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Recomenda??es Para a Aplica??o Remota do Rorschach12 de abril de 2020Preparado pelos autores do R-PAS, membros do grupo de desenvolvimento e pesquisa e assistentes de pesquisaComo a maior parte do mundo está em confinamento, muitos profissionais em avalia??o psicológica se perguntam, com raz?o, se devem continuar se engajando na avalia??o e, nesse caso, qual a melhor forma de realizar o trabalho que eles costumavam realizar pessoalmente. N?o temos recomenda??es sobre quem deve continuar executando o trabalho de avalia??o, pois os regulamentos locais, a necessidade clínica e o julgamento profissional determinar?o essa decis?o. No entanto, problemas em saúde mental continuam necessitando de aten??o e os psicólogos est?o prestando assistência. Como tal, há situa??es em que uma avalia??o seria útil ou até mesmo necessária. Essas diretrizes s?o para os avaliadores que ainda praticam e respondem às necessidades clínicas e que procuram ajuda sobre a melhor forma de desenvolver práticas de avalia??o que possam abranger o uso da tarefa de Rorschach.Atualmente, estamos cientes de duas boas fontes de orienta??o geral para a prática de avalia??o remota (por gentileza, entre em contato conosco caso conhe?a outras fontes). Com uma equipe liderada por Jordan Wright, Joni Mihura, Hadas Pade e David McCord, a Associa??o Americana de Psicologia (American Psychological Association - APA) preparou princípios gerais úteis para a avalia??o psicológica à dist?ncia (tele-avalia??o) durante a crise da COVID-19 (Link: general principles for psychological tele-assessment during the COVID-19 crisis). A APA também colaborou com uma uni?o de organiza??es de neuropsicologia para formar o Comitê de Práticas Interorganizacionais (Inter Organizational Practice Committee - IOPC). A IOPC preparou uma variedade de recursos para a telessaúde em geral e para o atendimento neuropsicológico à dist?ncia (teleneuropsicologia) em particular. Para este último, o site da IOPC inclui todos os dados conhecidos sobre a promissora, mas ainda limitada, área de investiga??o sobre a equivalência entre a avalia??o neuropsicológica presencial e a remota. O IOPC também fornece orienta??o para cobran?a e reembolso nos EUA. Os leitores interessados no Rorschach talvez ter?o mais proveito na se??o intitulada “Concrete Strategies for Using a Teleneuropsychology Platform/ Walk Through of a Virtual Visit”, na página de modelos e ferramentas para avalia??o remota na neuropsicologia (Remote neuropsychology assessment models and tools page).Incentivamos a todos os aplicadores do Rorschach a se familiarizarem com esses recursos e a considerarem participar do treinamento sobre no??es básicas em telessaúde. Para facilitar este último ponto, a APA está oferecendo acesso gratuito ao seu treinamento de 8 horas, na série introdutória de melhores práticas em Telepsicologia ( HYPERLINK "" \h Telepsychology Best Practice 101 Series). Com esses recursos como base, abordamos aqui especificamente quest?es sobre a avalia??o pelo Rorschach. ? possível aplicar o Rorschach remotamente? Se sim, como um avaliador pode fazer isso da melhor maneira?Acreditamos que a resposta para a primeira pergunta é "Sim" e descrevemos cinco op??es neste documento para responder à segunda pergunta. Este documento é amplamente processual, concentrando-se nas etapas e em alguns dos problemas que os avaliadores precisam considerar com uma forma de aplica??o modificada.No entanto, nenhuma avalia??o é apenas processual. Dessa forma, encerramos o documento com considera??es mais amplas sobre aspectos psicológicos relacionados à processos de avalia??o durante esse período atípico.Os desafios para a avalia??o de Rorschach s?o maiores do que para a maioria das outras medidas de avalia??o. O avaliador n?o apenas precisa de