Introdução - UFRGS



Imprensa de Corumbá: História e Política

Gerson Luiz Martins - gmartins@.br

Luciana de Medeiros

Mirella Bernard - mirellacg@.br

Tarsilla Ferreira

ESTÁCIO DE SÁ – MS

Introdução

O

jornalismo de pesquisa histórica não é muito explorado pelos profissionais da área. Detectado esse fato, surgiu o interesse de realizarmos um estudo direcionado ao resgate histórico da imprensa de Corumbá/MS, com o tema “Imprensa de Corumbá: história e política”, pois foi essa a cidade pioneira do jornalismo impresso do sul do Estado de Mato Grosso.

O objetivo deste trabalho é apresentar o relato, até então inexistente, sobre as informações obtidas da história da imprensa corumbaense e mostrar o desenvolvimento do jornalismo atual na região.

A estrutura do trabalho está dividida em quatro capítulos, e anexos com fotos dos jornais pesquisados e a relação de periódicos que circularam no interior do Estado de Mato Grosso.

O primeiro capítulo abordará dados sobre a história da imprensa no Brasil; no segundo, um breve relato sobre a fundação do Estado de Mato Grosso, sua imprensa e ainda a história da cidade de Corumbá.

A pesquisa de campo realizada durante o projeto está no terceiro capítulo, que apresenta o histórico dos jornais Fôlha da Tarde (Sic[1]), O Momento e Tribuna, principais periódicos que circularam na década de 60. As matérias noticiadas nesses jornais foram selecionadas para mostrar como a imprensa registrava os fatos que tiveram destaque na cidade.

Foram utilizados, por meio de análise documental, arquivos dos jornais citados neste trabalho, localizados microfilmados na Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT, na cidade de Cuiabá, e encadernados na Casa de Cultura Luiz de Albuquerque – ILA e na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – Campus do Pantanal, em Corumbá.

No quarto capítulo, foram levantados e analisados os assuntos contidos nos cincos jornais que circulam em Corumbá nos dias de hoje: Correio de Corumbá, Corumbá Notícias, Diário da Manhã, Folha de Corumbá e Gazeta Corumbaense.

Um outro ponto discutido no trabalho foi a participação de jornalistas e políticos ligados à imprensa, cujos depoimentos confirmaram os fatos ocorridos no período estudado.

A dificuldade de se obter materiais relacionados à imprensa local foi um obstáculo para limitarmos a pesquisa. Por isso, foram escolhidos três jornais da década de 60 e os que ainda atuam na cidade.

Para comparar o crescimento do jornalismo corumbaense com o período estudado, foram analisadas as mudanças de estrutura, a dificuldade de produção dos jornais e o desenvolvimento da imprensa.

1- História da imprensa no Brasil

A

imprensa no Brasil é oficialmente implantada em 1808, após a chegada de Dom João VI ao Rio de Janeiro. Em 1º de junho daquele ano surge, impresso em Londres, o Correio Brasiliense, primeiro periódico publicado por um brasileiro e o primeiro livre da censura portuguesa.

No dia 10 de setembro desse mesmo ano foi publicada, a partir de uma iniciativa de funcionários da Secretaria de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Guerra, a Gazeta do Rio de Janeiro, órgão oficial da administração portuguesa sediada no Brasil. Com isso, esses dois periódicos tornaram-se os precursores da imprensa nacional.

O retardamento da chegada da imprensa no Brasil não se explica por uma única causa, mas por divergências políticas entre o Brasil e Portugal, conforme preconiza MELO (1973):

“Não se sabe de nenhuma iniciativa tomada, quer pelas autoridades da colônia, quer pelas ordens, para se introduzir a imprensa no Brasil”[2].

Outro aspecto desse retardamento diz respeito não só às condições do Brasil na época, mas caracteriza-se por uma diretriz eminentemente econômica, isto é, a atividade capitalista representa condição indispensável para o desenvolvimento da imprensa, segundo SODRÉ (1966):

“As condições da colônia constituíam obstáculo mais poderoso ao advento da imprensa do que os impedimentos oficiais que caracterizaram a atitude portuguesa. Claro que estes, na sua vigilância permanente,concorreram também para o retardo com que conhecemos a imprensa. A etapa econômica e social atravessada pela colônia não gerava as exigências necessárias a instalação da imprensa”[3].

Antes da instalação da imprensa oficial no Brasil, em 1808, ocorreram algumas tentativas de se implantar a tipografia que, na época, imprimia livros, editais e trabalhos nas línguas nativas influenciados pelos portugueses e jesuítas que se alojaram nos Estados brasileiros como Recife, Paraná, Rio de Janeiro e Bahia.

Algumas providências foram tomadas pela Corte Joanina. Em 14 de outubro de 1808, os juízes da alfândega foram ordenados a não autorizarem a entrada de livros ou papéis impressos sem que tivessem a licença do Desembargo do Paço.

Durante 13 anos foram publicados, no Brasil, vários periódicos vinculados à imprensa áulica, isto é, tudo o que se publicava sem o timbre do Brasil. Esses periódicos tiveram vida efêmera, por causa das perseguições políticas da Corte e também da própria polícia brasileira.

A partir de 1821, a imprensa começa a se desvincular da monotonia áulica, defendendo os interesses brasileiros. Já em 1822, ano da Independência, começa uma fase tormentosa, devido ao aparecimento de inúmeros periódicos que retratavam as notícias da independência e das lutas políticas.

Em 22 de novembro de 1823, foi decretada pela Comissão de Legislação a liberdade de Imprensa, com isso, a imprensa se desenvolve em estreita ligação com a atividade política, crescendo nos centros em que o governo tem grande influência e lentamente nas províncias politicamente atrasadas.

Nesse período, começam a surgir as facções partidárias. Dentre essas podem ser citadas: a direita conservadora, órgão ligado à imprensa absolutista, antiga imprensa áulica; a direita liberal, que pertencia à monarquia constitucional; e a esquerda liberal, na qual se recrutam os principais jornalistas, idealizadores de um novo estilo de jornal, o pasquim, que publicava informações em linguagens populares de acontecimentos políticos, sem a identificação de seus redatores.

As questões políticas resumiam-se às publicações da imprensa, e com o agravamento dos conflitos partidários, os órgãos da esquerda liberal ganharam destaque na imprensa.

Em vista do enfraquecimento de Dom Pedro I, no final de 1830, as unidades liberais, esquerda e direita, uniram forças porque estavam perdendo espaço na imprensa, no legislativo e na opinião pública. Isso resultou na abdicação de Dom Pedro I, no dia 7 de abril de 1831, conhecido como “Movimento Sete de Abril”.

A proliferação dos pasquins foi uma das conseqüências das lutas políticas da época. O governo conservador estava sem prestígio e irritado com os insultos da oposição, usando então o poder da imprensa para criticar seus adversários.

De acordo com SODRÉ (1966, p. 144):

“Foi o ano de 1832 a 1833 um daqueles em que a imprensa assumiu entre nós maior grau de exaltação; saíram dos prelos, em 1832, 35 periódicos, dos quais 14 sustentavam o Governo e 21 faziam-lhe guerra aberta, sem medidas, nem tréguas; foi em 1832 que feriram, em 5 de novembro, com um tiro de pistola, a Evaristo Ferreira da Veiga, o redator da Aurora Fluminense”[4].

O período de 1830 a 1850 foi o grande momento da imprensa brasileira, que era fraca em técnica, com produção artesanal e distribuição restrita. A política foi sua principal fonte por causa da influência dos partidos existentes.

A imprensa política decaiu em virtude do surgimento dos latifúndios, o que propiciou a junção do jornalismo político com o literário. Na fase anterior, essa não era a regra, não havia espaço para escritores, mas somente para jornalistas. Com essa união, ganham destaque Machado de Assis, Quintino Bocaiúva, Manoel Antônio de Almeida e José de Alencar, que eram os intelectuais escritores da época.

Começam a surgir jornais direcionados a mulheres, como Jornal das Senhoras, fundado em 1852 por Violante Ataliba Ximenes de Bivar e Velasco, cuja duração foi de três anos. Esses jornais publicavam matérias que versavam sobre beleza, culinária, literatura e figurinos, atraindo então um novo público.

Em 1858, a imprensa se expandiu pelo interior. As dificuldades de transporte e os serviços precários dos correios impediram que os jornais da Corte chegassem às capitais das províncias, fazendo com que essas províncias publicassem seus próprios periódicos. A Atualidade, órgão ligado à Corte é fundado no mesmo ano, e foi o primeiro jornal a ser vendido nas ruas por negros, escravos ou ex-escravos.

O Brasil passa por reformas com a Lei do Ventre Livre, com o apoio às idéias republicanas, com a Lei dos Sexagenários, com a abolição, com o avanço da vida urbana, com o crescimento da classe média e com o esboço da burguesia. Esses fatos permitiram a ampliação das atividades da imprensa, ou seja, o aumento da publicação de livros e jornais.

A imprensa brasileira foi ampliando sua atuação e passou de artesanal para industrial no fim do século XIX, para se adequar aos padrões e às características peculiares da sociedade burguesa.

Na mesma época, os jornais tinham duas linhas diferentes: o pequeno jornal, direcionado ao interior do país era transitório e obra de poucos; já o grande tende à permanência que o tornava uma empresa e defendia seus ideais, sem restrições à censura, fato necessário para o avanço do jornalismo.

Os jornais davam grande destaque para a publicação de notícias relacionadas ao jogo do bicho e à loteria, chegando a esperar o resultado para só então imprimir o jornal. Isso ocorreu no ano de 1894, quando a maioria dos periódicos além dos resultados, divulgava uma série de palpites e até estatísticas relacionadas aos jogos.

Os periódicos começaram a utilizar os clichês, placa de metal destinada à impressão de imagens e textos em prensa tipográfica, em suas publicações a partir do ano de 1894.

No início do século XX, a imprensa conquistou seu lugar, definiu sua função, provocou a divisão do trabalho em seu setor específico, atraiu capitais e refletia, mal ou

bem, as alterações que, iniciadas no fim do século XIX, estavam definidas nos primeiros anos desse século XX.

O surgimento do capitalismo resultou no desaparecimento da boemia[5], o que proporcionou as alterações na imprensa, como: tendência à queda do folhetim, substituído pelo colunismo e, aos poucos, pela reportagem; a entrevista supre o simples artigo político; o aparecimento de assuntos, antes tratados como secundários têm importância maior, com destaque para os policiais, esportivos e internacionais.

Os jornais começam a diminuir os espaços das colaborações literárias, pois não pretende mais ser inteiramente literário. Com essa mudança, aparecem as revistas ilustradas nas quais os escritores passam a publicar suas obras literárias, caracterizando os jornais como imprensa. No ano de 1907, os jornais iniciam as publicações de clichês em cores, produzidos em papéis acetinados e impressos em máquinas rotativas. O jornal Gazeta de Notícias, do Rio de Janeiro, torna-se o pioneiro nessa tecnologia.

Com a necessidade de ter uma organização dedicada integralmente aos jornalistas, denominados na época de proletários intelectuais, em 7 de abril de 1908, é fundada a Associação Brasileira de Imprensa (ABI). A instituição pretendia ser assistencial, oferecendo aos associados serviços médicos, asilos e auxílio financeiro para as famílias.

Durante a primeira Guerra Mundial, no período de 1914 a 1918, os Estados de São Paulo e Rio de Janeiro passaram por uma crise no setor operário. Em 1917, eclodiu em São Paulo a greve que paralisou esse setor, mobilizando a imprensa que organizou um “Apelo dos Jornalistas” ao Comitê de Defesa Proletária.

O objetivo desse apelo era reunir os operários com seus patrões e o governo para negociarem o fim dessa greve. A reunião ocorreu na redação do jornal O Estado de São Paulo e teve a presença de vários jornalistas. Com o fim dessa reunião, a imprensa intermediou as negociações que resultaram no fim da greve.

Até a década de 30, a imprensa se desenvolveu e a tendência oposicionista reduziu a área de influência do governo. A partir de 1934, quando Getúlio Vargas assume a presidência da República e, em 1937, implanta a ditadura, a imprensa sofre censura e a publicação de jornais de oposição torna-se impossível.

Com a criação do Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), até o ano de 1945, Getúlio veta o registro de 420 jornais e 346 revistas, liberando apenas as publicações ligadas politicamente ao presidente que são autorizadas a circular.

Em meados da década de 50, a imprensa ganha força com o desenvolvimento do rádio e da televisão. Os proprietários de jornais investem nesses meios de comunicação, pois seus periódicos já não atingem a dimensão só alcançada por essas modalidades. Com isso, começam a explorar as informações de modo instantâneo, por meio de sons e imagens, buscando um público maior, como os analfabetos e os que não tinham acesso aos jornais.

Com o General Eurico Gaspar Dutra no poder, a Constituição elaborada em 1946, o artigo 160 refere-se à imprensa determinando para as empresas jornalísticas a proibição de financiamento estrangeiro, sendo permitido apenas apoio nacional, pois, nessa época, o que dominava os jornais eram as agências de publicidade internacionais que, por meio dos anúncios, atingia de forma mais direta seu público.

Nos anos 60, as matérias internacionais eram as mesmas em todos os grandes jornais, tendo em vista a influência das agências de notícias estrangeiras. Os jornais plagiavam as matérias que recebiam, diferenciando apenas no título e na diagramação. Outra característica da imprensa, nessa década, foi a influência política, principalmente no período das eleições, com publicações de propagandas de candidatos e partidos ou por meio de matérias pagas.

Em 1964, houve o golpe militar, que implantou a ditadura no país. Com isso, os jornais e revistas nacionalistas e esquerdistas foram fechados; o rádio e a televisão tiveram rigorosa censura e numerosos jornalistas foram presos, torturados e exilados. O jornal Correio da Manhã, em 1964 e 1965, serviu como base para as publicações de matérias de protesto e das denúncias de torturas.

A ditadura durou até 1985, quando a imprensa brasileira foi caracterizada pelo domínio internacional das agências de notícias e publicidade, tornando os jornais dependentes de quem estava no poder, ou seja, para continuar em circulação a maioria era obrigada a dar apoio ao governo.

