Copacabana - Federal University of Rio de Janeiro



COP C 2 H

D: com relação ao bairro que o senhor mora o senhor acha bom? ruim? por quê?

L: eh não é ruim nem bom

D: o que que o senhor acha bom o que o senhor acha ruim?

L: eh eu: sempre morei em Copacabana porque a vantagem de morar em Copacabana é que você tem tudo perto... né?... isso é bom... ruim uhn... na idade que eu tou já tá ruim

D: mas por exemplo aqui tem: problemas de violên:cia?

L: não tinha muito aqui há a/ anos atrás tinha depois que veio essa UPP melhorou mas esse morro aí sempre foi calmo... aí depois que veio a UPP aqui melhorou praticamente oitenta por cento

D: o senhor não tem medo de... pode sair a qualquer ho:ra não tem problema nenhum?

L: eu graças a Deus nunca fui assaltado

((vozes ao fundo))

D: e o senhor... moraria em outro lugar: ou... na/ não se mudaria

L: se mudaria pra minha terra Sorocaba

D: ah é? por quê?

L: porque eu tou enjoado do Rio de Janeiro

D: mas por quê? eu preciso saber da sua [opinião entendeu

L: [eu tou velho eu já to:u... já não aguento mais Rio de Janeiro assim e/ o/ porque eu quero ma/ é descansar... então pra mim descansar mesmo na idade que eu tou eu iria pra minha terra Sorocaba não descansaria aqui em Copacabana

D: [aqui/

L: [eu ia pra lá morar lá compraria uma casa lá e tudo pra morar lá

D: aqui é inviável descansar por quê?

L: acho que agitação né do dia a dia né... correria né

D: o senhor acha que: é complicado cria:r filhos... num ambiente assim?

L: não entendi

D: o senhor acha que é complicado criar filhos aqui?

L: acho... não eh/ acho... atualmente eu acho... o meu já tá criado... o meu já tá com vinte e quatro ano... no início foi difícil mas a gente criou... mas aí na área aqui atualmente criar filho hoje em dia é difícil

((grito de criança ao fundo))

D: por quê?

L: vários motivo... eh educação como é que se diz eh... é a rua... vários motivo pra você ter filho hoje criar ele é difícil

D: mas... ruim em que sentido é muita despesa o custo de vida aqui é a:lto?

L: ((tosse)) isso é um deles... o custo de vida realmente aqui é alto e a/ a violência na rua a televisão ajuda MUITO esse negócio aí de toda hora aparece uma droga nova aí e sabe como é que é ... garotada na rua... quer... aí não é nem por ele de repente até pelos amigo dele que

00:02:35

faz aquela influência em cima dele então é difícil

D: o senhor acha que: lá em Sorocaba é mais tranquilo?

L: eu acho que a cidade é pequena né não é tão pequena que agora tá grande mas é:: mais fácil porque lá todo mundo se conhece... eu por exemplo lá quando é... eu ia lá passar as férias o meu sobrinho lá caía na rua já tava batendo lá na casa da minha irmã dizendo que meu sobrinho caiu na rua... aqui... se cair na rua ninguém fala nada... é muita diferença

D: o senhor acha que tem diferença entre: a infância/ sua infância por exemplo e a do seu filho?

L: tem... tem muita

D: o que o senhor pode destacar de diferente?

L: infância antigamente era/ tinha mais liberdade de andar na rua à vontade... não ouvia tanto esse negócio que a gente vê hoje aí

D: de que?

L: drogas... droga você vê aqui na esquina... o cara vendendo... maconha... cocaína... uma vez ali na cinco de julho eu passando ali na cinco de julho tinha um garoto fumando maconha... no meu tempo de moleque eu não via isso era raro ver isso

D: [e

L: [a gente ia pra praia jogava futebol tranquilo hoje chega na praia só vê maconheiro ali...[( )

D: [e brincadeira o senhor acha que tem diferença?

L: tá mais pesada hoje... tá mais pesada hoje que esse negócio do colégio aí esse eh... negócio de bater aí que nem os garotos brigarem naquele tempo a gente brigava mas era/ acabava o assunto hoje aquilo vai vai prosseguindo... o pessoal xinga um de gordo de careca... aí já sai querendo bater né?

