuta, o registro e a leitura dessas histórias possibilitam a aproximação dos estudantes com algumas características do texto narrativo: cenário, personagens, complicação e desfecho. Ao mesmo tempo, propiciam a percepção das peculiaridades desses gêneros.

É fundamental ressaltar os aspectos discursivos dos gêneros: tema, intencionalidade do texto, a quem se destina, em que contexto foi produzido.

Suas características textuais: cenário, personagem, complicação.

Marcas linguísticas: seleção lexical, metáforas, tempos verbais etc.

Marcas de oralidade, que também são características do gênero.

Com esse trabalho estaremos promovendo a formação de um leitor crítico, capaz de perceber relações entre o texto lido e outros (lidos anteriormente); de relacionar texto e contexto e texto e experiências vividas; de comparar diferentes versões de um mesmo fato; de identificar valores e posicionar-se sobre eles etc.

Contadores de histórias

Os contadores de histórias falam pausadamente e capricham na entonação - mais baixa ou mais alta, conforme o trecho da história -, imitam vozes, barulhos, sons da natureza etc. Tudo isso contribui para prender a atenção dos ouvintes. E isso se ensina e se aprende.

Ambiência da sala

Para o trabalho com contos, ambiente a sala de aula de modo que o estudante tenha acesso ao gênero. Organize a Prateleira da Leitura, nela coloque os livros selecionados pelos estudantes na biblioteca ou do acervo pessoal para A Hora do Conto. Crie um ambiente propício à leitura com tapetes, esteiras, almofadas. Para o Palanque do Conto decore um caixote. Confeccione um caderno para registrar os livros lidos. Envolva todos no trabalho, cada um contribui com o que pode e todos são capazes de ajudar. Faça um cartaz bem bonito de boas vindas e viaje com os estudantes pelo mundo dos contos!

Professor (a)!

Ao longo dessa sequência didática inserimos orientações que subsidiarão seu trabalho. Antes de realizar as atividades propostas leia com muita atenção. É uma forma de ajudá-lo (a) a levar informações completas para a sala de aula. Bom trabalho!

ATIVIDADES PARA IDENTIFICAÇÃO DOS CONHECIMENTOS PRÉVIOS

Professor (a), neste material foi incluído um manual com orientações de reescrita de textos. Sugerimos um estudo de todos os passos para uma boa reescrita e que você selecione apenas o que for necessário para o gênero textual em estudo. Planejar é fundamental para o sucesso da reescrita. Bom trabalho!

O conto literário é a forma narrativa, em prosa, de menor extensão (no sentido estrito de tamanho), ainda que contenha os mesmos componentes do romance. Entre suas principais características estão a concisão, a precisão, a densidade, a unidade de efeito ou impressão total: o conto precisa causar um efeito singular no leitor; muita excitação e emotividade.

Há algumas características que podem nos ajudar a identificar ou até mesmo a produzir um conto:

• É uma narrativa linear e curta, tanto em extensão quanto no tempo em que se passa.

• A linguagem é simples e direta, não se utiliza de muitas figuras de linguagem ou de expressões com pluralidade de sentidos.

• Todas as ações se encaminham diretamente para o desfecho.

• Envolve poucas personagens, e as que existem se movimentam em torno de uma única ação.

• As ações se passam em um só espaço, constituem um só eixo temático e um só conflito.

ATIVIDADES PARA AMPLIAÇÃO DOS CONHECIMENTOS

ATIVIDADES PARA IDENTIFICAÇÃO DOS CONHECIMENTOS PRÉVIOS

Hugo de Carvalho Ramos era filho do poeta Manoel Lopes de Carvalho Ramos e de Mariana Fenelon Ramos. Iniciou seus estudos na cidade natal (Cidade de Goiás) onde, desde cedo, impressionou seus mestres pelo fascínio demonstrado pela literatura, que o levou a ler os clássicos universais ainda na adolescência. Ultrapassada a primeira etapa dos estudos, transferiu-se para o Rio de Janeiro, matriculando-se, em 1916, na Faculdade de Ciências Jurídicas e Sociais. Em 1920, estando prestes a concluir o curso jurídico e estando já abatido por crise de depressão, viajou ao interior de Minas Gerais e São Paulo. No ano seguinte, novamente de volta ao Rio de Janeiro, vítima da angústia e da depressão, cometeu suicídio. Iniciou-se cedo na carreira literária escrevendo em prosa e em verso. Sabe-se que alguns de seus contos mais conhecidos foram escritos aos quinze ou dezesseis anos. Em 1917 publicou Tropas e Boiadas, uma coletânea de contos de inspiração sertaneja, que mereceu referências elogiosas da crítica nacional.

