I – Breve História do Jornalismo



Introdu??oNo caso Português poderemos afirmar que, nos dias de hoje, n?o teremos uma publica??o de índole generalista e distribui??o diária no campo do tabloidismo, visto que o 24 Horas fechou as suas portas a 29 de junho de 2010 conforme se pode ler no Jornal i e no Jornal de Notícias. Como se podia ler na sua última capa, “Os trafulhas já podem descansar. Os políticos já podem prometer o céu. Os famosos já podem acumular dívidas. Os atores já podem trocar de namorada todos os dias. A partir de amanh? o 24 Horas já n?o estará cá para contar tudo”. Num espectro sensacionalista o 24 Horas seria o mais sensacionalista no mercado português, podendo mesmo ser confundido com um jornal tabloide.A próxima publica??o na linha de sucess?o será o Correio da Manh? embora n?o se centre exclusivamente em casos de esc?ndalo (político e sexual) e da vida dos famosos. Este jornal publica também bastante informa??o com índole política e económica, assim como diversas notícias diárias no campo do desporto, entre outras.Neste sentido, e devido à falta de investiga??o, em Portugal, sobre publica??es mais populares surge ent?o a hipótese e a ideia de se efetuar um estudo académico no seio destas edi??es, visto que esta área de estudo tem vindo a ser negligenciada. Na realidade, um pouco por todo o mundo, a maior parte das investiga??es surgem como contraponto entre publica??es de referência e as de índole mais popular. Desta forma, sob orienta??o e conselho da Prof. Doutora Helena Lima surge a oportunidade de se efetuar um estudo comparativo na área do jornalismo popular entre duas realidades jornalísticas distintas, Portugal e os Estados Unidos. No campo dos periódicos generalistas de difus?o nacional temos ent?o os objetos de estudo da presente tese, no caso Português afigura-se ser o Correio da Manh?, e no caso Norte-Americano temos o USA Today.Perceber que temas e que editorias s?o destaques de primeira página é um dos objetivos a que este projeto de investiga??o se prop?e, assim como, perceber se, em pleno séc. XXI, as publica??es populares continuam a usar a fórmula ‘sexo, sangue e violência’ como fórmula para o sucesso das suas publica??es. Visto que têm sido estas publica??es que n?o têm diminuído as vendas dos seus jornais. Muito pelo contrário, têm aumentado as suas quotas de mercado.Numa segunda abordagem, tendo em conta que “n?o se existe” se n?o se estiver presente na Internet, perceber que temas e, novamente, que editorias est?o presentes nas edi??es online destes dos jornais. Assim como perceber de que forma a intera??o vers?o impressa e ciberjonalística interagem – shovelware.I – Breve História do JornalismoThe newspaper was, after all, the most widely distributed on single-issue printed products, it was increasingly affordable, relatively easy to read and set the agenda for public debate on a daily basis. (Franklin, [1997]: 7-8)Mesmo encontrando-se o jornalismo, desde meados dos anos 80 do século passado, em crise (no campo das vendas), esta profiss?o e área de estudo têm mostrado uma enorme capacidade de reformula??o e de moldagem.Jorge Pedro Sousa (2006:144) defende que “as pessoas, através dos séculos foram aprimorando a arte de contar histórias e novidades e também a arte de transmitir fidedignamente essas histórias e essas novidades aos seus semelhantes”. A inven??o da escrita e dos seus suportes vieram potenciar esta transmiss?o de informa??es, sendo que as cartas e as Atas Diurnas, vieram instituir “uma espécie de jornalismo pré-tipográfico” (ibid.: 145).Apenas no século XV surgem, em território Europeu, as folhas volantes ou ocasionais, e no séc. XVI as gazetas. Neste período, os níveis de literacia eram muito baixos fazendo com que as notícias fossem lidas em público e por pessoas que cobravam para o fazerem.Embora, ainda de acordo com Sousa (ibid.: 146), a tipografia com carateres móveis já existisse antes, foi com as inven??es de Gutenberg – cria??o de carateres móveis através do metal fundido – na década de 40 do séc. XV que a difus?o mais alargada de histórias e de estórias se veio a materializar.N?o é consensual entre os historiadores qual terá sido o primeiro jornal impresso, no entanto, pode referir-se que, durante o séc. XVII, os jornais (impressos e manuscritos) se foram tornando comuns por toda a Europa. A título de exemplo, o Mercure Fran?ais é instituído, em Fran?a, em 1611 e o Weekly News em 1622, em o forma de combater o poder e a for?a que a imprensa come?ava a adquirir, os governantes come?aram a sentir a necessidade de controlar as publica??es periódicas, atribuindo licen?as a pessoas da sua inteira confian?a. Sob o domínio do Cardeal Richelieu, a Gazete de France é criada em 1631. (LIMA:2008, 435) Carlos II dominava a London Gazete, que terá sido “lan?ado pouco depois” da sua homóloga francesa (SOUSA, 2006: 147). Portugal vê a imprensa periódica surgir por volta de 1641 com uma publica??o “conhecida simplesmente por Gazeta”, este jornal tinha um número anual. (ibid.)Leipziger Zeitung assume-se, em 1660 na Alemanha, como o primeiro jornal diário generalista do mundo. Por contagio do Velho Continente, surge em 1690, em Boston, o Public Occurrences Both Foreign and Domestic que, na realidade, devido às autoridades brit?nicas, é fechado cerca de 4 dias depois. Só em 1704 é que o Boston News-Letter o vem substituir. Desta vez em Inglaterra, pelas m?os de Elizabeth Mallet, em 1702 surge o Daily Courant, uma simples folha de papel. (ibid.: 147-148)Segundo o site e Jorge Pedro Sousa (2006: 148) foi com a inven??o da prensa mec?nica de Koning, em 1911, que se passou a produzir um número elevado de cópias a um pre?o baixo. Koning (ou K?nig) introduziu nas máquinas de impress?o a energia a vapor e o movimento rotativo.De acordo com Sousa (ibid.: 148-149), embora a Gazeta de Lisboa já existisse, foi em 1809 que esta e o Diário Lisbonense se transformaram nos primeiros jornais diários portugueses. No entanto, apenas em 1864, com o Diário de Notícias, Portugal entra na modernidade do jornalismo, rompendo-se a tradi??o com o jornalismo opinativo em detrimento da “imprensa informativa de qualidade”.No entender de Marques Melo (cit. in SOUSA, 2006: 149), foi devido à deslocaliza??o da Família Real Portuguesa para o Brasil, em 1808, que se veio a promover o desenvolvimento da imprensa no Brasil. Até aí, o Brasil afigurava-se um “país analfabeto, rural, pouco urbanizado, em que a sociedade se dividia, essencialmente, entre escravos negros e grandes proprietários”.– O Jornalismo e a sua din?mica empresarialDesde cedo e como forma de o jornalismo se desvincular do poder político, o jornalismo teve necessidade de se ir adaptando e moldando de forma a informar o público o quanto mais imparcialmente possível.“No início do séc. XIX, a imprensa dominante era a imprensa opinativa ou ideológica, também designada por party press, ou imprensa (...) político-noticiosa” (SOUSA, 2006: 149). A falta de informa??o, a pouca alfabetiza??o, assim como a multiplica??o de movimentos políticos e ideológicos, ter?o contribuído para a politiza??o dos públicos e o manter da produ??o noticiosa (ideológico-política) direcionada para “uma elite burguesa ansiosa por participar no processo decisório”.Segundo Lima (2008: 431), durante o século XIX, a imprensa materializou-se numa din?mica de jornalismo empresarial. A maior velocidade de circula??o de informa??o potenciada pelo telegrafo permitiu a constitui??o de agências noticiosas, e a melhoria das máquinas de impress?o, assim como a consequente baixa do pre?o do papel e dos químicos, permitiram uma dilui??o do pre?o dos jornais.Para Gripsrud (1992: 84) e Lima (2008: 431), o aumento da literacia e o crescimento das classes trabalhadoras urbanas do final do séc. XIX provocou uma expans?o nos mercados jornalísticos, tendo em conta que esta popula??o procurava material de leitura barato com o intuito de se manter informada. De acordo com Lima (ibid.) as notícias deixaram de ser produzidas e orientadas para elites sociais e políticas, sendo que a liberdade de pensamento e de express?o permitiram o abarcar de novos temas para a esfera dos jornais. O crime, a justi?a e os acidentes passaram também a ser destaque na Primeira Página.Williams (cit. in FRANKLIN, 1997: 7-8), fundador do que veio a ficar conhecido como os Estudos Culturais Brit?nicos, refere que, embora os jornais tenham sido originalmente cria??o da classe média, outros tipos de imprensa retratando “diferentes bases sociais de classes trabalhadoras também emergiram”. Ao longo dos tempos e até aos dias de hoje, a lógica de produzir jornais alterou-se em fun??o de fatores externos (baixa de pre?os e maior facilidade comunicacional transfronteiri?a) e internos (condicionalismos da génese noticiosa e inclus?o de novos temas para a esfera jornalística) com o objetivo de se venderem mais jornais, atingindo-se assim um maior número de pessoas. (LIMA, 2008: 432)Das altera??es mais significativas no campo da produ??o noticiosa foi o redirecionar das narrativas, passando de um espa?o quase exclusivo de opini?o, para uma valoriza??o do factual. Segundo Sousa (2006: 150), o jornalismo moderno que tinha surgido no séc. XVI-XVII foi reinventado, gradualmente foi-se abandonando o jornalismo opinativo, instituindo-se, em meados dos anos 30-40 do séc. XIX, o facto como cerne desta nova tendência.Devido às agências internacionais come?a a haver uma maior preocupa??o e cobertura de situa??es do além fronteiras e a reportagem passa a assumir um lugar de destaque. Os tribunais e as esquadras de polícias passaram a ser locais obrigatórios de passagem por parte dos jornalistas, sendo lá que obteriam dados e informa??es para escreverem as suas estórias. (LIMA, 2008: 432)A forma de escrita foi sendo cada vez mais simplificada, quer pelo uso de vocabulário e express?es mais entendíveis, quer pelo uso de frases curtas, assim como, a pir?mide invertida foi assumida como estrutura narrativa por excelência (organiza??o da informa??o que se mantém até aos dias de hoje).Para Jorge Pedro Sousa (2006: 146) surge a no??o de periodicidade devido às compila??es de estórias noticiosas de “várias folhas volantes e gazetas ocasionais feitas por alguns empreendedores”. Estas compila??es inicialmente anuais e semestrais, passaram rapidamente a surgir de forma mensal, quinzenal e semanal. Na Alemanha do séc. XVII chegaram mesmo a existir gazetas diárias. No entanto, Lima (2008: 435) refere que 1631 é o marco da institui??o da periodicidade jornalística com a Gazette de France. Este periódico come?ou a investir na previsibilidade das publica??es como contraponto à disponibiliza??o dos jornais de forma inesperada. Desta forma iniciou-se no campo do jornalismo uma rela??o entre estes primeiros periódicos e os seus públicos.Claro está que com compromissos assumidos com o público institui-se um outro conceito que vem ao longo dos tempos condicionar o processo de produ??o noticiosa, principalmente nos jornais diários, os deadlines. Aliás, cumprir as datas limite era imprescindível para que os jornais pudessem ser impressos de forma a estarem prontos para serem vendidos nas datas pré-estabelecidas.O tratamento noticioso dos factos do dia a dia, a periodicidade cada vez mais frequente das publica??es e a “propaganda dos preg?es dos ardinas” fez com que os públicos se fossem fidelizando. (ibid.)Entre 1770 e 1830 conseguiu estabelecer-se o jornal de Domingo. Na realidade, o jornal popular de Domingo, tornou-se um verdadeiro costume brit?nico devido a sua folha de esc?ndalos. (FRANKLIN, 1997: 8) No entanto, o sensacionalismo nos media n?o é novidade. Na verdade, segundo Pacheco (2005: 11), “desde o século passado os meios de comunica??o têm explorado acontecimentos com conteúdos mais apelativos, com matérias capazes de emocionar ou escandalizar”. Aliás, de acordo com Marshall (cit. in PACHECO: 2005: 11), “ainda nos tempos pré-imprensa, a fórmula ‘sexo, sangue e violência’ já era ingrediente que atraía a curiosidade”. E como a curiosidade rege a vida do ser humano, Pulitzer traz para o jornalismo o conceito do “continuidade, continuidade, continuidade”, fazendo que, com processos de follow up, os “leitores persistissem [ainda