CONTRAPONTO - exaluibc



CONTRAPONTO

JORNAL ELETRÔNICO DA ASSOCIAÇÃO DOS EX-ALUNOS DO INSTITUTO BENJAMIN CONSTANT

ANO 5

JULHO DE 2010

41ª Edição

Legenda:

"Enquanto houver uma pessoa discriminada, todos nós seremos discriminados , porque é mais fácil desintegrar um átomo do que um preconceito"...

Patrocinadores:

(ASSOCIAÇÃO DOS EX-ALUNOS DO I B C)

Editoração eletrônica: MARISA NOVAES

Distribuição: gratuita

CONTATOS:

Telefone: (0XX21) 2551-2833

Correspondência: Rua Marquês de Abrantes 168 Apto. 203 - Bloco A

CEP: 22230-061 Rio de Janeiro - RJ

e-mail: contraponto@.br

Site:.br

EDITOR RESPONSÁVEL:

VALDENITO DE SOUZA

e-mail: contraponto@.br

EDITA E SOLICITA DIFUSÃO NA INTERNET.

SUMÁRIO:

1. EDITORIAL:

* Questão de Ordem

2.A DIRETORIA EM AÇÃO:

* Comissão de Eventos lança Projeto

3 . O I B C EM FOCO # VITOR ALBERTO DA SILVA MARQUES:

* A organização das pessoas cegas e o IBC

4.DV EM DESTAQUE# JOSÉ WALTER FIGUEREDO:

* Denúncia de uma deficiente visual

* Encontro Nacional de Usuários do Sistema DOSVOX em Cascavel

* Importância da audiodescrição

* Teatro São Pedro - Rigoletto terá audiodescrição em todas as récitas

* Audiodescrição: recurso essencial nas plataformas de ensino a distância

5. DE OLHO NA LEI #MÁRCIO LACERDA :

* Retificação à Consulta Pública de Alteração da Lei dos Direitos Autorais

* AGU defende comprovação de deficiência para concessão de benefício

* Projeto dispensa deficientes de novas perícias para obtenção de benefícios

6.TRIBUNA EDUCACIONAL # SALETE SEMITELA:

* Medo do medo

7.ANTENA POLÍTICA # HERCEN HILDEBRANDT:

* O Dia Nacional do Braille

8. GALERIA CONTRAPONTO #:

* Cláudio Montal

9.ETIQUETA # RITA OLIVEIRA:

* Bolsas

10.PERSONA # IVONETE SANTOS:

* Entrevista - Mara Gabrilli, Psicóloga, publicitária, vereadora em São Paulo

11.DV-INFO # CLEVERSON CASARIN ULIANA:

* Dicas móveis para as férias

12. O DV E A MÍDIA # VALDENITO DE SOUZA:

* Google anuncia que vai vender livros digitais em julho

* Ouvidoria-Geral da Cidadania

* Cientistas suecos traduzem expressões faciais para Braile

* A guerra dos e-books

* Emissoras de TV terão até 2011 a autodescrição

13.REENCONTRO # :

* Cristina Freitas

14. PANORAMA PARAOLÍMPICO # SANDRO LAINA SOARES:

* Paraolimpíadas 2016 - Preparação da delegação brasileira vai exigir R$ 420 milhões

* Natação: Contagem regressiva para o Mundial na Holanda

* Rapidinhas Paraolímpicas

15.TIRANDO DE LETRA #:

* O Dia do Amigo

* Homenagem a José Álvares de Azevedo (Cordel)

16.BENGALA DE FOGO #:

* O Assalto

17.SAÚDE OCULAR #:

* Mulheres têm aliados para retardar aparecimento da catarata

18.CLASSIFICADOS CONTRAPONTO #:

* Utilidade pública - Remédios

19. FALE COM O CONTRAPONTO#: CARTAS DOS LEITORES

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ATENÇÃO:

"As opiniões expressas nesta publicação são de inteira responsabilidade de seus colunistas"...

[EDITORIAL]

NOSSA OPINIÃO:

Questão de Ordem

A crítica é um recurso democrático que se fará imprescindível quando construtiva, que se tornará um caminho para o crescimento pessoal quando tem como lastro a autocrítica, que se utilizada por todos terá como resultado a melhora da sociedade, que é afinal o conjunto de cada indivíduo. Assim é que, trazendo tais reflexões para o nosso contexto,

queremos propor a cada um e a todos as seguintes questões: antes, independente do fato de querermos, todos e cada um, fazemos parte de uma sociedade;. assim: seria interessante ter uma associação cujos problemas dos participantes fossem mais afins com os meus para que juntos buscássemos para os mesmos as soluções possíveis?

Para o caso afirmativo: tendo sido aluno do Benjamin Constant e por ter com o mesmo

e seus outros ex-alunos uma relação na qual a afetividade está presente é interessante para mim ser dela associado?

Para o caso afirmativo, tenho críticas à Associação? Para o caso afirmativo: como seria a Associação dos meus sonhos? e, finalmente: o que estou fazendo para que isto se faça realidade?

[A DIRETORIA EM AÇÃO]

ASSOCIAÇÃO DOS EX-ALUNOS DO INSTITUTO BENJAMIN CONSTANT

Nossa Comissão de Eventos está lançando o seguinte projeto:

Projeto: Livro

Título: "Histórias do Casarão Rosa da Praia Vermelha".

Promoção: Associação dos Ex-Alunos do Instituto Benjamin Constant -

Comissão de Eventos.

Esse livro pretende resgatar, em forma de crônicas e contos, flagrantes registrados na lembrança, considerados significativos, vivenciados e testemunhados por ex-alunos do IBC naquele espaço, constituindo assim, uma extensão do acervo do Projeto-Memória-IBC.

Regulamento

1. Autores: ex-alunos do IBC, incluindo reabilitandos.

1.1. Cada autor poderá apresentar até 3 textos, inéditos ou não, em prosa ( crônicas e/ou contos).

2. Nenhum trabalho será identificado pelo nome de seu autor, garantindo assim a isenção no julgamento.

A identificação deverá ser feita em folha à parte.

Cada autor terá um número, atribuído por ordem de entrega.

3. Formatos:

3.1. Digital (doc ou txt) ,

no Word, até 6 (seis) páginas; Fonte: letra "Times New Roman"; tamanho: 12;

no editor edivox: limite de 200 (duzentas) linhas por texto.

3.2. Em papel:

3.2.1. tinta - Número de laudas, em espaço 2: 3 (três) no mínimo, e 6 (seis), no máximo, por texto.

3.3. Braille:

3.3.1. número de páginas (datilografadas) : 6 (seis), no mínimo, 12 (doze), no máximo, por texto.

4. Como forma de premiação, o primeiro, o segundo e o terceiro lugares receberão, respectivamente, em espécie: 500, 300 e 200 reais.

4.1. Os textos serão submetidos a uma Comissão Julgadora.

4.2. Cada autor terá apenas um texto selecionado premiado.

4.3. Ficará a cargo da Comissão Julgadora a elaboração de dispositivos complementares a estas normas.

5. Todas as crônicas e contos recebidos farão parte do livro e seus autores receberão um Certificado de Participação.

6. Entrega dos trabalhos:

6.1. Por escrito:

Em envelope lacrado, com identificação, endereço e contatos.

Endereço para encaminhamento:

Vitor Alberto da Silva Marques

Travessa do Mosqueira, 21, apto 501

Lapa – Centro

Rio de Janeiro – RJ

CEP. 20021-270

6.2. Por e-mail:

Em arquivo anexo, em doc ou txt, para o e-mail:

vt.asm@.br

No corpo da mensagem, deverão constar nome completo, endereço e contatos.

7.. Lançamento do livro: novembro de 2010 - Semana Nacional da Cultura .

Na data, serão anunciados os vencedores.

9. O livro impresso (em braille e em tinta) e em audiolivro será lançado e distribuído, em tiragem limitada, no dia 08 de abril de 2011, em homenagem ao nascimento de José Álvares de Azevedo e ao Dia Nacional do Sistema Braille, encerrando as comemorações do Cinquentenário da nossa Associação.

[O IBC EM FOCO]

Colunista: VITOR ALBERTO DA SILVA MARQUES ( vt.alberto@.br)

A organização das pessoas cegas e o IBC

( 50 anos de encontros e desencontros)

De 1960 a 2010, tivemos oportunidade de testemunhar e vivenciar, direta e indiretamente, seja quando ainda meninos, seja quando militantes, um rico processo histórico em favor do nosso segmento, participando na organização e fortalecimento do Grêmio Estudantil da nossa Instituição, e em seguida, na formação da sua Associação dos Ex-Alunos, fundada em 16 de junho de 1960.

Quase que paralelamente, aconteciam eventos políticos internos, de enfrentamento, no caso da greve promovida pelos alunos, como forma de pressão contra o Diretor à época. Esse movimento, segundo alguns contemporâneos , alcançou êxito parcial, deixando, porém, um rastro de desgaste e algumas sequelas.

Ao final, fazendo-se um balanço, percebeu-se um significativo aprendizado político, transferido em parte para a Associação dos Ex-Alunos, que sobreviveu até 1962, quando ficou em estado de hibernação, por falta de capacidade de mobilização de seus participantes, e de envolvimento das gerações seguintes. Nesse período, o IBC mantinha, matriculados, mais de 90% de alunos em regime de internato, vindos de quase todo o país, e até mesmo do exterior.

A partir de 1 de abril de 1964, com o golpe civil-militar, ocorrido no Brasil, o IBC teve seu grêmio estudantil fechado e muitos de seus alunos excluídos, considerados subversivos por sua nova Direção!

Seguiu-se um longo recesso na organização política do segmento, envolvido que estava, em sua maioria, na busca de soluções para a sua vida pessoal e profissional, ainda cheia de enfrentamentos decorrentes de barreiras, geradas, em parte, dos preconceitos da sociedade, ainda resistente às pessoas cegas e às pessoas deficientes como um todo.

Pela década de 70, surgem, com força, os primeiros movimentos em âmbito nacional, em luta pelas pessoas deficientes. No bojo desses movimentos, tivemos a organização do Movimento em luta pela Emancipação das Pessoas Cegas, gerado a partir do Rio de Janeiro, criador da Revista Alternativa, órgão de publicação e difusão dessas ideias.

O IBC passava por profundas transformações, não só em seu espaço físico, como em seu espectro técnico-pedagógico. Durante esse período, foi implantado o complexo da educação física, fazendo parte dele, um parque desportivo, com piscina.

Os governos militares que se seguiram, viviam sob a chancela do que se denominou "Milagre Brasileiro", alimentado por projetos megalomaníacos!

Nessa mesma década era criado o CENESP, Centro Nacional de Educação Especial, que mais tarde o MEC fez substituir pela SEESP, Secretaria de Educação Especial, que passaria igualmente a cuidar da política Nacional de Educação das Pessoas com Deficiência, já a partir da década de 80. O Instituto Benjamin Constant atravessou essa década, sob ameaça permanente de fechamento, por iniciativa do MEC, o que fez com

que um pequeno grupo de alunos, ex-alunos e funcionários se mobilizasse, no sentido de supostamente evitar tal fato.

Já nessa época, o IBC assumia uma outra configuração: além de oferecer escolaridade em regime de seriação a todo o Ensino Fundamental, com destaque para as classes de Alfabetização, passava a prestar atendimento de forma mais sistemática a alunos que adquiriam cegueira já adultos, dentro de um projeto de Reabilitação, ampliando assim, o

leque de atendimento, em uma perspectiva mais sociopedagógica.

Acompanhando o aumento dessa nova clientela, cresce a área médica, com destaque para o ramo da oftalmologia, voltado não só para a pesquisa, como para programas de atendimento universal.

Em consonância com as exigências da modernidade, da diversidade de atividades, direcionadas para a demanda escolar de todo o país, deu-se a partir das duas últimas décadas a implantação do Parque Gráfico, dotado de máquinas computadorizadas, produzindo material em Braille, em escala industrial, constituído de acervo didático diversificado.

Paralelamente crescia o discurso oficial da Inclusão escolar e o esvaziamento do IBC, como instituição de ensino convencional, embora com suas especificidades, ganhando corpo um novo modelo de instituição predominantemente voltado para o atendimento especializado, em O M, Braille, Sorobã , AVD e outras atividades correlatas.

Aquela instituição antes referida chegava ao fim. Temos agora uma instituição, cujos funcionários, em sua maioria, são terceirizados, e cujos alunos do Ensino Fundamental, são minoria, e na quase totalidade, residentes no município do Rio de Janeiro.

Diante desse quadro, e desse novo perfil de IBC, duas perguntas se fazem necessárias: Que papel a ele será reservado no futuro?

Que papel caberá aos Ex-Alunos, tendo como ferramenta de luta sua Associação?

Qualquer comentário, envie para esta seção: IBC em foco: vt.asm@.br

[ DV EM DESTAQUE]

Colunista: JOSÉ WALTER FIGUEREDO (jowfig@)

Denúncia de uma deficiente visual

Tereza Cristina Rodrigues Villela conta uma situação constrangedora pela qual passou na quarta-feira, dia 14 de Julho:

“Saí de Ibitinga às dezesseis horas com destino a São Carlos, ambas no interior de SP num ônibus da Empresa Cruz, e ao chegar, expliquei ao motorista o ponto em que ia descer: um dos pontos de ônibus em que normalmente os motoristas param. Expliquei dando referências claras; o ponto fica depois de uma conhecida churrascaria da cidade, próximo a um prédio, com cor bem contrastante, aliás.