Conversando sobre o trabalho em grupo

Assim como este, muitos outros trabalhos são propostos para serem realizados em grupo. Isso acontece porque acreditamos que as pessoas aprendem umas com as outras e que todas podem se desenvolver muito mais quando têm oportunidade de confrontar suas ideias com as dos colegas. Entretanto, isso só acontece se todos participarem igualmente de todas as atividades e disserem o que pensam realmente, se todos se esforçarem.

Quando há um trabalho para ser feito em grupo, de nada adianta dividi-lo e distribuir um pedaço para cada um, porque com isso cada um fica somente com a visão da sua parte e perde a visão do todo. Pior ainda é quando só um ou dois trabalham (porque o grupo acha que são mais inteligentes, ou mais estudiosos) e os outros ficam olhando, sem coragem ou com preguiça de participar. Além de não ser justo, os que nao participam deixam de aprender.

Mesmo não sabendo direito como fazer, é preciso tentar. É assim que aprendemos. As atividades propostas podem ser realizadas por todos os estudantes, especialmente se uns ajudarem os outros. Quando um colega não sabe, deve- se dar dica, fazer junto, mas não fazer pelo outro. Quando fazemos pelo outro, não ajudamos, atrapalhamos, impedimos o outro de aprender. Além disso, às vezes, há colegas que acham que não sabem, porque nunca tentaram, mas eles podem se surpreender e descobrir que têm muito o que ensinar ao grupo.

ATIVIDADES PARA SISTEMATIZAÇÃO DOS CONHECIMENTOS DOS ESTUDANTES

Professor (a), neste material foi incluído um manual com orientações de reescrita de textos. Sugerimos um estudo de todos os passos para uma boa reescrita e que você selecione apenas o que for necessário para o gênero textual em estudo. Planejar é fundamental para o sucesso da reescrita. Bom trabalho!

HUGO DE CARVALHO RAMOS

Pouco se pode dizer sobre a vida deste escritor. Teve a infância e a mocidade atribuladas e um suicídio que cortou para sempre sua vida inquieta, quando mal completara 28 anos de idade. O único livro que deixou, Tropas e Boiadas merece ser colocado no mesmo plano em que pairam Pelo Sertão e Os Caboclos, de Afonso Arinos e Valdomiro Silveira.

Bernardo Élis Fleury de Campos Curado (1915 – 1977), nasceu em Corumbá de Goiás (GO). Advogado, professor, poeta, contista e romancista. Iniciou seus estudos com seu pai, o poeta Érico José Curado e, depois, na capital do estado, onde matriculou-se no grupo escolar. Em 1936, assumiu as funções de escrivão da Delegacia de Polícia de Anápolis. Nesses tempos, já havia participado de acontecimentos literários do Brasil central, escrevendo poesias e enviando colaborações de cunho modernista para os jornais de Goiânia.

Em 1939, transferiu-se para essa cidade, onde foi nomeado secretário da Prefeitura Municipal, tendo exercido as funções de prefeito por duas vezes. Com um livro de poesias e outro de contos, que pretendia publicar, mudou-se para a cidade do Rio de Janeiro, em 1942.

Não conseguindo seu intento, voltou a Goiás. Fundou a revista Oeste e nela publicou o conto Nhola dos Anjos e a cheia do Corumbá.

Em 1944, seu livro de contos Ermos e gerais foi publicado pela Bolsa de Publicações de Goiânia, obtendo sucesso e elogios de toda a crítica nacional. Nesse ano casou-se com a poetisa Violeta Metran. Bacharelou-se pela Faculdade de Direito de Goiânia, em 1945. Nesse ano participou do 1º Congresso de Escritores de São Paulo, tendo conhecido diversos escritores nacionais. De volta a Goiânia, fundou a Associação Brasileira de Escritores, da qual foi eleito presidente.