mais] na compra de diários”. (LIMA, 2008: 433)Neste campo, para além do recurso à reportagem, come?ou também a ser gradualmente usada a “crónica negra”. Este tipo de escrita, que imprimindo uma vis?o pessoal do escritor, recaía muitas vezes no campo do sensacionalismo. Foi aqui que, William Randolph Hearst come?ou a explorar a emotividade na escrita, tendo-se tornado este novo estilo o “principal trunfo do yellow journalism”. No entanto, a fideliza??o dos públicos por parte das publica??es n?o se ficou por aqui, sendo que, estes eram atraídos, cada vez mais, pela diversidade temática e pela especificidade da informa??o. Neste sentido, houve necessidade de se investir em informa??o centrada nas quest?es da lazer, de índole desportiva e direcionada para o público feminino. De acordo com Brito (2010: 5) “a expans?o da imprensa a novos públicos teve reflexos consideráveis na fórmula dos jornais”, sendo que, isto é observável pela diversidade de novos títulos e géneros que v?o entretanto surgindo.A “lógica empresarial que se alicer?a nas vendas e nos anunciantes” (LIMA, 2008: 433) assume-se como a base do jornalismo, desde bastante cedo. Neste sentido, as publica??es que mais vendem s?o também aquelas que conseguem atrair mais anunciantes por conseguirem chegar a um público cada vez mais largo. Segundo Sousa (cit. in BRITO, 2010: 5) os jornais produziam cada vez mais conteúdos multifacetados promovendo assim o interesse humano pelas publica??es. Desta forma, a lógica empresarial atual tem de ser lida em três vertentes, “a estrutura organizativa que produz as notícias, a componente económica e o público que as consome” (LIMA, 2008: 433). No entanto, Sigal e Ganz (cit. in ibid.) aludem para o facto de os fatores economicistas dos processos de produ??o noticiosa possam vir a influenciar negativamente o produto jornalístico final – a notícia.“For most organizations the primary goal is economic, to make profit. Other goals are built into this overarching objetive, such as to produce a quality product, serve the public and achieve professional recognition” (SHOEMAKER & REESE cit. in LIMA, 2008: 433)Como contraponto a esta vis?o everything goes do jornalismo onde assentam as publica??es de índole mais popular, surge uma outra vertente, com mais rigor, com mais seriedade. Teremos ent?o na história do jornalismo, de um lado, os jornais chamados de referência, e do outro os mais sensacionalistas.Segundo Cohen (2000: 8), o sensacionalismo nos média foi já catalogado de diversas formas, entre elas, “penny press, yellow journalism, jazz journalism, tabloid journalism” e, até mesmo, “tabloid TV” ou “Internet gossip”. Claro que estamos a falar de conceitos que se cruzam, mas também de conceitos que se distanciam ligeiramente, devido ao grau de penetra??o desse mesmo sensacionalismo nas diversas publica??es.Na história do jornalismo, de acordo com Lima (2008: 434), conseguiu-se encontrar um equilíbrio dentro dos públicos que procuram os jornais, de entre o espectro da diversidade, s?o produzidas mundialmente publica??es da mais sóbria à mais tabloidista. Desta forma, exemplos como o The New York Times ou The Washington Post embora encontrando-se também explorados numa din?mica de “make money for the owners” (LACY & RIFFE cit. in ibid.) assumem-se como publica??es de referência. Mantiveram-se com uma coerente linha editorial e claro está dirigidos a um público a um público relativamente restrito, mas fiel, o que lhes “assegurou (...) uma dura??o transecular”. N?o se quer afirmar com isto que n?o tenham sofrido altera??es e adapta??es, no entanto, sem deixarem de lado as suas identidades.De acordo com Albert & Terrou (cit. in BRITO, 2010: 5), “um dos elementos que caracterizam esta transforma??o no conteúdo e estilo dos jornais é a crescente diferencia??o dos tipos de diários – jornais populares e jornais de qualidade”. – Evolu??o de duas realidades jornalísticas diferentes: Portugal e Estados UnidosAs realidades jornalísticas surgem e (re)afirmam-se pelas influências que têm vindo a sofrer por parte da Fran?a, Inglaterra e Estados Unidos. No entanto, cada país vai absorvendo as influências externas ao seu ritmo. Neste sentido, tendo em conta a evolu??o da história do jornalismo que assenta na industrializa??o e democratiza??o, podemos afirmar que, “analisar a imprensa escrita é, antes de tudo, relacioná-la com as sociedade que a abrigam e lhe d?o identidade”. (BRITO, 2010: 4)O séc. XIX é ent?o o marco histórico para o surgimento das primeiras publica??es de índole mais popular e sensacionalista devido à industrializa??o das sociedades ocidentais que trazem para as cidades indivíduos que queriam manter-se informados.Já no final do séc. XIX, inícios do XX, o consumo de jornais era um dado adquirido nos países ocidentais industrializados, tendo-se mesmo atingido públicos inimagináveis devido à quantidade de publica??es das mais diversas índoles, desde a mais sensacionalista às de referência. Tendo em conta, claro está, que as primeiras publica??es, destinadas a elites políticas e sociais, seriam as chamadas de “qualidade”.Algo que distingue fundamentalmente a imprensa destes dois países é a existência de apenas um código deontológico em Portugal e a existência de vários nos Estados Unidos. Devido à Primeira Emenda da Constitui??o Norte-Americana, os jornalistas poder?o, no limite, publicar qualquer tipo de informa??o, mesmo que esta n?o tenha sido verificada. Esta será sem dúvida uma das grande diferen?a entre os jornais de referência e os chamados jornais sensacionalista ou tabloidistas nos Estados Unidos, visto que, como já referido, publica??es como The Washington Post ou The New York Times terem mantido uma conduta jornalística exímia. – A imprensa nos Estados UnidosA realidade jornalística americana marcou, sem dúvida, os moldes da produ??o noticiosa popular no mundo. Para além de o jornalismo sensacionalista, na verdadeira ascens?o da palavra, ter sido de formula??o norte-americana, tiveram também uma conjuntura perfeita no que respeita à ausência de censura ou, neste caso, a uma liberdade de express?o assegurada pela Constitui??o. Segundo Antunes ([s.d.]: 8) os Códigos Deontológicos dos Jornalistas surgem nos Estados Unidos em meados de 1910. Até aí a explora??o dos meios de comunica??o em massa eram regidos pelos auspícios da Primeira Emenda da Constitui??o Norte-Americana, relativa à liberdade de express?o e informa??o. No entanto, n?o existe apenas um código, e os primeiros surgem mesmo dentro de algumas publica??es de média e n?o por parte de todo um setor como forma de uniformizar as suas práticas profissionais, como de resto aconteceu em Portugal.Já em 1910 os EUA tinham em circula??o no seu território “cerca de 2.430 diários com uma tiragem total que ultrapassava os 24 milh?es de exemplares”. (ALBERT & TERROU cit. in BRITO, 2010: 6).? nesta altura, por influência de Hearst e Pulitzer, que surgiu, segundo Brito (ibid.), “o chamado ‘Novo Jornalismo’ ”. Campbell (2001: 151) refere que a competi??o entre o New York Journal de Hearst e o New York World de Pulitzer vieram estabelecer os contornos do que em 1897 ficou conhecido como Yellow Journalism.De acordo com Sousa (cit. in Brito, 2010: 6), este ‘novo jornalismo’ caracterizava-se pelo baixo pre?o, a linguagem entendível, os títulos eram real?ados como forma de destacar as notícias (principalmente as mais sensacionalistas), havia já uma preocupa??o com um formato manuseável, sendo usado um design que, conjuntamente com a fotografia que catalogava as pe?as, era apelativo. A entrevista passa a ser popularizada com género, havendo também no seio das linhas editoriais uma preocupa??o com a autopromo??o, com a profissionaliza??o dos jornalistas, assim como uma gest?o comercial que permitia sucessivas inova??es tecnológicas. O jornal de domingo era de certa forma explorado, por se entender ser o dia em que as pessoas descansadamente teriam mais tempo para disfrutar das notícias que compravam.Brito (ibid.) refere que o New York Journal e o New York World travavam entre si uma batalha pela cativa??o dos seus públicos, tendo até sido os responsáveis pela introdu??o, nas práticas jornalísticas populares, das inova??es e dos excessos.– A imprensa em PortugalEm Portugal, assim como nos restantes países do mundo, o jornalismo come?a a desenvolver-se devido às melhorias nos sistemas de impress?o e comunica??o, assim como, pelo interesse crescente pela notícia por parte dos públicos. (TENGARRINHA cit. in BRITO, 2010: 9)No entanto, historicamente, o desenvolvimento da imprensa ficou marcado “por quest?es políticas, económicas e culturais que atrasaram quase um século a entrada dos jornais na era da indústria jornalística”. (BRITO, 2010: 9 & PAQUETE DE OLIVEIRA cit. in BRITO, 2010: 9-10)Segundo Correia (cit. in BRITO, 2010: 9) o período de ditadura Salazarista, a revolu??o do 25 de Abril e os seus consequentes, assim como o processo de integra??o europeia vieram marcar o tardio desenvolvimento do modelo de imprensa comercial em Portugal. Este quadro político-histórico vem refor?ar a ideia de distanciamento dos processos de industrializa??o jornalística que já se vivia por toda a Europa do Norte e nos Estados Unidos.De acordo com Brito (ibid.: 9-11) s?o vários os autores que seccionam, em fases ou períodos, embora que de forma diferente a história da imprensa portuguesa. No entanto, a Revolu??o dos Cravos assume-se como o marco da entrada de Portugal na era democrática. Embora durante ainda um longo período as reda??es continuavam formatadas pela período de censura.O meio jornalístico, fortemente influenciado pelo período de e pós-censura (“entrada da imprensa na era democrática [...] – reposi??o das liberdades fundamentais – nacionaliza??o dos media propriedade de grupos económicos e entidades próximas do antigo regime” [FAUSTINO cit. in Brito, 2010: 10] e reprivatiza??o dos jornais no período dos anos 80), aprovou apenas a 4 de maio de 1993 o Código Deontológico Português. II – Sensacionalismo nos Média2.1- A Emergência da Yellow PressEmbora o sensacionalismo nos média exista ou seja verificável desde o período pré-imprensa, o século XIX vem revolucionar a forma de produ??o de notícias. Deixaram de se produzir notícias para elites políticas e sociais e passa-se a produzir para também para o grosso da popula??o. Desta forma surge o chamado yellow journalism que veio de certa forma trazer para o campo do jornalismo pe?as escritas com o intuito de serem cada vez mais lidas e vendidas. O sensacionalismo nos média vai-se aprimorando no seio das publica??es mais populares.Timóteo ?lvarez (cit in. SOUSA, 2006: 150) defende que com os processos de alfabetiza??o, a urbaniza??o e concentra??o das pessoas nas cidades, o aumento do poder de compra, assim como, o redirecionar das empresas jornalísticas para o lucro em detrimento dos la?os partidários, o incorporar de novos temas nas esferas dos jornais (como desporto ou lazer, por exemplo), e os avan?os tecnológicos nas tiragens dos jornais e consequentes baixas de pre?o dos mesmos, vieram contribuir para a “primeira gera??o da imprensa popular”.No mesmo sentido, Brito (2010: 4) defende que a história do século XX permitiu fomentar “o crescimento do número de jornais populares, sendo um marco importante na constitui??o da industria mediática”.Desde a emergência da yellow press americana que este tipo de imprensa, mais popular e mais sensacionalista, tem vindo a ser criticada por “intelectuais, políticos de esquerda e burguesia tradicionalista” (GRIPSRUD, 1992: 84).No entanto, segundo Franklin (1997: 7) tem vindo a existir um interesse crescente por parte dos académicos no que toca ao jornalismo popular, tendo-se, no entanto, vindo a redirecionar, também, para as publica??es tabloide. Os media brasileiros, como forma de construírem um jornalismo mais moderno, depararam-se, no início da década de 90, com o desafio de ultrapassarem com a barreira do sensacionalismo, sendo que este, ainda é muitas vezes visto como “a fórmula para o sucesso” (HOLANDA, 2009: 4). A ideia seria adotar um editorial mais formativo trabalhando-se informa??es capazes de formar os cidad?os da realidade que os envolvia. “Nos dias de hoje, parece que nos estamos a afogar numa enxurrada de sensacionalismo vulgar” que provém dos mais diversos sítios (COHEN, 2000: 7), n?o só nos jornais e folhetins, como nos primórdios da imprensa, mas também em revistas, na televis?o, rádio e até nos ecr?s do nosso computador. Captain Renault, the cynical and corrupt police chief played by Claude Rains [personagem do filme Casablanca de 1942], enters Rick’s Café and proclaims “I’m Shocked! Schocked!! To find gambling going on here.” (ibid.: 8)Cohen utiliza o exemplo supracitado, porque o Chefe da Polícia sabia que jogo ilegal era praticado no Rick’s Café, aliás, até o público sabia que ele sabia, para se referir ao facto de o sensacionalismo nos media ser parte integrante nas nossas vidas. Atualmente, o sensacionalismo, de uma forma de outra, está presente em todas as publica??es, a única diferen?a é o grau de utiliza??o e de penetra??o desse mesmo sensacionalismo nas linhas editoriais. O termo tabloide deriva, segundo Gripsrud (2000: 37), exclusivamente da express?o “tablet” intimamente conotado com o formato particular dos jornais (“half a broadsheet”). No entanto, com o surgir do primeiro jornal tabloide, o Daily Mirror, em 1903, que condensava pequenas estórias, grande imagens e cabe?alhos sensacionalistas, o termo veio a consagrar-se negativamente. 