Ao passarmos pelo ponto, indiquei, "aqui", mas o motorista continuou e foi dizendo que não era ali, porque não havia ponto de ônibus no local, mas apenas antes e depois... Insisti, mas não houve acordo; ele insistia que eu estava errada, mas que me deixaria na volta no ponto correto e insistiu que já me havia deixado muitas vezes naquele ponto, porque eu viajava havia anos com eles...De fato, um motorista, provavelmente o mesmo, já me havia deixado uma vez naquele ponto e na ocasião eu disse que não era ali, expliquei onde era o ponto, mas desci, pois era dia e apesar dos obstáculos daquela calçada, não havia problemas maiores.

Eu sempre explico e todos os motoristas entendem bem, menos este.

Na volta ele me deixou no ponto errado ainda insistindo comigo que era o ponto correto. Por sorte eu sabia onde estava e consegui chegar em casa.

Apesar de o local em que o motorista me deixou ser apenas um quarteirão antes do ponto em que geralmente fico, na situação há dois problemas: um é o de que eu, descendo no ponto em que esse motorista insiste em me deixar, caminho por uma calçada muito acidentada e em que não é bom transitar à noite e o pior: na discussão que se travou o motorista mentiu ao afirmar que eu sempre descia naquele local e que viajava com eles há anos (só viajo há um ano e só uma vez havia sido deixada naquele ponto), o que pode ter passado aos passageiros a idéia de que eu não sabia onde estava indo, e, repito, sei tão bem que tomo ônibus circular diariamente no local em que pedi para descer, assim como muitas pessoas e desembarco do ônibus rodoviário lá semanalmente.

Procurei a empresa através do atendimento ao usuário (Fale Conosco) do site dela ontem relatando o fato por escrito, já que não consegui falar no telefone

0800 555 – 234. solicitei que eles me peçam desculpas em nota pública, afinal fui submetida a constrangimento em público.

Recebi a seguinte resposta:

----- Original Message -----

From: Empresa Cruz - Treinamento (Leandro F. Junior)

To: terezavillela@.br

Sent: Friday, July 16, 2010 5:10 PM

Subject: Resposta Empresa Cruz

Prezada Sra. Tereza

Em resposta ao vosso e-mail, afirmamos que estaremos apurando o fato, e tão logo tenhamos concluído, lhe daremos um retorno

Atenciosamente

Leandro Franceschini Júnior

Atendimento ao Cliente

Como ao enviar a mensagem à empresa não recebi nenhuma comprovação de que enviei a mensagem com aquele teor e o Sr Leandro não respondeu colando meu e-mail abaixo, respondi afirmando que os aguardo e solicitando uma cópia da minha mensagem a eles.

Seria muito bom se vocês puderem postar algo sobre isso nas denúncias da Rede SACI, porque situações assim podem ocorrer com mais pessoas e são inadmissíveis.

Desde já, agradeço.

Atenciosamente

Tereza Cristina Rodrigues Villela

Fonte: Rede SACI

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XIII Encontro Nacional de Usuários do Sistema DOSVOX em Cascavel

Encontro ocorrerá em Cascavel no Paraná do dia 9 ao dia 11 de outubro

O Centro de Reabilitação Física (CRF) e a Assessoria de Políticas Públicas e Inclusão Social do Município de Cascavel (APPIS) e o Programa de Reabilitação

Baseado na Comunidade (RBC) promovem o XIII Encontro Nacional de Usuários do Sistema DOSVOX, com o objetivo de garantir a plena participação dos indivíduos que historicamente fazem uso das suas facilidades, além de garantir um maior aproveitamento de todas as suas ferramentas, de forma que contribuam diretamente na formação educacional e no ingresso no mercado de trabalho.

Servidores da UNIOESTE, tem participado da maioria dos eventos promovidos pela equipe do projeto DOSVOX (UFRJ), onde são divulgados todas as novas implementações deste sistema, proporcionando a disseminação dos conhecimentos para todos os membros dos programas e entidades de pessoas cegas e de baixa visão de cascavel e cidades vizinhas.

Neste ano de 2010, a Universidade do Oeste do Paraná - Unioeste, pleiteou junto a comunidade dos usuários DOSVOX, a promoção do Encontro Nacional desse software em Cascavel, por entender que o evento desta grandeza vai contribuir na qualidade da utilização deste programa por todas as pessoas cegas e com baixa visão residindo no Sul do Pais.

A partir de 1993, o Núcleo de Computação Eletrônica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), passou a desenvolver o sistema DOSVOX. Este sistema possibilitou a inserção digital de pessoas com deficiência visual, ao longo destes 17 anos de aperfeiçoamento, permitindo que seus usuários tenham ganhos significativos no âmbito educacional, profissional e informacional.

Cabe salientar alguns fatores que contribuem para a disseminação desse sistema: possui uma lógica de funcionalidade objetiva de fácil utilização; permite a autonomia de pessoas cegas e com visão reduzida no uso do computador, como leitura de textos digitais, editar, navegar na internet, etc.

Os usuários perceberam a necessidade de possuir um espaço para disseminar a operacionalidade desse software; em trocar experiências e socializar as soluções e inovações dos recursos técnicos advindos ao longo dos anos.

Por esta razão, foi instituído a partir de 1998 os encontros nacionais de usuários DOSVOX. Após a realização de XII encontros, seus usuários deliberaram que a cidade de Cascavel/Paraná irá sediar o XIII encontro nacional de usuários do sistema DOSVOX. O evento na região sul do país contribuirá para a ampliação da participação dos usuários que residem nesta região.

Nestes encontros, são discutidos os avanços das tecnologias de informação e comunicação com o auxílio das ferramentas que constituem o DOSVOX, além das

discussões de outra tecnologias referentes à inclusão educacional e profissional das pessoas cegas e com baixa visão.

Mais informações, acesse

cac-php.unioeste.br/eventos/dosvox/apresentacao.html.

Fonte: Rede Saci

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Importância da audiodescrição

Depoimentos de pessoas cegas sobre a utilidade desse recurso

Matéria da TV NBR apresenta depoimentos de pessoas cegas sobre a importância e utilidade da audiodescrição nos programas de televisão.

Para assistir à matéria acesse:

Twatch?v=965L-I0GTgg&feature=player_embedded.

Fonte: Blog da Audiodescrição

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Teatro São Pedro - Rigoletto terá audiodescrição em todas as récitas

Cada apresentação terá uma cota de 15 pares de ingressos gratuitos para pessoas com deficiência visual

Rigoletto, de Giuseppe Verdi, é a primeira montagem de ópera da Orquestra do Theatro São Pedro. Criada pelo Governo do Estado de São Paulo e regida pelo maestro Roberto Duarte, a nova Orquestra executa ópera com dois elencos, de quarta-feira (28.07) a domingo (01.08). Talentos jovens e maduros vão se encontrar no clássico palco da Barra Funda para a primeira ópera montada com a participação da Orquestra do Theatro São Pedro.

O experiente maestro Roberto Duarte comanda os músicos para a encenação dirigida por Lívia Sabag, de apenas 30 anos. Rigoletto, do italiano Giuseppe Verdi, foi a ópera escolhida para a estreia que será realizada na quarta-feira (28.07), às 20h30.

A montagem, com recursos tecnológicos, também ganha récitas na quinta e sexta-feira (29 e 30.07), às 20h30, e no sábado e domingo (31.07 e 01.08), às 17h.

Rigoletto é uma realização do Governo do Estado de São Paulo, com produção da APAA - Associação Paulista dos Amigos da Arte. A ópera terá audiodescrição para portadores de deficiência visual, por meio de parceria com o Instituto Vivo.

“Os dois elencos se revezam nas cinco récitas. Solistas convidados e cantores escalados nas audições participam de um dos elencos. O objetivo é desenvolver novos nomes da música lírica em São Paulo”, afirma Roberto Duarte. “Cada cantor traz um ponto de vista diferente da obra e de seus papéis. É enriquecedor ter vários artistas criando para o mesmo espetáculo”, completa Lívia Sabag.

Entre os solistas, estão os experientes Lício Bruno e Sebastião Teixeira, que interpretam Rigoletto, a soprano argentina Laura Rizzo e a jovem Caroline De Comi, que fazem Gilda, e os tenores Miguel Geraldi e Sérgio Weintraub, que se revezam no papel do Duque de Mantova.

“Rigoletto é uma ópera perfeita, com uma articulação entre texto e música muito elaborada. O cenário é um dos grandes desafios dessa produção, pois temos pouco espaço e quatro ambientes completamente diferentes durante os três atos. Procuramos desenvolver um cenário que possa ser, ao mesmo tempo, rico plasticamente, funcional e que aprofunde e desenvolve os conteúdos dramáticos da música e do libreto”, afirma Lívia.

A cenografia foi elaborada pelo Ateliê La Tintonta, que trabalha com diferentes linguagens das artes visuais. “Pensamos cada espaço com a sua singularidade, temos desde esculturas até o recurso do video mapping, o que nos possibilita adequar os conteúdos à arquitetura da cena, animando o ambiente”, afirma Leonardo Ceolin, um dos artistas do Ateliê. O figurino é assinado pelo Cássio Brasil e a e iluminação é do Fábio Retti.

Ópera popular de Verdi, em três atos, com libreto de Francesco Maria Piavi, baseado na peça Le roi s’amuse, de Victor Hugo, Rigoletto foi montada pela primeira vez em 1851, no Teatro La Fenice, em Veneza. Em São Paulo, a primeira encenação foi em 1876 no extinto Teatro São José. A produção conta a história do Duque de Mantova, que se apaixona por Gilda, ingênua filha do corcunda Rigoletto . Após ter a filha sequestrada por cortesãos que a levam para o palácio, Rigoletto contrata Sparafucile para matar o duque. Influenciado por sua irmã Maddalena, que é apaixonada pelo duque, o assassino mata Gilda e entrega o corpo ao pai da jovem.

“É um importante investimento para a cidade de São Paulo. Uma orquestra fixa possibilita que a cada ano sejam executadas mais óperas com qualidade na capital, que tem um público cativo para o gênero”, afirma o secretário de Estado da Cultura, Andrea Matarazzo.

Audiodescrição

Rigoletto será acessível para pessoas com deficiência visual. Cada apresentação terá uma cota de 15 pares de ingressos gratuitos para esse público. As pessoas com deficiência visual (que podem estar acompanhadas de cães-guia) recebem fones de ouvido para escutar a tradução simultânea do italiano para o português e a audiodescrição, inserida no intervalo dos diálogos.

As récitas contam com uma estrutura especial com monitores, que vão orientar a platéia sobre seus lugares. A ópera também tem programa em Braille. O recurso da audiodescrição, disponibilizado pelo Instituto Vivo, é utilizado em espetáculos teatrais encenados no Teatro Vivo e foi adaptado para atender às necessidades de tradução da ópera. O trabalho é feito por audiodescritores voluntários do Instituto.

Roberto Duarte

O maestro atua como regente no Brasil, Europa e Estados Unidos. Desenvolve um trabalho permanente de divulgação da música brasileira, é responsável por mais de uma centena de primeiras audições e pela revisão da obra orquestral de Villa-Lobos. Acumula diversos prêmios, entre os quais o Prêmio Carlos Gomes na categoria Melhor Regente de Ópera (2010). Foi regente titular e diretor artístico da Orquestra Sinfônica da Universidade Federal do Rio de Janeiro, da Orquestra Sinfônica do Paraná e diretor musical e regente titular da Orquestra Unisinos, no Rio Grande do Sul. É membro e vice-presidente da Academia Brasileira de Música. No final de 2009 lançou o seu livro ¨Villa-Lobos errou? (Subsídios para uma revisão musicológica em Villa-Lobos).

Lívia Sabag

A diretora estreou na direção de ópera aos 23 anos, tendo participado, desde então, de 16 produções. Em 2009, foi diretora artística e cênica da ópera Pagliacci, de Leoncavallo, no Theatro São Pedro. Em 2008, concebeu e dirigiu uma produção inédita de Amelia al Ballo, de Menotti, para o Teatro Municipal de São Paulo e, no mesmo ano, das óperas A Water Bird Talk, de Dominick Argento e The Bear, de William Walton, no Theatro São Pedro. Formou-se em Artes Cênicas pela Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo em 2002.

Realização:

Governo do Estado de São Paulo

Produção e direção artística: APAA - Associação Paulista dos Amigos da Arte

Com: Orquestra do Theatro São Pedro.

Solistas:

Elenco 1 - Laura Rizzo (Gilda), Miguel Geraldi (Duque de Mantova), Licio Bruno (Rigoletto), Savio Sperandio (Sparafucile), Adriana Clis (Maddalena),

Fernanda Nagashima (Giovanna), Tiago Kaltenbacher (Conde de Ceprano), Eduardo Janho-Abumrad (Monterone), Caio Duran (Borsa), Misael dos Santos (Marullo),

Elisabete Almeida (Condessa de Cepano) e Luciana Costa e Silva (Pajem).

Elenco 2 - Caroline de Comi (Gilda), Sérgio Weintraub (Duque de Mantova), Rigoletto (Sebastião Teixeira), Fernando Gazoni (Sparafucile), Keila Moraes (Maddalena),

Fernanda Nagashima (Giovanna), Tiago Kaltenbacher (Conde de Ceprano), Eduardo Janho-Abumrad (Monterone), Caio Duran (Borsa), Misael dos Santos (Marullo),

Elisabete Almeida (Condessa de Ceprano), Luciana Costa e Silva (Pajem).

Regência: Roberto Duarte

Direção Cênica: Lívia Sabag

Cenografia: Ateliê La Tintota

Figurino: Cassio Brasil

Duração: 130 minutos, com dois intervalos de 15 minutos (cada).