D: e o senhor acha que as/ eh/ os pais eles... as crianças estão mais individualizadas não/ não brincam mais juntos e isso tem repercussões na formação social da criança?

L: tem... tem muito.... ((ruído no gravador)) hoje em dia tudo as brincadeiras por exemplo hoje é tudo eletrônica... no meu tempo era de carrinho de [você puxar =

LM: [((grito ao fundo)) Miguel

L: = né nem de carrinho tinha aqueles carrinho de plástico que a gente fazia de lata de ... de... como é que se diz?... de leite ninho... a gente fazia dois furo e saía puxando aquilo no meio da rua... era mais tranquilo hoje é tudo eletrônico hoje eh todo mundo entra aí entra nessas troço aí de computador aí fica jogando aqueles jogos violento ( )... e é tudo liberado... no meu tempo não tinha isso

D: antigamente tinha horário pra [brincar pra né? chegar em casa

L: [chegar em casa pra estudar e tudo hoje não

D: e seus filhos sempre respeitaram?

L: sempre respeitou graças a Deus

D: e o que que o senhor atribui essa boa educação que seus filhos receberam?

00:05:13

L: acho que já vem de berço né tanto do meu e o da minha mulher né então a gente já ( ) [praticamente a (criação antes)

D: [me parece não sei se é verdade que os/ muitos pais hoje até por trabalharem muito e tudo não participam muito da... da educação dos filhos né aqui por exemplo a gente vê muitas babás o senhor não acha que a estrutura familiar um pouco mudou?

L: claro

D: [como é que o senhor acho

L: [mas também isso é a/ a influência muito da televisão né a televisão ensina muita coisa né

D: [é verdade

L: [a televisão você vê a novela aí que o garoto tá xingando o pai... entendeu?... o garoto fica xingando o pai aí na novela que nem... homem com homem se beijando na boca... antigamente não tinha isso... mulher com mulher na novela hoje (tem tudo) isso na televisão mesmo botam violência na televisão... você tinha aquele horário pra ver televisão dormir estudar... brincar hoje é isso aí todo mundo fica na cara da televisão

D: tudo fica normal demais né?

L: vira rotina

D: entendi porque às vezes a gente percebe que mesmo quem tem um pouquinho mais estrut/ de: condição financeira melhor instrução mesmo assim você se envolve com droga

L: [envolve

D: [não é questão só de não ter de falta né?

L: oh/ oh/ eu vejo oh/ gente aí crianças mandando a mãe ia à merda... no meu tempo se eu faço isso ou meu filho faz isso com a gente... era um tapa que levava... e a mãe não faz nada ((voz ao fundo))... vai e tudo... não falam nada... no tempo da gente levava uma coça era aquela coça pra aprender... hoje não hoje tem até mães mesmo que sai rindo... acha aquilo bonito... entendeu?

D: e quando a mãe participa né? que muitas vezes trabalha o dia inteiro e o filho fica só com a babá

L: eh... nem é com ela

D: entendi e:: os seus filhos é:: pretendem também se mudar pra Sorocaba ou [acha tranqüilo criar aqui?

L: [não meu filho vai casar agora em março... né?... vai morar aqui na Domingues Ferreira

D: então ele não [tem pretensão de sair também

L: [não... já tá se formando esse ano se forma... aí ele vai casar em março e vai do/ vai morar aqui na Domingues Ferreira

D: é bom que tá perto do senhor né?... e:... por exemplo essa situação que houve recentemente até em Realengo e agressividade na esco:la... o senhor acha que isso acontece por quê?

L: eu acho que foi mais influência da televisão e essas briga que tá tendo atualmente em escola aí

00:07:49

D: [mas

L: [e tá um xingando o outro aí o... o outro não agüenta fica aquela briga o outro fica vendo na televisão... entendeu esses negócio aí dá aquelas loucura no cara... que aquele lá de Realengo aquilo praticamente foi uma coisa... ridícula né?... ridícula ele é/que/ se inspirou até nos muçulmano... entendeu?... troço ridículo e hoje e/ f/ ta fácil acontecer isso... todo mundo hoje o mundo aqui hoje em dia tá violento... antigamente você ficava conversando olhava pra uma pessoa... a pessoa não falava nada hoje tu olha uma pessoa daqui a pouco ela olha pra você e fala “o que que tu tá me olhando?”

