Distúrbios do Esôfago - Luzimar Teixeira



Distúrbios do Esôfago | |

|  |

|O esôfago é a porção do tubo digestivo que conecta a garganta (faringe) ao estômago. As paredes do esôfago impulsionam o alimento até|

|o interior do estômago com ondas rítmicas de contrações musculares denominadas peristaltismo. Próximo à junção da garganta com o |

|esôfago, existe uma faixa muscular denominada esfíncter esofágico superior. Logo acima da junção do esôfago com o estômago, existe |

|uma outra faixa muscular denominada esfíncter esofágico inferior. Quando o esôfago está em repouso, esses esfíncteres contraem e |

|impedem o refluxo de alimento e de ácido gástrico do estômago para a boca. Durante a deglutição, os esfíncteres relaxam e, |

|conseqüentemente, o alimento pode passar para o interior do estômago. |

|Dois dos sintomas mais comuns dos distúrbios esofágicos são a disfagia (sensação de dificuldade de deglutição) e a dor torácica ou |

|nas costas. A disfagia é a sensação de que o alimento não progride normalmente da garganta até o estômago ou que ele está retido no |

|meio do caminho. A sensação pode ser dolorosa (odinofagia). O movimento dos líquidos e sólidos podem, na realidade, ser impedido por |

|anormalidades físicas da garganta, do esôfago e dos órgãos vizinhos ou por problemas do sistema nervoso ou musculares. A dificuldade |

|de deglutição também pode ser fruto da imaginação. |

|A dor torácica ou nas costas inclui a azia, a dor durante a deglutição e a dor muscular esofágica. A dor durante a deglutição pode |

|ser decorrente de qualquer um dos problemas a seguir: |

|• Destruição do revestimento esofágico (mucosa), que pode ser resultante da inflamação causada pelo refluxo gastroesofágico do |

|estômago |

|• Infecções bacterianas, virais ou fúngicas da garganta |

|• Tumores, substâncias químicas ou distúrbios musculares, como a acalasia e o espasmo difuso do esôfago. |

|A dor pode ser percebida como uma sensação de queimação ou como um aperto sob o esterno, que ocorre tipicamente logo após o indivíduo|

|deglutir alimento ou líquido. A dor torácica constritiva e intensa que ocorre com a dificuldade de deglutir líquidos quentes ou frios|

|é um sintoma típico dos distúrbios musculares esofágicos. As dores musculares esofágicas podem ser difíceis de serem diferenciadas da|

|dor torácica devido a uma cardiopatia (angina). As dores ocorrem quando os músculos esofágicos entram em espasmo. |

|[pic] |

|Disfagia Causada por Distúrbios da Garganta |

|Um indivíduo pode apresentar dificuldades para mover o alimento da porção superior da garganta para o interior do esôfago por causa |

|de distúrbios que afetam a garganta. O problema ocorre mais freqüentemente em indivíduos com distúrbios dos músculos voluntários |

|(esqueléticos) ou dos nervos que os inervam. Os exemplos incluem a dermatomiosite, a miastenia grave, a distrofia muscular, a |

|poliomielite, a paralisia pseudobulbar e os distúrbios cerebrais e medulares como, por exemplo, a doença de Parkinson e a esclerose |

|lateral amiotrófica (doença de Lou Gehrig). |

|Um indivíduo que faz uso de fenotiazina (uma droga antipsicótica) também pode ter dificuldade de deglutição pelo fato da droga poder |

|afetar os músculos da garganta. Quando qualquer um desses distúrbios provoca dificuldade de deglutição, o indivíduo freqüentemente |

|regurgita o alimento através da porção posterior do nariz ou o aspira para o interior da traquéia e, em seguida, ele tosse. |

|Na incoordenação cricofaríngea, o esfíncter esofágico superior (músculo cricofaríngeo) permanece fechado ou abre de uma maneira |

|descoordenada. Um esfíncter com função anormal permite que o alimento entre repetidamente na traquéia e nos pulmões, o que pode |

|acarretar uma doença pulmonar crônica. O cirurgião pode corrigir o problema seccionando o esfíncter, de modo que ele permaneça |

