WordPress.com



Filme denuncia manipula??o do abortoDocumentário revela o uso de dados imprecisos sobre abortos clandestinos para defender a legaliza??o da prática no mundoPublicado em 13/11/2013 |?J?NATAS DIAS LIMAUm documentário que estreia nos cinemas brasileiros na próxima sexta-feira coloca em xeque um dos argumentos mais usados para a legaliza??o do aborto mundo afora, incluindo o Brasil: o alto número de procedimentos clandestinos. A produ??o norte-americana Blood Money – Aborto Legalizado faz uma crítica contundente à legaliza??o, mostrando como estatísticas questionáveis sobre a clandestinidade, produzidas por organiza??es que lucram com a venda de procedimentos abortivos, foram usadas para regularizar a prática nos EUA há 40 anos.Ant?nio More/ Gazeta do PovoDavid Kyle, diretor do documentárioEntrevista“Quando se salva um bebê, as clínicas perdem dinheiro nos EUA”David Kyle, diretor do documentário Blood Money – Aborto LegalizadoEm Curitiba para divulgar o filme, David Kyle falou com a Gazeta do Povo. Motivado pela experiência familiar (a esposa dele teve um aborto), ele disse como a experiência dos Estados Unidos com o aborto legalizado pode servir de alerta ao Brasil.Por que resgatar as polêmicas em torno da legaliza??o do aborto nos EUA?Porque é uma história cheia de contradi??es. Os defensores do aborto mentiram sobre os números de abortos e mortes por aborto quando foram à Suprema Corte do meu país, e acabaram convencendo os juízes a legalizar a prática. Acho, aliás, que é uma história muito útil ao Brasil, porque estimula as pessoas a buscarem o que é verdade e o que é mentira nessa discuss?o.O documentário mostra uma rela??o entre aborto e racismo que é pouco conhecida no Brasil. Pode falar mais sobre isso?A quest?o do racismo n?o estava nos planos iniciais, mas após uma conversa com Alveda King, sobrinha de Martin Luther King e apresentadora do filme, achamos que n?o podíamos deixar esse problema de fora. As pessoas precisam conhecer o impacto que o aborto tem na comunidade afro-americana, reduzindo-a cada vez mais. O número de abortos em comunidades negras nos Estados Unidos é t?o grande que se assemelha uma espécie de genocídio.Por que o lucro elevado das clínicas de aborto é um problema?Essas clínicas lucram muito porque n?o d?o à mulher outras op??es, como a ado??o. N?o há nenhuma preocupa??o humanista ali. Quando você mata bebês por dinheiro, você n?o se preocupa em evitar o aborto, porque quanto mais abortos fizer mais dinheiro vai ganhar. Para eles, quando você salva o bebê, você perde dinheiro.Origem duvidosaAlém da controvérsia quanto aos números sobre aborto ilegal, outro aspecto que leva organiza??es contrárias à prática a desacreditar a pesquisa da Organiza??o Mundial da Saúde é o vínculo entre o Instituto Guttmacher e a Planned Parenthood, maior rede de clínicas de aborto nos Estados Unidos. O instituto foi criado pela empresa em 1968 e, embora afirme em sua página na internet ser financeira e juridicamente independente desde 1977, mantém em sua miss?o corporativa a luta pelo “direito de escolher o aborto legal e seguro”.Uma das entidades citadas no filme é o Instituto Guttmacher, que no ano passado divulgou uma pesquisa em parceria com a Organiza??o Mundial da Saúde (OMS). O estudo Aborto Induzido: Incidências e Tendências pelo Mundo de 1995 a 2008 alarmou as autoridades ao estimar em 4 milh?es o número de abortos clandestinos na América Latina no período. Para especialistas, o problema desse levantamento é que ele foi feito com base em estimativas. Além disso, os números se referem a regi?es do mundo e n?o a países individualmente.ExageroDepois da publica??o, algumas institui??es brasileiras chegaram a denunciar a ocorrência de 1 milh?o de mortes maternas por complica??es pós-aborto. Esse dado, porém, n?o encontra respaldo no Ministério da Saúde, que informou n?o saber mensurar a quantidade de óbitos por aborto clandestino no país.Para o doutor em Ciências Biomédicas Elard Koch, autor de pesquisas envolvendo mortalidade materna e aborto no Chile, há sérios problemas no relatório da OMS. Para ele, ao falar em 4 milh?es de abortos ilegais no continente, o Instituto Guttmacher superestimou em até 18 vezes as estimativas mais plausíveis.Num relatório de resposta à OMS, uma equipe de peritos liderada pelo cientista lamentou os métodos do estudo, baseados excessivamente em opini?es, e afirmou que os números est?o além do empiricamente possível. “A metodologia desenvolvida parece inflar grosseiramente o número possível de abortos induzidos em países em desenvolvimento”, afirma.A publica??o é t?o controversa que até mesmo entidades feministas admitem que os números s?o imprecisos. “De fato, n?o foi 1 milh?o de mortes e sim 1 milh?o de abortos clandestinos, mas isso n?o faz com que o aborto criminalizado deixe de ser um problema muito grave, especialmente porque afeta mais as mulheres pobres, que fazem abortos em condi??es péssimas”, argumenta S?nia Coelho, assistente social e representante da organiza??o feminista Sempreviva.No Brasil, os únicos dados disponíveis tratam do número de atendimentos e de morte por aborto (veja infográfico abaixo). O Ministério da Saúde faz a ressalva de que a quantidade de óbitos se refere a todas as formas de aborto, n?o diferenciando aborto induzido de aborto espont?neo.Aborto legal n?o reduz mortesO relatório da OMS vincula a mortalidade materna com legisla??es restritivas ao aborto, o que é condenado pelo médico Cícero Urban, professor de Bioética na Universidade Positivo. Para ele, n?o existe rela??o de causa e efeito nesse caso. “Isto [a morte de m?es] é uma consequência da falta de acesso a medidas adequadas de planejamento familiar, ao baixo nível socioecon?mico da popula??o e à qualidade do atendimento de saúde existente nos países onde a legisla??o é restritiva”, afirma.A tese é confirmada pelo doutor Elard Koch. Um dos estudos que dirigiu mostra que no Chile, onde a legisla??o sobre aborto é mais restritiva do que a do Brasil, a mortalidade materna foi reduzida em 94% nos últimos 50 anos. “A legaliza??o do aborto foi claramente desnecessária para reduzir as mortes maternas no Chile, pois s?o outros os fatores nos quais se deve intervir”, afirma. Um estudo publicado em 2010 pela revista científica The Lancet apontou o Chile como o país com o menor índice de mortalidade materna em toda a América Latina.Segundo o Ministério da Saúde, somados todos os casos de aborto (induzidos ou espont?neos), o problema aparece na quinta posi??o de causas da mortalidade materna no Brasil, respondendo por 5% dos casos, atrás de hipertens?o arterial (20%), hemorragia (11%), doen?as cardiovasculares, como hipertens?o cr?nica, complicadas pela gravidez (9%) e infec??es pós-parto (6%). ................
................

In order to avoid copyright disputes, this page is only a partial summary.

Google Online Preview   Download