D: eh... nós eu e LM sentimos isso um pouco hoje... nós precisamos fazer entrevistas e:: se a gente não se exp/ se explicasse bem e tudo inicialmente a pessoa ficava um pouco receosa a gente tinha que se apresentar dizer da onde a gente vinha as pessoas tinham um pouco de medo

L: eh hoje em dia tá assim o pessoal daqui a pouco ele olha pra você “por que tá me olhando?”... aqui veio uma freguesa foi ontem eh até ele riu aí... ela pagou dez reais ela me deu uma nota de vinte... e ela tinha dez reais na bolsa... eu vi ela tirando a carteira a carteira com dez reais aí falei pra ela “ a senhora não tem dez reais trocado?” “ah não tenho”

D: não queria ()

L: eh... aí eu fui dei o/ dois reais pra ela falei que ia ali fora trocar... os vinte reais pra dar os dez pra ela... “ué brincadeira uma firma dessa não tem dez reais?”... “oh minha senhora ( ) senhora não tem”... aí ela pegou me deu os dez reais

D: as pessoas estão um pouco impacientes [né?

L: [exatamente... agora o que que eu sei pra viver você é obrigado de vez em quando aturar isso... agora você não se mete deixa rolar... porque muita gente hoje em dia briga na rua e muita gente não se mete por causa disso... que acaba até sobrando pra você no caso... eu sou dessa seguinte política eu fico na minha já tou velho... fico na minha

D: e com relação a out/ um aspecto de Copacabana o transporte o senhor acha que o transporte daqui é bom?

L: oh na área de Copacabana eu só ando a pé

D: mas nas regiões próximas?

L: parece que melhorou agora com esse negócio dessa/ dessa... esse... essa via que eles fizeram aí na Copacabana tenho vis/ visto muita pessoa aí falar que tá bom... o ônibus passa aí direto praticamente tá: fluindo direitinho e tudo... eu praticamente difícil eu pegar ônibus nem sei quanto tá a passagem

D: as pessoas não são impacientes não respeitam aqui trânsito tudo direito tem não engarrafamento ônibus e o pessoal respeita bem?

L: ((tosse)) normal né? normal... ainda hoje até de manhã tava engarrafado não sei porque né deve ter havido alguma: coisa lá embaixo ah... normal

D: porque por exemplo... perto de onde eu moro eh estudante e idoso têm problemas sérios [(com os ônibus)

00:10:50

L: [ah isso é o: motorista de ônibus tem uns que fazem isso ((telefone toca))... aqui mesmo aqui em frente eu já vi fazer aí o/ o/ o idoso faz sinal o ônibus passa direto... entendeu? mas o outro vem atrás e pega... eh isso é educação né... [(respeito né?)

D: [mas então tem uma oferta grande pra poder depois [o outro pegar né?

L: [tem

D: e o senhor acha que em outras regiões do Rio acontece a mesma coisa [ou é diferente?

L: [acredito que sim... eu não (convivo) outras regiões assim como (convivo) pra Copacabana mas acredito que é a mesma coisa... pelo menos quando sai(o) aí vou pra Centro da cidade assim eu vou mais de metrô...eu vejo claro os ônibus passa direto... para no ponto ou dois ponto adiante... pelo menos eu vejo isso agora... eu quase não pego ônibus é difícil eu pegar ônibus... eu só rodo aqui em Copacabana mesmo quando eu saio eu saio aqui pra firma tem o carro aqui da firma... eu saio pra fazer entrega qualquer coisa pra ir buscar mercadoria eu pego o carro da firma e tenho o meu carro... eu quase não saio com o meu carro

D: porque que o senhor acha que tantas pessoas procuram aqui? eu pelo que eu percebi muitas pessoas vieram morar em Copacabana... ou vêm de fora pra trabalhar aqui... por que que o senhor acha que isso acontece esse/ essa centralização aqui? o senhor por exemplo não vai muito pra outros bairros fica sempre por aqui por que que as pessoas procuram sempre esse bairro?

L: ah não sei te explicar

D: será que sei lá economi:a?