equipamento técnico adequado e de uma conex?o à Internet de alta velocidade confiável, como também o examinador precisa garantir que o respondente tenha o mesmo. Isso inclui garantir que as manchas de tinta tenham o tamanho certo para visualiza??o (i.e., 24,13 x 17,145 centímetros), a dist?ncia correta para o respondente (i.e.,, comprimento do bra?o e capacidade de ser movida para mais perto), possam ser giradas e renderizadas com os tons e sombreados de cores corretos. Além disso, o avaliador deve ser capaz de ver onde o respondente está localizando os perceptos e suas características. A maior parte da literatura sobre equivalência na avalia??o teleneuropsicológica se baseou na aplica??o de medidas verbais. Os desafios enfrentados pela avalia??o do Rorschach s?o mais parecidos com os desafios de aplicar uma tarefa neuropsicológica que requer observa??o da manipula??o do respondente, como o teste blocos ou o Grooved Pegboard. Os pesquisadores ainda n?o estudaram a aplica??o remota com esses tipo de medidas.Op??es n?o viáveisDiante dos desafios, n?o acreditamos que o avaliador possa aplicar o Rorschach segurando os cart?es para a c?mera do computador para que o respondente possa vê-los. Fazer isso n?o fornece nenhuma certeza de como as manchas de tinta podem parecer para o respondente em rela??o ao tamanho, cor e sombreamento e n?o fornece uma maneira viável para o respondente virar o cart?o ou para o avaliador ver onde o respondente está localizando os perceptos. Por raz?es semelhantes, n?o é uma op??o adequada direcionar o respondente para o site da Wikipedia que exibe as manchas de tinta. Também n?o é uma op??o viável se o avaliador baixar as imagens desse site para enviar sequencialmente a um respondente que, em seguida, visualizaria cada cart?o em seu tablet ou computador. A maioria dos tablets, como um iPad padr?o, n?o é grande o suficiente para acomodar o tamanho correto do cart?o e, sem calibra??o, seria impossível para um avaliador garantir que o respondente estivesse visualizando as cores e os tons adequados.Avalia??o Direta do Cliente Outra op??o é enviar as manchas de tinta para o respondente por correio, com um pacote de aplica??o cuidadosamente planejado (i.e., cart?es empilhados de cabe?a para baixo na ordem inversa, de forma que o respondente possa pegá-los no momento certo nessa orienta??o). Depois disso, seria solicitado ao respondente o gerenciamento das etapas de aplica??o normalmente adotadas pelo avaliador (i.e., mantendo os cart?es voltados para baixo antes de visualizá-los na FR, empilhando-os para reutiliza??o na FC, garantindo assentos que permitam ao respondente ver os cart?es e também ao avaliador via webcam) e, ao final da aplica??o, devolver os cart?es ao avaliador. No entanto, existem desvantagens substanciais nessa abordagem. Ela requer um respondente razoavelmente funcional para gerenciar as demandas extras impostas aos seus recursos, e autodisciplina para concluir as etapas de recebimento/envio dos cart?es e de aplica??o em si. Além disso, abre a possibilidade de viola??es da seguran?a do teste (por exemplo, o respondente pode digitalizar ou copiar e distribuir as manchas de tinta), bem como de restri??es práticas (por exemplo, a maioria dos avaliadores possui apenas um conjunto de manchas de tinta) e potencial prejuízos financeiros (por exemplo, se as manchas de tinta n?o forem retornadas).Portanto, essa provavelmente n?o é uma op??o viável para a maioria das avalia??es. Dizemos que essa op??o é improvável, mas n?o impossível, principalmente porque os estímulos de Rorschach já est?o disponíveis publicamente na Wikipédia, ao contrário de quase todas as outras medidas de avalia??o. Isso diminui o problema da seguran?a do teste, e o desloca para a preocupa??o com a seguran?a na codifica??o e interpreta??o, em vez da disponibilidade dos estío a