2.2 – O que distingue a imprensa popular Quem, em Portugal e no mundo, n?o se lembrará da notícia do nascimento do filho do Cristiano Ronaldo? A informa??o foi divulgada pelo página oficial do Facebook do internacional português de futebol e dali advieram uma massifica??o de notícias e escalpeliza??es sobre o facto. Tem o nascimento do filho de Ronaldo valor-notícia suficiente para ascender à condi??o de notícia? Efetivamente terá para as chamadas publica??es sensacionalistas - populares e tabloides. No Entanto, até as publica??es ditas de referência noticiaram este acontecimento.Neste ponto, o que n?o deve ser confundido é a diferencia??o entre jornalismo popular e tabloide. O jornalismo popular n?o é tabloide, no entanto, o tabloidismo é, sem dúvida, uma das pequenas áreas do jornalismo popular. (GRIPSRUD, 2000: 38)Para Grisprud (1992: 85) o estilo e o conteúdo da imprensa popular poderá ser descrita pelo cunho do sensacionalismo e da personaliza??o nas pe?as das diversas publica??es. O que implica, de certa forma, que estes jornais tenham uma predile??o por estórias que choquem e que contenham em si material do foro privado dos intervenientes.As estórias de criminosos comuns que cometem crimes s?o t?o melhores quanto piores forem os detalhes, assim como informa??es perturbantes sobre uma personalidade famosa é como que a cereja no topo do bolo para este tipo de publica??es. No entanto, quando os factos n?o s?o chocantes ou pessoais o suficiente, o jornalista sensacionalista só tem de pegar nas informa??es por outro ?ngulo, podendo mesmo esquecer o tema central dos factos para que a sua pe?a fique mais apetecível.Grisprud (ibid.: 85-86) defende até que, aquilo que acontece na Noruega, nas publica??es tabloid, acontece também um pouco por todo o mundo. A diferen?a na constru??o das notícias do dia a dia é notória, quer pelo espa?o reservado ao crime, quer pelos ?ngulo de abordagem no que diz respeito a reportagens de índole política ou com temática cultural, comparativamente a publica??es de referência.Novamente segundo o mesmo autor (ibid.: 86) o layout também é um fator diferenciador das publica??es sensacionalistas. Há um grande investimento no tamanho e na dramatiza??o de imagens e uma relativa dramatiza??o no que concerne aos títulos das pe?as. O que tem vindo a acontecer é uma adapta??o dos modelos estéticos, n?o apenas ao nível da primeira página, por outro tipo de jornais.Segundo Brito (2010: 38) “a imprensa escrita atravessa um período muito difícil”. Na realidade os mercados jornalísticos têm vindo a tornar-se cada vez mais competitivos.A baixa de pre?os e a sustentabilidade dos jornais até aos dias de hoje, embora se verifique uma crise mundial no campo das publica??es em formato de papel, quer pelo uso e recurso dos consumidores às publica??es online de acesso gratuito, quer pela guerra pelas audiências que se tem assumido entre publica??es (denote-se que em Portugal apenas o Correio da Manh? em 2011 n?o tem baixado as suas vendas, aliás, conseguiu aumentar o seu mercado ). Desta forma os públicos ter-se-?o tornado mais exigentes ao longo do tempo e poder-se-á mesmo afirmar que a fórmula emo??o, crime e violência continua a fazer furor no mercado jornalístico.No caso dos Estados Unidos, com o USA Today, acontece o mesmo. O jornal é apenas vendido em 33 dos 50 estados, mas, no entanto, é o jornal diário mais vendido do país.Atualmente, a comunica??o social vive num mundo dominado pelas audiências (COMASSETTO cit. in PACHECO, 2005: 11), onde segundo Pacheco, “as regras do bom jornalismo” s?o normalmente esquecidas (PACHECO, 2005: 11). De acordo ainda com o mesmo autor (ibid.), “os meios de comunica??o em massa produzem, selecionam, excluem e transformam aspetos da realidade, reproduzindo-a parcialmente”. Tendo os mass media, paralelamente à fun??o de divulga??o de notícias, o “dever” de estruturar uma opini?o pública informada. Cria-se, ent?o, aqui um paradoxo, visto que, as notícias (mais) sensacionalistas, sendo aquelas que mais chocam e apelam à emotividade por parte do público, também s?o aquelas que mais jornais vendem. Por outro lado, publica??es de índole mais sensacionalista, normalmente, apuram as suas informa??es “de forma inadequada, sem profundidade e com grandes possibilidades de distorcer o contexto real” dos factos. (ibid.)Gripsrud (1992: 84) defende ainda que, “a distin??o brit?nica entre imprensa de ‘qualidade’ e ‘popular’, é que a imprensa popular [sensacionalista] é de menor qualidade”. Claro que, “uma condena??o t?o simplista é obviamente insatisfatória” (ibid.) devendo, obrigatoriamente, ter-se em considera??o um entendimento sócio-histórico e a tradi??o jornalística dos países em quest?o, uma vez que, atualmente, s?o os jornais de índole mais sensacionalista e tabloidista (nomeadamente/também em Portugal) que mais jornalismo de investiga??o praticam. N?o deixa de ser paradoxal serem as publica??es sensacionalistas as que mais investem em jornalismo de investiga??o e ser defendido por Pacheco (2005: 11) serem as que têm as suas informa??es apuradas “de forma inadequada” (conforme supra mencionado). No entanto, sendo estas publica??es também aquelas que mais jornais vendem, ser?o também as que mais dinheiro ter?o para investir em jornalismo de investiga??o. Pode, de certa forma, extrapolar-se ent?o que, numa realidade dita “normal”, as publica??es que mais vendem os seus jornais ser?o as mais populares, e consequentemente, sensacionalistas. Comasseto (cit.in PACHECO, 2005: 11) refere até que, “a ideia de que as notícias ruins s?o boas notícias há muito que virou ditado no jornalismo”. Neste sentido, Galtung-Ruge (ibid.: 12) acrescenta que, “quanto mais um acontecimento for negativo nas suas consequências, maior será a sua probabilidade de se tornar notícia”, assim como Wolf (ibid.) alude para o facto de que, quanto maior o impacto dos acontecimentos maior o acolhimento por parte do público. N?o será de todo estranho perceber uma maior predile??o por publica??es populares pelo grande grosso da popula??o devido ao “considerado valor mais interessante do que os chamados jornais de ‘qualidade’ [diários generalistas de referência]” (GRIPSRUD, 1992: 84). Como refere Patterson (cit. in PACHECO, 2005: 12), “o sensacionalismo atrai a aten??o das pessoas no primeiro instante”.Frank Mott (cit. in HOLANDA, 2009: 5) afirma que as práticas de jornalismo sensacionalista “estimulam respostas emocionais no leitor”, e Rosa Nívea Pedroso refor?a a ideia mencionando que estas publica??es valorizam “a emo??o, em detrimento à informa??o” (ibid.), sendo mesmo apreciados factos, na maior parte das vezes, insignificantes. Para Marcondes Filho, “o sensacionalismo caracteriza-se como o grau mais radical da mercantiliza??o da informa??o” (ibid.).Patterson (PACHECO, 2005: 12) menciona que, “as notícias consideradas sensacionalistas reduzem a qualidade de informa??o” mas, por outro lado, afirma serem estas que est?o mais viradas para o que interessa às audiências n?o sendo produzido conteúdo noticioso no sentido de “formar” os leitores. Na mesmo linha de pensamento Marcondes (cit. in HOLANDA, 2009: 5) refere que esta imprensa n?o está preocupada formar ou informar leitores, mas sim em satisfazer as necessidades imediatas dos seus públicos. Será ent?o por isto que o alinhamento editorial das publica??es mais sensacionalistas é t?o eficaz ao nível das vendas. A curiosidade dos seus público-alvo leva os consumidores a comprarem estes jornais, principalmente, devido aos destaques que s?o levados, por estas publica??es, à primeira página.Holanda (2009: 4) refere mesmo que, a palavra sensacionalista tem um carga negativa e que no longo prazo, estas publica??es, tendem a ter a “sua credibilidade afetada diante dos leitores e do mercado”. Desta forma, Comassetto (PACHECO, 2005: 12) menciona que “a busca pela audiência a qualquer custo, pelo recurso ao exagero, da espectaculariza??o do conteúdo, da concorrência, da baixaria, do excesso de improvisa??o e coloquialismo, tende a gerar desgastes, afeta a credibilidade e imp?e riscos futuros”.No entanto, ao que se afigura, a fórmula ‘sexo, crime e violência’ ou o simples apimentar das pe?as jornalísticas com sensacionalismo parece continuar a dar frutos.2.3 – O Jornalismo Popular na AtualidadeO Yellow Journalism na sua génese n?o deixa de ser o que podemos apelidar nos dias de hoje de jornalismo popular. Campbell (2001: 151) defende que a literatura do jornalismo americano alega que o Yellow Journalism continua vivo, tendo-se, no entanto, vindo a adaptar e a readaptar ao longo dos tempos enquanto género.Enquanto vertente do jornalismo popular, o yellow journalism aproxima-se mais do tabloidismo pelos excessos que contém na sua essência. No entanto, alguns aspetos tipográficos como, diversos destaques na primeira página, com recurso a múltiplas ilustra??es prevaleceram e foram readaptados no jornalismo popular. Assim como temáticas do campo do desporto ou temas de sociedade foram algumas das características que Campbell (ibid.: 152-53) encontrou transversalmente nos jornais populares norte-americanos. Daí referir que o Yellow journalism lives on, ou seja, aquilo a que foi chamado de “novo jornalismo” sobrevive na atualidade com recurso ao jornalismo popular.III – Condicionalismo da produ??o noticiosaA produ??o de notícias obedece a uma rede de causalidade complexa onde se inserem os condicionamentos gerados pelas organiza??es que as publicam/editam, mas também as din?micas inerentes ao exercício da profiss?o, bem como a intera??o que se desenvolve entre os jornalistas e o meio que gera os factos suscetíveis de se transformarem em informa??o. (Lima, 2008: 430)O jornalismo e todo o processo de produ??o noticioso está sem dúvida vocacionado para a audiência, sem público o exercício do jornalismo deixaria de ter um verdadeiro sentido. Claro está que o público-alvo condicionará a linguagem de uma determinada publica??o, assim como, até os seus temas mais tratados.No entanto, no caso dos jornais generalistas n?o será de todo fácil definir qual o seu público-alvo, sendo que este pertencerá a diversos grupos sociais, económicos e culturais. Tendo em conta todos os condicionalismos que a produ??o de notícias sofre ou pode sofrer cada medium teoricamente deveria produzir os seus conteúdos de acordo com o meio no qual se insere. Neste sentido, interessar-nos-á, mais e mais à frente nesta investiga??o, a adapta??o e a produ??o de conteúdos para o campo online que tem vindo a ser negligenciada um pouco por todo o mundo.3.1 – Notícia e noticiabilidadeJorge Pedro Sousa (2000: 15), no seu livro “As notícias e os seus efeitos”, define notícias como:“artefactos jornalísticos que procuram representar determinados aspetos da realidade e que resultam de um processo de constru??o e de fabrico onde interagem, entre outros, diversos fatores de natureza pessoal, social, ideológica, cultural, histórica e do meio