Curso de Transmissão de Vídeo - UFRGS - Instituto de ...
INFO 1040 – INTRODUÇÃO
Visão básica de redes de computadores
• Meios Físicos
• Interconectividade
• Internet
Autor: Valter Roesler
UFRGS: Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Data: março de 2008
SUMÁRIO
1. Meios físicos de transmissão de dados 3
1.1 Par de Fios ou UTP – Unshielded Twisted Pair 3
1.2 Fibra Ótica 4
1.3 Transmissão via satélite 6
1.4 Satélites de baixa órbita 7
1.5 Referências 7
2. Interconectividade em redes locais 8
2.1.1 Repetidores / Hubs 9
2.1.2 Switches 10
2.2 Ethernet 11
2.3 Fast-Ethernet 11
2.4 Gigabit Ethernet 11
2.5 10 Giga Ethernet 12
2.6 Referências 12
3. Análise de desempenho em redes Erro! Indicador não definido.
3.1 Análise com Netperf Erro! Indicador não definido.
3.2 Análise com Iperf Erro! Indicador não definido.
3.3 Estudo de caso: rede do Inmetro Erro! Indicador não definido.
3.3.1 Análise da rede entre Porto Alegre e Caxias (BrT) Erro! Indicador não definido.
3.3.2 Novos testes no Link da BrT Erro! Indicador não definido.
3.4 Referências Erro! Indicador não definido.
4. Tecnologias de última milha Erro! Indicador não definido.
5. Tecnologias wireless Erro! Indicador não definido.
6. 802.16 e WiMAX Erro! Indicador não definido.
6.1 Funcionamento básico Erro! Indicador não definido.
6.2 Referências Erro! Indicador não definido.
7. ADSL (Asymmetric Digital Subscriber Line) Erro! Indicador não definido.
7.1 ADSL -Asymmetric Digital Subscriber Line Erro! Indicador não definido.
7.2 ADSL 2 e ADSL 2+ Erro! Indicador não definido.
7.3 Referências Erro! Indicador não definido.
8. Cable Modem Erro! Indicador não definido.
8.1 Referências Erro! Indicador não definido.
Meios físicos de transmissão de dados
1 Par de Fios ou UTP – Unshielded Twisted Pair
O par trançado é a mais antiga e também a mais popular forma de meio físico para transmissão de dados. Normalmente os dois fios são trançados para reduzir a interferência elétrica entre pares próximos (dois fios em paralelo constituem uma antena simples, enquanto que um par trançado não).
[pic]
Os pares de fios trançados foram padronizados pela EIA (Electronics Industries Association), a TIA (Telecommunications Industry Association), que determinaram uma divisão em graduações.
De acordo com esse padrão, quanto mais elevado o número do grau, menor a atenuação do cabo e mais tranças ele tem por metro, melhorando sua característica de interferência entre pares próximos.
Nos cabos categorias 3, 4 e 5, o número mínimo é de 9 tranças por metro, e estas nunca podem repetir o mesmo padrão de trança no cabo (entre pares), reduzindo o fenômeno de linha cruzada.
O par trançado é largamente utilizado devido a certos fatores, entre eles pode-se citar o preço baixo e seu uso disseminado no sistema telefônico.
O principal problema deste tipo de meio físico é sua suscetibilidade a influências externas, como por exemplo, raios, descargas elétricas e campos magnéticos (como o gerado por motores), causando ruídos e perda de informação. Além disso, o par trançado sofre problemas de atenuação (que é maior à medida que aumenta a freqüência da transmissão), necessitando de repetidores para distâncias acima de alguns quilômetros.
Os fatores citados acima são diminuídos em pares trançado de mais alta qualidade, que possuem um cabo melhor e um enrolamento mais acentuado, evitando maiores interferências. Alguns cabos de par trançado possuem uma fina camada metálica envolvendo-o, evitando ainda mais a interferência eletromagnética e atingindo maiores velocidades. A figura a seguir ilustra um cabo UTP blindado (acima) e UTP com dupla blindagem (abaixo), Conhecidos como FTP (Foil Twisted Pair) ou ScTP (Screened Twisted Pair).
[pic]
a seguir alguns cabos vistos em .
UTP CAT 5 E ( 4 x 2 x AWG 26 ) C5UTP4P: Unshielded twisted pairs; 100 Ohms; 24 AWG; 4 pair; Solid conductors; Data cable used for indoor horizontal applications.