Temporada:

De: 28.07 a 01.08

Quarta-feira, 20h30

Quinta-feira, 20h30

Sexta-feira, 20h30

Sábado, 17h00

Domingo, 17h00

Endereço:

Rua Barra Funda, 171 - Barra Funda - São Paulo - SP -   

 (11) 3667-0499      

Fonte: Blog da Audiodescrição

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Audiodescrição: recurso essencial nas plataformas de ensino a distância

Ensino a distância pode ser saída para qualificar pessoas com deficiência

Estatísticas oficiais governamentais mostram que, das 24 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência no Brasil, quase metade está fora do mercado de trabalho.

O motivo não é necessariamente a falta de vagas para estas pessoas nas empresas. Existe legislação federal que prevê a contratação de um determinado percentual de pessoas com deficiência em organizações com mais de cem empregados. Empregadores garantem que possuem interesse. O problema parece esbarrar na dificuldade de se identificar deficientes com qualificação para as oportunidades oferecidas.

O assunto da profissionalização começa a ganhar mais força nos últimos dias junto aos governos. No Senado Federal, ocorreu recente audiência pública a respeito do tema e uma das alternativas parece estar na Educação a Distância (EAD).

Andréa Koppe, presidente da ONG Unilehu, em Curitiba, no Paraná, que trabalha há 5 anos e meio com desenvolvimento voltado à empregabilidade de pessoas nesta condição, admite que a parceria EAD e inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho não é uma realidade plena ainda. As estatísticas oficiais confirmam isso. Embora o setor de EAD tenha crescido 200% nos últimos quatro anos, conforme dados do Anuário Brasileiro Estatístico de Educação a Distância, ele ainda não atende a demanda. Segundo o censo da Educação Superior de 2007, dos 300 mil alunos da graduação a distância, apenas 137 são portadores de necessidades especiais. Os maiores beneficiados são os portadores de baixa visão, que representam 38,68% do montante total.

"O EAD ainda sofre de alguns estigmas, pelo fato de não ser presencial e parecer ser menos eficaz", comenta Andréa. A líder da ONG explica, no entanto, que algumas vantagens do ensino a distância para a qualificação das pessoas com deficiência se sobressaem como: maior autonomia para a pessoa que faz o curso, já que não depende de acessibilidade a cursos presenciais e rapidez para conclusão dos cursos.

Os desafios técnicos e culturais existem e precisam ser superados. Para um curso de EAD atender ao que necessita uma pessoa com deficiência, é preciso mais do que apenas tecnologia.

No caso dos deficientes visuais, por exemplo, além da audiodescrição de um filme e leitores de voz, os próprios profissionais que transmitem o conteúdo precisam saber como tornar acessível o material para quem não enxerga. Em relação aos deficientes auditivos, o conteúdo repassado através da Língua Brasileira de Sinais (LIBRA) exige dos monitores e educadores o respeito à cultura dos surdos.

Helen Cândido, com formação em processamento de dados, comunicação social e administração, trabalha há dez anos aplicando recursos tecnológicos à educação.

Na sua avaliação, a inclusão da tecnologia EAD para pessoas com deficiência pode favorecer o desenvolvimento não apenas dos alunos, mas de sua família também que passa a auxiliá-los nos estudos em casa. "Já tive a experiência com um usuário com deficiência visual, porém, o interessante é que ele não era o aluno, mas sim o pai que estava acompanhando a vida escolar do filho pela Internet e interagindo com o aluno em casa", exemplifica.

Investimentos

Para Maximiliana Ferraz, pedagoga, especialista em informática na educação e gestão escolar e mestre em educação, uma maior aproximação entre EAD e qualificação de pessoas com deficiência deve passar necessariamente, também, por investimentos financeiros para disseminação das tecnologias, além de formação docente específica. Outro ponto que ela levanta é a necessidade de as pessoas com deficiência saberem que possuem os mesmos direitos, tanto sendo alunos de EAD, quanto de ensino presencial. Ou seja, podem requerer prova aumentada, acompanhamento, entre outros recursos. A especialista comenta, ainda, que a EAD brasileira está em pleno desenvolvimento e crescimento de acesso à população e que o governo tem incentivado essa modalidade, o que faz com que esboce otimismo quanto ao futuro.

O futuro, portanto, parece ser promissor nesta relação entre ensino a distância e pessoas com deficiência. Os ajustes precisam ser feitos, mas quem já trabalha nesta área deixa claro que há uma luz no fim do túnel.

Resta trabalho firme para que isso se concretize e as pessoas com deficiência não permaneçam, ainda mais, à margem do mercado de trabalho.

Fonte: Blog da Audiodescrição

JOSÉ WALTER FIGUEREDO

[DE OLHO NA LEI]

Colunista: MÁRCIO LACERDA ( marcio.lacerda@.br)

Retificação ao Manifesto da Consulta Pública de Alteração da Lei dos Direitos Autorais

AGU defende comprovação de deficiência para concessão de benefício

Projeto dispensa deficientes de novas perícias para obtenção de benefícios

Prezados leitores, quero, antes de tudo, me desculpar por um erro inadmissível, mas remediável.

É que, quando escrevi sobre a consulta pública de alteração da lei dos direitos autorais, veiculei de forma errada o e-mail para o qual as manifestações deveriam ser enviadas. Ao invés de direitos autorais, no plural, a expressão deve ser escrita no singular, ficando assim: direitoautoral@.br.

Observem que, ao me reportar ao meu equívoco, o qualifiquei de remediável, uma vez que a matéria pode ser submetida até o dia 28 de julho. Portanto, àqueles que tenham enviado para o endereço errado, ainda existe tempo para corrigirem o erro de remessa, repito, provocado por este colunista.

A propósito, por considerar ser do interesse dos leitores, reproduzo abaixo o manifesto oficial de nossa entidade sobre a temática, encaminhado por nosso Presidente e subscrito por este colunista.

Da Associação dos Ex-Alunos do Instituto Benjamin Constant

Excelentíssima Senhora Ministra de Estado Chefe da Casa Civil da Presidência da República.

A Associação dos Ex-Alunos do Instituto Benjamin Constant, com sede e foro na Avenida Presidente Vargas 590, sala 2207, Centro, Rio de Janeiro, entidade civil de caráter permanente, sem fins lucrativos, sem preconceito de qualquer natureza e sem vínculo político-partidário, com o fim de contribuir para o aperfeiçoamento da matéria "Sugestões ao projeto de lei que consolida a legislação sobre direitos autorais e dá outras providências", submetida à consulta pública, ao fundamento dos seus objetivos fundamentais delineados no artigo 2º do seu estatuto, consagrados nos incisos II e III, quais sejam, "lutar ao lado de entidades congêneres pela melhoria da qualidade da educação de pessoas cegas e com baixa visão no Brasil" e "zelar pela imagem social da pessoa cega e com baixa visão, utilizando-se de todos os meios disponíveis, sempre tendo em vista romper as barreiras do preconceito social", vem apresentar proposta de alteração do artigo 46, inciso IX da matéria sob consulta pelos fatos que se seguem:

1. Cumpre assinalar, preliminarmente, que nossa entidade tem extremo interesse nessa temática, tendo em vista que a referida alteração se reflete na aplicação da Lei nº 10.753/03, até o presente momento sem regulamentação apta a tornar efetivo o direito à leitura com autonomia por parte das pessoas com deficiência visual. Inclusive, no ano de 2006, participamos de um foro em que nos reunimos com editores e leitores cegos em que apresentamos proposta de minuta de decreto regulamentar, que, infelizmente, não evoluiu para a publicação.

2. No mesmo ano, ingressamos com representação junto ao Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, igualmente relegada.

3. Relativamente à consulta, percebemos grande participação do segmento dos autores na presente consulta, o que aliás revela um comportamento natural, em razão do interesse dos mesmos nessa matéria.

4. Todavia, os autores cuidam de seus direitos como se fossem absolutos. Qualquer operador do direito tem a percepção de que nenhum direito impõe-se aos demais de maneira absoluta. Todas as normas defluem de princípios que, por sua vez, representam valores que norteiam os comportamentos de um povo em dado momento de sua existência. Assim é que, ponderados, oferecem solução aos conflitos sociais.

5. O debate em torno da alteração da lei que tutela os direitos autorais põe em confronto, de um lado, o valor defendido pelos autores consubstanciado na livre iniciativa e no direito de propriedade sobre sua obra; de outro, as pessoas com deficiência visual que, através do acesso à leitura com autonomia, vislumbram a obtenção dos valores da cultura, da educação, da inserção ao trabalho, ao lazer, enfim, a todos os bens a que já têm acesso os demais membros da sociedade pátria que, consolidados em cada um de nós, atendem aos primados maiores, estampados na nossa Lei Fundamental, da cidadania e, principalmente, da dignidade da pessoa humana.

6. Aceitável que autores e editores defendam seus interesses, mas não de modo absoluto. Os bens sobre os quais recaem o direito dos autores, não resta dúvida, são sobremodo valiosos. Entretanto, revelam um valor econômico, isto é, o preço das obras que, em última análise, são coisas. Os valores que sustentam o direito das pessoas com deficiência visual se inspiram no axioma de maior valia reproduzido na Carta da República, vetor máximo das relações de direito privado, que é o da dignidade da pessoa humana.

7. O mestre Luís Roberto Barroso, a propósito, ensina que "as coisas têm preço; as pessoas, dignidade.". A prevalecer, nesse caso, o interesse de autores e editores, significaria dar maior valor às coisas em detrimento das pessoas, relegando a dignidade por amor ao preço.

8. Exemplificativamente, tivemos conhecimento de manifestações carregadas de preconceito, imputando à sociedade e ao Estado a responsabilidade por esta demanda, que é social, e como se esse segmento dos autores e editores não fossem partícipes da mesma. Outro indica que as instituições já supririam a nossa necessidade de leitura, tratamento inferior a todos os demais leitores que podem ir a qualquer livraria e comprar qualquer obra que quiser. Outro, ainda, proferiu o absurdo de que os áudiolivros já seriam acessíveis aos deficientes, como se tudo que houvesse impresso em papel tivesse em formato de áudio.

9. Quanto à alteração, vale notar que da forma como a norma está posta, só resta contemplada uma parte de nosso segmento, qual seja, a composta pelas pessoas com deficiência que carecem de medidas assistencialistas. Outra parcela desses indivíduos, portanto, seriam excluídas da eficácia desse comando normativo, muito importante, diga-se de passagem, para a educação, a cultura, o lazer e a inserção / manutenção no mercado de trabalho.

10. Não é por outro motivo que o referido regramento deve, a nosso juízo, ter a redação alterada a fim de que a expressão "desde que não", de caráter restritivo, seja substituída por "ainda que", de cunho concessivo, de tal sorte que ambas as distribuições estariam previstas, beneficiando no todo nosso segmento.

11. Observe-se, ainda, que o termo "pessoa portadora de deficiência" não se harmoniza com o utilizado atualmente, adotado, inclusive, pela convenção sobre os direitos das pessoas com deficiência, internalizada ao nosso ordenamento jurídico com estatura de norma constitucional, qual seja, justamente "pessoa com deficiência".

12. Seguem as redações do dispositivo em apreço, primeiro a matéria submetida à consulta, depois o objeto de nossa sugestão.

"Art. 46. (...)

IX - a reprodução, a distribuição, a comunicação e a colocação à disposição do público de obras para uso exclusivo de pessoas portadoras de deficiência, sempre que a deficiência implicar, para o gozo da obra por aquelas pessoas, necessidade de utilização mediante qualquer processo específico ou ainda de alguma adaptação da obra protegida, e desde que não haja fim comercial na reprodução ou adaptação;"

"Art. 46. (...)

IX - a reprodução, a distribuição, a comunicação e a colocação à disposição do público de obras para uso exclusivo de pessoas com deficiência, sempre que a deficiência implicar, para o gozo da obra por aquelas pessoas, necessidade de utilização mediante qualquer processo específico ou ainda de alguma adaptação da obra protegida, ainda que haja fim comercial na reprodução ou adaptação;"

Atenciosamente,

Rio de Janeiro, 18 de julho de 2010

Associação dos Ex-Alunos do Instituto Benjamin Constant

CNPJ: 07.264.568./0001-69.

Hercen Hildebrandt

Presidente

Márcio de Oliveira Lacerda

Diretor Jurídico

AGU defende comprovação de deficiência para concessão de benefício

Fonte: AGU

Pagamento de benefícios assistenciais a deficientes físicos só deve ser feito com a comprovação da incapacidade para o trabalho e da situação financeira. Esse é o entendimento da Advocacia-Geral da União (AGU) que conseguiu evitar que o Instituto de Nacional de Seguridade Social (INSS) fosse obrigado a pagar auxílio indevido à suposta portadora de deficiência.

A autarquia foi condenada, em primeira instância, a conceder o benefício no valor de um salário-mínimo, a partir da data do ajuizamento da ação. Mas a Procuradoria Federal Especializada do INSS (PFE/INSS) ajuizou recurso alegando que para a concessão do auxílio assistencial para deficientes, é imprescindível que a pessoa apresente perícia médica que prove a deficiência. Também é necessária a comprovação da incapacidade para viver de forma independente e para o trabalho.

De acordo com a Procuradoria, também faltou levantamento socioeconômico para avaliar as condições financeiras da família. A PFE/INSS ressaltou que o benefício só pode ser concedido à pessoa não tenha capacidade de se sustentar sozinha.

A Justiça acolheu os argumentos da PFE/INSS. O Tribunal Regional Federal da 1ª Região determinou a produção de prova pericial e estudo socioeconômico, para só depois de observadas as formalidades legais, ser proferida nova sentença.

A PRF 1ª Região e a PFE/INSS são unidades da Procuradoria-Geral Federal (PGF), órgão da AGU.

Disponível em: ; acessado em: 23 de junho de 2010.