físico/tecnológico, que s?o difundidas pelos meios jornalísticos e aportam novidades com sentido compreensível num determinado momento histórico e num determinado meio sócio-cultural”.Neste sentido, as notícias representam, ent?o, determinados aspetos de uma realidade, sendo que, fornecem, entre o seu processo de produ??o e o seu processo de consumo (leitura pelo público), elementos para a constitui??o social de “novas realidades e novos referentes”. Alsina (Sousa, 2000: 16) sublinha ser a fase de consumo, uma das mais importantes, já que é nesta fase que o trabalho jornalístico é dotado de um “verdadeiro” significado, através da descodifica??o das mensagens pelo público-alvo.N?o poderemos de forma nenhuma, no campo da noticiabilidade encaixar acontecimentos como os Jogos Olímpicos de Pequim, a queda do World Trade Centre, o anúncio da constru??o e consequente liga??o de Portugal à rede de alta velocidade, ou mesmo o desaparecimento de Madeleine McCann. Segundo Rodrigues (cit. in Sousa, 2000: 24), “os acontecimentos s?o ocorrências singulares, concretas, observáveis e delimitadas, quer no tempo, quer no espa?o”. Sendo a previsibilidade ou imprevisibilidade, normalmente, fator de noticiabilidade de um determinado acontecimento. Como refere Wolf (cit. in Sousa, 2000: 101), “podemos definir a noticiabilidade como conjunto de elementos através dos quais o órg?o informativo controla e gere a quantidade e o tipo de acontecimentos, de entre os quais há que selecionar as notícias”.Os acontecimentos imprevistos ou, como refere Jorge Pedro Sousa (“à falta de melhor”) os acontecimentos verdadeiros, os “pseudo-acontecimentos” (Boorstin cit in. Sousa, 2000: 25), ou os acontecimentos mediáticos (Katz cit. in Sousa, 2000: 25) detêm uma marca exclusiva que os leva a serem transformados em textos jornalísticos. No entanto, os acontecimentos imprevistos assumem, normalmente, um papel preponderante no discurso jornalístico.Segundo Nelson Traquina e Gaye Tuchman (cit. in Sousa, 2000: 27) como forma de combater a imprevisibilidade dos acontecimentos, os meios de comunica??o em massa têm formas de continuarem a produzir notícias, através da sua agenda, capturando assim “os acontecimentos nas suas malhas”. Pode concluir-se ent?o, que, grande parte do fator notícia, que todos os dias chegam aos jornais, prende-se com a previsibilidade dos acontecimentos.Segundo Tuchman (cit. in Sousa, 2000) as notícias podem catalogar-se como hard news (referentes a acontecimentos noticiáveis), soft news (notícias que podem perfeitamente “cair” e ser difundidas numa outra altura, devido a acontecimentos imprevisíveis de última hora), hot news (notícias que embora sejam hard, s?o bastante recentes, possivelmente este conceito terá alguns pontos de contacto com a defini??o de breaking news), spot news (dizem respeito a acontecimentos imprevisíveis), ou running stories (notícias em desenvolvimento).3.2 - Newsmaking e os seus fatores influenciadoresMichael Schudson, em 1988, sistematizou as teorias e as raz?es pelas quais as notícias s?o como s?o. No entanto, apresentando um quadro relativamente incompleto, em 1996 Shoemaker e Reese, apresentam os cincos níveis de influência sobre o conteúdo das notícias. Em 2000, Jorge Pedro Sousa, pegando nos estudos iniciais destes académicos, mostra-nos 6 fatores que influenciam a produ??o noticiosa.A a??o pessoal, aquela que deriva diretamente da originalidade no processo de cria??o noticioso por parte do jornalista, assume-se como um fator preponderante no processo de constru??o de notícias. “Embora exista vários agentes que com a sua a??o pessoal podem modificar ?o que é notícia?, (…) os jornalistas s?o, o elo mais relevante do processo, muito embora outros agentes, como as fontes, sejam também seus protagonistas destacados” (Sousa, 2000: 48);A a??o social decorre do facto de nem todo o tipo de informa??o ser passível de ser convertível em notícia, até porque segundo Sousa (2000: 49) muitas das informa??es n?o passam de situa??es “normais” de uma determinada sociedade.A a??o sócio-organizacional está intimamente ligada ao facto de o jornalista n?o trabalhar sozinho, mas sim, no seio de uma organiza??o, normalmente, hierárquica, enquadrando-se aqui o conceito de gatekeepers. De fora para dentro, encontramos uma abordagem que pode influenciar o processo de newsmaking, visto que, uma determinada organiza??o noticiosa se insere, sempre, num sistema social global. Neste sentido, as informa??es que s?o passadas pelas fontes aos jornalistas, podem fazer desviar ou convergir as aten??es dos mesmos, mobilizando, ou n?o, a transforma??o dessas informa??es em fator notícia. A a??o ideológica prende-se intimamente com o conceito de ideologia, que, n?o embora n?o seja um conceito de uso universal, pode ser definido como “um mecanismo simbólico que, integrando um sistema de ideias, cimenta a coes?o e integra??o de um grupo social em fun??o de interesses, conscientes ou n?o conscientes” (Sousa, 2000: 78). A a??o ideológica, de uma forma mais ou menos marcada, interfere no processo de newsmaking.Os processos de produ??o de notícias inserem-se num determinado sistema sócio-cultural, neste sentido, “podemos afirmar que o processo de fabrico e constru??o das notícias sofre uma a??o enformadora por parte do sistema” em que se insere (Sousa, 2000: 85).A a??o histórica foi a única acrescentada, embora as outras tenham sido também trabalhadas, por Jorge Pedro Sousa (2000), partindo o autor do princípio de que as notícias s?o um produto da história, n?o se podendo destituir esta a??o do processo de newsmaking, estando sempre devida e intimamente enquadrado com os outros cinco fatores supramencionados.N?o deixando de lado a evolu??o dos meios jornalísticos (Sousa, 2000 e Sousa, (s.d.)), Lucilene Breier (s.d.) refere que “os valores-notícia perpassam todos os momentos da rotina produtiva genericamente descrita, que descarta (filtro/gatekeeper) os factos considerados menos relevantes (pouca noticiabilidade), levando em conta espa?o (no caso de impressos) ou tempo (rádio e televis?o)”. Pode também afirmar-se que, o valores-notícia ou noticiabilidade, assim como os processos de gatekeeping afetam profundamente os processos de newsmaking.De acordo com Lima (2008: 436), “o processo de newsmaking obedece a dois critérios fundamentais: a atualidade e o interesse público”. Jornalistas, editores e chefes de reda??o procuram sempre os eventos mais recentes dos acontecimentos, atribuindo-lhe, assim, valor-notícia suficiente para que suscite a curiosidade da sua audiência.Os públicos procuram, nos dias de hoje, um certo tipo de imparcialidade por parte dos meios de comunica??o em massa. Logo, os processo de produ??o noticiosa, com a consequente, desmontagem, sele??o e constru??o das estórias, tem de ser um processo extremamente o surgir das plataformas ciberjornalísticas, em que, todos querem ser os primeiros a dar a notícia, os processos de gatekeeping foram “afetados”. Assim como, com a diminui??o das verbas para gastar em jornalismo de investiga??o condicionam a produ??o noticiosa, chegando-se ao ponto de experientes e bem formadas agências de comunica??o na área da assessoria de imprensa prepararem elaborados e bem construídos press-releases (muitas vezes de acordo com o que o jornalista quer ler e da forma como o jornalista escreveria) que s?o simplesmente copiados e colados nas páginas dos jornais. Este processo de copy-past, assim como os processos de agendamento s?o os responsáveis a maior parte das vezes por preencher as páginas vazias devido à diminui??o dos custos nas reda??es.Desta forma, sem margem de manobra para desenvolverem um verdadeiro “servi?o público” e funcionarem como watchdogs (LIMA, 2008: 438), o jornalismo tem vindo a perder o seu poder. Historicamente, o jornalismo era, e de alguma forma, ainda hoje é, assumido como o 4? poder.De acordo com Brooks, Kennedy, Moen e Ranly (cit. in ibid. : 446-448) as notícias devem ser produzidas de acordo com critérios de noticiabilidade, como forma de se suscitar a curiosidade das audiências. Entre estas características devem ser salientadas o impacto da notícia no público-alvo da publica??o, a proximidade da notícia, o facto de a notícia ser atual, a proeminência, o conflito, e o fator novidade.N?o nos poderemos esquecer que o jornalismo ainda é o responsável por marcar a agenda da sociedade. Os temas que ser?o discutidos nos cafés ou durante os jantares de família e amigos, s?o, a maior parte das vezes suscitados pela comunica??o social.IV – As Potencialidades da Internet passíveis de serem utilizadas pelos ciberjornais4.1 – Contextualiza??o da evolu??o do CiberjornalismoVivemos num período em que a velocidade de obten??o das notícias é extremamente exigente. Os meios de comunica??o social querem ser os primeiros a divulga-las e o público quer ser informado seja através de que meio seja.Neste sentido, os meios tradicionais, jornais, rádios ou televis?es, sentiram a necessidade de transporem as barreiras do seu meio “primitivo” para uma plataforma com potencialidades, a maior parte das vezes, pouco exploradas. Segundo Mitchelstein e Boczkowski (2009: 562), desde os anos 90 que a Internet tem vindo a ser integrada nas rotinas diárias de cada vez mais largos segmentos da popula??o mundial. Desta forma, n?o é de admirar que as notícias online tenham adquirido uma grande import?ncia nos sistemas mediáticos da maior parte dos países.Jornalismo Online, Ciberjornalismo, Webjornalismo, entre outros, s?o express?es que come?aram a ser usadas devido à crescente utiliza??o da Internet pelos media tradicionais para disponibilizarem conteúdos noticiosos (conteúdos exclusivos ou mesmo simples copy-past – shovelware – dos seus conteúdos da edi??o habitual). (BASTOS, 2011: 16) Antes mesmo de perceber o que é o ciberjornalismo é importante perceber em que contexto se desenvolveu. ? referido por Scott (2005: 90) que, antes e durante a populariza??o da Internet, o jornalismo se estava a afundar há mais de uma década. Cada vez mais jornalistas, editores e detentores de empresas de media estavam a afastar-se da miss?o de “servi?o público” em detrimento de um jornalismo puramente comercial. Como resultado da preocupa??o crescente com as margens de lucro, práticas como “jornalismo de investiga??o, correspondestes no estrangeiro, manter uma vasta e diversificada reda??o de jornalistas, e funcionar como watchdogs do poder político e económico”, foram levando editores a fazerem cortes sucessivos nas despesas. E claro está que or?amentos menores e a obrigatoriedade de publica??es cada vez mais vendáveis fizeram emergir tendências mais sensacionalistas, onde, muitas vezes, existiam linhas ténues entre conteúdos editoriais e publicitários. O amplo recurso à utiliza??o dos press releases (em regime copy-past, devido às cada vez melhores agências de comunica??o no campo da assessoria de imprensa) come?aram a preencher os espa?os deixados vagos pela falta de produ??o noticiosa. Esta evolu??o do jornalismo chega a pontos tais em que a classe jornalística está desiludida.Helder Bastos (2011: 15) defende que, a tecnologia tem vindo a potenciar o desenvolvimento do campo do jornalismo. Baseando-se em Deuze, refere que, “a transmiss?o rápida e percetível de informa??o” é uma das máximas do jornalismo atual. O autor alude ainda para o facto de que, com a populariza??o da Internet, toda uma plataforma tecnológica foi descoberta por jornais, rádios e televis?es. (BOCZKOWSKI e OBLAK cit. in BASTOS, 2011: 15)Neste sentido, como defende Noci e Arriaga (cit. in ibid.: 16) a Internet tem uma natureza muito peculiar e, acima de tudo, híbrida, fazendo com que consequências existissem nas áreas da produ??o e do consumo de notícias com a passagem dos títulos para o cybermeio. De acordo com Boczkowski (cit. in MITCHELSTEIN e BOCZKOWSKI, 2009: 564), no entanto, a evolu??o da imprensa escrita para os meios online ocorre por rea??o a movimentos da concorrência, do que como forma de proactivamente as publica??es tentarem conquistar outros públicos. Desta forma, os interesses únicos eram marcar e defender o seu território, assim como, no curto prazo realizarem ainda mais lucros.A década de 1990 ficou ent?o marcada pela passagem