DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO ... - UFG

[Pages:54]UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOI?S ESCOLA DE VETERIN?RIA E ZOOTECNIA PROGRAMA DE P?S-GRADUA??O EM CI?NCIA ANIMAL

Disciplina: SEMIN?RIOS APLICADOS

DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZA??O E O IMPACTO AMBIENTAL

Luiz Alberto Garcia de Oliveira Orientador: Prof. Dr. Rom?o da Cunha Nunes

GOI?NIA 2011

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LUIZ ALBERTO GARCIA DE OLIVEIRA

DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZA??O E O IMPACTO AMBIENTAL

Semin?rio apresentado junto ? Disciplina Semin?rios Aplicados do

Programa de P?s-gradua??o em Ci?ncia Animal da Escola Veterin?ria

da Universidade Federal de Goi?s. N?vel: Doutorado

?rea de Concentra??o: Produ??o Animal

Linha de Pesquisa: Metabolismo nutricional, alimenta??o e

forragicultura na produ??o animal

Orientador: Prof. Dr. Rom?o da Cunha Nunes ? UFG Comit? de Orienta??o: Prof. Dr. Miguel Joaquim Dias ? UFG Profa.Dra. Alessandra Gimenez Mascarenhas - UFG

GOI?NIA 2011

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SUM?RIO

1. INTRODU??O ........................................................................................................7 2. REVIS?O DA LITERATURA ................................................................................10 2.1. Volume de dejetos produzidos pelos diversos sistemas de produ??o ...............13 2.2. Dejetos su?nos...................................................................................................13 2.2.1. Composi??o e caracter?sticas dos dejetos su?nos..........................................15 2.2.2. Estimativa do volume de dejetos....................................................................18 2.2.3. Armazenagem dos dejetos..............................................................................20 2.2.4. Tratamento de dejetos.....................................................................................25 2.2.4.1. Tratamento f?sico..........................................................................................25 2.2.4.2. Tratamento biol?gico ....................................................................................25 2.2.5. Quantidade a aplicar no solo...........................................................................26 2.2.6. Contamina??o do solo.....................................................................................27 2.2.7. Distribui??o de dejetos ....................................................................................28 2.2.8. Utiliza??o dos dejetos.....................................................................................29 2.3. Preju?zo dos dejetos ao meio ambiente.............................................................33 2.3.1. Oportunidades e potencial dos dejetos ...........................................................34 2.4. A utiliza??o dos dejetos su?nos como fertilizante do solo e o seu impacto

ambiental ......................................................................................................37 2.4.1. Contamina??o do solo.....................................................................................37 2.4.2. Contamina??o das ?guas superficiais e subterr?neas ....................................38 2.4.3. Os dejetos de su?nos t?m sido utilizados como fertilizante do solo.....................39 2.4.4. Limite, dosagem, e tempo de aplica??o dos dejetos su?nos. ..........................39 2.4.5. Resultados da aduba??o com dejetos e biofertilizante de Su?nos ..................39 2.4.6. Benef?cio/Custo dos sistemas de produ??o com utiliza??o de dejetos de

su?nos ...........................................................................................................42 2.4.7. Resultados na recupera??o de pastagens com dejetos de su?nos .................43 3. CONSIDERA??ES FINAIS ..................................................................................47 4. REFER?NCIAS.....................................................................................................48

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 As principais regi?es produtoras de carne su?na e de aves no Brasil

em porcentagem

12

Figura 2 Lagoa de dejetos (EMBRAPA, 2010)

23

Figura 3 Estequeira (EMBRAPA, 2010)

23

Figura 4

Bioesterqueira em perspectiva com detalhes dos dispositivos de

entrada e sa?da e da parede divis?ria da c?mara de digest?o

(EMBRAPA, 2010)

24

Figura 5 Biodigestor Indiano (EMBRAPA 2010)

24

Figura 6 Compostagem de Dejetos Su?nos (EMBRAPA 2010)

26

Figura 7 Lagoas de estabiliza??o (EMBRAPA 2010)

26

Figura 8 Fontes de emiss?o mundial

34

Figura 9 Modelo de biodigestor adotado pela certificadora AgCert, em planta

baixa (A) e constru?do (B)

37

Figura 10 Produ??o m?dia de milho fertilizado com dejetos l?quidos de su?nos

durante o per?odo de 2001/2005. Rio Verde, GO (2005)

40

Figura 11 Produ??o m?dia de soja fertilizada com dejetos l?quidos de su?nos

durante o per?odo de 2001/2005. Rio Verde, GO (2005)

40

Figura 12 Momba?a fertilizado com dejetos su?nos, durante quatro anos. Rio Verde,

GO (2004)

41

Figura 13 Produ??o de mat?ria seca de Tifton-85 fertirrigado com dejetos de su?nos.

