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INTEGRIDADEINTELECTUALRichard B. RamsayEDITORIAL CLIE37299908191410439402540Galvani, 11308224 TERRASSA (Barcelona) Espa?aE-mail: libros@clie.esWeb: INTELECTUALRichard B. Ramsay? 2005, Richard B. Ramsay(Con breves modificaciones en la edición de 2009)Todos los derechos reservados.Depósito Legal:ISBN: 84-8267-376-9Impreso en PublidisaPrinted in SpainClasifíquese: 65 TEOLOG?A: Pensamiento CristianoCTC: 01-01-0065-13Referencia: 22.45.84INTEGRIDADE INTELECTUALO desenvolvimento de uma cosmovis?o crist?Prefácio. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .7Capítulo 1 A esquizofrenia intelectual. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .9Capítulo 2 A guerra pela verdade. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .27Capítulo 3 Atacar ou retroceder? O crist?o e sua rela??o com a sociedade. . . . . . . . . .47Capítulo 4 Cosmovis?es n?o crist?s. . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .59Capítulo 5 Para um enfoque crist?o da política. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .77Capítulo 6 Para um enfoque crist?o da economia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .93Capítulo 7 Para um enfoque crist?o das ciências naturais e da matemática. . . . . . . .105Capítulo 8 Para um enfoque crist?o da arte. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .117Conclus?o. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .129Bibliografia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .......131GUIA DE ESTUDO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .135INTEGRIDADE INTELECTUALO desenvolvimento de umacosmovis?o Crist?PrefácioPor mais que tivesse sido criado em uma família crist?, comecei a duvidar da minha fé durante meu primeiro curso de filosofia na universidade. Em meio da minha peregrina??o espiritual, o Senhor me mostrou sua presen?a uma noite de brilhantes estrelas. Entreguei meu cora??o ao Senhor, e voltei à minha casa espiritualmente renovado. Entretanto, sem saber no momento, todavia me faltava entregar meu cérebro ao Senhor também. Todavia assistia às aulas nas que me estavam ensinando em forma sutil que eu mesmo deveria ser juiz da verdade, que a verdade era relativa e subjetiva. Estavam-me lavando o cérebro com essa mentalidade, sem que eu desse conta. Eu seguia vivendo uma dualidade entre minha vida ?espiritual? e minha vida intelectual.Despertei à essa realidade quando fiz um curso sobre a ética. Primeiro pensei que meu professor fosse um pensador profundo, pela maneira que fazia boas perguntas. Sempre dizia, ?Por que pensa assim?? Me dei conta de que devia saber defender meu ponto de vista. Um dia fomos à uma conferência de um conhecido filósofo que falou sobre o tema da ética. Me chamou a aten??o que em todo seu discurso n?o defendeu nenhuma posi??o. Simplesmente arrojava suas opini?es sobre qualquer tema. Voltei à aula indignado, e seguro de que nosso professor o ia criticar duramente por isso. Quando o professor pediu nossa opini?o do discurso, levantei a m?o, convencido de que todos iam aplaudir meu comentário. Eu disse, ?Foi interessante, mas n?o defendeu nenhuma de suas opini?es?. Sabe o que me disse o professor? ?Por que pensa que deveria defender suas opini?es?? N?o pude acreditar! Em um instante tudo me ficou claro. O professor esteve jogando conosco durante todo o semestre. Ele n?o tinha nenhuma resposta, e somente pretendia ser sábio, fazendo-nos defender qualquer comentário com sua fácil pergunta, ?por que??Depois desta revela??o, comecei a questionar as pressuposi??es mais fundamentais do meu ensino universitário. Foram os livros de Francis Schaeffer e Cornelius Van Til os que me ajudaram a ver o problema do relativismo e da pretendida subjetividade da verdade. Me levaram a entregar, n?o somente meu cora??o, mas também minha cabe?a, a Jesus Cristo. Na realidade, foi como uma ?segunda convers?o?.N?o me entendam mal. A Bíblia ensina que há uma só convers?o, teologicamente falando. Entretanto, alguns vivem uma vida t?o dividida entre nossa fé crist? e nossos pensamentos n?o crist?os, que necessitamos uma mudan?a radical em nossa forma de pensar, t?o radical que poderíamos chamar uma convers?o intelectual.Depois de minhas lutas, prometi ajudar a outros que estivessem duvidando de sua fé. Na realidade, isso é o que me tem motivado a trabalhar no ministério. Quisera entregar este livro ao Senhor como um cumprimento parcial dessa promessa que fiz.Capítulo 1A esquizofrenia intelectual1?Já n?o há uma mente crist?.?HARRY BLAMIRES2Os evangélicos padecem de ?esquizofrenia intelectual?. Quando se trata de um tema teológico ou ?espiritual?, buscam respostas baseadas nos ensinos das Escrituras, mas quando se trata de outros temas como a política, a economia, ou a arte, por exemplo, freqüentemente nossas opini?es n?o têm nenhuma rela??o com nossa fé crist?. O resultado é que projetamos uma espécie de ?dupla personalidade?.No momento de escrever estas linhas, há um tema discutido mundialmente: a guerra de Estados Unidos contra Iraque (2003). Alguns est?o a favor, e outros contra. N?o pretendo resolver esta discórdia, mas o que me chama a aten??o é a maneira que se conversa acerca do tema entre crist?os. Escuto comentários simplistas como ?Isto é imperialismo!? por um lado, e ?Sadam Hussein é uma amea?a!? por outro lado. Alguns reclamam que n?o foi provado que Iraque tenha armas nucleares, e que portanto devemos deixá-los tranqüilos. Outros advertem que se n?o detemos o Iraque, eles nos atacar?o. O curioso é que n?o escutei quase ninguém falar de uma perspectiva crist? da guerra. Há bastante literatura crist? e há passagens bíblicas que nos podem orientar acerca da guerra, mas n?o escuto referências a isto em nossas conversas. E eu sou t?o culpado como os demais. Por que n?o formamos nossas opini?es acerca deste tema atual da mesma maneira que formamos nossas convic??es teológicas? Tenho a impress?o de que muitos crist?os repetem simplesmente o que tem lido no diário ou em sua revista secular favorita.Também creio que muitas opini?es acerca de temas atuais refletem mais pragmatismo que cristianismo. “Quero dizer, em vez de perguntar quais s?o os principios éticos bíblicos, perguntamos o que aconteceria se...?, e baseando em nossa especula??o das possíveis consequencias, tomamos decis?es importantes. Recordo, quando vivia em Costa Rica em 1977, conversando com outros missionários acerca do Canal do Panamá. Alguns diziam que os Estados Unidos n?o deveria entregar o canal aos panamenhos porque n?o saberiam administrar bem. N?o escutei comentários acercado que seria justo. Quando fui ao Chile em 1978, havia uma diferen?a marcada de opini?es acerca do presidente Pinochet. Alguns defendiam a dureza dos primeiros anos do seu regime, dizendo que era ?necessária? para frear a oposi??o. Repito que n?o pretendo analisar estes temas neste momento, porque s?o bastante complexos. Somente quero mostrar a maneira em que frequentemente formamos opini?es baseadas em nada mais que nos ?resultados?.Fa?a uma experiência: trate de conversar com um amigo crist?o acerca de algum, candidato político do seu país. ? muito provável que somente fará comentários pragmáticos (positivos ou negativos) acerca do que aconteceria se fosse eleito. ?Se este fosse presidente, nossa economia melhoraria?. ?Se este outro fosse eleito, aumentaria o crime?. N?o há nada de mal em especular acerca das possíveis consequencias da elei??o de algum político. Entretanto, isto n?o é suficiente, porque n?o reflete uma avalia??o profunda baseada em princípios bíblicos. Devemos estar fazendo perguntas como: Quais s?o as pautas bíblicas acerca da economia e a política? Qual é o propósito de um governo civil, segundo a Bíblia? Qual é a posi??o de tal candidato acerca destes temas?A. A falta de integridade intelectualTal como nos falta integridade moral, nos falta integridade intelectual. Recordo quando estava estudando no seminário, muitas pessoas que eu considerava espiritualmente maduros e teologicamente astutos. Entretanto, n?o podia crer a mudan?a de personalidade que se via quando saíamos a praticar esportes! Alguns destes gigantes espirituais se convertiam em crian?as travessas no campo. Quando saía a bola um pouquinho fora do campo, diziam que n?o havia saído. Quando um companheiro estava em seu caminho, n?o tinham escrúpulos em golpeá-lo forte com seu corpo, colocando-o ao ch?o. Quando perdiam a partida, ficavam barvos. Os amigos do seminário que estavam na outra equipe eram arqui-inimigos no campo. Isto parecia o mais natural, e jamais questionavam esta ética deportiva. Eu vejo que sucede algo parecido no campo intelectual, e com nossas convic??es. Sem dar-nos conta, frequentemente nos transformamos em pensadores n?o crentes quando falamos de certos temas. Inclusive, alguns nem sequer se tem perguntado se há uma perspectiva crist? da ciência, do governo, da economia, da arte, ou da música.Em parte, esta inconsequencia se debe a seculariza??o da educa??o pública. Insistem que deixemos Deus de fora quando entramos na sala de ciências naturais. O instrutor pode ensinar a teoria da evolu??o como se fosse um fato comprovado, mas se um aluno se atreve a falar da cria??o, será acusado de mesclar a religi?o com a ciência. Estudamos as conclus?es dos psicólogos acerca da natureza do homem, sem dereito a questionar as pressuposi??es. Em meu primeiro ano na universidade, o primeiro dia de aula, o professor de filosofia perguntou quantos acreditavam em Deus. Quando a metade dos alunos levantou a m?o, ele disse: ?Bom, espero que no final do semestre, todos vejam que n?o há nenhuma raz?o para crer em Deus?. Seu plano deu bons resultados com meu irm?o maior, mas foi precisamente este desafio que me fez aproximar-me mais do Senhor. Me tenho perguntado muitas vezes, que sucederia a um professor que declara sua inten??o de convencer a todos seus alunos que Deus existe? Estou bastante seguro que seria despedido!Também podemos culpar em parte a Tomás de Aquino por ter feito uma separa??o entre a fé e a raz?o, entre o ?espiritual? e o ?secular?. Usamos nossa raz?o para estudar a natureza até certo ponto, e depois temos que usar a fé e olhar as Escrituras para entender as coisas espirituais. Por exemplo, podemos chegar a crer em Deus através da natureza e o uso da raz?o, mas temos que ler a Bíblia e exercer a fé para crer na Trindade. Esta dicotomia permitiu uma separa??o entre a fé e a raz?o, entre o espiritual e o natural, que tem sido daninha. Muitos crist?os pensam que podem falar da ciência sem referir-se à fé ou à Bíblia, e outros pensam que podem falar da fé, recha?ando a ciência e a raz?o.Kant também destacou esta separa??o. Distinguiu entre o mundo dos ?noúmenos? e o mundo dos ?fen?menos?, entre o mundo metafísico e o mundo físico. A raz?o ?pura? funciona no mundo físico, mas no mundo metafísico, somente funcionaa raz?o ?prática?. A religi?o, a moralidade a liberdade, e a ética est?o no mundo dos ?noúmenos?, um mundo cheio de contradi??es.NOUMENOS(religi?o, moralidade, liberdade, ética)RAZ?O PR?TICAMundo metafísicoFEN?MENOSMundo FísicoRAZ?O PURA(ciência, experiência)Assim se formou uma dicotomia daninha. A ciência chega a ser racional e objetiva, enquanto os assuntos religiosos s?o ambíguos e contraditórios. Alguns negam o uso da fé para a interpreta??o da natureza, e outros negam o uso da raz?o para interpretar os assuntos ?religiosos? (o existencialismo).Entretanto, as institui??es de educa??o n?o tem a maior parte da culpa, Tomás de Aquino n?o tem a culpa, e Kant n?o tem culpa. A culpa principal é nossa os evangélicos. Temos abandonado a batalha pela verdade. Ingenuamente temos posto as lentes dos n?o crentes para investigar a cria??o de Deus. Temos entregado o mundo de bandeija aos incrédulos.Harry Blamires argui que ?já n?o há uma mente crist??, que o pensamento crist?o foi secularizado. Com ?mente crist??, n?o se refere a indivíduos que pensam, mas a ?um conjunto de conceitos e atitudes coletivamente aceitos?, uma corrente de pensamento crist?o para guiar-nos, uma escola de pensamento com que possamos dialogar. Opina que temos que buscar amigos n?o crentes para conversar com profundidade temas da atualidade ou temas da literatura séria3. Gostaria poder dizer que n?o tem raz?o, mas creio que sua observa??o é bastante acertada em geral.Entretanto, há exce??es, e creio que houve uma melhoria durante os últimos anos. Permita-me mencionar somente alguns exemplos para despertar o interesse neles. Um dos meus autores favoritos é C. S. Lewis. Muitos n?o sabem que ele era evangélico(anglicano), mas suas novelas para crian?as (série de Nárnia) foram traduzidas e lidas em muitos países do mundo. Seus livros teológicos e filosóficos est?o ao nível dos mais eruditos de nossa época. Lewis foi modelo de testemunho claro e brilhante de uma cosmovis?o crist?. Ele prop?s que nossa influência crist? é ainda mais forte quando tratamos temas diversos com um enfoque crist?o que temas propriamente ?espirituais?.?Creio que qualquer crist?o que está qualificado para escrever um bom livro popular acerca de qualquer ciência pode conseguir muito mais que algum trabalho diretamente apologético. A dificuldade que enfrentamos é esta. Podemos fazer (frequentemente) que as pessoas escute o ponto de vista crist?o durante uma meia hora ou mais; mas no momento em que se v?o da sala em que fazíamos o discurso, ou no momento em que deixam de lado nosso artigo, s?o submergidos imediatamente de novo em um mundo em que a posi??o oposta se dá por certo.O que queremos n?o s?o mais livros acerca do cristianismo, mas mais livros escritos por crist?os acerca de outros temas — com seu cristianismo latente. Isto se pode ver mais facilmente quando vemos ao revés. Nossa fé n?o será sacudida facilmente quando lemos um livro acerca do hinduismo. Mas se lêssemos um livro básico acerca da geologia, a biologia, a política, ou a astronomia, e encontrássemos que suas implica??es eram hindús, isso sim nos sacudiria. N?o s?o os livros escritos diretamente em defesa do materialismo os que fazem que o homem moderno seja materialista; s?o as pressuposi??es materialistas de todos os demais livros. Da mesma maneira, n?o s?o os livros acerca do cristianismo os que realmente inquietar?o uma pessoa. Melhor ainda o inquietará quando, buscando uma introdu??o breve a alguma ciência, encontra que o melhor livro no mercado foi escrito por um crist?o.?4Francis Schaeffer foi um modelo para muitos em sua maneira de analisar o pensamento e a cultura ocidental de uma perspectiva crist?. Há muitos holandeses que esteve refletindo cristianamente acerca de distintos aspectos da cultura. H. R. Rookmaaker ensinou acerca da arte (A arte moderna e a morte de uma cultura). Herman Dooyeweerd aprofundou acerca da filosofia (As raízes da cultura ocidental). Cornelius Van Til fez uma análise importante da filosofia em seus livros de apologética (A defesa da fé). O exemplo de Abraham Kuyper (1837-1920) deu ?nimo a alguns evangélicos que sentem o chamado a participar na política, ao ser primeiro ministro de Holanda. Na América Latina os autores de artigos e livros da Editorial Certeza deu um impacto no pensamento crist?o: René Padilla, Samuel Escobar, e Pablo Deiros, por exemplo. Salvador Dellutri escreveu livros sobre filosofia (A aventura do pensamento e O mundo que pregamos). A teologia da liberta??o foi uma corrente pouco bíblica, mas produziu muita reflex?o do crist?o, como rea??o a seus erros, acerca da política, a economia, e a situa??o atual de pobreza. Um dos autores hispanos mais recentes que está fazendo um impacto com sua análise crist? é Antonio Cruz de Espa?a (Pós-modernidade, Sociologia; uma desmitifica??o, Bioética crist?). No campo da sicologia tem muito progresso, já que o aconselhamento tem sido um aspecto chave do ministério da igreja (para mencionar uns poucos: Larry Crabb, Norman Wright, Paul Tournier, Clyde Narramore, Jorge León, o grupo EIRENE, e o grupo do PEPP no Chile —Ricardo Crane, Jorge Sobarzo, Felipe Cortés, e Vladimir Rodríguez). Charles Colson está fazendo um esfor?o admirável por analisar os acontecimentos atuais, as correntes do pensamento, e as novidades culturais, desde uma perspectiva crist? (E agora como viveremos?).William Romanowski (Eyes Wide Open; Looking for God in Popular Culture), Kenneth Myers (All God’s Children and Blue Suede Shoes), Douglas Groothuis (Truth Decay), e John Fischer (Finding God Where You Least Expect Him)s?o nomes de alguns autores que est?o refletindo cristianamente acerca da cultura atual nos Estados Unidos. Há muitos mais que poderíamos nomear, mas tenho mencionado alguns para dar uma ideia de que se trata. N?o é que esteje de acordo com todos os ensinos destes autores, mas pelo menos devemos felicitá-los por seu esfor?o em fazer um aporte a uma ?mente crist??.Alguns dos pensadores mais destacados da história ocidental tem sido crist?os: filósofos-teólogos como Agustinho, Anselmo, e Tomás de Aquino, escritores como Dante, Dostoievsky, e Tolstoi, pintores como Rembrandt, músicos como Johann Sebastián Bach, por exemplo. N?o obstante, em nossa época, poucos crist?os seriam nomeados entre os mais destacados.Os evangélicos sempre tem sido uma minoria, especialmente na Espanha e América Latina. Tem tido que lutar para ter uma voz e uma participa??o nos acontecimentos culturais e civis. Creio que com o crescimento da igreja evangélica e com a supera??o do nível educacional entre os evangélicos, a situa??o mudará, mas sempre haverá um longo caminho para andar.B. O desafio bíblicoAs Escrituras nos desafiam a pensar cristianamente, a ?renovar nosso entendimento?, e a ?levar todo pensamento cativo?.Romanos 12.2N?o vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renova??o da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.2 Coríntios 10.5...anulando nós sofismas e toda altivez que se levante contra o conhecimento de Deus, e levendo cativo todo pensamento à obediência de Cristo.A primeira parte da armadura que devemos por é a ?verdade?.Efésios 6.14.Estai, pois, firmes, cingindo-vos com a verdade.Quando Deus criou o homem, deu a tarefa de ?dominar? sobre os animais, e a ?subjulgar a terra?.Gênesis 1:26-28Também disse Deus: fa?amos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhan?a; tenha ele domínio sobre peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os animais domésticos, sobre toda a terra e sobre todos os répteis que rastejam pela terra. Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, a imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. E Deus os aben?oou e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves do céus e sobre todo animal que rasteja sobre a terra.Imaginemos que o homem n?o tivesse caído em pecado; que teria acontecido? Eu creio que teria desenvolvido uma sociedade perfeita. Haveria povoado a terra, e haveria criado maneiras de alimentar-se e subsistir, fazendo necessárias algumas formas de organiza??o. Por exemplo, teria estabelecido pautas para o interc?mbio de produtos, teria aprendido a cooperar no cuidado das ovelhas, o gado, e outros animais, teria possivelmente cooperado na educa??o dos seus filhos, e haveria organizado estruturas de supervis?o das atividades da popula??o. Isto é, haveria feito muitas das mesmas coisas que fez o homem, mas sem os efeitos daninhos e conflitivos do pecado. Isto chamaria ?o reino de Deus?. Esta ordem de ser mordomos sobre a terra tem sido chamada ?o mandato cultural?, porque sugere um processo de domínio sobre cada aspecto da vida humana.O problema é que o homem falhou e acabou com o plano de um progresso perfeito do reino de Deus. Agora o reino de Dios somente pode ser estabelecido através de uma prévia renova??o espiritual. Jesus Cristo teve que entregar-se a si mesmo como castigo em nosso lugar, para que pudéssemos ser reconciliados com Deus e renovados, antes de poder come?ar a reconstruir o reino de Deus.A reden??o que Cristo nos comprou inclui mais que uma simples apólice de seguro eterno. Nossa salva??o inclui uma restaura??o total de todos os efeitos negativos da queda.Efésios 1:7-10...no qual temos a reden??o, pelo seu sangue, a remiss?o dos pecados, segundao a riqueza da sua gra?a, que Deus derramou abundantemente sobre nós em toda sabedoria e prudência, desvendando-nos o mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito que propusera em Cristo, de fazer convergir nele, na dispensa??o da plenitude dos tempos, todas as coisas, tanto as do céu como as da terra.Colossenses 1:19-20...por que aprouve a Deus que, nele, residisse toda a plenitude e que, havendo feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, quer sobre a terra, quer nos céus.A primeira atividade ?científica? do homem foi o processo de por nomes aos animais.Gênesis 2.19Havendo, pois, o Senhor Deus formado da terra todos os animais do campo e todas as aves do céus, trouxe-os ao homem para ver como este lhes chamaria; e o nome que o homem desse a todos os seres viventes esse seria o nome deles.Isto n?o pode ter sido um simples jogo, pondo nomes ao azar. Imagino que incluía algum tipo de classifica??o, algo parecido ao que fazem os biólogos hoje, ainda que de uma maneira menos sofisticada.Jesus é o Senhor de tudo. N?o há nenhum aspecto da vida, n?o há nenhuma área de pensamento que n?o seja Seu território. Como crist?os, desejamos que Deus seja glorificado em tudo.C. Como desenvolver uma cosmovis?o crist?Uma cosmovis?o crist? é uma mentalidade formada por pressuposi??es bíblicas para refletir cristianamente acerca de todas as áreas da vida. Foi chamada um ?enfoque de vida crist?o ?, uma ?mente crist??, uma ?filosofia crist??, uma ?weltanshaung ? (alem?o), ou uma ?world and life view? (inglês). ? um processo em que o Senhor nos sara de nossa ?enfermidade? de ?esquizofrenia intelectual?.A cosmovis?o crist? n?o inclui todas as respostas, mas que s?o pautas baseadas em ensinos bíblicos para guiar a reflex?o. Se emprega a base crist? como ponto de referência para conversar sobre qualquer tema. Reflete de uma maneira crist? acerca de tudo. Em uma frase, s?o ?lentes crist?s? para ver o mundo5.1. O conceito crist?o da verdade.Uma cosmovis?o crist? pressup?e um conceito crist?o da verdade:- A verdade n?o é relativa, mas absoluta. N?o é diferente para cada pessoa. N?o muda de um dia para outro. Segue sendo a verdade, ainda que eu n?o entenda ou n?o acredite.- N?o é subjetiva, mas objetiva. N?o depende da minha mente, mas da mente de Deus. N?o está dentro de mim, mas dentro de Deus.- N?o é independente de Deus, mas que Deus tem que revelá-la ao homem.- N?o há verdades ?soltas? que eu possa conhecer, sem a ajuda de Deus. N?o é algo que o homem alcance por si mesmo. Se Deus n?o me revela a verdade, n?o a posso conhecer.Toda a verdade provém da mente de Deus.- N?o é dialética, mas exclusiva. O que n?o está de acordo com a mente de Deus, está equivocado. N?o é uma ?sopa? em que muitos ingredientes melhoram o sabor. ? um ?filé? rico que se come só. A verdade é um sistema unido na mente de Deus. Alguns ingredientes fazem perder o sabor, porque n?o s?o a verdade.- N?o evolui, mas que é eterna. O mais novo n?o é necessáriamente o mais correto. Inclusive, se penso em algo realmente ?original?, é uma mentira!, porque se penso em algo verdadeiro, Deus já o pensou.- A verdade se encontra revelada ao homem na Bíblia e na cria??o. As duas fontes n?o se contradizem. Portanto, para pensar corretamente, há que ?pensar os pensamentos depois de Deus? (Cornelius VanTil)6, e para pensar os pensamentos de Deus, há que pensar de acordo com a Bíblia.2. O uso da Bíblia na cosmovis?o crist?.A Bíblia nos dá as pressuposi??es, as pautas, para estudar a cria??o. A Bíblia nos orienta para refletir acerca de todos os aspectos da vida. Nos ajusta as lentes para ver o mundo com mais exatid?o. ? possível que nesta tarefa n?o encontremos sempre textos bíblicos que tratem diretamente nosso tema de estudo, mas os princípios bíblicos servem como fundamento.LINGUAGEMCI?NCIAB?BLIAHIST?RIAARTE3. A rela??o entre a filosofia crist? e a teologiaA filosofia crist? é um ramo da teologia.1) A teologia sistemática estuda a Bíblia para sistematizar temas de Deus, o homem, e a salva??o.2) A teologia bíblica estuda temas bíblicos na ordem da história da revela??o e no contexto do plano da reden??o.3) A teologia histórica estuda a história do desenvolvimento das doutrinas.4) A apologética estuda a defesa da fé.5) A filosofia crist? utiliza pautas bíblicas para estudar temas extra-bíblicos relacionados com a cultura, as ciências, as humanidades e as belas artes.A teologia sistemática e a teologia bíblica se concentram mais na Bíblia mesma, enquanto que a teologia histórica enfoca a história, a apologética p?e ênfase em compreender o pensamento n?o crist?, e a filosofia crist?a estuda temas como a política, a economia, a arte, a música, e as ciências, usando principios bíblicos. Portanto, a Bíblia n?o proporciona respostas t?o exatas e claras muitas vezes no campo da filosofia crist? como na teologia sistemática. Entretanto, a Bíblia é o fundamento de toda teologia.A Bíblia provê as pressuposi??es fundamentais para orientar-nos. Por exemplo, ainda que a Bíblia n?o explica especificamente qual é o melhor programa econ?mico ou qual é o melhor sistema de governo civil, nos ensina alguns principios acerca do uso das propriedades, da mordomia, e da autoridade do estado. Ao dizer que n?o explica ?especificamente? o melhor programa econ?mico, n?o significa que isto seja uma falha na Bíblia, mas que n?o é o propósito da Bíblia. A Bíblia nos dá pautas, e cada um tem que tirar as conclus?es específicas, de acordo com os princípios bíblicos, e tomar as decis?es na melhor forma possível. Isto implica que há mais ?áreas cinzas? na filosofia crist? que na teologia, e que deveríamos permitir mais liberdade de opini?o na filosofia crist?. Onde a Bíblia n?o ensina algo específico, há liberdade.4. Como fazê-lo.Os pré-requisitos:Para desenvolver uma cosmovis?o crist?, em primeiro lugar temos que conhecer a Bíblia. As Escrituras s?o a fonte principal de nossas convic??es. Mas ademais, devemos conhecer o mundo em que vivemos. O processo de desenvolver uma cosmovis?o n?o é um exercício teórico simplesmente; está relacionado com tudo o que nos rodeia: a natureza, o governo, a arte, e a escola, por exemplo. Finalmente, devemos conhecer o pensamento secular e crist?o acerca do tema. Entramos em um diálogo com os demais.Os passos:Fazer perguntasAntes de realizar nosso estudo, come?aremos com alguma inquietude. Sem perguntas, n?o encontraremos respostas. Por exemplo, poderíamos perguntar: Qual é a melhor forma de economia? Qual é o melhor partido político em nosso país? Qual é a diferen?a entre a arte crist? e a arte secular?Examinar o ensino bíblicoDepois de estabelecer alguma pergunta, investigamos o ensino bíblico relacionada com o tema. Possivelmente n?o encontremos ensino explícito ou diretamente relacionado, mas sim princípios gerais.Ler o que os outros dizem? necessário informar das opini?es de outros, tanto crist?os como n?o crentes. Durante séculos de estudo, deve ter bastante escrito sobre os temas mais importantes.Examinar a Bíblia de novoDepois de investigar os postulados dos outros, convém voltar a estudar a Bíblia de novo. Certamente os escritos examinados fizeram refletir de outra maneira sobre o tema, e convém revisar as Escrituras de novo.Refletir e meditarAgora o processo requer reflex?o e medita??o. Que o Senhor guie nossos pensamentos. Isto n?o é um exercício meramente intelectual. ? um exercício espiritual. Devemos consagrar nossos pensamentos ao Senhor e pedir Sua sabedoria.Tirar conclus?es própriasFinalmente, temos que chegar a algumas conclus?es. Possivelmente n?o sejam conclus?es finais, e provavelmente vamos modificá-las com o passar dos anos. Entretanto, temos que viver neste mundo de acordo com nossas convic??es crist?s.ExemploPor exemplo, alguém poderia ter uma preocupa??o sobre a melhor forma de economia.1) Talvez queira comparar o socialismo com o capitalismo. Que sistema reflete melhor os valores crist?os?2) Devo estudar primeiro a Bíblia, por exemplo passagens como Levítico 25, os profetas, 2 Coríntios 8, e Atos 2-4.3) Depois, tem multid?es de livros acerca do tema, como O espírito do capitalismo democrático de Michael Novak, A fé na busca da eficácia de José Míguez Bonino, e Nem pobreza nem riquezas de Craig Blomberg. Poderíamos ler livros clásicos e polêmicos como A riqueza das na??es de Adam Smith e O capital de Marx.4) Devo voltar a estudar a Bíblia, comparando os conceitos da leitura com os ensinos bíblicos.5) Deve refletir, anotar ideias, tratar de pensar como crist?o e biblicamente sobre o tema.6) Tiro minhas conclus?es. Ser?o tentativas no princípio, mas posso ganhar mais seguran?a enquanto as ponho a prova em diálogo com outros, e enquanto sigo lendo acerca do tema.Este é um processo contínuo de análise. A reflex?o gira em torno do mundo e da Bíblia. Quanto mais conhecemos a Bíblia, melhor compreendemos o mundo, e quanto mais conhecemos o mundo, melhor compreendemos a Bíblia. O bom desta aventura é que estamos sempre descobrindo algum aspecto novo da verdade! Seremos como um escalador que sobe cada vez mais perto do cume da montanha; quanto mais alto sobe, mais claramente vê o panorama.D. N?o temos desculpa? de se esperar que o n?o crente viva de forma inconsequente. Está tratando de viver em um mundo criado por Deus de acordo com uma filosofia que exclui Deus. Isto o leva inevitavelmente a contradizer-se. Miguel de Unamuno aponta a incongruência entre os dois tomos de Kant: A crítica à raz?o pura e A crítica à raz?o prática. Diz que há um Kant filósofo e um Kant homem ?de carne e osso?. Opina que na segunda obra acerca da raz?o prática, ?Kant reconstruiu com o cora??o o que com a cabe?a havia abatido?. Enquanto o filósofo racional nega a Deus, o homem sentimental crê no ?Deus da consciência?, o ?autor da ordem moral?7.Unamuno considera que o homem sentimental é o verdadeiro homem.O homem, diz, é um animal racional. N?o sei por que n?o se diz que é um animal afetivo ou sentimental. E acaso o que dos demais animais o diferencia seja mais o sentimento que n?o a raz?o. Mais vezes tenho visto raciocinar um gato que n?o rir ou chorar. Acaso chora ou ri por dentro, mas por dentro acaso também o carangueijo resolve equa??es do segundo grau.E assim, o que em um filósofo nos deve mais importar é o o crist?os, devemos esperar algo mais consequente da parte de nós mesmos. Temos um conceito de vida com o qual podemos viver de forma harmoniosa. Por um lado, quando n?o fazemos, estamos negando o que dizemos crer. Por outro lado, quando fazemos, é um testemunho forte à verdade do evangelho. Devemos buscar maior integridade entre nossa teologia e nossas ideias acerca de outros aspectos da vida, entre nosso intelecto e nosso sentimento, entre nossos pensamentos e nossas a??es.Há um filme chamado ?A Beautiful Mind? [Uma mente brilhante], que proporciona uma excelente ilustra??o da situa??o do n?o crente. Está baseada na historia verídica de John Nash, um gênio matemático que recebeu o prêmio Nóbel por uma teoría nova. Este gênio sofria de esquizofrenia, vendo pessoas que n?o existiam. (Assim era no filme; na vida real, somente escutava vozes.) Desejando tanto fazer algo importante, imaginava que ajudava o governo dos Estados Unidos a decifrar códigos dos russos, e a encontrar mensagens de atividades de espionagem. Entre as pessoas que imaginava, havia uma menina de aproximadamente dez anos de idade. Um dia, Nash descobriu uma inconsequencia importante em seu mundo imaginário: haviam passado muitos anos, mas a menina seguia sendo uma menina de dez anos! Assim p?de dar conta de que era n?o era real. Isto foi o come?o de um processo de melhoramento. Assim é o n?o crente. N?o é que seja um enfermo mental, mas está tratando de viver uma vida que n?o coincide com o que Deus p?s em sua mente e em seu cora??o.A esposa de John Nash é um modelo para nós, porque teve um papel chave em seu processo de cura. Ela o amava e ajudava, apesar das suas dificuldades. Estava sempre a seu lado, vivendo uma vida ?normal?, e n?o o abandonava. Esse é nosso papel entre os n?o crentes. Devemos amá-los e ficar ao seu lado, apesar de sua inconsequência, vivendo a verdade que afirmamos. Assim eles poder?o ver nossa coerência de vida e pensamento, em contraste com sua própria confus?o e inseguran?a. A integridade intelectual e a harmonia entre nosso pensamento e nossa vida s?o aspectos fundamentais do nosso testemunho.Perguntas de verifica??o1. Em que sentido padecem os evangélicos de ?esquizofrenia intelectual?2. En que sentido muitos comentários acerca de temas atuais refletem um ?pragmatismo??3. Mencione três causas parciais da inconsequência intelectual.4. Quem tem a maior culpa em permitir uma dicotomia no pensamento crist?o?5. Que quer dizer Blamires quando diz que n?o há uma ?mente crist???6. Mencione as primeiras duas passagens bíblicas citadas no texto que nos desafiam a desenvolver uma cosmovis?o crist?.7. Que ?e o ?mandato cultural??8. Que inclui nossa salva??o?, segundo Efésios 1.7-10 e Colossenses 1.19-20.9. Qual foi a primeira atividade ?científica? do homem?10. Que é uma ?cosmovis?o crist???11. Como se usa a Bíblia no desenvolvimento da cosmovis?o crist??12. Qual é a rela??o entre a filosofia crist? e outros ramos da teologia?13. Quais s?o os passos para desenvolver uma perspectiva crist? de algum tema?14. Em que sentido a esposa de John Nash é um modelo para nós?Perguntas de reflex?o1. Em que aspecto da sua vida você está atuando de forma inconsequente com suas cren?as?2. Em que áreas de estudo tem mais problemas em harmonizá-las com sua fé crist??3. Em que medida você sofre de ?esquizofrenia intelectual??Capítulo 2A guerra pela verdade9Introdu??oA tragédia de Nova York em 11 de setembro de 2001 despertou uma grande peocupa??o entre os crist?os acerca das inten??es dos mu?ulmanos. Ainda que foi um ato político de terrorismo, n?o deixa de ser uma mostra de sua atitude para com os crist?os. Sabemos que os Estados Unidos já n?o é um país t?o caracterizado por uma ideologia ou uma ética crist?. Entretanto alguém como Bin Laden, equivocado ou n?o, o considera um país ?crist?o?, e portanto promove atos de violência contra ele. Na realidade n?o deveria surpreender-nos tanto. Faz séculos que os fiéis do Isl? perseguem aos crist?os. Em países como Sud?o, torturam os crist?os, cortando suas pernas para que n?o evangelizem. ? impressionante escutar que seguem caminhando de joelhos para compartilhar sua fé. Há outros países como Paquist?o e Arábia Saudita, onde sofrem diariamente os crist?os. Creio que temos subestimado a amea?a desta religi?o unida com a política em uma teocracia.Os crist?os est?o sofrendo mais que nunca na história. Houve mais de 100 milh?es de mártires crist?os no século XX 10, mais que as vítimas de todas as guerras combinadas do mesmo século 11. 