|constantemente relaxado. Se o problema não for tratado, o distúrbio acarretará a formação de um divertículo (uma protrusão que é |

|formada quando o revestimento esofágico empurra para fora e para trás através do músculo cricofaríngeo). |

|[pic] |

|Anel Esofágico Inferior |

|Provavelmente presente desde o nascimento, o anel esofágico inferior (anel de Schatzki) é um estreitamento da porção inferior do |

|esôfago. Normalmente, a porção inferior do esôfago possui um diâmetro de 4 a 5 centímetros . Se ela apresentar um estreitamento, com |

|seu diâmetro sendo reduzido para aproximadamente 1,5 cm ou menos, isto acarretará dificuldade de deglutição de alimentos sólidos. |

|Esse sintoma pode ter início em qualquer idade, mas, em geral, ele somente se manifesta após os 25 anos de idade. Os anéis com |

|diâmetro superior a 2 cm comumente não causam sintomas. No anel esofágico inferior, a dificuldade na deglutição vem e vai. |

|Freqüentemente, o estudo contrastado é realizado para se detectar o problema. A mastigação adequada dos alimentos geralmente minimiza|

|o problema. |

|Caso isso não seja eficaz, o anel responsável pela constrição deverá ser aberto cirurgicamente. Alternativamente, o médico pode usar |

|um dilatador ou pode passar um endoscópio (um tubo de visualização flexível com dispositivos conectados) através da boca e da |

|garganta para alargar a passagem.. |

|[pic] |

|Membranas Esofágicas. |

|As membranas esofágicas (síndrome de Plummer-Vinson, disfagia sideropênica) são membranas finas que crescem transversalmente no |

|interior do esôfago, a partir de seu revestimento superficial (mucosa). Embora sejam raras, as membranas ocorrem com maior freqüência|

|em indivíduos que apresentam anemia ferropriva grave. As membranas da porção superior do esôfago normalmente tornam difícil a |

|deglutição de sólidos. |

|O melhor método para se diagnosticar o problema é a realização de filmes radiográficos (cinerradiografias) enquanto o paciente |

|deglute uma solução de bário (exame denominado trânsito esofágico). Após a anemia ser tratada com sucesso, as membranas desaparecem. |

|Quando isso não ocorre, o médico pode rompê-las utilizando um dilatador ou um endoscópio.. |

|[pic] |

|Disfagia Lusoria |

|A disfagia lusoria é uma dificuldade de deglutição causada pela compressão do esôfago por um vaso sangüíneo. Trata-se de um defeito |

|congênito que na maioria das vezes envolve uma artéria subclávia direita mal posicionada. A dificuldade de deglutição pode ocorrer na|

|infância ou pode desenvolver-se posteriormente devido à aterosclerose do vaso anormal. Os estudos contrastados podem revelar a |

|compressão esofágica. É necessária a realização de uma arteriografia (radiografia de uma artéria após a injeção de um contraste) para|

|se confirmar que a compressão é causada por uma artéria. A cirurgia é raramente necessária.. |

|[pic] |

|Outras Causas de Obstrução |

|Em alguns indivíduos, a estenose (estreitamento) do esôfago é congênita, enquanto em outros, ela é decorrente da lesão causada pelo |

|refluxo repetido de ácido do estômago (refluxo gastroesofágico). A estenose também pode ser causada pela compressão externa do |

|esôfago. Por exemplo, a compressão pode ser decorrente de dilatação ou do aumento do átrio direito do coração, de um aneurisma da |

|aorta, de uma artéria subclávia malformada, de uma glândula tireóide anormal, de um crescimento ósseo a partir da coluna vertebral ou|

|de um câncer (mais comumente, o câncer pulmonar). |

|A causa mais grave de obstrução é o câncer do esôfago. Como todos esses distúrbios reduzem o diâmetro do esôfago, eles normalmente |

|causam dificuldade de deglutição de alimentos sólidos (em especial, de carne e pão), mas não de líquidos. Quando a estenose é causada|

|pelo refluxo gastroesofágico, a dificuldade de deglutição é acompanhada por sintomas prolongados como, por exemplo, a azia intensa e |

