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Exercício de revisão para a II avaliação

Ordene os seguintes períodos de modo a constituírem um texto coeso e coerente. Em seguida, marque a ordem correta.

( ) Se eu morrer, morre comigo um certo modo de ver, disse o poeta. Um poeta é só isto: um certo modo de ver. O diabo é que, de tanto ver, a gente banaliza o olhar. Vê não vendo. Expe- rimente ver pela primeira vez o que você vê todo dia, sem ver. Parece fácil, mas não é. O que nos cerca, o que nos é familiar, já não desperta curiosidade. O campo visual da nossa rotina é como um vazio.

( ) Acho que foi Hemingway quem disse que olhava cada coisa à sua volta como se a visse pela última vez. Essa ideia de olhar pela última vez tem algo de deprimente. Olhar de des- pedida, de quem não crê que a vida continua, não admira que Hemingway tenha acabado como acabou. Fugiu enquanto pôde do desespero que o roía − e daquele tiro brutal que acabou dan- do em si mesmo.

( ) O hábito suja os olhos e lhes baixa a voltagem. Mas há sempre o que ver. Gente, coisas, bichos. E vemos? Não, não vemos. Uma criança vê o que o adulto não vê. Tem olhos aten- tos e limpos para o espetáculo do mundo. O poeta é capaz de ver pela primeira vez o que, de tão visto, ninguém vê. Há pai que nunca viu o próprio filho. Marido que nunca viu a própria mulher, isso existe às pampas. Nossos olhos se gastam no dia a dia, opacos. É por aí que se instala no coração o monstro da indiferença.

( ) Você sai todo dia, por exemplo, pela mesma porta. Se al- guém lhe perguntar o que é que você vê no seu caminho, você não sabe. De tanto ver, você não vê. Sei de um profissional que passou trinta e dois anos a fio pelo mesmo hall do prédio de seu escritório. Lá estava sempre, pontualíssimo, o mesmo porteiro. Dava-lhe bom-dia e às vezes lhe passava um recado ou uma correspondência. Um dia o porteiro cometeu a descortesia de falecer. Como era ele? Sua cara? Sua voz? Não fazia a mínima ideia. Em trinta e dois anos, nunca o viu. Para ser notado, o por- teiro teve que morrer.

a)3,2,1,4

b)2,1,4,3

c)1,3,4,2

d)4,3,2,1

Gabarito (b)

2. Não atendem às exigências da ortografia brasileira:

a)deem, voo, autosserviço

b)heroico, bem-vindo, tranquilo

c)cárie, exército, língua

d)super-homem, inter-racial, auto-peças

e)boia, minissaia, baú

Gabarito (d)

3. Não atendem às normas do novo acordo ortográfico:

a)anti-inflamatório, micro-ondas

b)feiura, quarta-feira, cooperação

c) micro-computador, minimercado

d) antiaéreo, infraestrutura

Gabarito (c)

Texto I

A TERNURA DAS MÃOS

Nelas renasço. Quão corajosas! Prontas para libertar-me de indevidas prisões. Tenho em minhas mãos a cumplicidade de que necessito. Nunca me falharam, gritaram, sim, generosas aleluias. Estiveram diuturnamente atentas, às vezes para acusar, outras para acariciar. Não se furtaram ao menor dos acenos. Minhas, tão minhas, que são mais do que eu mesma. Quero andar de mãos juntas, sempre juntas. Ou para a oração que tanto preciso, ou para selar amores ainda indecisos. Se me falta a coragem dos vitoriosos, às mãos atribuo a propriedade de descerrar invioláveis frontispícios. Resta-me a esperança do seu talentoso manuseio. JORNAL DO COMMERCIO. Opinião JC. p.12. 28 de novembro de 2012.

01. O termo sublinhado no texto 01

A) indica algo já declarado, pertencente ao gênero masculino no singular.

B) se reporta a uma palavra do sexo feminino no plural, declarada anteriormente.

C) se refere ao termo “prisões”.

D) faz referência ao vocábulo “minhas”.

E) remonta a alguma palavra não expressa no trecho em análise.

Gabarito (b)

02. Mediante a leitura do texto 01, percebe-se que a personagem

A) sempre se mantém passiva diante das situações.

B) faz uso das mãos meramente para acalmar cenários turbulentos.

C) valoriza bastante as mãos, delas se utilizando em momentos diversos de sua vida, para finalidades distintas.

D) relega os gestos humanos, em especial aqueles que vêm acompanhados de carinho.

E) enaltece as mãos e instiga o leitor a usá-las, sobretudo em momentos de protesto ou agito popular.

Gabarito (c)

03. Se ao termo “mãos” fosse acrescido o termo “olhos”, estaria INCORRETO o trecho da alternativa

A) Neles renasço.

B) Estiveram diuturnamente atentos, às vezes para acusar, outras para acariciar.

C) Meus, tão meus, que são mais do que eu mesma.

D) Prontas para libertar-me de indevidas prisões.

E) Quão corajosos!

Gabarito (d)

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