160.000 crist?os perderam a vida por causa da sua fé somente no ano 1996 12.N?o obstante, me preocupa ainda mais outra guerra que é menos visível, mas mais perigosa. ? a guerra das ideias. ? a guerra entre a verdade e a mentira. Jesus nos advirtiu que seríamos entregues à tribula??o e que seríamos odiados (Mateus 24.9). Mas também o Novo Testamento aclara que nossa luta verdadeira n?o é contra sangue e carne, mas contra principados, potestades, governadores das trevas e hostes espirituais. Na mesma passagem, Paulo nos exorta:Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, depois de terdes vencido tudo, permanecer inabaláveis. Estais, pois, firmes, cingindo-vos com a verdade e vestindo-vos da coura?a da justi?a. Cal?ai os pés com a prepara??o do evangelho da paz; (Efésios 6.13-15)Tenho um filho de dezessete anos e uma filha de dezesseis. As vezes vejo televis?o com eles e escuto a música que eles gostam, e converso com eles acerca da mensagem que se está comunicando. Na realidade, est?o constantemente bombardeados com mensagens sutilmente enganadoras. Por exemplo, nos programas de televis?o, quase nunca tem um personagem crist?o. Se há um, normalmente é um fanático fechado e negativo, pouco agradável. Enquanto 66 % da popula??o nos Estados Unidos assiste uma igreja pelo menos uma vez ao mês, a televis?o indiretamente ensina que quase ninguém vai à igreja. Os espectadores, sem que ninguém lhes diga diretamente esta descarada mentira, come?am a crer. Para um jovem que busca aceita??o entre seus companheiros, esta influência faz esconder suas cren?as e sua participa??o na igreja.Vejo uma hostilidade cada vez mais aberta e mais intensa para com os crist?os. Há um site de Internet chamado ?Perdendo minha religi?o?, mantido por pessoas que antes compartilhavam a mensagem crist? com seus companheiros da universidade. Agora est?o dedicados a destruir a fé crist?. Distribuem seu próprio folheto titulado ?Fique em casa aos domingos; economize 10%?, que explica ?Cinco raz?es por que já n?o somos crist?os?. Publicam diálogos com crist?os ingênuos que terminam sendo ridiculizados, porque fazem perguntas que n?o podem responder. Por exemplo, perguntam como Deus pode mandar alguém ao inferno simplesmente porque n?o crê nele. ?Que diria de um pai?, perguntam, ?que diz a seu filho, ‘se n?o me amas antes de que cumpra seis anos, vou te queimar no forno da cozinha?’?. ?Existe livre arbítrio no céu??, especulam. Quando o crist?o responde que sim, ent?o lan?a o desafio feio: ?Como sabe, ent?o, n?o vai perder tua fé no céu e ser expulso, tal como sucedeu a Lucifer?? Há pouco escutamos nas notícias de uma senhora que dirigia um ?nibus escolar e orava o Pai Nosso com os passageiros antes de sair da escola. Para estar segura que n?o incomodaria os pais, escreveu uma carta a cada responsável, perguntando se estavam de acordo. Todos, sem exce??o, responderam, dando seu apoio a esta prática. Entretanto, algum supervisor proibiu, dizendo que estava contra a separa??o de igreja e estado. N?o somente proibiram orar com os alunos; disseeram que se observasse algum jovem orando, tinha que repreendê-lo! Muitos escutaram do caso na Califórnia em que um pai processou a escola por obrigar a sua filha a dizer a sauda??o à bandeira, porque contém a frase, ?uma na??o, sob Deus...?. O que nem todos sabem é que esta menina era crist?, e n?o tinha nenhum problema em dizer esta frase. Ela e sua m?e assistem regularmente a uma igreja batista. Seus pais est?o divorciados, e somente seu pai é ateu, e fez um esc?ndalo pela sauda??o à bandeira que se usou durante muito tempo. Seguramente vocês podem contar suas próprias anedotas de persegui??o. Conto estes casos como exemplos da crescente oposi??o, e da guerra das ideias.Nesta época pós-moderna e anticrist?, temos que saber defender nossa fé. Esse é o propósito da apologética. Quisera animar a estar:Estando sempre preparado para responder a todo aquele que vos pedir raz?o da esperan?a que há em vós, fazendo-o, todavia, com mansid?o e temor, com boa consciência (1 Pedro 3.15,16)e a obedecer o mandato de Paulo:N?o vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renova??o da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. (Romanos 12.2)Analisaremos o pensamento filosófico atual, comparando especialmente os conceitos da verdade.I. O pensamento atualA. O transfundo filosóficoPara entender o pensamento atual, temos que analisar o transfundo. A idade moderna (desde Descartes) colocava sua fé na raz?o e na ciência. N?o obstante, em nossa época chamada ?pós-moderna? se perdeu a confian?a na raz?o e na ciência13. Paul Johnson, em Tempos modernos, estabelece que a atitude chave do século vinte era a inseguran?a. Devido a teoria da relatividade de Einstein, a declara??o da ?morte? de Deus da parte de Nietzsche, e uma instabilidade política internacional, a inseguran?a cativou a mentalidade do homem pós-tmoderno. O homem vive ?em um mundo sem guia e à deriva em um universo relativista?14.? (Rookmaaker, A arte moderna e a morte de uma cultura, CLIE, 2003)Há um quadro pintado no ano 1949 por Francis Bacon, chamado ?Cabe?a VI?, que expresa o terror do homem atual. Mostra uma autoridade religiosa sentada, aparentemente encerrada dentro de um cubo de vidro, como se estivesse em uma exposi??o; sua cabe?a está desaparecendo, e n?o se vê nada do nariz para cima, mas somente manchas negras e as cavidades dos olhos. A única parte da sua cabe?a que se vê claramente é sua boca, aberta em um grito calafrio. Creio que este quadro reflete a rea??o atual à filosofia anterior; filosofia de pensadores como Francisco Bacon (que curiosamente leva o mesmo nome) do século XVI (1561-1626). O filósofo anterior foi um empirista que criou na raz?o, a lógica indutiva, e o método científico.Que passou entre o primeiro Francisco Bacon e o segundo? Se deram conta de que se tinham raz?o os filósofos modernos, ent?o o homem perdia sua dignidade e seu significado. Se tudo é resultado de um processo impessoal, como haviam estabelecido os filósofos, para ser consequentes, devem aceitar que os mesmos pensamentos tambéms?o parte desse processo impessoal, e portanto, n?o tem significado verdadeiro. Se o mundo é um grande relógio, movendo-se de forma mec?nica, meus próprios pensamentos s?o nada mais que outro ?tic tac, tic tac? do relógio. O resultado é que n?o posso defender minha própria filosofia. O mesmo postulado de que o universo é fechado se destrói sozinho. N?o é de surpreender-se que o homem atual esteje gritandodesesperadamente como a ?Cabe?a? no quadro de Bacon.B. A linha da inseguran?aSe pode observar uma ?linha da inseguran?a? na filosofia ocidental. Basicamente é uma vacila??o entre a seguran?a e a inseguran?a.seguran?a inseguran?a Mas a situa??o é um pouco mais complexa que o que mostra o gráfico. Esta linha de inseguran?a para os gregos passou por cinco etapas: 1) come?aram com a esperan?a de conhecer algo da verdade, 2) depois duvidaram e 3) perderam totalmente a seguran?a, chegando ao desespero, 4) lutaram para sair do po?o do desespero, e 5) finalmente terminaram falando da ética, mas acéticos acerca da possibilidade de obter conhecimento seguro.1.Esperan?a de conhecimento5.Ascetismo e ética2. Dúvida 4. Luta 3. Desespero Ascetismo e ética acéticos, estóicos, epicureosO filósofo Tales pensava que podia descobrir a realidade básica detrás de tudo; pensava que esta era a água (etapa 1). Mas Heráclito destaca o fato de que tudo muda, que ?nunca se toma banho duas vezes no mesmo rio? (etapa 2). Gorgias conclui que se tudo muda, n?o pode estar seguro de nada, nem comunicar nada. No momento que se acredita saber algo, esse algo já mudou. Cratilo, consequente com isto, simplesmente deixou de falar (etapa 3). Neste bajón epistemológico aparecen Plat?o e Aristóteles, tratando de resgatar a possibilidade do conhecimento, ou através de uma experiência mística (Plat?o, segundo a alegoria da cova), ou através da lógica (Aristóteles) (etapa 4). Observa-se que o homem n?o pode suportar a desespero e a falta total de seguran?a. O próximo ciclo na filosofia grega é dominado pelos ascéticos e o tema da ética da parte dos estóicos e os epicureos. Aceitam a inconsequencia e a falta de seguran?a, mas de todas maneiras querem falar da ética (etapa 5).Os filósofos gregosEsperan?a de conhecimento TalesLuta Plat?o, AristótelesDúvida HeráclitoSucede algo parecido na filosofia moderna. Os racionalistas (Descartes: ?Penso, logo existo?) e os empiristas (Locke: O que se vê é o que se sabe) confiavam em sua capacidade de conhecer a verdade. Outros empiristas como Hume eram acéticos. Kant (1724-1804) e Hegel (1770-1831) imediatamente trataram de evitar el bajón do desespero, resgatando alguma forma de conhecimento, apesar do questionamento da lógica e a percep??o. Inclusive se adiantaram aos mais pessimistas, n?o como sucedeu entre os gregos. Kant estabeleceu que nosso conhecimento é produto de uma combina??o de duas coisas: a matéria crua que vem de fora da nossa mente, e nosso Acetismo e ética Teologia liberal Teologia de liberta??o (José Míguez Bonino)Esperan?a de conhecimento Descartes, LockeLutaKant, HegelExistencialismo (Sartre, Camus)Dúvida HumeDesespero Nietzsche, Marques de Sade filtro mental que processa toda percep??o. Hegel prop?s a dialética das ideias. Segundo ele, o conhecimento humano é a evolu??o dos pensamentos do grande Espírito na mente dos homens. Nietzsche (1844-1900), que vem depois de Kant e Hegel historicamente, representa o ponto mais baixo, onde nada tem sentido (o niilismo). Um escritor mais próximo ao tempo de Kant que representa o desespero é o Marquês de Sade (1740-1814), conhecido por sua libertinagem moral e por receber prazer da crueldade sexual, de onde se deriva o nome ?sadismo? 15. Os existencialistas como Sartre e Camus, que vem depois de Nietzsche, lutaram para evitar as consequências do niilismo. Camus disse, ?Nas profundidades mais escuras de nosso niilismo, buscou somente a maneira de sair do niilismo? 15. Os teólogos liberais também perderam a no??o da verdade absoluta, e n?o crêem na autoridade infalível das Escrituras, mas todavia defendem seus princípios éticos. Para muitos deles, Jesus é simplesmente um bom exemplo de moralidade. A teologia da liberta??o é outro exemplo desta inseguran?a acompanhada por uma ênfase na ética, advogando pela justi?a para os pobres.O Marquês de Sade era cínico, entregue a seus vícios, sem se preocupar com as consequências.[Foi] Criado pela natureza com inclina??es ardorosas, com paix?es fortíssimas, unicamente colocado neste mundo para entregar-me a elas e para satisfazê-las. Renuncia a ideia do outro mundo, n?o há, mas n?o renuncies ao prazer de ser feliz e de fazer a felicidade neste17.Disse em uma carta da pris?o:Te escandaliza isto talvez, oh ser virtuoso? Te queima esses ouvidos que desde a inf?ncia tem sido assaltados pelas fábulas da Igreja? Pois bem, vê-te em paz; se os absurdos que te tem ensinado s?o certos, se —como te tem dito— há um inferno no que ser?o castigados os que se abandonem ao vício, ent?o n?o cabe dúvida de que haveremos de arder nele. Mas, como diria Blangis, um inferno habitado pelos de nossa mesma espécie, apesar de todas as torturas, é muito mais desejável que um céu ocupado pelas criaturas monótonas a que se nos apresenta como modelos de virtude18.Nietzsche declarou que Deus ?está morto?, que a vida n?o tem sentido, e que n?o há base para a moralidade. Prop?e que o ?superhomem? se libera da ética do fraco e cria suas próprias normas; é autosuficiente e tem uma vontade forte. N?o só suporta o sofrimento, mas pode fazer sofrer a outros sem sentir-se mal. Este enfoque influiu no desenvolvimento dos tiranos como Hitler, Mussolini, e Stalin. O resultado pessoal na vida do filósofo mesmo foi a enfermidade mental. Tanto no Marquês de Sade como em Nietzsche, podemos olhar o po?o imundo da crueldade que é produto do desespero.José Míguez Bonino é um representante protestante da teologia da liberta??o. Ele aceita um conceito da comunica??o que elimina toda certeza. Para ele, o significado de alguma comunica??o envolve todo seu contexto: o tom de voz, a express?o na cara,os gestos, o transfundo de cada um, enfim, uma infinidade de fatores que rodeiam e que afetam as duas pessoas que est?o tratando de comunicar-se entre si. Já que é impossível comunicar uma infinidade de fatores, também é impossível estar seguro da validez da comunica??o19. Ninguém pode estar seguro de que tenha comunicado algo perfeitamente ou que tenha entendido algo corretamente. (Isto nos lembra a Gorgias e a Cratilo!) Para Bonino, este problema afeta também a comunica??o entre Deus e o homem; é impossível ter a seguran?a de ter entendido a Deus. Bonino animava aos crist?os a comprometer-se com o movimento marxista revolucionário para ajudar aos pobres e oprimidos, mas admitia que este compromisso era uma ?alian?a inquietante?, e que a teologia da liberta??o poderia estar equivocada.Que ninguém pense, ent?o, que eu estou proclamando a ?teologia da liberta??o? tal como apareceu na América Latina e em outras partes, como a teologia do novo mundo, ou como o precursor de um novo cristianismo.? uma simples resposta inicial e ambígua a uma percep??o tênue de uma nova tarefa e uma nova responsabilidade. Está destinada a morrer, que Deus permita que sua vida e sua morte sejam frutíferas20.O problema é que, apesar desta inseguran?a, tinha convic??es muito fortes acerca da injusti?a, as causas da pobreza, e a ética. Pedia um compromisso com a revolu??o marxista, incluindo o possível uso da violência, algo bastante radical, considerando a incerteza de sua filosofia.Quase qualquer indivíduo que está buscando a verdade sem Cristo também passa por este mesmo ciclo de certeza, inseguran?a, e ética inconsequente. Muitas pessoas primeiro crêem que sabem algo, depois come?am a duvidar de tudo. Mas como n?o podem viver com essa incerteza total, finalmente desenvolvem um estilo de vida baseado em sua própria ética. Curiosamente, algums pessoas que sabem que n?o tem nenhuma base para sua ética a defendem ferozmente.O único coisa boa desta inseguran?a atual é que é uma excelente oportunidade para falar do evangelho e da Palavra de Deus. Jesus é a verdade, o caminho a vida. A Bíblia é a revela??o de Deus para a humanidade. Temos uma mensagem de esperan?a e seguran?a para nossos amigos n?o crentes!II. O conceito bíblico da verdadeA. Dependência ou independência de DeusQuando estava na universidade, comecei a duvidar de tudo o que me haviam ensinado na igreja e em meu lar. Mas o Senhor me mostrou uma noite olhando as estrelas que Ele é real, que está ali, e eu entreguei minha vida a Ele. Disse que fizesse o que queria comigo. Mas logo me encontrei com pessoas que me faziam duvidar da Bíblia. Eu fui ao seminário, n?o porque senti um chamado a ser pastor ou missionário, mas porque buscava respostas. Sabia que se n?o podia estar seguro da Bíblia, n?o podia estar seguro de nada! Tinha o desejo que crer nela, mas n?o podia justificar em minha mente.Tive a ben??o de estudar com Cornelius Van Til, um apologista de renome. Foi sua exposi??o da história de Ad?o e Eva no jardim do Edén que falou, n?o a minha cabe?a, mas a meu cora??o. Dizia que, quando Deus disse que iam morrer se comessem da árvore da ciência do bem e do mal, eles n?o tinham que duvidar da Sua palavra. Deus era seu criador, e eles eram simples criaturas. Seu erro, e o come?o da queda, era o fato de questionar a Deus. ?Imaginem!?, dizia Van Til nas nossas aulas, ?Ad?o e Eva pensaram: Me pergunto...., me pergunto....quem terá a raz?o, Deus ou a serpente?? Seu pecado, dizia, foi pretender ser independente de Deus e julgar Sua Palavra como se eles fossem superiores a Ele. Mas que insolência!Quando li isto, e quando escutei nas aulas, me dei conta que eu tinha a mesma atitude acerca das Escrituras. Estava pondo-me por cima da Palavra de Deus, perguntando-me se tinha raz?o. Pedi perd?o ao Senhor, e deixei de questionar a Bíblia. Já sabia que Ele era a fonte de toda verdade. Pensei: Se Deus diz que a lua é de queijo verde, eu mudarei meu conceito da lua, do queijo, e da cor verde! Se Ele diz, é verdade!Este é o ponto que quiz destacar. N?o é que Deus simplesmente seja t?o inteligente que Ele saiba a verdade. Deus inventa a verdade! Quando Deus pensa, é verdade simplesmente porque Ele pensa!Eis aqui o problema do homem que n?o nasceu de novo: todavia pretende ser o centro do seu próprio universo, e considera que sua própria mente tem direito de decidir o que é a verdad. Tem duas op??es básicas: a) crê que a verdade está fora da sua mente, mas que decide o que aceita, b) crê que a verdade está dentro da sua própria mente e que ele mesmo determina o que é a verdade. No primeiro caso, o mais comum, n?o se considera t?o descaradamente a fonte da verdade, mas se faz o juiz da verdade. No segundo caso, obviamente está tomando o lugar de Deus.No primeiro caso, onde a verdade está fora da sua mente, o pensador tem um problema sério: n?o pode estar seguro de nada. Todas as verdades fora da sua mente est?o relacionadas entre si, e qualquer nova verdade que descubra poderia contradizer algo que acredita. A conclus?o é que teria que saber tudo para estar seguro de algo. E ele sabe que n?o sabe tudo. Se n?o reconhece suas limita??es, podemos perguntar algo como: Há uma estrela a dois milh?es de anos luz diretamente ao norte do polo norte da terra? Qualquer um admitiria que n?o sabe a resposta. Ent?o, se n?o sabe isso, há muitas outras coisas que n?o sabe. Uma simples ma?? contém uma infinidade de fatores relacionados; é óbvio que há muitas coisas que n?o sabemos acerca dela. Por exemplo, Como se formou? Quanto tempo demorou para madurar? O que sucederá com ela? Se tratamos de descrever o que é uma ma??, dizendo por exemplo que s?o vermelhas ou verdes, ficamos com a incerteza de n?o haver ma??s também de outras cores. Estamos totalmente seguros de que n?o há ma??s brancas em algum lugar remoto, onde n?o as hemos visto?O homem processa as verdades queObservaRESULTADO:Inseguran?a total. ????No segundo caso, em que a verdade realmente vem da sua própria mente, é mais fácil para a pessoa defender sua posi??o filosoficamente. Esta pessoa simplesmente insiste que ela determina o que é a verdade. Dizem o que dizem, ela sempre decide o que é verdade. O problema neste caso é que n?o pode viver consequentemente com sua teoria. ? dizer, no fundo do seu cora??o, ele ou ela sabe que n?o é a fonte da verdade. Podemos levar à pessoa a linha do trem, e fazer que espere parada ali nos trilhos até que escute vir o trem. Quando escuta o barulho, veremos sei pode decidir que n?o venha o trem! Qualquer um saberia que sua mente n?o pode controlar isso, e saltará rapidamente dos trilhos! O ser humano sabe instintivamente que a verdade está fora da sua própria mente.O homem processa as verdades em sua própria mente.RESULTADO: inconsequênciaO conceito crist?o bíblico da verdade está centrado em Deus. Reconhece que Deus é a fonte, o autor, a origem, de toda verdade. Deus, sabendo TUDO, sendo a própria FONTE da verdade, decidiu em sua misericórdia revelar-nos algo da verdade. Portanto, podemos estar seguros do que Ele nos diz. Somos parte da Sua cria??o, e devemos submeter-nos a Ele. Devemos reconhecer nossa absoluta dependencia dele, até em nossos pensamentos. O resultado desta submiss?o é conhecimento seguro. ? a únicamaneira de estar seguro de algoDEUSDeus revela a verdade ao homemRESULTADO:Conhecimento e seguran?aCRIA??OPara José Míguez Bonino, a comunica??o é insegura porque há uma infinidade de fatores no contexto que s?o impossíveis de compreender. Isto o obriga a saber tudo para estar seguro de algo. Tem raz?o em que há uma infinidade de fatores no contexto que influem na comunica??o. Mas a solu??o deste problema está em nosso Deus soberano e onisciente que se compraz em revelar-nos algo da verdade de forma eficaz. Deus n?o somente conhece todos esses fatores, mas Ele é o criador deles, e é a fonte de toda verdade. Portanto, Ele pode explicar-nos também o significado verdadeiro de qualquer aspecto da sua cria??o ou de qualquer evento da história. Se Deus nos comunica algo, e nos promete guiar à verdade, devemos confiar que podemos saber algo da verdade, sem saber toda a verdade. Como dizia Francis Schaeffer, podemos conhecer algo verdadeiramente, sem conhecê-lo exaustivamente21.Deus nos promete que podemos conhecer a verdade.Jo?o 8. 31-32Se vós permanecerdes na minha palavra, sereis verdadeiramente meus discípulos; e conhecereis a verdade....Jo?o 16.13E quando vier, porém, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade....A Bíblia diz de si mesma que é ?inspirada (literalmente "exalada") por Deus? (2 Timóteo 3.16), e que é segura, produto de Deus.2 Pedro 1.19-21Temos, assim, tanto mais confirmada a palavra profética, e fazeis bem em atendê-la, como a uma candeia que brilha em lugar tenebroso, até que o dia clareie e a estrela da alva nas?a em vosso cora??o, sabendo, primeiramente, isto: que nenhuma profecia da escritura provém de particular elucida??o; porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto, homens (santos) falaram da parte de Deus, movido pelo Espiríto Santo.B. Levemos cativo todo pensamento a CristoUma das consequencias do conceito bíblico da verdade é que toda a verdade está relacionada com Cristo. Jesus é ?o caminho, a verdade, e a vida? (Jo?o 14.6). Quando Jesus veio se fez homem e caminhou na terra, nos mostrou de forma pessoal como é Deus. Nos explicou a verdade acerca do sentido da vida, acerca da nossa origem e nosso futuro, acerca do Pai e do Espírito Santo. Já que o propósito da história é a salva??o em Cristo, cada evento está relacionado com ele de alguma maneira. Parte da nossa tarefa em estudar a história e em investigar a cria??o é buscar a Cristo, e buscar Sua glória.Deus criou a natureza com uma mensagem impressa em cada detalhe. As estrelas revelam Sua glória, as montanhas nos recordam da Sua grandeza, o mar nos fala da profundidade da Sua gra?a. Como dizia Van Til em suas aulas, toda a cria??o tem as ?as digitais ? de Deus.Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas. Tais homens s?o indesculpáveis. (Romanos 1.20)Tal como uma pintura comunica uma mensagem do artista, a natureza comunica algo de Deus. Porém necessitamos ajuda para interpretar a cria??o. A Bíblia é o código divino para interpretá-la.G. K. Chesterton falou do homem atual como um sobrevivente de um naufrágio que desperta só na praia de uma ilha. Tem amnésia, mas está rodeado de objetos do barco em que navegava: moedas, uma bússola, e roupa. Estas lembran?a indicam algo do mundo do qual veio, mas necessita que alguém explique o que aconteceu22. Assim a cria??o nos dá pistas de Deus, e da vida antes da queda, porém necessitamos de mais explica??o. A Bíblia n?o somente explica como sucedeu a tragédia da queda, mas também nos explica como salvar-nos.Francis Schaeffer nos ajuda com outra ilustra??o: Nos convida a imaginar que encontramos em um armazém um livro que foi mutilado, deixando somente dois centímetros de cada página, mas todas as páginas est?o unidas, presas a lombada do livro. Saberíamos que estas por??es n?o chegaram a estar unidas por casualidade, e poderíamos discernir com dificuldade algo da sua mensagem. Entretanto, n?o poderíamos entender muito bem o conteúdo. Isto representa a cria??o, o universo. Agora imagine que encontramos partes das folhas soltas que completam cada página do livro mutilado. Depois de pegar estas folhas as por??es cortadas, teríamos o livro completo, que agora tem mais sentido. As folhas soltas representam a Bíblia23. O ponto é que n?o entenderemos o universo até que leiamos a Bíblia, e a Bíblia tem uma ?folha? para cada aspecto do universo.Isto significa que cada área do estudo, seja ciência, linguagem, história, ou a arte, necessita ser avaliada à luz da revela??o especial encontrada na Bíblia. Devemos por as lentes bíblicas para estudar qualquer aspecto da cria??o. Por exemplo, quando estudamos a lingüística, podemos encontrar no relato da Torre de Babel a explica??o da origem da variedade de idiomas. Quando estudamos a arte, podemos tomar conta que ohomem é criativo porque Deus o fez a Sua imagem. Quando estudamos a ciência, podemos apontar a maravilha e a beleza da cria??o de Deus. Quando estudamos a história, podemos apoiar nos dados históricos que est?o na Bíblia.Se perguntarem, ?Mas o que tem a ver a Bíblia com algo como a matemática?? Meu irm?o estudou matemática, fez doutorado na Universidade de Harvard, e é professor de matemática da Universidade de Colorado. Ele me disse que a matemática é um terreno de estudo bastante em harmonia com conceitos crist?os da vida. O que sucede é que o crist?o faz a matemática sendo mais consequente com seu enfoque de vida, enquanto o n?o crente é inconsequente quando faz a mesma matemática. Por exemplo, se alguém crê que o mundo vem do caos, de forma impessoal, n?o tem por que confiar na matemática, ou em sua aplica??o no mundo. Também me diz que nos niveis mais altos, o estudo da matemática se volta bastante filosófico. Vern Poythress, doutor em teologia e em matemática, que também se formou na Universidade de Harvard, escreve acerca das diferen?as entre o enfoque crist?o da matemática e o enfoque n?o crist?o. Dá o exemplo do valor de ?