[pic]
FTP CAT 5 E ( 4 x 2 x AWG 24 ) C5FTP4H: Foil twisted pairs; 100 Ohms; 24 AWG; 4 pair; Solid conductors; Data cable used for indoor horizontal applications.
[pic]
SFTP CAT 5 ( 4 x 2 AWG 24 ) C5SFTP4H: 4-pair aluminium-tape shielded, with a drain wire, and an overall Tinned Copper braid screen giving full electromagnetic protection.
[pic]
A tabela a seguir mostra algumas velocidades típicas para pares trançados não blindados (UTP – Unshielded Twisted Pair). As taxas de transmissão mencionadas na tabela são para distâncias de no máximo 100 m.
Categoria para cabos UTP da EIA/TIA.
|Categoria 3 |Freqüência de até 16MHz. |
|Categoria 4 |Freqüência de até 20MHz. |
|Categoria 5 |Freqüência de 100 MHz por par. |
|Categoria 5e |Igual a categoria 5, foram adicionados os parâmetros PS NEXT, Balanço, PS ELFEXT,|
| |Return Loss. Suporte a Gigabit Ethernet |
|Categoria 6 |Freqüência até 250 MHz. |
| |(ANSI/TIA/EIA-568-B.2-1) |
|Categoria 7 |Freqüência até 600 MHz. |
|(Draft) |Necessita de conectores novos (diferente do RJ-45). Uma diferença é que o cat-7 |
| |utiliza blindagens individuais para cada um dos 4 pares, e uma blindagem |
| |adicional circulando todos os 4 pares. |
2 Fibra Ótica
A fibra ótica, apesar de possuir um custo mais elevado que os outros tipos de meios físicos, tem várias vantagens, como, por exemplo:
• Baixo índice de atenuação do sinal;
• Leves, flexíveis e pouco volumosas;
• Baixa influência de ruídos externos, provocando uma transmissão mais confiável;
• Grande velocidade de transmissão de dados.
Como desvantagens, pode-se citar o custo das interfaces eletro-ópticas, a dificuldade de efetuar multiponto e as perdas nas terminações.
Um sistema de fibra ótica possui três componentes principais: o meio de transmissão, o transmissor e o receptor.
O meio de transmissão mais utilizado é a sílica. Outros meios podem ser utilizados, como a fibra de vidro e o plástico. O plástico é mais barato, mas possui taxas de atenuação mais elevadas. Ao redor do filamento (núcleo), existem outras substâncias de menor índice de refração, que fazem com que os raios sejam refletidos internamente, minimizando assim as perdas na transmissão.
O transmissor pode ser um LED (Light Emitting Diode) ou um diodo laser, ambos emitem luz quando recebem um pulso elétrico.
O receptor é um fotodiodo, que gera um pulso elétrico quando uma luz incide sobre ele.
[pic]
A sistemática de funcionamento de uma transmissão via fibra ótica é simples, sendo baseada em um princípio da física. Quando um raio de luz passa de um meio a outro (por exemplo, da sílica para o ar), o raio é refratado no limite da silica e do ar (ver figura 1a). Nesta figura vê-se um raio incidindo com um ângulo α1 e emergindo com um ângulo β1. O índice de refração depende das características do meio. Para ângulos de incidência acima de um certo valor crítico, a luz é refratada de volta para a sílica (ou seja, nada escapa para o ar). Assim, um raio de luz incidente acima do ângulo crítico pode se propagar por muitos quilômetros com uma atenuação muito baixa, como mostra a figura 1b.
A figura 1 mostra apenas um raio. Entretanto, existem situações onde vários raios de luz transmitem a informação, entrando na fibra com diferentes ângulos de luz incidente. Existem três tipos de fibra ótica: as multimodo (degrau e índice gradual) com 62,5μm e as monomodo 8,3μm [SOA 95].