2- Mato Grosso: história e imprensa

2.1- o estado de Mato Grosso

E

m 1722 é fundado o Arraial Nossa Senhora da Penha de França por bandeirantes e garimpeiros, em sua maioria vindos do Estado de São Paulo em busca de ouro. Após cinco anos, a Coroa envia ao povoado o governador e capitão-general de São Paulo, Dom Rodrigo César de Menezes que, em 1° de janeiro de 1727, eleva o arraial à Villa Real do Senhor Bom Jesus de Cuiabá.

Com o retorno de Dom Rodrigo César de Menezes para São Paulo, Dom João V, para assegurar o domínio português, nomeia o capitão-general Dom Antônio Rolim de Moura Tavares para ser o novo governador da vila. Em 17 de janeiro de 1751 é criada a capitania de Mato Grosso.

Durante 48 dias de viagem pelos sertões mato-grossenses, Dom Antônio Rolim de Moura Tavares atravessa o rio Guaporé e instala-se em Pouso Alegre, onde estabelece a sede da administração pública. Em 19 de março de 1752 eleva o local à Villa Bella da Santíssima Trindade de Mato Grosso.

Para defender os interesses portugueses, deixa o governo em 1764, passando o cargo a Luiz de Albuquerque de Mello Cáceres que, durante sua administração, aplicou medidas a favor do comércio, da lavoura e da mineração, incentivou a navegação, abriu estradas e aperfeiçoou a educação. Foi governador até 1789, sendo substituído por seu irmão João Albuquerque de Mello Cáceres.

Com a guerra declarada entre Portugal e Espanha, em 16 de setembro de 1801, a capitania passou por modificações como a liberdade dos governadores para cuidar do crescimento interno das capitanias.

Com a deposição do capitão-general Francisco de Paula Magessi Tavares de Carvalho, em 1821, chegou ao fim o período dos governadores e capitães-generais de Mato Grosso. Com isso, foi criada, em Cuiabá[6], uma junta governativa responsável pelo destino das províncias.

Em 1822, a população protestou para ter o direito de escolher os funcionários que comporiam essa junta, no entanto isso não ocorreu, pois em 7 de setembro acontece a Independência do Brasil. Assim, as capitanias passaram a ser províncias, e a de Mato Grosso teve como primeiro presidente, Dr. José Saturnino da Costa Pereira, nomeado em 10 de setembro de 1825.

As atividades comerciais de Mato Grosso em relação às outras províncias eram restritas pela falta de comunicação, por esse motivo foi intensificada a navegação do Rio Paraguai bem como a de seus afluentes, mas o início da guerra contra o Paraguai, em 1864, atrasou a continuidade do desenvolvimento do Estado.

Comandada por Francisco Solano Lopes, as tropas paraguaias instalaram-se na Villa de Corumbá em 1865, onde praticaram atos de violência contra os poucos moradores ali residentes. Enquanto isso, na cidade de Miranda, o comandante da colônia militar dos Dourados, tenente Antônio João Ribeiro, preparava as armas de choque.

A guerra destruiu propriedades e deixou feitos memoráveis, como a resistência de Coimbra, a retirada de Laguna e o combate do Alegre. Com o fim da guerra em 1877, Antônio Maria Coelho, em 13 de junho, retoma a Praça de Corumbá. Segundo JUCÁ (1986, p. 45):

“O que há de mais importante em relação ao jornal Boletim de Mato Grosso é que foi nele que se publicou uma das mais significativas páginas da história mato-grossense, sobre a retomada de Corumbá... Era impossível deixar de fazer este registro, pois com a notícia da retomada o jornal Boletim de Mato Grosso marcou para sempre a sua presença na história do jornalismo mato-grossense”[7].

Outro fato histórico que teve destaque na imprensa de Mato Grosso foi a notícia da Proclamação da República que, por não haver comunicação telegráfica com o Rio de Janeiro, só chegou a Cuiabá no dia 9 de dezembro de 1889. O único jornal a mencionar o fato foi A Gazeta que, na tarde do mesmo dia, divulgou o seguinte pronunciamento do primeiro governador republicano de Mato Grosso, general Antônio Maria Coelho. De acordo com JUCÁ (1986, p. 68):

“Viva a República dos Estados Unidos do Brasil! Viva o estado de Mato Grosso! Está proclamada a República na nossa estremecida pátria, e Mato Grosso já não é a província de uma monarquia”[8].

Com a necessidade de interligar os Estados de Mato Grosso e São Paulo foi instituída a Comissão de Viação Geral com o objetivo de expandir as estradas de ferro no país em 1880 e, após nove anos, foram autorizadas diversas concessões de ferrovias e hidrovias. Em 1904, a empresa Companhia Estrada de Ferro Noroeste do Brasil começa a explorar a estrada nomeada de Uberaba-Coxim no seguinte itinerário: a partir da cidade de Bauru/SP até a cidade de Cuiabá/MT. A construção iniciou-se em 1905 e um ano depois foram inaugurados os primeiros 92 Km da ferrovia.

Essa ferrovia passou por alterações, sendo definido no governo do presidente Afonso Pena um novo traçado, dando preferência para Corumbá em vez de Cuiabá, em virtude do melhor acesso à fronteira boliviana.

Em 1910, a estrada nomeada Bauru-Itapura estava em tráfego e, após quatro anos, a estrada Itapura-Corumbá concluía seu itinerário até Porto Esperança. Na década de 40, iniciou-se o trecho Porto Esperança-Corumbá, sendo inaugurado no ano de 1952. Essa estrada foi importante, pois representava a ligação com os portos do Rio de Janeiro e de Santos com o vale do Paraguai, ampliando a comunicação com as fronteiras e proporcionando o desenvolvimento do Estado e de seus municípios.

Após a 2ª Guerra Mundial, em 1945, o Brasil aderiu à modernização e, como conseqüência, o Estado de Mato Grosso começa seu crescimento por meio da pecuária e do incentivo à agricultura.

2.2- A imprensa de Mato Grosso

F

rancisco José de Melo foi o pioneiro na tipografia de Mato Grosso em 1839. Nesse mesmo ano, em 14 de agosto, entrou em circulação o primeiro jornal impresso da cidade de Cuiabá, Themis Mato-Grossense, semanário destinado à publicação de atos oficias; sua assinatura era adquirida por meio de João Alves Ferreira e Joaquim Almeida Falcão e vendido a 80 réis o exemplar avulso.

Por causa dos confrontos políticos entre os poderes Legislativo e Executivo a publicação do Themis Mato-Grossense foi interrompida. Como novo órgão do governo, em 30 de julho de 1842, surgiu o periódico Cuiabano Official em substituição ao Themis Mato-Grossense que, posteriormente modificou o nome para O Cuiabano, circulando até 1845.

Dando seqüência à tipografia provinciana surgiu A Gazeta Cuyabana que circulava todas as quartas-feiras e sábados, exceto nos dias santos e de festas nacionais, regra seguida pela maioria da imprensa cuiabana. Seu primeiro exemplar foi publicado no dia 2 de junho de 1847, deixando de existir no ano seguinte, por motivos políticos.

Em 1848, a tipografia pertencente à Província de Mato Grosso, por problemas políticos foi vendida para o Dr. José Antônio Pimenta Bueno, conforme se pode comprovar pelo relato de JUCÁ (1986).

“No período compreendido entre 31 de agosto de 1848, quando a Tipografia Provincial foi colocada em hasta pública, e o dia 2 de maio de 1890, foi quando reimplantada a imprensa oficial com o nome de Tipografia do Estado de Mato Grosso, a Província ficou quase 42 anos sem o seu órgão oficial. Sem a sua tipografia e sem o seu jornal, a Província teve de contratar jornais particulares que circulavam em Cuiabá.” [9]

Em 4 de outubro de 1868, a imprensa cuiabana passou a contar com nova publicação intitulada A Situação – “Jornal Oficial, Político e Literário”, mudando de posição. Era do Partido Conservador, e seu editor Joaquim da Costa Teixeira, porém, mais tarde o periódico mudou para a oposição, passando à oposição. No início, circulava apenas aos domingos, depois passou a ser bissemanal, oscilando de duas a quatro colunas em quatro páginas.

A “Liga Social Católica Brasileira da Arquidiocese” lançou em 15 de maio de 1910 o jornal A Cruz, fundado e dirigido por Frei Ambrósio Daydé. Folha católica, com publicação quinzenal que, após um ano de circulação, passou a semanário. O objetivo do periódico foi promover campanhas religiosas e cívicas, ocupando depois do Diário Oficial do Estado o lugar de veterano do jornalismo mato-grossense.

Em 15 de janeiro de 1935, a Imprensa Oficial do Estado de Mato Grosso estava sob a direção do professor Rubens de Carvalho, que começou a publicar diariamente o jornal Gazeta Oficial, fundada em 8 de maio de 1890. O então governador do Estado, Arquimedes Pereira Lima, passou o nome do periódico Gazeta Oficial para Diário Oficial.

Foi durante esse governo que a Imprensa Oficial adquiriu quatro linotipos e uma rotativa. De acordo com JUCÁ (1986), para comemorar 100 anos da imprensa de Mato Grosso, Arquimedes Pereira Lima publicou no Diário Oficial a seguinte reportagem:

“Realizou-se ontem com solenidade, a inauguração da nova Rotativa do Diário Oficial, recentemente adquirida pelo governo do Estado. Teve a aludida solenidade o comparecimento das mais altas autoridades do Estado e Federais e dos elementos mais representativos da sociedade cuiabana, da Imprensa e do funcionalismo público. Foi, pode-se dizer, um dos mais notáveis acontecimentos da administração estadual presenciados nos últimos tempos em nossa capital”[10].

Acompanhando o desenvolvimento da Capital do Estado de Mato Grosso, Cuiabá, e com o aumento da população nas províncias, surge a necessidade de suprir as informações para os interioranos nessa época. Com isso, a imprensa começa a dar seus primeiros passos em todo o Estado[11].

2.3- História de Corumbá

C

onhecida como a Capital do Pantanal e Cidade Branca, Corumbá foi fundada em 21 de setembro de 1778, como estratégia militar da Coroa Portuguesa para impedir o avanço dos espanhóis, que estavam em busca do ouro na desguarnecida fronteira brasileira.

Após a fundação do Forte Coimbra, em 13 de setembro de 1775, o governador da Província de Mato Grosso, Luiz de Albuquerque de Mello Cáceres, determinou que João Leme do Prado encontrasse ao longo do rio Paraguai local que servisse como ponto de apoio militar. A primeira denominação do vilarejo foi Arraial de Nossa Senhora da Conceição de Albuquerque.

Durante a Guerra da Tríplice Aliança, quando o Brasil se uniu à Argentina e ao Uruguai para combater o Paraguai, o local foi palco de uma das principais batalhas. A então Freguesia de Santa Cruz de Corumbá acabou ocupada e destruída pelas tropas de Solano Lopez, em 1865, sem nenhuma resistência, e retomada em 13 de junho de 1867.

Após a guerra, a abertura dos portos e o comércio internacional foram fatores preponderantes para a ocupação da fronteira oeste brasileira. A ligação de Corumbá com Buenos Aires, Montevidéu, alguns países europeus, navios transatlânticos e poderosos “mascates fluviais”, fizeram do porto fluvial da cidade o terceiro maior da América Latina até 1930.

Os rios Paraguai, Paraná e da Prata eram o único meio de comunicação da região com o mundo até 1950, quando os trilhos da antiga Estrada de Ferro Noroeste do Brasil (NOB), hoje privatizada e denominada Novoeste, chegaram à fronteira com a Bolívia, mudando o curso da história e da economia local. Com a ferrovia, o transporte fluvial foi praticamente abandonado.

A ferrovia, considerada um sinônimo de desbravamento dos cerrados da região oeste brasileira, foi também responsável pela ruptura de Corumbá com a Bacia do Prata, em especial, Buenos Aires e Montevidéu. A ligação fluvial foi mantida, mas apenas para exportação de matéria-prima da região.

O município de Corumbá tem uma área de 65.000 Km², abrangendo 70% do Pantanal sul-mato-grossense. Hoje, sua população é de 90.000 habitantes, cujas principais atividades econômicas são a pecuária, com o maior rebanho bovino do Estado; a exploração mineral, que possui a maior reserva de calcário do país; a pesca e o turismo.

Dentre seus pontos turísticos podem ser citados: o Casario do Porto, construções do final do século passado que abrigavam grandes empórios, agências bancárias internacionais, curtumes e a primeira fábrica de gelo do Brasil. O mais importante é o prédio Wanderley, Baís e Cia., construído em 1876, onde hoje funciona a Secretaria do Meio Ambiente e Turismo e tombado em 1992 pelo Patrimônio Histórico Nacional. Outros locais são o Porto Geral, o Museu Pantanal instalado dentro do Instituto Luiz de Albuquerque – ILA e a Praça da Independência, arborizada com plantas nativas como o carandá, a bocaiúva e o ipê roxo. Seu coreto foi importado da Alemanha, de onde também veio o mosaico de calçamento da parte externa.

Com 224 anos, Corumbá é a terceira maior cidade do Estado e com toda sua história e cultura tenta preservar e resgatar o que já foi um marco para Mato Grosso do Sul.

2.4- Imprensa Corumbaense

D

epois de Cuiabá, a cidade do Estado de Mato Grosso que teve maior desenvolvimento da imprensa foi Corumbá. O primeiro jornal na cidade foi O Iniciador – “Órgão comercial, noticioso e literário” que circulou a partir do dia 18 de janeiro de 1877.

Fundado por Silvestre Antunes Pereira Serra e pelo tipógrafo português Manoel Antonio Guimarães, o jornal era impresso em quatro colunas; na primeira, era publicado o calendário da semana e indicações das fases lunares.

Segundo MENDONÇA[12], uma curiosidade do jornal era não possuir alguns sinais próprios da língua portuguesa e por isso usava o algarismo 5 (cinco) invertido em substituição ao C cedilhado (Ç).

De acordo com a pesquisa de campo realizada no Núcleo de Documentação e Informação Histórica Regional – NDIHR – da Universidade Federal de Mato Grosso[13] encontram-se 75 títulos de periódicos microfilmados que circularam em Corumbá, entre eles o do O Iniciador. Analisando o exemplar número 182, desse periódico, com data de 18 de janeiro de 1879, o jornal apresentava três colunas e quatro páginas, circulação bissemanal, com notícias sobre a Corte portuguesa, matérias locais e culturais; na primeira página eram publicadas as correspondências; na segunda, cartas registradas e “Campo Neutro” (seção sobre política); na terceira, os editais e na quarta, os anúncios.