π? (pi). Este é um valorusado para geometria, por exemplo para calcular a área de um círculo ( A = π. ?r?). Entretanto, é um valor que nunca se p?de calcular com exatid?o, porque tem decimais que n?o terminam (3.141592......). Há um site na Internet dedicado a calcular o valor de π , que mostra uma larga série de números que seguem passando pela monitor, sem fim. A pergunta é: existe realmente π ? Alguns matemáticos dizem que n?o, porque n?o se pode saber o valor verdadeiro. Outros dizem que sim. O crist?o pode reconhecer a existência de algo que nenhum homem pode calcular, porque sabe que Deus sabe o valor24. Eu concluo que, se a matemática pode levar-nos a falar de Deus, ent?o qualquer estudo pode levar-nos a Deus!Qualquer tema nos dá a oportunidade de chegar ao evangelho. Cristo é o centro da história e o centro do universo. Paulo diz que devemos derrubar ?argumentos e toda altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus?, e levar ?cativo todo pensamentoà obediência de Cristo? (2 Coríntios 10.5).C. A verdade se viveAinda que n?o compartilho seus postulados principais, creio que os teólogos da liberta??o tem chamado a aten??o a um aspecto importante da verdade: saber a verdade também significa vivê-la. José Míguez Bonino critica a teologia ocidental por ser tradicionalmente muito abstrata e teórica, desapegada da realidade. Disse que está ?fora do conflito e a tens?o, revoando sobre a história e o mundo?25, e que é ?introvertida?26. Opina que o conceito tradicional da verdade recebeu muita influência do idealismo plat?nico. Este conceito separa a verdade da a??o. Sup?e-se que um pode saber a verdade por somente formular corretamente os conceitos em sua mente. O fato de que viva ou n?o de acordo com aqueles conceitos n?o afeta seu ?conhecimento? da verdade. O importante é que o conceito corresponda precisamente à ?realidade?.Nesta perspectiva, a verdade pertence a um “universo da verdade”, completo em si mesmo, que pode ser mais ou menos reproduzido ou copiado em proposi??es “corretas”, em uma teoria (a saber uma comtenpla??o desse universo) que corrsponde a essa verdade. Logo, em um segundo passo, aparece a “aplica??o” dessa teoria a uma situa??o histórica particular. A verdade é pois preexistente a sua efetividade histórica e independente dela. Sua validez ou legitimidade tem de ser comprovada em rela??o com esse “céu de abstrato da verdade”, totalmente aparte da sua historiza??o. ? esta concep??o da verdade a que tem feito crise na teologia latino americana27.Míguez Bonino insiste que, segundo a Bíblia, conhecer a verdade é vivê-la. O conhecimento da verdade n?o se pode separar da obediência. Citando Jo?o 7.17, ?Se alguém quiser fazer a vontade de dele, conhecerá a respeito da sua doutrina se ela é de Deus...?, sustenta que se n?o temos o cora??o disposto a obedecer, Deus n?o permite que entendamos a verdade, nem sequer intelectualmente. Também argui que biblicamente, conhecer a Deus significa ter uma rela??o fiel e pessoal com ele28-29.Míguez Bonino tem raz?o em sua advertência. Talvez inconscientemente, muitos crist?os assimilam um conceito n?o-bíblico da verdade. Tendem a crer que saber a verdade significa simplesmente ter uma ideia na mente que corresponde a realidade, como se a verdade fosse uma galáxia de proposi??es flutuando no ar. Porem o conceito bíblico do conhecimento n?o permite concebê-lo como algo meramente intelectual e teórico. Jesus disse, ?Se vós permanecerdes em minha palavra, sereis verdadeiramente meus discípulos; e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará?. O conhecimento da verdade, a fé na doutrina do evangelho, traz mudan?as na vida. Tiago 2.17 diz, ?Assim, também a fé, se n?o tiver obras, por si só está morta?. Crer algo da verdade significa viver de acordo com o que se crê. ?Saber? a verdade implica uma rela??o de fidelidade com Deus.N?o obstante, aqui temos que evitar o extremo que afirma que a verdade n?o inclui nada de proposi??es ou de conhecimento intelectual. Ainda que a verdade n?o é somente intelectual, tem que incluir um aspecto cognitivo. Em Hebreus 11.1, lemos que a fé é?a certeza das coisas que se esperam, a convic??o de fatos que n?o se vêem?. Os heróis da fé em Hebreus 11 atuaram de acordo com sua convic??o de que o que Deus havia dito era verdade. Paulo menciona algumas proposi??es que devemos aceitar como parte essencial da nossa fé, os dois fatos da morte e ressurrei??o de Cristo.1 Corintios 15.1-5Irm?os, venho lembrar-vos o evangelho que vos anunciei, o qual recebestes e no qual ainda perseverais; por ele também sois salvos, se retiverdes a palavra tal como vo-la preguei, a menos que tenhais crido em v?o. Antes de tudo, vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as escrituras, e que foi sepultado e ressucitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras. E apareceu a cefas e depois aos doze. Perguntas de revi?o1. Qual é a primeira pe?a da armadura mencionada por Paulo em Efésios 6.13-15?2. Qual é a diferen?a fundamental entre o modernismo e o pos-modernismo?3. Segundo Paul Johnson, em Tempos modernos, qual é a atitude chave do século vinte?4. Explique como o quadro de Francis Bacon, ?Cabe?a VI? expressa a atitude do homem atual.5. Explique a ?linha da inseguran?a?.6. Quais s?o as cinco etapas da linha da inseguran?a dos filósofos gregos?7. Trace a linha da inseguran?a e ponha exemplos de filósofos gregos.8. Trace a linha da inseguran?a e coloque os nomes de exemplos de filósofos modernos.9. Qual é o problema epistemológico principal do homem n?o crente?10. Explique as duas op??es epistemológicas básicas que tem o n?o crente e as consequencias de cada uma.11. Explique o conceito crist?o da verdade e fa?a o desenho que corresponde.12. Explique a ilustra??o de G. K. Chesterton acerca da situa??o do homem atual.13. Explique a ilustra??o de Francis Schaeffer das folhas do livro.14. Que princípio bíblico importante acerca da verdade podemos aprender da teologia da liberta??o?Perguntas de reflex?o1. Vovê passou pelas etapas da seguran?a, inseguran?a, e ética inconsequente?2. Seu conceito da verdade concorda com o que se estabeleceu neste capítulo?, ou se identifica mais com um dos conceitos n?o crist?os?3. Você sente que está submetido ao Senhor em cada área do pensamento?4. O que pode fazer para ?levar todo pensamento cativo a Cristo??Capítulo 3Atacar ou retroceder?(o crist?o e sua rela??o com a sociedade)?S?o pobres, mas enriquecem a muitos.(...) Para dizê-lo simplesmente, a alma é para ocorpo o que os crist?os s?o para o mundo30.?CARTA AN?NIMA A DIOGNETUS,POSSIVELMENTE DO SEGUNDO S?CULOQuando fui ao Chile em 1978, o país estava vivendo todavia sob o regime militar de Augusto Pinochet (desde 1973 até 1990). Alguns me disseram que ele havia salvo o país do caos econ?mico e social causado pelo governo marxista de Salvador Allende. Outros me falaram de tortura, opress?o e matan?as perpetrados pelo governo militar. Curioso mas ingênuo, comecei a falar com muitas pessoas acerca da situa??o. Frequentemente os crist?os me diziam algo como ?os crist?os n?o nos metemos na política?. Logo um dos missionáros maiores me admoestou, dizendo que n?o deveria fazer perguntas acerca de assuntos t?o polêmicos.Em seu livro Haven of the Masses [Refugio das massas], Christian Lalive d’Epinay sugere que os evangélicos no Chile tem usado a igreja como um refúgio do mundo, e que n?o se envovem nos acontecimentos sociais. Em uma da suas pesquisas, mostra que 64% dos pentecostais no Chile opinam que a igreja n?o deveria preocupar-se com os problemas políticos e sociais. Por suposto que há mudan?as pessoais na vida dos evangélicos, mas tendem a ilhar-se do ?mundo?. Postula que os pentecostais est?o todavia terminando um processo de transi??o da estrutura social da antiga fazenda para uma democracia. Diz que por um lado goatam da liberdade, mas que por outro lado, o desorienta. Logo tem que tomar mais decis?es, sem um patr?o sobre eles. A igreja evangélica provê uma figura de autoridade bondadosa na pessoa do pastor. Isto significa, o pastor chega a ser um novo ?patr?o?, e a igreja é a nova sociedade estendida. Em lugar de lutar para mudar a sociedade do país, formam uma subcultura em sua igreja, onde se sentem mais seguros31.Nos Estados Unidos há muitas distintas posi??es acerca de como relacionar-se com o mundo. Eu fui criado em uma igreja pequena e bastante estrita. Quando era um menino, pensava que havia poucos crist?os verdadeiros no mundo, e que eu deveria evitar formar amizades com pessoas más ?ali fora?. Há outras igrejas que est?o bastante envolvidas em problemas sociais, mas n?o falam da sua fé pessoal em Cristo, e n?o se referem muito à Bíblia quando buscam respostas.Recordo quando estava na universidade (1966-1970), que os estudantes protestavam contra a guerra no Vietn?, e falavam contra o racismo. Quando ia à igreja aos domingos, os temas de conversa pareciam completamente distante do ?mundo real?. Parecia que n?o havia muito interesse nos problemas atuais. Em meu quarto ano da universidade, conclui (equivocadamente, por suposto) que a igreja n?o era a institui??o que mudaria o mundo.Um dos temas mais discutidos através da história da Igreja é, como devem os crist?os relacionar-se com a sociedade? O tema é complexo e tem implica??es práticas para a vida cotidiana. Alguns p?e a ênfase no lado negativo da sociedade, que é pecaminosa, e tendem a distanciar-se do ?mundo?. Outros p?e mais ênfase no lado positivo, e tendem a envolver-se na sociedade a tal ponto que perdem sua identidade crist?. Nesta li??o buscaremos a posi??o bíblica a este tema.A. Os cinco modelos da rela??o entre o crist?o e a sociedadeEm seu livro Cristo e cultura, H. Richard Niebuhr estabelece cinco tendências históricas com respeito à rela??o entre os crist?os e a cultura. Primeiro, ele define a cultura como ?o ?mbito artificial secundário que o homem superp?e o ?mbito natural32?. Basicamente a cultura inclui os costumes, as artes, a linguagem, as ideias, os valores, as estruturas sociais, enfim, tudo o que dá a uma sociedade sua identidade particular, sua ?personalidade?.Há duas atitudes básicas para a cultura: que é boa ou que é má. Destas duas posi??es se derivam cinco modelos:1. Cristo contra a cultura.2. Cristo na cultura.3. Cristo sobre a cultura.4. Cristo em tens?o com a cultura.5. Cristo transforma a cultura.1. Cristo contra a cultura.Este modelo enfatiza o pecado na sociedade e estabelece que devemos apartar-nos do mundo. Um exemplo desta tendência é o monasticismo.2. Cristo na cultura.Crêem que Cristo está operando na cultura, e portanto que é boa. Minimiza o pecado, e pensa que devemos cooperar com as tendências culturais. Um exemplo é o intento de mesclar as filosofias orientais e gregas com o cristianismo nos primeros séculos, como no gnosticismo. (Hoje em dia o modernismo, a teologia da liberta??o, e o movimento Nova Era se aproximam a este modelo.)3. Cristo sobre a cultura.Aceitam o fato de que a cultura é basicamente boa, como a posi??o #2, mas crêem que devemos acrescentar o aspecto crist?o à cultura. Significa, Cristo está na cultura, mas também mais além dela, superando a cultura. Um exemplo é S?o Tomás deAquino e o catolicismo tradicional. (Por exemplo, ele diz que a raz?o serve para saber que Deus existe, mas necessitamos a fé para crer na Trindade.)4. Cristo em tens?o com a cultura.Este modelo estabelece que a cultura aé basicamente má, mas que é inevitável participar nela. Há que submeter-se a Cristo, mas também a cultura, ainda que muitas vezes est?o em oposi??o. Dois exemplos s?o Martinho Lutero e S?ren Kierkegaard.5. Cristo transforma a cultura.Crêem que a cultura é basicamente má, mas que contém a gra?a de Deus também. N?o há que separar do mundo (como a posi??o #1), nem tampouco submeter-se a ela (como #2 e #4), nem tampouco simplesmente agregar a gra?a por cima (#3), mas transformá-la desde as raízes. Exemplos: Jo?o Calvino e Agustinho.Niebuhr mesmo adota uma posi??o dialética a respeito, propondo que cada modelo é parte da obra de Cristo na história, e que n?o é necessário assumir uma posi??o contra outra. Preferimos assumir uma posi??o e defendê-la.Talvez ninguém seja totalmente consequente com um só modelo, e seguramente cada modelo tem algo de verdade. Entretanto, a tendência que parece mais bíblica é #5, transformar a cultura. Por que? Primeiro vejamos os problemas com as outras posi??es:B. Problemas com os quatro primeiros modelos1. Cristo contra a cultura.Esta atitude isola o crist?o do mundo, e produz hostilidade e arrog?ncia. Jesus ora, ?N?o pe?o que vos tires do mundo, mas que vos guardes do mal? (Jo?o 17:15). Esta posi??o n?o assume a responsabilidade de mudar o mundo (?Vós sois a luz do mundo?, Mateus 5:14), e permite que os n?o-crentes dominem a cultura. Tampouco reconhece a ?gra?a comum? que Deus deu a cada ser humano. A Bíblia ensina que cada pessoa é a imagem de Deus. Deus ?faz sair o sol sobre os bons e os maus? (Mateus 5:45). Os n?o crentes podem fazer coisas externamente boas, ainda que seja por motivos equivocados, devido a gra?a universal que Deus tem dado a todos os homens (Marcos9.38-40).2. Cristo na cultura.Esta posi??o n?o reconhece suficientemente a influência do pecado na cultura. Romanos 12:2 diz, ?N?o vos conformeis com este mundo?. 1 Jo?o 2:15 diz, ?N?o ameis o mundo, nem as coisas que nele há?. A história de Israel no Antigo Testamento nos ensina que o Senhor detesta a mistura da verdade com a mentira, a adora??o de Jeová com a idolatria. Ele quer que Seu Povo seja santo, puro, diferente aos demais.3. Cristo sobre a cultura.Esta atitude produz uma ?dicotomia de vida?, onde os crist?os vivem uma vida ?espiritual? na igreja, ou quando lêem a Bíblia, mas vivem uma vida ?secular? no trabalho, no campo de futebol, na sala de aula. Em vez de integrar sua fé com tudo o que fazem, simplesmente agregam o ?espiritual? ao ?secular?.Colossenses 3:17.E tudo o que fizerdes, seja em palavra, seja em a??o, fazei-o em nome do Senhor Jesus.Também produz uma ?dicotomia de pensamento?, uma ?esquizofrenia intelectual?. Quando estudam a Bíblia, o fazem com a mente submetida a Deus, mas quando estudam a economia, a política, a psicologia, etc., o fazem de forma independente de Deus. Sup?e que estas áreas de pensamento s?o ?neutras?, que n?o necessitam da fé para adquirir o conhecimento adequado delas.Romanos 12:2N?o vos conformeis com este século, mas tranformai-vos pela renova??o do vosso entendimento.2 Coríntios 10:5...Levando cativo todo pensamento a obediência de Cristo.O resultado é uma separa??o perigosa. A fé já n?o tem a ver com a raz?o. N?o aproveitamos o bom da cultura, tampouco ajudamos a melhorar o mau que tem. Nossa fé se empobrece e a cultura se corrompe.4. Cristo em tens?o com a cultura.Esta posi??o tem certa raz?o. Significa, temos que viver em um mundo caído, gostemos ou n?o, e tampouco podemos totalmente vencer o pecado até que Jesus volte. Entretanto, é muito pessimista enquanto ao que podemos fazer para melhorar o mundo. Parece demasiado fácil simplesmente aceitar a influência pecaminosa como algo inevitável.Mateus 5:14Vós sois a luz do mundo.Jo?o 16:33bEu venci o mundo.Romanos 12:21.N?o sejam vencido pelo mal, mas ven?am o mal com o bem.1 Jo?o 5:4.todo que é nascido de Deus vence o mundo.Em resumo, a única posi??o que reconhece que o mundo está corrupto, mas que Deus está operando no mundo para obter algo bom, ainda que seja entre n?o crentes, é a quinta posi??o: Cristo transforma o mundo.C. Apoio bíblico-teológico para a transforma??o da sociedadeAdemais dos textos que se citaram acima, há alguns conceitos bíblicos fundamentais que apontam a um dever de transformar a cultura.1. O mandato culturalAntes da queda, Deus deu uma grande tarefa ao homeme:Gênesis 1:28E Deus os aben?oou e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu e sobre todo animal que rasteje sobre a terra.Deus p?s Ad?o no jardim para cuidá-lo. Trouxe todos os animais para que lhes desse nomes. Tudo isto indica que Deus o deixou encarregado da terra para administrá-la.O Salmo 8 diz:Fizeste-o, no entanto, por um pouco, menor do que Deus e de glória de honra o coroaste. Deste-lhe domínio sobre as obras de tuas m?o e sob seus pés tudo lhe puseste. (v. 5 e 6).Administrar a cria??o envolve muito mais que cuidar das plantas. Para ?sujeitai-a?, o homem tem que organizar-se e criar as estruturas sociais necessárias. Tem que manter ordem devido a multiplica??o da popula??o. Isto nos leva imediatamente a pensar no comércio, a política e a economia. A tarefa de nomear os animais sugere uma atividade científica de classificá-los. Isto nos faz pensar nas ciências, a investiga??o e aeduca??o. Sem o pecado, o homem haveria desenvolvido uma sociedade complexa e ordenada, com uma cultura s?, e com organiza??es sociais que funcionariam bem. Gênesis 1:28 tem sido chamado ?o mandato cultural?, porque Deus manda o homem a desenvolver a cultura de acordo com Sua vontade.2. O homem é a imagem de DeusGênesis 1:27E criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.A imagem de Deus no homem inclui seu senhorio sobre a terra, e também sua criatividade. Portanto, o homem deveria expressar sua semelhan?a a Deus em todas as suas atividades, em seu trabalho, em sua recrea??o, em suas rela??es humanas etc. Quando o homem cumpre o mandato cultural, se sente bem, porque está manifestando a imagem de Deus nele. Quando o homem cuida um jardim, ou arrumar uma máquina, se sente realizado. Quando se expressa de forma artística, na pintura, na música, na literatura, dá uma grande satisfa??o.Este conceito embelece toda atividad cultural. N?o devemos menosprezar a arte, o trabalho, os estudos, como algo ?secular? ou ?mundano?, mas apreciá-los como manifesta??o da gra?a de Deus. O crist?o pode participar nestas atividades, e também desfrutar das atividades do n?o crente. Apesar da influência do pecado, o homem segue refletindo algo da glória de Deus. (Até depois da queda, a Bíblia diz que todos os homens s?o a imagem de Deus, sem fazer distin??es. Ver Gênesis 9:6.)3. A queda afetou todas as dimens?es da vidaTodas as rela??es foram quebradas como consequencia do pecado: entre o homem e Deus, entre o homem e seu próximo, entre o homem e a cria??o, e entre o homem e seu próprio ser. A harmonia original se perdeu e o conflito come?ou a afetar cada dimens?o da vida. O homem ficou incapacitado para realizar o mandato cultural, e a imagem de Deus nele foi danificada. Isto significa que o progresso da cultura vai por um caminho pecaminoso, que a humanidade destrói a cria??o em vez de cuidá-la, que a corrente do mundo vai distanciando-se de Deus e Seus propósitos.4. A salva??o restaura todas as dimens?es da vidaEntretanto, Jesus Cristo veio para reconciliar-nos com Deus, e a ?reunir todas as coisas? (Efésios 1:10, Colossenses 1:20). Em Cristo, Deus restaura a cria??o, sarando as consequências da queda. Onde Deus encontra a influência do pecado, ali é onde faz a guerra!Isto significa que n?o podemos excluir nenhum aspecto da vida na tarefa de trazer a salva??o ao mundo. As vezes se enfatiza quese exclusivamente nossa reconcilia??o com Deus (a justifica??o) quando falamos da salva??o, mas se deixamos de lado as outras dimens?es, a salva??o parece incompleta. Nossa salva??o como indivíduos inclui cada dimens?o de nossa vida, e nos leva a buscar a salva??o da sociedade, sua restaura??o em todos os aspectos. Fazemos nosso trabalho melhor, expressamos nossa criatividade artística melhor, estudamos melhor, e amamos a nossafamília mais. Ademais, influimos para o bem em toda a sociedade, trabalhando para um mundo mais justo, mais ordenado, e mais unido.5. O reino de Deus já chegouAlguém poderia perguntar, ?Por que a Bíblia n?o fala muito do mandato cultural?? A resposta é que fala muito do conceito, sem usar o termo. A ideia está incluída no conceito do ?reino de Deus?, um termo usado com muita frequência na Bíblia. O reino de Deus é o cumprimento do mandato cultural.O Antigo Testamento é a história do reino de Israel como uma ?sombra? do reino verdadeiro de Jesus Cristo. Ainda que Israel teve seu período de glória, especialmente no tempo de Davi e Salom?o, logo caiu na idolatria e na injusti?a, se dividiu e foi levado ao cativeiro humilhado. Um pequeno remanescente voltou a Jerusalém e esperou quatrocentos anos sem revela??o divina.Quando Jesus se encarnou, viveu uma vida justa, morreu pelos pecados do seu povo e ressuscitou dentre os mortos, Ele estabeleceu o reino verdadeiro. Anuncia-se sua chegada com a mensagem: ?Arrependei-vos, porque o reino dos céus está próximo?. (Mateus 3:2, 4:17, 10:7) Jesus confirma Sua autoridade como Messias com os sinais do reino (Mateus 11:1-19, 12:28), e explica as parábolas do reino. Entra em Jerusalém proclamado como rei (Jo?o 13), e confessa ante Pilatos que Ele é o rei (Jo?o 18:33-37). Ressuscita com toda autoridade na terra e no céu (Mateus 28:18).O Reino inclui um povo (a Igreja), um país (todo o mundo), um poder (do Espírito Santo), e a presen?a do Rei (Jesus Cristo). Envolve cada aspecto da vida, com estruturas sociais, leis e rela??es. Ao estender o reino de Deus, a sociedade se melhora e se conforma mais e mais à vontade de Deus.Tudo isto implica que os crist?os devem participar em cada aspecto da cultura e da sociedade para transformá-la. O reino de Deus n?o está limitado à Igreja, mas a Igreja é o instrumento humano para seguir estabelecendo o reino, e a Igreja é um modelo do que toda a sociedade deveria ser.Conclus?oJuntemos as ideias da seguinte maneira: o homem foi criado à imagem de Deus com a tarefa de desenvolver a cultura e organizar a sociedade (o mandato cultural, Gênesis 1:28). Este processo estabelece o reino de Deus. Entretanto, o pecado tem mudado a forma de estabelecer o reino e cumprir o mandato cultural. Agora é necessário realizar no contexto da salva??o. O fato de participar no reino de Deus e no processo da salva??o implica necessariamente a transforma??o da cultura. Sem tal transforma??o, o reino de Deus seria como uma árvore sem galhos.Há um aspecto positivo e um aspecto negativo em nossa tarefa sócio-cultural. O positivo é que devemos desenvolver a cultura. Até antes da queda, o homem tinha esta responsabilidade de formar uma sociedade ordenada, de conhecer a cria??o e dominá-la para a glória de Deus. Tem que usar sua criatividade no progresso cultural. O negativo é que esta tarefa inclui eliminar a influência do pecado. Lutamos contra o mal.Deus faz com a sociedade o mesmo que faz com o homem: a redime, a restaura, a reforma. Isto implica tanto continua??o como mudan?a. Deus deixa que o homem siga com o mesmo corpo e com a mesma personalidade, mas come?a a mudá-lo interiormente, desde o mais profundo da sua alma. Assim também Deus transforma a sociedade, desde as raízes. O trabalho n?o é somente contra o mal, mas também em pró do desenvolvimento criativo.A sociedade é como uma árvore que come?ou a desviar-se do seu crescimento normal. Há que por uma tala para que cres?a de forma direita. Segue crescendo, mas corrigindo o problema. O pecado é como uma enfermidade. Quando alguem fica enfermo, o médico tem que eliminar a enfermidade, mas também assegurar a alimenta??o correta e a continua??o do processo normal de crescimento. ? assim com nossa tarefa sócio-cultural. Temos que corrigir o mal, mas seguir com o processo normal de desenvolvimento.Este enfoque de vida oferece tudo a Deus, coroando a Jesus Cristo como Rei. Permite integrar nossa fé com nossos estudos. Nos desafía a usar as pressuposi??es bíblicas para estudar as ciências, as artes, as humanidades, e todas as demais áreas. Há que usar lentes crist?s para ver o mundo. Restaura a dignidade do nosso trabalho. Nos faz pessoas íntegras, n?o de ??nimo dobre?. (Tiago 1:8). Nos capacita para penetrar a cultura e a sociedade com novos valores, novas ideias, e um novo estilo de vida, criando um mundo melhor. Nos devolve a vida, fazendo-nos realmente ?humanos?, conformes à imagem de Jesus Cristo.Por exemplo, uma secretária glorifica a Deus, n?o somente em seu bom trato com suas companheiras, ou quando compartilha a Palavra de Deus com elas (sem negar a import?ncia disto), mas também enquanto escreve a máquina, por tedioso e insignificante que pare?a no momento. Por quê? Porque está manifestando a imagem de Deus e porque seu trabalho faz um aporte valioso ao desenvolvimento da sociedade de alguma maneira, e isso é parte do mandato cultural, a extens?o do reino de Deus, e a salva??o do mundo.Perguntas de revi?o1. O que sugere Christian Lalive d’Epinay em seu livro Haven of the Masses [Refúgio das massas]?2. Nomeie os cinco modelos da rela??o entre o crist?o e a sociedade, segundo Richard Niebuhr, explique cada um brevemente e mencione um exemplo de cada um.3. Explique os problemas dos primeiros quatro modelos.4. Nomeie e explique cinco pontos bíblico-teológicos que apóiem a quinta posi??o.Perguntas de reflex?o1. De que maneiras você possivelmente esteve ?fugindo do mundo? em vez de transformá-lo?2. De que maneiras você tem estado seguindo a corrente do mundo, perdendo sua identidade crist??3. Segundo Atos 1:6-8, qual é a tarefa mais importante em transformar o mundo? Em que sentido a tarefa mencionada nesta passagem leva à transforma??o do mundo?4. Mencione outras formas em que os crist?os podem trabalhar para uma transforma??o positiva da sociedad:Capítulo 4Cosmovis?es n?o crist?s Durante um período da minha vida, tive medo de ler filosofia e literatura n?o crist?, por temor de perder minha fé. Recordo que uma vez tratei de ler a novela Náusea de Jean Paul Sartre, e de verdade me deu náusea! Tive que deixar de lê-la, e esperei vários anos antes de tocá-la de novo. Entretanto, depois de entender mais das outras perspectivas, vi que as filosofías n?o crist?s n?o tem fundamentos sólidos, e realmente n?o há nada que temer. Neste capítulo vamos a examinar brevemente outras filosofias, e veremos que todas se destróem sozinhas.A. O ?universo próximo?Há um texto excelente por James Sire que faz uma análise dos enfoques de vida mais comuns, The Universe Next Door [O universo próximo33]. Faremos um resumo destas perspectivas, e depois examinaremos os problemas fundamentais das posi??es n?o crist?s.Sire define um ?enfoque de vida? como ?um conjunto de pressuposi??es (hipóteses que pode ser verdadeira, parcialmente verdadeira, ou totalmente falsa) que sostentamos (conscientemente ou inconscientemente, consequentemente ou inconsequentemente) acerca das características básicas do nosso mundo34?. Diz que há sete perguntas fundamentais que, ao respondê-las, revelam o enfoque da vida da pessoa: 1. O que é a realidade primária —a realidade real?2. Qual é a natureza da realidade externa, isto é, do mundo que nos rodeia?3. O que é o ser humano?4. O que sucede a uma pessona quando morre?5. Por que é possível saber algo?6. Como sabemos distinguir entre o bem e o mal?7. Qual é o significado da história humana?Sire apresenta oito enfoques de vida35:1) o teísmo crist?o2) o deísmo3) o naturalismo4) o niilismo5) o existencialismo6) o monismo panteísta oriental7) a nova era8) o pós-modernismo1. O teísmo crist?oO teísmo crist?o (o enfoque crist?o da vida) sustém que existe um Deus pessoal que é transcendente mas imanente, onisciente, soberano e bom. Deus criou o universo do nada para funcionar segundo as leis de causa e efeito, mas em um sistema aberto. Isto significa que o universo n?o é caótico, mas tampouco está programado de uma maneira fatalista em que o homem n?o tem liberdade. O ser humano foi criado à imagem de Deus com personalidade, inteligência, um sentido moral, sociabilidade e criatividade. O homem pode conhecer o mundo e a Deus, porque Deus o criou com essa capacidade. O homem foi criado bom, mas por meio da queda, a imagem de Deus nele foi desfigurada. Através de Jesus Cristo, Deus redimiu o homem e iniciou o processo de restaura??o do seu povo. A morte é a porta a outra vida, uma vida com Deus e seu povo, ou uma vida separada de Deus. A ética está baseada no caráter de Deus. A história é linear, uma sequencia de eventos que leva ao cumprimento dos propósitos de Deus.2. O deísmoPara os deístas, Deus é transcendente, mas n?o pessoal, a primeira causa de tudo, que criou tudo mas logo o abandonou e que funcionará sozinho como um grande relógio. O cosmos que Deus criou é determinado e fechado, sem interven??o de Deus, e sem a possibilidade de milagres. O ser humano é parte da máquina do grande relógio do universo. O mundo está em seu estado normal, n?o caído nem anormal. Podemos conhecer o universo e decidir como é Deus por meio do estudo científico do universo. A ética também se revela no universo, isto é, o que é, é correto. A história é linear, e o curso da história já foi determinada na cria??o. O deísmo teve muita influência na Fran?a e Inglaterra no come?o do século dezoito, mas foi substituído pelo naturalismo.3. O naturalismoSegun o naturalismo, a matéria existe desde a eternidade, e isso é tudo o que existe. Deus n?o existe. O cosmos funciona de acordo com as leis de causa e efeito, e está fechado. O homem é nada mais que uma máquina complexa. A personalidade é uma interrela??o de propriedades químicas e físicas. A morte é a extin??o da personalidade e da individualidade. A história é uma corrente linear de eventos, sem propósito. A ética se deriva da experiência humana, e basicamente consiste em fazer o que convém, no que produz harmonia. O marxismo é um exemplo do naturalismo.4. O niilismoO niilismo é mais um sentimento que uma filosofia, segundo Sire. Inclusive, é uma nega??o da filosofia, da possibilidade do conhecimento, e de tudo de valor. Se expressa na escultura de Marcel Duchamp, ?Fonte?, que é nada mais que um urinol comum e corrente, ou no drama de Samuel Beckett, ?A respira??o?, em que há 35 segundos de som: primeiro um choro, depois respira??o para dentro, respira??o para fora, e no final outro choro. Assim é a vida. O niilismo é o resultado de aceitar as consequencias práticas dos postulados do naturalismo. Se tudo é natural, nada tem sentido, nem minha própria filosofía. Nietzsche é o precursor deste enfoque, filósofo que morreu mentalmente enfermo.5. O existencialismoO homem n?o pode seguir vivendo com a convic??o de que nada tem sentido. Portanto, o existencialismo surgiu como um esfor?o para superar o niilismo. Há duas formas de existencialismo: ateísta e teísta. O existencialismo ateísta sustém que o cosmos somente contém matéria, mas que o ser humano tem uma consciência. Isto é, está consciente de si mesmo, e pensa. O mundo externo parece absurdo, mas o homem autêntico se rebela contra o absurdo e cria seus própios valores e seu próprio significado como indivíduo. Sartre e Camus representam este enfoque. O existencialismo teísta aceita os postulados do teísmo, mas desconfia na raz?o humana. A fé é algo subjetivo e individual, e a verdade é um paradoxo. S?ren Kierkegaard representa este pensamento.6. O