|a dor aguda periódica sob o esterno à noite ou quando o indivíduo flexiona o tronco para frente. A dificuldade de deglutição piora |

|progressivamente ao longo dos anos. No câncer de esôfago, a dificuldade de deglutição evolui rapidamente, em semanas ou meses. |

|Habitualmente, é realizada uma radiografia para se detectar a causa e a localização de uma obstrução. O tratamento e o prognóstico |

|dependem da causa. |

|[pic] |

|Espasmo Difuso do Esôfago |

|O espasmo difuso do esôfago (esôfago em contas de rosário ou em saca-rolha) é um distúrbio dos movimentos de propulsão |

|(peristaltismo) do esôfago causado por um mal funcionamento dos nervos. As contrações de propulsão normais que movem os alimentos |

|através do esôfago são substituídas periodicamente por contrações não propulsoras. Em 30% dos casos, o esfíncter esofágico inferior |

|abre e fecha normalmente. |

|Sintomas |

|Tipicamente, os espasmos musculares ao longo do esôfago são sentidos como uma dor torácica subesternal que coincide com a dificuldade|

|de deglutição de líquidos ou sólidos. A dor também ocorre à noite, e pode ser suficientemente intensa a ponto de despertar o |

|indivíduo. Os líquidos muito quentes ou muito frios pioram a dor. No decorrer de muitos anos, esse distúrbio pode evoluir para a |

|acalasia. O espasmo difuso do esôfago também pode causar dor intensa sem dificuldade de deglutição. Essa dor, freqüentemente descrita|

|como uma dor constritiva subesternal, pode ocorrer após o exercício ou o esforço, o que torna difícil diferenciá-la da angina (dor |

|torácica devido a uma cardiopatia). |

|Como o Esôfago Funciona |

|Quando um indivíduo deglute, o alimento movese da boca para a garganta (faringe)(1). O esfíncter esofágico superior abre (2), |

|permitindo a entrada do alimento no esôfago, onde ondas de contrações musculares (peristaltismo) (3), impulsionam o alimento para |

|baixo. Em seguida, o alimento passa através do esfíncter esofágico inferior (4) e entra no estômago (5). |

| |

| |

|[pic] |

| |

|Diagnóstico |

|O estudo radiográfico realizado enquanto o indivíduo ingere uma solução contendo bário pode mostrar que o movimento descendente do |

|alimento não é normal e que as contrações da parede esofágica ocorrem de modo desorganizado. A cintilografia do esôfago (um exame |

|sensível que mostra o movimento do alimento marcado com uma pequena quantidade de um marcador radioativo) é utilizada para detectar |

|movimentos anormais do alimento através do esôfago. As mensurações da pressão (manometria) provêem a análise mais sensível e |

|detalhada dos espasmos. Se esses estudos forem inconclusivos, a manometria pode ser realizada após uma refeição ou após a |

|administração de edrofônio para provocar espasmos dolorosos. |

|Tratamento |

|Freqüentemente, o espasmo difuso do esôfago é de difícil tratamento. A nitroglicerina, os nitratos de ação prolongada, os |

|anticolinérgicos (p.ex., diciclomina) ou os bloqueadores do canal de cálcio (p.ex., nifedipina) aliviam os sintomas. Algumas vezes, é|

|necessário o uso de analgésicos potentes. A insuflação de um balão no interior do esôfago ou a passagem de velas dilatadoras |

|(dilatadores metálicos progressivamente mais grossos) para dilatar o esôfago pode ser útil. A secção da camada muscular ao longo de |

|toda a extensão do esôfago pode ser necessária quando outras formas menos radicais de tratamento não forem eficazes. |

|[pic] |

|Acalasia |

|A acalasia (cardioespasmo, aperistaltismo esofágico, megaesôfago) é um distúrbio devido a uma alteração do sistema nervoso de causa |

|desconhecida que pode interferir em dois processos: as ondas rítmicas de contração que promovem a impulsão dos alimentos ao longo do |

|esôfago (denominadas peristaltismo) e a abertura do esfíncter esofágico inferior. A acalasia pode ser causada por um mal |