seguran?a das imagens n?o é mais uma preocupa??o importante, um avaliador que considere essa op??o, precisa analisar a capacidade do respondente em gerenciar as demandas adicionais de uma aplica??o guiada remotamente, bem como a sua própria conveniência para entregar as manchas de tinta e garantir seu retorno em um prazo adequado. A preocupa??o final, ent?o, seria que o respondente n?o retorne as manchas de tinta. Para garantir de forma mais segura que isso seja improvável, o avaliador deve ter certeza de que estabeleceu uma alian?a de trabalho positiva antes de enviar o material e, em seguida, fornecer um recurso pré-pago (envelope, código de devolu??o, outros) para o respondente usar para o retorno dos cart?es. Se o respondente mesmo assim n?o devolver os cart?es, é provável que o comportamento reflita problemas muito maiores e anteriormente n?o reconhecidos na alian?a de trabalho. O avaliador precisaria abordar isso com o cliente e tentar resolver o impasse. Evidentemente, o avaliador deveria também documentar esse comportamento em um relatório e considerar essas implica??es para entender o cliente e as perguntas iniciais que norteiam a avalia??o.Avalia??o com um facilitador: no local versus na sala e n?o residente versus residenteAtualmente, acreditamos que a maneira mais viável de concluir uma avalia??o do Rorschach é com o auxílio de um facilitador no local. Pesquisadores usam facilitadores no local em muitos dos estudos que examinam a equivalência entre teleneuropsicologia e avalia??es presenciais. Duas distin??es s?o importantes. Primeiro, os facilitadores podem ser quase profissionais que trabalham com o avaliador (um n?o residente) ou podem ser membros da família ou coabitantes do cliente (um residente). Ambos precisam ser razoavelmente funcionais e receber instru??es detalhadas sobre seu papel antes da avalia??o. Segundo, uma distin??o crítica é entre um facilitador no local e um facilitador na sala. Os facilitadores no local ajudam a organizar a área de aplica??o para o cliente e depois saem da sala, enquanto permanecem no local (n?o na sala) de plant?o até quando necessário retornar à sala, seja para intervir ou ajudar o cliente, ou para reunir e devolver os materiais de avalia??o ao final. Os facilitadores na sala desempenham todas as mesmas fun??es que o facilitador no local, mas também permanecem na sala durante a avalia??o eles alteram a estrutura típica de uma aplica??o, no geral, os avaliadores devem usar um facilitador na sala somente quando for imprescindível para atingir o objetivo da avalia??o e n?o houver outra alternativa viável. Um facilitador na sala precisaria ser capaz de aderir aos padr?es profissionais de confidencialidade, ou estar ativa e explicitamente envolvido como observador-participante no processo de avalia??o. Ou seja, um facilitador na sala precisa ser alguém previamente desconhecido para o cliente, que será experienciado como um agente do avaliador relativamente neutro (um n?o residente); ou alguém conhecido pelo cliente, cuja presen?a na sala quase certamente influenciará o processo de resposta do respondente (um residente).Avalia??o com um facilitador n?o residenteNo local. Com o confinamento residencial decretado em tantas partes do mundo, vemos duas possíveis maneiras de uma avalia??o remota funcionar com um facilitador quase profissional e n?o residente no local. Ambos s?o viáveis ??apenas se o governo local considerar a prática psicológica uma área essencial e permitir que ela continue ocorrendo enquanto segue as diretrizes apropriadas de distanciamento social. Sob essas condi??es, o avaliador poderá contratar um técnico em saúde mental da regi?o para visitar a casa do respondente e assumir o papel de facilitador no local. Como alternativa, o respondente pode ir a um hospital ou ambulatório para se encontrar com um facilitador