Temas cobertos na unidade - UFRRJ - IA
Temas cobertos na unidade
■ Validade
■ Replicabilidade
■ Conceitos e variáveis
■ Escalas e mensuração
Resultados de aprendizado
■ Discutir as implicações dos conceitos de validade e replicabilidade na condução da pesquisa científica
■ Relacionar os diferentes aspectos da validade experimental
■ Operar a passagem de conceitos para a esfera das variáveis
■ Identificar as diferentes categorias de variáveis envolvidas na explicação de um dado fenômeno
■ Selecionar as escalas de mensuração apropriadas
Validade, replicabilidade e a operacionalização de conceitos
COMO SE GERA CONHECIMENTO EM CIÊNCIA?
1. Para qualquer observação gerar descoberta, a mesma deve gerar dados que: (a) não sejam ainda conhecidos e (b) possam ser identificados como novos por uma teoria já aceita.
2. Os resultados do experimento são relatados em termos de variáveis que sejam significativas do ponto de vista teórico, medidas através de instrumentos que são também justificáveis em termos das teorias relevantes ao campo de conhecimento em questão.
DUAS PEDRAS NO CAMINHO DA OBJETIVIDADE: REPLICABILIDADE E VALIDADE
• Replicabilidade: é a medida pela qual um experimento produz sempre a mesma resposta, seja qual for a circunstância de tempo e lugar em que se conduza o experimento. (OUTROS PODERÃO CHEGAR AOS MESMOS RESULTADOS USANDO O MESMO CONJUNTO DE INSTRUMENTOS DE COLETA DE INFORMAÇÃO???)
• Validade: é a medida pela qual um experimento produz a resposta correta. (ESTOU MEDINDO O QUE EU ACHO QUE ESTOU MEDINDO???)
TERMOS QUE MELHOR DEFINEM REPLICABILIDADE E VALIDADE
REPLICABILIDADE: ROBUSTEZ, INSIGNIFICÂNCIA
VALIDADE: UTILIDADE PRAGMÁTICA, ESPÚRIO, FRUTÍFERO
DIFERENTES PROBLEMAS COM A VALIDADE
VALIDADE DE FACE. Relaciona-se ao fato de que em aparência estamos usando o instrumento correto para medir o que queremos medir.
VALIDADE INSTRUMENTAL. Relaciona-se ao fato de que os resultados obtidos pelo instrumento usado correspondem aos resultados obtidos por um outro instrumento já aceito como válido.
VALIDADE TEÓRICA. Relaciona-se à evidência de que os resultados obtidos relacionam-se a uma teoria aceita para o estudo em questão.
FATORES QUE AMEAÇAM A VALIDADE INTERNA E EXTERNA
|INTERNA |EXTERNA |
|História: fatores históricos além do processo experimental |Interação entre participantes do grupo experimental e de |
|influenciando a resposta. |controle. |
| | |
|Maturação: mudanças naturais que ocorrem ao longo do tempo |Interação entre participantes e o resto da população. |
|perturbam as respostas dos participantes. | |
| | |
|Instabilidade: Mudanças nos resultados por causa de mudanças |Reação dos participantes ao experimento. |
|nas medições, processo de amostragem. | |
| |Medições irrelevantes ao problema em estudo. |
|Acomodação ao teste: participantes começam a se ajustar ao | |
|teste e deixam de ter um comportamento natural. |Replicação incipiente do processo experimental. |
| | |
|Instrumentação: uso de diferentes instrumentos produzem | |
|diferentes respostas sem que isso reflita o que esteja | |
|acontecendo em realidade com os participantes. | |
| | |
|Seleção: diferenças advindas do recrutamento inconsistente dos| |
|participantes do estudo. | |
| | |
|Mortalidade: participantes do estudo morrem. | |
| | |
|Interação seleção-maturação: erros no processo de seleção | |
|levam a diferentes estágios de maturação entre os | |
|participantes. | |
REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DE DIFERENTES POSSIBILIDADES DA INTERAÇÃO ENTRE VALIDADE E REPLICABILIDADE
Baixa Validade Alta Validade
Baixa Replicabilidade Alta Replicabilidade Alta Replicabilidade Alta Validade Baixa Validade Baixa Replicabilidade
OS DIFERENTES TIPOS DE REPLICABILIDADE
Replicabilidade quixotesca: refere-se ao fato de que um método de observação colhe continuamente o mesmo resultado.
Exemplos:
▪ Pergunta-se “Como vai” e quase invariavelmente ouve-se “Bem, obrigado”.
▪ Termômetro quebrado, que sempre mostrará a mesma temperatura, independente do dia do ano.
Replicabilidade diacrônica: refere-se à estabilidade de uma observação através do tempo.
Replicabilidade sincrônica: refere-se à similaridade de observações dentro de um mesmo período de tempo.
Atenção: ainda que desejável é muito difícil que se consiga alcançar alta validade e alta replicabilidade. Desta quase impossibilidade resulta uma questão crucial para o pesquisador: o que deve ser sacrificado: validade ou replicabilidade? A tendência tem sido sacrificar a replicabilidade em nome da validade!
CONCEITOS E VARIÁVEIS
CONCEITOS são meramente palavras ou símbolos que representam alguma idéia. Conceitos são nomes ou símbolos para uma combinação particular de propriedades. No processo científico, conceitos indicam propriedades de objetos que são relevantes para um processo específico de investigação.