Drumond (2003).

42

Figura 14 Estudo comparativo de custo da aplica??o anual de 40m3 ha-1 de dejeto

l?quido de su?nos, realizada com tanque mecanizado e aspers?o.

EPAGRI E EMBRAPA Su?nos e Aves (1995).

43

Figura 15

Produ??es de mat?ria seca e prote?na, em kg/ha de Brachiaria

brizantha cv. Marandu, fertilizada com doses crescente de dejetos de

su?nos. Gio?nia, GO. BARNAB? et al. (2001)

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Figura 16

Ganho di?rio de peso, em gramas por cabe?a, de bovinos de corte,

em sistema de pastoreio rotacionado, em pastagem de braquiar?o

fertilizado com dejetos de su?nos, durante os per?odos de 10/00 a

06/01 e de 02 a 06/01. Rio Verde, GO (2001).

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v LISTA DE TABELAS

TABELA 1 Efetivo do rebanho de ave e su?no em cada regi?o do Brasil.

11

TABELA 2 Volume de dejetos produzidos pelos diversos sistemas de cria??o 13

TABELA 3 Composi??o qu?mica m?dia dos dejetos su?nos obtida na Unidade do Sistema de Tratamento de Dejetos da Embrapa, Conc?rdia ? SC 15

TABELA 4 Propor??o entre N e P consumido e excretado em su?nos.

16

TABELA 5 Volume de dejetos produzidos, de acordo com o tipo de granja e

diferentes graus de desperd?cio de ?gua

19

TABELA 6 Produ??o m?dia de dejetos nas diferentes fases produtivas dos su?nos 19

TABELA 7 Produ??o di?ria de dejetos de su?nos de acordo com o sistema de

produ??o (Litros/dia)

20

TABELA 8 ?ndice de efici?ncia de libera??o dos nutrientes aplicados na forma org?nica para a mineral, em cultivos sucessivos nos estados de SC e RS 27

TABELA 9 Concentra??o m?dia de N, P2O5 e K2O e teor m?dio de mat?ria

seca de alguns materiais org?nicos de origem animal

27

TABELA 10 Tabela de convers?o para dejetos de su?nos

31

TABELA 11 Equivalente em adubos mineral de 30 m3 de chorume

32

TABELA 12 Composi??o dos biofertilizantes de uma granja, sem adi??o de

agentes de biorremedia??o (2005)

35

TABELA 13 Composi??o dos biofertilizantes de uma granja, com adi??o de

agentes de biorremedia??o (2005)

36

TABELA 14 Produ??o de mat?ria seca (PMS) acumulada no per?odo de 14 de

janeiro a 23 de abril de 2000, do capim Brachiaria brizantha cv.

Marandu. Goi?nia, GO

44

vi

TABELA 15 Teores m?dios em % na MS de prote?na bruta (PB), de fibra em

detergente neutro (FDN), de fibra em detergente ?cido (FDA), e de

hemicelulose (HC) no capim Brachiaria brizantha cv. Marandu no

per?odo de 14 de janeiro a 23 de abril de 2000. Goi?nia, GO

44

TABELA 16 Teores m?dios (em % na MS) de c?lcio, de magn?sio, de f?sforo e

de pot?ssio do capim Brachiaria brizantha cv. Marandu, no per?odo

de 14 de janeiro a 23 de abril de 2000. Goi?nia, GO

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1. INTRODU??O

No Brasil, a atividade do setor Suin?cola det?m grande import?ncia econ?mica e social. H? consenso perante a sociedade de que as atividades que abrangem estes setores devam adotar postura de respeito ? qualidade do meio ambiente e da vida, em virtude da produ??o de grandes quantidades de dejetos su?nos, que devido ? falta de tratamento adequado, ganhou status de potencial poluidor dos mananciais h?dricos.