no local. Se algum desses cenários for possível na regi?o, o avaliador precisaria garantir que o facilitador tenha um conjunto de cart?es de manchas de tinta no local. Uma vez que o facilitador no local tenha os cart?es, o avaliador poderá modificar as diretrizes de distanciamento social do R-PAS para acomodar a necessidade do avaliador de visualizar o respondente e os cart?es, e do facilitador no local de manter o distanciamento social ao organizar a área de aplica??o.Na sala. Se o facilitador n?o residente precisar estar presente na sala durante a avalia??o, os documentos de consentimento livre e esclarecido dever?o indicar claramente essa expectativa. Processualmente, um facilitador na sala é necessário quando o cliente é incapaz de gerenciar o processo de aplica??o por si só, ou porque n?o possui habilidades técnicas para gerenciar a interface eletr?nica, porque possui psicopatologia significativa ou é jovem demais. Uma avalia??o remota sob uma das duas últimas condi??es provavelmente será bastante desafiadora, principalmente para os clientes instáveis. O facilitador quase profissional na sala precisaria de conhecimento em manejo positivo de comportamento, a fim de apoiar a participa??o do respondente no processo. Além disso, o n?o residente deve manter o distanciamento social enquanto estiver na sala, o que complica ainda mais a avalia??o. O avaliador e o facilitador precisam antecipar com seguran?a de que a avalia??o pode ser bem-sucedida mesmo com os dois mantendo dist?ncia do respondente. Obviamente, se essa expectativa n?o condizer com a realidade, o avaliador pode simplesmente retirar da avalia??o a parte correspondente ao Rorschach.Avalia??o com um facilitador residenteNo local. Processualmente, é muito mais simples coordenar e implementar um facilitador residente no local do que um facilitador n?o residente. O principal desafio será o avaliador obter confian?a antecipadamente de que o facilitador seguirá com instru??es. Uma maneira ideal de maximizar esse resultado é fornecer um contrato listando as responsabilidades do facilitador com uma área para o facilitador e o avaliador assinarem.Na sala. Embora seja mais fácil implementar um facilitador residente no local do que um facilitador n?o residente, é o oposto quando se trata de um facilitador na sala. Um facilitador residente na sala se torna parte do processo de avalia??o e o avaliador precisa estar atento ao relacionamento deste com o cliente e o provável impacto desse relacionamento no processo de resposta do avaliando. O avaliador deverá gastar mais tempo conhecendo o facilitador, preparando-o para seu papel e abrindo espa?o à perguntas; bem como mais tempo com o cliente explorando seu relacionamento com o facilitador e preparando-o para a presen?a do mesmo na avalia??o. Antes de come?ar, o avaliador deve incentivar o facilitador a permanecer neutro e evitar rea??es aos cart?es ou às respostas do respondente. O avaliador também deve instruí-lo a n?o oferecer ajuda ao respondente na elabora??o de suas respostas, dar dicas sobre onde procurar ou como segurar o cart?o ou fazer qualquer outros tipos de sugest?es ou comentários que possam interferir na resposta individualizada do respondente. Se esses comportamentos ocorrerem mesmo assim, o avaliador deve intervir, anotar isso e levar em considera??o o ocorrido ao formular inferências. Se o cliente é uma crian?a e o facilitador é um dos pais, vários artigos úteis est?o disponíveis no Instituto de Avalia??o Terapêutica ( HYPERLINK "" \h Therapeutic Assessment Institute) sobre como envolver os pais em uma avalia??o ideal. Em particular, recomendamos Tharinger et al. (2012), “Therapeutic Assessment with children: Intervening with parents ‘behind the mirror.’”