Projeto dispensa deficientes de novas perícias para obtenção de benefícios

Fonte: Agência Senado

Tramita no Senado um projeto de lei que pretende evitar que pessoas com deficiências permanentes tenham de refazer exames médicos-periciais a cada vez que solicitam algum benefício. Esse projeto (PLS 330/08), que foi alterado durante sua tramitação, aguarda votação na Comissão de Assuntos Sociais do Senado (CAS).

Quando apresentou a proposta, em 2008, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) defendeu a simplificação dos procedimentos burocráticos exigidos dos deficientes. E como exemplos dos benefícios em questão, ele citou aqueles concedidos pelo Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) e o direito ao passe livre em viagens interestaduais (Lei nº 8.899, de 1994).

Além disso, o senador argumentou na época que "parece contrário ao princípio administrativo da economia processual que a mesma causa [a deficiência] exija múltiplas constatações e perícias paralelas, em órgãos burocráticos diferentes, para a identificação e o reconhecimento da deficiência física que motiva, junto a esses órgãos, os pedidos de benefício".

Restrições

Antes de chegar à Comissão de Assuntos Sociais, onde tramita atualmente, o projeto passou por outra comissão do Senado: a de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), onde foi modificado pelo senador Flávio Arns (PSDB-PR). Em uma das alterações mais importantes, ele restringiu as situações que dispensam exames médicos-periciais.

Ao observar que, da forma como estava, o texto original permitia a dispensa de qualquer nova perícia, independentemente da finalidade, Flávio Arns argumentou que "a dispensa irrestrita causaria sérios transtornos nos âmbitos previdenciário e social", pois, nesses casos, a concessão de benefícios (como a aposentadoria e a pensão por invalidez, o auxílio-doença e o benefício de prestação continuada, entre outros) "não pode prescindir de uma avaliação médico-pericial".

Segundo Flávio Arns, é necessário evitar que determinadas pessoas, "aptas para o trabalho, valham-se da condição de pessoas com deficiência permanente, porém não incapacitante, para se eximirem da perícia para a concessão desses benefícios".

O texto original também determinava que, para a dispensa de novos exames, bastaria que a deficiência estivesse indicada no respectivo Registro Geral. Mas, alegando que tal procedimento traria problemas constitucionais, pois poderia levar à discriminação, Flávio Arns retirou esse trecho. Segundo ele, seria mais adequada a emissão de um cartão ou de um atestado por parte do INSS ou do "serviço de saúde competente".

Além disso, o texto original não deixava claro se os beneficiados seriam apenas os deficientes visuais e os cegos funcionais (que eram citados no artigo 1º do projeto) ou todas as pessoas com deficiências físicas e intelectuais (conforme previa a ementa inicial). Flávio Arns modificou a proposta de forma a beneficiar todas as pessoas com deficiências permanentes.

Essas modificações fazem com que o projeto altere a Lei nº 8.742/93 e a Lei nº 8.213/91.

Relator na CAS, o senador Mão Santa (PSC-PI) concorda com as modificações propostas por Flávio Arns. Se a Comissão de Assuntos Sociais aprovar o texto, o projeto será enviado diretamente à Câmara dos Deputados.

Disponível em: ; acessado em: 21 de julho de 2010.

MÁRCIO DE OLIVEIRA LACERDA

[TRIBUNA EDUCACIONAL]

Colunista: SALETE SEMITELA (saletesemitela@.br)

Lya Luft

Medo do medo

"Querendo ser politicamente corretos, estamos cometendo um triste engano, deformando histórias e até cantigas que fazem parte do nosso imaginário mais básico"

Tenho observado alguns esforços psicopedagógicos no sentido de tornar nossas crianças politicamente corretas - postura que muitas vezes nos transforma em seres tediosos, sem graça nem fervor. Contos de fadas, por exemplo, alimento da minha alma de criança, raiz de quase toda a minha obra adulta, sobretudo romances e contos, foram originalmente - dizem estudiosos -narrativas populares, orais, de povos muito antigos. Assim eles representavam e tentavam controlar seus medos e dúvidas, carentes das quase excessivas informações científicas de que hoje dispomos. Nascimento e morte, sexo, sol e lua, raios e trovões, o brotar das colheitas lhes pareciam misteriosos, portanto fascinantes.

Muito mais recentemente, escritores como Andersen e os irmãos Grimm adaptaram tais relatos ao mundo infantil e criaram suas maravilhosas histórias, que unem, como a vida real, o belo e o sinistro. Uma sereia quer pernas para namorar seu príncipe na praia, mas o sacrifício é terrível, a cada passo de suas novas pernas, dores inimagináveis a dilaceram. Uma princesa, sua família, séquito e criados do castelo dormem um sono profundo, maldição de uma fada má, e só serão libertados pelo príncipe salvador - que, é claro, sempre aparece. Branca de Neve, Rapunzel e dezenas de outros personagens alimentaram nossa fantasia e continuam a alimentar a das crianças que têm sorte, cujos pais e escolas lhes proporcionam contato cotidiano com esses livros.

Porém, faz algum tempo, há um movimento para reformular tais relatos, tirando-lhes sua essência, isto é, o misterioso e até o assustador. Lobos seriam bobalhões e vovozinhas umas pândegas, só existiriam fadas boas, e as bruxas, ah, essas passam a ser velhotas azaradas. Até cantigas de roda seculares tendem a ser distorcidas, pois atirar um pau num gato é uma crueldade, como se fosse preciso explicar isso para as crianças saberem que animais a gente ama e cuida - se é assim que se faz em casa.

Vejo em tudo isso um engano e um atraso. Impedindo nossas crianças do natural contato com essas antiquíssimas histórias, que retratam as possibilidades boas e negativas do mundo, nós as deixamos despreparadas para a vida, cujos perigos entram hoje em seus quartos, rondam escolas e clubes, esperam na esquina com um revólver na mão de um drogado, ou de um psicopata lúcido e frio, sem falar nos insidiosos pedófilos na internet.

Estamos emburrecendo nossas crianças e jovens, mesmo querendo seu bem? E, afinal, o que será o seu bem? Ignorar o que existe de sombrio e mau, caminhar feito João e Maria alegrinhos, não abandonados pelos pais, mas procurando borboletas no mato? Receio que a gente esteja cometendo um triste engano, deformando histórias e até cantigas que fazem parte do nosso imaginário mais básico com arquétipos humanos essenciais.

Em compensação, adolescentes e crianças procuram o encanto do misterioso lendo sobre vampiros, bruxos e avatares, vendo seus filmes e pesquisando na internet. Por que isso? - me perguntou recentemente um pai. Porque, neste momento de altíssima tecnologia, a alma humana busca a expectativa, o segredo e o susto. Precisa conhecer o mal para se acautelar e se proteger, o belo e o bom para crescer com esperança. Mas nós, pedagogos e pais, nem sempre seguros e informados, começamos a querer alisar excessivamente a estrada para eles, não lhes ensinando que o mal existe, assim como o bem, que o belo nos atrai, assim como o monstruoso, e que é preciso desenvolver discernimento (gosto dessa palavra), isto é, a capacidade de entender e distinguir o melhor do pior, a fim de fazer com mais clareza e segurança as inevitáveis escolhas.

Mas se, porque isso nos tranquiliza, tratamos as crianças como imbecis, e queremos nosso adolescente infantilizado por um longo tempo, exigindo-o cada vez menos em casa, na escola e nas universidades - embora deixando que se sexualize de forma precoce e criminosa -, vai ser difícil que tenham informação, capacidade de julgar e escolher, que seriam nosso maior e melhor legado para elas.

 

Lya Luft é escritora

(Edição 2158 - Revista VEJA)

SALETE SEMITELA

[ANTENA POLÍTICA]

Colunista: HERCEN HILDEBRANDT (hercen@.br)

O Dia Nacional do Braille

No ciclo de trezentos e sessenta e cinco dias que constitui o ano, são reservadas algumas datas para reverenciarmos pessoas ou feitos que marcaram a história da humanidade, de um país ou de um segmento social.

- 01 de janeiro, o primeiro dia do ano, é o Dia Internacional da Paz;

- para nós, brasileiros, 21 de abril, data em que foi enforcado Tiradentes, marca a derrota da Conjuração Mineira, movimento reconhecido oficialmente como precursor de nossa independência;

- 07 de setembro, dia em que D. Pedro I proferiu o sempre lembrado "Grito do Ipiranga", é nossa data nacional;

- 15 de novembro é o dia em que se proclamou a República, em nosso país;

- em 25 de dezembro, o mundo cristão comemora o Natal do "Menino Deus";

- o Dia do Trabalhador é comemorado em 01 de maio, em diversos países, para lembrar a morte, em Chicago, em 1886, de operários que participavam de manifestações em defesa da redução da jornada diária de trabalho de dezesseis para oito horas;

- em 20 de novembro de 1695, foi morto Zumbi, líder do quilombo dos Palmares, primeiro grande foco de resistência à escravidão, em nosso país. Hoje, a data é comemorativa da Consciência Negra;

- para nós, cegos, 04 de janeiro, data do nascimento do criador de nosso sistema de escrita e leitura, é o Dia Universal do Braille;

a partir de 2011, em 08 de abril, aniversário de José Álvares de Azevedo, Fundador do Imperial Instituto dos Meninos Cegos – atual Benjamin Constant - e nosso primeiro líder brasileiro, passaremos a comemorar o Dia Nacional do Braille, data que será incluída nos calendários escolares para que se reverencie a memória e o feito de

nosso primeiro grande líder mundial.

Haverá data mais significativa para que reverenciemos o Sistema Braille que aquela em que nasceu o companheiro que no-lo trouxe?

Recentemente aprovada e sancionada, a Lei no. 12.266 não entrou em vigor em tempo de que a cumpríssemos no ano do bicentenário de Louis Braille nem no centésimo sexagésimo da chegada de nosso sistema de escrita e leitura a nossa terra. Mas, certamente, é um valioso instrumento para a ação dos que reconhecem nele o mais seguro e eficaz veículo de que, ao longo de toda a história, pudemo-nos servir no caminho para nossa emancipação social.

Quando da instalação, pela UBC, da Comissão Brasileira para as Comemorações do Bicentenário de Louis Braille, o companheiro Jonir Bechara Cerqueira, professor aposentado do Instituto Benjamin Constant e, indiscutivelmente, grande defensor do uso da leitura tátil como meio de nosso acesso direto a textos escritos, que ali representava o

Conselho Brasileiro para o Bem-Estar dos Cegos, apresentou a idéia da instituição de uma data para que, anualmente, nós, cegos brasileiros, reverenciássemos, como já ocorria em outros países como Itália e Canadá, a memória do criador de nosso sistema de leitura e escrita. Ele e Regina Fátima, da Fundação Dorina Nowill para Cegos levantariam os dados necessários para que a proposta fosse apresentada a algum parlamentar.

O senador Flávio Arns, então no Partido dos Trabalhadores, encaminhou-a ao Congresso Nacional, em 01 de junho de 2008. O Projeto de Lei 263/08, do Senado, foi aprovado sem emendas por todas as comissões por que passou, nas duas casas de nosso parlamento

Se, para os trabalhadores de todo o mundo, a redução da jornada diária para oito horas representa uma grande conquista; se, para a sociedade brasileira, o reconhecimento da consciência negra significa um largo passo para a igualdade racial, em nosso país, para nós, cegos, a conquista de um sistema de pontos em relevo para a leitura através do tato sem impingir-nos métodos que contrariam nossas formas próprias de percepção é reconhecer nosso direito de ser como somos.

O Braille surgiu entre os alunos do Instituto Nacional dos Jovens Cegos, em Paris, a partir da avaliação dos métodos ali utilizados. A idade de seu criador não ultrapassava os dezesseis anos. Eram os cegos dizendo aos videntes que os educavam: "O método mais adequado é este".

Apesar de toda a resistência, a leitura tátil de acordo com as características do próprio sentido para o qual foi criada impôs-se, tornou-se universal e assegurou-nos o acesso à instrução formal, como a visual já o garantia aos videntes. É a ela que devemos nossas mais importantes realizações.

A redução da carga de trabalho para oito horas foi uma grande conquista da classe operária; o reconhecimento da consciência negra, importante vitória do movimento negro brasileiro; a criação e universalização do Sistema Braille é indiscutível demonstração de nossa capacidade de viver independentes de tutelas.

Podemos considerar que, a partir de agora, 08 de abril é nossa data nacional. A cada ano, haveremos de aproveitá-la para, sem pieguices, reverenciar a memória de nossos companheiros Braille e Azevedo.

Reverenciar é muito mais que descrever os feitos e cultuar seus realizadores. É pensar a história; analisar os fatos ao longo de seu transcurso; circunstanciá-los; projetar o futuro. E, para nós, cegos brasileiros, nada melhor para isso que reverenciar Braille no dia de Azevedo.

HERCEN HILDEBRANDT

[GALERIA CONTRAPONTO]

COLUNA LIVRE

* Cláudio Montal

Por Edgard Guilbeau

(Trad. de J. J. de Lima)

Cláudio Montal foi um dos mais notáveis cegos do século XIX, sendo também, um dos maiores batalhadores em prol da melhoria e independência de seus companheiros sem vista.

Nascido em 1800, antes de completar 6 anos, acometido por febre tifóide, perdeu totalmente a visão.

Ainda criança, iniciou, arduamente, sua luta pela vida, até que em 1817, graças à intervenção da Duquesa D'Angoulême, filha de Louis XVI, ingressou como aluno, na Instituição dos Meninos Cegos de Paris para, 3 anos após, em 1820, mediante a gratificação mensal de 2,50 francos, encarregar-se do ensino, inicialmente, de Gramática, e pouco depois, de Geografia e Aritmética, seguindo-se logo Música, quando então, teve a oportunidade de criar em 1823, a classe de Solfejo.