O Iniciador, em 1884, passou a circular semanalmente e teve de suspender suas publicações por causa da falta de papel, conforme matéria noticiada na primeira página do dia 25 de janeiro desse mesmo ano.

“Aos nossos assinantes – Por não havermos recebido ainda o papel que tínhamos encomendado fomos obrigados a suspender a publicação do – O Iniciador –, do que pedimos desculpas aos nossos distintos assinantes. Com muito sacrifício e esforço pudemos obter algum papel que nos proporciona os meios de dar aos nossos assinantes um número do periódico por semana, até que nos chegue o papel que encomendamos, servindo essa publicação para demonstrar a nossa boa vontade que porém, não pode vencer o impossível”. (Jornal O Iniciador)[14].

No dia 1° de janeiro de 1878, foi fundado por Antônio Joaquim da Rocha o jornal A Opinião, cujo editor era José Rodrigues da Costa. O exemplar analisado – o do dia 30 de abril de 1914 – tinha como diretor Luís da Costa Gomes, apresentava matérias de caráter sensacionalista e era diagramado em cinco colunas com duas páginas.

O periódico O Corumbaense – “Órgão dos interesses do comércio, da lavoura e da instrução popular: literário e noticioso” apareceu no dia 25 de julho de 1880, era comandado por Generoso Nunes Nogueira e com publicações bissemanais.

O material estudado no NDIHR do dia 10 de fevereiro de 1881, apresentava como editor André Troyano da Rocha Passos, diretor Antônio Joaquim Malheiros e tipógrafo Joaquim Antônio Moreira Júnior. A estrutura do jornal tinha três colunas e quatro páginas, com publicações de editais, matérias regionais, nacionais e internacionais, artigos e correspondências. Uma curiosidade foi a divulgação de uma propaganda do próprio periódico direcionado para os assinantes, mas os anúncios eram gratuitos. O último exemplar encontrado microfilmado é o do dia 6 de julho de 1881.

Outro periódico é o Oásis – fundado em 1888 pelo major honorário do exército Manoel da Costa Pedreira, tinha como ideal pregar o abolicionismo e apresentava como slogan “Periódico imparcial – não se admite testa de ferro”. De acordo com o livro “Album Graphico do Estado de Mato Grosso” seu último exemplar circulou no ano de 1896.

Observou-se que, a partir de 18 de dezembro de 1892, era diagramado em quatro páginas, cinco colunas, era semanário e tinha como impressor J. F. L. Pedreira. O slogan mudou nesse mesmo ano para “Órgão do povo”.

Em 22 de janeiro de 1891, Silvestre Antunes Pereira e João Antônio Rodrigues fundaram O Lidador que durou até o ano seguinte. Folha que promoveu a primeira revolução em Mato Grosso no regime republicano, conseguindo que fosse deposto o seu governador Dr. Manoel José Murtinho todas as autoridades constituídas, inclusive o general Ewerton Quadros que era comandante do distrito militar de Corumbá. Segundo CORRÊA (p. 79), esse fato foi publicado em seu primeiro exemplar.

“Jornal O Lidador, informou que o povo se reuniu em frente ao prédio da Intendência depondo Manoel Murtinho – publicado em Corumbá no dia 22 de janeiro de 1892”[15].

“Periódico comercial e noticioso” era o slogan do jornal Echo do Povo fundado em 1893 por João Antônio Rodrigues e teve participação de sua esposa Joana Bacchi Rodrigues. Em 12 de março desse mesmo ano, o impressor era José Aurieme com diagramação em três colunas e quatro páginas.

Pedro Paulo de Medeiros deu início à publicação do jornal A Federação em 1896. Esse periódico circulou até 1899, quando o chefe do Partido Republicano, Generoso Ponce, foi deposto pelo coronel Antônio Paes de Barros, membro do mesmo partido. Com periodicidade bissemanal, apresentava quatro páginas e matérias nacionais e internacionais distribuídas em quatro colunas.

O jornal O Sertanejo – “Semanário literário e noticioso”, fundado no dia 1º de setembro de 1897, era de propriedade do capitão Manoel José Brandão. Impresso em quatro colunas e quatro páginas na tipografia do jornal A Federação, esse periódico teve grande repercussão na imprensa, pois publicava textos literários de escritores regionais, como Pedro Trouy, Horta Barbosa, Silvestre Serra, Francisco Castello Branco e João Beckman.

A Pátria – publicação fundada em 5 de fevereiro de 1899 por Salvador Augusto Moreira, tendo como redator principal Pedro Trouy. Órgão independente que, em pouco tempo, se aliou a uma das facções políticas de Corumbá. O periódico suspendeu suas publicações por algum tempo e reapareceu em 28 de agosto de 1904, sob a direção de Themistocles Serra, como “Órgão do Partido Republicano Constitucional”, cessando a circulação em 1906.

No dia 20 de agosto de 1899, passa a ser publicado O Município de Corumbá pelo capitão Manoel José Brandão. “Folha comercial e noticiosa dedicada aos interesses gerais e especiais do município”, era o slogan do jornal que apresentava periodicidade semanal, com quatro páginas e cinco colunas.

O periódico O Brazil – “Órgão do Partido da Coligação”, foi fundado em 1902 por João Antônio Rodrigues. Articulou uma campanha que deu início à Revolução de 1906. Já em 1907, o jornal apresentava quatro colunas, quatro páginas, periodicidade semanal e como diretor Themistocles Serra. A folha mudou o título para Gazeta do Sul, em 1911, tornando-se “Órgão do Partido Conservador”.

Com o slogan “Periódico noticioso, comercial e literário” e o lema “Paz, Justiça e Liberdade”, entrou em circulação no dia 31 de julho de 1904 o jornal Autonomista, também fundado por João Antônio Rodrigues e dirigido por Joana Bacchi Rodrigues, teve sua publicação suspensa em 1906 e reapareceu nesse mesmo ano. Por problemas financeiros, seus proprietários venderam todo material tipográfico ao major Francisco Castello Branco, encerrando suas publicações em 1908.

Francisco Castello Branco inicia a publicação do periódico Correio do Estado no dia 12 de maio de 1909. Tinha distribuição bissemanal, às quartas-feiras e sábados, com quatro colunas, quatro páginas e publicava anúncios, matérias nacionais, internacionais, telegramas e editais. No ano seguinte, seu redator chefe era Sebastião de Campos e em abril de 1912 parou de circular.

Também foi analisado o jornal Opinião Pública fundado em 1913, era dirigido por Luiz da Costa Gomes. Por ser de caráter sensacionalista tinha uma boa aceitação do público, fazendo com que a procura de anunciantes fosse maior. O periódico era diagramado em cinco colunas com duas páginas.

Diário de Corumbá – “Órgão de propriedade de uma sociedade anônima” apareceu em 1914, com quatro páginas, cinco colunas e dirigido por João Pinto de Almeida. Até o ano de 2002, esse jornal ainda publica algumas edições sem determinada periodicidade.

Em 1918, iniciou-se a publicação da folha A Cidade sob a direção de Carlos de Melo. O exemplar apresentava cinco colunas em seis páginas, notícias locais, nacionais e internacionais, e circulava de terça-feira a domingo. Já em 1920, reduziu o número de páginas para quatro e passou a ser dirigido pelo Dr. José de Barros Maciel.

O jornal O Município foi fundado em 1934 por José Silvino da Costa. Em 23 de dezembro do ano seguinte, o diretor-gerente foi Castro Brasil, e a publicação apresentava diversos redatores, sendo estruturado em cinco colunas com quatro páginas.

Durante a pesquisa feita no Núcleo de Documentação e Informação Histórica Regional (NDIHR), em Cuiabá e na Casa de Cultura Luiz de Albuquerque, em Corumbá, não foram encontrados es exemplares de alguns jornais que circularam na cidade de Corumbá. Desses, foram obtidos apenas os títulos e alguns com ano de fundação.

Segue abaixo a relação dos periódicos encontrados:

|TÍTULO |FUNDAÇÃO |

|O Argonauta |1910 |

|Atletha |1888 |

|O Bajulador |1955 |

|Beija-Flor |---- |

|Boletim |Fevereiro de 1970 |

|Calabrote |1882 |

|Carijó |---- |

|A Cidade |1918 |

|O Comércio |1910 |

|Correio do Povo |1913 |

|Corumbá – Jornal |11/08/1928 |

|A Defesa |1922 |

|Diabinho |1884 |

|Diário Corumbaense |1931 |

|Diário da Manhã |18/07/1932 |

|Eco Diocesano |Maio de 1927 |

|O Embrião |18/03/1891 |

|O Escravo |1888 |

|O Estudante |---- |

|A Faísca |---- |

|Fronteira-Oeste |21/04/1958 |

|Gazeta Liberal |1884 |

|O Gráfico |25/12/1952 |

|O Grande Industrial |13/12/1969 |

|II Garibaldi |1900 |

|A Imaculada |Outubro de 1959 |

|O Independente |---- |

|Jornal de Corumbá |1913 |

|Jornal do Povo |1953 |

|Juvenil |---- |

|A Marreta |---- |

|O Mosquito |---- |

|Miyosótis |---- |

|O Nacionalista |1937 |

|Náutico |---- |

|Nautílio |---- |

|A Notícia |08/08/1912 |

|O Operário |1900 |

|Ordem |1913 |

|Para Bolívia |10/11/1961 |

|Para Todos |---- |

|Phalena |---- |

|Pharol |---- |

|Raio X |---- |

|O Rugido Corumbaense |27/11/1970 |

|Satélite |---- |

|A Sátyra |02/10/1904 |

|O Secundarista |---- |

|A Tesoura |01/07/1878 |

|O Tiradentes |1897 |

|A Tribuna de Corumbá |---- |

|União |1952 |

|Vergel |---- |

|Vinte de Agosto |---- |

|A Violeta |01/01/1899 |

|A Voz do Povo |23/07/1960 |

|Vagalume |---- |

3- A Imprensa de Corumbá na Década de 60

N

este capítulo apresentaremos a pesquisa realizada na cidade de Corumbá/MS, tendo como foco três jornais que circularam simultaneamente durante a década de 60, desempenhando um importante papel na história da imprensa local.

Alguns exemplares dos periódicos Fôlha da Tarde (Sic), O Momento e Tribuna encontram-se arquivados na Casa de Cultura Luiz de Albuquerque (Fôlha da Tarde [Sic] e O Momento) e no Núcleo de Documentação Histórica e Estudos Regionais (Tribuna), localizado na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – Campus Pantanal.

Desde o início da imprensa na cidade a política influenciava os jornais. Era visível que cada partido tinha um meio de publicar suas ideologias e expressar suas opiniões. Os jornais estudados são um exemplo da força política, já que eram criados pelos principais partidos da região, a União Democrática Nacional (UDN), o Partido Social Democrático (PSD) e o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB).

3.1- Histórico dos jornais citados

O jornal Tribuna, fundado em 24 de março de 1912 por Pedro Magalhães, foi o primeiro diário publicado na cidade, com o slogan “Diário Independente de Maior Circulação de Matto-Grosso”.

Diagramado em cinco colunas e quatro páginas, o periódico era impresso a vapor em máquina cilíndrica a Express de Alauzet. Com circulação de terça-feira a domingo, apresentava na primeira página expediente e telegramas nacionais e internacionais; na segunda e terceira páginas eram publicados os anúncios e na última, notícias regionais.

Em 1918 começa-se a inserir clichês, placa de metal utilizada para reprodução de imagens, iniciando assim uma nova etapa do jornal Tribuna. Sem passar por significativas alterações por vários anos, em 4 de janeiro de 1949, com direção de Vicente Bezerra Neto, começa a publicar histórias em quadrinhos que relatavam aventuras do personagem “Seu Brasilino faz das suas...”.

Criado para defender os interesses dos comerciantes e industriários ligados ao Partido Social Democrático (PSD) e Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), apresentava matérias internacionais, nacionais e locais, sempre ligadas a fatos políticos. De acordo com dados obtidos, o jornal Tribuna circulou até 1974.

O Momento foi o segundo periódico analisado, fundado por Otacílio F. da Silva em 24 de novembro de 1945. Circulava de segunda-feira a sábado, tinha quatro páginas e seis colunas. Por dois anos, de 1969 a 1971, interrompeu suas publicações por causa da morte do seu diretor e também por desentendimento entre os funcionários. O jornal foi criado pelo partido da UDN corumbaense para fazer oposição ao jornal Tribuna, que era do PSD e do PTB. A UDN era ligada ao setor agrário, formado por grandes fazendeiros e latifundiários.

Fôlha da Tarde (Sic) foi o terceiro jornal pesquisado. Fundado pelo Dr. Salomão Baruki no dia 1º de maio de 1958, tinha como sócios Pedro Valle e Dr. José Feliciano Baptista Neto. Apresentava seis páginas, seis colunas, circulação de segunda-feira a sábado e com o slogan “Órgão da Empresa Editora Fôlha da Tarde (Sic) Ltda.”.

Esse jornal foi criado pelo grupo descendente de duas correntes políticas da região, o Partido Social Democrático (PSD) e a União Democrática Nacional (UDN), e pela Igreja Católica, já que estava ligada ao jornal para combater a proliferação da igreja evangélica. Um exemplo da influência do catolicismo era a publicação sobre as atividades desenvolvidas pelos fiéis. Fôlha da Tarde (Sic) dava prioridade às notícias locais sem a interferência política manifestada pelos outros dois citados, pois cada partido existente já tinha seu periódico.

Na década de 60, a cidade apresentava uma sociedade com alto poder aquisitivo e com grande influência política e a chegada da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil que aconteceu em 1952. Com a realização de importantes eventos, em Corumbá começa a ser divulgado na Fôlha da Tarde (Sic) o colunismo social.

Antes os acontecimentos sociais eram publicados em pequenas notas no jornal, como aniversários, chegadas e partidas de ilustres corumbaenses, mas foi com Admar Amaral, que assinava suas matérias com o pseudônimo Ramda Larama, que o colunismo social passou a ser uma editoria, chamando mais a atenção do leitor.

3.2- Matérias dos jornais

F

oram analisadas manchetes e matérias que tiveram destaque nos três jornais. Essas notícias relatam assuntos nacionais e regionais, ligados a fatos políticos e econômicos, além de algumas curiosidades. Os jornais passaram por transformações na sua estrutura que também serão apresentados neste capítulo.