?Pesquisa sobre Formas Modificadas de Aplica??o do RorschachAinda n?o existe uma base de pesquisa sobre aplica??o remota do Rorschach. No entanto, ao ponderar seu provável impacto, os avaliadores podem considerar pesquisas disponíveis sobre métodos alternativos de aplica??o. Um grupo de pesquisas examinou a maior clareza e estrutura??o das diretrizes de aplica??o usadas pelo R-PAS (Meyer, Viglione, Mihura, Erard e Erdberg, 2011) em rela??o ao Sistema Compreensivo (SC; Exner, 2003); em particular, solicitando antecipadamente duas ou três respostas por cart?o e permitindo n?o mais que quatro respostas a cada cart?o. Inicialmente, muitos usuários tinham preocupa??es de que essa forma modificada de aplica??o influenciasse os valores normativos. No entanto, os sete estudos que comparam cada método mostram que a aplica??o do R-PAS tem o efeito pretendido de aumentar levemente o R e reduzir notavelmente sua variabilidade, e o faz sem alterar as normas para outras variáveis (Hosseininasab et al., 2019; Meyer et al. , 2020; Pianowski et al., 2019).Outras pesquisas examinaram instru??es padr?o de SC versus instru??es detalhadas, que incluíam orienta??es para dizer tudo o que se vê no cart?o, e n?o encontraram diferen?as (Hartmann, 2001; Hartmann & Vanem, 2003). Blais et al. (1995), usando um delineamento within-subjects, examinaram as aplica??es propostas pelo SC e por Rapaport et al. (1968), que consiste em assentos frente a frente e esclarecimentos seletivos ao final de cada cart?o, com o cart?o fora de vista. Dos quatro conjuntos de pontua??es (SC e Rapaport no tempo 1 e SC e Rapaport no tempo 2), três produziram resultados equivalentes. No entanto, a aplica??o de Rapaport no Tempo 1 produziu menos Cor, Sombreado e Blends do que os outros três conjuntos de pontua??es. Esse é um efeito de ordem, n?o um efeito do método de aplica??o, e n?o está claro o que explicaria esse padr?o. Schwartz et al. (1990) estudaram participantes surdos usando um delineamento contrabalan?ado para avaliá-los, uma vez pela comunica??o via linguagem de gestos, e outra via instru??es escritas e respostas escritas pelos respondentes. Em 25 compara??es conduzidas, eles encontraram uma diferen?a (FC maior na comunica??o escrita), o que é consistente com diferen?as esperadas ao acaso. Além disso, seus resultados de uma semana de teste e reteste foram semelhantes aos de outros pesquisadores (Meyer & Archer, 2001).Usando as diretrizes de aplica??o do R-PAS, duas teses examinaram a apresenta??o das manchas de tinta pelos cart?es tradicionais ou pela tela do iPad, e n?o encontraram diferen?as (Logid, 2017; Whitehouse, 2019). Berry (2020) ainda está escrevendo uma tese incluindo dois estudos sobre o R-PAS, embora a coleta de dados esteja completa. Um de seus estudos contrasta a aplica??o padr?o com uma usando óculos especiais pinhole (pinhole goggles) que permitiam apenas um campo de vis?o de dois graus; o outro examinou a ativa??o hemisférica usando óculos especiais (goggles) que permitiam a visualiza??o apenas no campo visual da extrema esquerda ou da extrema direita. O estudo do campo visual n?o teve efeito nos escores esperados do R-PAS ou em uma medida neuropsicológica sensível aos efeitos de lateraliza??o. O estudo com os óculos pinhole mostrou apenas um efeito esperado sobre o Rorschach, que foi uma redu??o das respostas Síntese ao usar os óculos, ainda que os participantes fossem claramente incapazes de copiar as figuras complexas de Rey ou Taylor com precis?o.Vários estudos examinaram a aplica??o individual padr?o e a aplica??o em grupo. Para o último, os respondentes viram as manchas de tinta em uma tela na frente de uma sala e escreveram suas respostas manualmente em um livreto. Embora se possa, razoavelmente, esperar diferen?as notáveis, os resultados mostraram apenas algumas pequenas diferen?as nos determinantes ou no conteúdo, com resultados amplamente consistentes entre os modos de aplica??o (Bornstein