L: eu acho que é bom pelo que eu/ Copacabana é mais caro que qualquer outro lugar... até peça de/ de/ de carro qualquer coisa que eu quero comprar eu vou comprar no subúrbio eu não compro aqui... que aqui é tudo mais caro... eu adoro uma cerveja... aqui a cerveja é quatro conto lá no subúrbio é três e cinquenta... três e vinte... aqui realmente tudo é caro... agora eu não sei eu por exemplo eu não saio de Copacabana convivo aqui a muitos anos... sou pescador dia de domingo eu vou pra praia pescar fico ali pescando sábado a noite fico pescando... eu convivo aqui na área... só saio assim em último caso mesmo... uma força especial uma ocasião um aniversário... uma festa que eu tenho que levar a minha mulher ou tenho que levar meu filho ou tenho que ir com o meu filho qualquer coisa... é raro eu sair de Copacabana

D: entendi... e: lazer como é que é tem uma oferta grande que tipo de lazer vocês procuram [aqui?

L: [pra mim é só praia... [ é só praia ( )

D: [e as pessoas de modo geral?

L: pra mim aqui é praia noventa e nove por cento é praia

D: mas não tem sei lá teatro cinema?

L: o cinema em Copacabana que tinha tudo acabaram neh... só tem o roxy se não me engano... antigamente tinha muito cinema agora ()... cinema é tudo pra fora é Rio Sul é:/ é Gávea no bairro mesmo acabou cinema

0013:42

D: mas as pessoas têm condições de ter acesso a:... a tea:tro cinema e tudo ou... ou não? ((telefone toca))

L: têm... ter têm agora é só ter vontade de ir que eu não tenho vontade... mas (só ter vontade de ir)

D: e há uma integração... ou não o que o senhor acha so/ sobre as pessoas que moram mais em comunidades e as pessoas que moram mais perto da praia?

L: não sei

D: o senhor cuida lida com o comércio o senhor tem todo tipo de público? como é que é o trabalho aqui?

L: tem público aqui tem todo tipo de público mas... oitenta por cento da freguesia aqui minha é:: da Zona Sul é Gávea... Jardim Botânico... Ipanema... Leblon... Zona Norte é raro

LM: ((voz ao fundo)) aí irmão vai demorar aí?

L: um pouquinho

D: mas e em comunidades assim nesse/ nos morros assim e tudo [assim o pessoal?

L: [tem pô tem freguês aí de cima do morro ( )... pode atender o telefone?

D: pode claro

L: ((ao telefone)) oi? ahn... ela/ ela já falou que já terminou comigo que eu sou muito chato... tchau... tchau... ela falou que tem um lá já te esperando lá

D: ah: tudo bem é só acabar aqui o seu eu vou lá/ então mas é o senhor atribui mais o pessoal procurar a praia aqui né turista?

L: ah na época de festa aí carnaval... eh:... feriados assim dá assim muito turista próprio turista brasileiro em feriado fica uma doideira aí dá muito... paulista... tudo vem pra cá

((vozes ao fundo))

D: final de ano... =

L: final de [ano

D: = o senhor... costuma passar as festas aqui? [praia essas coisas?

L: [em casa tomando meu vinho quietinho

D: [((risos))

L: [pra tu ver não tenho tem saco de ir mais à praia

D: mas já gostou?

L: já fui muito

D: tem alguma história assim que o se/ [o senhor queira contar?

L: [não (fazem) dez anos que eu parei de ir... aí nunca mais fui... tem dez anos que eu não vou mais à praia mais ou menos isso... tem uns dez anos por aí... eu não vou a/ a minha mulher vai meu filho ia a minha mulher com o meu filho entendeu eh na época que o meu filho devia ter uns quinze ano minha mulher ia numa boa o meu negócio era ficar dentro de casa... pegava meu vinhozinho ficava em casa vendo televisão eu alugava filme ficava vendo meu filme... e pronto

D: bem sossegado bem tranquilo né?

00:16:03

L: eh

D: e a rede saúde aqui da Zona Sul de modo geral o senhor acha que é satisfatório o que que o senhor acha?

L: pra mim é bom que eu tenho plano de saúde né... que é o Copa D’Or aqui né... agora tá pra essa UPA aí abri eu acho que pra mais de seis meses pra abrir essa UPA e não abre... agora quanto a mim eu tenho plano de saúde

D: o senhor acha que faz toda diferença

L: ((tosse))

D: [tem diferença =

L: [tem muita diferença

D: = ter e não ter?