monismo panteísta orientalAs religi?es orientais v?o até mais longe que o existencialismo em sua desconfian?a na raz?o; renunciam totalmente a luta pela verdade. Ademais, renunciam a luta por mudar o mundo; preferem simplesmente existir. O monismo panteísta é o enfoque mais popular no oriente: existe um só tipo de ser, e Deus está em tudo. O budismo Zen, por exemplo, diz: ?Atman é Brahman?, a alma de cada ser humano é a alma do cosmos. Tudo o cosmos é bom, e n?o há verdadeiras contradi??es. O homem n?o está consciente de sua unidade com o cosmos e deve despertar a essa realidade. Tratam de chegar a um estado mental em que n?o sentem distin??es entre o bem e o mal, a verdade e a mentira, a realidade e a ilus?o.7. A nova eraA nova era é uma vers?o ocidental das religi?es orientais, mas com ênfase no indivíduo, que para eles é a realidade primária. O cosmos se manifesta de duas maneiras, o universo visível, ascessível por meio da consciência normal, e o universo invisível, ascessível por meio de estados alterados de consciência (por exemplo com drogas). O homem deve dar conta de que ele é Deus. ?Saiba que você é Deus; saiba que você é o universo?, diz Shirley MacLaine36. Em contraste com o monismo panteísta, a nova era aceita o conceito animista da existência de muitos seres espirituais.8. Pos-modernismoO ?modernismo? come?ou com Descartes e a confian?a na raz?o e a ciência. O ?pós-modernismo? já n?o confía na raz?o, e n?o tem um enfoque de vida. N?o se preocupa por entender como é o ser (ontologia) ou por como saber a verdade (epistemologia), mas somente pelo significado da linguagem. O homem é o que decide dizer de si mesmo. A ética é determinada pela sociedade. O correto é o que decidimos ser correto.ResumoPodemos resumir estes enfoques de vida no quadro da seguinte página. A filosofia fez uma distin??o entre a ontologia (o estudo do ser, que existe?), a epistemologia (estudo do conhecimento, como sabemos a verdade?), e a ética (Como devemos viver?), categorias que usaremos para explicar os distintos enfoques, ademais das categorias importantes de como é Deus, e como é o homem.B. O animismo e outros enfoquesDevemos incluir outro enfoque de vida que é muito antigo, muito comum, e que tem deixado muita influência na América Latina: o animismo. O termo vem de ?anima? ou ?alma?, e seus crentes sustém que todas as coisas, incluindo animais, plantas, pedrase todos os objetos, tem vida espiritual. Alguns estimam que 40% da popula??o do mundo hoje é animista. Frequentemente esta religi?o inclui a prática de bruxaria, magia, supersti??es e ritos. Normalmente há uma cren?a em um só Deus criador por sobre muitos deuses pequenos. N?o obstante, o homem n?o se relaciona com o criador, mas com os deuses pequenos da saúde, do tempo, e de tudo o que afeta sua vida diária. Na realidade, para muitos o animismo é outra forma do panteísmo, porque tudo o que existe contém a alma universal de Deus37.EnfoqueDeusHomemOntologiaEpistemologia?ticaTeísmo Crist?oPessoalImagem de DeusDois Aspectos: Deus e a cria??oPor revela??o de DeusDevemos Fazer a vontade de Deus, que se resume em amar a Deus e ao próximoDeísmoImpessoal. Criou o universo e o abandonouParte da grande máquinaDois Aspectos: Deus e a cria??oPor meio do estudo do universo, experiência (empirismo)Se revela no universo. O que é, é correto.NaturalismoN?o existe? uma máquinaSomente o materialPor meio da raz?oFazer o que convém, o que produz harmoniaNiilismoN?o existeA vida n?o tem sentidoSomente materialConhecimento impossívelN?o tem valorExistencialismoAteísta, n?o existe teísta: pessoalSomente matéria, mas n?o tem consciência, vive um paradoxoAteísta, somente existe matéria, universo absurdo: teísta: dois aspectos: Deus e cria??oAteísta; universo absurdo, homem cria seu próprio significado. Teísta: salto de fé, paradoxoO homem cria seus próprios valoresMonismo panteísta orientalUnido com o universoUnido com o universoUm só ser, mas Deus está em tudoRenunciam as distin??es entre verdades e mentira. Tudo é verdadeRenunciam as distin??es entre o bem e o mal. Tudo está bem. Preferem somente o existirNova eraUnido com o universo (o homem é Deus)O homem é DeusUm só ser, Deus está em tudo, e o homem é DeusConsciência normal (universo visível), estado alterados de consciência (universo invisível)O homem deve dar conta de que é DeusPós-modernismoN?o existeO homem é o que decide dizer de si mesmoN?o se preocupa em saber como é a realidadeN?o confia na raz?o e na ciência. N?o se preocupa em saber a verdadeO correto é determinado pela sociedadeNa América Latina, desde o tempo da coloniza??o, a Igreja Católica cultivou um sincretismo entre o cristianismo e o animismo que existia na religi?o dos indígenas. Alguns missionários no México tiraram de uma cova a imagem de Oztocteotl, o deus dos bruxos, e o substituiram com uma imagem de Cristo, contando que havia aparecido de forma milagrosa. O problema é que isto foi uma troca de forma somente; o ?Cristo? tem as mesmas características do deus anterior. Tanto os bruxos como os católicos o visitam cada ano. A famosa Virgem de Guadalupe de México está situada no mesmo lugar onde havia um templo dedicado a Cihuacoatl (m?e terra, m?e serpente) muito tempo antes dos conquistadores, também conhecido como Tonantzin. Em sua imagem, a virgem está parada sobre a lua, deidade importante indígena, mostrando que ela é superior, mas que n?o a destrói. Essa imagem expressa graficamente como tem agregado o cristianismo por cima do animismo, sem eliminar as velhas cren?as38.Também devemos mencionar o panenteísmo, que é uma mescla de panteísmo e teísmo. Sustentam que Deus é pessoal, mas que é finito e temporal. O mundo é o corpo de Deus. Deus está em um processo de realizar, mudando enquanto muda o mundo. O mundo cria Deus e Deus cria o mundo39. Há uma escola de teologia panteísta chamada ?a teología do processo? que teve bastante influência nos últimos anos.Há outras religi?es que s?o praticadas por uma grande quantidade de pessoas, como o Isl?o, o Judaísmo, e as seitas como o Mormonismo e as Testemunhas de Jeová. Estas religi?es s?o distors?es derivadas do cristianismo, e portanto, seus enfoques de vida s?o bastante semelhantes ao cristianismo em termos filosóficos. Também crêem que Deus é pessoal, que existe aparte da cria??o, que o homem foi criado à imagem de Deus, e que a verdade foi revelada. Entretanto, as doutrinas chave s?o muito diferentes. N?o é o propósito destes capítulos comparar as religi?es do mundo, mas as diferen?as entre estas religi?es e o cristianismo est?o no conteúdo da revela?? que tem aceitado, e especialmente na natureza e no lugar de Jesus Cristo na salva??o. Somente o cristianismo ortodoxo prega a um Deus que é uma Trindade, e um evangelho da gra?a, em que a salva??o é por fé. Somente o cristianismo tem a verdadeira resposta para os problemas do mundo: o perd?o, a salva??o, e a transforma??o em Cristo.C. A auto-destrui??o dos enfoques n?o crist?osTodos os enfoques exceto o enfoque crist?o (e os que tem tomado esse enfoque emprestado e o tem distorcido) contém em si sua própria destrui??o, filosoficamente falando; s?o contraditórios dentro de si. Por um lado, alguns enfoques prop?em uma ontologia monista que n?o permite defender nenhum pensamento. Por outro lado, outros enfoques negam a possibilidade da certeza de conhecimento, que tampouco permite defender nenhuma teoria.Vejamos primeiro o problema da ontología. A maioria dos enfoques sustentam que o universo é uma unidade, seja material ou espiritual (o naturalismo, o niilismo, o existencialismo ateísta, o monismo panteísta oriental, a nova era, e o animismo). O dilema inevitável com este esquema é que o homem também é parte da unidade, e perde sua identidade e liberdade como indivíduo. Portanto, seus próprios pensamentos n?o tem significado.Por exemplo, se o deísmo tem raz?o em que o universo é uma grande máquina como um relógio, e o homem é parte desse relógio, seus pensamentos s?o nada mais que os ?tic tac, tic tac? do relógio. O que significam seus pensamentos ent?o? O mesmo sucede se cremos que o universo é uma unidade espiritual ou qualquer tipo de unidade, sem interven??o de Deus.Fa?amos uma revis?o do que vimos no capítulo dois. Os antigos filósofos gregos captaram o problema que origina o crer que tudo é uma unidade, o qual os levou ao asceticismo. Heráclito sustentava que o universo era uma unidade que estava em constante movimento como um rio. ?Tudo flui?. ?N?o te podes banhar duas vezes no mesmo rio?, dizia40. Logo Gorgias decidiu que todo conhecimento e toda comunica??o eram impossíveis41. Por que? Porque n?o posso sustentar que o universo é um grande rio fluindo constantemente, e pretender que eu estou na margem do rio, observando objetivamente, externamente. Tenho que ser parte do rio também. Portanto, se somente sou uma gota de água no rio, com que autoridade estou opinando acerca da natureza do rio? Cratilo foi consequente com este esquema e deixou de falar totalmente42. Essa seria a rea??o mais honesta. Se o conhecimento e a comunica??o n?o s?o possíveis, por que falar? Sócrates exclamou o lema dos ascéticos, ?Só sei que nada sei?. Foram Plat?o e Aristóteles que trataram de resgatar a possibilidade do conhecimento. Plat?o dizia que um homem pode saber algo porque a alma recordava o conhecimento que tinha antes de habitar o corpo. Aristóteles confiava na lógica. N?o obstante, depois da época destes grandes pensadores, os gregos voltaram ao asceticismo.Na filosofia moderna, este dilema gerou o existencialismo. Hegel havia proposto que o universo era unido, que era um grande espírito que evoluía. Com a dialética, ele pretendia eliminar todo conflito. Dizia que quando uma tese encontra sua antítese, em vez de que decidamos qual é a correta, simplesmente deixemos que se forme uma síntese. Significa, quando alguém afirma algo, e outra pessoa afirma o contrário, n?o temos que julgar quem terá a raz?o, mas combinar as duas opini?es em um só novo conceito. Com isto, se perde a no??o de verdade absoluta, e da distin??o entre o bem e o mal. Ademais, se o homem é parte deste processo impessoal do ocorrido, perde sua liberdade e sua identidade. Kierkegaard discerniu este problema, mas n?o soube oferecer uma alternativa racional. Somente p?de propor que a raz?o n?o funciona, que existe um paradoxo: o homem é parte deste processo impessoal, mas de alguma maneira também está livre. Isto é um salto de fé, uma fé irracional.Pense na teoria da evolu??o. Se o mundo é somente um produto de um processo de evolu??o impessoal, e n?o existe nada mais que a matéria, meus pensamentos s?o simplesmente um movimento de átomos, uma rea??o química. Já vimos outra forma mais crua de dizer: ?O cérebro segrega pensamentos como o fígado segrega bilis43?. Portanto, por que devo pretender que meus pensamentos s?o corretos? Por que devo pensar que significam algo? A mesma teoria que sustenho é nada mais que uma rea??o química. Assim a teoria se destrói sozinha. ? como cortar o galho da árvore em que estou sentado! Darwin mesmo escreveu em uma carta,A dúvida horrenda sempre surgirá se as convic??es da mente de um homem, que tem desenvolvido da mente dos animais inferiores, ter?o valor ou ser?o de confianza.Confiaria alguém nas convic??es da mente de um mono, se existem convic??es em tal mente44?C. S. Lewis explica a contradi??o:Se tudo o que existe é natureza, o grande evento interconectado sem mente, se ainda nossas convic??es mais profundas s?o meramente produtos secundários de um processo irracional, ent?o claramente n?o existe nem um fundamento mais fraco para supor que nosso sentido de cordura e nossa consequente fé na uniformidade nos digam algo acerca da nossa realidade externa. Nossas convic??es s?o simplesmente uma característica nossa —como a cor do cabelo. Se o naturalismo é verdade, n?o temos nenhuma raz?o para confiar em nossa convic??o da qual a natureza é uniforme45.Também argumentou:O naturalista n?o pode condenar a outros por seus pensamentos porque tem causas irracionais, e seguir crendo em seus próprios pensamentos que tem causas igualmente irracionais (se o naturalismo é verdade46).Lewis cita o argumento de J.B.S. Haldane:Se meus processos mentais s?o totalmente determinados pelo movimento dos átomos em meu cérebro, n?o tenho raz?es para supor que minhas cren?as s?o corretas...e portanto n?o tenho raz?es para supor que meu cérebro está composto de átomos47.Os enfoques que negam a possibilidade de conhecimento (o nihilismo e o pós modernismo) tem um problema mais óbvio. Ao afirmar que n?o se pode afirmar nada, se contradizem rotundamente. Se n?o podem ter certeza de nada, como podem estar seguros que n?o podem estar certos de nada? ? como dizer, ?Tudo o que digo é uma mentira!? Outra vez voltemos a Cratilo, e seria melhor n?o dizer nada!Quando estava estudando no seminário, trabalhava como supervisor noturno em uma biblioteca universitária para pagar meus estudos. Havia uma aluna que também trabalhava ali, e as vezes conversava comigo acerca de minha fé. Ela dizia que ?N?o se pode saber nada?. Quando lhe perguntei como sabia isso, se irritou e se foi. Voltou depois de algumas horas, e me falou, ?Eu penso que n?o se pode saber nada!?, deu meia volta e saiu sem esperar qualquer resposta.Os existencialistas reconhecem este problema, mas também sabem que o homem n?o pode viver com essa completa inseguran?a. Portanto, sem poder defender suas cren?as racionalmente, d?o um salto cego de fé. O problema com a epistemologia existencialista é que qualquer coisa pode ser verdade. Se cada um inventa seus próprios valores e decide por si mesmo que é a verdade, ent?o tudo é verdade. E se tudo é verdade, nada é verdade.? como o homem que se apresentou a sua igreja para ser avaliado para ser pastor. Quando lhe perguntaram se cria na divindade de Jesus, disse, ?N?o nego a divindade de Jesus, N?o nego a divindade de ninguém!? O problema é que, se todos somos divinos, a divindade perde sentido. Jesus já n?o seria especial. Se podemos afirmar que A é verdade e também que A n?o é verdade, temos perdido a cordura. Já n?o estamos funcionando como pessoas mentalmente s?s. O monismo panteísta oriental também sofre deste dilema. Querem negar as distin??es entre verdade e mentira, entre o bem e o mal. Porém n?o podem viver consequentemente com isso. Se pergunto a um deles se posso pegar em seu nariz, ou se posso fraturar o bra?o, seguramente alguém vai gritar que N?O! Porém se eu perguntar por que? como podem responder? Se n?o há distin??o verdadeira entre o bem e o mal, seria bom feri-lo ou n?o feri-lo!D. A resposta crist?Somente o enfoque crist?o permite a possibilidade de conhecimento e liberdade. O enfoque crist?o n?o é monista, sen?o afirma que há dois tipos de realidade: Deus e Sua cria??o. Assim o homem n?o é simplesmente uma parte de uma máquina, ou de um rio espiritual. ? uma criatura de Deus, feita a Sua imagem, com pensamentos livres, com o uso da raz?o e com emo??es. Deus, que é a fonte de toda verdade, lhe revela a verdade. O cristianismo é o único enfoque de vida que n?o destroi a si mesmo.Ao defender nossa fé, podemos perguntar por que a outra pessoa crê o que crê. Quando explica por que, por exemplo se diz que seu conceito é lógico, podemos perguntar por que confiar na lógica. Isto n?o é um jogo. Deve-se fazê-lo com amor e com respeito. De outro modo, podemos perder a oportunidade de mostrar lhe o evangelho. Porém seguimos perguntando até que n?o haja mais respostas. Até onde chegará o n?o crente? Terá que chegar a uma resposta final. Esta resposta será, expressa de alguma maneira, simplesmente que ou crê porque ele crê, é verdade porque ele disse que é verdade. Quer dizer, o n?o crente no final é seu próprio juiz da verdade. Pretende decidir por si mesmo o que é a verdade.DEUSDeus revela a verdade ao homem.RESULTADOConhecimento e seguran?aCRIA??OIsto por suposto lhe tira toda certeza, porque teria que saber tudo para estar seguro de algo. A alternativa crist? é que cremos porque Deus o diz. Como sabemos que Deus diz? Porque Deus diz que disse! Ponto final! Deus se defende solo, e Sua Palavra se ampara apenas. Se apelamos para outra fonte acima de Deus, temos escavado nosso próprio fundamento e destruido nossa filosofía de vida.E. O método apologéticoQueria sugerir algumas pautas para a defesa do evangelho. Na realidade, quando se trata do evangelho, creio que a melhor defesa é uma boa ofensiva. N?o devemos pedir desculpa pela verdade, nem tratar de dar raz?o ao n?o crente em seus postulados, e sim mostrar-lhe as inconsequências de sua posi??o. Por suposto, devemos tratar de responder suas perguntas, mas n?o deixar que ele manipule toda a conversa??o para conseguir escapar de seu criador.Proponho uma metodología ?TIRA?. Devemos come?ar com nosso próprio testemunho, logo mostrar-lhe as inconsequências de sua posi??o, responder suas perguntas, e finalmente voltar a anunciar o evangelho, mostrando sua necessidade de Cristo.TestificarInconsequênciasResponder perguntasAnunciar o evangelhoO Senhor abrirá as portas no momento apropiado, dando ocasi?o para compartilhar nosso testemunho. O testemunho é pessoal, e ninguém discute nossa experiência. Este aspecto pessoal dá a entender que temos uma rela??o pessoal com o Senhor, e que n?o é simplesmente uma filosofía de vida ou uma ética de vida. Enquanto às inconsequências, temos que mostrar amor e humildade, porque é doloroso para o n?o crente ver suas contradi??es vitais. As vezes nossa atitude é mais importante que nossas palavras. Paulo disse :Eu, irm?os quando fui ter convosco, anunciando-vos o testemunho de Deus, n?o o fiz com ostenta??o de linguagem ou de sabedoria. Porque decidi nada saber entre vós, sen?o a Jesus Cristo, e este crucificado. E foi em fraqueza temor e grande tremor que eu estive entre vós; A minha palavra e a minha prega??o n?o consistiram em linguagem persuasiva de sabedoria, mas em demostra??o do Espírito e de poder, para que a vossa fé n?o se apoiasse em Sabedoria humana, e sim no poder de Deus. (1 Corintios 2.1-5)Entretanto, também há lugar para defender a verdade com palavras. Paulo passou meses dialogando em ?feso, ?discutindo e persuadindo Com respeito ao reino de Deus? (Atos 19.8).Como mostrar as contradi??es de sua posi??o? Já temos visto alguns pontos importantes para a apologética: o n?o crente n?o pode estar seguro do conhecimento, e n?o pode viver consequentemente com seus próprios conceitos, porque pretende ser independente de Deus. Assim podemos perguntar como pode estar certo de sua posi??o se n?o pode ter certeza de nada. Também podemos fazê-lo ver que n?o é a fonte da verdade, por exemplo com a ilustra??o do trem.As inconsequências que mostramos n?o tem que ser necessariamente negativas. Por exemplo, podemos perguntar como pode explicar a existência da alegria e do amor. A alegria foi o ponto chave na convers?o de C. S. Lewis. N?o posso explicar a alegria sem aceitar a existência de Deus. G. K. Chesterton e Philip Yancey insistem de que, enquanto o n?o crente nos pede explica??es do ?problema do mal?, também podemos desafiar ao n?o crente a explicar ?o problema do bem? num mundo supostamente caótico e sem sentido48.Temos dois conceitos bíblicos que s?o chave, dois conceitos que empedem que o n?o crente seja consequente com sua nega??o de Deus. Estes s?o nossos pontos de contato com qualquer pessoa: 1) todos sabem que Deus existe no fundo do seu cora??o, e 2) todos tem uma consciência e sabem que s?o culpados.Porque o que de Deus se conhece é manifesto, pois Deus se manifestou. Porque as coisas invisíveis dele, seu eterno poder e deidade, se fazem claramente visíveis desde a cria??o do mundo, sendo entendidas por meio das coisas feitas, de modo que n?o tem desculpa. Pois havendo conhecido a Deus, n?o glorificaram como a Deus, nem deram gra?as, mas que se vaidaram em seus pensamentos, e seu néscio cora??o foi entenebrecido. (Romanos 1.19-21)Porque quando os gentios que n?o tem lei, fazem por natureza o que é da lei, estes, ainda que n?o tenham lei, s?o lei para si mesmos, mostrando a obra da lei escrita em seus cora??es, dando testemunho sua consciência, e acusando-os ou defendendo-os seus argumentos (Romanos 2.14,15)O mais difícil já está faeito! Somente temos que ajudar a destapar este conhecimento inato de Deus e a ver a solu??o para sua culpa.Quando Paulo falou no Areópago em Atenas, chamou a aten??o para o altar ao ?Deus desconhecido?, e lhes declarou como era. Nós podemos explicar o evangelo, confiando no Espírito Santo, que utilizará este conhecimento inato. A mente do homem n?o é uma ?tabla rasa?; ainda que trate de fazê-lo, n?o pode apagar totalmente o conhecimento do Deus verdadeiro. Tampouco Paulo vacilou em chamar os atenienses ao arrependimento. O n?o crente n?o buscará a salva??o em Cristo até que reconhe?a seu pecado. Em nosso diálogo com ele, temos que mostrar que seu problema principal é tratar de ser independente do seu Criador e viver centrado em si mesmo.Sempre temos a tarefa de dar raz?es de nossa fé (1 Pedro 3.15). Entretanto, n?o temos que responder todas suas perguntas. As vezes temos que admitir humildemente que n?o sabemos a resposta. Depois de tudo, queremos comunicar que somente podemos conhecer a verdade quando nos submetemos a Deus. Só Deus sabe tudo, e a única raz?o pela qual podemos saber algo é porque Ele nos tem revelado algo.Isto nos leva ao último passo. Depois de falar de todos estes conceitos, n?o esquecemos de voltar a mostrar Cristo. Em vez de mostrar nossa inteligência e produzir polêmica, nossa tarefa principal é levar a pessoa a Cristo e por sua m?o na m?o do Senhor. O Senhor se encarrerá de responder as perguntas que n?o podemos responder.Sigamos o exemplo da esposa do esquizofrênico John Nash no filme ?Uma mente brilhante?. Com muito amor, ficamos ao lado do n?o crente, mostrando com humildade suas contradi??es. Com a obra do Espírito Santo em seu cora??o, reconhecerá esta inconsequencia.Quando escuta o evangelho e as verdades bíblicas, se está sendo chamado a Cristo, ele sentirá que se abrem os olhos. Sentirá que havia estado sonhando, e agora está desperto, que havia estado enfermo, e agora está curado. Que o Senhor nos dê sabedoria para praticar uma apologética efetiva e sábia!Perguntas de revis?o1. Usando a tabela da seguinte página, nomeie os postulados chave dos seguintes enfoques de vida:2. Explique as cren?as do animismo.3. Que tem cultivado a Igreja Católica na América Latina, desde o tempo da coloniza??o?4. Explique por que os enfoques de vida que sustentam que o universo é uma unidade s?o auto-destrutivos.COSMOVIS?ES N?O CRIST?SEnfoque DeusHomemOntologiaEpistemologia?tica1 Teísmo crist?o2 Deísmo3 Naturalismo4 Niilismo5 Existencialismo6 Monismo panteísta oriental7 Nova era8 Pos-modernismo5. Explique por que os enfoques de vida que negam a possibilidade de conhecimento s?o auto-destrutivos.6. Explique o conceito crist?o da ontologia, a epistemologia e a ética.7. Explique o método apologético ?TIRA?.Perguntas de reflex?o1. Você pensa que realmente tem um enfoque de vida crist?o?2. Crê que poderiam ser atrativos alguns aspectos de outros enfoques de vida? Quais? Por que?3. Tem outras sugest?es para métodos de fazer a apologética?Capítulo 5Um enfoque crist?o da políticaIntrodu??oO refr?o popular diz que para manter boas amizades n?o há que falar de sexo, nem de religi?o, nem de política. Entretanto, seja conflitivo ou n?o, é quase impossível evitar estes temas! Além do mais, a meu ver, a religi?o e a política s?o dois dos temas mais interessantes! Neste capítulo vamos fazer o imperdoável- vamos misturar os dois temas e falar de um enfoque religioso e da política! ? verdade que estes temas s?o delicados, e há que praticar a toler?ncia que mencionamos anteriormente quando explicamos o significado de uma cosmovis?o crist?. N?o estamos falando aqui da doutrina da salva??o. Estamos falando de algo que n?o tem respostas dogmáticas nas Escrituras. Existem áreas destacadas em que podemos dialogar e expressarmos, porém sem ser divididos.N?o pretendo em um só capítulo tratar um tema t?o extenso e complexo. Teremos que limitar-nos a alguns temas fundamentais e a examinar os ensinos de uns poucos teólogos. Que o leitor veja isto simplesmente como uma exposi??o de algumas ideias. Lhe servirá para come?ar um estudo próprio do tema da política. Vejamos os seguintes temas:A. A origem do estado.B.A tarefa do estado.C. Pautas de justi?a no Antigo Testamento.D. Os limites da autoridade do estado.Quase todas as discuss?es atuais nos obrigam a resolver estas perguntas primeiro. Por exemplo, possivelemente nos perguntamos: Qual é a melhor forma de governo? Qual é o melhor partido político? ou Qual é o papel civil do crist?o? Para responder este tipo de pergunta, primeiro temos que estabelecer uma filosofia básica acerca da origem, a tarefa, e os limites do estado.A. A origem do estadoN?o há muitas op??es quando se trata da origem do estado; ou o homem o inventou, ou Deus o ordenou. Alguns opinam que o homem tem estabelecido o governo para promover o bem ou para evitar o mal. Por exemplo, na república, Plat?o sugere queo homem se organizou para buscar a justi?a e assim satisfazer seus próprios interesses49. Tomás Hobbes (1588-1679) prop?s que o estado é produto de um ?contrato social? entre os homens, feito para evitar o conflito. Já que todos os homens buscam satisfazer seus próprios desejos, isto leva inevitávelmente a uma luta de interesses, e a única forma de aceitar as desigualdades e evitar o conflito é ter um estado governado por um soberano (Leviat?) que imp?e seu poder absoluto sobre o povo50.Qual é o enfoque crist?o acerca da origem do estado? Como chegou a existir o governo civil? Uma das passagens bíblicas chave para entender a origem do estado é Romanos 13. Diz: ?n?o há autoridade que n?o proceda de Deus, e as autoridades que existem, foram por ele instituidas. De modo que aquele que se op?e à autoridade, resiste a ordena??o de Deus? (versículos 1 e 2). Jo?o Calvino observou que o estado havia sido estabelecido depor causa da ?a Providência de Deus e a sua santa ordena??o?, citando depois esta mesma passagem.51Abraham Kuyper distingue entre um desenvolvimento ?mec?nico? e um desenvolvimento ?org?nico? de institui??es sociais. Por um lado, as institui??es ou ?esferas? sociais que se desenvolvem de forma ?org?nica? s?o necessárias e ?naturais?; haviam se desenvolvido ainda sem a existência do pecado no mundo. Por outro lado, asinstitui??es ou esferas que se desenvolvem de forma ?mec?nica? s?o necessárias somente por causa do pecado. S?o como um ?pau de apoio? colocado ao lado de uma árvore para ajudá-la a crescer ereta. Para Kuyper, ent?o, o estado é uma institui??o que se desenvolveu de forma ?mec?nica?. O estado é necessário por causa do pecado. Se n?o fosse pelo pecado, a sociedade se desenvolveria de forma patriarcal, como uma grande família52.Henry Meeter, na igreja e no estado53, diz que o estado é uma ?consequência natural?, que ?surge de um impulso social implantado por Deus no homem?. Meeter utiliza a distin??o de Kuyper entre desenvolvimento ?mec?nico? e ?org?nico?. Sem o pecado, o estado se desenvolveria de todas maneiras, mas de forma ?org?nica?. Haveria sido um ?império? com Ad?o o cabe?a. Haveria sido o reino de Deus, porém sem leis, tribunais, policias, exército e navios de guerra. Porém já que existe o pecado, o reino de Deus somente se realiza por meio de Jesus Cristo, por intermédio da gra?a sobrenatural e n?o por meios naturais. O estado ent?o, como o conhecemos, com leis, policias, etc., teve que desenvolver de forma ?mec?nica? para frear a influência do pecado.Israel come?ou como uma família, uma tribo patriarcal (Gênesis: Abra?o, Isaque, Jacó). No Sinai, se formou uma na??o teocrática (?xodo), com leis para frear o pecado (um desenvolvimento ?mec?nico?). Deus indicava e guiava aos líderes diretamente. Moisés era seu profeta, libertador, e governador, porém todos sabiam que Moisés representava o Senhor, e n?o era somente escolhido pelo povo. Seguindo o conselho de seu sogro, Moisés dividiu a na??o em grupos e indicou líderes para ajudá-lo a dirigir e a tomar decis?es (?xodo 18). Ao entrar na terra prometida, Israel tinha juízes para governar. Todavia era uma teocracia. Em Deuteron?mio 17.14,15, Deus disse que teriam um rei.Quando entrares na terra que te dá o Senhor teu Deus, e a possuíres e, nela habitares e disseres : Estabelecerei sobre mim um rei, como todas as na??es que se acham em redor de mim; estabelecerás, com efeito, sobre ti como rei aquele que o Senhor teu Deus escolher.N?o obstante, em 1 Samuel 8, quando Israel pede um rei ?como as outras na??es? (v. 5), algo extranho acontece: Deus lhes concede sua peti??o, porém expressa Seu inc?modo com a ideia. Deus disse a Samuel,E disse o Senhor a Samuel: Atende à voz do povo em tudo quanto te diz pois n?o te rejeitou a ti, smas a mim, para eu n?o reinar sobre eles. (v. 7) Ent?o naquele dia clamareis por causa do vosso rei que houverdes escolhido; mas oSenhor n?o os ouvirá naquele dia. (v. 18)Por meio de Samuel, Deus os advertiu das consequências de ter tal rei. Seus filhos teriam que ser soldados, e trabalhariam fazendo armas de guerra e arando os campos. Suas filha ser?o perfumistas, cozinheiras e padeiras. O rei exigirá um décimo de suas colheitas e de seus rebanhos (vs. 8-17). Apesar desta advertência, o povo todavia pede um rei, e Deus instrui a Samuel a atendê-los. Obviamente, ter um rei assim n?o foi a situa??o ideal. Haveria sido melhor continuar sob o governo direto do Senhor. Além do mais, o motivo de Israel n?o foi bom; queriam ser como as demais na??es. Entretanto, Deus lhes deu um rei.Por que? Sabemos que às vezes Deus concede nossas peti??es inapropriadas para ensinar-nos uma li??o. Neste caso, possivelmente foi para mostrar-lhes que foi uma grande ben??o te-lo como seu Rei verdadeiro. Além do mais, os fracassos do reino de Israel no Antigo Testamento apontam necessidade da salva??o, e a necessidade de Jesus como o Rei perfeito.Podemos supor também que isto foi um passo necessário na prepara??o dos crentes para viver sob governantes estrangeiros. Na monarquia, vemos uma separa??o dos ofícios de profeta, sacerdote, e rei. Ent?o quando os israelitas chegam a ser cativos de países estrangeiros durante o exílio, os ofícios de profeta e de sacerdote continuam, enquanto est?o submetidos a reis de outras na??es. Esta situa??o continuou até o tempo do Novo Testamento, e mais tarde.O que isto nos ensina acerca da origem do estado? Concluiu que Meeter tinha a ideia correta. A origem primordial do estado é a imagem de Deus no homem. Quer dizer, se deve à necessidade natural do homem (que vive em sociedade) de ter alguma ordem. O homem é um ser social, a humanidade tem aumentado muito, e a sociedade é muito complexa. Portanto, algum tipo de organiza??o é necessário para manter ordem. Poderíamos especular que, ainda sem a presen?a do pecado, o homem se organizaria com algum tipo de governo.Entretanto, o estado tal como o conhecemos, com um sistema penal, com cortes, e com polícia, se estabeleceu para frear a injusti?a, e é necessário somente por causa do pecado. A forma atual dos governos que existem no mundo hoje n?o é a forma ideal. A forma ideal todavia seria uma teocracia, porém n?o é possível sob as circunst?ncias de um mundo caído. ? uma lástima que este tipo de governo seja necessário, mas o é.”B. A tarefa do estadoAo falar da origem do estado acima, n?o se pode evitar em tocar no tema da tarefa do estado. Porém queremos analisar este aspecto mais detalhadamente. Romanos 13.3-6 é o texto bíblico chave:Porque os magistrados n?o s?o para temor, quando se faz o bem, e sim quando se faz o mal. Queres tu n?o temer a autoridade? Faze o beme terás louvor dela; visto que a autoridade é ministro de Deus para teu bem. Entrtanto, se fizeres o mal, teme; porque n?o é sem motivo queela traz a espada, pois é ministro de Deus, vingador para castigar o que pratica o mal. ? necessário que lhe estejais sujeitos, n?o somente por causa do temor da puni??o,mas também por dever de consciência. Por esse motivo, também pagai os tributos, porque s?o ministros de Deus, atendendo constantemente, a este servi?o.Jo?o Calvino prop?e que o estado tenha várias fun??es. Básicamente o estado deveria:- Promover o bem-estar.