et al., 1997; Harrower & Steiner, 1951; Shaffer et al., 1981). Embora de menor relev?ncia, mas talvez ainda digno de nota é a generaliza??o das pontua??es normativas entre idiomas, culturas, estratégias de recrutamento e examinadores (Meyer et al., 2007; Meyer et al., 2015).Os estudos mencionados acima n?o se referem diretamente à equivalência da avalia??o presencial e remota. Além disso, esses estudos têm limita??es; alguns têm amostras pequenas, outros usam sistemas de codifica??o que n?o s?o mais comumente utilizados, outros têm poucos examinadores, alguns n?o têm tentativas de replica??o e a maioria apenas examina um subconjunto de variáveis relevantes para a interpreta??o. No entanto, o conjunto de descobertas sugere que a tarefa do Rorschach e os escores dela derivados s?o relativamente resistentes às varia??es nos procedimentos de aplica??o.Considera??es GeraisQualquer que seja a forma de avalia??o remota que o avaliador utilize, será uma metodologia nova em rela??o à forma como os avaliadores coletaram os dados normativos. Assim, o examinador precisará documentar os procedimentos seguidos e considerar seu provável impacto nos resultados obtidos. Também seria prudente ser mais cauteloso e conservador ao formular inferências a partir dos resultados da avalia??o em raz?o dessas modifica??es processuais.Além disso, é essencial que os avaliadores sigam diretrizes relevantes sobre a prática de avalia??o psicológica em sua regi?o. Algumas das op??es listadas aqui podem n?o ser viáveis em todos os países ou a possível exce??o para um facilitador quase profissional, o avaliador precisará enviar os cart?es ao cliente ou a um facilitador no local e recebê-los de volta. Provavelmente, isso exigiria um ou dois dias para envio por correio em cada momento (envio e devolu??o), incluindo uma op??o de devolu??o pré-paga (como código de devolu??o, envelope pré-pago). O avaliador deve desinfetar os cart?es antes de enviá-los e ao recebê-los de volta. Além disso, o avaliador deve fornecer um lacre visível para cada envelope. O avaliador pode ent?o informar ao cliente ou ao facilitador que eles apenas romper?o o lacre colocado pelo avaliador na hora do atendimento, ao vivo via vídeo. Além disso, após a conclus?o da avalia??o, o avaliador deve acompanhar o cliente ou o facilitador enquanto o mesmo coloca as manchas de tinta na embalagem de devolu??o e insere o lacre visível nela, garantindo assim que ela n?o seja reaberta antes da devolu??o. Por fim, recomendamos que o avaliador inclua instru??es sobre o retorno imediato dos estímulos de manchas de tinta, seja no termo de consentimento livre esclarecido quando enviado o material diretamente ao cliente, seja no contrato por escrito se enviado a um facilitador residente. Os acordos assinados ajudar?o a garantir seu retorno.Idealmente, o avaliador deve ter dois monitores em seu espa?o de trabalho, um para visualizar o cliente e outro para digitar o protocolo. O avaliador poderia organizar praticamente isso em único monitor,se reduzir o tamanho das janelas ou transcrever o protocolo à m?o.O avaliador e o respondente devem ter fones de ouvido e estar em um ambiente silencioso, sem distra??es visuais ou auditivas. Além disso, ambos devem ter conex?es confiáveis ??e de alta velocidade, com um plano de contingência claro para interromper a avalia??o e entrar em contato entre si, caso o link do vídeo seja perdido. Se um facilitador estiver envolvido, o avaliador também precisa de uma maneira confiável de entrar em contato com o mesmo.Basicamente, recomendamos que o cliente ou facilitador posicione a webcam, a cadeira e o espa?o de trabalho do cliente para que o avaliador possa ver o cart?o, bem como seus gestos, enquanto o respondente o segura. Ou seja, a vis?o deve ser como se o avaliador estivesse sentado ao lado e um pouco atrás do respondente. O