Todas as matérias foram transcritas na íntegra, sendo citadas ipsis litteris (nos mesmos termos, tal como está escrito). Em relação às datas, por falta de exemplares e pela própria seleção realizada, não foi possível constar todos os anos.

3.2.1- Jornal Tribuna: 1960, 1961, 1962, 1963 e 1964

Observações gerais dos exemplares do ano de 1960:

• Quatro páginas e seis colunas;

• Slogan: “Diário matutino – jornal mais antigo em circulação no Estado de Mato Grosso”;

• Diretor-Presidente: Nelson Chamma;

• Circulava de terça-feira a domingo;

• Títulos com subtítulos / Clichê / Esporte nacional, regional e local / programação Cinema/ matéria Policial;

• Destaque para o carnaval local;

• Notícias internacionais;

No dia 24 de março de 1960 – quinta-feira – foi noticiada na primeira página a comemoração dos 48 anos de existência do jornal Tribuna.

Título: “Mais uma Etapa Vencida”.

“Tribuna comemora hoje seu quadragésimo oitavo ano de existência. Surgida à luz da publicidade à 24 de março de 1912, nesta cidade, sob a direção de Pedro de Magalhães, o mais antigo jornal diário de Mato Grosso tem sido, nêsse quase meio século de atividade, um fiel porta-voz do povo corumbaense. Suas colunas sempre estiveram a serviço das mais nobres causas, nas fases mais críticas por que tem atravessado tanto o país, como o Estado ou o Município. Sua diretriz retilínea, objetivando a grandeza da terra e a paz entre os homens, para a consecução de seu progresso, não tem sofrido solução de continuidade, apezar de tudo e apezar de todos. Sua trajetória em meio à vida corumbaense tem sido a sustentação do princípio de que é preciso construirmos, nêste recanto do Brasil, à custa do nosso próprio esforço, dos nossos sacrifícios, uma grande cidade, onde a vida seja melhor, para os grandes e pequenos e onde se possa respirar o ar da liberdade que existe onde não medra o ódio nem a incompreensão entre os membros de uma mesma comunidade.

Se não alcançamos totalmente o nosso objetivo, cumpre reconhecer-se que temos empregado o melhor dos nossos esforços por atingi-lo. Desejamos ao ensejo dêste acontecimento, especialmente caro para nós, apresentar os nossos profundos agradecimentos aos nossos leitores, pela confiança em nós depositada, durante todos êsses anos, prometendo-lhes que havemos de prosseguir na tarefa, que nos impômos, de contribuir, pela luta em pról da união cada vez maior dos corumbaenses, pela dedicação a tudo que diz respeito ao seu progresso, para alcançarmos efetivamente a grandesa de Corumbá. Oxalá Deus queira nos ajudar a cumprir êsse propósito.”

Em 3 de maio de 1960, terça-feira, foi publicada uma nota sobre a comemoração de fundação do jornal Fôlha da Tarde.

“Folha da Tarde: comemorou no dia 1º de maio o seu segundo aniversário de existência o brilhante vespertino local Folha da Tarde.Diário de grande circulação dentro e fora do nosso município, o conceituado orgão de imprensa teve, desde que começou a circular, a mais franca aceitação, graças à sua segura orientação, seu variado noticiário e excelente colaboração.Felicitando Folha da Tarde pela ocorrência, endereçamos aos nossos distintos confrades que militam no seu corpo redatorial, bem como ao pessoal de suas oficinas, as nossas efusivas congratulações.”

Na sexta-feira do dia 16 de setembro de 1960, o jornal noticiou na primeira página um fato curioso anunciado que o mundo acabaria em 1981.

“Um ovo de galinha está colocando em polvorosa a cidade fluminense de Volta Redonda e já despertou a atenção do Serviço de Produção Animal do Ministério da Agricultura. Ocorre que o ovo trás bem clara a inscrição e como o seu proprietário jura que ele já veio ao mundo assim muita gente está convencido de que se trata de uma previsão, anunciando a consumação dos séculos. A crendice popular aumento porque, após a postura do ovo-mensagem, a galinha que, segundo alguns, vinha demonstrando um comportamento estranho , como se estivesse cumprindo naquele momento, uma predestinação.”

No dia 24 de novembro de 1960 – quinta-feira – foi publicada uma nota na primeira página sobre o aniversário de fundação do jornal O Momento.

“Os nossos confrades de O MOMENTO comemoram hoje mais um aniversário de fundação dêsse brilhante vespertino. Orgão dos mais representativos da opinião pública corumbaense, com uma tradição de lutas em pról do nosso progresso, O MOMENTO representa já uma tradição na nossa imprensa pelos serviços que tem prestado à coletividade. TRIBUNA formula votos de crescente prosperidade e prosseguindo nessa acertada diretriz aos nossos dignos confrades.”

Em 8 de dezembro de 1960, quinta-feira, Tribuna relatou o problema sobre a falta de água em Corumbá.

Título: “A Cidade está sem Água” (página 4).

“A população desta cidade, que já vem sofrendo, há mêses, a falta de luz e sentindo a irregularidade no fornecimento de água, ficou ontem totalmente sem o precioso líquido. Procuramos indagar a causa dessa falta, e pelo que conseguimos apurar, a Prefeitura Municipal, que já sabia que o motor da CEMAT, ia parar para reparos, escolheu péssima oportunidade para também fazer concertos em uma das bombas de sucção. Daí a falta d’água que, diga-se de passagem, é peor que a falta de luz e que só é compreensível quando se trata de uma fatalidade, ou caso de força, e não de ordem de serviço muitíssimo mal inspirada.”

Observações gerais dos exemplares do ano de 1961:

• Quatro páginas e seis colunas;

• 1ª página: notícias nacionais e regionais;

• 2ª página: publicidade;

• 3ª página: programação dos cinemas, pois existiam três cinemas na cidade de Corumbá: “Tupi”, “Anache” e “Santa Cruz”.

• 4ª página: notícias regionais, Tribuna no Foro (notícias jurídicas);

• Seções que o jornal destinava aos profissionais para propaganda: Indicador Profissional de Corumbá;

• Coluna Social: Tribuna Social;

• Editoria: Tribuna nos Esportes;

• Slogan: “Tribuna – Diário Matutino- Jornal mais antigo em circulação de Mato Grosso”;

• Diretor-Presidente: Nelson Chamma;

• Matérias com título e subtítulo;

• Chamada das matérias na parte superior do jornal;

• Principais anunciantes: Ótica Jóia Dada, ITAL – Mecânica Corumbaense, Imobiliária Progrester;

• Grande parte das matérias do governo federal;

Em 4 de maio de 1961 – quinta-feira – foi publicada uma nota sobre a interrupção do jornal O Momento.

“A fim de fazer uns reparos na máquina de impressão, o vespertino O Momento suspendeu a sua publicação até o dia 6 do corrente, data em que reaparecerá novamente”.

Um exemplo da seção Indicador Profissional de Corumbá do dia 8 de junho de 1961, quinta-feira. Os anúncios eram de vários locais do país.

“Dr. Constantino Rabello

Cirurgião Dentista

Raio X- E alta velocidade

Av. Nossa Senhora de Copacabana- n.º 115- Fone: 47-8004 – Rio de Janeiro/RJ”.

No dia 3 de setembro de 1961, domingo, o jornal noticiou o movimento da posse de João Goulart na presidência[16].

Título: “Em vias de solução a crise política nacional”.

Subtítulo: “O presidente do senado, senador Auro Moura de Andrade, convida o Sr. João Goulart a tomar posse, antes da aprovação da ementa parlamentarista”.

“Parece que está em vias de solução a crise politica nacional, originada pela renuncia do Sr. Jânio Quadros. Segundo notícias captadas pelo rádio nesta cidade, o Senador Auro Moura Andrade, Presidente do Senado Federal e portanto, do Congresso Nacional, teria convidado o Vice-Presidente João Goulart a assumir, na segunda-feira próxima a Presidencia da Republica nos termos do disposto no artigo 79 da Constituição Federal.”

Terça-feira, dia 5 de setembro de 1961, foi publicada a aprovação da Emenda parlamentarista[17].

Manchete: “O Congresso já aprovou Emenda Parlamentarista”.

Título: “O Congresso Nacional reformou a Constituição da Republica”.

Subtítulo: “Íntegra do texto da emenda constitucional que instituiu o Parlamentarismo no Brasil”.

“Publicamos, a seguir a íntegra do texto da emenda a Constituição da Republica, aprovada pelo Congresso nacional, e que estabelece no país o regime parlamentarista. O texto em apreço foi publicado pela Ultima Hora do Rio de Janeiro, em sua edição de 2 do corrente, o qual, datavenia , descrevemos: ......”.

Tribuna do dia 10 de setembro de 1961, domingo.

Manchete: “Campo Grande classificado entre as 10 cidades que mais progridem no Brasil”.

Título: “Os municípios que apresentam maior progresso no Brasil”.

Subtítulo: “O de Campo Grande incluido entre os 10 finalistas”.

“Rio, 9 – (Argus Press) – A Comissão Especial criada para a escolha dos 10 finalistas do VI Concurso dos Municípios Brasileiros de Maior Progresso esteve reunida na sede do Instituto Brasileira de administração Municipal sob a presidência do Sr. José Teixeira Machado Junior. Terminado as exposições feitas pelo relator, foram classificados os municípios de Campo Grande (MT), Pelotas (RS); São Gonçalo (RJ); Ilhéus (BA); três Lagoas (MT); Diadema (SP); Clevelândia (PR); Açu (RN); Conceição do Rio Grande (MG) e Taquara (RS). No corrente mês deverá ser indicada a viagem da comissão visitadora que percorrerá os dez municípios classificados, para averiguação da própria localidade, do progresso e administração dos municípios no exercício de 1960.”

Uma curiosidade internacional noticiada pelo jornal em 5 de dezembro de 1961, terça-feira, foi sobre um caso inédito na ciência.

Título: “O Homem será capaz de viver 1.400 anos”.

Subtítulo: “É possível que os segredos físicos da hibernação sejam aplicados ao homem”.

“Washington, 4 – (UPI) – Colocado em estado de hibernação, como acontece com certos animais, o homem poderia viver ate 1.400 anos >>, afirma um relatório publicado pela Sociedade Geográfica Nacional dos Estados Unidos. A hibernação, diz o documento, prolonga a vida dos animais pelo espaço de vinte vezes o normal. É possível que os segredos físicos da hibernação sejam descobertos e depois aplicados ao homem. Assim, homens em estado de hibernação, poderiam realizar nas naves espaciais do futuro, viagens de vários séculos para alcançar as estrelas. Esses homens necessitariam apenas da centésima parte da alimentação e do oxigênio requerido por um ser humano normal”.

No dia 25 de dezembro de 1961 – segunda-feira – um anúncio chamava a atenção:

“O proprietário do Açougue Gaucho, comunica à praça, que diariamente terá carne em seu Açougue. Rua Oriental n.º 841, ao lado do Bar São José”.

Observações gerais dos exemplares do ano de 1962:

• Quatro páginas e seis colunas;

• 1ª página: notícias nacionais e regionais;

• 2ª página: publicidade;

• 3ª página: programação dos cinemas, porque existiam três cinemas na cidade de Corumbá: “Tupi”, “Anache” e “Santa Cruz”.

• 4ª página: notícias regionais, Tribuna no Foro (notícias jurídicas);

• Coluna Social: Tribuna Social;

• Editoria: Tribuna nos Esportes;

• Slogan: “Tribuna – Diário Matutino- Jornal mais antigo em circulação de Mato Grosso”;

• Diretor-Presidente: Nelson Chamma;

• Matérias com título e subtítulo;

• Chamada das matérias na parte superior do jornal;

• Maioria de manchetes políticas;

• Correspondentes;

• Matérias nacionais e regionais enviadas pelas agências de notícias Rex-press (Cuiabá/MT), AN (Brasília/DF) e Argus Press (Rio de Janeiro/RJ);

• Matérias internacionais envidas pela agência de notícia UPI;

• Circulava de terça-feira a domingo.

O jornal publicou em 5 de outubro de 1962, sexta-feira, notícia sobre o fim da campanha eleitoral em todo país.

Título: “O Começo do Fim da batalha das Urnas”.

“Encerra-se hoje, às 7 horas, a campanha eleitoral em todo País, por fôrça de imperativo da lei eleitoral. Encerrado o período de propaganda, por todos os meios de publicidade; proscritos os comícios ou reuniões de comitês políticos, da grande batalha das urnas, têm início agora os combates finais, com ação dos candidatos e seus cabos eleitorais, numa verdadeira operação de limpeza, de bairro em bairro, de casa em casa. O dia 7 marcará a vitória de uns e a derrota de outros; alegria e tristeza como resultado fatal do bojo das urnas. Que os vitoriosos saibam merecer a vitória e os vencidos saibam perder esportivamente, demonstrando o nosso amadurecimento político”.

No dia 7 de outubro de 1962, domingo, cobertura da eleição para senador.

Manchete: “Mais uma vez o povo foi chamado a manifestar sua vontade nas urnas”.

Título: “A vontade Soberana nas Urnas”.

Subtítulo: “O eleitorado de Corumbá e Ladário saberá escolher seus novos representantes no Senado Federal”.

“...Com o término dos mandatos de Filinto Muller e João Villasbôas como candidato para Senador Dr. Vicente Bezerra Netto (Aliança Social Democrática Trabalhista). Reeleger Filinto Muller é dar uma carreira de Senador a Bezerra Netto, para, quando mais não seja a imprensa tenha também mais um representante no senado para que Corumbá apresente um porta-voz autorizado naquela Câmara Alta do País, é um dever cívico dos corumbaenses e ladarenses”.

Observações gerais dos exemplares do ano de 1963:

• Quatro páginas e seis colunas;

• 1ª página: matérias nacionais, principalmente das cidades de Cuiabá e do Rio de Janeiro, internacionais e anúncios;

• 2ª página: mais anúncios que matéria;

• 3ª página: anúncios, Tribuna Social, Cinema, Indicador Profissional de Corumbá;

• 4ª página: matérias regionais e Tribuna nos Esportes;

• Slogan: “Tribuna – Diário Matutino- Jornal mais antigo em circulação de Mato Grosso”;

• Diretor-Presidente: Nelson Chamma;

• Matérias com título e subtítulo;

• Chamada das matérias na parte superior do jornal;

• Maioria de manchetes políticas;

• Correspondentes;

• Matérias nacionais e regionais enviadas pelas agências de notícias Rex-press (Cuiabá/MT), AN (Brasília/DF) e Argus Press (Rio de Janeiro/RJ);

• Matérias internacionais envidas pela agência de notícia UPI;

• Circulava de terça-feira a domingo.