Dedicando-se ao estudo de Acústica e ao mister de afinação e reparos de piano, Montal encontra sua verdadeira vocação.

Em 1830, deixa o Instituto, lançando-se, cego e só, à grande aventura, arrostando desconfiança, inveja e dificuldades sem conta.

Atira-se a uma nova e meritória empresa, qual a de lecionar a meninos pobres, até que certo dia, um professor do Conservatório Laurent St. Aulaire, estende-lhe a mão protetora, entusiasmado pelo fato de haver ele posto no mesmo tom, dois pianos de diferentes fabricantes, o que jamais nenhum outro conseguira fazer.

Tão viva se mostrou a admiração de Laurent pelo feito de Montal, que ao apresentá-lo a Zimmermann e Louis Adam, colegas seus, declarava-o "o primeiro afinador de Paris".

De afinador e reparador, tornou-se Montal renomado fabricante de pianos, introduzindo vários aperfeiçoamentos em sua indústria, conquistando por isso e por seu incessante lavor, brilhante reputação.

Diversas associações, assim como vários júris de exposições, conferiram-lhe valiosas e honrosas medalhas: de bronze, em 1854; de prata, em 1846; de platina, em 1847; de ouro, em 1848; de primeira classe nas exposições universais de Londres, em 1851 e de Paris, em 1855.

Condecorado com a Cruz da Legião de Honra em 1851, este gigante do mundo dos cegos, criador de uma nova e nobre profissão acessível aos seus irmãos invidentes, faleceu em 1865 atingindo por seu esforço e tenacidade, os páramos da glória, não sem transpor contudo, inúmeros obstáculos, que fizeram de sua vitória, motivo maior de justificável orgulho.

*Fonte: Revista Brasileira Para Cegos

Agosto de 1958

[ETIQUETA]

Colunista: RITA OLIVEIRA (rita.oliveira@br.)

Bolsas

Pequena, Média, Grande, Arredondada, Quadrada, Tipo Saco , Carteira, Carteiro... Existe uma infinidade de bolsas com estilos, formatos e tamanhos diferentes. Muita gente erra na hora de escolher uma bolsa proporcional à sua altura ou de acordo com a ocasião. Hoje vou falar sobre proporção entre bolsa e estatura, e também sobre bolsas e horários do dia.

A primeira dica é: Se você tem baixa estatura fuja de bolsas grandes, elas só vão salientar seu tamanho! E a intenção não é esta, uma bolsa deve complementar seu look e não ressaltar a altura da mulher.

Você tem estatura mediana? Bolsas pequenas e médias são ideais e, quanto as grandes, dependendo da bolsa pode usar, tome cuidado para a bolsa não ficar muito grande a ponto de criar a mesma sensação que falei anteriormente, use bolsas que fiquem

proporcionais à sua altura.

Altas! Não pensem que por serem grandes vocês estão liberadas para todos os tipos, também há restrições, bolsas muito pequenas "desaparecem" em relação ao seu tamanho, então, deixe para usá-las à noite, quando a ocasião pede bolsas menores.

Tamanho:

Além de tomar cuidado na hora da escolha também preste atenção aos horários.

Quanto mais cedo, maior deve ser o tamanho da bolsa para caber todas as coisas que mulher precisa, e cá pra nós, é muuuita coisa! Quanto mais tarde, menor, afinal, para sair só precisamos de documento, cartão, $$,e batom, blush e lápis pra retocar a maquiagem.

Ju Paganini

RITA OLIVEIRA

[PERSONA]

Colunista: IVONETE SANTOS (ivonete@.br)

Entrevista - Mara Gabrilli, Psicóloga, publicitária, vereadora em São Paulo e

fundadora da organização não governamental Projeto Próximo Passo, transformada atualmente no Instituto Mara Gabrilli.

Tornou-se tetraplegica num grave acidente em 1994.

1. Como foi o seu acidente?

r.Eu estava voltando da praia com o Paulo, meu namorado na época, e com meu melhor amigo. Estávamos subindo a serra de Taubaté, Paulo fez uma curva equivocada e perdeu o controle do carro. A gente caiu e foi capotando. Fui sentindo o carro virando, virando, aquele barulho. Lá embaixo dei uma apagada e acordei com meu amigo gritando meu nome.

Com os dois não aconteceu nada de grave, só tiveram alguns arranhões. Eu sentia muita dor no pescoço, não lembro de ter sentido nada parecido. O Paulo, já fora do carro, segurava minha cabeça para fora da janela e, cada vez que ele respirava ou tentava mudar de posição, eu gritava de dor. Depois de duas horas e meia chegou o bombeiro e falou: Vou tirar você daí, imobilizar sua coluna e seu pescoço e serrar o carro. Na hora em que ele ligou a serra, eu apaguei.

2. Como foram os primeiros socorros?

r. Fui para um hospital em São Luiz do Paraitinga. Existe um corticóide, o Metilpredinissolone, que bloqueia o edema da lesão. Se não tomar isso nas primeiras oito horas, a lesão pode subir um ou dois níveis e agravar a paralisia. Há quatro ou cinco anos o HC fez um protocolo para todos os paramédicos ministrarem esse remédio.

Meu acidente foi há 11 anos, então, imagina, ninguém conhecia. A grande sorte foi que tinha no hospital um neurocirurgião de plantão que conhecia e tinha o remédio. Se eu não tivesse tomado, jamais respiraria sozinha. No dia seguinte, fui transferida para

o Einstein [Hospital Israelita Albert Einstein], em São Paulo.

3. Quanto tempo levou para voltar a respirar?

r. Dois meses, mas é uma vida. No primeiro mês, eu não melhorava, era fisioterapia quatro vezes por dia. Depois comecei a evoluir devagar. Quando cheguei ao nível em que eu dava o comando e o aparelho entrava com o ar, que já era avançado, eu não podia dormir que ele apitava. Não era automático. Eu tinha que ficar pensando: Estou inspirando, estou expirando”. Eu falava: “Será que eu vou me mexer?”.

A resposta era Mara, respira! [risos]. No dia em que consegui respirar sozinha, fui para os Estados Unidos e fiquei dois meses e meio.

O médico falou que eu tinha 1% de chance de andar. Acho que pensou que eu ficaria desesperada, mas fiquei tão feliz com aquele um. Um por cento não é zero

4. Por que você foi para os Estados Unidos?

r. O presidente do Einstein na época recomendou que eu fizesse reabilitação lá. É outro mundo! O hospital era enorme, tinha terapia de mão, terapia artística, terapia ocupacional, tudo. Para ter alta, todos os profissionais que lidaram comigo me sabatinaram em inglês.

5. Quando você recebeu a notícia de que não ia mais se movimentar, teve um momento de desespero?

r. Nunca tive esse momento. Primeiro porque, quando o médico resolveu me dar a notícia, eu já tinha percebido. Ele falou que eu tinha 1% de chance. Acho que pensou que eu me desesperaria, mas fiquei tão feliz com aquele um. Um por cento não é zero. Não respirar sozinha me dava medo. Eu ficava pensando como iria sair, passear, se tinha que estar sempre ligada na tomada. Era tanto desespero por causa disso que, no dia em que eu voltei a respirar, a paralisia não pesou tanto. Eu me senti com uma liberdade muito grande de poder ir, vir e respirar.

6. Você sentiu que as pessoas se afastaram de você nessa fase por não saber como lidar?

r. Minha irmã nunca suportou a dor. Eu não entendia o que rolava com ela, porque ela sumiu. Um dia ela falou: É que aconteceu com você o pior que poderia acontecer com um ser humano. A gente estava na praia, eu estava de biquíni indo para o mar. Ela falou aquilo, eu fiquei olhando para a cara dela e pensei: Não vou convencê-la.

7. Você nunca se revoltou?

r. Já. Mas sabe quando? Quando a pessoa que me ajuda não está funcionando, faz do meu dia o inferno. Porque não sabe cuidar direito.

Se não me põe numa posição confortável, não consigo dormir. Ou quando não consigo administrar o tempo. Não sou eu que faço as coisas, é alguém que faz por mim, e eu dependo da velocidade desse alguém.

8. Como você lidou com as transformações depois do acidente?

r. O corpo cria vias de comunicação e eu fui aprendendo a entender. Por exemplo, quando preciso fazer xixi, bate uma compressão. Quando é cocô, sei até se é urgente, urgentíssimo [risos].

9. Como você era na infância?

r. Eu lembro que eu era apaixonada por piruetas, ficar de cabeça pra baixo. Vejo muitas fotos minhas pendurada em árvores. Sempre tive uma relação aventureira com meu corpo.

10. O que te faz sentir bonita hoje?

r. Eu acho que eu era bonita antes do acidente, de corpo, de rosto e de jeito. Mas é claro que, sem se mexer, você perde. Porque muito da beleza está no charme dos movimentos. Mas ganhei muito na expressão facial. É pelo olhar, pelo sorriso que me expresso. Me acho bonita, porém parada [risos].

11. Você transa normalmente e tem orgasmos?

r. Logo depois do acidente, ficava mais preocupada se rolaria ou não do que se voltaria a andar [risos].

Eu sinto diferente, mas a intensidade da libido não muda. É claro que é mais bacana assistir do que só sentir, mas acho que para muita gente é assim. Tem locais do meu corpo que sinto, mas não sei exatamente onde é. É bom que meu parceiro seja forte porque ele tem que me segurar e mexer pelos dois.

12. Você passa a imagem de ser uma pessoa que se motiva em ensinar os outros a seguir em frente. É uma imagem verdadeira?

r. É. Eu tenho a história de vida, mas não sou do tipo que fica: Vamos lá. Bola pra frente que atrás vem gente.

Minha atitude é que desperta nas pessoas essa sensação. Elas vêem uma alegria de viver numa situação em que, segundo o parâmetro delas, era para querer morrer.

IVONETE SANTOS

[DV-INFO]

Colunista: CLEVERSON CASARIN ULIANA (clever92000@.br)

Caríssimos:

Segue artigo da consultora Bia Kunze que é um verdadeiro pacotaço de dicas para uso de tecnologia em viagens de férias.

Bom proveito e nos vemos por aí.

***

Dicas móveis para as férias

Por Bia Kunze

Vai viajar nas férias ? A seguir, um guia completo, cheio de dicas a um toque dos dedos.

Levando o smartphone nas férias

Se é smart exclusivo de trabalho:

Se você corre o risco de ser chamado pelo chefe, ou receber aporrinhações diversas, não leve. Troque por um celular básico com número pessoal, avise os colegas das suas férias e deixe aviso na caixa postal e no e-mail.

Notebook ou netbook ? Nem pensar ! Mas se você tiver mesmo que usar em alguns momentos, não leve a fonte; isso o estimulará a usar a carga de forma mais focada, evitando as distrações da internet.

Vai precisar de 3G ? Veja se sua operadora tem cobertura na região, para não passar raiva depois.

Se é smart de lazer:

Ao contrário do que se imagina, ele pode aumentar ainda mais a qualidade das férias: mapas, guias rodoviários, info de trânsito e estradas, situações nos aeroportos, guias gastronômicos, shows e eventos (dicas de sites móveis e apps logo mais embaixo).

Quer compartilhar sua viagem com familiares ou amigos ? Há aplicativos móveis da maioria das redes sociais: Orkut, Facebook, Twitter, Foursquare entre outras.

Salve previamente em seu aparelho uma lista com telefone e endereços de serviços 24h do lugar onde ficará: emergências médicas, pronto-socorro odontológico, hospitais, chaveiros, guincho, delivery, polícia, etc.

Imprevistos acontecem e prevenção nunca é demais.

Cuidados com gatunos:

Use capas fechadas para não ostentar.

Use fones de ouvido pretos ou "baratos" no lugar dos brancos.

Se precisar usar internet num local público, ir num canto mais reservado, ou disfarçar .

Por via das dúvidas, faça cópias de seus documentos e leve-as em seu dispositivo móvel (dicas de aplicativos mais abaixo).

Cuidado com o que você posta em redes sociais ! Principalmente informações baseadas em localização; a bandidagem também está aderindo às tecnologias móveis.

Cuidados com suor e areia:

Use capas totalmente fechadas, não as que deixam teclado e tela aparecendo; capas plásticas são melhores.

Guarde acessórios, como fones de ouvido, em recipientes bem fechados; se você é adepto de música enquanto corre ou pedala sob o sol, prefira um fone convencional, com fios; fones bluetooth são extremamente sensíveis ao suor.

Websites para celulares:

Vai para a praia ? Ok, então vamos a la playa:

eduakira.sites..br/valp/valp.htm

Sites úteis para localizar estabelecimentos comerciais em geral:

wap. e wap..br

Outra opção é o m..br , que também tem aplicativo para iPhone.

previsão do tempo:

tempo.wap..br (tem info sobre praias, ondas e vento, ideal para surfistas).

portal móvel do Dersa:

wap.dersa..br - nele é possível conferir qual a situação do tempo, do tráfego e da visibilidade das rodovias e travessias administradas pelo Dersa.

As rodovias são a Dom Pedro I (SP 065), Ayrton Senna (SP 070), Carvalho Pinto (SP 070), Caminho do Mar (SP 148), Hélio Smidt (SP 19), Rodoanel (SP 21) e a José R. Magalhães Teixeira(SP 83).

É possível conferir informações também sobre as travessias de balsas. São elas: Cananéia - Ilha Comprida, Guarujá - Bertioga, São Sebastião - Ilhabela e Santos - Guarujá.

São indicados o número de balsas operando e a condição do clima, além do tempo de espera. Em todos os quadros de informações, há logo abaixo um número 0800 para qualquer outra dúvida ou emergência.