de títulos para a Internet, fazendo com que, com a descoberta deste novo mercado, existissem investimentos a médio e longo prazos. (BASTOS, 2011: 16) Foi ent?o necessário investir em meios humanos preparados para manipular este novo meio – mais jornalistas, programadores informáticos, etc. A imprensa escrita tinha, ent?o, descoberto uma verdadeira alternativa à tinta e ao papel. Ainda de acordo com Bastos (ibid.), dois foram os grandes momentos da prolifera??o da Internet no seio das reda??es. Um primeiro período em que jornalistas come?aram a utilizar a Internet como forma de comunicarem com as fontes e obterem os dados necessários para o prepara??o das notícias. Um segundo momento prendeu-se com a produ??o de conteúdos noticiosos “exclusivos e específicos para edi??es eletrónicas”.Este novo meio é ent?o muito mais exigente, quer com as suas possibilidades interativas, quer pelo viável manuseamento simult?neo de texto (hipertexto), imagem, som e vídeo. Os usuários da Internet, sendo uma popula??o extremamente diversificada à altura, neste período, estavam também já habituados a um fascinante mundo novo. Neste sentido, foi preciso (tentar) explorar as potencialidades disponibilizadas pelo ciberespa?o tendo sempre por base a público já nele existente. Esta seria, ent?o, a linha de base para uma tentativa de sucesso das publica??es. (BASTOS, 2011: 16-17)Os novos jornalistas recrutados para trabalharem nestas reda??es aliciantes teriam ent?o de ser capazes de funcionar com hipertexto, som e imagem; assim como, correio eletrónico, motores de busca, e informa??o online nem sempre fiáveis (meios que as empresas de media vinham já há algum tempo a usar). ? no seio desta revolu??o tecnológica que alguns académicos come?am a teorizar sobre o surgir de um novo jornalismo. (QUITTNER cit. in ibid.: 17).A propósito do surgimento deste jornalismo exclusivo para a rede, diversos autores come?am a apelida-lo de ciberjornalismo. Esta nova vertente é até vista como uma “revolu??o”, ou mesmo encarada como “o futuro do jornalismo” devido ao cair das vendas, principalmente no campo da imprensa escrita desde antes da década de 1990. (QUANDT cit. in BASTOS, 2011: 17).Ciberjornalismo é ent?o no entender de Bastos (2011: 17) “o jornalismo produzido para publica??es na Web por profissionais destacados para trabalhar, preferencialmente em exclusivo, nessas mesmas publica??es”. Esta vertente destaca-se ent?o do jornalismo tradicional pela sua componente tecnológica, pelo facto de as notícias poderem até transporem a barreira do físico e serem acomodadas em espa?o virtual, poderem ser alteradas ou atualizadas a qualquer altura (constrangimento vivido na realidade do papel, das rádios, ou das televis?es), as publica??es podem conter hiperliga??es para fotogalerias, galerias ou clips de áudio, outras notícias relacionadas, e até mesmo contextualizadas com ficheiros de vídeo. A interatividade com o público fica assim disponibilizada estando à dist?ncia de um toque no ecr? ou de um simples click no rato. Aliás, as plataformas de conteúdos noticiosos online podem ser sofisticadas ao ponto de permitirem um intera??o constante entre leitores e jornalistas, ou mesmo entre os diversos leitores de uma mesma notícia. Criam-se, assim, possíveis grupos de discuss?o, núcleos e comunidades à volta de uma determinada temática comum.De acordo com Bastos (ibid.: 18), pode assumir-se que a Internet, enquanto rede mundial de computadores, tem características distintas de qualquer outro meio, assim como: a multimédia (adi??o ou uso a recurso como áudio, vídeo, diaporamas ou audio slideshows), a interatividade (entre a plataforma de notícias online e o seu público), e o hipertexto (forma de relacionamento entre a publica??o e os arquivos, sendo estes arquivos de notícias, e os outros recursos multimédia). Aliás, estas s?o as potencialidades que o jornalista deverá ser capaz de saber manusear com fluidez, assim como de tomar op??es da sua inclus?o ou n?o de elementos multimédia, na altura da constru??o das suas pe?as de forma a enriquece-las.No entanto, poucos foram os jornais online a terem lucros até aos inícios do ano 2000, o que n?o será de todo de estranhar, visto que, autores como Cawley, Chyi, Lasorsa, Sylvie, Garrison e Stober (cit. in MITCHELSTEIN e BOCZKOWSKI, 2009: 564), apontam para uma falta de modelo de negócio.Defende Boczkowshi (ibid.: 565) que os problemas relativos à falta de lucros est?o diretamente ligados à aplica??o das formas tradicionais de receitas ao campo do online. As companhias de media têm apostado em subscri??es para as suas publica??es, assim como na publicidade. No entanto, alguns estudos mostraram que a principal fonte de receitas das publica??es online eram mesmo a publicidade, visto que os usuários de internet n?o estariam predispostos a pagar para aceder a conteúdos pagos. N?o havendo bela sem sen?o, foi ent?o que as empresas detentoras de ciberjornais se aperceberam que com a perda de audiências na Internet, também havia uma perda de investimento por parte dos publicitários.“Many newspapers feel that the revenue they could gain from content charging would be less than what they would lose in advertising” (HERBERT e THURMAN cit. in ibid.).Nos dias de hoje, ainda n?o se consegui encontrar um modelo de negócio que seja suficientemente eficaz para sustentar um investimento adequado no ciberjornalismo. Devido à expans?o e materializa??o da Internet nas reda??es (mudan?a do paradigma comunicacional jornalista-fonte; transferência do papel para o virtual; e produ??o, exclusiva, para o meio online), assim como, devido à crescente presen?a de computadores ligados a esta rede de computadores mundial nas nossas casas, foram-se altrando os mecanismos de produ??o noticiosa em fun??o da modifica??o nos hábitos de consumo de pe?as jornalísticas. Tendo em conta que praticamente todos os meios de comunica??o em massa estavam também disponíveis na rede e que come?ava a existir um fascínio por parte dos públicos pela informa??o à dist?ncia de um click, diversas foram, segundo Mitchelstein e Boczkowski (2009: 563) as bolsas que se materializam e consolidaram de forma a estudarem estes fenómenos.4.2 – O Ciberjornalismo nos Estados Unidos e em PortugalComo em todas os grandes passos no campo do jornalismo, Portugal aposta na adapta??o das inova??es anos depois. Segundo Bastos (2006: 1) cerca de um ano depois do ciberjornalismo ter despontado em Portugal, “Louren?o Medeiros, que viria a ser diretor editorial da SIC online” defende que o jornalismo n?o irá acabar por os cidad?os passarem a ter melhores acesso a fontes de informa??o. Esta afirma??o foi feita em 1996 e quase 10 anos depois, o jornalismo n?o acabou, enfrenta uma grande crise económica, mas tem tido uma grande capacidade de se reinventar para conseguir sobreviver neste mundo extremamente competitivo de informa??o. ? referido ainda que o público continuará a precisar de alguém que “se dedique a tempo inteiro a selecionar, a sintetizar e a explicar” o mundo em que a explora??o massiva da Internet ninguém sabia muito bem que rumo iria levar o campo do jornalismo. Com o boom da Internet e das publica??es online inúmeros jovens profissionais saídos das universidades come?aram a sua carreira em plataforma ciberjornalísticas. Menos sucesso têm e tiveram as publica??es exclusivamente online. Com o boom da prolifera??o da informa??o na Internet, conteúdos exclusivos eram produzidos para as edi??es online nos Estados Unidos, enquanto, em Portugal, a maior parte dos jornais n?o tinham equipas de jornalistas a trabalhar a tempo inteiro para a Internet. No entanto, como estavam presentes já na rede, limitavam-se a despejar diretamente as notícias das suas edi??es impressas na Web – shovelware (BASTOS, 2010: 3).Atualmente, encontrando-se o ciberjornalismo num estado mais avan?ado, os poucos ciberjornalistas (visto que ocorreram inúmeros cortes no campo do online tendo em conta os poucos lucros que as plataformas proporcionam) dever?o ser capazes de dominar um sem número de ferramentas e potencialidades, assim como ser capazes de uma atualiza??o constante dos ciberjornais para os quais trabalham. 4.3 – As notícias online e a explora??o das potencialidade do meioA Internet como foi já referido é um “novo” meio com características específicas. Logo, o jornalismo que deverá ser produzido para os meios online – ciberjornalismo – deverá ter em conta essas mesmas especificidades da Internet. Teoricamente, as plataformas de notícias online deveriam produzir conteúdos exclusivos, ou pelo menos adaptar os conteúdos concebidos para as edi??es de papel, radiofónicas ou televisivas antes de os colocarem em linha.Zamith, (2006: 19-28) no campo das potencialidades da Internet, defende que as características passíveis de serem utilizadas em ciberjornais possam ser alongadas e delimitas. Para o seu estudo emite uma formula??o de potencialidades que, refere ser uma lista consensual. No entanto, sustenta esta divis?o através da valida??o de quatro investigadores portugueses na área do ciberjornalismo. Helder Bastos da Universidade do Porto, António Granado da Universidade Nova de Lisboa, Jo?o Canavilhas da Universidade da Beira Interior e Luís Santos da Universidade do Minho foram entrevistados para o seu estudo e, de uma forma geral, validaram a sua cataloga??o das potencialidades da Internet que os ciberjornais podem aproveitar.Desta forma, refere que a hipertextualidade, a multimedialidade, a interatividade, a personaliza??o, a memória, a instantaneidade, a ubiquidade, a hipermedialidade e a contextualiza??o podem fazer parte do rol das potencialidade que os ciberjornais podem aproveitar.V – Breve contextualiza??o dos jornais em estudoOs dois jornais selecionados para a realiza??o desta investiga??o contam com vers?es impressas, assim como plataformas de disponibiliza??o online e vers?es otimizadas para servi?os móveis.5.1 – Correio da Manh?O Correio da Manh? surge em 1979 e, segundo o site da Cofina, surge como um projeto que visa romper com as cargas ideológicas do final do séc. XX. ? atualmente o mais bem sucedido jornal diário generalista português, sendo que em plena época de crise económica, e consequentemente de vendas, foi a única publica??o em Portugal a n?o decrescer as suas vendas, muito pelo contrário. De acordo com a APCT – Associa??o Portuguesa para o Controlo de Tiragem e Circula?ao – (cofinamedia.xl.pt: 2010), o Correio da Manh? vende em média por edi??o 124.412 exemplares, e será lido, segundo a “Bareme Imprensa” da Marktest (cit. in ibib.), por cerca de 1.196.000 pessoas.Esta publica??o do Grupo Cofina é dirigida por Octávio Ribeiro, contando com Armando Esteves Pereira e Eduardo D?maso, como Diretores Adjuntos, e Manuel Catarino como Subdiretor. N?o há qualquer men??o aos seus editores, quer na vers?o impressa, quer na online.Este diário matutino é composto essencialmente por 52 páginas, grande parte delas a cores, e está divido pelas seguintes editorias: Opini?o, Atualidade(s), Norte, Portugal, Correio do Leitor, Sociedade, Economia, Especial (ocupa normalmente a parte central do jornal), Política, Mundo, Desporto, Lazer (com passatempos), Servi?os (com boletim meteorológico, horóscopo e farmácias de servi?o), Cultura & Espetáculos, Televis?o & Média, Vidas, Programa??o (de televis?o) e “A Fechar” (com notícias de última hora).Segundo Zamith (2006: 3) o Correio da Manh? come?a a disponibilizar a sua edi??o na Internet em 1998. De acordo com o página online desta publica??o, a edi??o para Internet divide-se em editorias como Nacional (onde poderemos encontrar subeditorias como Portugal, Política, Economia, Atualidade, Saúde, Ensino, entre outras), Internacional, Multimédia (que conta com Fotogalerias, Videogalerias, e Infografias), Sport (onde se encontram as notícias relacionadas com desporto; normalmente esta editoria apresenta notícias catalogadas por Desporto, FC Port, Benfica e Sporting), Lazer (com pe?as sobre Cultura, Música, Tv&Média, Ciência/Tecnologia, etc.), entre outras que se justifiquem como situa??es de atos eleirorais (Legislativas 2011) ou mesmo eventos sociais mundialmente mediatizados (casamento real de William e Kate). Paralelamente, Correio da Manh? possui