- Prevenir a idolatría, a blasfêmia e as ofensas religiosas.- Garantir a paz.- Proteger a propriedade- Assegurar o comércio justo.- Preservar a honestidade.Em resumo, disse que o Estado deve fazer ?brilhar uma forma pública de religi?o entre os crist?os, e que exista humanidade entre os homens.? 54 ? necessário recordar que na sua época, todavia n?o haviam visto a necessidade de separar a igreja e o estado.Abraham Kuyper opina que o dever principal é promover a justi?a. Em segundo lugar, deve cuidar das pessoas. Para ele, a ?espada? mencionada em Romanos 13 inclui: a) fazer justi?a, castigando o crime,b) fazer a guerra, defendendo ao país, ec) manter a ordem, resistindo a rebeli?o.Meeter julga que há duas ?diretrizes? gerais:a) A administra??o da justi?a, eb) A promo??o do bem estar geral.Por ?justi?a?, quer dizer defender a lei de Deus (n?o a vontade do povo, nem do estado como absoluto). Por ?bem estar? quer dizer servi?os públicos como o correio (dá exemplos de Genebra no tempo de Calvino como: emprestamos aos pobres, fixar os pre?os do vinho e do trigo, construir uma indústria de seda para dar empregos e ingressos, e fixar normas para governar tipos de interesses financeiros). Meeter disse que Calvino estava equivocado em incluir a defesa da religi?o como uma tarefa do estado. Opina que o estado n?o deve entrometer-se em ?aqueles assuntos que s?o puramente do cora??o; somente pode intervir na esfera da conduta exterior?.55Fixe-se nas tarefas mencionadas em Romanos 13:vv. 3 ?para infundir temor ... ao mal?vv. 4a ?porque é servidor ... de Deus para teu bem?vv. 4b ?leva a espada ... para castigar o que pratica o mal?.vv. 6 recebe tributos.Eu creio que a tarefa principal do estado é garantir a ordem e a justi?a social (ou expressado negativamente: evitar a desordem social e a injusti?a social). ? dizer, deve promover a ordem e a justi?a nas rela??es entre os indivíduos e entre as outras institu??es. Quando há um conflito de interesses, ou quando há uma falha que constitui uma injusti?a social, o estado tem direito de atuar para estabelecer uma situa??o mais justa. O estado é como o ?sistema nervoso? da sociedade. Ajuda aos outros membros a funcionar em coordena??o e avisa quando há dor ou quando algo n?o funciona bem. Eu creio que tarefa principal do estado é garantir a ordem e a justi?a social (ou expressado negativamente: evitar a desordem social e a injusti?a social). ? dizer, deve promover a ordem e a justi?a nas rela??es entre os indivíduos e entre as outras institu??es. Quando há um conflito de interesses, ou quando há uma falha que constitui uma injusti?a social, o estado tem direito de atuar para estabelecer uma situa??o mais justa. O estado é como o ?sistema nervoso? da sociedade. Ajuda aos outros membros a funcionar em coordena??o e avisa quando há dor ou quando algo n?o funciona bem.C. Pautas de justi?a no Antigo TestamentoN?o temos que guardar as leis civis de Israel, tal como as tinham que praticar no tempo do Antigo Testamento, mas estas leis nos d?o princípios de justi?a que se devemos respeitar todavia hoje em dia. Havia três aspectos da lei: ceremonial, civil, e moral. Já que Jesus veio fazer o último sacrifício, n?o temos que cumprir o aspecto ceremonial da lei. ? dizer, n?o fazemos sacrifícios, e n?o observamos as cerem?nias relacionadas com o templo. Ademais, como o povo de Deus já n?o é somente uma na??o política (Israel), mas crentes de todas as na??es, tampouco se aplicam as leis civis como naquela época. Por exemplo, n?o castigamos com a pena de morte uma crian?a que maldiz a seus pais (?xodo 21.17). Havia muitas leis acerca do uso de propriedades que seriam impossíveis de aplicar hoje, como o ano do jubileu (Levítico 25). N?o obstante, os princípios morais, resumidos nos dez mandamentos, todavia devem ser guardados. Ademais, ainda que n?o as observamos como o povo de Israel no Antigo Testamento, as leis ceremoniais todavia nos ensinam verdades espirituais, e as leis civis todavia nos ensinam princípios de justi?a.Por exemplo, vejamos como devemos aplicar os ensinos de Levítico 25 hoje. Em primeiro lugar, n?o é necessário observar o ano sabático ou o ano de jubileu, tal como foi mandado neste capítulo. Isso era principalmente uma lei civil para a na??o de Israel naquela época. Entretanto, o capítulo nos dá pautas de justi?a. Deus quiz evitar uma acumula??o egoísta de riquezas, de uma gera??o a outra. Cada cinquenta anos as propriedades voltavam ao dono original. Mas também podemos ver que Deus quiz animar o povo a ser diligente e a tomar iniciativa, porque os que eram sábios e diligentes podiam receber benefício de seus esfor?os, e podiam ter mais terreno, pelo menos durante alguns anos. Também vemos uma verdade importante relacionada com as propriedades: a terra pertence a Deus, e n?o a nós. Ademais, o povo tinha que aprender a confiar plenamente no Senhor para cuidá-los, já que durante o sétimo ano, e depois dos anos seguidos durante o ano quarenta e nove e o ano cinquenta, tinham que descansar de trabalhar a terra. Finalmente, podemos ver algumas verdades espirituais neste capítulo: o conceito do descanso aponta o descanso espiritual em Cristo. A salva??o nos chega quando deixemos de fazer obras de mérito e come?amos a confiar somente nele. A vida eterna é um descanso completo nele.”D. Os límites da autoridade do estadoAntes de Cristo a tarefa da justi?a social estava unida a tarefa ?religiosa? no estado. O rei era soberano em tudo porque representava a Deus mesmo. Entretanto, depois de Cristo, o povo de Deus já n?o é uma na??o, mas que é a igreja como corpo de crentes, dispersos em todas na??es. Este fato obriga a fazer certa separa??o entre estado e igreja. A igreja é um reino eterno e universal, entrela?ado em toda a sociedade. Em certo sentido esta separa??o n?o é ideal, mas é necessária nesta época, até que volte Jesus a estabelecer seu reino de forma final e completa. Até ent?o haverá algo de tens?o por causa desta ?anormalidade?. Finalmente, já que há tantos governos que s?o corruptos, ou inclusive anti-crist?os, o fato de permitir que legislem sobre as cren?as religiosas traria somente mais sofrimento para muitos crist?os.Uma teocracia é o estado ideal, em que Deus governa diretamente. Assim será a forma eterna do reino de Deus. Entretanto, sabemos que por agora, estamos vivendo entre n?o crentes, como ?estrangeiros e peregrinos? (1 Pedro 2.11). Portanto, n?o queremos ter um estado que esteje por sobre toda atividade humana. Isso seria totalitarismo, e significaria submeter à igreja por debaixo do governo civil. Tampouco queremos por o estado debaixo da igreja, porque até a igreja como institui??o pode estar corrupta. Esse foi o problema no tempo da Reforma. A igreja romana abusava do seu poder, dominando cada aspecto da sociedade, mas os reformadores em vez de reconhecer a necessidade de separar o governo eclesiástico do governo civil, simplesmente trataram de mudar a religi?o dos países. Isto produziu muitos conflitos e muitas guerras. Os anabatistas foram ao outro extremo, insistindo em que os crist?os deviam separar-se totalmente dos assuntos civis.Jo?o Calvino estava coma?ando a discernir uma solu??o para este problema, mas n?o conseguiu ser totalmente consequente. Ele prop?s que o estado governasse ?os costumes e a conduta exteriores?, e que a igreja supervisionasse as coisas do homem ?interior?56Um século mais tarde, seus seguidores na Inglaterra redigiram a Confiss?o de Fe de Westminster, em meio dos conflitos violentos entre a igreja e o estado; propondo que o estado n?o devia intervir em assuntos da fé, mas proteger a igreja e garantir sua liberdade.Os magistrados civis n?o devem tomar para si a administra??o da Palavra e dos sacramentos, ou o poder das chaves do reino dos céus, nem se entrometer?o no mínimo em assuntos da fé. Entretanto, como pais cuidadosos, é o dever dos magistrados civis proteger a igreja de nosso Senhor comum, sem dar preferência a alguma denomina??o de crist?os sobre os demais, de tal modo, que todas as pessoas eclesiásticas, quaisquer que sejam, gozem de completa, gratuita e inquestionável liberdade, para desempenhar cada parte das suas fun??es sagradas sem violência nem perigo.57Porém de uma maneira similar a Calvino, n?o fizeram uma separa??o suficientemente clara entre igreja e estado. Segundo a vers?o original da Confiss?o de fé, o magistrado civil tem a autoridade para convocar concílios e para suprimir erros religiosos. Deve garantir.......que a verdade de Deus seja mantida pura e integra, que toda blasfêmia e heresia sejam suprimidas, que toda corrup??o e abuso no culto de adora??o e na disciplina sejam prevenidos ou reformados, e que toda ordenan?a de Deus seja devidamente resolvida, administrada, e observada. Para melhor efetuar do anterior, terá autoridade para convocar sínodos, estar presente neles, e assegurar que qualquer delibera??o deles seja de acordo com a mente de Deus. 58Depois do período da Reforma, a igreja protestante come?ou a fazer uma separa??o mais clara entre a igreja e o estado. Inclusive, vers?es posteriores da Confiss?o de fé de Westminster, t?o logo como no ano 1788, tiraram a se??o citada acima acerca de heresias e abusos, e acerca da autoridade do magistrado para convocar sínodos. Abraham Kuyper (no século 19) destaca uma distin??o entre três esferas sociais básicas: igreja, estado, e família. Segundo ele, cada esfera tem sua própria soberania sob a soberania de Deus, e nenhuma esfera deve interferir na outra. Henry Meeter segue a posi??o de Kuyper.?O estado n?o há de fazer sua o labor destas esferas...??Por outra parte o governo tampouco pode permitir que estas esferas operem sem controle algum e dando renda solta aos intentos do pecado...??Negativamente, o labor do estado consiste em impedir que aquelas for?as que tendem impedir o labor das diferentes esferas cheguem a prevalecer; e positivamente o labor do estado tem de ir encaminhada à promo??o daquelas condi??es que fa?am possível o que estas esferas possam levar a término suas tarefas culturais?.59Segundo Meeter o estado deve:1) evitar conflitos entre as distintas esferas2) proteger os grupos ou indivíduos dentro da sociedade, e3) exigir a ajuda necessária para sua própria preserva??o.Conclus?oSe a tarefa do estado é promover a ordem e a justi?a social, os limites da sua autoridade s?o definidos por esta área. N?o deveria interferir no desenvolvimento natural das outras esferas sociais, como por exemplo a igreja ou a família, exceto quando existe alguma desordem ou alguma injusti?a entre elas ou entre os indivíduos. De outro modo, deveria deixá-los em liberdade, respeitando a soberania de cada esfera. O estado deveria ajudar as outras institu??es a cumprir suas respectivas tarefas. Deve funcionar como um árbitro. Por exemplo, se alguém rouba de um supermercado, sua “liberdade” chegou a ser uma falta de liberdade para o dono do negócio. Se ocorreu uma injusti?a. Portanto, o governo civil deve intervir, fazer leis contra roubo, e castigar ladr?es. Normalmente, o governo deve deixar os negócios livres, mas no momento que abusam de seus empregados ou que paguem salários injustos, o governo tem que corrigir a injusti?a. O governo n?o deve ditar qual religi?o os cidad?os devem aceitar, mas se as práticas de alguma religi?o constituem violência a outros, chega a ser um assunto para os magistrados civis.E. A política de JesusO tema de Jesus e a política é suficientemente amplo para escrever vários livros, porém somente teremos que limitar-nos a algumas pinceladas, para despertar o interesse em seguir estudando a perspectiva bíblica. Temos dito que toda a verdade está relacionada com Cristo, e que devemos voltar sempre a Ele no estudo de qualquer tema. Alguns tratam de mostrar que Jesus foi politicamente radical e revolucionário, porque se op?s aos ricos e poderosos. ? verdade que falou contra os abusos e contra as autoridades, chamando-os ao arrependimento. Mas chamá-lo um ?revolucionário? no sentido político é uma grande distors?o. A verdade é que se submeteu ao governo vigente. Para surpresa inclusive dos discípulos, n?o tratou de remover as autoridades romanas nem mudar o sistema corrupto de autoridade. O que está claro é que Jesus n?o se pronunciou acerca de que algum sistema de governo era melhor que outro. Sua vida concorda com o ensino de Romanos 13.Quando os fariseus trataram de fazer uma armadilha para Jesus, perguntando se devia pagar tributos (Mateus 21.15-22), Jesus respondeu com outra pergunta acerca de uma moeda, ?De quem é esta imagem, e a inscri??o?? Ent?o concluiu, ?Dai a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus?. Aparentemente Jesus n?o se opunha a pagar os tributos, mas queria deixar claro o fat de que Deus é soberano. Se a moeda leva a imagem de César, César leva a imagem de Deus e portanto ele pertence a Deus. Theo Donner o leva um passo mais todavia e o aplica a todos nós:Se devemos dar a César a moeda porque leva sua imagem, a conclus?o lógica é que temos de dar a Deus o que leva a imagem de Deus —significa que temos de entregar-nos a ele de forma integral60.Creio que isto nos dá uma pauta importante: ? verdade que deve mos submeter-nos às autoridades, mas nunca devemos permitir que as autoridades tenham supremacia sobre Deus. Quando proibiram aos discípulos a pregar no nome de Jesus, tiveram que desobedecer e obedecer a Deus. (Atos 4.19).Depois da ressurrei??o e antes da sua ascens?o, Jesus pronunciou suas últimas palavras na terra. Os discípulos perguntaram se ia restaurar o reino de Israel (Atos 1.6-8). Provavelmente estavam recordando os tempos maravilhosos do reino de Davi, quando Israel dominava o mundo. Provavelmente esperavam que Jesus agora tomasse armas para expulsar os romanos e restaurar a posi??o da na??o de Israel que correspondia ao povo de Deus. Entretanto, a resposta de Jesus deve tê-los confundido. Talvez pensariam que n?o havia entendido a pergunta, e que n?o havia respondido nada acerca do reino, porque responde,Atos 1.7,8<N?o vos compete conhecer tempos ou épocas, que o Pai reservou pela sua exclusiva autoridade; mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minha testemunhas tanto em Jerusalén, como em toda a Judéia, e Samaria, e até aos confins da terra.Estaria dizendo que o reino já n?o é importante? Que somente a evangeliza??o é importante agora? Que n?o importa mudar o mundo? N?o! Isso n?o gera Sua resposta!Além do mais, n?o estava confundido, e se respondeu a pergunta. Só que é difícil captar a rela??o do principio. Jesus é o Rei dos reis, e quando ele chegou, o reino de Deus chegou. Porém seu reino n?o é ?deste mundo? (Jo?o 18.36). N?o é algo visível, sen?o é algo espiritual (Lucas 17.20-21). Quer dizer, é algo muito maior do que os discípulos estavam pensando, porque é eterno e n?o temporal, e atinge toda a terra e n?o apenas um país. O método de estabelecer o reino n?o é com armas, sen?o com o testemunho acerca de Jesus. O Espírito Santo viria com mais poder que nunca, e os levaria a todos os cantos da terra com a mensagem.Um tempo eu duvidava da eficácia da igreja como instrumento para mudar o mundo. Pensava que os ativistas sociais tinham melhores resultados. Porém agora me dou conta de que a única maneira de trazer mudan?as verdadeiros na sociedade seria através de uma mudan?a espiritual no cora??o das pessoas. Quando alguém se converte a Cristo, come?a a viver melhor em familia, em sua igreja e na sociedade e geral.Qualquer sistema de governo n?o funcionará bem se os líderes que o manejam s?o corruptos. E muitos sistemas funcionar?o bem se as pessoas que o manejam s?o justas e honestas.Creio que é por isso que o Novo Testamento n?o se pronuncia claramente contra a escravid?o ou contra os governos corruptos. Jesus sabia que as pessoas que chegavam a ser transformadas pelo Espírito Santo iam ter outros valores e assim realizariam mudan?as mais radicais e mais duradouras. Se o dono de um escravo trata-o como irm?o (Filemom, v. 16), já n?o haverá problemas em assumir essa posi??o. Isso no final é mais efetivo que mudar as leis, e consentir que as pessoas continuem tratando-se mal. As leis contra racismo nos EUA. tem sido muito positivas, porém n?o tem eliminado o racismo, porque isso está no cora??o.Devemos reconhecer as raízes de transforma??es positivas na história. As vezes somos t?o pessimistas que n?o vemos o que o Senhor tem feito pelo seu povo. Se pensamos que há muita violência hoje, temos que recordar as barbaridades e crueldades cometidas nos tempos antes de Jesus. Os hospitais e universidades tem sua origem na influência crist?. A escravid?o demorou dois milênios para ser abolida, e muitos crist?os confundidos defenderam a implanta??o por anos, e no final foi vencida gra?as a valores crist?os.Quando Jesus morreu e ressuscitou, realmente trouxe vitoria sobre o pecado e Satanás. N?o vemos todos os resultados, mas sim vemos alguns efeitos. Se dizemos que o mundo é pior hoje em dia, estamos negando a obra de Cristo. A ?política? de Jesus é mais radical do que os revolucionários políticos pensam; Ele traz uma mudan?a interna e espiritual, que é permanente e eterno. Como consequência, toda a sociedade disfrutará dos benefícios.Revis?o1. Segundo Plat?o, por que o homem se organizou em governos?2. Segundo Hobbes, qual é a origem do estado?3. Qual é a passagem bíblica chave para entender a origem do estado?4. Qual á a diferen?a que faz Kuyper entre um desenvolvimento ?mec?nico? e um desenvolvimento ?org?nico? de institui??es sociais? 5. Qual era a primeira forma de organiza??o do povo de Deus no tempo de Abra?o?6. Como se organizou o povo de Deus no Sinai na época de Moisés?7. Quem governava a Israel quando entraram na Terra Prometida?8. Segundo 1 Samuel 8, era correto pedir um rei para Israel?9. Qual é a origem primordial do estado?10. Segundo Calvino, quais s?o as fun??es do estado?11. Segundo Abra?o Kuyper, qual é a tarefa principal do estado?12. Segundo Meeter, quais s?o as duas ?diretrizes? gerais do papel do estado?13. Segundo o autor, o estado é como qual parte do corpo humano?14. Por que é necessária uma separa??o entre estado e igreja?15. O que diz a Confiss?o de Fé de Westminster acerca do dever do estado com rela??o a igreja?16. Quais s?o as três esferas socias? Segundo Abra?o Kuyper.17. Segundo o autor, quais s?o os límites da autoridade do estado?18. Qual foi a atitude de Jesus sobre a política?19. O que aprendemos de Mateus 21.15-22 acerca do governo? 20. Como Jesus traz mudan?a na sociedade?, segundo Atos 1:6-8.Perguntas de reflex?o1. Qual sua opin?o acerca da origem, a tarefa e os limites do estado?2. Em sua opini?o, que tipo de governo reflete melhor a tarefa e os limites do estado? Por que?3. Pode dar exemplos de abuso de poder por parte do governo? Da falta de exercício de seu dever?4. Pode dar outros exemplos da influência crist? positiva na sociedade?Capítulo 6Um enfoque crist?o da economiaOutro tema polêmico é o da economia. Lamentavelmente, muitas vezes o diálogo crist?o acerca desta assunto n?o contém muita referência nas Escrituras. E nesta breve introdu??o, apresentaremos as duas formas econ?micas mais comuns, o capitalismo e o socialismo, e analisaremos algumas passagens bíblicas relacionadas com o debate.A. O capitalismoO valor chave do capitalismo é a liberdade. Se considera Adam Smith (escocês) o pai do conceito. Em 1776, publicou La riqueza de las naciones( A riqueza das na??es) onde prop?e que há uma ?m?o invísivel? que guia a economia segundo um interesse próprio e benefício próprio. Observou a ?lei da oferta e procura?: quando há mais demanda, sobem os pre?os, e quando há mais concorrência, baixam os pre?os. Opinava que, se todos buscam seu bem próprio, ao longo todos se beneficiar?o.?N?o é por causa da benevolência do a?ougueiro nem do cervejeiro, nem do padeiro que esperamos nosso almor?o, mas por causa de um interesse próprio61?.O capitalismo deu início na revolu??o industrial na Inglaterra, junto com o motor a vapor. A produ??o e o consumo aumentaram na Inglaterra em 1.600% durante o século XIX. Na Europa se abreram fábricas de tecido (na Bélgica e Fran?a) e de a?o (na Alemanha). Nos Estados Unidos se construíram canais e trens. O lado triste da revolu??o industrial foi a explora??o dos trabalhadores, incluindo crian?as que trabalhavam longas horas nas fábricas da Inglaterra. Estas s?o as coisas que observou Carl Marx e que o motivou a estabelecer outro sistema econ?mico. Talvez a prova mais dura para o capitalismo foi a grande depress?o nos Estados Unidos que come?ou em 1929. A estagna??o era de 25%, a produ??o nacional caiu em 50% e 11.000 bancos fecharam. Diz que John Maynard Keynes ?salvou? o capitalismo com sua teoria de que o governo deveria gastar quantidades enormes de dinheiro para dar novo vigor à economia.Os capitalistas insistem que seu sistema produz incentivo de trabalho, e que melhorou a economia de muitos países. Os críticos do capitalismo sustentam que produz uma desigualdade injusta. Em vez de combater o egoísmo, se aproveita dele.B. O socialismoO valor chave do socialismo é a igualdade. Ainda que Carl Marx é considerado o pai do socialismo, existia um movimento socialista na Fran?a e Inglaterra até antes dele. Os participantes tinham seus bens em comum, repartiam o trabalho igualmente, e tinham os meios de produ??o e objetos de consumo em comum.Marx (1818-1883) estudou leis e filosofia. Quando estava em Berlim, se impregnou com o conceito da dialética de Hegel. Depois como periodista, viu os problemas sociais, especialmente os abusos dla revolu??o industrial na Inglaterra. Escreveu o Manifesto comunista, obra chave do movimento. Marx queria dedicar O Capital a Darwin, mas este se negou. Morreu pobre exilado na Inglaterra.Marx seguiu a dialética de Hegel, combinando com o materialismo de Fuerbach, e desenvolveu o materialismo dialético (ou materialismo histórico). Ele dizia que havia ?posto de pé? a Hegel, porque mudou o ideal pelo material. A dialética de Marx é como uma evolu??o lenta com mudan?as abruptas e dramáticas de vez em quando. Estuda a história segundo as leis empíricas. Encontra que a estrutura econ?mica é a base fundamental da sociedade que determina sua história, que leva consigo toda a cultura. Enfatiza a luta das classes como a causa das mudan?as. Disse no Manifesto: ?A história de toda a sociedade é a história da luta de classes?. Cria que a religi?o era o ?ópio do povo?. A verdadeira salva??o da humanidade será a forma??o de uma nova sociedade justa. Para Marx, a revolu??o era inevitável. O proletariado se rebelará contra a burguesia.Engels enfatizou o materialismo dialético e apoiou a reforma sem revolu??o. Na Alemanha, se formou o partido social-democrata, que buscava o poder político dentro do sistema existente, sem promover uma revolu??o violenta.Lenin (Rússia), ao contrário, sustentava que se necessitava um partido ?vanguarda? de revolucionários intelectuais que conscientizasse os trabalhadores, e que a revolu??o violenta era necessária para conseguir o socialismo. Os ?bolchevique? (a ?maioria?) seguiram Lênin, e os ?menchevique? (a ?minoria?) se opuseram. Stalin estabeleceu um totalitarismo cruel; enviou milh?es a Sibéria e executou os líderes bolcheviques.Os países da Europa adotou formas muito mais moderadas do socialismo, que realmente n?o tem muito em comum com o marxismo ou o leninismo. Os líderes chegaram ao poder por caminhos parlamentários, muitos através do partido social-democrata. Simplesmente s?o sistemas econ?micos que buscam eliminar diferen?as drásticas entre os ricos e os pobres. A chave está em cobrar impostos mais altos para poder prover servi?os aos cidad?os, especialmente a educa??o e a aten??o médica. Na Dinamarca, por exemplo, os impostos individuais variam entre 41% e 60%. Na Holanda, se calculam entre 36% e 60%62. Os críticos observam que há muita burocracia, falta de incentivo, e muita ausência no trabalho nestes países.Na América Latina, os países oscilaram entre ditaduras militares e democracias, entre sistemas capitalistas e sistemas socialistas. Com a teologia da liberta??o, o movimento marxista fez amigo com alguns ramos do cristianismo. Fidel Castro disse uma vez que estava maravilhado porque ?os teólogos est?on se convertendo em marxistas e os marxistas est?o se convertendo em teólogos?63. A situa??o de alguns países se complica com uma rea??o contra o predomínio econ?mico e cultural da Europa e os Estados Unidos. As vezes é difícil saber que influi mais, o desejo de independencia dessa influência, ou um ideal próprio.Alguns dizem que Fidel Castro come?ou lutando para Se tornar independente da Espanha e dos Estados Unidos, sem ser socialista. Dizem que se converteu em socialista quando EUA. viu a revolu??o como comunista, boicotou a Cuba, e invadiu a Bahia de Cochinos. Muitos comerciantes se foram para EUA. e a política de Castro se p?s mais socialista. Em 1961 se formou o Partido da Revolu??o Socialista.Outros como Peter Bourne, em sua biografia, Fidel64, indicam que Castro já tinha ideias socialistas antes de levar a cabo a revolu??o. Estudou muito quando estava no cárcere depois de seu primeiro intento revolucionário, e saiu com uma ideologia formada. Opina que também muito do impulso de Castro foi por sua admira??o de prévios libertadores.Os defensores do socialismo insistem que seu sistema busca maior igualdade e que tem as prioridades corretas, pondo mais aten??o aos servi?os médicos, a educa??o, a alimenta??o, e os servi?os básicos em geral. Seus críticos dizem que o estado socialista se converte em um poder absoluto no que se perde muita liberdade. Observam que historicamente se prestou para estabelecer um estado totalitarista, com uma elite no poder. Também manifestam que n?o deu bons resultados, que n?o produziu economias que realmente tenham ajudado aos pobres.C. Por que a América Latina é pobre?1) Uma resposta socialista-liberacionistaA resposta da teologia da liberta??o a esta pergunta chave é que a relativa pobreza dae América Latina se deve à injusti?a e a opress?o da parte dos países capitalistas dominantes. Segundo José Míguez Bonino, o capitalismo favorece o forte e poderoso, que eleva a produ??o econ?mica por sobre o desenvolvimento humano65. Os países mais pobres vivem dependentes dos ricos, os quais manejam tudo para seu próprio benefício. Como diz o refr?o, ?O que paga a orquestra manda no baile?. Bonino reclama que, desde a coloniza??o, quando Espanha levou o ouro e a prata, ?o subdesenvolvimento latinoamericano é a sombra do desenvolvimento norteatl?ntico66?. Um dos exemplos favoritos dos marxistas é o caso do Chile. Segundo eles, quatro companhias de cobre norteamericanas levaram do Chile mais de US$110 milh?es durante um período de 60 anos, mais que todo o produto nacional líquido de todo o país em toda sua longa história de 400 anos67!2) Uma resposta capitalistaMichael Novak, em O Espírito do capitalismo democrático, provê outra perspectiva68. Diz que n?o é justo culpar somente o estrangeiro. Inclusive, América Latina nem sempre foi mais pobre. No ano de 1850, o ingresso de pessoa da América Latina era quase igual que nos EUA. Ademais, o interc?mbio econ?mico as vezes favoreceu a América Latina. No ano de 1892, os EUA exportou US$ 96 milh?es à América Latina e América Latina exportou US$ 290 milhóes à EUA. Novak argui que os EUA. Inverteram tanto ou mais em países como Alemanha e Jap?o, sem produzir dependência ou pobreza.Para responder a acusa??o de que EUA. ganha uma quantidade enorme e injusta com suas invers?es na América Latina, Novak diz que haveria ganhado mais todavia se tivesse depositado o mesmo dinheiro em um banco nos EUA. Para refutar o argumento de que EUA. se desenvolve a custa dos países mais pobres, aponta o fato de que o 80% de suas invers?es est?o em países desenvolvidos. Qual é a causa da pobreza na América Latina, ent?o? Sem negar que houve abusos e injusti?as, Novak destaca outros fatores:a) A popula??oEm 1940 EUA. e América Latina tinham a mesma popula??o: 130 milh?es. Em 1977 EUA. tinha 220 milhóes, enquanto que América Latina tinha 342 milh?es. b) A mentalidade católica anticapitalistaNa Europa, durante a contrar-reforma, a igreja estava estreitamente relacionada com o governo, e assim se aplacava o esfor?o capitalista. Os capitalistas abandonaram os países católicos, e foram aos países protestantes, onde tiveram êxito. Os governos dos países católicos restringiam a empresa privada, e davam licen?a para monopólios estatais. Isto sucedeu especialmente nos países dependentes