Vai para a região do circuito das águas ?

circuito.mobi - informações sobre as cidades da região do circuitos das águas: Águas de Lindoia, Amparo, Jaguariúna, Monte Alegre do Sul, Serra Negra e Cidade de Socorro. Hotéis, câmeras das estradas, dicas, serviços, telefones úteis, mapas.

informações sobre aeroportos:

m..br

localizador de hotspots wifi:

.

Se você tem iPhone/touch, pode baixar o app Free Wi-Fi Finder na AppStore, com a vantagem de poder fazer download do banco de dados e usá-lo sem estar conectado.

Aplicativos

Apontador Mobile: uma série de aplicativos gratuitos para iPhone, Android, Blackberry e Windows Mobile, destacando: Apontador Trânsito, Apontador Rodoviário, Apontador Postos, Apontador Taxi, Apontador Cinema e iLocal. Veja todos em

VEJA São Paulo: as opções de passeios, teatros, cinemas, bares e restaurantes na capital paulistana é enorme. O app da Veja São Paulo traz a listagem completa e categorizada, com a opção de fazer buscas em sua região através do GPS.

Disponível para

Symbian, na Ovi Loja, e para iPhone, na AppStore.

Para não esquecer nada na hora de arrumar as malas: plan.pack.go - já vem com templates prontos para viagens de férias ou negócios, tanto masculino como feminino [AppStore].

Guias Brasil Mobile, da Embratur, para as cidades: Brasília, Belo Horizonte, Florianópolis, Fortaleza, Manaus, Porto Alegre, Recife e Salvador [AppStore].

Serra Gaúcha da CVC: pacotes de viagens, hotéis, atrações, bares, lojas.

Food Brasil: guia de restaurantes e bares em diversas cidades brasileiras, confira em .br. (também com app para iPhone/touch)

Faça cópias de seus documentos e salve-as em seu dispositivo móvel. Use aplicativos de senhas, como 1Password (disponível para iPhone e Android) ou SplashID (iPhone, Symbian, Windows Mobile).

Viagens para o exterior

Informações completas para viajantes em geral:WorldMate - - simplesmente o melhor, disponível para Symbian, iPhone, Blackberry, Windows Mobile. Previsão de vôos, fuso horário, conversor de moedas e muito mais. Para Android, há um parecido, o TripIt.

TripAdvisor: ache qualquer hotel em qualquer lugar do mundo, com reviews feitos pelos usuários. Disponível na AppStore ou em site mobile, em

Vai usar transporte público ? Instale o MetrO - - disponível para PalmOS, Symbian, Windows Mobile, Blackberry, iPhone. No site tem a lista completa das dezenas de cidades suportadas por todo o mundo. Também em versão móvel - i-metro.mobi

Idiomas

Para não se perder com idiomas:

Tradutor de Línguas [AppStore] - frases básicas e expressões, para as mais diversas situações. Todas em texto e em áudio. Excelente !

Idiomas: alemão, árabe, checo, chinês, coreano, dinamarquês, eslovaco, espanhol,

finlandês, francês, grego, hebraico, holandês, húngaro, inglês (EUA ou UK), italiano, japonês, norueguês, polonês, russo, sueco e turco. Tudo funciona offline, para você não depender de conexão em países estranhos. [AppStore]

Professor de Línguas: do mesmo desenvolvedor do Tradutor de Línguas, um minicurso para quem quer ir além das expressões de viagem. Suporte aos mesmos idiomas, mais o tailandês [AppStore].

LonelyPlanet: o conhecido e consagrado manual de viagem para várias cidades do mundo, em versão iPhone ou Symbian. Saiba mais em mobile/

Não esqueça de salvar em seu aparelho telefones e endereços de consulados.

CLEVERSON CASARIN ULIANA

[O DV E A MÍDIA]

Colunista: VALDENITO DE SOUZA (vpsouza@.br)

*Google anuncia que vai vender livros digitais em julho

O Google vai vender livros digitais no final de junho ou julho, segundo informou um representante da companhia nesta terça-feira (4).

De acordo com o diário norte-americano "Wall Street Journal", o movimento insere a companhia em uma batalha que já envolve Amazon, Apple e Barnes & Noble.

Chris Palma, gerente de desenvolvimento de parcerias estratégicas do Google, anunciou o novo negócio em um evento que ocorreu em Nova York.

A companhia afirma que o novo serviço, cujo nome é Google Editions, vai permitir que usuários comprem cópias digitais de livros a partir de um serviço de busca de edições.

Varejistas e lojistas independentes também vão vender o Google Editions nos

respectivos sites, afirma a companhia.

*Fonte: Folha de 04 de maio de 2010.

*Ouvidoria-Geral da Cidadania

Criada pelo Governo Federal , Ouvidoria-Geral da Cidadania vai atender população

- Crianças, Idosos, Pessoas com Deficiências e Grupos em situação de Vulnerabilidade Social -

Já está em funcionamento a Ouvidoria-Geral da Cidadania, órgão de assistência direta e imediata da Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República. Seu principal objetivo é exercer as funções de ouvidoria de vários segmentos da sociedade como a população LGBT, crianças, idosos, pessoas com deficiência e grupos sociais vulneráveis em geral.

Qualquer pessoa pode e deve usar a Ouvidoria para relatar casos de discriminação.

O novo órgão fica em Brasília, na Esplanada dos Ministérios, Bloco T, Sala 214, no Edifício Sede do Ministério da Justiça.

Os telefones de lá são

(61) 2025-3116 / 9825 / 3908.

O fax é (61) 3321.1565 e o e-mail ouvidoria@.br.

A Ouvidoria foi criada para ser um órgão de ligação entre a cidadania e o Poder Público. Seu objetivo é oferecer informações e sempre estar atenta às críticas, denúncias, reclamações e sugestões dos cidadãos e dar continuidade a elas conforme suas especificidades.

SEDH - Disque 100 capacita equipe para o atendimento de denúncias - 11/05/2010

O Disque Denúncia Nacional - Disque 100, serviço coordenado pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR), realiza nesta quarta (12) e quinta-feira (13), em Brasília (DF), capacitação de novos profissionais que atuarão no

recebimento, encaminhamento e monitoramento das denúncias de violência contra crianças e adolescentes. Cerca de 40 pessoas participarão de palestras, debates, oficinas temáticas e treinamento.

O objetivo é preparar novos profissionais para atuarem no Disque 100, garantindo a qualidade do serviço prestado.

"Essa capacitação apresenta como norte o paradigma do acolhimento da denúncia, cujo foco dos procedimentos está na proteção de crianças e adolescentes", explica Leila Paiva ,coordenadora do Programa Nacional de Enfrentamento da Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes.

Além de receber denúncias contra crianças e adolescentes, o Disque encaminha a denúncia para a rede de proteção e responsabilização e monitora as providências adotadas pelas autoridades competentes do município ou do estado.

Em sete anos, são mais de 123 mil denúncias e mais de 2,4 milhões de ligações atendidas pelo Disque Denúncia Nacional.

Até abril de 2010, o Disque 100 realizou 54.513 atendimentos e recebeu e encaminhou 8.799 denúncias.

Conheça o Disque 100 - O serviço funciona diariamente das 8h às 22h, inclusive nos fins de semana e feriados. A ligação é gratuita e o usuário não precisa se identificar.

O serviço é executado pela SDH em parceria com a Petrobras e o Centro de Referência, Estudos e Ações sobre Crianças e Adolescentes (Cecria).

*Fonte:

*Cientistas suecos traduzem expressões faciais para Braile

Nova tecnologia permite que deficientes visuais interpretem expressões faciais por meio de estímulos vibratórios

Por Fabiana Baioni

Um grupo de cientistas da Universidade de Umeå, na Suécia, desenvolveu um sistema de codificação de expressões faciais para auxiliar deficientes visuais a melhorar sua forma de comunicação com outras pessoas.

O estudo, chamado de “A Braile Code of Emotion” (O Código Braile das Emoções, na tradução para o português) liderado pelo pesquisador Shafiq ur Réhman, uniu uma webcam comum, um programa especial que identifica diferentes tipos de expressões, e um conjunto de pequenos vibradores, criando uma nova tecnologia que permite aos deficientes visuais receberem estímulos sensoriais para cada expressão feita por outra pessoa durante um diálogo.

De acordo com a revista PopSci a nova tecnologia captura imagens de diferentes expressões faciais através da webcam e as transforma em padrões vibratórios. Cada vez que um usuário transparece emoções correspondentes aquela expressão, o display tátil emite uma seqüência de vibrações característica, permitido que os deficientes visuais identifiquem qual expressão acompanha aquele diálogo.

Segundo o site Science Daily em um primeiro momento, os usuários dessa tecnologia precisam treinar seu cérebro a interpretar os estímulos vibratórios. Para isso, é necessário que o usuário sente diante de um computador equipado com o programa e emita diferentes expressões faciais. Cada vez que uma nova expressão é identificada, os sensores emitem um padrão de estímulos, permitindo assim que quem esteja utilizando o programa absorva a nova informação. Os display tátil pode vir em duas versões: adaptável ao antebraço do usuário, ou como encosto de cadeira.

Para Réhman “os cegos compensam sua falta de visão melhorando outros sentidos, como audição e olfato, porém, é difícil interpretar emoções complexas apenas ouvindo a voz de alguém”, diz o pesquisador. A intenção da nova pesquisa é melhorar a experiência dos deficientes visuais no que diz respeito a interação com outras pessoas.

O grupo trabalha agora numa maneira de tornar a tecnologia viável. A empresa VideoAktAB já patenteou a pesquisa e promete lançá-la ao mercado em breve.

*Fonte:.br

*A guerra dos e-books

Jacques Waller

jwaller@.br

Que os livros digitais e leitores de publicações eletrônicas seriam as vedetes de 2010, já era esperado. Mas o que os bibliófilos do século 21 não esperavam é que a guerra de preços entre fabricantes começaria tão cedo. Na semana passada, a Barnes & Noble (B&N) e a Amazon, as duas maiores livrarias online do mundo, surpreenderam os clientes cortando o preço de seus dois leitores dedicados: o Nook e o Kindle.

É possível que a redução seja uma tentativa de barrar a popularidade do iPad, o tablet multimídia da Apple. No mesmo dia, a companhia disponibilizou para download gratuito o aplicativo iBooks, leitor e loja de livros eletrônicos para iPad, iPod Touch e iPhone.

A primeira a baixar o preço foi a B&N, que cortou de US$ 259 para US$199 seu modelo 3G. A empresa também lançou versão com conexão apenas via wifi e que é vendida por US$ 149. Horas depois do anúncio, foi a vez da Amazon retaliar a oferta, baixando de US$ 259 para US$ 189 seu Kindle. Ainda mais surpreendente é o movimento da indústria brasileira de livros, que aderiu por completo à plataforma digital. Há algumas semanas, um consórcio de editoras nacionais resolveu formar a

Distribuidora de Livros Digitais (DLD), cujo objetivo é fornecer e-books para livrarias na internet e fomentar a tecnologia entre leitores e outras casas gráficas.

As livrarias também já abraçaram o meio eletrônico como algo definitivo, ainda que os números sejam modestos por enquanto. As duas maiores revendas do País, Livraria Cultura e Saraiva, já estão com sites dedicados a e-books e apostam no formato cada vez mais. As companhias pretendem formar parcerias para, ainda este ano, começar a vender leitores eletrônicos em suas lojas físicas.

*Fonte: Jornal do Comercio

30/6/2010

*Emissoras de TV terão até 2011 a autodescrição*

Modalidade de tradução tem objetivo ajudar pessoas com deficiência visual a entender melhor os programas

As emissoras de televisão brasileiras, analógica e digital, terão de incluir até 1º de julho de 2011 em suas transmissões pelo menos duas horas semanais de programação com audiodescrição - modalidade de tradução que tem como objetivo ajudar pessoas com deficiência visual a entender melhor os programas exibidos. É o que diz nota divulgada hoje pelo Ministério das Comunicações.

Segundo o consultor jurídico do ministério, Édio Azevedo, a medida busca incentivar a produção audiovisual que favoreça a inclusão social dessas pessoas, fortalecendo o direito universal à comunicação e à informação. 'Nós estabelecemos um mínimo, mas a perspectiva é que as próprias emissoras desenvolvam uma cultura de produzir conteúdos para deficientes visuais', disse.

A meta do governo é que em dez anos todas as emissoras geradoras e retransmissoras de radiodifusão em sinal digital do Brasil exibam, no mínimo, 20 horas semanais de programas audiodescritos quase o dobro do que determina a legislação da Inglaterra, país referência em diversos aspectos de acessibilidade.

De acordo com Azevedo, no Brasil já existem casos de utilização de audiodescrição, não apenas em serviços de radiodifusão, mas também em filmes, peças teatrais e produtos audiovisuais, mas isso ainda não ocorre de forma sistemática e regular.

*Fonte:Folha SP: 02/07/2010

VALDENITO DE SOUZA

[REENCONTRO]

COLUNA LIVRE:

Nome: Cristina Freitas.

Formação: Segundo Grau; Revisor Braille, telemarketing e Operador de Câmara Escura.

Estado civil: Solteira (no momento).

Profissão: Servidora do Estado pela Secretaria de Saúde (Hospital da Polícia Civil).

Período em que esteve no I B C.: 1962 a 1976.

Breve comentário sobre este período:

"Foi fundamental na construção da base do que sou.

Como pessoa em formação, o ter sido arrancada do convívio familiar com menos de 4 anos de idade me gerou muitos conflitos e dificuldades...Porém, era uma convivência tão saudável, que não imagino o que teria sido de mim sem o IBC.

Era um tempo feliz! Dias de festa (Ai! As inesquecíveis festas juninas!), festivais, aos finais de semana os rifis (como chamávamos os bailinhos à tarde), os shows de calouros e as tardes musicais com violões e percussões!