[pic]
Tipos de Fibra Óptica
Fibras monomodo requerem diodos a laser (mais caros) para enviar a luz ao invés dos LEDs (baratos) utilizados em fibras multimodo, mas são mais eficientes e podem atingir maiores distâncias. A idéia é que o diâmetro do núcleo seja tão pequeno que apenas um raio de luz seja transmitido. A tabela a seguir [TAN 03] mostra as diferenças na utilização de LEDs ou de diodos laser.
|Item |LED |Laser semicondutor |
|Taxa de dados |Baixa |Alta |
|Modo |Multimodo |Multimodo ou Monomodo |
|Distância |Pequena |Longa |
|Vida útil |Longa |Curta |
|Sensibilidade à temperatura |Insignificante |Substancial |
|Custo |Baixo custo |Alto custo |
Em termos de largura de banda, com a tecnologia em 1999 já se consegue transmitir 1,6 Tera bit/s em apenas uma fibra ótica por 400Km, utilizando-se 40 comprimentos de onda diferentes e multiplexando-os numa única fibra com WDM. Como cada comprimento de onda transmite 40Gbit/s, tem-se o total de 1,6 Tbit/s . Nos 400 Km do teste, utilizou-se um repetidor a cada 100 Km (diodos potentes. Normalmente utiliza-se repetições a cada 30 Km em média [TAN 03]). Em janeiro de 2001, a Lucent vai implantar o sistema, conjuntamente com a Time Warner, só que com 160 comprimentos de onda e 10Gbit/s em cada um deles ().
Já em outubro de 1999, a Nortel anunciou que conseguiram colocar 80 comprimentos de onda, cada um com 80 Gbit/s. Total de 6,4 Tbit/s em 480 Km. . Em março de 2001 a Nortel estava anunciando comercialmente essa nova linha.
Em 14 nov 99, saiu no BBC news que os laboratórios Bell conseguiram colocar 160Gbit/s numa fibra, e num experimento separado colocaram 1022 comprimentos de onda numa fibra. .
Entretanto, as redes em produção mais rápidas atuais ficam na ordem de 2,4Gbit/s e 10 Gbit/s por fibra, formando o backbone dos Estados Unidos (internet2.edu/topol).
3 Transmissão via satélite
Um satélite de comunicações pode ser imaginado como um grande repetidor de microondas no céu. Existem satélites síncronos (ou geoestacionários) e assíncronos. Os satélites síncronos acompanham a trajetória da terra, ficando sobre a linha do equador a 36.000 km de altitude. Esta distância de 36.000 km foi matematicamente calculada para que o satélite necessite de o mínimo de energia para se manter em órbita síncrona em relação à terra, pois neste ponto a força gravitacional da terra (que puxa o satélite para baixo) iguala-se à força inercial (que tende a manter o movimento e fazer o satélite sair pela tangente e ir para o espaço). O cálculo é mostrado a seguir.
“A União Internacional de Telecomunicações (UIT) dividiu o espaço geoestacionário em 180 posições orbitais, cada uma separada da outra de um ângulo de 2°. O Brasil pleiteou 19 posições orbitais junto à UIT. Destas, atualmente sete se encontram designadas para uso dos operadores brasileiros (Star One, Loral e Hispasat)” [HUG 03].
“O satélite, do ponto de vista de transmissão é uma simples estação repetidora dos sinais recebidos da Terra que são detectados, deslocados em freqüência, amplificados e retransmitidos de volta à Terra”. “A carga útil (“payload”) do satélite é composta essencialmente dos circuitos repetidores, denominados “transponders”. Um transponder em banda C tem, tipicamente, 36MHz de largura de banda, enquanto que os de banda Ku tem tipicamente 50MHz” [RFC 2488].
Existem outras freqüências padronizadas que permitem a utilização de satélites mais próximos. 12/14 GHz permite até 1 grau entre satélites, mas sofrem problemas de absorção por partículas de chuva. 20/30 GHz também são utilizadas, mas o equipamento necessário é ainda muito caro. A tabela a seguir mostra as principais bandas padronizadas para satélites comerciais [TAN 03].
|Banda |Freqüência |Downlink (GHz) |Uplink (GHz) |características |
|L |1,5-1,6 | | |Usado em sat. baixa órbita |
|C |4/6 |3,7-4,2 |5,925-6,425 |Analógico. Interferência terrestre |
|Ku |11/14 |11,7-12,2 |14,0-14,5 |Digital. Problemas com chuva |
A banda Ku é internacionalmente mais utilizada, pois permite antenas menores, devido à sua maior freqüência de operação.
4 Satélites de baixa órbita
Campanella [CAM 95] faz uma comparação entre a utilização de fibra ótica e satélites de baixa órbita. Como os satélites de baixa órbita estão a aproximadamente 1.000 km de altitude, não há o problema do atraso observado nos satélites geoestacionários.