|funcionamento dos nervos que envolvem o esôfago e inervam os seus músculos. |

|Sintomas e Complicações |

|A acalasia pode ocorrer em qualquer idade, mas, normalmente, ela inicia, de modo quase imperceptível, entre os 20 e 40 anos de idade |

|e evolui gradualmente ao longo de muitos meses ou anos. O principal sintoma é a dificuldade de deglutição tanto de sólidos quanto de |

|líquidos. O esfíncter esofágico inferior contraído acarreta a dilatação da porção do esôfago localizada acima do mesmo. |

|Outros sintomas podem incluir a dor torácica, a regurgitação do conteúdo do esôfago dilatado e a tosse noturna. Embora seja incomum, |

|a dor torácica pode ocorrer durante a deglutição ou sem causa aparente. Aproximadamente um terço dos indivíduos com acalasia |

|regurgitam alimento não digerido durante o sono. A aspiração de alimento para os pulmões é comum, o que pode causar abcesso pulmonar,|

|bronquiectasia (dilatação e infecção das vias aéreas) ou pneumonia aspirativa. A acalasia também é um fator de risco para o câncer de|

|esôfago, apesar de provavelmente menos de 5% dos indivíduos com acalasia desenvolverem esse tipo de câncer. |

|Diagnóstico e Prognóstico |

|O estudo radiológico do esôfago realizado enquanto o paciente ingere uma solução de bário revela a ausência de peristaltismo. O |

|esôfago encontra- se dilatado, freqüentemente em enormes proporções, mas apresenta uma estenose ao nível do esfíncter esofágico |

|inferior. As mesurações das pressões intra-esofágicas (manometria) indicam uma ausência de contrações, um aumento da pressão de |

|fechamento do esfíncter esofágico inferior e uma abertura incompleta do mesmo durante a deglutição. |

|A esofagoscopia (exame do esôfago com o auxílio de um tubo de visualização flexível e de uma câmera de vídeo) mostra uma dilatação, |

|mas não uma obstrução. Utilizando um esofagoscópio (tubo de visualização flexível), o médico realiza uma biópsia (coleta amostras de |

|tecido para exame microscópico) para certificar-se de que os sintomas não são causados por um câncer localizado na extremidade |

|inferior do esôfago. O indivíduo também é examinado para se descartar a possibilidade da esclerodermia, um distúrbio muscular que |

|pode comprometer a deglutição. Freqüentemente, a causa da acalasia não é grave e não acarreta uma doença importante. O prognóstico |

|não é tão bom quando o conteúdo gástrico é aspirado para os pulmões, pois as complicações pulmonares são de difícil tratamento. |

|Tratamento |

|O objetivo do tratamento é fazer com que o esfíncter esofágico inferior abra mais facilmente. A primeira abordagem consiste na |

|dilatação mecânica do esfíncter (p.ex., insuflação de um balão em seu interior). Os resultados desse procedimento são satisfatórios |

|em aproximadamente 40% dos casos, mas pode ser necessária a realização de várias dilatações. Algumas vezes, os nitratos (p.ex., |

|nitroglicerina sublingual antes das refeições) ou os bloqueadores dos canais de cálcio (p.ex., nifedipina) podem retardar a |

|necessidade de uma nova dilatação pelo fato de auxiliarem no relaxamento do esfíncter. |

|Em menos de 1% dos casos, o esôfago pode romper durante a dilatação, acarretando inflamação dos tecidos circunjacentes |

|(mediastinite). A cirurgia imediata é necessária para fechar a ruptura da parede esofágica. Como uma alternativa à dilatação |

|mecânica, o médico pode injetar a toxina botulínica no esfíncter esofágico inferior. |

|Essa terapia mais recente é tão eficaz quanto a dilatação mecânica, mas os seus efeitos a longo prazo ainda não são conhecidos. Se a |

|dilatação ou o tratamento com toxina botulínica não forem eficazes, a cirurgia de secção das fibras musculares do esfíncter esofágico|

|inferior é normalmente realizada. Essa cirurgia é bem sucedida em cerca de 85% dos casos. Entretanto, aproximadamente 15% dos |

|indivíduos apresentam refluxo gastroesofágico após a cirurgia. |

|[pic] |

|Refluxo Gastroesofágico |

|O refluxo gastroesofágico (refluxo ácido) é o fluxo retrógrado do conteúdo gástrico para o interior do esôfago. O revestimento do |