L: tem que eu já co/ socorri amigos aí já fui na... no Miguel Couto ali na... na Gávea pô ridículo aquilo... já fui com uns amigos/ com amigos naquela UPA ali de Botafogo também ridículo

D: o que que acontece lá? como é que é?

L: é mal atendido é espera... entendeu fica lá esperando... bota um lá pra dentro você não tem notícia... você não sabe o que tá acontecendo você quer saber não sabe ninguém te informa nada... é ridículo hospital hoje... municipal federal... do governo é ridículo... por isso que eu tenho plano de saúde

D: e... o senhor acha que as pessoas aqui de um modo geral têm condições de ter?

L: olha tem muita gente que não tem condições mas tem que ter... entendeu?... tem muita gente que não tem condições mas é obrigada a ter... pela saúde né... eu acho isso tem muita gente que não tem condições de pagar um plano que é um absurdo

D: [é verdade

L: [plano é caro... ( ) mas é obrigado a ter porque vai co/ recorrer a um Miguel Couto vai apodrecer lá... vai num Copa D’Or é atendido rapidinho... a vantagem é essa

D: então o senhor acha que tem me/ eh se a pessoa consegue pagar um plano ele consegue ter um retorno de um bom atendimento?

L: no plano de saúde sim... né no plano sim né... agora (também) depen/ depende dos plano que já ouvi falar que tem muito plano safado aí... a gente aqui é Bradespar

D: ah o melhor [né=

L: [eh

D: = por isso que o senhor nunca teve problema ((risos))

L: ((riso)) sendo que é mil e pouco... mas a família toda

D: por isso que o senhor nunca teve problema [né ((rindo))

L: [exatamente... sempre fui eh tratado... eh primeira segunda classe mas sempre foi rápido que é aqui o Copa D’or antigamente a gente ia muito no São Lucas e agora a gente tá no Copa D’Or... agora do Estado mesmo do governo é uma... pouca vergonha danada

D: e se o senhor viajar e tudo o senhor tem assistência?

L: tem

00:18:28

D: [já precisou?

L: [( ) ... não... fora não

D: e... um outro aspecto que eu queria saber do senhor... (agora) já encaminhando assim pra poder liberar é: sobre a educação... o senhor acha que tem diferença entre a educação pública e... particular?

L: tem

D: que diferença?

L: meu filho por exemplo sempre foi colégio pago... eu tive um filho que/ eu perdi um filho... e ele tava no colégio municipal... por causa das drogas

D: e tinha todo um amparo em casa né?

L: ele se perdeu pro negócio de drogas... ((voz ao fundo)) e o outro tá aí o Rafael de vinte e quatro anos sempre foi colégio particular... e o outro também tinha colégio particular... mas ele cismou de estudar no Alencastro Guimarães aqui em Copacabana ali no (Arco Verde)... e aí ele começou a se meter se envolver com negócio de droga

((vozes ao fundo))

D: e... o senhor acha que... esse problema: não afetaria colégio particular ou... [depende muito da pessoa

L [talvez a droga/ talvez a droga afetaria colégio particular mas... como é que se diz? camuflado vamos dizer assim mais escondido não escanca/ es-can-ca-ra-da-men-te no colégio municipal... que no colégio municipal não é só a droga também que existe... é não tem professor... entendeu? tem muita gente que... falta aula ou co/ a diretora o professor nem reclama no/ no pago... faltou já tão te ligando... “oh teu filho não tá aqui no colégio”... entendeu a diferença é essa

D: e o senhor acha que essa situação pode mudar? pode melhorar?

L: com esses governante aí eu acho que não... eu tou querendo um carro daqueles que eles vão ganhar lá... eu quero um carrinho daquele... pelo jeito não os cara prefere ter um carro do que botar esse dinheiro todo que eles vão botar aí ao invés de botar numa saúde numa educação num transporte não querem... querem o carro eu quero um carro daquele também

D: e o que que o senhor acha desse resolução que eles tão querendo... aprovar de... filho de político estudar em colégio público?

L: ((riso))

D: será que dá jeito?

L: eu acho que não(tudo safado)... você é filha de político é?