Não raro, éramos presenteados com deliciosos passeios a algum ponto turístico ou, à praia.

Como a vida não é feita só de festa, tínhamos também de cumprir disciplina: cuidados com o uniforme, forma na hora de todas as refeições, estudar pra valer, pois o ensino era de qualidade e havia professores que pegavam pesado.

Enfim, éramos dirigidos, cobrados e cuidados, como acontece em família bem ajustada.

Agora, olhando assim de longe, percebo o quanto éramos felizes. E tenho saudades!"

Residência Atual: Rua dr. Xavier Sigaud, 215, casa 17, Urca, Rio de Janeiro / RJ.

Objetivos neste Reencontro:

"Dizer aos que gostarem de ter notícias minhas, que estou aqui, viva e inteirinha!

Que aquela menina ainda é uma menina. Aliás, uma senhora menina às portas dos cinquentinha. (risos).

Contato: E-mail: semprecris@.br

[PANORAMA PARAOLÍMPICO]

Colunista: SANDRO LAINA SOARES ( slsoares@.br )

Assuntos abordados:

* Paraolimpíadas 2016 - Preparação da delegação brasileira vai exigir R$ 420 milhões;

* Natação: Contagem regressiva para o Mundial na Holanda;

* Rapidinhas Paraolímpicas.

Paraolimpíadas 2016

Preparação da delegação brasileira vai exigir R$ 420 milhões

Neste ano, orçamento do Comitê Paraolímpico é de cerca de R$ 30 milhões

A participação do Brasil nos Jogos paraolímpicos de 2016, no Rio de Janeiro, exigirão recursos médios anuais de R$ 70 milhões, disse à Agência Brasil o presidente do Comitê paraolímpico Brasileiro (CPB), Andrew Parsons.

Em 2010, o orçamento do CPB é de R$ 30 milhões. Ele inclui verbas de patrocínios e recursos da Lei Agnelo /Piva, que estabelece que 2% da arrecadação bruta de todas as loterias federais sejam repassados ao Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e ao Comitê paraolímpico Brasileiro (CPB), sendo que 85% do total de recursos repassados são destinados ao COB e 15% ao CPB.

O CPB está atuando em parceria com o Ministério do esporte para viabilizar esses recursos, que poderão vir do governo federal e da iniciativa privada.

Parsons afirmou que as obras para os Jogos paraolímpicos são diferentes das da Copa do Mundo de 2014 e estão dentro do cronograma. Os grandes equipamentos estão prontos, construídos para os Jogos Panamericanos e Parapan de 2007, como o Estádio João Havelange e o Parque Aquático Maria Lenk.

Em recente seminário promovido no Rio, com a participação de autoridades dos três níveis de governo e de representante do Comitê paraolímpico Internacional, foi montado o arcabouço dos Jogos de 2016. Parsons informou que o trabalhado está em estágio inicial de organização do próprio comitê. “Uma gerência dos Jogos paraolímpicos é responsável por trabalhar essa visão transcendental em todas as áreas do comitê organizador, para que haja foco nos dois eventos”.

O CPB está preocupado também em ter uma delegação brasileira forte para participar dos Jogos. “Receber os Jogos em casa é uma grande oportunidade para que a gente possa avançar também no quadro de medalhas”, disse. Desde o ano passado, foi iniciado um trabalho de planejamento estratégico em parceria com as confederações responsáveis pelas 20 modalidades que disputarão as paraolimpíadas. A meta técnica é pular do 9º lugar, conquistado nas últimas Paraolímpíadas, em Pequim, em 2008, para a 7ª posição em Londres, em 2012, e para a 5ª classificação no Rio, em 2016.

A meta é participar, em 2016, com uma delegação de 200 atletas, contra 188 em Pequim (China), 98 em Atenas (Grécia) e 63 em Sidney (Austrália). A delegação brasileira paraolímpica foi a quarta maior nos Jogos de Pequim, depois da China, da Grã-Bretanha e dos Estados Unidos. “O próximo passo não é um ganho quantitativo na delegação. A gente tem a meta de estar presente nas 20 modalidades do programa. Em 2008, nós estivemos presentes em 17 [modalidades]”, disse Parsons.

O que o CPB pretende trabalhar para melhorar o desempenho qualitativo da delegação brasileira nos Jogos de 2016 para superar . “Que a gente consiga uma campanha melhor que a de Pequim, ainda que qualifiquemos menos atletas”, afirmou. A ideia é que a delegação seja mais bem preparada que a de Pequim. Segundo ele, para chegar em 7º lugar na Competição, o Brasil terá de superar dois fortes adversários, que são a Rússia e o Canadá.

Parsons informou, ainda, que as três potências paraolímpicas que atualmente estão atrás do Brasil são a Espanha, a Alemanha e a França. “A gente costuma dizer que a simples manutenção do 9º lugar será um grande resultado. Mas, a gente tem como meta avançar pelos menos mais duas posições no quadro de medalhas”.

Fonte: Jornal do Estado (PR) – Esportes - 17/7/2010 - 11:22:00

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Natação: Contagem regressiva para o Mundial na Holanda

Os apaixonados por Natação estão em contagem regressiva. Com menos de um mês para o Mundial da modalidade, atletas do mundo inteiro estão fazendo seus últimos preparativos para a grande Competição. O evento ocorrerá em Eindhovem, na Holanda, entre os dias 15 a 21 de agosto.

Cairão nas piscinas holandesas 659 atletas de 55 países diferentes que buscarão o ouro, a prata e o bronze em suas respectivas categorias. O número de nadadores e países participantes é considerado pelo IPC como um dos maiores de toda a história do Mundial de Natação.

Muitos atletas de alto nível vão buscar medalha, incluindo Daniel Dias e Andre Brasil, do Brasil, Natalie du Toit, da África do Sul, Eleanor Simmonds, da Grã-Bretanha, Erin Popovich dos Estados Unidos, Donovan Tildesley, do Canadá , e Ahmed Kelly, da Austrália.

As provas ocorrerão nas piscinas do estádio Van den Hoogenband Pieter. Além das estrelas, estarão presentes um grande número de atletas que competiram os Jogos paraolímpicos de Pequim, o campeonato Europeu de Natação da Islândia, o Mundial de piscina curta do Rio de Janeiro, além da Copa do Mundo da Grã-Bretanha.

Junto com as competições ocorrerão uma série de eventos paralelos, como uma apresentação das inovações tecnológicas da modalidade, um reencontro de ex- nadadores paraolímpicos, e várias reuniões das associações desportivas de treinadores.

O evento também oferecerá um Programa de Observadores especiais para todos os Comitês Organizadores que estão interessados em planejar competições de Natação.

O Programa de Observadores será conduzido por representantes do IPC e do Comitê Organizador Local, em Eindhovem.

A cobertura do evento estará disponível pela internet no site , bem como em canais da Grã-Bretanha, Austrália, Brasil e Espanha.

Para promover ainda mais o evento, o Mundial acaba de lançar uma página no Facebook que visa informar a comunidade de Natação sobre as últimas notícias da modalidade. Lá haverá resultados e classificações de vários eventos internacionais além de informações oficiais sobre classificação.

A Competição é organizada pelo IPC e conta com a ajuda do NPC Países Baixos, da Fundação WC Piscina de 2010 e a Federação holandesa de Natação (KNZB ).

Fonte: Final Sports (RS) – Últimas Notícias - 18/7/2010

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Rapidinhas Paraolímpicas

1. O basquete em cadeiras sobre rodas brasileiro participou do mundial com a seleção feminina. A posição, o décimo lugar, não foi o ideal, mas comemorado pelo processo de renovação que a modalidade está passando.

2. O vôlei paraolímpico brasileiro também disputou o mundial. A seleção masculina conquistou o oitavo lugar e terá que lutar pela vaga em Londres no Parapan do México. Já a equipe feminina, iniciando participações em grandes competições, ficou com o nono lugar.

3. Mundial de futebol de cegos: a seleção brasileira de futebol de cegos também se prepara para a disputa do mundial. Ele acontecerá entre os dias 14 e 22 de agosto, em Hereford, Inglaterra. O Brasil irá para a Europa no dia 08, fazendo uma escala em Manchester, onde acontecerá uma fase de ambientação. Mais informações sobre o campeonato pode ser conseguida no site do evento (em inglês): .

Durante o evento, o site e o twitter deste colunista, também atleta da seleção, tentará fazer uma cobertura da seleção, com fotos, vídeos e bastante texto.

Site do atleta / colunista: .br

twitter: sandrolaina.

Notícias devem ser colocadas no site do CPB, .br, que terá uma equipe de reportagem naquela competição.

4. Seguindo a linha de indicações de site e twitter, indico o site e o twitter da Federação de Esporte para Cegos do Estado do Rio de Janeiro - fecerj:

e seu twitter: fecerj;

também indico o site da cbdv - Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais: .br e seu twitter: cbdvonline.

Sandro Laina

sandrolaina@.br

.br

sandrolaina

SANDRO LAINA SOARES

[TIRANDO DE LETRA]

COLUNA LIVRE:

* O Dia do Amigo

(de leniro.alves@.br para amigo@outrolado.vida)

Não é possível! Como é que pode! Ter agora aqui comigo essas gravações do João Gilberto, duas dele com os Garotos da Lua onde ele faz o solo e outras duas num compacto dele sozinho gravado em 1952 e não poder curtir isso com você!

Não é possível que a gente não possa mais desfrutar do prazer de mostrar uma raridade dessas um para o outro!

Neguinho tá inventando tanta coisa por aqui, tão até prestes a acabar com os cegos (calma, não vão mandar todos para aí de uma vez só! é que o troço tá de um tal jeito que qualquer dia ninguém vai mais conseguir ser cego simplesmente porque vão acabar com a cegueira!) Aliás, Vão acabar bloqueando o caminho da ida para aí pelo jeito que a coisa anda. Bom mas, pode ficar tranquilo que quando isso acontecer já estarei por aí. Cara, sabe o que eu queria que você me respondesse: Bom, até não vou perguntar pelo chope que, se nem no Ceará consegui encontrar, (pois é, tu acredita que tive por lá! e,

pior, quer dizer, melhor, gostei de lá pra caramba!) quanto mais aí! mas como é que se faz pra ouvir música por aí? Será que não deixam você responder com medo de que eu queira me apressar?

Lembra quando a gente tava ouvindo aquela música do Tom, Ana Luiza e, de repente, a gente percebeu que o outro estava chorando? Daí a gente logo começou a rir imaginando a chegada de alguém que não entenderia nada vendo aqueles dois barbados se debulhando em lágrimas sem qualquer motivo aparente e absolutamente em silêncio ouvindo a música?

Cara, tu sabe que ainda não acredito que da última ou da penúltima vez que a gente se encontrou antes de você estar no hospital, a gente imaginou, claro que algo muito diferente do que hoje vivemos (quer dizer, se é que isso aí é vida ?) bom mas, como eu ia dizendo, a gente, brincando, tentou imaginar como seria para o outro se um de nós fosse praí. E tu foi né seu filha da P!

Parece que levou a brincadeira mais a sério do que devia! Pô cara, ta brabo! Pra te falar a verdade, não consegui chorar ainda toda a dor dessa distância mas, mesmo assim, agradeço a Deus por ter tido você no meu caminho, com certeza você fez com que ele ficasse muito mais bonito, mesmo com essa dificuldade que é sua ausência.

Só em pensar que eu poderia ter passado por aqui sem entender plenamente o que é uma

amizade!... Mas você, com esse seu jeito de falar, às vezes até sem palavras, com a melodia desse seu modo de ser, com suas atitudes que por vezes não fui suficientemente grande para entender o sentido mas que sempre soube respeitar, o que, certamente, aprendi com você, com esse seu ombro sempre pronto para minhas lágrimas e com esse seu equilíbrio para me dar a mão quando eu por acaso tropeçava, Cara, você continua fazendo uma falta imensa e se, naquela música que você fez pra mim aquela frase "olha meu amigo, a todo instante estás comigo" era verdadeira, não sei se a frase que está na que fiz em resposta "e agora já não tenho medo da solidão" é tanto. Como você deve estar percebendo, estou meio confuso. Deve ter sido o Nescafé! O maior problema porém, é que o mundo, com ou sem ele, (o Nescafé) continua bem mais confuso do que eu e é nele que estou por enquanto. Neguinho continua espetacularizando a tragédia e dando a vida para ser celebridade achando que é nela que a felicidade mora!

Sinto muita falta também de te contar aquelas coisas que não têm a menor importância ,

do tipo: a Rádio Metropolitana está apresentando um programa com uma hora de duração falando da Rússia! E uma outra dessas é que: desta vez, vou votar no candidato para presidente que jamais votaria anteriormente só para variar! É que, como você já tinha percebido quando estava por aqui, são todos muito iguais! Assim como a miséria muitas vezes torna as pessoas mais próximas, o poder as distancia, inclusive delas mesmas, do que um dia possam ter sido. Mas, melhor mesmo é a gente falar das histórias, como aquela em que eu, chorando num bar por conta daquele velho amor, lembra? fui interpelado pelo garçom que queria saber que diabos estava acontecendo e você que já estava, evidentemente, também meio calibrado, pediu pra ele me deixar

chorar em paz, no seu ombro, é claro! Ou aquela outra quando você disse que "aquilo não ia ficar mais assim!" e ela teria que decidir de uma vez por todas se queria ou não ficar com você e, me lembro que houve uma festa e você sabia que a encontraria por lá e, cheio de decisão, partiu para ela e a encontrou, como diria Lupcínio numa de suas músicas, "nos braços de um outro qualquer!" Cara, como tu chorou naquele dia! bem mais do que o que a gente bebeu!