Os satélites LEO (Low Earth Orbit) viajam a altas velocidades, tendo períodos orbitais típicos de aproximadamente 100 minutos. Este fato somado ao da baixa órbita em si faz com que eles cubram somente uma pequena porção da superfície da terra, sendo necessário vários deles para efetuar uma cobertura mais ampla.
Exemplos de satélites de baixa órbita são os satélites metereológicos, espiões, de telefonia (GlobalStar, ex-Iridium), análise de queimadas, etc.
5 Referências
[CAM 95] Campanella, S. Joseph and Kirkwood, Timothy J. “Faster than fiber: Advantages and challenges of LEO communications satellite systems”. AIP Conference Proceedings -- January 25, 1995 -- Volume 325, Issue 1, pp. 39-43.
[GAS 97] GASPARINI, Anteu F., BARRELA, Francisco E. A Infraestrutura de LANs – disponibilidade (cabling) e performance (switching e routing). Ed. Érica, São Paulo, 1997.
[HUG 03] Hugueney, Carlindo. Comunicação via satélite. Fevereido de 2003. Disponível em .
[RFC 2488] M. Allman. “Enhancing TCP Over Satellite Channels using Standard Mechanisms”. 1999.
[SOA 95] SOARES, Luiz Fernando Gomes; Lemos, Guido; Colcher, Sérgio. Redes de Computadores: das LANs MANs e WANs às Redes ATM. Editora Campus, Rio de Janeiro, 1995.
[TAN 03] TANENBAUM, Andrew C. Redes de Computadores. 4.ed. Rio de Janeiro: Campus, 2003.
Interconectividade em redes locais
Para entender a forma com que diversas redes podem ser interconectadas, deve-se procurar compreender o modelo OSI, pois torna-se bem mais fácil o entendimento quando se visualiza a independência entre os sete níveis do modelo. Dessa forma, quando sistemas operacionais diferentes ou sistemas de rede diferentes devem ser interconectados, existe a necessidade de um padrão único de comunicação, onde qualquer máquina de qualquer fabricante deverá falar a mesma linguagem ou padrão. Assim, por exemplo, todas as máquinas independentemente do sistema operacional ou fabricante, podem se comunicar via um padrão único, como é feito atualmente na Internet através dos protocolos TCP/IP.
Algumas formas de interconectar diversas estações são as seguintes:
• Repetidores (ou hubs);
• Switches;
• Access points (via wireless);
• Roteadores;
• Coaxial Fino;
• Coaxial Grosso.
Ainda existe a possibilidade de ligar somente duas estações diretamente, através de:
• Cabo cross;
• Saída serial (DB9 ou DB25);
• Saída paralela (via cabo laplink, por exemplo);
Os principais equipamentos que fazem a interconexão entre segmentos de rede, alguns modificando os protocolos de rede para manter a compatibilidade com o outro segmento, são os Repetidores, as Pontes, os Switches, os Roteadores e os Gateways. Os repetidores trabalham no nível físico (1). As pontes e switches trabalham no nível de enlace (2), e os roteadores no nível de rede (3). Os gateways trabalham no nível de transporte (4). Hoje em dia os gateways são raramente utilizados, visto que a grande maioria dos equipamentos está adaptado para utilizar TCP/IP. Atualmente, o termo “gateway” é sinônimo de “roteador”, tanto que se configura o “gateway default” das máquinas, que é o mesmo do que configurar o “roteador default”. As pontes também foram praticamente substituídas pelos switches. Assim, os equipamentos que serão analisados com mais detalhes a seguir são os repetidores, switches e roteadores.
Para interligar estações a hubs e switches, ou duas estações diretamente, ou efetuar cascateamento de equipamentos, muitas vezes é necessário fazer a escolha entre cabo normal ou cabo cross. Uma forma é fazer a escolha diretamente no equipamento (hub/switch), como mostra a figura a seguir. Outra forma é através da utilização de cabo crossover, como ilustrado adiante.
Cabo cross x cabo normal
[pic]
Ligar duas estações diretamente
[pic]
A forma de conexão dos pinos é dada na figura a seguir (cortesia de Peter Finzsch). Lembre-se que, para efetuar um cabo cross, somente uma das pontas deverá ser cruzada.