No sábado do dia 12 de janeiro de 1963 foi noticiado um acidente aéreo na cidade Campo Grande que chocou a população do Estado.

Título: “Desastre de Aviação em Campo Grande”.

Subtítulo: “Chocaram-se no ar dois “Teco-Tecos” matando seus dois tripulantes e seis passageiros”.

“A cidade de Campo Grande foi abalada ante-ontem à tarde com pavoroso desastre de aviação que custou oito vidas. Devido o mau tempo reinante naquela cidade sulina e à pouca visibilidade, chocaram-se no ar dois aviões , os quais conduziram seis passageiros, cujos nomes são ainda desconhecidos. Os tripulantes eram o piloto Galaut, de Aquidauana, e o piloto João Rossini, que durante vários anos trabalhou no serviço de taxis aéreos nesta cidade, onde era estimado. As vítimas pereceram carbonizadas. A notícia causou funda consternação, tanto em Campo Grande e Aquidauana como em Corumbá”.

Em 17 de janeiro de 1963, quinta-feira, foi publicada nota pela agência de notícias Rex-Press.

“As noticias do seu município devem ser enviadas à RexPress. Seus boletins noticiosos são enviados aos principais órgãos da Imprensa do Estado e do País. Prefeitos, vereadores, e Dirigentes de entidades sociais. Enviem a sua colaboração a Cuiabá – RexPress – Galdino Pimentel 171”.

No dia 18 de janeiro de 1963, sexta-feira, a notícia sobre o serviço de telefonia entre as cidades do interior do Estado foi publicada na primeira página do jornal.

Título: “Serviço Duplex no Telefone interestadual de Campo Grande”.

“CG, 17 – (Rexpress) Via Aérea – Segundo notícia a imprensa desta cidade, será conseguido pela Diretoria Regional do Departamento dos Correios e Telégrafos de Campo Grande o serviço Duplex, com um canal de voz pelo Serviço Telefônico Interestadual a ser inaugurado. O comunicado foi feito pelo Sr. Antonio Teófilo da Cunha, que se encontra na Guanabara, tendo falado a respeito com o Coronel Dagoberto; Diretor geral do DCT.”

O jornal noticiou em 24 de janeiro de 1963 – quinta-feira – o início do uso da ligação interurbana.

Manchete: “Magnífico o funcionamento do telefone Interurbano”.

Título: “Já se fala pelo telefone, de Campo Grande, com São Paulo e Rio”.

Subtítulo: “Uma vitória da iniciativa particular....A cooperação da E. F. Noroeste do Brasil com a Teleoeste”.

“Um empreendimento de extraordinário alcance para o país, para não dizer muito especialmente para Mato Grosso é sem dúvida, a ligação interurbana pelo telefone....”.

Tribuna destacou em 25 de janeiro de 1963 – sexta-feira – a Lei que acabou com o Ato Adicional.

Manchete: “Foi Promulgada a Lei Que Revogou o Ato Adicional”.

Título: “Sacionada Finalmente a Lei Que Aboliu o Ato Adicional”.

Subtítulo: “Por 259 votos contra, 8 a favor e 1 abstenção a Câmara Federal acabou com o Parlamentarismo”.

“Brasília, 24 – (AN) – Por 259 votos contra 8 e uma abstenção; a Câmara dos Deputados aprovou, em Segunda discussão, a emenda Argemiro de Figueiredo, revogando o Ato Adicional. A decisão, absolutamente tranquila, foi tomada em sessão noturna, depois que, em primeira votação, o mesmo tinha sido quase igualado: houve apenas um voto a mais, a favor e contra ao se encerrar a primeira discussão da matéria.

O Sr. Raul Pila, presidente do PL, que na sessão anterior havia votado contra, não compareceu à sessão noturna. Disse a amigos que já havia cumprido o seu dever. O mínimo de 218 votos favoráveis foi atingido com o voto do Sr. Lenoir Vargas (PSD – Santa Catarina). Na primeira votação, o foi atingido com o voto do Sr. Temperani Pereira (PTB – RS).

PROMULGADA A LEI

Brasília, 24 – (AN) – Pelo Senador Auro Moura Andrade, Presidente do Congresso Nacional, foi promulgada hoje a Lei que derrogou o Ato Adicional que instituiu o Parlamentarismo no país, ficando assim, desde hoje, abolido êsse regime no Brasil”.

No dia 26 de janeiro de 1963, sexta-feira, o país volta a ter o sistema presidencialista[18].

Título: “Restaurado está a partir deste Instante o Sistema Presidencial”.

Subtítulo: “Palavras do Presidente do Congresso Nacional ao promulgar solenemente o Ato Adicional n.º 6”.

“BRASILIA, 25 – (AN) – Trechos do discurso pronunciado pelo presidente do senado, Sr. Auro de Moura Andrade, ao promulgar o Ato Adicional n.º 6. >. Constituição de 46 “ restaurado está, a partir deste instante, o Sr. Presidente da Republica em todos os poderes que o sistema presidencial, instituído na Constituição de 46, outorga ao supremo magistrado da Nação”.

Observações gerais dos exemplares do ano de 1964:

• Quatro páginas e seis colunas;

• Matérias regionais, nacionais e internacionais, anúncios; Tribuna Social, Cinema, Tribuna nos Esportes;

• Slogan: “Tribuna – Diário Matutino- Jornal mais antigo em circulação de Mato Grosso”;

• Diretor-Presidente: Nelson Chamma;

• Matérias com título e subtítulo;

• Circulava de terça-feira a domingo.

Em 21 de janeiro de 1964 – terça-feira – o jornal Tribuna já destacava os conflitos políticos que o Brasil começava a enfrentar pouco antes do Golpe Militar.

Manchete: “Quatro partidos políticos lançaram manifesto à Nação em defesa ao Regime Democrático”.

Título: “Pela preservação do Regime Democrático no Brasil”.

Subtítulo: “Representantes de oito partidos políticos lançaram o manifesto à Nação em S. Paulo – Contra o golpe”.

S. Paulo, 20 – (Argus Press) – Oito partidos políticos, através de seus secretários em SP divulgaram ante-ontem um manifesto à Nação, fixando sua posição em face da atual conjuntura política. O documento subscrito pelo representantes da UDN, PSP, PST, PSD, PL, PRB e PR manifesta o repúdio daquelas agremiações >. Condenam também a . Os signatários do documento declararam-se dispostos a deixar de lado, momentâneamente, suas divergências políticas e a >. Concluindo, o documento apela aos trabalhadores para que sejam repelidos os agitadores profissionais, >”.

O Golpe Militar de 31 de março de 1964 foi o início dos 21 anos do chamado “Regime Militar”, marcado pelas restrições aos direitos e garantias individuais, pela extinção dos antigos partidos políticos e pela violência.

A partir desse ano não tivemos como continuar a análise da década de 60, pois não foi encontrado os exemplares desse periódico.

3.2.2- Jornal O Momento: 1960, 1961, 1968 e 1969

Observações gerais dos exemplares do ano de 1960:

• Diário Vespertino;

• Slogan: “Órgão da Empresa Editora O Momento Limitada.”;

• Redator-Gerente: J. R. Araújo;

• Redator-Secretário: Mário Feitosa;

• Quatro páginas e seis colunas;

• 1ª página: notícias regionais e nacionais;

• 2ª página: anúncios, Indicador Profissional, O Momento Social – Sissi;

• 3ª página: anúncios, Coluna de Aniversários;

• 4ª página: notícias, anúncios, artigos, correspondência e Cinema;

• Circulação de segunda-feira a sábado.

O periódico do dia 28 de setembro de 1960, quarta-feira, publicou apenas a manchete da notícia.

Manchete: “Faltam só cinco dias para o grande pleito que levará aos governos da Nação e de Mato Grosso os eminentes políticos Jânio, Fernando, Milton Campos – Garcia Neto”.

Observações gerais dos exemplares do ano de 1961:

Nesse ano os únicos exemplares encontrados foram dos dias 30 de janeiro (segunda-feira) e 11 de agosto (sexta-feira), sendo retiradas apenas as observações gerais, já que os fatos ocorridos nessas datas não eram relevantes.

• Slogan: “Órgão da Empresa Editora O Momento Limitada.”;

• Diário Vespertino;

• Redator-Gerente: Walmir Coelho;

• Redatores: Diversos;

• Quatro páginas e seis coluna;

• 1ª página: notícias regionais e nacionais;

• 2ª página: anúncios, Indicador Profissional, O Momento Social – Sissi;

• 3ª página: anúncios, Coluna de Aniversários;

• 4ª página: notícias, anúncios, artigos, correspondência e Cinema;

• Destaque: Cinema, Social “Ronda Social – Jackson Marin”;

• Circulação de segunda-feira a sábado.

Observações gerais dos exemplares do ano de 1968:

• Slogan: “Órgão da Empresa Editora O Momento Limitada.”;

• Diário Matutino;

• Seis páginas e quatro colunas;

• Diretor: Senador Paulino L. da Costa;

• Redator-Secretário: Carlos Paulo Pereira;

• Gerente: Ronei Nunes Pereira;

• Circulação de segunda-feira a sábado.

No aniversário de Corumbá, em 21 de setembro de 1968 – sexta-feira –, o periódico publicou uma edição especial com 32 páginas em dois cadernos.

“O Momento congratula-se com as nossas autoridades e o povo, rendendo sua homenagem à nova Corumbá remoçada e mais atraente.”

Observações gerais dos exemplares do ano de 1969:

• Slogan: “Órgão da Empresa Editora O Momento Limitada.”;

• Diário Matutino;

• Seis páginas e quatro colunas;

• Diretor: Senador Paulino L. da Costa;

• Redator-Chefe: Heraldo S. da Costa;

• Redator-Secretário: Jorcêne J. Martinez;

• Gerente: Antônio L. S. Brasil;

• Circulação de segunda-feira a sábado.

Em 9 de dezembro de 1969, terça-feira, o jornal noticiou sobre a fundação da Associação Profissional dos Empregados em Empresas Jornalísticas de Mato Grosso.

Manchete: “Pedrossian cumprimenta jornalistas”.

“O Governador Pedro Pedrossian enviou ontem, o seguinte ofício ao jornalista Pedro Jucá, presidente da Associação Profissional dos Empregados em Empresas Jornalísticas de Mato Grosso. Acusamos com satisfação, o recebimento do ofício circular 001/69, de 8 do corrente, pelo qual V. Sª comunicou ao Governo, que no dia 27 de agosto último, nesta capital, durante a realização do 1° Congresso dos Jornalistas Profissionais de Mato Grosso foi fundada a Associação Profissional dos Empregados em Empresas Jornalísticas de Mato Grosso, bem como a eleição da primeira diretoria da Associação...”

3.2.3- Jornal Fôlha da Tarde (Sic): 1960, 1961, 1962, 1966, 1968 e 1969

Observações gerais dos exemplares do ano de 1960:

• Diretor-Presidente: Salomão Baruki;

• Diretor: Prof. Nematala Ibrahim;

• Redator-Chefe: Pedro Valle;

• Redatores: Diversos;

• O número de páginas variou entre seis e oito;

• Seis colunas;

• Seção: FT nos Esportes, Ponto de Vista;

Circulava de segunda-feira a sábado.

No dia 9 de julho de 1960, sábado, foi noticiado o suposto dia em que o mundo acabaria.

Título: “Vai Acabar o Mundo”.

Subtítulo: “Marcado para o Dia 14 deste o fim da civilização”.

“Nosso confrade editado em Campo Grande, publicou um despacho procedente de Courmayeur, Itália, anunciando o fim do mundo para o dia 14 do corrente, portanto dentro de cinco dias, em consequência de uma guerra termo-nuclear que desencadeará uma série de terremotos. O vatícinio é feito por uma seita mística, cujo chefe é o irmão Ermani, médico pediatra de Milão, que tem tido contacto com Leonardo da Vinci, Carducci, D’Annunzão, Lao-Tsé, Demostenes e outras celebridades terrenas que hoje vivem no Além”.

Foi publicado em 23 de julho de 1960 – sábado –, na página 2, a notícia sobre pavimentação em Corumbá.

Título: “Concreto ao inves de paralelepipedo”.

Subtítulo: “Prefeitura vai experimentar a nova sistema de pavimentação”.

“Ltda”.

Subtítulo: “Deixou o cargo de Diretor- Presidente o Dr. Salomão Baruki”.

“Deixou o cargo de Diretor-Presidente da Editora > Ltda., proprietário deste órgão da imprensa corumbaense, o Dr. Salomão Baruki, seu idealizador e fundador e que desde o seu aparecimento, há três anos vem prestando o brilho de sua inteligência e operosidade a esta organização. Substituiu-se nesse cargo o Dr. José Feliciano Batista Neto, também sócio-fundador da emprêsa, causídico dos mais conceituados e brilhantes jornalistas o novo Presidente da Editora > Ltda. manterá, na organização, a mesma posição de independência que se traçou desde a sua fundação. Sábado ultimo, o Dr. José Feliciano Batista Neto assumiu o cargo. A substituição ocorrida na editora constitui um ato de rotina da organização, prevista em seus estatutos”.

Na sexta-feira, 17 de março de 1961, o periódico publicou a futura mudança do redator-chefe, passando o cargo para Renato Baez, que assumiria o jornal no dia 22.

Título: “Jornalista Renato Báez”.

“Com o afastamento do nosso companheiro Miguel Filártiga Filho, que vem de ser transferido para Maracajú, assumiu a chefia de redação de >, o nosso prezado confrade, jornalista Renato Báez, um dos fundadores desta Editôra e que integrou o primeiro corpo redatorial deste órgão, como Redator Chefe. Antigo militante da imprensa pena brilhante, Renato Báez volta a dirigir a redação dêste órgão, pela segunda vez agora, como da outra, emprestará a vigor de sua inteligência, para a maior parte engrandecimento da . O lugar deixado por Miguel Filártiga Filho vai, assim, ser ocupado, por um elemento de destaque intelectual de Corumbá, o jornalista Renato Báez, a quem èste órgão deve, sem favor grande parte de sua vitoriosa existência. Os que aqui militam na > desejam ao seu novo chefe de redação brilhante êxito na sua espinhosa missão”.