Foi eleito para a Academia Brasileira de Letras, sucedendo a Ivan Lins na Cadeira nº 1, em 23 de outubro de 1975, e recebido em 10 de dezembro de 1975, pelo acadêmico Aurélio Buarque de Holanda Ferreira.

Recebeu inúmeros prêmios literários: Prêmio José Lins do Rego (1965) e Prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro (1966), pelo livro de contos Veranico de janeiro; Prêmio Afonso Arinos, da Academia Brasileira de Letras, pelo seu Caminhos e descaminhos; Prêmio Sesquicentenário da Independência, pelo estudo Marechal Xavier Curado, criador do Exército Nacional (1972). Em 1987, recebeu o Prêmio da Fundação Cultural de Brasília, pelo conjunto de obras, e a medalha do Instituto de Artes e Cultura de Brasília.

Algumas obras:

A terra e as carabinas (romance em folhetim publicado no jornal " Estado de Goiás), (1951); Primeira chuva, poesia (1955); Ermos e gerais, contos (1944); O tronco, romance (1956); Caminhos e descaminhos, contos (1965); Veranico de janeiro, contos (1966); Marechal Xavier Curado, criador do Exército Nacional, estudo (1972); Seleta de Bernardo Élis. Org. de Gilberto Mendonça Teles; estudo e notas de Evanildo Bechara (1974); Caminhos das Gerais, contos (1975); André Louco, contos (1978); Vila Boa de Goiás (1978); Apenas um vilão, novela e contos (1984); Chegou o governador, romance (1987); Obra Reunida de Bernardo Élis (1987)

(Fonte: Academia Brasileira de Letras)

Professor (a),

Inserimos neste material as orientações gerais para reescrita de textos que podem ser utilizadas na reescrita de qualquer gênero textual em estudo. Orientamos que siga apenas os passos necessários ao gênero em estudo de acordo com os aspectos gramaticais trabalhados nos conteúdos de análise e reflexão sobre a língua.

A narração: sonhos e histórias

Pode-se narrar qualquer coisa. Já se disse que narrar é uma forma de o homem sobreviver. No tempo das cavernas, os homens sentavam-se em volta de uma fogueira e contavam para os demais o que lhes tinha acontecido durante o tempo em que estiveram fora, caçando. Pode-se narrar qualquer coisa. Já se disse que narrar é uma forma de o homem sobreviver. No tempo das cavernas, os homens sentavam-se em volta de uma fogueira e contavam para os demais o que lhes tinha acontecido durante o tempo em que estiveram fora, caçando. Provavelmente, já naquela época, enfeitavam um pouco suas histórias, mostrando como eram corajosos e quantos perigos tinham enfrentado. Aos poucos, eles acharam que contar para os que viviam com eles era pouco, sendo preciso registrar essas histórias, para que as gerações futuras também soubessem o que lhes tinha acontecido.

Assim, gravavam suas aventuras nas paredes das cavernas.

Nesse momento, professor(a), você terá oportunidade de diagnosticar os conhecimentos que a sua turma já possui sobre o gênero em estudo; o que lhe dará subsídios para o planejamento das aulas seguintes.

ATIVIDADES PARA AMPLIAÇÃO DOS CONHECIMENTOS

A maioria das inovações da área de informática foram produzidas nos Estado Unidos, assim muitos termos usados são procedentes da Língua inglesa. Além dos termos, a maioria das siglas usadas nessa área também se origina do inglês, como www (World Wide Web) que pode ser traduzida aos estudantes como teia de alcance mundial.

PASSO A PASSO

Clique aqui para terminar o cadastro e espere abrir a página de seu e-mail.

Escreva todos seus dados pessoais.

As letras que estiverem escritas acima no retângulo cinza, você digita neste espaço.

Invente uma senha com no mínimo 6 números ou números e letras.

Se você tiver outro e-mail digite ele aqui, senão deixe em branco.