[pic]
Atualmente, muitos switches já trabalham com o conceito de auto-configuração, onde eles se adaptam automaticamente ao cabo, e funcionam com qualquer tipo de cabo que o usuário plugar nos seus conectores, seja ele crossover ou normal.
1 Repetidores / Hubs
Repetidores são equipamentos cuja principal função é amplificar sinais elétricos, sem dar tratamento algum à informação que passa através dele. Sua necessidade surge quando tem-se cabos longos e a potência do sinal não é suficiente para fornecer a corrente necessária por toda a extensão do cabo.
A principal utilização dos repetidores é através dos equipamentos conhecidos como hubs (concentradores), que interligam uma rede local no nível físico. A figura a seguir mostra seu funcionamento.
[pic]
Outra utilização é como amplificador, como nas redes Ethernet, cuja distância máxima (com cabo coaxial grosso) é de 2.500 m, mas os chips dos tranceivers só tem potência para 500 m. Uma das soluções é utilizar repetidores para poder aumentar a distância.
Assim, conecta-se o repetidor entre dois segmentos de cabo da rede. Este repetidor vai retemporizar e regenerar os sinais digitais de uma ponta, recolocando-os em sua rota novamente. Ele tem capacidade de movimentar tráfego nos dois sentidos de um cabo de rede, sendo utilizado principalmente em redes locais e de longa distância.
Como os repetidores trabalham diretamente no meio físico, amplificando os sinais, pode-se dizer que eles estão situados no nível 1 do modelo OSI, dessa forma, eles podem ser utilizados somente em redes iguais, ou seja, Ethernet-Ethernet, RS232-RS232, etc.
2 Switches
Os switches são equipamentos que trabalham no nível 2 do modelo OSI e permitem a interconexão entre máquinas diretamente, ou seja, simulando uma conexão ponto a ponto. Essa é uma grande vantagem em relação aos hubs, pois estes somente conseguem fazer uma conexão do tipo broadcast.
Assim, em uma rede local com hub central, os 10Mbps da Ethernet são compartilhados por todas as estações, provocando colisões e queda de desempenho. Já no switch, a largura de banda é dedicada entre as estações, eliminando as colisões e provocando um aumento de desempenho. A figura a seguir ilustra várias estações se comunicando simultaneamente.
[pic]
Com a eliminação das colisões, as estações não precisariam mais ouvir a informação à medida que transmitissem o pacote (característica do CSMA/CD). Dessa forma, sobra um par de fios no esquema Ethernet. Aproveitando-se disso, padronizou-se o Ethernet full-duplex, que permite o desligamento do CSMA/CD. Dessa forma, as estações falam por um par de fios e ouvem por outro, duplicando a velocidade da rede, ou seja, as estações falam entre si com 10Mbit/s para TX e 10Mbit/s para RX, somando um máximo de 20Mbit/s (ou 100Mbit/s+100Mbit/s no caso de redes Fast-Ethernet).
Mesmo assim, num segmento de rede, normalmente a comunicação não é como foi ilustrado na figura anterior, e sim entre estações clientes e servidor. Dessa forma, existiria um “gargalo” para acesso ao servidor. Para resolver isso, existem switches com portas de diferentes velocidades, ou seja, várias portas Fast-Ethernet de 100Mbps e uma Giga-Ethernet de 1000Mbps, onde fica o servidor. A figura a seguir ilustra o que foi dito.
[pic]
2 Ethernet
A rede local Ethernet pode ser utilizada nas topologias barra e estrela. A topologia tipo barra utiliza o cabo coaxial como meio físico, mas a tendência é a utilização das redes locais na topologia estrela, com um switch ou hub central e o meio físico sendo o par trançado categoria 5. Isso se deve às vantagens em termos de segurança física (rompimento do cabo) e facilidades de mudança de layout proporcionados pela topologia estrela (que a torna mais barata a médio prazo).
3 Fast-Ethernet
Na época da criação do padrão Ethernet (1980), a velocidade de 10Mbps era satisfatória, visto que a capacidade de processamento dos computadores era bem inferior. À medida que a tecnologia evoluiu, os computadores ficaram rápidos suficientes para necessitar mais de 10Mbps. Uma resposta a essa necessidade foi a criação do Fast-Ethernet, adotada formalmente em 1995 (IEEE 802.3u – 100BASE-T), estendendo a capacidade do Ethernet para 100Mbit/s, mas preservando a especificação original de formato do quadro de dados. Tal especificação abandonou a utilização de cabo coaxial, sendo padronizada apenas em par trançado e fibra ótica.