Aliás, tua primeira música foi para ela! "Olha morena, nesta canção eu vou tentar dizer o que vejo em você" etc. Já cheia de acordes complicados e, mais que isso, lindos!

E mesmo não estando mais por aqui, você não vai se livrar desse meu abraço pelo tal do dia do amigo que, pô, não precisa dizer que você acha isso babaquice já que, para nós, todos eram! Pois é, mas para eles não! então, vamos deixar que comemorem e vamos brindar mais este dia como sempre fizemos, ainda que este encontro não seja da forma como desejaríamos. Um abraço meu irmão, só não vou te mandar um beijo porque tu vai querer me sacanear dizendo que depois que criaram aquela lei lá na

Argentina eu tô com essas modernidades e vou acabar indo pra lá!

E, sem sacanagem, Que minha ternura lhe alcance onde você estiver e que, é como você disse: "Olha meu amigo, a todo instante estás comigo!".

Leniro Alves (RJ, julho/2010)

* Homenagem a José Álvares de Azevedo (Cordel)

(Patrono da Educação dos Cegos no Brasil)

Luís Campos (Blind Joker)

Dia oito de abril

lá no Rio de Janeiro

no ano de trinta e quatro

nasceu esse brasileiro

traz o braille pro Brasil

tornando-se um pioneiro.

E por seu pai ter dinheiro

nada a ele faltava

embora nascesse cego

o menino aprontava

por ser muito inteligente

ele a todos conquistava.

Como aqui não estudava

aos dez anos foi levado

para estudar na França (1)

como fora indicado

por um amigo do pai

que de lá tinha chegado.

Após alfabetizado

o Álvares retornou (2)

contava dezesseis anos

e com um sonho voltou

ensinar braille aos cegos

foi o que ele pensou.

Tudo se concretizou

na Capital do Império

Pedro II atendeu

aquele jovem tão sério

que trazia novidades

de um outro hemisfério.

Exerceu o magistério

cegos alfabetizando

escreveu muitos artigos

na imprensa publicando

sobre o Sistema Braille

que estava ensinando.

A bandeira desfraldando

nosso jovem professor

pra fundar um instituto (3)

com muita gente contou

assim, em cinqüenta e quatro

seu sonho concretizou.

Quando se inaugurou (4)

o Instituto querido

a tristeza foi geral

por ele haver morrido (5)

em dezessete de março

deu-se o acontecido.

Não deve ser esquecido

este grande benfeitor

o famoso Louis Braille

até foi seu professor

o Álvares, no Brasil

do braille foi precursor.

Foi um multiplicador

um grande idealista

pela causa da cegueira

mostrou-se um altruísta

do braille, missionário

como nobre humanista.

E aqui o repentista

faz uma reflexão

o cego é consciente

não precisa de gestão

sabe gerir sua vida

como todo cidadão.

Não há outra condição

exigimos seu respeito

já é hora desse povo

nos tratar sem preconceito

não queremos assistência

apenas nossos direitos.

Se é justo nosso pleito

então vamos exigir

dizendo ao governante

para seu dever cumprir

lutemos com muita garra

pras mazelas corrigir.

Só não podemos fingir

que tudo está certinho

façamos acontecer

tracemos nosso caminho

busque sua Entidade

para não lutar sozinho.

Sem fazermos burburinho

devemos reivindicar

ao Congresso brasileiro

muitas cartas enviar

lembrando que a "Carta Magna"

eles devem respeitar.

Meu cordel quero findar

e deixar o meu recado

seja cego, não omisso

se quiser ser respeitado

pois todo deficiente

deve lutar lado-a-lado!

Fim

* Referências:

(1) 1844, com 10 anos - Instituto Real dos Jovens Cegos de Paris;

(2) 1850 - retorna ao Brasil, aos 16 anos;

(3) 1854 - Imperial Instituto dos Meninos Cegos, atual (1891) Instituto Benjamin Constant;

(4) 17 de Setembro de 1854;

(5) 17 de março de 1854, aos 20 anos, de tuberculose.

OBS.: Nesta coluna, editamos "escritos"(prosa/verso) de companheiros cegos

(ex- alunos/alunos ou não) do I B C.

Para participar: mande o "escrito" de sua lavra para a redação (contraponto@.br)...

[BENGALA DE FOGO]

O Cego versus o Imaginário Popular (coluna livre)

*O Assalto

Novembro12, quinta-feira, eu peguei minha mochila com um par de chinelos e uma sunga de piscina. Me encaminhei para o ponto de ônibus a uns 100 metros de minha casa.

Enquanto esperava o ônibus pensava no cruzeiro que faria no dia 18 de novembro.

Quando não mais que de repente, surgiu uma baleia que pula sobre mim, gritando:

- Perdeu! perdeu! perdeu!

No primeiro momento pensei que fosse uma brincadeira, mas ao receber o primeiro soco percebi que não era brincadeira. e então parti para o soco e ponta-pé!

Mas aí o outro trombadinha partiu para cima dele também e os vizinhos gritando e a polícia chegou em 5 minutos parecia até filme.

Os ladrões correram mas foram pegos. Uma baleia e um peixe espada porque era

magrinho.

Fui então para a delegacia os dois policiais na frente e eu e os dois trombadinhas atrás. A baleia algemada e o outro dormiu no meu ombro de tão drogados que estavam.

OBS.: Os fatos, por uma questão, meramente didática/pedagógica/cultural, foram tornados públicos... (Colunista titular: Duda Chapeleta)

PS.: se você tem histórias, causos, experiências próprias, do gênero, mande para nossa redação, sua privacidade será rigorosamente preservada.

[SAÚDE OCULAR]

Colunista: HOB -- Hospital Oftalmológico de Brasília ( atfdf@.br)

*Mulheres têm aliados para retardar aparecimento da catarata

Brasília, 03/03/08 - As mulheres têm novos aliados para adiar o envelhecimento da visão.

Os antioxidantes podem retardar o aparecimento da catarata que se caracteriza por tornar opaco o cristalino, impedindo a luz de passar livremente pelos olhos para a formação das imagens no cérebro. Entre as razões multifatoriais que levam à catarata, o envelhecimento do organismo é uma das principais e "faz sentido o resultado da recente pesquisa que mostra antioxidantes como inibidores da opacificação do cristalino", avalia o oftalmologista brasiliense Leonardo Akaishi.

Reconhecido entre os oftalmologistas que mais cirurgias de catarata tem realizado no

mundo, nos últimos anos, Akaishi considera o estudo recentemente publicado pela The

Archives Ophthalmology, conduzido pelo professor Willian Christen, uma evidência a

ser observada com maior detalhamento pelos profissionais que estão diariamente em

contato com os pacientes de catarata. "Catarata é envelhecimento, a não ser que se

manifeste antes do esperado como conseqüência de exposição exagerada aos raios

ultravioleta, de diabetes e variações de glicemia, de doenças como viroses infantis, choques elétricos, alto índice de colesterol, longo período de utilização de corticóides, consumo de cigarros e bebida alcoólica em demasia", alerta o médico do Hospital Oftalmológico de Brasília (HOB). Akaishi salienta o resultado da pesquisa norte-americana que mostra a vitamina E e a luteína, antioxidantes contidos em alimentos, como fatores capazes de contribuir com o adiamento da catarata. "Atualmente a sociedade científica internacional tem demonstrado preocupação com o fato de que, nos países em desenvolvimento, o número e cirurgias de catarata realizado é insuficiente diante da necessidade existente entre a população, por falta de procura de atendimento, ou porque a saúde pública não supre a demanda", comenta.

Resultado - O estudo sobre a ação da vitamina E e da luteína sobre a catarata foi realizado com 35 mil mulheres acompanhadas durante 10 anos e resultou que 20% das pesquisadas que consumiram mais vitamina E e luteína reduziram o risco de catarata em 14% com o primeiro ingrediente e em 18% com o segundo. Para Akaishi, a expressão reduzir o aparecimento da catarata não é exatamente a mais indicada, pois o cristalino vai ficar opaco com o tempo, o que é mais apropriado, para não criar falsa expectativa, é falarmos em "retardar" as manifestações incômodas da catarata.

Mulheres - De acordo com o oftalmologista brasiliense, as mulheres procuram tratamento para a catarata mais cedo que os homens, "talvez por vaidade, pois atualmente, com a possibilidade de substituição do cristalino por lentes intra-oculares multifocais, em 96% dos casos, o paciente pode se ver livre dos óculos após a cirurgia". Já os homens, observa Akaishi, aguardam enfrentar alguma dificuldade por causa da catarata para procurar tratamento. Mas normalmente a opacificação do cristalino, que torna as cores menos vivas, começa a se manifestar por volta de 55 anos de idade em ambos os sexos.

Linhaça - Akaishi destaca além da vitamina E, da luteína e de outros antioxidantes, a

carnosine, a sinvastatina e também o óleo de linhaça entre os protetores da saúde visual. A carnosine, por exemplo, impede os radicais livres de ataque ao cristalino e a sinvastatina reduz o mau colesterol, atuando como agentes que contribuem com o retardo no aparecimento da catarata. Fonte vegetal do Ômega-3, substância que tem poder antioxidante no combate aos radicais livres e promove o equilíbrio orgânico, o óleo de linhaça tem se mostrado eficiente também na prevenção da catarata precoce e como auxiliar do tratamento, acrescenta Leonardo Akaishi. O oftalmologista registra que o Ômega-3 tem propriedades as quais reduzem o mau colesterol e também combatem os radicais livres que, em excesso, levam a doenças degenerativas e envelhecimento precoce, "o que tem relação direta com o aparecimento da catarata".

São fontes de vitamina E os óleos vegetais, as nozes e os grãos integrais e a luteína pode ser encontrada em frutas, milho, repolho e no espinafre.

Tamanho do problema - Cataratas são líderes em causas de cegueira, respondem por cerca de 42 % de todos os casos de cegueira no mundo, afetando em torno de 17 milhões de pessoas. Médicos e cientistas buscam soluções para o problema que registra 28 mil novos casos de cegueira diariamente. As pesquisas indicam que 20% de todas as pessoas acima de 60 anos de idade têm pelo menos o início de uma catarata em um dos olhos e este índice cresce para 80% entre pessoas com mais de 75 anos. De acordo com a expectativa da Organização Mundial da Saúde, dentro de 25 anos, 20% da população do planeta estará com mais de 65 anos.

Mais informações

Assessoria de imprensa HOB

Tel.: (61) 99 83 9395 / 3225 1452

Contato: Teresa Cristina Machado

HOB

[CLASSIFICADOS CONTRAPONTO]

COLUNA LIVRE:

Utilidade pública

* Localização de Remédios

Uma jóia que repasso aos amigos:

Basta digitar o nome do remédio desejado no site abaixo, e você terá também os genéricos e os similares de todas as marcas com os respectivos preços em todo o Território Nacional.

Como tudo que é bom não é divulgado, peço-lhes que divulguem aos seus amigos.



* Banco de Remédios

Às vezes sobram aqueles medicamentos dentro da validade que alguém pode aproveitar. A gente não sabe o que fazer com eles...

A ASAPREV-RJ criou o Banco de Remédios para atendimento gratuito aos aposentados de baixa renda, que não têm condição de adquirir medicamentos.

O Banco sobrevive com a doação de medicamentos de pessoas cujo tratamento foi interrompido.Caso você possua um medicamento de que não precisa mais ou não faça mais uso, não deixe em uma gaveta para depois jogar fora quando vencer o prazo de validade. Faça a doação!

Endereços de Coleta:

- Av. Rio Branco 156 – 20º andar - sala 2021 à 2024 - Edifício Avenida Central

Pode deixar na Portaria do prédio.

- Shoping Tijuca no SAC ( Serviço de Atendimento ao Cliente ) - 3° Piso.

Site : asaprev-.br



e-mail: asaprev-rj@.br

Tels: 2544-3396 e 2524-0407

PS. Anuncie aqui: materiais, equipamentos, prestação de serviços.

Para isto, contacte a redação...

[FALE COM O CONTRAPONTO]

CARTAS DOS LEITORES:

De: "Vander Urruzola RJ"

Olá Valdenito, muitíssimo obrigado mais uma vez pelo envio do nosso jornal.

Ainda não tive tempo de ouvir a rádio Contraponto na íntegra, mas adorei a justa homenagem feita ao nosso querido Guri. Está linda!

Abraços a todos.

O amigo Vander.#

***

Obrigado Vander.

Valdenito de Souza

De: "Vander Urruzola RJ"

Salve amigão, como sempre está ótima a programação da nossa querida rc.

Gostaria que o amigo me enviasse o livro em destaque no república das letras.

Um abração,

Vander

***

O livro seguiu, Vander.

Muito obrigado

Valdenito de Souza

--

* Cadastro de Leitores: Se você deseja ser um leitor assíduo de nosso jornal, envie uma mensagem (solicitando inscrição no cadastro de leitores), para:

contraponto@.br

* Todas as edições do Contraponto estão disponibilizadas, no site da Associação dos

Ex-Alunos do IBC

.br

- entre no link " contraponto"...

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* Venha fazer parte da nossa entidade: Associação dos Ex-Alunos do Instituto Benjamin Constant.

Existem vários desafios esperando por todos nós!

Lutamos pela difusão e socialização ampliada de atividades, eventos e ações voltadas para Defesa dos Direitos dos Deficientes Visuais.

*Conheça a rádio Contraponto (.br) uma web-rádio criada e dirigida por

ex-alunos do Instituto Benjamin Constant.

* Solicitamos a difusão deste material na Internet . Pode vir a ser útil, para pessoas que você sequer conhece...

*REDATOR CHEFE:

Valdenito de Souza, o nacionalista místico

Rio de Janeiro/RJ

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