Escolha uma pergunta e responda no retângulo abaixo a resposta que você quiser e que irá lembrar depois, caso você precise.

Invente um nome para seu e-mail. Depois clique aqui para ver se ele já existe, se existir invente outro e assim por diante, até que você encontre um que não exista.

Durante a atividade é fundamental que você, professor (a), juntamente com o dinamizador, oriente cada dupla, de forma pontual, atendendo-as nas suas necessidades específicas no momento da produção dos e-mails .

ATIVIDADES PARA SISTEMATIZAÇÃO DOS CONHECIMENTOS

Professor (a), neste material foi incluído um manual com orientações de reescrita de textos. Sugerimos um estudo de todos os passos e que você selecione apenas o que for necessário para o gênero textual em estudo. Planejar é fundamental para o sucesso da reescrita. Bom trabalho!

Professor, fizemos, no Anexo 3, algumas observações sobre o texto Biruta, esperando contribuir para sua discussão com os estudantes. Essas observações pretendem apenas organizar subsídios teóricos que você já domina, de modo a que possa apresentá-los aos estudantes sempre que necessário, durante a leitura, estudo e discussão dos contos.

Inventivo e livre ao elaborar suas canções, Gilberto Passos Gil Moreira, um dos maiores nomes da música popular brasileira, é um verdadeiro sincretismo musical. Transitando entre o baião, o funk, o rock, o afoxé, o samba, o reggae, o pop e a bossa nova, suas composições, de grande riqueza rítmica e melódica, mesclam a modernidade da vida urbana, como a tecnologia, aos elementos da cultura popular brasileira, como o carnaval, a religiosidade e a cultura africana, sem deixar de cantar o amor e a amizade. Nascido em Salvador, na Bahia, passou seus primeiros oito anos de vida em Ituaçu, em meio à banda local, aos sanfoneiros, aos cantores e violeiros, à música de Bach e Beethoven e de grandes ídolos do rádio, em especial Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro. Em Salvador, formou-se em Administração de Empresas e conheceu, em 1963, Caetano Veloso, Gal Costa, Maria Bethânia e Tom Zé, com quem se apresentou em público pela primeira vez com o show "Nós, por Exemplo", no Teatro Vila Velha (1964). Formado, conseguiu um estágio na Gessy Lever e mudou-se para São Paulo. Em 1966, concorreu como compositor no I Festival Internacional da Canção, da TV Rio, com "Minha Senhora", na voz de Gal, e no II Festival de MPB, da Record, com "Ensaio Geral" (classificada em 5ª lugar), cantada por Elis Regina. Em 1966, Elis Regina gravou "Louvação". Com o sucesso da música, foi convidado a gravar seu primeiro LP, "Louvação", e abandonou a carreira de administrador. Influenciado pelos fenômenos da contracultura, pelo psicodelismo dos Beatles, pela montagem de "O Rei da Vela", de Oswald de Andrade, dirigida por José Celso Martinez Corrêa, e pelos filmes de Glauber Rocha, iniciou o movimento tropicália, cujo deboche e irreverência revolucionaram a música popular brasileira. Durante o III Festival de MPB da TV Record, em 1967, com "Domingo no Parque" (cantada com os Mutantes), causou polêmica e obteve o 2ª lugar. Ao lado de Caetano Veloso, Gal, Rogério Duprat, Torquato Neto e os Mutantes lançou o disco "Tropicália ou Panis et Circensis" (1968). Com o Ato institucional número 5, foi preso e obrigado a exilar-se. Depois de passar dois meses na prisão, gravou "Aquele Abraço" e partiu para Londres (1969), onde lançou o disco "O Sonho Acabou". Regressou ao Brasil em 1972, quando surgiu "Expresso 2222", "Refazenda" (1975), "Os Doces Bárbaros" (1976), "Refavela" (1977), "Refestança" (1977), "Realce" (1979), revisitou a tropicáilia com Caetano Veloso, em "Tropicália II" (1993), gravou "Unplugged" (1994) e "Quanta" (1997). Gilberto Gil foi premiado com o Grammy na categoria de World Music em 1999, com o disco "Quanta Gente Veio Ver".

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