|estômago o protege contra os efeitos de seus próprios ácidos. Como o esôfago não possui um revestimento protetor similar, o ácido |

|gástrico que reflui para o seu interior causa dor, inflamação (esofagite) e danos. O ácido reflui quando o esfíncter inferior do |

|esôfago não funciona adequadamente. A força da gravidade contribui para o refluxo quando o indivíduo permanece deitado. O grau de |

|inflamação causado pelo refluxo depende da acidez do conteúdo gástrico, do volume de ácido gástrico presente no esôfago e da |

|capacidade do esôfago de eliminar o líquido regurgitado. |

|Sintomas e Complicações |

|Sintomas e Complicações O sintoma mais evidente do refluxo gastroesofágico é a pirose (azia), uma dor tipo queimação subesternal. A |

|dor, a qual sobe no tórax e pode irradiar-se ao pescoço, à garganta ou mesmo ao rosto, é causada pelo refluxo gastroesofágico. Em |

|geral, a pirose ocorre após as refeições ou quando o indivíduo encontra-se deitado e pode ser acompanhada pela regurgitação do |

|conteúdo gástrico até a boca ou por uma salivação excessiva. A salivação excessiva, resultante da irritação da porção inferior do |

|esôfago pelo ácido gástrico, é denominada “ardor gástrico” |

|As complicações do refluxo gastroesofágico incluem o estreitamento de uma área do esôfago (estenose péptica esofágica), a úlcera |

|esofágica e alterações pré-cancerosas do revestimento esofágico (síndrome de Barrett). A inflamação do esôfago costuma causar dor |

|durante a deglutição e um sangramento, em geral pequeno, mas que pode ser abundante. O estreitamento (estenose) torna cada vez mais |

|difícil a deglutição de alimentos sólidos. |

|As úlceras pépticas esofágicas são feridas abertas e dolorosas do revestimento esofágico. Normalmente, a dor situa-se sob o esterno |

|ou logo abaixo do mesmo e ela é comumente aliviada com o uso de antiácidos. A cicatrização exige drogas que reduzem o ácido gástrico |

|durante um período de quatro a doze semanas. As úlceras cicatrizam lentamente, tendem a recorrer e, geralmente, acarretam uma |

|estenose esofágica após a cicatrização. |

|Diagnóstico |

|Os sintomas sugerem o diagnóstico. Algumas vezes, é necessária a realização de estudos radiográficos, da esofagoscopia (exame do |

|esôfago com o auxílio de um tubo de visualização flexível), da manometria (mensuração das pressões) do esfíncter esofágico inferior, |

|da pHmetria esofágica (para verificação da acidez) e da prova de Bernstein (teste de infusão de uma substância ácida no esôfago), |

|para ajudar na confirmação do diagnóstico e verificar possíveis complicações. |

|A prova de que os sintomas são decorrentes do refluxo gastroesofágico é melhor fornecida por uma biópsia (exame microscópico de uma |

|amostra de tecido) ou pela prova de Bernstein, independentemente dos achados radiográficos ou esofagoscópicos. A biópsia também é a |

|única forma confiável para se detectar a síndrome de Barrett. Na prova de Bernstein, uma solução ácida é instilada na porção inferior|

|do esôfago. A prova indica que o problema é refluxo gastroesofágico quando os sintomas surgem rapidamente e, em seguida, desaparecem |

|quando é instilada uma solução salina na porção inferior do esôfago. A esofagoscopia pode identificar várias causas e complicações |

|possíveis. |

|O exame microscópico de uma amostra de tecido (biópsia) coletada do esôfago pode identificar com precisão o refluxo gastroesofágico, |

|mesmo quando não é observada uma inflamação durante a esofagoscopia As radiografias realizadas após o paciente ingerir uma solução de|

|bário e deitar-se em um plano inclinado com a cabeça mais baixa que os pés revelam o refluxo do bário do estômago para o esôfago. O |

|médico pode pressionar o abdômen para aumentar a probabilidade de refluxo. As radiografias realizadas após a ingestão do bário também|