da Espanha, impedindo iniciativa e crescimento econ?mico. c) A estrutura social importada da EspanhaAdemais, os espanhóis exportaram da América Latina a estrutura social dualista de senhor/servo. Este sistema também impedia a liberdade e desanimava a iniciativa privada. Novak opina que a economia em geral n?o está t?o fraca na América Latina, comparada com outras regi?es do mundo. Entretanto, a distribui??o dos ingresos foi desigual.D. A Infla??oA infla??o é um dos piores inimigos da economia. Comumente se observa a infla??o como um aumento nos pre?os. Entretanto, a infla??o fundamentalmente significa que o dinheiro tem menos poder de compra. Qual é a causa? Gary North69 analiza as seiguintes causas:a) Debilitar o metal das moedas (Ezequiel 14:21-23, Proverbios 25:4-5). North observa que na Roma antiga, quando o governo queria fazer mais moedas, em vez de buscar mais ouro ou prata simplesmente tiravam um peda?o da boda das moedas existentes, e usavam o metal para fazer moedas novas. Hoje se faz o mesmo, fazendo moedas ?sandiche? (com prata por fora e cobre por dentro), ou mudando o metal totalmente (cobre em vez de ouro, níquel em vez de prata). O resultado desta manobra é que cada moeda vale menos, o qual equivale a infla??o.b) Fazer dinheiro sem respaldo de metais preciosos. Originalmente, os EUA. tinham respaldo de ouro por todo o dinheiro. Por cada cédula de um dólar, havia um peda?o de ouro desse valor. Depois, o governo come?ou a imprimir muitas cédulas sem suficientes fundos de metais preciosos. Vascilaram um tempo entre um respaldo total, nenhum respaldo, e um respaldo parcial, até a presidência de Nixon, quando se p?s fim a política de apoiar as cédulas com ouro. North opina que isto equivale falsificar cédulas. O resultado é que cada cédula vale menos no mercado, o qual significa infla??o.Por que ?vale menos? cada cédula? Suponhamos uma situa??o: Há cem cédulas de um dólar em existência, cem pessoas em existência, cada pessoa tem um dólar, e se oferecem cinquenta garrafas de refresco por um dólar cada uma. Cinquenta pessoas podem comprar um refresco, n?o é verdade? Se todos querem um, será quest?o de vender às primeiras cinquenta pessoas que chegam. Agora suponhamos que come?amos com a mesma situa??o de cem cédulas, cem pessoas, e cinquenta refrescos, mas que agora o governo imprime cinquenta cédulas adicionais e os distribui a cinquenta pessoas. Agora cinquenta pessoas tem dois dólares, e cinqüenta pessoas tem só um dólar. Suponhamos que se vendem cinqüenta refrescos de novo. Se o vendedor é astuto, se dará conta de que enfrenta uma boa situa??o: ele pode subir o pre?o a dois dólares e todavia vender todos os refrescos! Agora quem pode comprá-los? Obviamente os que tem dois dólares est?o com uma vantagem! O que tinha uma cédula antes n?o fez nada, mas sua cédula abaixou no valor. Assim funciona a infla??o. Por suposto, a historinha está muito simplificada, mas o conceito é válido.Os primeiros bancos eram literalmente bancas de madeira situadas na pra?a, onde guardavam e mudavam moedas. Alguém podia deixar suas moedas e o banqueiro lhes dava uma nota. Logo os banqueiros se deram conta de que muitos n?o pediam suas moedas quando voltavam a fazer um interc?mbio, smas que somente intercambiavam suas notas. Assim que os banqueiros coxme?aram a fazer empréstimos, até além do dinheiro que tinham guardado. De repente estavam circulando muitas notas, é dizer, muito ?dinheiro?, sem ter o respaldo de moedas. Se todos quisessem pedir suas moedas de uma vez, quebraria o banco. Muitos governos atuais fazem o mesmo. O resultado é que o dinheiro vale muito menos na competência do mercado, tal como vimos no caso dos refrescos.c) O sistema de invers?es com interesses (?reservas fracionais ?). Hoje em dia um banco tem que guardar somente uma porcentagem do dinheiro depositado. Esta porcentagem pode variar, normalmente em torno de dez ou vinte por cento, e depende do país. O resto o podem emprestar. Este sistema se chama ?reservas fracionais?. Suponhamos que a porcentagem é de 10% (o requisito legal nos EUA. em 2006). Isto significa que uma pessoa pode depositar mil dólares, e quando o banco terminar de manejar este dinheiro, no final ?existem? como 10 mil dólares em circula??o. O resultado é que cada dólar vale menos para competir no mercado (= infla??o).A matemática é assim no caso de 10% reservado:Pessoa # 1 tem $1.000 e os deposita no banco.O banco guarda $100 e empresta o resto ($900) a pessoa # 2.Pessoa # 2 tem $900 e os deposita no outro banco.O banco guarda $90 e empresta o resto ($810) a pessoa # 3.Pessoa # 3 tem $810 e os deposita em outro banco.O banco guarda $ 81 e empresta o resto ($729) a pessoa # 4.Pessoa # 4 tem $729, etc., etc.Se continuarmos este exercício ad infinitum (e n?o temos agregado os interesses que paga o banco pelas invers?es), o total de dinheiro que ?existe? s?o como $10.000! A pessoa #1 todavia tem $1.000, #2 tem $900, #3 tem $891 etc. Fixe que o dinheiro se multiplicou sem fazer quase nada. O trabalho invertido foi simplesmente o tempo dos empregados em receber ou emprestar o dinheiro e manejar as cifras no computador. O resultado: Ainda que a pessoa #1 pense que está ganhando dinheiro com os interesses, há 10 vezes mais dinheiro em circula??o, assim que seu dinheiro tem muito menos poder de compra (= infla??o). ? como seguir jogando mais água ao suco; tem cada vez menos sabor.O sistema capitalista está baseado neste processo de crédito e invers?es. O que maneja muito dinheiro, ganha mais, mas o pobre que n?o pode inverter seu dinheiro para ganhar interesses perde o poder de compra, e seu dinheiro vale menos. O tema de reservas fracionais tem causado muito debate. Alguns economistas n?o est?o de acordo com a perspectiva de Gary North. Justificam o sistema, dizendo que o dinheiro emprestado pelo banco se utiliza para produzir algo, e portanto, n?o causa infla??o. Por exjemplo, se um comerciante pede dinheiro emprestado para abrir uma padaria, terá mais p?o disponível, e a maior oferta fará que se abaixem os pre?os. N?o obstante, ainda que o fator da produ??o minimiza o problema, a infla??o segue sendo um problema sério no sistema capitalista.E. Princípios econ?micos no Antigo TestamentoSe encontram duas pautas éticas no Antigo Testamento que nos ajudar?o a desenvolver uma filosofia econ?mica: 1) Devemos trabalhar com diligência, e 2) Devemos mostrar compaix?o aos demais. Como vimos anteriormente, o Pentateuco (em passagens como Levítico 25) nos ensina que temos a liberdade para melhorar nossa situa??o, sempre que estamos ajudando aos necessitados. Haviam ordenado muitas formas de prover para os pobres, como a instru??o de deixar algo de gr?o no campo, sem colher (Levítico 23.22). Ninguém devia morrer de fome em Israel! A história do maná no deserto ilustra vários princípios. Os que recolhiam demasiado tinham justo o suficiente, e os que recolhiam muito pouco também tinham suficiente. Isto nos ensina que devemos evitar o excesso egoísta, e que devemos cuidar aos que tem menos. Os que tratavam de guardar o maná durante a noite perdiam tudo pela manh?. Isto nos ensina a confiar no Senhor para nossa provis?o diária. Os Provérbios p?em ênfase no fato de que é sabio trabalhar diligentemente e honestamente (6.6, 11.1, 19.1, 20.4, 24.27, 26.13- 14). Os profetas p?em ênfase na compaix?o e a justi?a para os necessitados (Isaías 3.14-15, Amós 2.6-7). Estas duas pautas da diligência e a compaix?o n?o se contradizem, mas que se complementam. Se praticássemos somente estes dois princípios, consegueríamos estabelecer uma economia mais s? e mais justa.Enquanto a empréstimos e interesses, se proibia que um israelita cobrasse interesses a outro irm?o israelita, mas n?o a um estrangeiro.Deuter?nomio 23.19,20A teu irm?o n?o emprestarás com juros, seja dinheiro, seja comida ou qualquer coisa que é costume se emprestar com juros. Ao estrangeiro emprestará com juros, porém ao teu irm?o n?o emprestarás com juros, para que o senhor teu Deus te aben?oe em todos os teus empreendimentos na terra a qual passas a possuir. (Veja também ?xodo 22.25 e Levítico 25:35-38)Isto n?o significa necessariamente que hoje em nossos bancos sempre seja um pecado cobrar interesses, especialmente a alguém que pediu um empréstimo voluntariamente para criar ou melhorar um negócio que produz algo. Entretanto, significa que a justi?a e a compaix?o se devem incorporar nas práticas bancárias.F. Jesus e a economiaTal como vimos no capítulo anterior acerca da política, encontramos que Jesus n?o se pronunciou sobre algum sistema econ?mico. Mas nos inculca novos valores éticos e novas atitudes. N?o devemos fazer tesouros na terra (Mateus 6.19,20), nem trabalhar excessivamente por coisas materiais, mas confiar no Pai celestial (Mateus 6.25-34). A abund?ncia aparentemente faz difícil ver a necessidade de Deus, e portanto é difícil para um rico entrar no reino de Deus (Mateus 19.23). Devemos dar aos pobres, dispostos a entregar tudo se necessário (Lucas 18.18- 30). Jesus mesmo nos deu um exemplo de deixar nossa comodidade para ajudar os demais.2 Corintios 8.9Pois conhoceis a gra?a de nosso Senhor Jesus Cristo, que sendo rico, se fez pobre por amor de vós, para que, pela sua pobreza vos tornásseis ricos.A Igreja Católica, gra?as a teologia de liberta??o, adotou o lema de um ?amor de preferência? para os pobres70. Creio que se isto se refere somente aos que s?o materialmente pobres, está muito limitado e mal enfocado. Mas creio que Deus tem preocupa??o especial para qualquer pessoa necessitada, seja que sofra de depress?o, que viva em uma família conflitiva, que esteje propenso ao alcool ou drogas, que n?o tenha pais, que viva longe da sua família, ou que seja materialmente pobre. Os que s?o economicamente pobres n?o s?o os únicos que sofrem, e creio que devemos mostrar um amor especial a todos eles, sem deixar de amar a todo tipo de pessoa.Se pudéssemos praticar os valores que nos deixou Jesus, e se pudéssemos assumir a atitude de Jesus para os que sofrem, a economia funcionaria bem.Perguntas de revis?o1. Qual é o valor chave do capitalismo?2. Como se chama o ?pai? do capitalismo? Qual foi sua teoria?3. Qual foi a prova mais difícil para o capitalismo?4. Que solu??o deu John Maynard Keynes a este problema?5. Qual é o valor chave do socialismo?6. Quem é considerado o pai do socialismo?7. Por que este dizia que havia ?posto de pé? a Hegel?8. Em que consiste fundamentalmente a história da sociedade?, segundo Marx.9. O que disse Marx acerca da religi?o?10. Como se distingue a posi??o de Marx e Engels da posi??o de Lênin quanto a maneira de conseguir uma reforma?11. Qual é a resposta da teologia da liberta??o à pergunta de por que América Latina é pobre?12. Quais s?o três causas importantes da pobreza na América Latina?, segundo Michael Novak.13. Quais s?o as causas da infla??o?, segundo Gary North.14. Quais s?o as duas pautas éticas no Antigo Testamento que nos ajudar?o a desenvolver uma filosofia econ?mica?15. Que podemos aprender de Jesus acerca da economia?Perguntas de reflex?o1. Que sistema econ?mico reflete valores mais crist?os?2. Por que América Latina é pobre em compara??o com a Europa e Estados Unidos?3. Quais s?o os problemas econ?micos de seu país, e que solu??es pode sugerir?Capítulo 7Um enfoque crist?o dasciências naturais e da matemáticaQuando estava na escola, meu professor de ciências naturais disse uma vez que os cientistas deveriam ser as pessoas que mais crêem em Deus. Afirmou que, quanto mais estudava a natureza, mais óbvio ficava que Deus existia. Deveria ser assim, porque a natureza revela a Deus.Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia a obra de suas m?os. (Salmo 19.1)Porque as coisas invisíveis dele, seu eterno poder e deidade, se fazem claramente visíveis desde a cria??o do mundo, sendo entendidas por meio das coisas feitas, de modo que n?o tem desculpa. (Romanos 1.20)Mas lamentavelmente n?o é sempre assim. Nos últimos séculos, se desenvolveu uma luta entre a ciência e o cristianismo. Isto se deve ao intento da ciência de ser independente da fé. Para ser ?objetivos?, pretendem deixar a Deus fora da sala de biologia, química, física, ou psicologia.Felizmente, a gra?a comum (ou ?universal?) de Deus alcan?a a todo ser humano, e muita atividade científica é válida e beneficiosa para toda a humanidade. Ainda que o cirurgi?o n?o fosse crist?o, dou gra?as por salvar a vida de minha m?e quando sofria de problemas cardíacos. Devemos dar gra?as a Deus pela descoberta de medicamentos, pelo estudo de problemas psicológicos e sociais, pelo invento de tantas máquinas que fazem que o mundo seja mais c?modo, e pelo prognóstico do tempo.Entretanto, nestos capítulos estamos analisando a forma de pensar. No ?mbito intelectual, a ciência se foi distanciando da fé crist?.A. O conflitoPara nós, há duas fontes principais de revela??o: a natureza e as Escrituras. Como Deus é o autor das duas formas de revela??o, n?o se contradizem. Portanto, quando se pratica a ciência corretamente e quando se estuda a Bíblia corretamente, n?o há conflito. N?o obstante, há aparentes contradi??es causadas por interpreta??es err?neas, seja da Bíblia ou seja da natureza. A teoria da evolu??o é uma aparente contradi??o entre a evidência científica e o ensino bíblico. As teorias psicológicas de Sigmund Freud n?o concordam com a doutrina crist? do homem, da culpa e do pecado. Estes temas nos obrigam a formular um enfoque crist?o da ciência.Os filósofos dos últimos séculos tem separado a fé e a raz?o. Temos mencionado anteriormente a Kant, por exemplo, que destacou esta separa??o. Ele distinguiu entre o mundo dos ?noumênos? e o mundo dos ?fen?menos?, entre o mundo metafísico e o mundo físico. A raz?o ?pura? funciona no mundo físico, mas no mundo metafísico, somente funciona a raz?o ?prática.? Este mundo está cheio de contradi??es e antinomias. A religi?o, a moralidade a liberdade e a ética est?o no mundo dos ?noumênos?.religi?o, moralidade liberdade, éticaRAZ?O PR?TICAMundo metafísicoMundo físicoRAZ?O PURACiência , experiêncianoumênosfen?menosAssim se formou uma dicotomia daninha. A ciência chega a ser racional e objetiva, enquanto os assuntos religiosos s?o ambíguos e contraditórios. Alguns negam o uso da fé para a interpreta??o da natureza, e outros negam o uso da raz?o para interpretar os assuntos ?religiosos?.Agora na época chamada ?pós-moderna? se perdeu a confian?a na ciência e na raz?o. O problema é mais dramático porque o homem havia posto toda sua confian?a na raz?o para saber a verdade, e sem essa confian?a, o homem perdeu a esperan?a de saber algo.El Dr. H. van Riessen, em Enfoque crist?o da ciência, nos recorda que os reformadores trataram de incentivar o desenvolvimento das ciências para servir a Deus, e que se opuseram a separar a ciência da fé. Foi o humanismo que derrubou este conceito e deixou a ciência com sua autonomia. Observa que a mesma confian?a no progresso que estava detrás das filosofias de Hegel, Darwin, e Marx foi a causa da sua própria morte. Por que? Porque segundo seu esquema, tudo é relativo. Se tudo muda como dizem, de manh? poderia encontrar que minhas convic??es de hoje já n?o s?o verdadeiras! Como posso confiar inclusive em minhas próprias teorias? O positivismo (Comte) cria no conhecimento seguro (?positivo?), porque pretendia estudar somente os fatos observáveis, algo verdadeiro e ?neutro?. Entretanto, se somente os ?fatos observáveis ? s?o verdadeiros, por que confiar em uma teoria, ou em uma filosofia? E se n?o posso confiar em uma teoria, tampouco é válida minha própria teoria positivista, o postulado de que os fatos observáveis s?o verdadeiros. Van Riesen diz que o problema fundamental do enfoque moderno da ciência é a pretendida autonomia e ?objetividade? da ciência e a raz?o. Diz: ?A causa da crise está na cren?a do homem em seu poder independente e em seu domínio do mundo por meio da ciência71?.N?o há tal coisa como um ?fato objetivo?, ou um ?fato bruto?, como diz Cornelius Van Til. Somente existem fatos interpretados72. Por exemplo, alguém poderia ?crer? na ressurrei??o de Jesus como um fato histórico. N?o obstante, isso n?o significa muito se n?o entende por que morreu Cristo. Cada evento na história tem uma interpreta??o, e ninguem pode ser objetivo em relatá-lo. Para entender um ?fato? corretamente, temos que aceitar a interpreta??o que Deus dá.O erro foi em subestimar a influência do pecado, e o dano feito à imagem de Deus na queda. O pensamento do homem também foi afetado. O uso da raz?o está danificado. Inclusive, no crist?, ainda que seu espírito está sendo renovado, todavia sofre as consequências da queda. Portanto, a dimens?o da fé deve ter certa prioridade sobre a dimens?o da raz?o. A revela??o das Escrituras deve ter a prioridade sobre a interpreta??o da natureza por meio da raz?o. A Bíblia é uma forma mais direta, sendo verbal. A raz?o e a ciência devem submeter-se às Escrituras.B. O evolucionismoTalvez o ataque científico mais forte contra a fé crist? tanha vindo da teoria ateísta da evolu??o. Hoje em dia se ensina a teoria como se fosse um fato. A perspectiva evolucionista tem tido uma enorme influência, n?o somente na ciência, mas também na filosofia (a dialética), a economia (Carl Marx), a religi?o (Teilhard de Chardin), e todo tema de pensamento. Se pressup?e que n?o somente o mundo material, como também o pensamento do homem veio se desenvolvendo constantemente para algo melhor. Este enfoque fez com que muitos duvidem de sua fé, porque pretende explicar a existência de tudo, sem levar Deus em conta.A Biblia ensina claramente que Deus criou tudo com o poder de sua palavra de forma milagrosa. Esta revela??o deve orientar nossa investiga??o científica, e qualquer teoria deve submeter-se às Escrituras e ser compatível a elas.Além do mais, há alguns problemas sérios com a evidência científica da evolu??o como um processo largo e gradual. Um dos problemas mais sérios está relacionado com o registro fóssil: a falta de amostras transicionais. Quer dizer, n?o há evidência das mudan?as graduais entre as espécies! Só existem fósseis de animais muito distintos entre si. Por exemplo, segundo a teoria da evolu??o, devemos encontrar numerosas amostras que conectem os peixes com os anfíbios, porém n?o há73. Isto é a chave para provar sua teoria, mas a evidência sugere ?saltos? em vez de processos graduais. O cavalo tem sido um exemplo clássico da evolu??o, mas ao examinar a evidência, n?o há exemplos de transi??o entre um animal pré-cavalo que se transformou pouco a pouco em um cavalo como conhecemos atualmente, sen?o só espécies de animais muito distintos. No entanto, estas distintas espécies n?o se encontram em sucessivas camadas segundo sua complexidade, sen?o que est?o todas praticamente na mesma idade histórica e em lugares muito distantes74.N?o há forma de transi??oDuane Gish (Ph.D., bioquímico), em seu livro breve porém convincente, Creación, evolución y el registro fósil, cita alguns dos mesmos evolucionistas acerca desta contradi??o: ?Esta ausência regular de formas de transi??o n?o está limitada aos mamíferos, sen?o que é um fen?meno quase universal.??Assim, é possível afirmar que tais transforma??es n?o est?o registradas porque n?o existiram, que as mudan?as n?o foram por transi??o, sen?o por saltos repentinos na evolu??o.??Brevemente, cada grupo, ordem ou família, parece haver nascido repentinamente, e a duras penas, sem jamais, encontrarmos as formas que unem ao grupo precedente.? (L. DuNouy76)?N?o importa o qu?o longe cheguemos no registro fóssil da vida animal prévia sobre a terra, n?o encontramos nenhum desenho de qualquer forma animal que seja intermédio entre qualquer dos principais grupos, ou filo.? (A. H. Clark77)Como harmonizar o relato bíblico com a suposta evidência de uma terra muito antiga? Alguns propuseram que os ?dias? mencionados nos primeiros capítulos de Gênesis n?o s?o de vinte quatro horas, mas s?o períodos largos de tempo. Outros sugerem que houve um lapso de tempo largo entre a cria??o inicial e os dias em que Deus ordenou tudo. Estas teorías s?o possíveis, porém n?o seriam as interpreta??es mais naturais e óbvias de Gênesis.Outros sustentam que Deus criou a terra com a aparência de ter existido desde milh?es de anos. Esta teoria se chama a teoria da ?terra madura?. Tal como Ad?o foi criado adulto e n?o bebê, as árvores foram criadas grandes , e assim tudo foi criado com a aparência de muita idade. Os vales e os troncos de árvore, por exemplo, foram feitos grandes, como se os rios houvessem corroído a terra por milênios. Deus fez tudo como se fosse uma foto tirada em meio a um período de tempo.Na realidade, haveria sido difícil que algumas coisas funcionassem sem ser totalmente desenvolvidas. Antonio Cruz fala da ?complexidade irredutível78?. Isto significa que há coisas t?o complexas que n?o funcionam sem estar totalmente desenvolvidas. Sua complexidade n?o se pode reduzir. O olho é um exemplo; n?o funciona sem o nervo, sem a retina, ou sem a pupila, por exemplo. Agora, pensemos no suposto processo da evolu??o. Imagine se durante uma etapa histórica todos os cachorros tivessem um olho parcialmente desenvolvido. Estariam cegos! Como sobreviveriam? Imagine se uma espécie de cachorro com patas subdesenvolvidas de dois ou três centímetros de comprimento N?o poderiam caminhar, e n?o teriam sobrevivido! Francis Schaeffer menciona o caso do peixe que está desenvolvendo pulm?es. Se afogaria79! Este conceito da complexidade irredutível sugere que toda a cria??o tenha sido feito de forma completa em pouco tempo. Haveria sido necessário criá-lo assim para que tudo funcionasse.Whitcomb e Morris observam que as plantas necessitam de subst?ncias que normalmente vem de um processo de decomposi??o e eros?o. Portanto, as primeiras plantas teriam se alimentado de terra que tinha a aparência de muita idade. Assim todas as plantas e animais foram colocados em um ambiente apropiado para sua sobrevivência80.Além do mais, eles combinam a interpreta??o de uma cria??o madura com a teoria dos efeitos do Grande Dilúvio. Pensam que o dilúvio trouxe uma mudan?a drástica no clima, com resfriamento e a forma??o de gelo em algumas partes, causando a morte instant?nea de animais grandes como os dinossauros. Também pode haver causado o deslizamento de glacis, formando vales acidentados que d?o a impress?o de ter sido o efeito de muito tempo. Creem que o dilúvio produziu n?o somente chuva, mas também terremotos e erup??es. A passagem bíblica também sugere que houve outros aspectos do desastre além da chuva no tempo do Grande Dilúvio (Gênesis 7:11). Isto explicaria as camadas de sedimenta??o com fósseis também. As espécies muito simples haveriam sido pegas pelas primeiras ondas de destrui??o, enquanto os animais mais complexos haveriam tido a capacidade de mover-se e escapar até mais tarde, sendo enterrados em uma camada superior. (O fato de que há exce??es neste grupo é fácil de explicar com uma catástrofe, mas impossível de explicar no esquema evolucionista81!)Pense nisto: Que ?idade? tinha Ad?o no momento quando Foi criado? Teria o corpo de um homem de trinta anos? Possivelmente. Agora, se você tivesse chegado um minuto depois da cria??o de Ad?o, possivelmente teria pensado que fora criado trinta anos atrás. Quando na realidad, só teria a aparência de tanta idade. Pense nas plantas. Ad?o e Eva necessitavam de alimentos, por isso Deus teve que colocar, n?o semites, e sim plantas crescidas no jardim do Edém. Agora, suponhamos que você chega um minuto depois da cria??o e come?a a examinar uma árvore. Se corta o tronco, pode contar os anéis para saber sua idade. Você pensaria que a árvore houvesse crescido durante 100 anos, mas somente tem um minuto de existência. Seria um engano da parte de Deus? N?o! Foi necessário. Se foi assim com Ad?o e as plantas, possivelmente foi assim também com todo o resto da cria??o.A interpreta??o de que Deus fez tudo por período parece concordar melhor com o relato bíblico, e lhe outorga ao Senhor a honra que merece por uma cria??o do nada, instant?nea, e com o poder de Sua Palavra. Devemos levar em conta também os resultados catastróficos do Grande Dilúvio. Qualquer coisa que dê evidência de muita antiguidade pode ser explicada com o enfoque de uma cria??o madura. ? práticamente impossível comprovar que N?O tenha sido assim!Isto n?o significa que as interpreta??es de um longo lapso de tempo ou dos dias como períodos longos sejam heresias. Já que n?o estávamos ali quando Deus fez tudo, e já que a Biblia n?o pretende dar todos os detalhes, devemos formar nossas convic??es próprias com humildade e uma mente aberta, evitando o dogmatismo.C. O lugar da Bíblia na ciênciaA Bíblia n?o é um texto científico. Entertanto, quando fala de dados e fatos científicos, diz a verdade. N?o está separada da ciência. N?o está ao lado da ciência, mas proporciona a base para cada área de estudo. N?o necessariamente provê versículos específicos para responder perguntas científicas, mas nos dá présuposi??es e conceitos básicos. Pelo menos, o fato de que Deus criou o mundo atinge cada aspecto de investiga??o científica.O que devemos fazer quando há aparentes conflitos entre a ciência e a Biblia? Temos que come?ar com a convic??o de que Deus n?o se contradiz, e que n?o há conflito verdadeiro entre a e vidência e a Bíblia. Ent?o, quando parece que há contradi??es, deve haver um novo estudo na Bíblia e uma nova investiga??o da evidência científica, buscando a harmonia. ? possível que em nossa vida nunca encontremos a resposta, mas temos que crer que há uma verdadeira harmonia.D. A matemáticaSe sup?e que a matemática é um campo que é ?neutro?, que n?o debe haver diferen?a entre um enfoque crist?o e um enfoque ateu da matemática. ? justamente por essa raz?o que queremos incluir uns breves comentários acerca desta ciência ?exata?. Se podemos ver que a matemática ainda deve ser estudada com olhos crist?os, estaremos convencidos de que TUDO deve ser analisado com base bíblica.Vern Poythress nos apresenta ?Um enfoque bíblico da matemática82?. Como se mencionou no capítulo 2, o Dr. Poythress é uma boa autoridade no campo, porque tem um doutorado em matemática e também na teologia. Explica alguns exemplos de como influenciam as presuposi??es filosóficas na matemática. Os matemáticos ?intuicionistas?, por exemplo (L.E.J. Brouwer y Arend Heyting), n?o aceitam argumentos por redu??o ao absurdo. (Provar que a nega??o produz uma contradi??o). Por exemplo, vejamos a suposi??o de que há uma só linha reta entre dois pontos. Eles dizem que a verdade matemática tem sua ?coloca??o básica ? na mente humana. Por isso, se n?o podemos saber ou experimentar alguma verdade, ent?o n?o se pode falar inteligentemente do assunto. Portanto, n?o podemos afirmar com certeza que há uma apenas uma linha reta entre dois pontos. Algo t?o importante como pi?π?, que se usa para calcular a área de um círculo ( A=πr2 ) é um tema de controvérsia filosófica. Já que é um número infinito, algunsquestionam a validez de falar de sua existência. Em contraste, o crist?o diz que Deus sabe estas coisas, assim que é legítimo conversar destes temas. As perguntas s?o válidas, ainda que n?o saibamos as respostas.O n?o crente que tenha uma filosofía que afirma a origen desordenada do mundo (por evolu??o ao acaso), terá problemas em explicar por que o mundo corresponde também à matemática. O crist?o sabe que o mundo é ordenado e corresponde à leis de funcionamento que Deus imp?s sobre o universo.Poythress prop?e várias présuposi??es crist?s para fazer matemática:1) Todo conhecimento provém da mente de Deus.2) Há unidade e pluralidade no universo. Isto tem sua origem e sua explica??o no Deus trino, que é três em hum.3) Deus conhece tudo, e por isso se pode falar de coisas como o infinito e de π(pi).4) O homem é a imagem de Deus. Tem uma capacidade de pensamento matemático a priori e também tem a capacidade de examinar o mundo a posteriori.5) Deus criou tudo com ordem. As estruturas matemáticas n?o s?o parte da cria??o, mas um reflexo da natureza de Deus na cria??o.E. Jesus e a ciência? difícil pensar em textos bíblicos onde Jesus tenha dito algo específico acerca da ?ciência? como entendemos a palavra hoje. Na Bíblia ?ciência? significa simplesmente ?conhecimento?.Entretanto, n?o esque?amos que Jesus participou da cria??o (Hebreus 1.1), e que Ele é o ?resplendor da glória do Pai?. Portanto, toda a cria??o reflete Seu caráter e Sua natureza. N?o podemos exatamente entender o evangelho através da natureza, porém há símbolos e pistas do evangelho em toda a cria??o. Jesus ilustrou muitas verdades espirituais com coisas naturais (por exemplo, as sementes, as árvores, a videira, o trigo, as flores, e os pássaros).? importante reconhecer que Jesus também mostrou que o universo n?o está ?fechado?, como pensam alguns filósofos. De fato, Sua própria encarna??o foi uma forma de romper as barreiras do universo, de romper as regras e as leis físicas. Cada milagre que Ele realizou mostra que Ele é soberano, que está acima da fun??o ?normal? da natureza, e que pode sacudir o mundo com Suas a??es sobrenaturais quando quer. Inclusive, a natureza depende a cada momento de Seu cuidado. Hebreus 1.3 diz que Ele ?sustenta todas as coisas com a palavra de seu poder?.Devemos reconquistar os campos científicos para Cristo. Temos entregado estes terrenos aos n?o crentes, aceitando sua pretens?o de ?objetividade? e ?neutralidade?. N?o obstante, est?o longe de ser ?objetivos?. A ciência deveria voltar a ser uma grande aliada dos crist?os.Os ?magos? que foram ver o menino Jesus n?o faziam ?magia?, Mas eram estudiosos, sábios, possivelemente astrólogos, e possivelmente religiosos. O fato de que foram t?o longe para ?adorar? a Jesus simboliza a postura correta de toda ciência, de todo conhecimento, de todo impulso religioso, de toda institui??o, e de toda pessoa: postrada aos pés do Senhor. Revis?o1.A que se deve o esfor?o entre a ciência e o cristianismo nos últimos séculos?2. A que se deve para que a atividade científica seja válida e benéfica para toda a humanidade?3. Explique a distin??o que Kant faz entre os ?noúmenos? e os fen?menos?.4. Qual é o problema fundamental do enfoque moderno da ciência?, segundo H. van Riessen.5.O que quer dizer Van Til quando diz que n?o há ?atos brutos??6. Explique a import?ncia da falta de amostras transicionais ao considerar a teoria da evolu??o.7. Explique as três possíveis maneiras de harmonizar o relato bíblico da cria??o com a aparente antiguidade da terra.8. Explique o significado do conceito da ?complexidade irredutível ? e sua import?ncia ao considerar a teoria da ?terra madura?.9. O que devemos fazer quando há aparentes conflitos entre a ciência e a Biblia?10.Por que os matemáticos ?intuicionistas? dizem que n?o podemos afirmar com certeza que há só uma linha reta entre dois pontos e que n?o podemos falar da validez do valor de ?