Em redes Fast-Ethernet, a topologia utilizada é estrela, e o cabo coaxial não é suportado. Isso permitiu a alteração na sinalização física do sinal, que agora é contínua, ou seja, sempre existe portadora na linha. Quando ninguém está transmitindo, o sinal IDLE é enviado (isso será mais detalhado adiante).
4 Gigabit Ethernet
Em 1998, surgiu o padrão Gigabit Ethernet (IEEE 802.3z – 1000BASE-X), que oferece uma largura de banda de 1000 Mbit/s (1 Gbit/s), sendo 100 vezes mais rápida que o Ethernet, compatível com ele, e ainda utilizando os mesmos protocolos CSMA/CD e MAC.
Gigabit Ethernet é padronizado para uma topologia estrela, sendo essencialmente uma "tecnologia de campus", quer dizer, para uso como um backbone em uma rede campus ampla. Usado entre roteadores, switches e hubs, e também pode ser usado para conectar servidores e workstations.
Essencialmente, são necessários quatro tipos de hardware para efetuar um upgrade em uma rede Ethernet / Fast Ethernet para Gigabit Ethernet:
• Cartões Interface de Rede Gigabit Ethernet (NICs)
• Switches que conectam vários segmentos de Fast Ethernet para Gigabit Ethernet
• Switches Gigabit Ethernet
5 10 Giga Ethernet
Padrão IEEE 802.3ae (2002). Opera somente no modo full duplex, logo, não há contenção (CSMA/CD) e uma estação pode transmitir sempre que desejar.
Mantém o mesmo formato do quadro Ethernet, Fast Ethernet e Giga Ethernet (com switch). Isso simplifica a gerência dessas redes.
Já na definição do padrão, as distâncias padronizadas foram as seguintes [10GEA 02]:
• 2 km e 10 km: SMF de 1310 nm;
• 40 km: SMF de 1550 nm;
• 650m: MMF de 850 nm.
6 Exercícios
1. Quais os principais meios físicos para interconectar redes? Desenhe um exemplo de topologia de rede local para 4 tipos diferentes de meio físico.
2. Amplie as redes locais da primeira questão para conectar as redes em longa distância.
7 Referências
[DER 95] DERFLER, Frank J. Freed, Les. Tudo Sobre Cabeamento de Redes. Editora Campus, 1995.
[10GEA 02] 10 Gigabit Ethernet Technology Overview White Paper – Revision 2, Draft A. 2002. .
[GEA 99] Gigabit Ethernet Alliance. Gigabit Ethernet - accelerating the standard for speed. Whitepaper. 1999. .
[SPU 00] SPURGEON, Charles E. Ethernet, the definitive guide. Sebastopol: O’reilly. February, 2000. 500p.
[TAN 03] TANENBAUM, Andrew C. Redes de Computadores. 4.ed. Rio de Janeiro: Campus, 2003.
ENDEREÇAMENTO IP
Cada máquina na Internet possui um ou mais endereços de rede que são únicos, ou seja, não podem haver dois endereços iguais. Este endereço é chamado de número Internet, Endereço IP ou ainda número IP.
Atualmente existem dois tipos de endereços IP ( - fev 2004): o Ipv4, que foi inicialmente introduzido em 1º de janeiro de 1983, consistindo de um número de 32 bits, sendo comumente representado por quatro números decimais separados por pontos, como 143.54.8.11. Este endereço pode ser estruturado de maneiras diferentes, usando uma parte para designar uma rede e as demais para designar os computadores naquela rede.
O Ipv6 foi introduzido em 1999, e consiste de uma série de 128 bits representados em hexadecimal, como por exemplo 1080:0:0:0:8:800:200C:417A.
1 Quem gerencia a numeração IP no mundo?
Tanto o espaço de endereçamento do IPv4 como do IPv6 são delegados por um organismo central da Internet, chamado IANA (Internet Assigned Numbers Authority - ), que é subsidiado pelo governo. Para apoio na distribuição de números, o IANA conta com quatro regiões mundiais:
• LACNIC (Latin-American and Caribbean IP Address Registry) – América Latina e algumas ilhas do Caribe;
• ARIN (American Registry for Internet Numbers – , responsável pela América do Norte, Caribe e África abaixo do Sahara);
• RIPE (Reséau IP Européens – ), responsável pela Europa, parte da África e países do oriente médio);
• APNIC (Asia-Pacific Network Information Center – ), responsável pela ásia e pacífico.