também uma plataforma de Classificados e uma outra plataforma dedicada exclusivamente à vida de Figuras Públicas, a “Vidas”.5.2 – USA TodayEm 1982, Allen H. Neuharth fundou aquele que viria a ser um dos mais bem sucedidos projetos de média dos Estados Unidos. Em menos de 30 anos, o USA Today é o jornal generalista com maior distribui??o da América do Norte. Segundo a Media Room do USA Today (: 2011), esta publica??o é impressa em 33 apenas, sendo no entanto, a mais lida e vendida. De acordo com os dados da FAS-FAX – Audit Bureau of Circulation’s – e os resultados do relatório de primavera da GfK MRI – Media Audience Measurement – (ibid.), o jornal vende de segunda a sexta-feira uma média de 1.829.099 cópias e será lido por mais de 3.2 milh?es de pessoas.Esta publica??o do Grupo Gannett publica um jornal impresso todos os dias da semana, excluindo fins de semana. Aos sábados e domingos sai para as bancas a Sports Weekly, revista especializada em desporto inteiramente preparada pela editoria de desporto do USA Today. Aliás, a revista funciona como um prolongamento da sec??o de desporto do jornal.O jornal é composto por, pelo menos 4 cadernos diferentes, News, Money, Sports e Life, com um máximo de 64 páginas, sendo que, no máximo, 20 delas ser?o a cores. Pode, no entanto, uma caderno extra ser adicionado aumentando assim o volume do jornal em 24 páginas.O caderno News conta com notícias sobre o mundo, política e economia, assim como qualquer outra assunto relevante (morte de bin Laden, efemérides – derrame de crude no golfo do México, Guerra Civil, a comemora??o dos 50 anos da primeira viagem espacial). Sports condensa todas as notícias de desporto, passando pelo Basquetebol, Futebol Americano, Hóquei, Basebol, entre outros, cobrindo até situa??es ligadas ao desporto universitário.Notícias sobre carros, tecnologia e economia no seu geral est?o condensados no caderno Money. Assim como, pe?as sobre o meio televisivo norte-americano, música, cinema, livros e espetáculos est?o incluídas no caderno Life.O USA Today conta também com uma edi??o internacional que se encontra em circula??o desde 1984. Tanto a national edition como a internacional edition podem ser adquiridas em vers?o de papel ou descarregadas através da Internet.Em 1995 a publica??o come?a a disponibilizar as suas noticias na Internet. Segundo a comScore Media Metrix, em maio de 2011 o teve 23.694.000 visitantes diferentes, assim como, 262 milh?es de page views. David L. Hunke é atualmente o Diretor do jornal contando com John Hillkirk como Editor-Chefe. VI – Quest?o de investiga??o e Hipóteses colocadasQUEST?O DE INVESTIGA??O: Será que o jornalismo popular (de índole mais popular) segue, no séc. XXI, nas suas vers?es impressa e online, a fórmula, pré-imprensa de sucesso, ‘sexo, sangue e violência’?Marcando os Estados Unidos tendências no campo do jornalismo, assim como tendo um mercado no campo das publica??es tabloide mais alargado que o português, chegaram-se às seguintes hipóteses:HIP?TESE 1 – O Correio da Manh? assumindo-se como uma publica??o mais popular (devido ao leque alargado das publica??es tabloide nos Estados Unidos e de n?o existirem publica??es desta índole em Portugal), na sua edi??o impressa terá muito mais chamadas à Primeira Página do que O USA Today, assim como utilizará muito mais recursos fotográficos. HIP?TESE II – A vers?o online do USA Today sendo mais antiga que a do Correio da Manh?, assim como, se encontrando numa realidade jornalística mais “evoluída” utilizará muito mais recursos multimédia (explorando consequentemente melhor as potencialidades associadas à Internet). HIP?TESE III – O USA Today, encontrando-se numa realidade jornalística mais “evoluída”, utilizará muito mais eficientemente o ciberjornalismo, produzindo, desta forma, mais pe?as exclusivas para a sua plataforma online do que o Correio da Manh?. Neste sentido, verificar-se-á também menos shovelware na publica??o norte-americana. VII - MetodologiaTendo em conta o que já foi amplamente defendido, ser?o as publica??es que mais vendem aquelas que chegam a um público-alvo maior, como o que seria de esperar. Desta forma, considerando realidades populacionais médias, os jornais mais comprados ser?o aquele que centram a sua forma de escrita em par?metros mais populares, e desta forma se aproximam de conteúdos mais sensacionalistas, principalmente no caso português. Dado que, o mercado português n?o detém qualquer publica??o de índole tabloide.Assim sendo, o presente trabalho pretende efetuar um estudo comparativo entre dois jornais generalistas diários, o Correio da Manh? (CM) e o USA Today (US). Devido à evolu??o que o campo noticioso tem sofrido nos últimos anos, principalmente pela penetra??o da maior parte das publica??es nos meios online, este estudo centrar-se-á, na análise de dois meios. Entendeu-se, ent?o, tratar as edi??es impressas e as edi??es online destes dois periódicos. A edi??o impressa é por excelência a origem histórica e a base de “subsistência” destes jornais generalistas, quer pela venda dos periódicos, pela publicidade ou mesmo pelos classificados. A edi??o online é, nestes dois periódicos, de acesso gratuito total sendo suportada única e exclusivamente através de publicidade.Embora o USA Today detenha uma vers?o nacional e outra internacional, optou-se por se selecionar a US Edition de forma a nivelar a compara??o entre os dois periódicos. A vers?o do USA Today utilizada foi uma e-version, passível de se efetuar download em PDF. No entanto, a vers?o eletrónica do jornal é igual à impressa. A ideia passou por comparar plataformas similares em contextos análogos.Neste sentido, utilizou-se uma amostra de 30 dias seguidos, tendo sido os fins de semana excluídos, porque o USA Today publica apenas uma revista de conteúdos desportivos (Sport Weekly) aos sábados e domingos, e apenas atualiza notícias de deporto na sua página online. Desta forma, a amostra foi iniciada, aleatoriamente, a 4 de abril e finalizou a 13 de maio de 2011. Foram, ent?o, escolhidos dois jornais de difus?o nacional, sendo os dois jornais mais vendidos em Portugal e nos Estados Unidos.A metodologia desta investiga??o divide-se essencialmente em três áreas de forma a tentar comprovar as hipóteses levantadas:Análise das primeiras páginas dos jornais selecionados (edi??o impressa e online);Análise das notícias em destaque nas vers?es online, tendo em conta o meio em que est?o inseridas (estudo das potencialidades da Internet associadas às notícias);Verificar se as notícias dos destaques da edi??o online surgem na edi??o impressa verificando, desta forma, possíveis shovelware;7.1 – Análise das Primeiras PáginasPara esta análise decidiu-se seguir a mesma metodologia que Helena Lima (2008) utilizou na sua tese de doutoramento (Os Diários Portuenses e os Desafios da Atualidade na Imprensa: Tradi??o e ruturas). Embora que se tenha decidido alargar as categorias e subcategorias de análise por forma a que a metodologia respondesse às necessidades estruturais dos dois jornais.Foram considerados seis tipos diferentes de Chamadas à Primeira Página, nomeadamente Destaque Central, Destaque Central Secundário, Destaque Secundário, Destaque Superior, Destaque Inferior e Destaque Lateral, como pode ser verificado na Figura 1.Destaque Central SecundárioDestaque Superior6096007810500Destaque CentralDestaque InferiorDestaque LateralDestaque Central SecundárioFigura SEQ Figura \* ARABIC 1 – Exemplo da Cataloga??o dos Destaques no Correio da Manh?No caso do Correio da Manh?, catalogou-se como Destaque Central a Chamada à Primeira Página que ocupa um lugar preponderante, pela sua dimens?o, no topo/centro da página. Como Destaque Central Secundário foi entendido todo aquele destaque que se encontra no centro/meio da Primeira Página, de dimens?es inferiores ao Destaque Central, nomeadamente em altura, e fica situado entre o logótipo e o Destaque Central, apresentando uma dimens?o inferior ao Destaque Central. O Destaque Secundário ocupará na página pela sua dimens?o ainda um lugar menos preponderante. ? em dimens?o mais pequeno, nomeadamente em largura e, no que diz respeito à localiza??o, apresentar-se-á abaixo do meio da página. O Destaque Superior ocupa, normalmente, as laterais do logótipo do jornal. Na parte inferior da Primeira Página, descartando possíveis publicidades, podem encontrar-se os Destaques Inferiores. Podendo estar localizados do lado direito ou do esquerdo, abaixo dos Destaques Centrais, encontram-se os Destaques Laterais ocupam todo o espa?o deixado livre pelos Destaques Secundários.Tabela SEQ Tabela \* ARABIC 1 – Defini??o (condensada) das tipologias dos Destaques da Primeira PáginaTipo de DestaqueDefini??o do DestaqueDestaque CentralDestaque com a maior preponder?ncia da página;Fica situado no topo/centro.Destaque Central SecundárioDe dimens?es inferiores ao Destaque Central, nomeadamente em altura;Fica situado no centro/meio da página entre o logótipo e o Destaque Central.Destaque Secundário? um destaque de dimens?es menores em largura do que o Destaque Central;Apresenta-se, normalmente, abaixo do meio da página.Destaque SuperiorEncontra(m)-se nas laterias do logótipo do jornal.Destaque InferiorEncontra(m)-se na parte inferior da página sempre que a publicidade n?o ocupe todo o rodapé.Destaque LateralPodem ser encontrados do lado direito ou esquerdo da página e ocupam todo o espa?o deixado livre pela Destaques Secundários.No entanto, os destaques foram divididos, quando necessário, em três tipologias: Fotografia, com Fotografia ou sem Fotografia, como pode ser verificado o exemplo na Figura 2.Destaque com FotografiaDestaque “simples”Destaque FotografiaFigura SEQ Figura \* ARABIC 2 – Exemplo da Distin??o dos Destaques, entre "Fotografia", "com Fotografia", e "simples"N?o se poderia dar a mesma import?ncia a uma Chamada à Primeira Página com uma fotografia a ocupar grande parte, ou mesmo todo o destaque, do que quando temos presente uma fotografia de pequenas dimens?es, ou mesmo quando n?o temos qualquer tipo de iconografia. Desta forma, foi considerado Destaque Fotografia quando a imagem do destaque ocupa mais de 75% do mesmo; Destaque com Fotografia resume uma Chamada em que a fotografia é pequena ou ocupa menos de 75% do mesmo; E claro está que sempre que o Destaque (simples) n?o contém qualquer tipo de imagem ou foto também é catalogado.Tabela SEQ Tabela \* ARABIC 2 - Defini??o (condensada) da distin??o dos Destaques com e sem fotografiaTipo de DestaqueDefini??o do DestaqueDestaque FotografiaA fotografia ocupa um espa?o preponderando do destaque;A fotografia deverá ocupar mais de 75% do destaque.Destaque com FotografiaContém fotografia;A fotografia é pequena deverá ocupar apenas até 75% do destaque.Destaque “simples”N?o possui qualquer tipo de iconografia.Assim sendo, foram encontrados 17 tipos de destaque diferentes, sendo estes: “Destaque Central Fotografia”; “Destaque Central com Fotografia”; “Destaque Central”; “Destaque Central Secundário Fotografia”; “Destaque Central Secundário com Fotografia”; “Destaque Central Secundário”; “Destaque Secundário Fotografia”; “Destaque Secundário com Fotografia”; “Destaque Secundário”; “Destaque Superior com Fotografia”; “Destaque Superior”; “Destaque Inferior Fotografia”; “Destaque Inferior com Fotografia”; “Destaque Inferior”; “Destaque Lateral Fotografia”; “Destaque Lateral com Fotografia”; “Destaque Lateral”.Entendeu-se como importante introduzir nesta metodologia a identifica??o da “Editoria” do jornal assim como o “Tema” do destaque. Estes dados ser-nos-?o úteis para perceber que editorias e que temas têm mais expressividade nas edi??es impressas dos dois jornais generalistas em estudo.7.2 – Análise das notícias em destaque nas vers?es online Foram analisados todos os Destaque-notícia dos ciberjornais, assim como as suas Destaques-Multimédia, nomeadamente:No Correio da Manh?, a sua caixa de Fotogalerias e a sua Caixa Multimédia;No USA Today, a sua Caixa Multimédia, onde condensa as suas Fotogalerias, Videogalerias, Infografias (estáticas e multimédia), alguns gráficos (estáticos e interativos) e tops.FotogaleriaDestaques-notíciaCaixa MultimédiaFigura SEQ Figura \* ARABIC 3 – Distin??o entre os Destaques-notícia e os