TRANSFORMANDO CONCEITOS EM VARIÁVEIS
QUANTIFICAÇÃO E MEDIÇÃO
Quantificação: envolve o estabelecimento de uma quantidade padrão e a atribuição de um rótulo à mesma.
Medição: envolve o estabelecimento de um processo sistemático para quantificar a intensidade de alguma coisa que se está estudando.
VARIÁVEIS DISCRETAS, CONTÍNUAS, CONTROLE E INTERVENIENTES
VÁRIÁVEL DISCRETA: define a presença ou não de alguma coisa em uma dada posição.
VARIÁVEL CONTÍNUA: define a variação de alguma coisa ao longo de um continuum.
VARIÁVEL DE CONTROLE: envolve tornar constante uma variável enquanto se examina a relação entre duas ou mais variáveis.
VARIÁVEL INTERVENIENTE: variável que influencia o efeito de uma variável independente numa variável dependente.
VARIÁVEIS E O SIGNIFICADO DE SUA MEDIÇÃO (MENSURAÇÃO)
Variáveis são grandezas operacionalizadas de maneira que possamos quantificar conceitos abstratos, de modo que possamos fazer comparações significativas entre fenômenos do mundo real e suas propriedades, por meio de conceitos a eles relacionados.
O ato de alocar números para representar propriedades conceituais chama-se medição ou mensuração. O resultado mais importante da mensuração é que se tem números associados a algumas variáveis de um dado caso.
Níveis de medição ou mensuração
A seta indica o crescimento do conteúdo explicativo de cada um destes níveis, refletindo-se ainda no tipo de teste estatístico que se pode utilizar em cada um destes tipos.
1. Nominal (-)
2. Ordinal
3. Intervalo
4. Razão (+)
Classificação das Variáveis: Categorias ou Números
Categórica Numérica
Nominal Ordinal Intervalo Razão
Escala nominal
Dá a menor quantidade de informação sobre um dado fenômeno. Esta escala nos fornece apenas uma série de categorias discretas que usamos para distinguir entre certos casos. Exemplos: Nacionalidade, Sexo, Filiação Partidária.
Para serem úteis, os esquemas nominais de mensuração devem ser mutuamente exclusivos e coletivamente exaustivos. Em conseqüência, dois passos devem ser cumpridos:
Não deve ser possível que um dado caso individual seja alocado em mais de uma categoria.
Deve ser possível alocar todos os casos que venham a ocorrer em uma determinada categoria pré-fixada.
A mensuração nominal é obtida simplesmente pela nomeação de casos de acordo com um esquema pré-determinado de classificação.
Escala ordinal
Dá mais informação do que a escala nominal ao permitir além da categorização, o estabelecimento de ordenamento de um dado caso dentro de um certo ranking.
EXemplo: Classe social, pode ser dividida em classe alta, média, baixa.
Numa mensuração ordinal, o número pode nos dizer não só que um dado está dentro de uma certa categoria, mas também com que intensidade.
Escala de intervalo
Dá mais informação que a escala ordinal porque além de possibilitar o ranqueamento, permite inferir quanto mais (ou menos) uma qualidade mensurada está presente num caso em relação a outras. EXEMPLOS: TEMPO BÍBLICO, TEMPERATURA MEDIDA EM GRAUS CELSIUS E FARENHEIT.
A mensuração de intervalo está baseada na idéia de que há uma certa unidade padrão para medir a intensidade de um dado fenômeno.
A escala de intervalo, contudo, não possui um zero verdadeiro, mas sim um zero arbitrário.
Escala de razão
Dá mais informação que a escala de intervalo porque possui um zero verdadeiro. Deste modo, dá uma idéia mais absoluta no que se refere à magnitude (distância) do fenômeno sendo medido. EXEMPLOS: PESO, DISTÂNCIA.
Estudo dirigido
1. Por que replicabilidade é tão importante para o processo científico?
2. Discuta o conceito de validade e explicite as principais ameaças à validade.
3. Dê um exemplo prático da operacionalização de um conceito através dos processos de quantificação e medição.
4. Por que podemos afirmar que o uso de escalas é fundamental para a definição do tipo de análise estatística que um pesquisador poderá usar num determinado estudo?
5. Dê exemplos de variáveis que devem ser medidas usando as escalas nominal, ordinal, intervalo e razão.
Sugestões de pesquisa bibliográfica
BAKER, T.L. Doing social research. 3rd Edition. Boston: McGrall Hill College, 1999.
BOOTH, W.C., et al. The craft of research. Chicago: The University of Chicago Press, 1995
CASLEY, D.J.; KUMAR, K. The collection, analysis, and use of monitoring and evaluation data. Baltimore: The Johns Hopkins University Press, 1995.
LAKATOS, E.M.; MARCONI, M.A. Metodologia científica. Editora Atlas, 1991.
MARCONI, M.A.; LAKATOS, E.M. Técnicas de pesquisa. Editora Atlas, 1996.
MONMONIER, M. How to lie with maps. Chicago: The University of Chicago Press, 1996.
XAVIER-DA-SILVA, J.; SOUZA, M.J.L. Análise ambiental. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 1987. 196 p.
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Validade, replicabilidade e a
operacionalização de conceitos
Unidade 83 154
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