Para se ter uma idéia da distribuição atual mundial de endereços Ipv4, pode-se consultar o endereço , do IANA. Nesse local pode-se verificar os números delegados para cada região. Por exemplo, o LACNIC possui os endereços 200/8 (novembro de 2002)) e 201/8 (abril de 2003).
Desde outubro de 1998 existe também uma entidade chamada ICANN (Internet Corporation for Assigned Names and Numbers – ), que é um órgão privado responsável por entrega de nomes de domínio e números IP. Ele supostamente deveria estar gradativamente tomando as funções do IANA.
A empresa que necessita um número IP deve procurar seu provedor, que, por sua vez, deve procurar o representante da sua região (no nosso caso o LACNIC) ou um provedor de backbone.
2 Problemas relacionados com o crescimento da Internet
• Eventual exaustão do endereçamento IPv4. Essa exaustão teve uma folga com a definição de números de intranet (item Erro! Fonte de referência não encontrada.) e utilização de NAT (Network Address Translator- RFC 1631), bem como a utilização de proxy nas empresas.
• Problemática de rotear tráfego em um número crescente de redes (tabelas de roteamento)
A exaustão dos endereços IPV4 está prevista para 2012. Ver .
3 Internet no Brasil
A tabela a seguir apresenta os principais Backbones de Internet ou sistemas autônomos (AS) existentes no Brasil ().
| Nacionais |Embratel, Rede Nacional de Pesquisa (RNP), Oi/Telemar, Brasil Telecom, KDD Nethal, Comsat |
| |Brasil, Impsat Comunicações, AT&T, NTT, Diveo do Brasil, CTBC, Mundivox do Brasil, |
| |Telefonica e Intelig. |
|Estaduais |ANSP (SP), Rede Norte-riograndense de Informática (RN), Rede Pernambuco de Informática |
| |(PE), Rede Rio (RJ), Rede Tchê (RS) e REMAV (Redes Metropolitanas de Alta Velocidade). |
O primeiro Backbone a ser estabelecido no Brasil foi o da RNP e o maior é o da Embratel.
Comitê Gestor da Internet no Brasil
• Construído de forma conjunta por
– Ministério das Comunicações
– Ministério da Ciência e Tecnologia
• Atribuições do CGI.BR
– Atribuição de endereços IP
– Registro de nomes e domínios “.br”
– Definição de diretrizes estratégicas para a Internet br
– Coleta e disseminação de informações e estatísticas da Internet brasileira
Órgãos do CGI.BR
• Registro.br
– Outubro de 2007: 1.200.000 domínios registrados
– Passar vídeo “NAVEGAR É PRECISO”
• PTT.br
– Viabiliza infraestrutura para interconectar as diversas redes de uma região metropolitana, nos chamados PTTs (Pontos de Troca de Tráfego)
• CERT.BR
– Centro de Estudos, Resposta e Tratamento de Incidentes de Segurança no Brasil.
– PASSAR VÍDEO “INVASORES”
• CETIC.BR
– Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação (Produção de indicadores e estatísticas sobre disponibilidade e uso da Internet no Brasil)
– 14,49% dos brasileiros tem Internet em casa
– 66,68% da população brasileira nunca usou Internet
– 54,35 % da população brasileira nunca usou computador
4 Endereçamento fixo e dinâmico
Endereçamento IP fixo é quando o número IP é configurado de forma explícita na máquina do usuário, conforme exemplos anteriores. Já endereçamento dinâmico requer a utilização de um servidor para fornecimento de números IP quando a máquina é inicializada.
Com IP dinâmico, na inicialização, a máquina envia uma mensagem broadcast (nível 2) solicitando um número IP. O servidor de DHCP deve procurar por algum IP livre, reservar o mesmo para a máquina que solicitou e enviar uma mensagem de retorno informando o IP que a máquina pode utilizar.
5 Exercícios
3. Qual o IP da sua máquina? Ele é fixo ou dinâmico?
4. Acesse .br e informe a quantidade de usuários Internet Banda Larga no Brasil atualmente
5. Quais as principais tecnologias de última milha existentes?
6. Verifique e compare as estatísticas da Internet no Brasil hoje (CGI.BR).
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