A Fiat nasceu há 101 anos, em 1899, em Turim, na Itália



Gestão de Empresa, II semestre 2000/2001

Breve História da Fiat

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Mauro Tosca

A Fiat nasceu há 102 anos, em 1899, em Turim, em Itália. Começou fabricando carros, mas logo passou a produzir veículos comerciais, máquinas agrícolas, componentes automáticos, comboios, aviões, barcos e outros produtos, transformando-se na mais importante empresa italiana. Hoje, mais de um século depois, o Grupo Fiat é um dos maiores aglomerados industriais do mundo, ocupando o 34º lugar no ranking das grandes corporações, segundo a revista Fortune.

Com um facturado de mais de 48 bilhões de euro, Fiat é hoje um dos mais importantes grupos industriais do mundo: opera em 64 países com 1048 empresas que empregam mais de 220 mil pessoas, sendo 98 mil fora da Itália, com operação comerciais em cerca de 150 nações da Europa, América Latina, América do Norte, Ásia, África e Oceânia.

As suas fábricas são 249 ( 166 fora da Itália) e 131 os centros de investigação e desenvolvimento (59 no estrangeiro).

|Grupo Fiat mundial - Dados Financeiros |

| |

| |

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|1999 |

|1998 |

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|Vendas e receitas líquidas |

|48,1 bilhões |

|45,8 bilhões |

| |

|Investimentos |

|2,7 bilhões |

|2,4 bilhões |

| |

|Pesquisa e Desenvolvimento |

|1,4 bilhão |

|1,3 bilhão |

| |

|Número de Funcionários |

|221.043 |

|220.549 |

| |

|VALORES EM EUROS |

| |

|De suas origens, na região italiana |

As quase 800 companhias que compõem o Grupo Fiat em todo o mundo estão organizadas em 10 áreas:

1. Automóveis : Fiat, Lancia, Alfa Romeo, Ferrari, Maserati

2. Veículos Comerciais, Tractores, Máquinas Agrícolas e Rodoviárias: Iveco, CNH Global NV (New Holland e Case Corporation )

3. Produtos Metalúrgicos: Teksid (fusões de ferro, alumínio e magnésio)

4. Componentes: Magneti Marelli, Cofap (br)

5. Sistemas Automatizados de Produção: Comau

6. Aviação: FiatAvio (hoje num consórcio europeu para a nova caça Eurofight)

7. Material Rodante e Sistemas Ferroviários

8. Imprensa: diário ‘La Stampa’, terceiro mais vendido em Itália

9. Seguros: Toro Assicurazioni

10. Serviços: número indefinido..(internet, business solution..)

Além disso, a Fiat tem um enorme numero de actividade não consideradas na lista : controla o grupo bancário S.Paolo, financia centros culturais como Palazzo Grassi em Venezia, patrocina a Juventus..

A empresa italiana:

[pic]É a sétima fabricante mundial de automóveis

[pic]É a segunda maior produtora europeia de caminhões

[pic]Está entre as líderes mundiais no sector de tractores, máquinas agrícolas e máquinas rodoviárias

[pic]É a maior na fundição de ferro, alumínio e magnésio;

[pic]É a maior em sistemas automatizados de produção

[pic]É a maior em diversos tipos de componentes e sistemas automáticos.

A Missão e Os Valores do Grupo Fiat

No site web do Grupo Fiat, podemos ler a definição da missão que o grupo persegue :

A Fiat é um grupo automotorizado diversificado, empenhado em actividades industriais e de serviços que, com o saber de experiência e competência comum adquirido em mais de cem anos de vida, criam valor crescente para os accionistas, tendo como objectivo o atingimento e a manutenção da excelência competitiva e da satisfação dos clientes, obtidos pelo envolvimento e valorização das pessoas que trabalham na empresa.

enquanto os valores são:

SER GRUPO:

Valores-Chave

- Satisfação do Cliente

- Valorização e Respeito pelas Pessoas

- Criação de Valor

Directrizes

- Integridade e Rigor

- Globalização

- Procura do Desafio

- Produtividade

- Tempestividade e Determinação nas Decisões

- Competência como Paixão

- Vontade de Superação

Breve História da Fiat

A Fiat ( Fabbrica Italiana Automobili Torino ) foi criada em 1899 por um grupo de investidores - entre os quais havia Giovanni Agnelli, o avô do actual presidente honorário da Fiat – que souberam aproveitar-se da vivacidade intelectual e do clima social favorável da Turim daqueles anos.