|podem revelar úlceras esofágicas ou uma estenose esofágica. A manometria (mensurações das pressões) ao nível do esfíncter esofágico |

|inferior indicam a sua força e podem diferenciar entre um esfíncter normal de um com função comprometida. |

|Tratamento |

|Várias medidas podem ser tomadas para aliviar o refluxo gastroesofágico. A elevação da cabeceira da cama cerca de quinze centímetros |

|pode impedir o refluxo de ácido gástrico durante o sono. Também pode ser útil a abstenção de café, bebidas alcoólicas e outras |

|substâncias que estimulam fortemente o estômago a produzir ácido. |

|Além disso, o indivíduo pode tomar um antiácido uma hora após as refeições e um outro na hora de dormir para neutralizar o ácido |

|gástrico e reduzir o escape através do esfíncter esofágico inferior. O uso de medicamentos (p.ex., cimetidina ou ranitidina) pode |

|reduzir a acidez gástrica. Também devem ser evitados determinados alimentos (p.ex., gorduras e chocolate), o tabagismo e determinados|

|medicamentos (p.ex., anticolinérgicos), pois todos esses fatores aumentam a tendência ao escape através do esfíncter esofágico |

|inferior. O médico pode prescrever uma droga colinérgica (p.ex., betanecol, metoclopramida ou cisaprida) para fazer com que o |

|esfíncter esofágico inferior feche com mais força. |

|A cirurgia de emergência não é necessária, exceto quando a hemorragia decorrente da esofagite é maciça. Entretanto, o sangramento |

|pode recorrer. A estenose esofágica é tratada com medicamentos e dilatações repetidas, as quais são realizadas com o uso de balões ou|

|velas (dilatadores metálicos com calibre progressivamente maiores). Se a dilatação for bem sucedida, a estenose não limitará |

|seriamente o que o indivíduo pode comer. O tratamento, com omeprazol ou lansoprazol, ou a cirurgia podem reduzir a inflamação |

|intensa, a hemorragia, a estenose, as úlceras ou os sintomas não responsivos a outros tratamentos. O omeprazol e o lansoprazol são os|

|medicamentos mais eficazes para a cura rápida da inflamação do esôfago causada pelo refluxo. A síndrome de Barrett, um distúrbio |

|pré-canceroso, pode ou não desaparecer quando o tratamento alivia os sintomas. |

|[pic] |

|Lesão Causada por Substâncias Corrosivas |

|As substâncias corrosivas (p.ex., produtos de limpeza doméstica) podem lesar o esôfago quando ingeridas acidentalmente ou |

|deliberadamente (p.ex., tentativa de suicídio). Algumas drogas podem causar uma grave irritação quando permanecem temporariamente no |

|esôfago. Em conseqüência, o indivíduo pode apresentar dor durante a deglutição e, menos comumente, uma estenose esofágica. |

|[pic] |

|Divertículos Esofágicos |

|Os divertículos esofágicos (bolsas esofágicas) são protrusões anormais do esôfago, que raramente causam dificuldades de deglutição. |

|Existem três tipos de divertículos esofágicos: a bolsa faríngea ou divertículo de Zenker, a bolsa do terço médio do esôfago ou |

|divertículo de tração e a bolsa epifrênica. Cada um desses tipos possui uma causa diferente, mas é provável que todos eles estejam |

|relacionados a transtornos da deglutição e ao relaxamento muscular, como costuma ocorrer em distúrbios como a acalasia e o espasmo |

|difuso do esôfago. |

|Sintomas, Diagnósticoe Tratamento |

|Um divertículo grande pode encher-se de alimento que pode ser regurgitado posteriormente, quando o indivíduo inclina-se para frente |

|ou quando ele se deita. Isto faz com que o alimento seja aspirado para os pulmões durante o sono e acarreta uma pneumonia aspirativa.|

|Raramente, o divertículo pode aumentar de volume e causar dificuldade de deglutição. A videorradiografia ou a cinerradiografia |

|(estudo radiológico que produz uma imagem em movimento enquanto o paciente ingere uma solução de bário) é utilizada para diagnosticar|