O jornal apresentava a seção “Ponto de Vista”, que era um espaço para jornalistas manifestarem suas opiniões. Em 23 de março de 1961 – quinta-feira – o artigo é sobre a imprensa corumbaense.

Título: “Imprensa Corumbaense” – de J.F.

“Corumbá pode se orgulhar hoje de possuir das mais ativa e brilhante imprensa do interior. Contamos com quatro diários, dois semanários, dois mensários e duas emissoras. È muito para uma cidade como a nossa, sem luz, sem água, sem rede de esgoto, se calçamento suficiente, sem ligação rodoviária, sem uma pista condigna no aeroporto, sem telefone. Um dos principais papeis da imprensa é justamente servir de intermediária, de mediadora entre o povo e os poderes constituídos, e ela só disserve quando passa a representar os interesses de grupos de quaisquer feitos, sejam políticos sejam econômicos. A independência é qualidade mais necessária a um jornal, e um jornalista não pode ter preconceitos em bitolar suas atividades por gabaritos que não os ditados pelo bem comum, pautados pelos mais lídimos anseios da coletividade. A imprensa corumbaense, felizmente, não conta com nenhum órgão intimamente ligado a partido, sendo todos propriedades de particulares, políticos alguns, mas gente independente e que em hora de definições, não duvidamos, acompanharia o interesse geral e não aqueles partidários se fôssem antagônicos. Justamente por Corumbá ter a imprensa que possui e ser tão deficiente em seus serviços públicos urge o início de um nova guerra sem quartel, contra quem quer que seja, a favor do povo e da cidade, para irmos conquistando uma a uma nossas necessidades mas imediatas. Cidades iguais a nossa, e até mais importantes, contam com progressos que aqui são sonhos distantes: telefone, esgotos, ruas calçadas, água, fôrça. É nossa função, da Imprensa, martelar diuturnamente êsses assuntos até que sejamos ouvidos”.

Em 25 de março de 1961, sábado, Fôlha da Tarde (Sic) noticiou o aniversário de fundação do jornal Tribuna.

Título: “Aniversário da Tribuna”.

“A nossa colega > comemorou ontem o seu 49º aniversário de fundação, em cujo decurso vem pugnando pela maior grandeza de nosso município. Registrando tão auspicioso acontecimentos, embora tardiamente, endereçamos aos nobres colegas de > nossas efusivas congratulações e formulamos votos de que prossigam na sua brilhante trajetória, em defesa dos superiores interesses da gente e da terra corumbaense”.

Na quarta-feira, 29 de março de 1961, o periódico publicou uma nota em que é visível perceber a posição partidária do jornal.

Título: “Reuniu-se o PSP Corumbaense”.

“A Secretaria do DM do PSP local, pede-nos a publicação da seguinte nota: A reunião de ontem, na residência da familia de Otacílio Faustino da silva, estiveram presentes cerca de duzentas pessoas tendo presidido mais essa sessão o Dr. Edimir Moreira Rodrigues, Presidente do Diretório Municipal e Secretário de Estado do Dr. Fernando Corrêa da Costa. Inicialmente, o Dr. Edimir deu conta aos seus companheiros de como vem procedendo como Secretario de Educação, cultura e Saúde, por entender ser do seu dever não ocultar fatos relacionados com a vida partidaria e do município. Depois de ser saudado pelo Sr. Romulo Amaral, vice-presidente do Diretório Municipal, o Dr. Edimir voltou a falar aos presentes, desta vez sôbre a sucessão municipal. Disse que está a par de tudo que se passa relativamente ao importante acontecimento, que culminará c0om a eleição do Prefeito desta cidade. Endente que, como já teve ocasião de manifestar na entrevista que concedeu ao >, que ainda é cedo para o Partido tomar posição, afirmou mais que não existe nenhum problema de ordem política ou partidária no seu Partido; este mantem-se unido e disposto a lutar em pról de seu programa. Notou nós companheiros grande entusiasmo para tudo que se refere á sucessão municipal, demonstrando: mais uma vez perfeita compreensão dos ideais do seu saudoso lider Otacílio. Afirmou aos presentes o Dr. Edimir que na hora exata o PSP responderá presente ao chamado cívico e cumprirá com seu dever. Sob Grande salva de palmas encerrou-se a reunião pessepista que foi coroada de êxito”.

A partir do dia 4 de abril de 1961 – terça-feira – o Redator-Chefe volta a ser M. Filártiga Filho.

Título: “Prof. Renato Báez”.

“Depois de prestar sua valiosa colaboração a > como seu redator principal até a data de hoje, deixa essa função o Prof. Renato Báez, figura das mais expressivas do cenário intelectual corumbaense. Fôlha da Tarde agradeçe ao Prof. Renato Báez a colaboração prestada, com sacrifícios de seus afazeres os quais forçam S.S. a tomar a deliberação de nos deixar. Reassume o cargo de Redator-Chefe desta Fôlha o sr. Miguel Filártiga Filho. Que vinha exercendo essa atividade anteriormente”.

O jornal, em 19 de junho de 1961 – segunda-feira –, informou que passaria a ser editado em quatro páginas.

Título: “>”.

Subtítulo: “Passará de hoje em diante, a ser editada com 4 páginas”.

“Devido do astronômico aumento de preço que teve o papel de impressão, > passará, de hoje em diante, a ser editada somente com quatro páginas. A nossa gerência pede desculpas aos anunciantes que foram cortados prometendo, entretanto, assim que melhorar situação, a continuar publicando seis páginas”.

Observações gerais dos exemplares do ano de 1962:

• Quatro páginas e seis colunas;

• Diretor-Presidente: Dr. J. F. Baptista;

• Diretor: Prof. Nemetala Ibrahim;

• Redatores: diversos;

• Grande quantidade de notícias locais;

• Existia espaço para colunas: "Colunas de Debates – Corumbá e a Política Estadual";

• Observou-se nas matérias que várias siglas vinham sem significado;

• Página 1: artigos;

• Página 2: anúncios, programação dos cinemas, Vida Social;

• Página 3: anúncios;

• Página 4: notas sobre Corumbá, FT nos Esportes;

• A agência de notícias utilizada pelo jornal era Rex-press, via NAB;

Circulava de segunda-feira a sábado.

Em 13 de março de 1962 – quinta-feira – o jornal noticiou a compra do motor para suprir a falta d’água.

Manchete: “Chegou ontem a esta cidade o novo motor de 160 HP para abastecimento de água”.

Título: “Motor para abastecimento de água”.

“Adquirido da firma Kassar e Cia. Ltda. Chegou ontem a esta cidade o novo motor Arno de 160 HP, destinado ao Serviço de abastecimento de Água que deverá ser montado logo no início do mês vindouro.”

Fôlha da Tarde (Sic) em 23 de março de 1962, sexta-feira, publicou a posição do prefeito da cidade de Corumbá em não se candidatar a Câmara Federal.

Manchete: “Não sou e nem serei candidato a Deputado Federal; preciso trabalhar muito pela minha terra. (Palavras do Dr. Edmir Moreira Rodrigues à imprensa de Cuiabá)”.

Título: “Em Cuiabá o Prefeito Edmir Moreira Rodrigues”.

“A saída do Palácio Alencastro, nossa reportagem ávida de assuntos políticos interpelou o Prefeito de Corumbá sobre a notícia que corria nesta capital, de que seria candidato a Deputado Federal...”.

O periódico noticiou os 50 anos do jornal Tribuna, em 24 de março de 1962 – sábado.

Manchete: “Tribuna, primeiro periódico diário editado em Mato Grosso, completa hoje 50 anos – Salve!”.

Título: “Tribuna 50 anos”.

“Registrando tão auspicioso fato da história corumbaense, FT congratula-se com o mais antigo diário de Mato Grosso, nossa respeitável colega Tribuna, enviando aos proprietários, redatores, gerente e pessoal gráfico suas mais calorosas e sinceras felicitações...”.

O jornal publicou no dia 30 de abril de 1962 – terça-feira – uma nota de seu aniversário.

Manchete: “1º de maio-4º ano de existência de FT- Preito de gratidão aos seus colaboradores”.

Título: “Folha da Tarde”.

“Quatro anos de existência estará completando amanhã Folha da Tarde...neste dia portanto enviamos nossos agradecimentos a todos que nos ajudaram a vencer mais uma etapa no jornalismo provinciano...”.

Em 3 de maio de 1962, sexta-feira, matéria sobre o 13º salário demostrou que o periódico era contra esse benefício ao trabalhador.

Título: “13º mêses”.

“Um Deputado Federal apresentou à Câmara um projeto mandando o governo, o comércio e a indústria pagar o 13º mês de vencimento aos seus empregados...Exquisito patriota esse tal Deputado. Em vez de procurar meios de diminuir o astronômico déficit, vem ele querendo agravá-lo...Que cachola formidável é a desse Deputado! No Juquiri tem muita gente mais sensata”.

No sábado do dia 23 de junho de 1962, o jornal publicou a liberação da verba para compra do cano de recalque. SPVEFSP – Superintendência do Plano de Valorização Econômica da Região da Fronteira Sudoeste do País[19].

Manchete: “Resolvido o problema do Abastecimento D’agua”.

Título: “Assinado o convênio entre a SPVEFSP e a prefeitura de Corumbá”.

“...Entre os convênios assinados, destaca-se pela importância para a população local no que diz respeito à verba para a aquisição do Cano de Recalque de Abastecimento de Água à Corumbá. O convênio foi firmado entre o Dr. Emílio Zuñeda e o Prefeito Edmir Rodrigues, ficando desta maneira resolvido o problema que marcou época em Corumbá. O Prefeito providenciará nos próximos dias a encomenda do cano referido”.

O periódico noticiou em 28 de junho de 1962 – quinta-feira – o valor da verba recebida.

Título: “O novo Cano de Recalque- recebida a verba para sua compra”.

“O Secretário Municipal, Sr. Carlos Bobadilla Garcia, recebeu ontem telegrama do Rio, Dr. Edmir Rodrigues, Prefeito Municipal, comunicando-lhe que recebeu da Superintendência do Plano de Valorização da Fronteira Sudoeste a quantia de 19 milhões e 800 mil cruzeiros para a troca do Cano de Recalque, congratulando-se, também, com o povo corumbaense por essa vitória dos esforços do Deputado Philadelpho Garcia com a colaboração do Presidente da Câmara de Corumbá Dr. Salomão Baruki e Dr. Domingos Laraia”.

2) No mesmo dia outra matéria referindo-se à verba foi destaque no jornal, sendo possível notar o favoritismo das idéias do prefeito.

Título: “A verdade acima de TUDO NA BOA IMPRENSA”.

“Um certo órgão da imprensa corumbaense publicou que a verba que o Prefeito recebeu da SPVEFSP foi obra de um Senador que consignou no orçamento da Nação, porém esqueceu-se o citado órgão, que a verba recebida pelo Sr. Prefeito, foi consignado no orçamento de 1957, não sendo Senador nessa época o dito cujo, apontando como pai da criança. Convinha o dito órgão retificar a notícia, para o bem da verdade e tirar o cavalo da chuva”.

Observações gerais dos exemplares do ano de 1966:

• Diretor-Presidente: Dr. J. F. Baptista;

• Diretor: Prof. Nemetala Ibrahim;

• Redator: Silva Neto;

• Quatro páginas e seis colunas;

• Grande quantidade de notícias locais;

• A agência de notícias utilizada pelo jornal era Rex-press, via NAB;

• Circulava de segunda-feira a sábado.

Fôlha da Tarde (Sic) em 10 de junho de 1966, sexta-feira, relatou a compra de um novo motor para abastecimento energético.

Título: “Novo motor de luz de Corumbá aguarda embarque em Nova Iorque”.

“Realizando démarches para evitar o colapso total do abastecimento de luz e força da cidade, já que as condições dos motores e do tubo gerador em funcionamento, presentemente, nas usinas da CEMAT, aqui não apresentam condições satisfatórias, a Associação Comercial dirigiu-se ao Sr. Governador do Estado e outras autoridades, no sentido de que esse setor merecesse atenção imediata”.

Observação geral dos exemplares do ano de 1968:

• Não ocorreram mudanças na estrutura do jornal.

Em 26 de setembro de 1968 – quinta-feira – o periódico informou sobre o acesso rodoviário à Corumbá.

Título: “Governador Pedro Pedrossian dará a Corumbá saída rodoviária”.

“Quem sabe em 1970 já estaremos saindo de automóvel desta nossa ilhada Cidade Branca. Essa será a grande obra do governo Pedrossian em se tratando dos interesses corumbaenses”.

Observações gerais dos exemplares do ano de 1969:

• Diretor: J. F. Baptista Netto;

• Gerente: Nelson Dias de Rosa;

• Chefe de Secção Técnica: Rubens Galharte;

• Jornal com quatro páginas (até 8 de abril), depois passou a ter seis páginas;

• Seis colunas;

• Slogan: “Fôlha da Tarde (Sic)– Órgão da Empresa Editora Fôlha da Tarde (Sic) Ltda. Fundado em 1º de maio de 1958”;

• 1ª página: anúncios e notícias locais, regionais e nacionais;

• 2ª página: anúncios, Cinema, Vida Social, Trova do Dia- Rubens de Castro, Horóscopo;

• 3ª página: anúncios, serviços de utilidade pública;

• 4ª página: anúncios;

• 5ª página: Indicador Profissional (médicos, dentistas, advogados), Quadrinho: “Snuffy – Brasinha”, Ao cair da tarde (notas de agradecimentos e acontecimentos do cotidiano da cidade);

• 6ª página: boletim meteorológico, Society's – um encontro com Ramda Larama (notas sobre a sociedade corumbaense);

• Circulação de terça-feira a sábado.

Na quinta-feira, dia 3 de abril de 1969, foi publicada nota de agradecimento do presidente da República.

Título: “Presidente Costa e Silva ressalta a ação da Imprensa”.