Os carros Fiat eram, ao princípio, produtos de luxo destinadas a um mercado de élite.

Até o inicio da sua história, a Fiat perseguiu o seu objectivo de Globalização: já desde 1903 começaram as exportações para outro países e em 1909 foi inaugurada a fábrica de Poughkeepsie, nos Estados Unidos da América.

Nos primeiros vinte anos da sua história, a Fiat muda a sua estratégia original ( a do carro como produto de élite) para a do carro como meio de transporte de massa, acessível ao maior número possível de pessoas, para chegar à inauguração do Lingotto, então a maior fábrica de automóveis da Europa, em 1922.

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o Lingotto em Turim

Nesta fase, a Fiat também começou a ocupar-se de alguns dos outros sectores da sua produção moderna: autocarros, máquinas agrícolas, comboios, aviões. Já em 1908, no principio da história da aviação, a Fiat produziu o seu primeiro motor para avião, o Fiat SA 8/75, e em 1915 saiu das oficinas o seu primeiro aeroplano.

Nesses primeiros anos, temos também de nós lembrar da produção da primeira locomotiva diesel eléctrica, desde 1922.

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o ‘Balilla’ do 1932

Para voltar ao sector pelo qual a maioria de nós conhece e se lembra da marca Fiat, o dos carros, em 1932 começou a ser realizado o ‘Balilla’, produzido em 113.000 unidades, e em 1936 o Fiat 500, conhecido em Itália como o ‘Topolino’, que quer dizer em italiano Ratinho. O Topolino veio ser produzido mais de meio milhão de unidades desde 1936 até 1955. Serão estes dois carro a iniciar o processo de motorização de massa em Itália.

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o ‘Topolino’ do 1936

O início da Segunda Guerra Mundial travou o desenvolvimento da Fiat, e as suas fabrícas foram convertidas à produção de guerra, e só ao fim dela, também com a ajuda do dinheiro do projecto Marshall do EUA, voltou a produção civil.

O senador da Republica Giovanni Agnelli faleceu em 1945, e não pôde ver a grande expansão da sua Fiat no período do Pós-Guerra: a partir deste período, de facto, a Fiat acompanha a Itália pelos anos do ‘boom’ económico, desempenhando um importante papel no grande crescimento da economia italiana.

O novo presidente da Fiat, Vittorio Valletta, percebeu que o que a Fiat precisava de fazer era explorar o novo espaço que se ia criando no mercado italiano: o dos carros de pequena cilindragem, ao alcance de todos, que as grandes casas americanas não produziam.

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Publicidade para a Fiat 500, 1936

Desde 1948, são produzidos diferentes modelos destes tipos de carros, e em meados dos anos 50, os pequenos 500 e 600 mudam o rosto da Itália, tornando-se os símbolos do ‘milagre económico’ e da trasformação industrial do País naqueles anos.

Neste período há também a viragem na produção aeronáutica, com a série G: a caça de reacção G 91 ganha o concurso Nato de 1955, e viria a ser adoptado por muitas forças aéreas do mundo.

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o caça Fiat G 91

Em 1966 o novo presidente, Giovanni Agnelli, neto do fundador, hoje octogenário presidente honorário da Fiat, Senador vitalício da República e uma das vozes mais escutadas da cena pública italiana, encaminha uma série de novas iniciativas para reforçar a presenca da empresa no estrangeiro, como o acordo, do mesmo ano, entre a Fiat e a União Soviética para a construção dum grande complexo industrial em Togliattigrad.