π??11. Por que toda a natureza nos ensina algo a respeito de Jesus?12. O que simboliza o fato de que os ?magos? foram adorar ao menino Jesus?Perguntas de Reflex?o1.Qual deve ser nossa atitude com rela??o à ciencia?2.Qual é sua teoria de como harmonizar o relato bíblico com a aparente larga idade da terra?3.Acredita que há muita diferen?a entre a maneira em que um crist?o faz a matemática e a maneira em que um n?o crente a faz? Por que?4.Pode pensar em outros ensinos bíblicos acerca de Jesus e a ciência?Capítulo 8Um enfoque crist?o da arteAlguns evangélicos desprezam a arte como algo insignificante ou desnecessário. Mas a arte é um dos aspectos mais importantes de uma cosmovis?o crist?. Inclusive, os crist?os devem estar mais interessados na arte que ninguém! Por que? Porque, ao analisar a arte, podemos detectar as condi??es filosóficas, psicológicas e espirituais da sociedade. Já que os artistas tendem a ser pessoas espiritualmente profundas e sensíveis, frequentemente compreendem os problemas de uma maneira intuitiva, e expressan suas inquietudes através da sua arte. Os pintores, os escritores e os compositores sérios s?o profetas culturais. Ademais, quando o crist?o produz arte, está refletindo a imagem de Deus. Os que desprezam a arte n?o apreciam a import?ncia da criatividade do homem. Apesar da apatia geral entre evangélicos, há escritores como Francis Schaeffer, H.R. Rookmaker, e Dorothy Sayers, que nos tem dado pautas para desenvolver uma perspectiva bíblica da arte.A. Perspectivas de alguns escritores crist?osFrancis SchaefferSchaeffer, ainda que n?o foi artista, fez muito para renovar o interesse na arte entre os evangélicos. Em Art and the Bible [A arte e a Bíblia83], destaca o fato de que Cristo redimiu o homem inteiro e que Cristo é o Senhor de cada aspecto da vida. Mostra que a arte teria um lugar na Bíblia, por exemplo na constru??o do tabernáculo (?xodo 25-28) e no templo (2 Cr?nicas 3-4). A Bíblia contém bela poesia e formosas can??es. Os Salmos nos animam a glorificar o Senhor com dan?a e com instrumentos musicais (Salmos 149 e 150). Schaeffer insiste que a arte tem valor em si misma, simplesmente por sua beleza, e n?o necessariamente por sua utilidade. Nos desafia a fazer uma obra de arte da nossa vida inteira. Recomenda quatro normas para avaliar uma obra de arte:a. Por sua excelência técnica. (Está bem feito?)b. Por sua validez. (Se fez em harmonia com o enfoque da vida do artista, ou somente para ganhar dinheiro ou para ser aceito?)c. Por seu conteúdo intelectual. (? verdade a mensagem ou enfoque da vida que se comunica?)d. Por sua integridade. (O conteúdo e a forma de comunica??o est?o em harmonia?)H.R. RookmaakerRookmaaker era professor de arte, e p?de fazer um aporte muito valioso para uma perspectiva crist? da arte. Em sua obra magnífica, A arte moderna e a morte de uma cultura84, analisa a mensagem de muitas obras de arte, desde a idade média até o século vinte. Quiz mostrar que a arte moderna comunica o fim de uma época, uma época em que o homem confiava na raz?o e na verdade. A época da Ilustra??o enfatizou o homem como centro do universo, confiando no uso da raz?o e na ciência. A corrente católica deixou a fé em um mundo separado da raz?o (Aquino), e a Reforma caiu em um misticismo, deixando o humanismo dominante na cultura. O primeiro passo para a arte moderna era o realismo. Os realistas pintavam ?os fatos?. (Goya, A execu??o dos espanhóis pelos franceses). O Segundo passo para a arte moderna foi o impressionismo. Eles pintavam o que viam, n?o como atos mas como suas próprias impress?es subjetivas (Renoir, Le Moulin de La Galette). Os últimos passos para a arte moderna foram o expressionismo e o dadaísmo. Os expressionistas pintavam, n?o os fatos, e tampouco suas impress?es do que observavam, mas o que eles queriam expressar (Picasso, Les Demoiselles d'Avignon). Segundo o dadaísmo a vida n?o tem sentido. Se ri de tudo o que tem valor. Se abriu um dicionário ao azar para encontrar um nome para o movimento. (O nome ?dada? significa ?cavalo marchador? em francês). No século XX, a cultura morre. Karel Appel diz: ?Eu n?o pinto. Eu pego. A pintura é destrui??o?. Francis Bacon pinta a cabe?a do homem gritando da jaula, e escreve: ?Agora... o homem é consciente de que é um acidente, de que é um ser completamente fútil, de que tem que terminar o jogo sem raz?o85?.Em seu livro, Art Needs no Justification [A arte n?o necessita justifica??o86], Rookmaaker explica que a arte tem fun??es, mas n?o por isso tem o valor que tem. A arte tem valor por si mesmo, por sua beleza. Fala da ilustra??o de uma árvore, que tem muitas fun??es: produz sombra, oxígenio, e madeira, por exemplo, mas sua maior import?ncia está em ser parte da cria??o de Deus. O mesmo vale para o ser humano: nosso valor n?o está no que conseguimos, mas em ser criaturas de Deus. Se um pregador perde sua voz, por exemplo, n?o deixa de ser uma pessoa importante. Deus deu à humanidade a capacidade para fazer coisas belas: a música, a poesia, decora??es e esculturas, e o simples fato de usá-las já agrada a Deus porque de certa forma devolve a Ele uma dádiva. Por tanto, a arte n?o necessita justificar-se. Sua justifica??o está em seruma capacidade dada por Deus. Por suposto a arte também tem muitas fun??es (decorar o ambiente, ou fazer algum objeto para usar na igreja, por exemplo), mas estas fun??es n?o s?o necessárias para que a arte seja legítima. A arte tem seu próprio valor e pode ser apreciada por si mesma.Dorothy SayersEm The Whimsical Christian [O crist?o impredizível], Sayers escreve um capítulo relevante ao tema, ?Para uma estética crist??. Diz que uma obra de arte é algo novo, e n?o simplesmente uma cópia. ? uma ?cria??o?, usando materiais que Deus já criou, mas aplicando a criatividade, que é parte da imagem de Deus no homem. Talcomo Deus criou o mundo a sua imagem, o homem também faz obras de arte ?a sua imagem?. ? dizer, refletem algo do seu caráter e sua pessoa. N?o é que o artista diga, ?Ah, que linda a lua! Vou buscar as palavras que expressem o que gente deveria pensar acerca dela? (isto se chama ?artesania?), mas se encontra dizendo palavras em sua cabe?a e quando as anota e as lê, se diz a si mesmo, ?Assim é! Isso é o que foi para mim a experiência de ver a lua! Agora o reconhe?o e sei o que foi!? Envolve sua experiência, sua express?o da experiência, e o reconhecimento da validez da express?o. A arte contém algo do que viu, mas também algo de si mesma. Ela sustenta que a ?arte? que serve para entreter somente, realmente n?o é arte, mas uma falsifica??o. Está bem fazer algo assim para divertir-se de vez em quando, mas n?o deve substituir a arte verdadeira, porque conduz o espectador a perder o contato com a realidade87.B. A música contempor?nea88No ano de 1994, Walt Mueller analisou os estilos de música que eram representativos do gosto da juventude, e dizia que eram uma ?janela da alma dos nossos filhos?. Portanto, é importante conhecê-los. Sua lista de músicos já necessita atualizar-se, porque a música está mudando vertiginosamente, mas temos selecionado alguns exemplos da sua lista que todavia vendem CDs e que se escutam na rádio hoje em dia. Ademais, suas explica??es dos estilos todavia s?o válidas.Música alternativaEsta música é progressiva, moderna, e difícil de entender. Trata de ser mais sincera, e n?o seguir as fórmulas da música popular. ? elétrica e n?o pretende ser racional. A letra é introspectiva, abstrata, poética e crítica. Inclui outros sub estilos como: gótica (sons tristes funerários, letra sem esperan?a), grunge (com sons fortes de baixo e de percurs?o, letra hostil e rebelde), e rave, ou tecno (computadorizada, repetitiva, rápida, projetadas para festas chamadas ?rave?, em que utilizam efeitos de luzes, e em que frequentemente há consumo de drogas).Exemplos que todavia se escutam: U2, Nine Inch Nails, R.E.M., Red Hot Chili Peppers, Counting Crows, Beck, The Cranberries, Tori Amos, e Bjork.RapEste estilo come?ou no ano de 1976 entre os disk jockey negros nos clubes de Nova York. Eles inseriam seus próprios comentários enquanto mudavam rapidamente de um disco para outro. A ênfase está na letra falada, e na percurs?o. Frequentementedirigem uma mensagem contra o racismo e outros males sociais, mas seu conteúdo é dominado em grande parte pelo sexo e a violência. Seu vocabulário distinto mudou a linguagem da juventude, e sua roupa solta deu pauta para a vestimenta juvenil.Exemplos: L.L. Cool J, Beastie Boys, Ice Cube, Queen Latifah, Run-D.M.C., Hammer, TLC, Salt’N’Pepa, Snoop Doggy Dogg, e Dr. Dre.Heavy MetalEste estilo se caracteriza pelos golpes poderosos e continuados do tambor baixo, os golpes da guitarra baixo, e os gritos do cantor. A guitarra principal também dá a impress?o de estar gritando. A ênfase está no poder, e é composta muitas vezes porjóvens que vivem em situa??es de muita frustra??o. ? frequantemente rebelde, hostil, e moralmente promíscuo, e em alguns casos é sat?nico (black metal).Exemplos: Bon Jovi, Aerosmith, KISS, Ozzy Osbourne, AC/DC, Metallica.RockAinda que já n?o há tantos novos grupos deste estilo, todavia há muitos seguidores que preferem o som ?ao vivo?, sem tantos sons artificiais e computadorizados. Este estilo representava a gera??o dos anos sessenta, que se rebelava contra o consumismo, do governo, e da igreja tradicional. Já n?o é o estilo mais popular, mas todavia atrai muitos que est?o refletindo acerca dos temas sociais atuais.Exemplos: Black Crowes, The Rolling Stones, Eric Clapton, Bruce Springsteen, Lenny Kravitz, e Led Zeppelin.Pop/BaileEsta música é simples, com um ritmo pulsante, adequada para baile. Inclui música eletr?nica, e as can??es s?o fáceis de aprender. Os temas s?o tipicamente rom?nticas. Exemplos: Madonna, Janet Jackson, Mariah Carey, Gloria Estefan, Amy Grant, Sade, e Mary J. Blige89.Eu diria que a mentalidade pós-moderna se manifesta especialmente na letra das can??es da música alternativa e de heavy metal. Por exemplo, observe a letra de uma can??o ?Plain?, por um grupo chamado ?311?. A frase ?tabla rosa? aparentemente fazreferência à ideia filosófica empirista de uma tabla rasa (uma mente em branco, sem nada escrito). O Yin e o Yang s?o termos da religi?o chinesa, o bem e o mal, que segundo eles s?o somente aparentes opostos, mas na realidade s?o unidos.Original...Tabla Rosa is my braindon’t have to guess just whatI’m sayin’don’t mean to bug or drive youinsaneif I had a point I’d say it plainoh, dammit my brain is blankand now I sayit would be a lie if I said I wasinspiredby nothin’ to say but that’s oknod your head to this...Don’t you know the devil is inme and God she is toomy Yin hits my Yang But whatthe heck ya gonna doI choose a rocky ass path butthat’s how I like itlife’s a bowl of punch go aheadand spike it90Tradu??o...Tabla Rosa é minha menten?o tem que adivinhar o queestou dizendon?o quero incomodar ou voltarlouco se tivesse um ponto, diriaclaramente oh, maldita minha menteestá em branco e agora digoseria uma mentira se dissesse queestou surpreendidopor n?o ter nada que dizermas está bemmostra com tua cabe?a queestá de acordo...N?o sabe que o diabo estáem mim e Deus ela tambémmeu Yin toca meu Yang mas quediabos vai fazerEu escolho um caminho pedregosomas assim eu gostoa vida é uma ta?a de refrescohá que encher de licorSe n?o existem os absolutos, n?o se pode distinguir entre o bem e o mal, nem entre Deus e o diabo!? difícil discernir a letra destas can??es, e até depois de saber o que diz, as vezes todavia n?o se entende! Frequentemente há frases que tem sentido, mas o conjunto das frases n?o é coerente. Por exemplo, um grupo popular chamado System of a Down, canta ?Toxicity?:Original...Conversion, software version 7.0looking at life through the eyes of atire hubeating seeds as a pastime activitythe toxicity of our city, of our cityYou, what do you own the world?how do you own disorder, disorderNow, somewhere between thesacred silenceSacred silence and sleepsomewhere, between the sacredsilence and sleepdisorder, disorder, disorder...91...Tradu??o...Convers?o, vers?o de software7.0, olhando a vida através dosolhos do centro de uma rodacomendo sementes como passatempoa toxicidade de nossa cidade,de nossa cidadeTu, que és dono do mundo?como és dono da desordem,desordem?Agora, em algum lugar entre osilêncio sagradoSilêncio sagrado e o sonoem algum lugar, entre o silênciosagrado e o sonodesordem, desordem, desordemSuponho que queriam comunicar que a vida é uma desordem, e portanto, a letra da sua can??o também é uma desordem.N?o queremos dar a impress?o de que toda a música contempor?nea seja como estas can??es da ?vanguarda?. De fato a maioria das can??es que se vendem e que se escutam na rádio s?o simplesmente rom?nticas. O tema do amor é universal, e reflete algo da imagem de Deus. Queremos destacar estes estilos novos justamente porque saem do esquema. O novo sempre dá uma pista acerca das condi??es da sociedade, masn?o representa a maioria dos artistas. ? como a saúde humana; o médico se fixa especialmente nas mudan?as em nossa saúde para analisar nosso estado físico.C. Nossa atitude para com a arteCreio que devemos usar discernimento, mas desenvolver umaatitude mais positiva para com a arte em geral. Existe uma grande pluralidadede estilos e express?es, e devemos reconhecer que muitos delesrefletem conceitos verdadeiros e estilos maravilhosos. Temosque recordar que Deus compartilha Sua gra?a comum e universal com todo ser humano, e que todos levam a imagem de Deus.As vezes a influência crist? é aparente e óbvia. Em seu belíssimo livro, Huellas del cristianismo en el arte, Miguel ?ngel Oyarbide tra?a a história das pinturas que manifestam temas que s?o claramente crist?os92.Mas também podemos encontrar resíduos da verdade crist? em express?es artísticas que n?o s?o t?o obviamente crist?s. William D. Romanowski prop?e esta atitude em sua análise da cultura popular93. Ele considera que a criatividade artística é um dom de Deus, e cita Jo?o Calvino em seu comentário de Gênesis:O invento das artes, e de outras coisas que servem para o uso comum e a conveniência da vida, é um dom de Deus que n?o deve ser de nenhum modo desprezado, e é uma faculdade digna de elogio94.Romanowski encontra temas, especialmente na música e nos filmes, que claramente refletem aspectos da doutrina crist?. Por exemplo, diz que Bruce Springsteen canta acerca do pecado, a tenta??o, o perd?o, a morte, e a esperan?a, entre outros temas.Sem pronunciar-se sobre o verdadeiro compromisso espiritual do cantor sugere que a presen?a destes conceitos em suas can??es se deve a sua crian?a católica. Devemos reconhecer que muitos filmes, programas de televis?o e can??es apresentam uma perspectiva do mundo que inclui a presen?a do sobrenatural, ainda que por certo n?o é um enfoque bíblico (por exemplo, as aventuras de Indiana Jones, os filmes de fic??o científica como a Guerra nas estrelas, e o programa de televis?o Tocado por um anjo). N?o é difícil pensar em exemplos de filmes baseados no tema da luta entre o bem e o mal; O gladiador e A lista de Schindler, por exemplo, despertam o recha?o instintivo para a injusti?a e a crueldade95.Sem impor uma interpreta??o crist? onde n?o foi a inten??o dos productores, o filme Matrix ilustra claramente o tema da reden??o, inclusive os temas da morte substitutiva e a ressurrei??o. No final do filme, o protagonista dá sua vida pelos demais, ressuscita, e destrói o inimigo, fazendo uso de seus novos poderes. Já que Jesus Cristo é o herói maior de todos os tempos, n?o devemos surpreender-nos quando os produtores, conscientemente ou inconscientemente, fazem que os heróis do cine reflitam algumas de suas características.Os temas crist?os aparecen na arte secular, porque a gra?a de Deus alcan?a a todos. Deus revelou algo da Sua verdade a todos, e ainda que tratem de tapá-la, segue manifestando-se. Segundo Romanos, capítulos 1 a 3, por exemplo, todo homeme sabe que Deus existe, tem um sentido de bem e mal, e tem um sentido de culpa. O homem n?o pode apagar totalmente estes conceitos do seu cora??o, por que foram colocados ali por seu Criador. Por suposto, estes conceitos s?o suficientemente interessantes para fazer kil?metros de filmes cinematográficos e para compor milhares de can??es.Se é muito difícil encontrar conceitos crist?os em alguma express?o artística, podemos aproveitar a oportunidade para mostrar o vazio espiritual do n?o crente, e a necessidade de Deus que se aprecia em sua arte. ? dizer, até a arte mais pag? nos serve como ponto de partida para falar do evangelho. Portanto, podemos olhar de forma otimista a desorienta??o da sociedade atual, porque é uma tremenda oportunidade para mostrar a solidez e a beleza da revela??o divina. No desespero e a falta de seguran?a, os crist?os podem escutar as inquieta??es do mundo, mostrar compreens?o, e compartilhar o evangelho.Devemos também aprender a identificarmos com a dor do artista. Kierkegaard nos ajuda a entender:Que é um poeta? Um poeta é um ser infeliz cujo cora??o está machucado por sofrimento secreto mas cujos lábios se tem formado de tal forma estranha que os suspiros e os prantos que escapam deles saem como música bela96.Por exemplo, podemos captar a profunda tristeza nas obras da artista mexicana, Frida Kahlo. Ela sofreu um acidente quando era jovem, e vivia constantemente com a dor física. N?o obstante, seu maior sofrimento era sentimental, em sua rela??o com Diego Rivera, famoso pintor de murais. Segundo ela, seu matrim?nio com ele foi seu ?segundo acidente?, pior que o acidente de ?nibus. Ela pintou auto-retratos, com a cara triste, com cravos em sua cabe?a, com lágrimas, e com um cora??o que goteja sangue sobre seu vestido97.A arte é uma radiografía do artista e da situa??o atual. Segundo Francis Schaeffer, a arte é o ?segundo passo? na linha de influência cultural, depois da filosofia. Mas opina que a arte toca mais pessoas que a filosofia. A música e a cultura geralseguem depois da arte98.Enfim, nossa atitude para com a arte secular se transforma em algo mais positivo quando come?amos a buscar a evidência da gra?a de Deus nele, e quando come?amos a interessar-nos pelo mundo que nos rodeia. Já n?o temos que condenar tudo o que vemos, mas podemos avaliar o bom e o mal. Podemos aprender muito dos artistas, porque s?o pessoas profundamente sensíveis. N?o devemos ser ingênuos, chamando ?crist?? qualquer can??o que mencione o nome de Deus (como alguns fizeram com a can??o dos Beatles dedicada a Hare Krishna, ?My Sweet Lord?). Tampouco convém expor-nos a muito do que se apresenta ao público hoje em dia. (Paulo diz, ?Tudo me é lícito, mas nem tudo convém; tudo me é lícito, mas nem tudo edifica? 1 Coríntios 10.23.) Entretanto, n?o devemos perder a oportunidade de aprender algo da arte, e de buscar resíduos da verdade em qualquer lugar. Sejamos como os antigos mineiros, buscando as pepitas de ouro no barro. D. Jesus e a artePodemos imaginar, ainda que a Bíblia n?o diz muito acerca de Sua juventude, que quando Jesus era jovem, seguramente aprendeu a ser carpinteiro como seu pai terrenal, José. Se foi assim, creio que podemos supor que se destacava por sua excelência. Também podemos imaginar que agradava cantar os louvores no templo e na sinagoga. Sua forma de expressar-se era realmente poética. Ademais, recordemosque a cria??o é Sua obra de arte. Enfim, Jesus era um grande artista.Devemos seguir Seu exemplo e desenvolver nossas habilidades artísticas. Todos podemos desenvolver passatempos, aprender a tocar guitarra ou o piano, a cantar, ou a pintar. A dona de casa pode usar sua casa para expressar seus talentos, e pode usar sua criatividade na prepara??o da comida e no arranjo da mesa. Há muitos trabalhos que s?o dignos de ser chamado arte, como a joalheria, a carpintaria, a arquitetura, ou o desenho. Cada vez que realizamos algo criativo, estamos refletindo a imagem de Deus e de Jesus.Finalmente, quando abrimos o livro de Apocalipse, vemos uma abund?ncia de arte, tudo centrado em Jesus Cristo. O livro mesmo está cheio de simbolismo artístico. Sempre pensei que seria uma grande ben??o se um produtor crist?o pudesse fazer um filme do Apocalipse. Há c?nticos, trombetas, roupa finíssima, e banquetes. Há novos céus e nova terra, e há uma nova Jerusalém com ruas de ouro, rios limpos, e a árvore da vida. A nova cria??o será uma obra de arte maravilhosa, além da nossa imagina??o!Perguntas de revis?o1.Por que o crist?o deve estar mais interessado na arte que ninguém?2.Qual é a perspectiva de Francis Schaeffer acerca do valor da arte?3. Mencione as quatro normas de Schaeffer para avaliar uma obra de arte.4. O que quer mostrar Rookmaaker em seu livro A arte moderna e a morte de uma cultura?5. Qual é a filosofia detrás do dadaísmo?6. O que Dorothy Sayers diz acerca da ?arte? que serve para entreter somente?7. Mencione cinco estilos de música contempor?nea identificados por Walt Mueller.8. Em que estilos de música a letra especialmente manifiesta a mentalidade pós-moderna?, segundo o autor.9. Qual deve ser nossa atitude para com a arte?, segundo o autor. 10. Mencione alguns temas crist?os que se encontram na música e nos filmes n?o crist?os.11. Por que aparecem temas crist?os na arte secular?12. Onde Francis Schaeffer situa a arte na linha de influência cultural?13. Em que sentido devemos ser como os antigos mineiros quando analizamos a arte?14. Em que diferentes sentidos Jesus era um grande artista?Perguntas de reflex?oQual foi sua atitude para com a arte? Este capítulo te fez mudar sua atitude de alguma maneira? Como?Que você diz dos novos estilos de música? O que diz da letra das can??es?Que temas crist?os, ademais dos que s?o mencionados no capítulo, você encontrou na música e nos filmes contempor?neos?Em que maneiras Jesus inspira a desenvolver habilidades artísticas?Como poderia fazer da sua vida uma ?obra de arte??Conclus?oN?o pretendo ter dado respostas definitivas e completas para temas t?o complexos como s?o a política, a economia, a ciência e a arte. Somente quero dar umas pautas e animar aos leitores a seguir trabalhando no desenvolvimento de uma cosmovis?o crist?. Ninguém terá completa integridade intelectual nesta vida, mas devemos seguir para a meta.N?o podemos ir ao extremo de alguns autores que foram citados no livro, que reclamam que n?o existe a possibilidade de conhecer a verdade. Gra?as ao Senhor, estamos pelo menos no caminho correto, porque Jesus é ?o caminho, a verdade, e a vida?. Nos identificamos com Tolstoi quando diz:Se conhe?o o caminho para casa, e estou caminhando nele, ainda que esteje ébrio, será o caminho equivocado, somente porque estou cambaleando de um lado para outro?99Ainda que nos encontremos manquejando, n?o abandonemos o caminho!BibliografíaBahnsen, Greg. Van Til’s Apologetic [La apologética de Van Til]. Phillipsburg,New Jersey: P&R, 1998.Blamires, Harry. The Christian Mind [La mente cristiana]. Ann Arbor, Michigan: Servant Books, 1963.Blank, Rodolfo. Teología y misión en América Latina. San Luis, Missouri: Concordia, 1996.Bonino, José Míguez. Ama y haz lo que quieras; hacia una ética del hombre nuevo. 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Soul Survivor; How My Faith Survived the Church [Sobreviviente]. New York: Doubleday, 2001.GU?A DE ESTUDIOIntegridade IntelectualIntrodu??oUma das ben??os mais extraordinárias que temos em Cristo é o desenvolvimento de uma nova forma de pensar. Tal como o Senhor nos santifica moralmente, também nos transforma mentalmente. O apóstolo Paulo nos exorta a ?renovar? nossa mente e tomar ?cativo? todo pensamento para Cristo.Romanos 12.2N?o vos conformeis com este século, mas transformai-vos por meio da renova??o do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa agradável e perfeita vontade de Deus.2 Coríntios 10.5...derribando argumentos e toda altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo...Entretanto, n?o aproveitamos esta ben??o como devemos. Este curso ajudará a levar a sério este aspecto de nosso crescimento crist?o, e a come?ar a tarefa de formar uma mente crist?. Terá multid?es de aplica??es práticas. Creio que o estudo deste tema pode ser uma das experiências mais importantes da sua vida!Descri??o do cursoO propósito desta trabalho é orientar o aluno em sua forma de pensar, para que inicie a desenvolver um enfoque crist?o de vida, tanto nos aspectos filosóficos como nos aspectos sociais e culturais, e para que possa defender este enfoque frente às op??es n?o crist?s.Para obter isto, 1) se mostra a necessidade de desenvolver uma ?mente crist??, 2) se comparam os enfoques n?o crist?os com a posi??o bíblica, 3) se sugerem métodos para defender a posi??o crist?, 4) se apresenta o desafío de transformar cada aspecto depensamento e cada área da sociedade, e 5) se d?o algumas pautas bíblicas para reflexión em certas áreas das ciências sociais, as ciências naturais e as belas o estabelecer um seminário em sua igrejaPara desenvolver um programa de estudos em sua igreja, usando os cursos oferecidos pela Universidade FLET, se recomenda que a igreja nomeie um comitê ou um Diretor de Educa??o Crist?. Logo, se deverá escrever a Miami para solicitar o catálogo oferecido gratuitamente pela FLET.O catálogo contém:1. A lista dos cursos oferecidos, junto com programas e ofertas especiais,2. A acredita??o que a Universidade FLET oferece,3. A maneira de afiliar-se a FLET para estabelecer um seminário em sua igreja.Logo de estudar o catálogo e o programa de estudos oferecidos pela FLET, o comitê ou o diretor poderá fazer suas recomenda??es ao pastor e aos líderes da igreja para o estabelecimiento de um seminário ou instituto bíblico creditado pela FLET.Universidade FLET14540 SW 136 Street No 108Miami, FL 33186Telefone: (305) 378-8700Fax: (305) 232-5832e-mail: admisiones@fPágina web: www .flet.eduComo obter um curso creditado pela FLETSe o estudante deseja receber crédito por estes cursos, deve:1. Preencher a solicita??o para ingresso.2. Providenciar uma carta de referência do seu pastor ou um líder crist?oreconhecido.3. Pagar o custo correspondente. (Ver ?Política financeira? no Catálogo acadêmico.)4. Enviar ao escritório da FLET ou entregar ao representante da FLET autorizado, uma cópia do seu diploma, certificado de notas ou algum documento que comprove que tenha terminado o ensino fundamental e médio 5. Fazer todas as tarefas indicadas nesta guia.Nota: Ver ?Requisitos de admiss?on? no Catálogo acadêmico para mais informa??o fazer o estudoCada curso tem seu próprio método de estudos e suas próprias tarefas. Siga cada passo com cuidado. Uma pessoa pode fazer o curso individualmente, ou se pode unir com outros membros da igreja que também desejam estudar.Em forma individual:Se o estudante faz o curso como indivíduo, se comunicará diretamente com o escritório da Universidade FLET. O aluno enviará seu exame e todas suas tarefas a este escritório, e receberá toda comunica??o diretamente dele. O texto mesmo servirá como?professor? para o curso, mas o aluno poderá dirigir-se ao escritório para fazer consultas. O estudante deverá ter um pastor ou monitor autorizado pela FLET para tomar seu exame (sugerimos que seja a mesma pessoa que firmou a carta de recomenda??o).Em forma de grupo:Se o estudante faz o curso em grupo, se nomeará um ?facilitador ? (monitor, guia) que se comunicará com o escritório da FLET. Portanto, os alunos se comunicar?o com o facilitador, em vez de Comunicar-se diretamente com o escritório da FLET. O grupo pode escolher seu próprio facilitador, ou o pastor pode selecionar alguém do grupo para ser guia ou conselheiro, ou os estudantes podem desempenhar este rol por turno. Seria aconselhável que a igreja tenha vários grupos de estudo e que o pastor sirva de facilitador de um dos grupos; quando o pastor se envolve, seu exemplo anima a congrega??o inteira e ele mesmo se faz partícipe do processo de aprendizagem.Estes grupos tem de reunir-se regularmente (normalmente uma vez por semana) sob a supervis?o do facilitador para que juntos possam cumprir com os requisitos do estudo (os detalhes se encontrar?o nas próximas páginas). Recomendamos que os grupos sejam compostos de 5 e n?o mais de 10 pessoas.O facilitador seguirá o ?Manual para o facilitador? que se encontra no final do livro. O texto serve como ?professor?, enquanto que o facilitador serve de coordenador que assegura que o trabalho seje feito corretamente.O plano de ensino FLETO processo educacional deve ser desfrutado, n?o suportado. Portanto n?o deve converter-se em um exercício legalista. A sua vez, deve estabelecer metas. Preencha os seguintes espa?os:Anote sua meta diária ou semanal de estudos:___________________________Horário de estudo:_______________________________________________Dia da reuni?o:________________________________________________Lugar da reuni?o:______________________________________________Op??es para realizar os cursosEste curso se pode realizar de três maneiras. O aluno pode escolher o plano intensivo com o qual pode completar seus estudos em um mês e ent?o, se deseja, pode fazer o exame final da FLET para receber credita??o. Se deseja fazer o curso a um passomais c?modo o pode realizar no espa?o de dois meses (tempo recomendado para aqueles que n?o tem pressa). Igualmente que na primeira op??o, o aluno pode fazer um exame final para obter crédito pelo curso. Outra op??o é fazer o estudo com o plano extendido, no qual se completam os estudos e o exame final em três meses.Metas e objetivos gerais do cursoMetas1. (Cognitiva) O aluno conhecerá as diferen?as entre uma cosmovis?o crist? e as cosmovis?es n?o crist?s principais, especialmente nas áreas de ontologia, epistemologia e ética. Saberá identificar os pontos de inconsequencia das posi??es n?o crist?s e saberá defender a posi??o crist?. Conhecerá algumas pautas bíblicas gerais acerca das ciências sociais, as ciências naturais, e as belas artes.2. (Afetiva) O aluno terá o desejo de desenvolver e aplicar um enfoque crist?o