“A Revolução de março de 1964 foi obra também da Imprensa, que nos ajudou desicivamente na tarefa preliminar e importantíssima de esclarecer a opinião pública e despertá-la para equívocos que muitas vezes a levaram a confundir anarquia com liberdade, e a tomar em muitos casos, o estridor da demagogia irresponsável como a expressão veemente da vontade de servir e realizar- declarou o Presidente Costa e Silva, na entrevista que concedeu, dia 31 a Imprensa Nacional”.

O jornal publicou em 7 de abril de 1969 – segunda-feira – a troca da moeda no Brasil[20].

Título: “Cruzeiro Novo só este ano”.

“As autoridades financeiras prevêem para segundo semestre deste ano a possibilidade de extinção do símbolo de cruzeiro novo (NCr$) com a troca de cédulas antigas. Com isso será suprimido o N que antecede o Cr$, em vista da substituição e da entrada gradativa das novas cédulas em circulação...”.

Fôlha da Tarde (Sic) do dia 18 de outubro de 1969 – sábado – noticiou a mudança da data do edital sobre a construção da ponte.

Título: “Ponte sôbre o Rio Paraguai: Concorrência Será no dia 20”.

“O eng. Said Saiar, Diretor Geral da Dermat, divulgou nota informando que foi transferida para o próximo dia 20 de outubro a data de concorrência marcada para o dia 19 e referente ao edital 21/69 publicado no > do Estado, em 19 de setembro último. A referida concorrência é para a construção da ponte sôbre o Rio Paraguai, no Porto da Manga, e constituirá para nós a tão sonhada saída rodoviária”.

Em 27 de outubro de 1969, segunda-feira, explicações de como seria a eleição para governador são destaque no jornal.

Título: “Governador será eleito pela Assembléia”.

“O próximo governador de Mato Grosso será eleita pela Assembléia Legislativa, de acôrdo com o que preceitua a nova Constituição, nas suas Disposições Transitórias, Artigo 189, que diz: >”.

Na terça-feira, 11 de novembro de 1969, o Diário Oficial passou a ser publicado pelo jornal Diário de Corumbá.

Título: “DC O' órgão Oficial da Prefeitura”.

“O nosso confrade > passou a partir de hoje a ser o Diário Oficial da Administração Breno de Medeiros Guimarães. Cumprimentamos o vibrante matutino por essa investidura e achamos que a municipalidade assim tem um órgão oficial á altura. Tal aconteceu pela paralização de > que tinha antes essa preferência e infelizmente parou de circular apesar dos inúmeros serviços prestados à coletividade corumbaense, aos seus foros de cultura e civilização. Esperamos que o > seja para a Prefeitura o fiel representante na imprensa que sempre foi >”.

O periódico do dia 13 de novembro de 1969 – quinta-feira – publica uma nota cobrando os serviços prestados para empresa das Centrais Elétricas Mato-grossenses.

Título: “CEMAT usa dois pesos e duas medidas com imprensa”.

“Enquanto em Cuiabá um de seus diários vem recebendo publicidade polpuda das Centrais Elétricas Matogrossenses em Corumbá essa emprêsa se recusa a pagar as publicações que manda trazer. Não pedimos nem encomendamos serviço à CEMAT no entanto a gerência local se recusa a pagar as contas com este jornal, cobradas dentro da tabela que ela não podia ignorar, pois é publicada diariamente. Chamamos a atenção do sr. Governador para essa prática condenável de dois pesos e duas medidas se não nos cabe discutir as contas de luz tampouco cabe à CEMAT pôr preço ao nosso serviço”.

3.3- Matérias Relacionadas ao Mesmo Assunto

Foram selecionadas algumas matérias que noticiaram o mesmo fato, relatado de maneira diferente, seguindo a linha de cada jornal pesquisado.

As eleições que ocorreram em 1960 para presidente da República, vice-presidente, governador e vice-governador apresentaram resultados diferenciados. Enquanto o jornal O Momento defendia o partido da União Democrática Nacional (UDN) e enfatizava a vitória de Jânio Quadros por pertencer a esse partido, Fôlha da Tarde (Sic) publicou apenas a totalização dos votos que cada candidato obteve em Corumbá, sem acrescentar opinião nenhuma, porém divergindo do resultado em relação ao que o outro publicou.

O Momento em 5 de outubro de 1960, quarta-feira.

Manchete: “Apesar da máquina montada do situcionismo, Jânio Quadros, Fernando Corrêa da Costa e José Garcia Neto saíram vencedores nas eleições em Corumbá”.

Título: “Chora bugrada que o pranto é livre”.

“Jânio já está ai. E pelos resultados do Estado de Mato Grosso parece que a limpeza não vai ser só no âmbito Federal, e vamos varrer também a nossa casa, Fernando vem aí. A União Democrática Nacional vai conduzir Fernando Corrêa ao Alencastro, pondo ponto final a era redentorista que está infelicitando nosso Estado. Com Fernando governador e Jânio Quadros eleito pela UDN, na Suprema Magistratura da Nação, chegará a nossa hora, o momento depor ordem nas coisas, o ponto final na corrupção administrativa, lá e cá”.

Fôlha da Tarde (Sic) do dia 6 de outubro de 1960 – quinta-feira.

Manchete: “Resultado do Pleito de 3 de outubro em Corumbá”.

Título: “Terminou à madrugada de ontem a apuração do pleito de 3 de outubro, em Corumbá”.

“Os trabalhos de apuração realizaram-se na sede do corumbaense F.C, sob a presidência do Meritíssimo Juiz Eleitoral Dr. Leolino Teixeira Junior. O resultado final é o seguinte:

Para Presidente da República: Marechal Teixeira Lott = 4.410 votos;

Jânio Quadros = 4.259 votos;

Ademar de Barros = 1.564 votos.

Para Vice-Presidente da República: João Goulart (Jango) = 4.777 votos;

Milton Campos = 2.861 votos;

Fernando Ferrari = 1.869 votos;

Para Governador do Estado: Fernando Corrêa da Costa = 3.657 votos;

Wilson Fadul = 3.600 votos;

Filinto Muller = 2.780 votos.

Para Vice-Governador do Estado: Garcia Neto = 4.731 votos;

Cícero de Castro Faria = 3.542 votos”.

No ano de 1961 um fato político marcou a imprensa local, a cassação do mandato do prefeito Luiz Lins filiado ao Partido Social Progressista – PSP. Os jornais Tribuna e Fôlha da Tarde (Sic) destacaram matérias relacionadas a esse acontecimento até sua resolução.

Tribuna do dia 29 de março de 1961, quarta-feira.

Manchete: “A Câmara de vereadores vai cassar o mandato do prefeito Luiz Lins”.

Título: “A cassação do Mandato do Prefeito Municipal”.

Subtítulo: “A Câmara de vereadores aprovou em Segunda discussão essa medida, por unanimidade”.

“A Câmara municipal, em sua sessão de anteontem, aprovou, em segunda discussão, a cassação do mandato do Prefeito Luiz Lins. O Legislativo corumbaense adotou a medida com fundadores com diversos dispositivos constitucionais, por unanimidade de votos. Hoje será discutida e votada a redação final de resolução que decretará o empeachment do atual chefe do executivo municipal, para o efeito de investir nessas funções o Dr. Salomão Baruki, que é o seu substituto legal, na qualidade de Presidente da Câmara dos Vereadores. Segundo se afirma o sr. Luiz Lins conta com a assistência jurídica de quatro advogado, os quais estudam no momento, a questão, a fim de defenderem os direitos do Prefeito Municipal. Vamos ver como terminará o incidente, surgido quase as portas do pleito para a renovação do executivo municipal. O que é fato é que esses acontecimentos são o remate de uma situação que vinha se delongando no lamentável atrito há tempos estabelecido entre o Prefeito e os Vereadores à nossa Câmara Municipal”.

Fôlha da Tarde (Sic) em 29 de março de 1961 – quarta-feira.

Manchete: “A Câmara vai cassar o mandato do Prefeito L.L”.

Título: “Câmara Municipal quer cassar o mandato do Prefeito Luis Lins”.

Subtítulo: “Hoje, a redação final do documento, já aprovado em duas sessões”.

“A Câmara Municipal de Corumbá, aprovou o projeto, subscrito por vários vereadores de cassação do mandato do prefeito Luiz Lins, baseando em dispositivos legais. Hoje, em reunião convocada para as 15 horas, o legislativo corumbaense irá decidir do assunto cuja redação final será apreciada que culminará com o "empechment" do atual chefe do executivo municipal. Se tal acontecer deverá assumir o gôverno municipal o Dr. Salomão Baruki, presidente da Câmara, que se encontrara licenciado do Poder Legislativo.”

Tribuna – 30 de março de 1961, quinta-feira.

Manchete: “A Câmara Municipal Cassa o mandato do Prefeito L.L – Aprovada por 9 votos a 0 a redação final da resolução do Legislativo corumbaense, ontem às 15 horas”.

Título: “Cassado o mandato do prefeito municipal de Corumbá”.

Subtítulo: “Por 9 votos a 0 a Câmara Municipal aprovou a redação final da resolução que afastou do exercício do cargo o Sr. Luiz Lins”.

“Como fôra previamente anunciado, a Câmara Municipal de Corumbá, em sua reunião extraordinária de ontem, realizada às 15 horas, aprovou por unanimidade (9votos) a redação final da resolução que cassa o mandato do Prefeito Luiz Lins. A votação foi secreta. Com a resolução aprovada pelo Legislativo corumbaense e que publicamos na 4a página, o atual chefe do Executivo municipal deverá ser substituído, nas funções de seu cargo, pelo Dr. Salomão Baruki. Este, embora licenciado, deverá empossar-se imediatamente como Prefeito de Corumbá”.

Fôlha da Tarde (Sic) em 1 ° de abril de 1961 – sábado.

Manchete: “Concedida a Liminar no Mandato de Segurança Impetrado por L.L. Continuará a Dualidade de Poderes Até a Justiça Togada Apreciar o Mérito da Questão”.

Título: “Executivo e Legislativo ingressam no Judiciário”.

Subtítulo: “A Câmara Municipal cassou o mandato do Prefeito Luiz Lins – Este impetrou mandado de segurança preventivo contra o ato do Legislativo – A justiça concedeu-lhe a liminar – O processo está hoje na Promotoria, que o devolverá, dentro de cinco dias”.

“Em sessão extraordinária, realizada na tarde de quarta-feira desta semana, a Câmara Municipal de Corumbá, por unanimidade de votos de seus membros, cassou o mandato de Prefeito Luiz Lins, eleito sob a legenda do Partido Social Progressista em agosto de 1957, e cujo mandato de quatros anos se extinguiria daqui há quatro meses. Ante- ontem a Câmara convocou o seu Presidente Dr. Salomão Baruki, que se achava licenciado, dando lhe posse do cargo de prefeito deste município, em razão da cassação do mandato do Sr. Luiz Lins. Ao ato de posse estiveram presentes todos os edis em exercício naquela Casa Legislativa, notando-se a presença de cêrca de cinquenta pessoas, inclusive repórteres da imprensa e das emissoras locais, que irradiaram todo o desenrolar do fato, aliás inédito na história político- administrativa de Corumbá. Tanto o Paço Municipal como a Câmara de vereadores, desde ante ontem, estiveram sobre o policiamento reforçado dos elementos da guarda Civil do Estado, por determinação da Justiça togada de Corumbá. Esteve na cidade o chefe de policia do Estado, Dr. Clóvis de Mello, que fora chamado da capital para garantir o estado de coisas criado com a cassação do mandato do Prefeito Luiz Lins. O Sr. Luiz Lins, através de seu patrono, dr. André de Barros, requereu mandado de segurança preventivo contra o ato da Câmara, conforme oficio de S.S. que estamos publicando noutro local desta edição. Segundo apurou a nossa reportagem, o MM Juiz da 1ª Vara, dr. Adolfo Augusto de Barros concedeu ontem, sexta-feira Santa, a liminar solicitada, pelo sr. Luiz Lins. Já na manhã de hoje, a Câmara Municipal enviou a Justiça os documentos que serviram de base para a cassação do mandato do sr. L.L. Ainda hoje o processo de mandado de segurança será enviado, para vistas, ao Ministério Público, a cargo do dr. Maurício Haroldo Giordano. Dentro de cinco dias o processo voltará ao Juiz de Direito para julgamento final”.

Outro assunto retratado de maneira diferente aconteceu em 1962, sobre a vitória do Brasil na Copa do Mundo, que aconteceu no Chile. O jornal Tribuna enfatizou a comemoração nacional do bi-campeonato, já que sua principal característica era priorizar acontecimentos nacionais. Enquanto a Fôlha da Tarde (Sic), jornal voltado para informações locais, mostrou a festa realizada pelos corumbaenses.

Fôlha da Tarde (Sic) em 18 de junho de 1962 – segunda-feira.

Manchete: “Vibrou de intusiasmo o povo corumbaense pela vitória do Brasil na Copa do Mundo”.

Título: “Copa do Mundo – Brasil bi-campeão”.

“Em espetacular partida realizada ontem, venceu o Brasil a Checoslovaquia por 3 pontos a 1, sagrando-se assim bi-campeão da Copa do Mundo. O povo corumbaense vibrou de intusiasmo, tendo saído uma passeada de automóveis insurdecido o ar com o espoucar de centenas de foguetes. A escola de samba Flamengo saiu a rua com seu conjunto, tendo as manifestações de entusiasmo se prolongadas até altas horas da noite”.

Tribuna – 19 de junho de 1962, terça-feira.

Manchete: “Recebidos em triunfo em Brasília os bi-campeões mundiais de futebol!”.

Título: “Triunfal recepção em Brasília aos bi-campeões mundiais”.

Subtítulo: “O povo da capital da República aclama a “Seleção de Ouro” do Brasil – Homenagens do Govêrno”.

“Brasília, 18 (AN) – Precizamente as 10 para as 15 horas (hora de Brasília) o jato “Borba Gato”, da Panair pousou na pista do aeroporto desta capital. Multidão incalculável prorrompeu em aclamações aos “cracks” nacionais. Logo que os bi-campeões do mundo desceram à terra, romperam-se os cordões de isolamento, danificando-se as instalações do aeroporto. O presidente João Goulart, que deveria aguardar a chegada dos jogadores no Palácio da Alvorada resolve ir pessoalmente em compahia de seus filhos abraça ainda a bordo do avião os integrantes da Seleção de Ouro”.