Segundo KONZEN & ALVARENGA (2007), os sistemas agropecu?rios d?o origem a v?rios tipos de res?duos org?nicos, que quando corretamente manejados e utilizados, revertem-se em fornecedores de nutrientes para a produ??o de alimentos e melhoradores das condi??es do solo.

Com base nas an?lises dos res?duos das camas de su?nos com pH = 8,2 e concentra??o de s?lidos na taxa de 78% na propor??o de Kg m-3 ou Kg t-1 encontrou valores de 29,6 de Nitrog?nio (N) Total, 40,0 F?sforo (P), 37,5 (K) de Pot?ssio e a concentra??o de NPK 107,1.

Quando inadequadamente manuseados e tratados, constituem fonte de contamina??o e agress?o ao meio ambiente. Para desencadear uma produ??o econ?mica, tanto de gr?os quanto de pastagens, pressup?e a oferta de nutrientes aos vegetais que n?o seja o solo, cuja quantidade e qualidade na obten??o destes materiais geram a produtividade que se pretende. Estas fontes s?o os adubos qu?micos e fertilizantes org?nicos, que podem ser usados de maneira exclusiva ou associados.

O aproveitamento integral e racional de todos os recursos dispon?veis dentro da propriedade rural, com a introdu??o de novos componentes tecnol?gicos, aumenta a estabilidade dos sistemas de produ??o existentes, bem como maximiza a efici?ncia dos mesmos, reduzindo custos e melhorando a produtividade. A associa??o dos diversos componentes em sistemas integrados, que preservem o meio ambiente, estabelece o princ?pio da reciclagem, ou seja, o res?duo de um passa a ser insumo de outro sistema produtivo.

O nutriente contido nos dejetos tem alto valor agregado, sobretudo quando considerada a alta que os pre?os dos fertilizantes qu?micos t?m sofrido nos ?ltimos anos. Estes nutrientes, entretanto, trazem muitas vantagens e agregam valor

8

aos res?duos, melhorando as condi??es f?sicas, qu?micas e biol?gicas do solo (KUNZ et al., 2005).

Neste contexto, a implanta??o de projetos de produ??o de su?nos deve obedecer ao equil?brio entre passivos e ativos ambientais decorrentes dos sistemas de produ??o, de modo que a sustentabilidade seja alcan?ada em todos os elos da cadeia produtiva.

O passivo ambiental define-se como qualquer obriga??o da empresa relativa aos danos ambientais causados por ela, o que na pr?tica corresponde aos custos referentes ao tratamento de ?reas contaminadas, aos res?duos, ? polui??o de rios, eros?o, dentre outros, que s?o advindos da n?o observ?ncia da legisla??o ambiental vigente. Em contrapartida, ativo ambiental s?o que a empresa possui como ?reas de preserva??o permanente, nascentes, reflorestamento, cobertura de res?duos com res?duos de culturas ou vegeta??o viva, dentre outros que a empresa possui (NEVES, 2006).

De acordo com KONZEN (2003) emprego de dejetos devem ser planejado em fun??o das caracter?sticas do solo e do clima, exig?ncia das culturas, declividade, taxa e ?poca de aplica??o, formas e equipamentos de aplica??o. Indubitavelmente faz-se necess?rio o fomento ?s pesquisas e manejo t?cnico no sentido de eliminar estas fontes de contamina??o ambiental, dando uma destina??o econ?mica, rent?vel e sustent?vel a estes.

Uma das diversas alternativas para o uso dos dejetos est? na recupera??o de solo e das pastagens degradadas, com aplica??es na implanta??o de novas pastagens bem como na manuten??o e melhoria das antigas, possibilitando que as forragens manifestem seu potencial produtivo e bromatol?gico, em solos corrigidos f?sica e quimicamente pela a??o da decomposi??o dos dejetos aplicados (MORAES et al., 2006).

A necessidade de planejamento ambiental ? algo aceito hoje em dia no meio empresarial e j? atinge o meio rural. Neste sentido, os profissionais que atuam na atividade devem se capacitar para planejar o uso de recursos naturais e situar as atividades, tanto na propriedade rural como na regi?o (?rea e ecossistema) em pontos que a capacidade suporte seja suficiente para a atividade.

Isto exige controle dos efluentes emitidos: adequa??o das instala??es, sistemas de reciclagem e/ou tratamento. Al?m do planejamento, especial aten??o deve ser dada ? opera??o dos sistemas de manejo de res?duos, pois ? comum

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