D: não... não tenho nada a ver com [política

L: [tudo safado... eu não voto há/ tem dois anos que eu não voto em ninguém duas/ duas eleições que eu não voto em ninguém... não voto em ninguém... porque é tudo safado... é tudo safado... enquanto num não melhorar essa política não voto em ninguém

D: mas alguém vai entrar será que não é melhor votar?

00:21:07

L: ou ele vai remar pro lado contra a correnteza? doze remando ali e ele sozinho alí... vai ser difícil... se mudar eu acredito mas por enquanto

D: e essa nova... presidente aí será que o senhor [tem/=

L: [(não) tenho muita esperança não

D: = algum otimismo/ esperança?... [como é que o senhor acha que vai?

L: [o Lula quando eu votei nele e começou:... nossa... essa Dilma até agora tá com que?... cinco meses né... esperar mais um pouco pra ver o que que ela faz

D: o senhor acha que... a situação que o senhor teve/ ido/ lidou quan/quando foi trabalhar só que o senhor seguiu uma carreira um pouco parecida com seu/ com seus pais né de comerciante seu filho por exemplo que deve seguir uma carreira diferente... eh... o senhor acha que teve mais prob/ dificuldade pra começar a trabalhar e tudo?

L: ((tosse))

D: o senhor acha que o mercado de trabalho tá/ tá acessível como era antigamente ou como é que tá hoje?

L: aí eh... o negócio meu filho por exemplo ele deu uma sorte ele pegou o primeiro emprego... ele já tá no emprego já há cinco anos... foi negócio de seguro rastreamento de carro aquele negócio todo ele entrou lá e já tá lá há cinco anos... até agora eu acho que agora ele é supervisor um negócio assim lá... eu no meu tempo de garoto eu não trabalhei sempre como comerciante eu no meu tempo de garoto eu fui Office boy aquele negócio todo mas era aquela... trabalhava aqui depois ia pra um outro depois ia pra um outro e ia pra um outro... entendeu? o único emprego que eu consegui ficar mesmo foi aqui na... na Roberto Simões presentes que eu fiquei quinze anos lá... depois eu vim pra cá que isso aqui é tudo parente... aí eu vim pra cá... mas aqui eu já tou há uns vinte ano aqui... aí eu não tive muita dificuldade assim de emprego HOJE eu sei que é difícil emprego... ah é questão de saber né porque... tem muitos brasileiro aqui que adora trabalhar muito né sabe como é que é... tem emprego mas não quer trabalho né

D: tem uns que querem não tem

L: uns querem um trabalho mas não tem emprego... hoje tá assim

D: entendi e policiamento aqui ( ) seguran/

L: aqui do lado

D: como é que (foi)?

L: o batalhão é aqui do lado

D: e funciona?... [se o senhor comparar com o =

L: [( )

D: = Rio de janeiro inteiro o senhor acha que é uma estrutura que funciona?... ou problemática? esse/ esse recentemente esse... essa organização toda das forças armadas pra combater aí [esse será que funcionou?

L: [você tá falado então em [geral né =

D: [é

00:23:39

L: = eu tou falando da Zona Sul

D: eu quero pensar aqui e comparar aqui com outros lugares o [que que o senhor acha?

L: [parece que funcionou aí com esse negócio aí deles pegar esse Morro do Alemão... parece que tá funcionando agora vamos esperar mais um pouco né se entrar outro governante e tira tudo?

D: então tudo depende do governo

L: entra um... um Cabral Sérgio da vida e tira tudo o que o Sérgio Cabral fez... (o problema é esse)

D: mas aqui ainda dá pra sair de no:ite?

L: dá... ah e/ eu saio pra mim é tranquilo... pelo menos não tenho problema que é aquilo que eu tou te falando se eu for sair aqui vou ter que (dar uma descida pra aqui)... vou comprar um remédio pra casa ali na Peixoto... vou comprar uma pizza lá pra casa então eu só saio aqui na área... como eu moro aqui muito tempo todo mundo aqui me conhece... agora talvez pra fora assim eu pensaria duas vezes em sair... se eu tiver que ir numa festa lá no... no LEME... eu pensaria duas vezes em ir... aqui na área eu saio à vontade

D: eh porque eu tou/ através da ((telefone tocando)) sua opinião / o senhor quer atender?