4- O Jornalismo Corumbaense hoje

C

orumbá, por ser a primeira cidade da região sul de Mato Grosso a ter um jornal impresso, foi importante para o desenvolvimento da imprensa no Estado. O período em que o jornalismo corumbaense teve seu auge foi a partir da fundação do primeiro diário local, Tribuna, até a divisão do Estado de Mato Grosso, em 1977.

Após esse fato, Campo Grande tornou-se a capital do Estado de Mato Grosso do Sul e a principal cidade a representar a imprensa regional. Com isso, Corumbá passou por um processo de decadência, já que as famílias tradicionais mudaram-se para outros Estados brasileiros, como o Rio de Janeiro. Sem o apoio dessas pessoas, que exerciam forte influência no funcionamento dos jornais, a imprensa perdeu seu espaço.

Hoje, a cidade apresenta apenas um jornal diário, Diário da Manhã, e quatro semanários – Correio de Corumbá, Corumbá Notícias, Folha de Corumbá e Gazeta Corumbaense.

A imprensa corumbaense apresenta um contraste em relação à impressão gráfica entre o jornal Diário da Manhã, que ainda utiliza o sistema de impressão linotipo em chumbo quente, enquanto os semanários usam o padrão off set.

Por meio dos depoimentos de jornalistas e funcionários desses periódicos, observou-se que existe uma dificuldade em manter os jornais em circulação. Isso ocorre não só pela falta de apoio dos comerciantes, que não aceitam pagar o espaço para propaganda, como também pelo desinteresse dos leitores em pagar por esses exemplares e ainda preferem aos jornais da capital aos locais.

Mesmo com esses problemas enfrentados pelos profissionais atuantes, o jornalismo de Corumbá busca ampliar suas técnicas para melhorar sua qualidade. Isso ocorre por meio do jornalismo on-line que está sendo um veículo alternativo de comunicação para informar o leitor. Exemplos dessa inovação são: Corumbá News (corumbanews.br) e Corumbá On-line (.br).

4.1- Análise dos Jornais em Circulação

O trabalho experimental, além de estudar a história da imprensa corumbaense e fazer os levantamentos dos jornais Fôlha da Tarde (Sic), O Momento e Tribuna, inclui ainda análise dos jornais que circulam atualmente em Corumbá.

4.1.1- Jornal Correio de Corumbá

O Correio de Corumbá foi analisado de 1° de junho a 10 de junho de 2002. O acervo encontra-se encadernado no próprio jornal. As edições apresentam 16 páginas com quatro colunas.

O proprietário, Farid Yunes Solominy, é também o diretor responsável; o repórter é o jornalista Adolfo Rondon e a diagramadora Girlene de Oliveira Soleto.

A impressão é realizada em gráfica própria, situada na rua 7 de setembro, n.º. 249. Esse jornal é comercializado em bancas e na sede do jornal. Seu primeiro número circulou no dia 21 de setembro de 1971.

O jornal é semanário, circulando com 54 edições anuais. Possui publicidade e é vendido por R$ 1,00 (um real), com uma tiragem de 1.200 exemplares por semana. Suas editorias são: Geral, Política, Variedades, escritas por Adolfo Rondon, e Colunismo Social com Alfredo de Sartory.

4.1.2- Jornal Corumbá Notícias

O jornal Corumbá Notícias está com suas edições arquivadas em CD-ROM. Seu formato é tablóide. Seu primeiro exemplar teve oito páginas e hoje apresenta entre oito e 16, em seis colunas. Não possui cadernos nem suplementos.

A impressão do jornal é realizada na cidade de Dourados/MS, na gráfica do jornal Diário MS. É vendido em bancas da cidade de Corumbá e por meio de assinaturas.

Semanário, o jornal teve seu primeiro exemplar publicado em 23 de novembro de 2001. O preço de venda é de R$1,00 (um real) e tiragem de 2000 exemplares declarada nas edições, totalizando 52 edições anuais.

O periódico publica fotografias e é composto pelas seguintes editorias: Política, Cultura e Geral. Não apresenta seções de cartas. Edita as manchetes da primeira página, edita as fotos utilizadas nas matérias, não apresenta nenhum outro tipo de imagem (como desenhos ou charges), possui um logotipo, e não tem slogan.

Suas tipologias de textos publicados são informativos (notícias). Não publica edição especial, porém, na semana que antecede algum evento mais importante para a cidade, faz matéria especial.

O Corumbá Notícias tem como diretores: Rosana Nunes e Cleber Miranda, que também são redatora e diagramador respectivamente, contando ainda com o redator Marcelo Fernandes.

4.1.3- Jornal Diário da Manhã

O único diário da cidade de Corumbá e o mais antigo em circulação é o Diário da Manhã. Fundado em 15 de março de 1979, o jornal apresenta o formato standard (66 cm X 48 cm), com seis páginas, três colunas e circula de terça-feira a sábado.

O jornal está localizado na rua Cabral, n° 1121; sua impressão é feita pelo sistema de linotipo (chumbo quente), em gráfica própria. Varia de seis a dez páginas, não tem suplementos, nem cadernos, publica edição especial só no dia do aniversário da cidade.

Com tiragem de 1000 exemplares, é vendido por assinaturas e nas bancas a R$ 0,50 (cinqüenta centavos). O periódico apresenta publicidade, não publica fotos, não possui logotipo, e tem como slogan “Ética, Seriedade e Democracia”.

Não há divisão de editorias, os textos mais freqüentes são informativos, destacando as notícias policiais. O proprietário do jornal, Valdemar Baiaroski, também atua como redator-chefe, a diretora é Nina K. Baiaroski e o jornalista é Antônio B. Jesus. O responsável pelo departamento gráfico é Valdemar B. Júnior. Seus principais colaboradores são: Hélio Nóbrega e Benedito Lima.

4.1.4- Jornal Folha de Corumbá

Folha de Corumbá tem suas edições arquivadas em papel na própria sede do jornal, localizado na rua XV de Novembro, n° 564. Seu formato é tablóide (42 cm x 29,7 cm). O jornal apresenta dois cadernos, ambos com oito páginas em seis colunas.

A impressão da Folha de Corumbá é realizada em gráfica própria que leva o mesmo nome do jornal, localizado na rua Cuiabá, n° 1200. O preço de venda é de R$ 1,00 (um real) e pode ser encontrado nas bancas da cidade. O periódico é semanal, com 48 edições anuais.

A principal seção é a Social, tendo a Política como a mais importante das editorias. Apresenta textos informativos (notícias). Todos os eventos históricos que acontecem na cidade o jornal destaca.

As manchetes são editadas e o formato das matérias são em corpo tamanho 12, edita as fotografias, possui logotipo, e não tem slogan.

Os proprietários do jornal Folha de Corumbá são Uriel Raghiant e Caibar S. Pereira. O diretor é Uriel Raghiant, a redatora-chefe é Valéria Baiaroski e um dos principais colaboradores é João Pereira da Rosa, de Campo Grande.

4.1.5- Jornal Gazeta Corumbaense

O jornal Gazeta Corumbaense foi analisado apenas no período de 2002, e foi utilizado o acervo do próprio periódico. Seu formato é tablóide. O primeiro exemplar teve 12 páginas e hoje apresenta 16, com quatro colunas.

A sede do jornal está localizada na rua América, 1102, na cidade de Corumbá/MS e sua impressão é realizada em gráfica própria. A Gazeta Corumbaense é vendida em bancas da cidade e por jornaleiros nas ruas.

O primeiro exemplar do jornal foi editado em 14 de julho de 2001. Com periodicidade semanal, vendagem a R$0,50 (cinqüenta centavos) e tiragem de 2000 exemplares declarados nas edições.

O periódico é composto pelas seguintes editorias: Política, Geral, Polícia, Esporte e Cultura. Sua tipologia de matérias mais freqüentes são políticas e polícia, apresentando textos opinativos (editoriais e artigos) e informativos (notícias). A Gazeta tem como fonte de financiamento a publicidade e atende as prefeituras de Corumbá e Ladário na publicação de editais.

A Gazeta Corumbaense tem como proprietário, diretor, redator-chefe e editor de Política, Otávio Neto; editora de Geral, Vanessa Maracini; editor de Polícia, André Marchi; e editora de Cultura, Adriana Maldonado. “A verdade acima de tudo” é o slogan do periódico que possui um logotipo publicado na capa.

Considerações finais

A

pós a pesquisa realizada na cidade de Corumbá, Mato Grosso do Sul, sobre a imprensa regional, foi observado que o local apresenta uma rica cultura com patrimônios históricos memoráveis. Conhecida como a capital do Pantanal, teve papel fundamental no desenvolvimento do jornalismo do Estado.

Com todo o levantamento histórico feito por meio de pesquisa de campo, foi possível notar diferenças entre os jornais analisados dos anos 60 e os que circulam nos dias de hoje. Os principais aspectos encontrados foram: antes a quantidade de periódicos publicados era maior, a periodicidade predominante era diária e as condições de se manter um jornal eram melhores, pois as famílias estavam envolvidas diretamente com partidos políticos da cidade que exerciam influência na imprensa local.

Conclui-se que as matérias dos jornais Fôlha da Tarde (Sic), O Momento e Tribuna eram direcionadas para a política, problemas da cidade, fatos do cotidiano e até aniversários dos periódicos concorrentes, cuja análise mostra que como cada jornal noticiava e selecionava os assuntos de maneira diferente.

Os periódicos do período analisado possuíam profissionais que não eram formados na área de jornalismo, mas sim intitulados jornalistas, como era comum na região, dada a escassez de profissionais. Essas pessoas, em sua maioria, tinham como formação acadêmica o curso de direito.

Essa carência de profissionais, desde a década de 60, até hoje, se faz presente em Corumbá. Isso acontece porque não há o curso de graduação em jornalismo nas Instituições de Ensino Superior locais e os novos proprietários dos jornais não demonstram interesse em mudar essa situação na cidade, que ainda possui um campo a ser explorado.

Bibliografia

1. AYALA, S. Cardoso e SIMON, F. Album Graphico do Estado de Matto Grosso. 1914.

2. CAMPESTRINI, Hildebrando e GUIMARÃES, Acyr Vaz. História de Mato Grosso do Sul. Campo Grande, Gráfica Papelaria Brasília Ltda, 1995. 4 ed.

3. CORRÊA, Valmir Batista. Coronéis e Bandidos em Mato Grosso. Campo Grande, Editora UFMS, 1995.

4. JUCÁ, Pedro Rocha. A Imprensa Oficial em Mato Grosso. Cuiabá, 1986.

5. LOPES, Dirceu Fernandes; PROENÇA, José Luiz e SOBRINHO, José Coelho. A Evolução do Jornalismo em São Paulo. São Paulo, Edicom (ECA –USP), 1996.

6. MELO, José Marques. Estudos de Jornalismo Comparado. São Paulo, Editora Pioneira, 1972.

7. MELO, José Marques. Comunicação Social: Teoria e Pesquisa. Petrópolis, Editora Vozes, 1970.

8. MENDONÇA, Rubens. História do Jornalismo de Mato Grosso (1839 – 1945). São Paulo, Departamento de Cultura. 1951.

9. SODRÉ, Nelson Werneck. História da Imprensa no Brasil. Rio de Janeiro, Editora Civilização Brasileira, 1966.

10. WEINGARTNER, Alisolete Antônia dos Santos. Movimento Divisionista em Mato Grosso do Sul (1889-1930). Porto Alegre, Edições EST, 1995.

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[1] Sic: assim, desse modo. (HOUAISS, Antônio. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro, Editora Objetiva, 2001).

[2] MELO, José Marques. Sociologia da Imprensa Brasileira. São Paulo, Editora Vozes, 1973.

[3] SODRÉ, Nelson Werneck. História da Imprensa no Brasil. Rio de Janeiro. Editora Civilização Brasileira, 1966.

[4] SODRÉ, Nelson Werneck. História da Imprensa no Brasil. Rio de Janeiro. Editora Civilização Brasileira, 1966.

[5] Boêmia: roda de intelectuais e artistas que leva a vida de modo hedonista e livre, bebendo e divertindo-se. (HOUAISS, Antônio. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro, Editora Objetiva, 2001).

[6] Cuiabá tornou-se Capital do Estado de Mato Grosso só em 28 de agosto de 1835, pela Lei número 19. (AYALA, S. Cardoso e SIMON, F. Album Graphico do Estado de Matto Grosso. 1914).

[7] JUCÁ, Pedro Rocha. A Imprensa Oficial em Mato Grosso. Cuiabá, 1986.

[8] JUCÁ, Pedro Rocha. A Imprensa Oficial em Mato Grosso. Cuiabá, 1986.

[9] JUCÁ, Pedro Rocha. A Imprensa Oficial em Mato Grosso. Cuiabá, 1986.

[10] JUCÁ, Pedro Rocha. A Imprensa Oficial em Mato Grosso. Cuiabá, 1986.

[11] A relação dos jornais encontrados que circularam nas cidades do interior do Estado de Mato Grosso consta do Anexo n° 1.

[12] MENDONÇA, Rubens. História do Jornalismo de Mato Grosso (1839 – 1945). São Paulo, Departamento de Cultura. 1951.

[13] Pesquisa realizada em julho de 2002, na cidade de Cuiabá/MT.

[14] Trecho retirado do jornal O Iniciador que se encontra microfilmado na UFMT, em Cuiabá.

[15] CORRÊA, Valmir. Coronéis e Bandidos em Mato Grosso.

[16] Em 31 de janeiro de 1961, tomou posse o presidente Jânio Quadros, que foi eleito com 48% dos votos e pela UDN. Pressionado externa e internamente por setores que condenavam sua orientação política, Jânio Quadros renuncia à presidência no dia 25 de agosto desse ano.

[17] Em 1961, diante da grave situação do país, o Congresso aprovou a Emenda constitucional n° 4 à Carta de 1946 que instaurava o regime parlamentarista no Brasil.

[18] O presidente João Goulart apoiado por grupos políticos e pelos movimentos sindical e estudantil consegue restaurar o presidencialismo no ano de 1963.

[19] Em 1962, não só Corumbá, como todo o país passava pelo problema da falta d’água.

[20] Em fevereiro de 1967, no governo do Marechal Castelo Branco, o padrão monetário do país foi reformado, criando-se o Cruzeiro Novo e reajustando a taxa do dólar em bases mais realistas.

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