cliente ou facilitador deve testar a disposi??o do espa?o usando uma folha de papel, n?o uma mancha de tinta.Um arranjo mais complexo e benéfico seria posicionar uma segunda c?mera em um dispositivo diferente, para que o avaliador também pudesse ver o cliente de perfil e, se o cliente quisesse, poderia se voltar para ver o avaliador. O avaliador e o cliente poderiam usar seus celulares para isso, principalmente se algum tipo de suporte estiver disponível para manter o dispositivo com seguran?a. Até um celular ou tablet antigo pode funcionar para isso.Embora seja tecnologicamente mais complicado, se necessário, o avaliador pode considerar enviar uma segunda webcam USB junto às manchas de tinta. O facilitador pode posicionar essa webcam ao lado do cliente, como sugerido acima, ou o avaliador pode preparar e enviar uma webcam como um acessório para encaixá-la na cabe?a, dessa forma o avaliador poderá ver o que o respondente está vendo. Se disponível, o avaliador pode usar uma c?mera GoPro e uma al?a de cabe?a para esse fim.Finalmente, independentemente do método de aplica??o usado, o avaliador deve praticar sozinho todas as etapas do procedimento. Posteriormente, seria sensato praticá-los com o facilitador e talvez até com o cliente antes de iniciar ao vivo.Considera??es PsicológicasEssas diretrizes concentram-se amplamente em considera??es processuais. No entanto, é t?o importante quanto, ou mesmo ainda mais importante, que os avaliadores estejam conscientes de como essa pandemia provavelmente influenciará os próprios resultados da avalia??o psicológica. Os pesquisadores n?o obtiveram dados normativos para o R-PAS, ou qualquer outra medida, durante uma pandemia. Portanto, é impossível dizer o que é normal, típico ou esperado no momento. No entanto, é um momento ansiogênico, assustador e preocupante para todos, o que leva a um aumento da estimula??o límbica e a possíveis limita??es no funcionamento executivo. Também é um momento em que a doen?a, a morte e a perda s?o difundidas na mídia e afetam a vida privativa de muitas pessoas, de modo que a tristeza e a depress?o naturalmente podem ser elevadas. Além disso, as pessoas est?o perdendo seus empregos em números recordes e tiveram que alterar radicalmente seu comportamento, rotina diária e condi??es de vida. Isso deixa as pessoas adequadamente focadas em atender às necessidades fisiológicas e de seguran?a, referentes aos níveis mais baixos da hierarquia de Maslow. Assim, no contexto de uma avalia??o multimétodos (por exemplo, Hopwood & Bornstein, 2014) que engloba o funcionamento histórico e atual, os avaliadores devem tomar cuidado para evitar um erro básico de atribui??o dos resultados como propriedades dos tra?os, quando em vez disso, podem ser estados em respostas a essas circunst?ncias altamente incomuns.ReferênciasBerry, B. A. (2020). The effects of manipulating visual processes on Rorschach performance [Doctoral dissertation pending completion]. University of Toledo.Blais, M. A., Norman, D. K., Quintar, B., & Herzog, D. B. (1995). The effect of administration method: A comparison of the Rapaport and Exner Rorschach systems. Journal of Clinical Psychology, 51(1), 100–107. (199501)51:1<100::AID-JCLP2270510116>3.0.CO;2-A Bornstein, R. F., Bonner, S., Kildow, A. M., & McCall, C. A. (1997). Effects of individual versus group test administration on Rorschach Oral Dependency scores. Journal of Personality Assessment, 69(1), 215–228. , R. F., Bonner, S., Kildow, A. M., & McCall, C. A. (1997). Effects of individual versus group test administration on Rorschach Oral Dependency scores. Journal of Personality Assessment, 69(1), 215–228. Exner, J. E. (2003). The Rorschach: A Comprehensive System, Vol. 1: Basic Foundations (4th ed.). Hoboken, NJ: Wiley.Hartmann, E. (2001). 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