em todas as áreas da sua vida.3. (Volitiva) O aluno desenvolverá seu próprio enfoque crist?o acerca de algum tema das ciências sociais, as ciências naturais, ou as belas artes.Objetivos1. O aluno expressará com suas próprias palavras as diferen?as entre uma cosmovis?o crist? e as cosmovis?es populares dos n?o crist?os, ao responder as perguntas de revis?o e as perguntas para reflex?o.2. O aluno mostrará seu interesse em desenvolver um enfoque crist?o e seu desejo de aplicar o que aprendeu acerca do tema, ao escrever um projeto em que explica seu próprio enfoque de alguma área de estudo.Tarefas em geral do cursoO aluno pode fazer este curso para cumprir os requisitos do programa de licenciatura ou do programa de mestrado da Universidade FLET em que esteja inscrito. As tarefas variam segundo o programa. As diferen?as nas tarefas consistem em que o aluno do programa de mestrado lerá três textos principais em vez de um, lerá mais páginas de leitura adicional (500 em vez de 300), e elaborará um ensaio mais longo (15-20 páginas em vez de 10-15).LICENCIATURA:1. Leitura do texto principal e respostas às perguntas de revis?o e de reflex?o:O aluno lerá:Integridade intelectual por Richard B. RamsayO aluno responderá as perguntas de revis?o e de reflex?o que correspondem a cada li??o (Ver as ?Perguntas de revis?o? e as ?Perguntas de reflex?o? no final de cada capítulo.)2. Leitura adicionalO aluno lerá 300 páginas adicionais acerca dos temas do curso e entregará um informe de sua leitura, usando o formulário que está mais adiante. O aluno pode selecionar textos da lista de livros recomendados, ou pode buscar outros textos relacionados com os temas do curso.3. EnsaioO aluno escreverá um ensaio de 10-15 páginas acerca do enfoque crist?o de algum tema da área de seu interesse, seguindo as instru??es que se indicam mais abaixo. (Ver ?Pautas gerais para escrever um ensaio? e ?Pautas específicas para o ensaio deste curso?.)4. Exame finalO aluno fará um exame final. O exame estará baseado nos textos de leitura e as perguntas de revis?o. O aluno fará o exame na presen?a de um supervisor ou monitor que tenha sido aprovado pela oficina da Universidade FLET, que dará testemunhode que o exame foi completado de forma honesta.MESTRADO:1. Leitura de textos principais e respostas às perguntas de revis?o e de reflex?o:O aluno lerá os seguintes textos:a. Integridade intelectual por Richard B. Ramsayb. Fé e pós-modernidade; uma cosmovis?o crist? para um mundo fragmentado por Theo Donnerc. Pós-modernidade por Antonio CruzO aluno responderá as perguntas de revis?o (ou estudo) e de reflex?o que correspondem aos textos mencionados anteriormente (Ver ?Perguntas de revis?o? e ?Perguntas de reflex?o? no final de cada capítulo do livro Integridade intelectual, ?Perguntas de estudo ? no final do livro Fé e pos-modernidade; uma cosmovis?o crist?para um mundo fragmentado, e ?Perguntas de revis?o? no guia de estudo no final do livro Pos-modernidade.)2. Leitura adicionalO aluno lerá 500 páginas adicionais acerca dos temas do curso e entregará um informe de sua leitura, usando o formulário que está mais adiante. O aluno pode selecionar textos da lista de livros recomendados, ou pode buscar outros textos relacionados com os temas do curso.3. EnsaioO aluno escreverá um ensaio de 15-20 páginas acerca do enfoque crist?o de algum tema da área de seu interesse, seguindo as instru??es que est?o mais abaixo. (Ver ?Pautas gerais para escrever um ensaio? e ?Pautas específicas para o ensaio deste curso?.)4. Exame finalO aluno dará um exame final. O exame estará baseado nos textos de leitura e as perguntas de revis?o. O aluno fará o exame na presen?a de um supervisor ou monitor, que foi aprovado pela oficina da Universidade FLET, e que dará testemunho de que o exame foi completado de forma honesta.Avalia??o finalA avalia??o final será calculada da seguinte maneira:Para Licenciatura:Caderno de respostas sobre as leituras ................................................................20%Leitura adicional .................................................................................................20%Ensaio .................................................................................................................40%Exame Final .......................................................................................................20%Total .................................................................................................................100%Para Mestrado:Caderno de respostas sobre as leituras ..............................................................30%Leitura adicional ...............................................................................................20%Ensaio ................................................................................................................30%Exame Final ......................................................................................................20%Total ................................................................................................................100%Livros recomendados para leitura adicional (Os livros marcados com asterisco podem ser difíceis de se encontrar.)Blomberg, Craig. _i pobreza ni riquezas. Barcelona: CLIE, 2002.Colson, Charles. ?Y ahora cómo viviremos? Miami: Unilit, 1999.Cortés, Crane, Rodríguez, Sobarzo. Psicología general. Miami: Unilit/Logoi, 2002.Crabb, Larry. El arte de aconsejar bíblicamente. Miami: Unilit/Logoi, 2001.Cruz, Antonio. Sociología; una desmitificación. Barcelona: CLIE/Logoi, 2001.Dellutri, Salvador. La aventura del pensamiento. Miami: Unilit/Logoi, 2002.*El evangelio y la cultura. Informe de la Consulta de Willowbank, celebrada en Willowbank, Somerset Bridge, Bermudas entre el 6 y el 13 de enero, 1978, Monografías ocasionales de Lausana, Comité Lausana Para la Evangelización Mundial.Gish, Duane. Evolución y la evidencia de fósiles.*Machen, J. Gresham. Cristianismo y cultura. Barcelona: Fundación Editorial de Literatura Reformada.*Meeter, Henry. La Iglesia y el Estado. Grand Rapids, Michigan: TELL.Niebuhr, H. Richard. Cristo y cultura. Barcelona: Península, 1968.Novak, Michael. El espíritu del capitalismo democrático. Buenos Aires: Tres Tiempos, 1983,Nyenhuis y Eckman. ?tica. Miami: Unilit/Logoi, 2002.Rookmaaker, H.R. Arte moderno y la muerte de una cultura. Barcelona: CLIE/Logoi, 2003.*Schaeffer, Francis. El arte y la Biblia.*Schaeffer, Francis. Huyendo de la razón. Barcelona: Ediciones Evangélicas Europeas.*Van Riesen. Enfoque cristiano de la ciencia. Barcelona: Fundación Editorial de Literatura Reformada, 1973.Sites da Internet:El concepto calvinista de la cultura, Henry R. Van Til, trad. Donald Herrera Terán. Libro en formato PDF, 216 páginas. teoría política de Juan Calvino, G . José Gatis 27_PM~sCalvinsPolitics.htmlFilosofía cristiana, Seminario Teológico Presbiteriano San Pablo (México) PARA INFORME DE LEITURADADOS BIBLIOGR?FICOSLeitura:__________________________________________________________Capítulo: ________________________Páginas.:_________________________Autor(es) ________________________________________________________Tomado de (Livro/revista/?) _________________________________________Editorial _________________________________________________________Cidade _____________________________ Ano _______________________-*ESBO?O:BREVE RESUMO(Fa?a uma síntese do que diz o autor, sem seus próprios comentários.)AVALIA??O CR?TICA(Elabore sua opini?o do que diz o autor: ? claro, preciso, confuso, bem documentado, fora de contexto, muito simples, muito profundo, anti-bíblico, muito técnico, etc. etc.? Respalde sua opini?o)AVALIA??O CR?TICA(continua??o)PROVEITO PESSOAL E MINISTERIAL(Que impacto teve esta leitura sobre mim e meu ministério? Como me ajudou?Gostei, n?o gostei, por que? Seja concreto.)PERGUNTAS QUE SURGEM DA LEITURANome ___________________________________________________________Data ____________________________________________________________Curso da FLET ____________________________ onde __________________Facilitador _______________________________________________________Professor: ________________________________________________________Qualifica??o ______________________________________________________Pautas gerais para escrever um ensaioA Universidade FLET exige um nível universitario nas tarefas escritas. Se os ensaios n?o cumprem com os requisitos, ser?o reprovados. As seguintes pautas devem ser seguidas estritamente. Para maior informa??o, consulte o livro Um manual de estilo, por Mario Llerena (Unilit/Logoi). Ademais dos textos principais do curso, o estudante deve ler outros materiais acerca do tema para aumentar seu conhecimento do tema e para melhorar a qualidade do ensaio.1. Expresse uma ideia própriaUm ensaio deve ser a express?o da ideia do seu autor, e n?o simplesmente uma recopila??o de ideias de outros. O autor deve ter algo em mente que ele ou ela quer comunicar, idealmente um só conceito principal. Por exemplo, o ensaio poderia ter o propósito de convencer o leitor que Cristo é suficiente para nossa salva??o, ou que Agustinho era o teólogo mais importante de sua época, ou que Gênesis 3 explica todos os problemas da humanidade. Por suposto, o autor toma em conta as ideias de outros, mas utiliza estas fontes para apoiar sua teoría, ou melhor para mostrar o contraste com ideias contrárias. As distintas partes do ensaio apresentam evidência ou argumentos para apoiar a ideia central, para mostrar idéias contrastantes, ou para ilustrar o ponto. O leitor deve chegar à conclus?o sabendo qual foi a ideia principal do ensaio. O aluno deve mostrar, n?o só o conhecimento do tema, mas também a capacidade criativa de discernir a import?ncia deste tema em rela??o com sua própria situa??o atual, fazendo uma aplica??o prática.2. _o uso demasiado de cita??es bíblicasUm bom ensaio n?o deve citar passagens bíblicas longas, simplesmente para encher as páginas requeridas. Uma cita??o bíblica de mais de 10 versículos é demasiado longo. No caso de referir-se a um texto extenso, é melhor por a referência bíblica somente ou citar alguns versículos ou frases chave da passageme. N?o mais de 25% do ensaio deve ser cita??es bíblicas. Por suposto, o argumento deve estar baseado na Bíblia, mas se tiver muitas cita??es, o autor deve por simplesmente as referências de algumas, para reduzi-las a 25% do conteúdo do ensaio.3. Indique suas fontesQuando o autor utiliza ideias de outras fontes, é absolutamente necessário indicar quais s?o essas fontes. Se o autor n?o o fizer, dá a impress?o de que as ideias citadas sejam dele, o qual n?o é honesto e é chamado ?plágio?. Se o autor menciona uma ideia contida em outro livro ou artigo que tenha lido, ainda que n?o seja uma cita??o textual, deve colocar um número ao final da mesma, ligeiramente sobre a linha do texto (voado)1, e uma nota de rodapé na página, com a informa??o do texto empregado, usando o seguinte formato:1 Autor [nome primeiro, sobrenome depois], Nome do livro [em letra cursiva] (local de publica??o: editorial, ano) [entre parêntesis, com dois pontos e uma virgula, tal como aparece aqui], a página, ou as páginas citadas.Oferecemos o seguinte exemplo:2 Federico García Lorca, Bodas de Sangre (Barcelona: Ayma, S.A., 1971), p. 95.Ver Mario Llerena, Un manual de estilo, para outros possíveis tipos de nota, por exemplo quando há vários autores, ou quando a cita??o corresponde a um artigo de uma revista.Quando citar diretamente, a cita??o deve estar entre aspas, e também deve por uma nota de rodapé na página com a informa??o da fonte.4. Organize bem suas ideias com um bom esbo?oO bom ensaio sempre está bem organizado, e as ideias que contém seguem alguma ordem lógica. Portanto, fa?a um bom esbo?o para assegurar uma boa organiza??o. O ensaio deve ter divis?es principais, e estas a sua vez subdivis?es que contenham idéias subordinadas ao tema da divis?o maior. As divis?es principais devem estar em paralelo, já que s?o distintas em conteúdo mas iguais em import?ncia. O sistema tradicional de enumera??o é usar números romanos para as divis?es principais, letras maiúsculas para as primeiras subdivis?es, e números árabes para as segundas subdivis?es. Nos ensaios da FLET, que n?o contenham mais de 15 páginas, n?o é conveniente dividir os esbo?os em se??es menores que estas. Por exemplo, um possível esbo?o da Carta aos Romanos sería assim:A Carta aos RomanosI. DoutrinaA. O pecado1. A ira de Deus contra o pecado2. Todos os homens s?o pecadoresB. A justifica??o pela féC. A santifica??o pela féD. A seguran?a eternaII. Exorta??es práticasA. O amorB. A submiss?o às autoridades etc.A introdu??o e a conclus?o do ensaio n?o levam numera??o.Introdu??oI.A.1.2.B.II.III.Conclus?o5. Use bons parágrafosO parágrafo é a unidade chave de um ensaio. Revise cada parágrafo para assegurar-se de que:a. Tem várias ora??es. Se há uma ora??o só, deve ser incluída com outro parágrafo.b. Todas as ora??es do parágrafo tratam o mesmo tema. c. A ideia central do parágrafo está na primeira ou na última ora??o (normalmente).d. As demais ora??es contribuem ao tema central do parágrafo, ou apoiando ou mostrando contraste ou dando ilustra??es.N?o tenha cuidado em eliminar ora??es que n?o estejam relacionadas Conm o tema do parágrafo. Possivelmente seria melhor p?-las em outro parágrafo, ou talvez deva come?ar um novo parágrafo.6. Inclua uma bibliografiaAo final do ensaio, se deve incluir uma bibliografia, uma lista de todas as fontes (livros e artigos) utilizadas em sua investiga??o. O formato para a bibliografia é um pouco distinto do formato da nota de rodapé da página. Por exemplo:García Lorca, Federico. Bodas de Sangre. Barcelona: Ayma, S.A., 1971.Note que o sobrenome vai na frente do nome, n?o se indicam as páginas, e a pontua??o é distinta.7. Use boa formaUtilize um tipo de letra de tamanho 10-12 pontos. N?o use uma letra grande para encher o espa?o! O ensaio deve incluir uma introdu??o, uma conclus?o, e uma bibliografia. Insistimos em boa ortografia, pontua??o e sintaxe. Se tiver problemas ou dúvidas com respeito, revise um curso de gramática e ortografia. A Universidade FLET exige que seus estudantes estejem adequadamente capacitados no uso correto da ortografia e gramática espanhola. Erros comuns s?o:a) Ortografia e pontua??o, especialmente a falta de tils ou o uso incorreto dos mesmos, e o uso incorreto de vírgulas. (Se escrever com um computador, aproveite do corretor ortográfico automático!)b) Ora??es extensas que devem ser divididas em dois ou mais ora??es. (Se come?a uma ideia nova, deve fazer uma nova ora??o.)c) Parágrafos com uma só ora??o. (Se há uma só ora??o, deve p?-la sob outro parágrafo, ou simplesmente eliminá-la, se n?o há suficiente que dizer com respeito ao tema.)Pautas específicas para o ensaio deste cursoO ensaio deste curso deve ser de 10-15 páginas para licenciatura, e de 15-20 páginas para mestrado, a espa?o duplo. O aluno deve selecionar um tema na área do seu interesse, e escrever acerca de ?Um enfoque crist?o de ________________ ?. Poderia ser algo geral, por exemplo, um enfoque crist?o da economia, da música, da educa??o, da sicologia, ou da ciência. Poderia ser algo mais específico, como: um enfoque crist?o do aborto, da clonagem, da infla??o, da música ?rap?, ou da guerra, por exemplo. Se o aluno deseja, pode eleger um tema das notícias atuais do seu próprio país, como: Qual é a solu??o para o problema de drogas em meu país?, Qual é a melhor forma de governo para meu país?, Como poderíamos melhorar a educa??o em meu país?, ou como poderíamos melhorar a economia do meu país? Estes s?o somente algumas sugest?es. O aluno pode escolher um tema do seu próprio interesse, ou do seu campo de estudos. N?o tem que pretender dar a resposta definitiva, mas fazer um aporte para um enfoque crist?o, e estimular o diálogo crist?o sobre o tema.O aluno deve ler outra literatura acerca do tema e fazer referência a ela no ensaio. Veja uma lista de livros recomendados acerca de alguns temas. Um possível esbo?o do ensaio seria:Introdu??o (despertar o interesse, indicar o tema)I. A inquietude (estabecer o problema, a pergunta)II. O que dizem outros autores (citar, explicar outras fontes)III. Pautas bíblicas (explicar passagens relacionadas com o tema)IV. Uma resposta tentativa (apresentar sua resposta)Conclus?o (fazer um resumo)Metas, objetivos, e tarefas para cada li??oLICENCIATURALi??o 1MetaO aluno estará convencido da necessidade de desenvolver uma cosmovis?o crist?.ObjetivosO aluno explicará com suas próprias palavras: a) o problema da falta de integridade intelectual entre os crist?os, e b) algumas passagens bíblicas que nos desafíam a desenvolver uma mente crist?.Tarefas1. Ler Integridade intelectual por Richard B. Ramsay, capítulo 1, e responder as ?Perguntas de revis?o? e as ?Perguntas de reflex?o? no final do capítulo.)2. Ler 60 páginas adicionais e escrever o informe de leitura correspondente.Li??o 2MetaO aluno conhecerá a diferen?a entre o conceito crist?o e o conceito n?o crist?o da verdade.ObjetivosO aluno explicará com suas próprias palavras a diferen?a entre o enfoque n?o crist?o e o enfoque crist?o da verdade.TarefasLer Integridade intelectual por Richard B. Ramsay, capítulo 2, e responder as ?Perguntas de revis?o? e as ?Perguntas de reflex?o ? no final do capítulo.)Ler 60 páginas adicionais e escrever o informe de leitura correspondente.Li??o 3MetaO aluno conhecerá o enfoque bíblico acerca da rela??o entre o crist?o e a sociedade.ObjetivoO aluno expressará com suas próprias palavras os distintos enfoques mais populares acerca da rela??o entre o crist?o e a sociedade, e explicará qual parece mais bíblico.Tarefas1. Ler Integridade intelectual por Richard B. Ramsay, capítulo 3, e responder as ?Perguntas de revis?o? e as ?Perguntas de reflex?o ? no final do capítulo.)2. Ler 60 páginas adicionais e escrever o informe de leitura correspondente.Li??o 4MetaO aluno conhecerá a diferen?a entre as cosmovis?es n?o crist?s mais populares e o enfoque crist?o, e conhecerá as incongruências autodestrutivas dos enfoques n?o crist?os.ObjetivoO aluno identificará os postulados das cosmovisi?es n?o crist?s mais populares, explicará a diferen?a entre estes enfoques e o enfoque crist?o, e explicará as maneiras em que os enfoque n?o crist?os se auto-contradizem.Tarefas1. Ler Integridade intelectual por Richard B. Ramsay, capítulo 4, e responder as ?Perguntas de revis?o? e as ?Perguntas de reflex?o ? no final do capítulo.)2. Ler 60 páginas adicionais e escrever um informe de leitura correspondente.Li??o 5MetaO aluno conhecerá algumas pautas crist?s fundamentais acerca da política.ObjetivoO aluno explicará com suas próprias palavras algumas pautas bíblicas acerca da origem, e a tarefa e autoridade do estado.Tarefas1. Ler Integridade intelectual por Richard B. Ramsay, capítulo 5, e responder as ?Perguntas de revis?o? e as ?Perguntas de reflex?o ? no final do capítulo.)2. Ler 60 páginas adicionais e escrever o informe de leitura correspondente.Li??o 6MetaO aluno conhecerá algumas pautas crist?s fundamentais acerca da economia.ObjetivoO aluno fará uma compara??o com suas próprias palavras entre os valores e os postulados do capitalismo e do socialismo.Tarefas1. Ler Integridade intelectual por Richard B. Ramsay, capítulo 6, e responder as ?Perguntas de revis?o? e as ?Perguntas de reflex?o? no final do capítulo.)2. Come?ar a elaborar o ensaio. Organizar ideias e fazer um esbo?o.Li??o 7MetaO aluno conhecerá algumas pautas crist?s fundamentais acerca da ciência.ObjetivoO aluno explicará com suas próprias palavras algumas pautas bíblicas acerca da ciência, da evolu??o, e da matemática.Tarefas1. Ler Integridade intelectual por Richard B. Ramsay, capítulo 7, e responder as ?Perguntas de revis?o? e as ?Perguntas de reflex?o ? que est?o no final do capítulo.)2. Continuar a elabora??o do ensaio. Escrever um rascunho do ensaio.Li??o 8MetaO aluno conhecerá algumas pautas crist?s fundamentais acerca da arte e da música.ObjetivoO aluno explicará com suas próprias palavras algumas pautas bíblicas para avaliar e apreciar a arte e a música.Tarefas1. Ler Integridade intelectual por Richard B. Ramsay, capítulo 8, e responder as ?Perguntas de revis?o? e as ?Perguntas de reflex?o? que est?o no final do capítulo.)2. Escrever a apresenta??o final do ensaio.MESTRADOLi??o 1MetaO aluno estará convencido da necessidade de desenvolver uma cosmovis?o crist?.ObjetivosO aluno explicará com suas próprias palavras: a) o problema da falta de integridade intelectual entre os crist?os, b) algumas passagens bíblicas que nos desafiam a desenvolver uma mente crist?, c) a diferen?a entre o enfoque n?o crist?o da verdade e o enfoque crist?o, e d) a diferen?a entre as cosmovis?es n?o crist?s mais populares e o enfoque crist?o.Tarefas1. Ler Integridade intelectual por Richard B. Ramsay, capítulos 1—4 e responder as perguntas de revis?o e de reflex?o correspondentes (Ver as ?Perguntas de revis?o? e as ?Perguntas de reflex?o? no final de cada capítulo.)2. Ler 100 páginas adicionais e escrever o informe de leitura correspondente.Li??o 2MetaO aluno conhecerá algumas pautas bíblicas acerca da política, da economia, da ciência e da arte.ObjetivosO aluno explicará com suas próprias palavras algumas pautas bíblicas acerca da política, da economia, da ciência e da arte.Tarefas1. Ler Integridade intelectual por Richard B. Ramsay, capítulos 5—8 e responder as perguntas de revis?o e de reflex?o correspondentes (Ver as ?Perguntas de revis?o? e as ?Perguntas de reflex?o? no final de cada capítulo.)2. Ler 100 páginas adicionas e escrever o informe de leitura correspondente.Li??o 3MetaO aluno conhecerá os postulados filosóficos do pós-modernismo e saberá diferenciá-los de uma cosmovis?o crist?.ObjetivoO aluno expressará com suas próprias palavras as bases históricas e filosóficas do pensamento pós-moderno e as comparará com as pautas bíblicas.Tarefas1. Ler Fé e pós-modernidade; uma cosmovis?o crist? para um mundo fragmentado por Theo Donner, capítulos 1—4, e responder as perguntas de revis?o que est?o no final do livro.2. Ler 100 páginas adicionais e escrever o informe de leitura correspondente.Li??o 4MetaO aluno conhecerá a diferen?a entre os postulados n?o crist?os e os postulados crist?os acerca da história, a economia, a ciência, e a sicologia.ObjetivoO aluno expressará com suas próprias palavras os postulados n?o crist?os e os postulados crist?os acerca da história, a política, a economia, a ciência, e a sicologia.Tarefas1. Ler Fé e pós-modernidade; uma cosmovis?o crist? para um mundo fragmentado por Theo Donner, capítulos 5—9, e responder as perguntas de revis?o que est?o no final do livro.2. Ler 100 páginas adicionais e escrever um informe de leitura correspondente.Li??o 5MetaO aluno saberá distinguir entre os valores da cultura moderna e os valores da cultura pós-moderna.ObjetivoO aluno expressará com suas próprias palavras os valores da modernidade e os valores da pós-modernidade.Tarefas1. Ler Pós-modernidade por Antonio Cruz, capítulos 1—3, e responder as perguntas de revis?o que est?o no guia de estudo no final do livro.2. Ler 100 páginas adicionais e escrever o informe de leitura correspondente.Li??o 6MetaO aluno conhecerá algumas pautas para comunicar o evangelho no contexto pós-moderno.ObjetivoO aluno expressará com suas próprias palavras as características da religi?o na pós-modernidade e algumas pautas para a comunica??o do evangelho hoje.Tarefas1. Ler Pós-modernidade por Antonio Cruz, capítulos 4—7, e responder as perguntas de revis?o que est?o no guia de estudo no final do livro.2. Come?ar a elaborar o ensaio. Organizar as ideias e fazer um esbo?o do ensaio.Li??o 7MetaO aluno desenvolverá seu próprio enfoque crist?o de alguma área de estudo que seja do seu interesse.ObjetivoO aluno escreverá sua própria análise crist? de alguma área de estudo que seja do seu interesse especial.TarefasEscrever um rascunho do ensaio.Li??o 8MetaO aluno expressará de uma maneira, clara, coerente e convincente um enfoque crist?o de alguma área de estudo que seja do seu interesse.ObjetivoO aluno escreverá um ensaio acerca da sua própria análise crist? de alguma área de estudo do seu interesse.TarefasEscrever a apresenta??o final do ensaio.Manual para o facilitadorEste material ha sido preparado para el uso del facilitador de um grupo. O facilitador serve para guiar um grupo de 5-10 estudantes a fim de que completem os cursos no tempo estipulado. A tarefa demandará esfor?o da sua parte, já que, ainda que o facilitador n?o é o instrutor em si (o livro de texto serve de ?mestre?), deve conhecer bem o material para ajudar os alunos.A. O tempo e horárioa. A reuni?o deve ser sempre no mesmo dia, na mesma hora, e no mesmo lugar já que isto evitará confus?o. O facilitador sempre deve tratar de chegar com meia hora de antecedência para assegurar-se de que tudo esteje preparado para a reuni?o e resolverqualquer situa??o inesperada.b. Tenha muito cuidado em cancelar reuni?es ou mudar horários. Comunique os participantes do grupo com responsabilidade mútua que tem um com outro. Isto n?o significa que nunca se deve mudar uma reuni?o sob c. O facilitador deve completar o curso nas oito semanas indicadas (ou de acordo com o plano de estudos escolhido).B. A participa??o de todosa. O facilitador deve permitir que os alunos respondam sem interrump??es. Deve dar tempo suficiente para que os estudantes reflitam e compartilham suas respostas.b. O facilitador deve ajudar os alunos a pensar, a fazer perguntas e a responder, em lugar de dar todas as respostas ele mesmo. nenhuma circunst?ncia. Mais bem quer dizer que se tenha cuidado e que n?o se fa?am mudan?as desnecessárias por conta de pessoas que por uma ou outra raz?o n?o podem vir à reuni?o citada.c. A participa??o de todos n?o significa necessariamente que todos os alunos tenham que falar em cada sess?o, quer dizer, que antes de chegar à última li??o todos os alunosdevem sentir-se a vontade para falar, participar e responder sem temor a ser ridicularizados.C. A estrutura da reuni?o1. Dê as boas-vindas aos alunos que vieram à reuni?o.2. Ore para que o Senhor acalme as ansiedades, abra o entendimento, e se manifeste nas vidas dos estudantes e do facilitador.3. Revise a li??o.a. Converse com os alunos sobre as perguntas de revis?o. Assegure que tenham entendido a matéria e as respostas corretas. Podem falar acerca das perguntas que tiveram mais dificuldade, que foram de maior edifica??o, ou que expressam algum conceito com o qual est?o em desacordo.b. Anime os estudantes a completar as metas para a próxima reuni?o.c. Converse acerca das ?perguntas para reflex?o?. N?o há um só resposta correta para estas perguntas. Permita que os alunos expressem suas próprias ideias.d. Revise os cadernos dos alunos para assegurar que estejem fazendo suas tarefas para cada li??o.4. Termine a reuni?o com uma ora??o.D. A revis?o das tarefas1. Caderno de respostasO facilitador deve revisar o caderno de respostas às perguntas de revis?o e reflex?o no meios do curso e o final deste. Para meiados do curso, o facilitador n?o tem que qualificar o caderno, somente tem que revisá-lo para assegurar que o aluno esteje progredindo no curso. Para o final do curso, o facilitador deve dar uma nota por porcentagem de respostas escritas no caderno. Se o aluno escreveu as respostas para as perguntas de revis?o de todas as li??es, o facilitador assinará uma nota de ?100%?. Se n?o fez nada disto, assinará 0 puntos. Se respondeu somente algumas perguntas, receberá a porcentagem correspondente. Por exemplo, se respondeu somente 60 perguntas de um total de 80 (75%), receberá uma nota de ?75%?. O facilitador n?o tem que avaliar qu?o bem escrito est?o as respostas, mas somente se fez ou n?o. (Sua compreens?o correta da matéria será avaliada no exame final.) Quando tiver revisado o caderno, o facilitador deve enviar um informe à oficina de FLET, mostrando as qualifica??es dos alunos por esta tarefa.2. Informes de leituraO facilitador deve revisar os informes de leitura a meiados do curso, somente para assegurar que o estudante esteje progredindo e que n?o esteje deixando sua leitura para último momento. Também deve pedir que os alunos entreguem seus informes ao final do curso, o dia que se toma o exame final. Estes informes de leitura devem ser enviados a oficina de FLET junto con as folhas de respostas dos exames finais para sua avalia??o.3. O ensaioA meiados do curso, o aluno deve entregar uma folha ao facilitador que inclua o tema e um esbo?o do seu projeto. Se o projeto consiste de cinco parágrafos, é suficiente anotar algumas ideias que pense incluir nos parágrafos. O facilitador n?o tem que qualificar esta tarefa, mas assegurar que o aluno esteje planificando seu trabalho. Se o aluno n?o come?ou, anime-o a come?ar. O projeto final deve ser enviado à oficina de FLET para sua qualifica??o, junto com as folhas de respostas do exame final e os informes de leitura.4. O exame finalO exame será qualificado na oficina de FLET.O facilitador deve pedir cópias do exame, e as folhas de respostas, com suficiente antecipa??o para tomar o exame na data estabelecida.E. Avalia??oA nota final será calculada segundo as seguintes porcentagens:Para Licenciatura:Caderno de respostas sobre as leituras ...........................................................20%Leitura adicional ............................................................................................20%Ensaio .............................................................................................................40%Exame Final ...................................................................................................20%Total .............................................................................................................100%Para MestradoCaderno de respostas sobre as leituras .........................................................30%Leitura adicional ...........................................................................................20%Ensaio ...........................................................................................................30%Exame Final .................................................................................................20%Total ...........................................................................................................100% ................
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