No período dos anos 70, também pela crise petrolífera, a Fiat investe muito em sectores productivos diferentes do dos carros: por exemplo, em 1969 é projectado o primeiro comboio de pendulação activa, e o ETR 401, chamado o ‘Pendolino’, comboio de 250 km/h, em 1975 entra em serviço na rede dos caminhos-de-ferro italiana: projectado para ter uma velocidade elevada também em curva, característica importante em países montanhosos como a Itália, o Pendolino, o ETR 401 e os modelos sucessivos, tem a significativa vantagem de não precisar de um caminho-de-ferro para a alta velocidade, como o TGV francês, mas de usar as normais linhas ferroviárias. Hoje o Pendolino é utilizado em Itália, Portugal (a Alfa-Pendular), Espanha, Suiça, República Checa, Finlândia, Alemanha, considerando só os países europeus.

Ainda no contexto da crise petrolífera, a Fiat investe na inovação dos processos de produção e dos produtos: o ‘Ritmo’, em 1978, é produzida por um novo sistema automático, o Robogate, e o ‘Uno’ tem muitas inovações tecnológicas, desde o motor à electrónica.

No campo aeronáutico, a Fiat nesse período faz parte dum conjunto de empresas de muitos países, que inclue também a Roll-Royce e a General Eletric, entre outros, que acabam para produzir, em 1974, o Tornado.

Nos anos 90 acentua-se a tendência da Fiat de se expandir nos mercados internacionais, a tendência à internacionalização: em 1990, a Itália correspondia a 56% dos negócios do Grupo; a Europa e o resto do mundo representavam 35% e 9% respectivamente. Hoje, a Itália representa 38% dos negócios do Grupo Fiat, enquanto a Europa detém 35% e o restante do mundo 26%.

Actualmente, cerca de 40% da produção total do Grupo Fiat é realizada fora da Itália. E 90% dos tractores, 80% dos veículos comerciais e 60% dos automóveis produzidos pelo Grupo Fiat no mundo são vendidos para clientes de outros países.

Os últimos anos: ainda mais Globalização

O Grupo Fiat vem ampliando o seu processo de internacionalização e reforçando o seu "core business" por meio de um ambicioso programa de aquisições e alianças no qual foram investidos cerca de 6 bilhões de Euros em 1999, o ano do centenário da empresa. A magnitude deste programa alterou radicalmente o tamanho, a presença geográfica e o conteúdo de produtos de diversos sectores do grupo, “garantindo-lhes excelência competitiva para buscar a liderança e a satisfação dos clientes em todos os mercados onde as empresas actuam” ( Grupo Fiat site).

No sector automóvel, por exemplo, a Fiat Auto consolidou a sua presença no cenário europeu, ao adquirir, em 1999, o controle da legendária marca Maserati, agora administrada em conjunto com a Ferrari. No conjunto, o portfolio de marcas controladas pela Fiat é constituído da Fiat ( carros de pequena-média cilindragem), Lancia (grande cilindragem) e as prestigiosas Alfa Romeo, , Ferrari e Maserati.

Um momento importante desta estratégia, em 1999, foi protagonizado pela New Holland, a fabricante de tractores e máquinas agrícolas, que adquiriu a Case Corporation, dos Estados Unidos e assim foi alcançada à posição de líder mundial no sector de máquinas agrícolas, tornando-se também um dos principais produtores mundiais de máquinas rodoviárias.

Mas o momento mais importante da história do Grupo Fiat nos últimos anos, provavelmente uma importante mudança de rumo, é o da aliança estratégica industrial com a General Motors. Desde o ano passado, a General Motors tem 20% da Fiat Auto Holding, a estrutura criada pela aliança, que gere o sector dos carros do Grupo Fiat, excepto a Ferrari e a Maserati; e o Grupo Fiat tem 6% da GM. Mas este relação de forças provavelmente vai mudar: no contrato do 24 julho 2000 há uma cláusula que permite à GM adquirir mais 30% da holding até o fim do próximo ano. Ali decide-se o novo rumo do Grupo Fiat.

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