|um divertículo. Normalmente, não há necessidade de tratamento, embora possa ser realizada uma cirurgia de ressecção do divertículo |

|quando o indivíduo apresenta comprometimento da deglutição ou possibilidade de aspiração aos pulmões. |

|[pic] |

|Hérnia Hiatal |

|A hérnia hiatal é uma protrusão de uma porção do estômago de sua posição abdominal normal, através do diafragma. Em uma hérnia hiatal|

|por deslizamento, a junção entre o esôfago e o estômago e uma porção do estômago, que estão normalmente localizadas abaixo do |

|diafragma protruem acima do mesmo. Em uma hérnia hiatal paraesofágica, a junção entre o esôfago e o estômago encontra-se no local |

|normal, abaixo do diafragma, mas uma porção do estômago é empurrada para cima, atravessa o diafragma, e localiza-se ao lado do |

|esôfago. A causa da hérnia hiatal normalmente é desconhecida. Ela pode ser congênita ou pode ser resultante de uma lesão. |

|Sintomas |

|Mais de 40% dos indivíduos apresentam hérnia hiatal por deslizamento. Contudo, a maioria é assintomática. Os sintomas que ocorrem são|

|pouco importantes. Geralmente, a hérnia hiatal paraesofágica é assintomática. No entanto, ela pode ser encarcerada ou comprimida pelo|

|diafragma e o seu suprimento sangüíneo torna-se comprometido. Esse encarceramento (denominado estrangulamento) é uma condição |

|dolorosa e grave que exige um tratamento cirúrgico imediato. Raramente, em ambos os tipos de hérnia, o indivíduo pode apresentar |

|sangramento microscópico ou maciço do revestimento da hérnia. |

|Diagnóstico e Tratamento |

|Normalmente, as radiografias revelam claramente a presença de uma hérnia hiatal, embora possa ser necessário que o médico pressione o|

|abdômen com força para revelar uma hérnia hiatal por deslizamento. Geralmente, a hérnia hiatal não requer um tratamento específico, |

|mas o refluxo gastroesofágico concomitante deve ser tratado. A hérnia hiatal paraesofágica deve ser corrigida cirurgicamente para |

|prevenir o estrangulamento. |

|[pic] |

|Laceração e Ruptura do Esôfago |

|A laceração da parte inferior do esôfago e da parte superior do estômago durante o vômito forçado, o vômito seco ou soluços é |

|denominada síndrome de Mallory-Weiss. Comumente, o sintoma inicial é o sangramento de uma artéria que se rompe. A síndrome de |

|Mallory-Weiss é a causa de aproximadamente 5% dos episódios de sangramento do trato digestivo superior (gastrointestinal). O |

|diagnóstico é feito através da endoscopia ou da arteriografia (radiografia de uma artéria realizada após a injeção de um contraste). |

|A laceração não pode ser detectada através das radiografias de rotina. |

|Quase todos os episódios de sangramento cessam espontaneamente. No entanto, algumas vezes é necessário que o cirurgião realize a |

|ligadura da artéria sangrante. O sangramento também pode ser controlado com a injeção de vasopressina (medicamento que promove a |

|constrição da artéria) durante a arteriografia. O esôfago pode ser rompido durante a endoscopia ou outros procedimentos nos quais é |

|realizada a passagem de instrumentos. Nessas rupturas, o risco de morte é muito alto. |

|Geralmente, as rupturas são causadas pelo vômito e, raramente, pelo levantamento de grandes pesos ou pelo esforço para evacuar. A |

|ruptura do esôfago causa inflamação do tecido do tórax por fora do esôfago e permite a entrada de líquido no espaço situado entre a |

|pleura que reveste os pulmões, uma complicação denominada derrame pleural. A reparação cirúrgica do esôfago e a drenagem da área |

|circunjacente são realizadas imediatamente. |

|Compreendendo a Hérnia Hiatal |

|Uma hérnia hiatal é a protrusão de uma porção anormal do estômago através do diafragma. |

|[pic] |

|  |

................
................

In order to avoid copyright disputes, this page is only a partial summary.

Google Online Preview   Download

To fulfill the demand for quickly locating and searching documents.

It is intelligent file search solution for home and business.

Literature Lottery

Related searches