L: (arte palha... arte palha) ela tá terminando aqui já vai subir cara... pô... então já vou falar com ela... tchau... é que o cara tem hora pra sair

D: ah tá... então assim só pra... concluir... eu queria saber se o senhor convive apesar de sempre... ficar/ sair... lidar com pessoas da região... mas o senhor falou por exemplo que já teve ( ) família em outro estado e tudo... eu queria saber se o senhor já notou algum eh forma de tratamento entre as pessoas daqui e de outras regiões... maneira de falar alguma coisa assim?

L: acho muito né eu sou paulista paulista fa/ já fala diferente... às vezes quando eu vou muito em Curitiba curitibano já fala paranaense já fala diferente... entendeu?... e aqui aqui eh como aqui é uma mistura tem muita

D: é bem [diversificado

L: [é

D: mas o senhor consegue perceber uma diferença entre os jovens ou entre o pessoal mais

L: é porque eu só [converso com =

D: [com mais idade?

L: = coroa eu não tenho saco pra conversar com jovem não ((risos))

D: você tá conversando agora ((risos))

L: não... você é claro não... mas eu tou falando eu assim mais pra/ mi/ mi/ minha amizade é mais coroa... né a turma do futebol bate um futebol toma uma cervejinha então a minha eh amizade é essa só... o papo é só [entre os coroas

D: [o senhor pratica futebol aqui?

L: não não posso mais

D: mas praticava [né?

00:26:12

L: [praticava... eu jogava muita bola aí na praia...[agora

D: [tinha uma turma certa?

L: tinha tinha até a turma dos velho aí tudo jogava bola comigo até hoje tem aí... tem até uns filho duns amigo meu que joga bola lá no Rachão que a gente chama que a gente jogava todo domingo dez hora da manhã... agora eu não jogo mais nada... nem bolinha de gude

D: ((risos)) e o seu seu filho tem o mesmo ritmo... [freqüenta?

L: [não meu filho é quietão... esse meu filho ele é quietão... ele eh se/ segunda a sexta trabalhando... sábado trabalhado e estudando faculdade academia e tudo e sábado e domingo ele fica com a noiva... que a noiva também trabalha de segunda a sexta sábado e domingo os dois ficam junto aí ficam em casa ele vai pra casa da mãe dela... ficam aí sai viaja assim mas é só os dois

D: entendi então é bom porque é tudo em família né?

L: fica tranquilo

D: evita problemas... tá longe dele o senhor nem conhece né?

L: não

D: então tá eh e... dentre esses sotaques aí esses ma/ modos de falar que o senhor destacou tem algum que o senhor acha bonito ou não goste?

L: paulista

D: por quê?

L: eu sou paulista

D: ué mas o senhor que ir morar lá ué

L: ((risos)) então paulista... eu não faço muito

D: o senhor já foi a Portugal ou conhece alguém de lá?

L: conheço... meu sogro aqui é português... meu avô era português... minha mãe é filha de português... meu nome já tá dizendo tudo aí oh LM... tudo português

D: e o senhor gosta da cultura de tudo lá?

L: se eu já fui em Portugal?

D: eh se o senhor gosta deles dizem que eles não entendem [muito piada

L: [eu gosto eh mas sacaneio eles o dia todo... o meu sogro aqui eu sacaneio ele o dia todo

D: por exemplo... o que o senhor fala pra ele?

L: o LM... você não conhece o LM lá em cima?

D: não [conheço não

L: [(o que trabalha com a LF)... é o síndico lá... eu sacaneio ele falo “ora pois pois” hoje mesmo tava com ele falando lá ah vou comprar um vidro pra aquele ali eu falei não o vidro tá ali cara não vou me ( ) a vida toda não... aí fala sacanagem a gente brinca aí se é neto dele a gente brinca sacaneia... esse é o dia a dia

D: ah beleza então... poxa brigadão mesmo

L: nada qualquer coisa não pega meu telefone não

D: tá bom ((risos)) [obrigada ((telefone toca))

00:28:28

L: [vai lá que a LF disse que o cara tá apavorado doido pra ir embora

D: ((risos))

L: senão tu vai perder ehn

D: [não eu tou indo

L: [arte palha... não ele... vêm cá ()

D: obrigada

LM: obrigada tenha um bom dia

00:28:40

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