Destaques-multimédia no Correio da Manh?Caixa MultimédiaDestaques-notíciaFigura SEQ Figura \* ARABIC 4 – Distin??o entre os Destaques-notícia e os Destaques-multimédia no USA TodayOs Destaques-notícia foram catalogados de forma diferente nos dois jornais, devido ao diferente layout das suas plataformas online.No caso da Correio da Manh? os destaques foram diferenciados entre “Centrais Fotografia” (podendo surgir destaques deste tipo de índice 1? até ao índice 5?, dependendo dos dias), assim como “Central Vídeo” e “Artigos Relacionados” (artigos que aparecem com uma relev?ncia menor relativamente ao destaque que surge na página e que vêm anexos a essa mesma notícia).Relativamente ao USA Today os destaques foram catalogados como Central Fotografia”, “Secundários Fotografia” (o índice deste destaques podem variar entre o 1? e o 3?, dependendo dos dias), “Secundários” (podendo surgir destaques com índice do 1? ao 10?, dependendo dos dias) e “Artigos Relacionados” (artigos que surgem anexos à notícia abordando uma mesma temática relevante para o caso abordado).A metodologia desenhada e proposta por Fernando Zamith (2006) na sua tese de mestrado foi concebida para o estudo de plataformas noticiosas online como um todo. No entanto, entendeu-se que adaptando e simplificando a tabela poder-se-ia chegar a um método eficaz, de se estudar as potencialidades da Internet da amostra das notícias recolhidas para presente estudo.Incorporou-se, também, nesta metodologia a identifica??o do “Editoria” e do “Tema” dos Destaques da notícias online. Desta forma, a metodologia do estudo das notícias online condensará informa??es relativas à: Editoria, Tema, Informa??o sobre a plataforma do ciberjornal, assim como, Instantaneidade, Hipertextualidade e Multimedialidade.Desta forma, utilizando as categorias definidas por Zamith (2006: 20-23 e 26) pretende-se aferir até que ponto os periódicos permitem a intera??o com o seu público (Interatividade) e as notícias online detêm as características fulcrais que este meio potencializa (Instantaneidade, Hipertextualidade e Multimedialidade).No campo da Interatividade, como forma de perceber até que ponto as plataformas online destes dois periódicos est?o pensadas para permitir uma mais fácil intera??o com o seu público-alvo, entendeu-se catalogar a “vota??o dos artigos”, a existência de “fórum de discuss?o”, a “vota??o dos comentários” nos fóruns, a facilidade de “partilha” das informa??es presentes nos jornais online, assim como a permiss?o de “envio de feedback, sugest?es ou corre??es” ao texto das notícias.Relativamente à Instantaneidade, tendo em conta o mundo competitivo da comunica??o social (é importante dar a notícia na hora, e de preferência sendo o primeiro a fazê-lo, nomeadamente no campo do online), catalogou-se para ser contabilizado a se a “Data e hora” da publica??o eram mencionadas e se o artigo tinha sofrido “Atualiza??o”.Catalogado como “Hipertextualidade” a presen?a de hipertexto nas notícias online. ?, assim, importante perceber se as notícias contêm links de “liga??o interna” (notícias e informa??es já divulgadas pela publica??o [notícias relacionadas; vídeos, áudios e fotografias relacionadas]) ou mesmo “liga??es externas” a páginas fora da plataforma online.Referente à presen?a de “Fotografias, Desenhos ou Imagens”, “Fotogalerias”, “Diaporamas”, “Aúdio” ou mesmo “Vídeo” foi criada a categoria “Multimedialidade” por forma a perceber se o texto da notícias presentes na plataforma online eram enriquecidas com material que normalmente n?o estar?o associados, pelas suas impossibilidades, às edi??es de papel. No entanto foi feita uma distin??o se a presen?a era feita de forma direta (incorporada no corpo da notícia) ou de forma indireta (com uma hiperliga??o para uma outra página da plataforma do ciberjornal).Tendo em conta estas categorias e subcategorias será possível aferir se as notícias presentes na edi??o de Internet têm vindo a ser produzidas de acordo com as potencialidades que est?o associadas e este “novo” meio. E desta forma, poderemos aferir se a realidade ciberjornalística é mais ou menos evoluída, pela compara??o dos dois ciberjornais.7.3 – Tema dos Destaques A temática de um determinado destaque, esteja este presente na primeira página de um jornal ou na sua página online, é importante no sentido de perceber quais os temas com maior preponder?ncia de uma determinada publica??o. Para este estudo achou-se importante catalogar a editoria (impressa ou online) em que cada destaque se inseria, mas também o tema da sua notícia correspondente. Campbell (2001: 193-197) na análise de conteúdo do seu estudo sobre publica??es Yellow sugere que a cataloga??o do tema seja efetuada da seguinte forma:Crime e esc?ndaloDesastres NaturaisGuerraPolíticas locais ou estataisPolíticas nacionaisDiplomacia InternacionalDesportosSociedadeOutrasNo entanto, embora nos baseando nesta formula??o sobre publica??es populares, decidiu-se adaptar a metodologia tendo em conta a realidade dos dois países, nomeadamente política e a mediatiza??o da Figuras Públicas que se assume hoje nos meios de comunica??o social, nomeadamente as publica??es de índole mais popular.7.3.1 - Crime e esc?ndaloTodas as situa??es que reportem para casos de esc?ndalo político e/ou sexual, assim como notícias que incidam sobre crime est?o presentes nesta categoria.Campbell (2001: 196) definiu esta categoria como “reportagens sobre viola??es da lei (como homicídios, furtos, roubos) ou má conduta no desempenho de fun??es públicas (receber subornos). Julgamentos est?o também incluídos nesta categoria”.7.3.2 - DesastresRelativamente à categoria “Desastre natural” de Campbell será modificada e chamada apenas “desastres”. O autor (CAMPBELL, 2001: 196) definiu a sua categoria como “reportagens sobre eventos (...) que s?o muitas vezes acompanhados por les?es ou morte de seres humanos”.Condensar-se-?o, assim, segundo esta nova categoriza??o, todos os desastres naturais (tornados, cheias, tsunamis, sismos) com os desastres químicos ou nucleares (devido a situa??es como a de Chernobil, assim como a recente situa??o nuclear no Jap?o).7.3.3 – GuerraS?o passíveis de ser incluídos nesta categoria eventos como: guerra contra o terrorismo que tem vindo a ser experienciada um pouco por todo o mundo, principalmente depois do 11 de setembro de 2001; conflitos armados no Afganist?o e Iraque; Conflitos armados entre civis e governos no Egito, Iémen, Líbia, etc. Campbell (ibid.) define esta categoria como “conflitos armados em situa??o de amea?a ou envolvimento, (...) ou atos de guerra (bloqueios navais) ou situa??es de guerrilha. Esta categoria inclui também reportagens sobre soldados que voltam a suas casas depois do cumprimento do servi?o militar em situa??o de conflito armado.”7.3.4 – PolíticaNo campo da política, a divis?o apresentada por Campbell tem a sua fundamenta??o em países com estruturas federativas, como os Estados Unidos, o Brasil, ou até a Alemanh?. Nesse sentido, como forma de uniformizar as categorias, visto esta ser uma investiga??o comparada, e os dois países apresentarem estruturas políticas organizacionais diferentes, ir-se-?o substituir as categorias “Políticas locais ou estatais” e “Políticas nacionais” apenas por “Política”. “Reportagens sobre situa??es de governa??o (...), incluindo situa??es de campanhas eleitorais (...), assim como sobre futuros ou presumíveis candidatos para cargos eletivos” s?o referenciadas como características centrais das duas categorias do Campbell (ibid.). 7.3.5 – EconomiaEsta é uma das novas categorias introduzidas relativamente às formuladas por Campbell. Em pleno século XXI e com a liberaliza??o dos mercados, a economia tem vindo a reger os dias de hoje, quer pelas situa??es das crises da dívida soberana dos estados, quer pela import?ncia dos negócios. Desta forma ir-se-á criar a categoria “Economia”. 7.3.6 – DesportosNo caso do Correio da Manh?, salvo raras exce??es, os destaques sobre Desporto s?o sobre Futebol. No entanto, o USA Today é muito mais eclético relativamente aos temas desportivos abordados. Nesse sentido, esta categoria será dividida em diversas subcategorias, tendo em conta o surgir dos temas sobre desporto. 7.3.7 – SociedadeNotícias referentes a meteorologia, embora n?o situa??es de catástrofes ou calamidades; greves e manifesta??es; assuntos relacionados com religi?o, como peregrina??es ou a beatifica??o de Jo?o Paulo II; estudos, desde matérias científicas a situa??es de Censos, assim como reportagens que incidam em matérias de saúde podem ser encontradas na temática Sociedade.Campbell (2001: 197) acrescenta ainda que situa??es relacionadas com o bem-estar dos indivíduos, incluindo-se casamentos e divórcios; acidentes e mortes por causas naturais, também podem ser incluídas nesta categoria. 7.3.8 - InternacionalA categoria Diplomacia Internacional (f) sofrerá também altera??es, e será denominada apenas por Internacional. Deve-se a este facto a evidência de as notícias de cariz internacional serem escritas pela mesma equipa de jornalistas, através de takes de agências noticiosas ou por enviados especiais. Embora o uso de correspondentes seja muito frequente em algumas cadeias de média. (artigos abertos)7.3.9 – Cultura e EspetáculosFoi criada a temática “Cultura e Espetáculos” onde se incluíram notícias sobre lan?amentos de livros, música, concertos, pe?as de teatro e cinema.7.3.10 – MediaNa categoria Media criada para se acrescentarem reportagens sobre programas de televis?o, contrata??es ou mudan?as de jornalistas/apresentadores de canis televisivos, assim como todos os assuntos que possam dizer respeito aos jornais, revistas, rádios ou televis?es.7.3.12 – Figuras PúblicasDevido à mediatiza??o das personalidades da vida pública foi decido criar esta categoria. Mourinho, Cristiano Ronaldo, Lady Gaga ou mesmo William e Kate da Casa Real Inglesa s?o exemplos de personalidades passíveis de serem incorporadas nesta categoria.. ....7.3.12 – Vida AnimalNotícias relacionadas com a vida animal, qualquer que seja a relev?ncia, ser?o catalogadas nesta temática. 7.4 – Shovelware No campo do shovelware interessa perceber se os ciberjornais ou as plataformas online dos jornais em estudo efetuam o chamado copy-past indiscriminado das notícias das edi??es em papel para a Internet, sem que tenha qualquer tipo de cuidado atualiza??o dos conteúdos ou de produ??o de publica??es exclusivas para o cibermeio.VIII – Análise dos Resultados8.1 – A análise da Primeiras Páginas dos JornaisDos destaques à primeira página dos dois jornais foram analisadas 686 notícias, sendo 316 do Correio da Manh? e 370 do USA Today, entre Destaques centrais, centrais secundários, secundários, superiores, inferiores e laterais.Das categorias de análise em estudo, podemos ressalvar que editorias foram mais chamadas à primeira página, antes de mais. Com uma expressividade de 27,53%, no caso do Correio da Manh?, tivemos a editoria “Atualidade” a ser a mais relevante nas primeiras páginas do jornal. Comparativamente, no caso do USA Today, as editorias com maior expressividade nos destaques desse jornal foram as “Nation” e “Money”, respetivamente com 18,11% e 18,38%. Por outro lado, as editorias menos chamadas à primeira página foram a “Mundo”, com a Correio da Manh? (0,32%) e “Civil War”, “Oil Spill in the Golf: one year later”, “The Players Championship”, “The Forum”, “Hunger in America” e “The Shuttle” com 0,27% no outro periódico. Todas as anteriores mencionadas, no caso do USA Today, como as que menos surgiram como destaque na primeira página eram editorias especiais, n?o fazendo parte das regulares do jornal. Neste sentido, a menos expressiva do jornal norte-americano, com 2,97% é “Your Life”. No campo do tema das notícias, pode ser referido que os mais relevantes foram “Crime e Esc?ndalo” e “Sociedade” com 25,32% e 17,72%, respetivamente (Correio da Manh?) e, “Sociedade” (25,95%) e “Economia” (20%) no caso do USA Today.As temáticas menos expressivas foram “Cultura e Espetáculos” com 0,95% e “Media” com 1,58% no caso do Correio da Manh?. Relativamente ao USA Today, os temas menos relevantes no seio dos seus destaques de primeira página foram “Vida Animal” com 0,54% e “Guerra” com 1,35%. A temática “Guerra afigura-se pouco expressiva, visto a maior parte das pe?as referentes a conflitos armados se encontrarem contabilizadas na categoria “Internacional”.No campo das notícias de cariz internacional, é observável ent?o uma relev?ncia para a temática “Guerra” no USA Today (42,11%) e para a temática “Figuras Públicas” (30%) no caso do Correio da Manh? (Cf. Gráfico 1 e 2).Gráfico SEQ Gráfico \* ARABIC 2 - Distribui??o das sub-categorias das notícias de cariz internacional - Correio da Manh?No que diz respeito às notícias de desporto, 100% das mesmas s?o sobre futebol no Correio da Manh?, enquanto há uma dispers?o no caso do USA Today (Cf. Tabela 3).Tabela SEQ Tabela \* ARABIC 3 - Distribui??o das temáticas das notícias de desporto no jornal USA TodayTemaSub-categoriasBasquetebolGolfeFutebol AmericanoAtletismoHóqueiBasebolEquita??oTotalDesporto50,00%15,00%12,50%5,00%7,50%7,50%2,50%100,00%E assentando na máxima “uma imagem vale mais do que mil palavras”, os destaques com imagem vender?o também mais jornais. Logo, no que diz respeito aos “Destaques Centrais Fotografia”, aos “Destaques Centrais Secundários Fotografia” e aos “Destaques Secundários Fotografia” os temas de desporto s?o os mais visíveis no Correio da Manh?, respetivamente, 57,14%, 37,50% e 100%. No caso do USA Today as temática diversificam, encontramos 30% de notícias sobre “Desastres” nos “Destaques Centrais Fotografia” e 100% das notícias sobre “Desporto” nos “Destaques Centrais Secundários Fotografia”. Quando a fotografia é inferior a 75% do tamanho do destaque pode verificar-se 40% sobre “Política” nos “Destaques Centrais com Fotografia”, 30,77% sobre “Crime e Esc?ndalo” nos “Destaques Centrais Secundários com Fotografia e 40% das notícias de cariz “Internacional” nos “Destaques Secundários com Fotografia” (Correio da Manh?). No caso do USA Today verifica-se que a “Sociedade” assume 35% e 33,33% das notícias dos “Destaques Centrais com Fotografia” e “Destaques Centrais Secundários com Fotografia”, sendo que 100% das notícias s?o de cariz económico nos “Destaques Secundários com Fotografia. Para mais informa??es sobre a distribui??o das editorias e temáticas por cada um dos destaques confira os Apêndices A a D. 8.2 – As Plataformas dos ciberjornais dos dois periódicosA plataforma do Correio da Manh? é bem mais transversal do que a do USA Today, permite a vota??o e partilha de todos os artigos, assim como, tem fórum de discuss?o e permiss?o de vota??o dos comentários dos usuários em qualquer notícia publicada, incluindo as Fotogalerias.O Correio da Manh? apenas disponibiliza destaques com vídeos anexos à notícia, n?o apresenta destaques apenas com vídeos nas sec??es estudadas. N?o faz uso de blogs internos ao ciberjornal, assim como n?o utiliza posts como destaques. Aliás, tirando a interatividade proveniente dos campos multimédia, as notícias do Correio da Manh? n?o apresentam qualquer tipo de hipertextualidade, seja esta interna ou externa.No caso do USA Today apenas os posts dos blogs internos ao ciberjornal como: “The Oval”, “On Dead Line”, “Life Line Live”, “On Politics”, “Game On!”, “Idol Chatter”, “Drive On”, “Live from...”, entre outros, n?o permitem a vota??o dos artigos. No entanto, qualquer outra notícia de outra editoria do jornal permite vota??o dos artigos. Qualquer post ou notícia têm acesso a fórum de discuss?o, assim como, permitem votar os comentários e partilhar todos os conteúdos (notícia ou post como um todo).No caso dos gráficos e dos tops, a partilha só é possível através de e-mail. Assim como, gráficos, tops, vídeos e fotogalerias n?o permitem votar a publica??o, nem têm fórum de discuss?o.Outra das distin??es flagrantes entre a plataforma do Correio da Manh? e do USA Today é a presen?a de um formulário de preenchimento através do browser (no caso português) e a necessidade de se enviar um email para qualquer tipo de feedback ou envio de corre??es aos artigos publicados (no caso norte-americano).8.3 – Análise dos Destaques-notícia da plataforma onlineNa plataforma online dos dois jornais foram analisadas 532 notícias, sendo 311 norte-americanas e 221 portuguesas.Centrando primariamente a quest?o em que editoria é mais relevante nos Destaques-notícia online podemos referir que, o Correio da Manh? dá mais import?ncia aos assuntos da ordem nacional, tendo-se obtido 23,53% para a editoria “Nacional – Portugal”. Já no caso do USA Today, com valores iguais, temos as editorias “Money” e “World” com 11,25%. As editorias menos expressivas referentes ao jornal norte-americano s?o “The Huddle” e “Live from...” com 0,32%. No entanto estas editorias s?o referentes a blogs internos do jornal, logo se verificarmos a editoria (do periódico) menos relevante encontramos “Religion” com 0,64%.No campo das temáticas dos destaques é de referir que “Crime e Esc?ndalo” é o assunto mais relevante da plataforma online do Correio da Manh?. Já relativamente ao USA Today encontramos “Sociedade” com 24,12% como a editoria mais expressiva. Dos temas menos chamados à primeira página temos “Crime e Esc?ndalo” na América e “Media” em Portugal.No que diz respeito aos destaque com fotografia (Correio da Manh? e USA Today), assim como aos destaques com vídeo (Correio da Manh?), o jornal online português é bem mais rico em aspetos multimédia na sua página principal (estamos a falar neste momento dos destaques e n?o do seu conteúdo – notícia).No caso do periódico europeu a maior parte dos destaques centram-se na temática “Crime e Esc?ndalo”. No seu homólogo americano, os destaques centram-se na temática “Internacional”. (Cf. Apêndice G e H)As notícias de cariz internacional representam um bolo de 18,01% no jornal americano (Cf. Tabela 5) e de 10,41% no periódico português. (Cf. Tabela 6) Já relativamente ao Desporto, em Portugal o Futebol assume, novamente toda a relev?ncia e, nos Estados Unidos há novamente uma dispers?o. (Cf. Gráfico 3)Figura SEQ Figura \* ARABIC 5 - Distribui??o sub-categorias de notícias de cariz internacional em CategoriaSub-categoriasGuerraPolíticaCrime e Esc?ndaloDesastresFiguras PúblicasSociedadeDesportoTotalInternacional46,43%1,79%3,57%8,93%14,29%23,21%1,79%100,00%Figura SEQ Figura \* ARABIC 6 - Distribui??o sub-categorias de notícias de cariz internacional em correiodamanha.ptCategoriaSub-categoriasSociedadeGuerraPolíticaCrim&Esc.DesastresTotalInternacional8,70%43,48%8,70%30,43%8,70%100,00%Gráfico SEQ Gráfico \* ARABIC 3 - Dispers?o das notícias de Desporto em De acrescentar ainda que todas as notícias em Portugal têm indica??o da data e hora quando s?o publicadas, no entanto 2,25% das notícias nos Estados Unidos n?o têm men??o à data e hora a que foram publicadas. Mas enquanto o USA Today está em atualiza??o constante, o mesmo n?o acontece com o Correio da Manh?. Apenas 0,90% das notícias têm indica??o de que foram atualizadas (Correio da Manh?) contra 65,59% de notícias atualizadas (USA Today). No que diz respeito à presen?a de hipertexto, cerca de 100% das notícias Portuguesas n?o tem qualquer hiperliga??o, enquanto, 80,06% contém hiperliga??es internas e 14,15% contém externas, no caso do USA Today.Quanto a elementos multimédia, sem dúvida os dois jornais n?o poderiam ser mais diferentes. (Cf. Tabela 4 e 5) 11,90% das notícias n?o têm qualquer fotografia a catalogar a notícia (Estados Unidos), enquanto só 0,90% das notícias n?o têm qualquer fotografia em Portugal.No caso do Correio da Manh? 3,17% das notícias têm liga??o interna para fotogalerias, 0,45% têm diaporamas e 6,79% est?o enriquecidas com recurso a vídeo. No caso do USA Today, 7,72% das notícias têm gráficos a explicar o conteúdo tratado, 0,65% e 1,93% têm, respetivamente, infografias e infografias digitais digital incorporadas na notícia, assim como, 25,08% têm um vídeo e 2,89% têm fotogaleria no corpo do texto da notícia. De acrescentar ainda que, no caso americano, 4,18% têm hiperliga??o para um vídeo externo à notícia, 2,57% para áudio, 1,29% para audio slideshows, 1,93% para infografias digitais e 39,87% para fotogalerias.Tabela SEQ Tabela \* ARABIC 4 - Presen?a de elementos multimédia nas notícias em correiodamanha.ptFotoLig. FotogaleriaDiaporamaVídeoSim99,10%3,17%0,45%6,79%N?o0,90%96,83%99,55%93,21%Total100,00%100,00%100,00%100,00%FotoGráficoInfografiaInfografia DigitalVídeoFotogaleriaLig. VídeoLig. ?udioLig. Audio SlideShowLig. Infografia DigitalLig. FotogaleriaSim88,10%7,72%0,64%1,93%25,08%2,89%4,18%2,57%1,29%1,93%39,87%N?o11,90%92,28%99,36%98,07%74,92%97,11%95,82%97,43%98,71%98,07%60,13%Total100,00%100,00%100,00%100,00%100,00%100,00%100,00%100,00%100,00%100,00%100,00%Tabela SEQ Tabela \* ARABIC 5 - Presen?a de elementos multimédia nas notícias em 8.4 – Análise dos Destaques-notícia da plataforma onlineAs plataformas online dos dois jornais s?o substancialmente diferentes no que toca às suas destaques-multimédia. Como já referido, o Correio da Manh? tem uma caixa multimédia onde possui destaques para notícias, e contém também uma Fotogaleria onde contém as suas fotogalerias. No caso do USA Today, todos os destaques-multimédia est?o concentrados numa única Caixa Multimédia, onde se encontram os vídeos, fotogalerias, gráficos (estáticos e interativos), tops e infografias.Desta forma temos na Caixa Multimédia do Correio da Manh? a editoria de “Sport – Desporto” e a temática “Desporto” que assumem a maior expressividade. Relativamente às suas fotogalerias, n?o fazendo sentido falar-se em editorias, a temática com maior relev?ncia é a “Internacional” (46,15%), da qual a maior relev?ncia recai sobre o “Internacional – Desporto” com 33,33%.Só foram catalogadas as fotogalerias “novas”, sendo que a plataforma mantém sempre algumas antigas devido a esta sec??o n?o ser atualizada todos os dias. No caso do USA Today a sec??o de fotogalerias, vídeos e afins, da Caixa Multimédia, é atualizada todos os dias com novos recursos. Neste sentido foram contabilizados 30 Gráficos, 127 fotogalerias, 161 vídeos, 16 tops e 9 infografias. As temáticas mais relevantes de cada uma das categorias foram:Sociedade, 100% dos gráficos;Desporto, 47,24% das fotogalerias (sendo o “Basquetebol” a sub-categoria mais relevante com 21, 79%;Sociedade, 26,09% dos vídeos;Media, 68,75% dos tops;Internacional, 77,78% das infografias (sendo as “Figuras Públicas” e a “Guerra” as sub-temáticas mais relevantes com 40,82% e 36,73%, respetivamente).8.5 – Análise do shovelware das notícias onlineComo de certa forma seria de esperar, dado que a maior parte dos lucros dos jornais provém de publicidade da vers?o de papel e da venda dos jornais, os dois periódicos têm grandes índices de shovelware.O Correio da Manh? apresenta um índice de 65,82% de notícias copy-past e o USA Today apresenta um valor, mais baixo, de 44,50%.No entanto, no decorrer da investiga??o percecionou-se que dentro das notícias copy-past existiam uns nuances de real?ar. Cerca de 54,23% das notícias-shovelware do Correio da Manh? s?o jun??o de várias pe?as jornalísticas com a mesma temática – S* – (notícias relacionadas) e, 20% das notícias-shovelware tinham mais informa??es na edi??o de papel – S** – (pequenos pormenores como gráficos, tabelas ou mesmo caixas com informa??o adicional à notícia) (Cf. Tabela 6 e Gráfico 4). No caso do jornal norte-americano, n?o existem coloca??es online de jun??o de notícias, mas acontecia também a mesma situa??o relativamente às pequenas diferen?as entre a notícia online e a sua homóloga em papel. Cerca de 24,73% das notícias-shovelware tinham na edi??o de papel mais informa??o do que na vers?o de Internet (Cf. Tabela 7 e Gráfico 5).Tabela SEQ Tabela \* ARABIC 6 - Presen?a de shovelware na plataforma correiodamanha.ptShovelwareS65,82%N34,18%Total100,00%Tabela SEQ Tabela \* ARABIC 7 - Presen?a de shovelware na plataforma ShovelwareS44,50%N55,50%Total100,00% Conclus?oAs publica??es populares s?o também aquelas que mais sensacionalismo empregam nas sua publica??es. Como foi anteriormente referido, n?o se devem confundir publica??es populares com publica??es tabloide. As publica??es tabloide s?o publica??es populares, mas o contrário n?o se verifica. Publica??es tabloide s?o um pequeno nicho das publica??es populares.Foi amplamente referido que a fórmula ‘sexo, sangue e violência’ seria a raz?o do sucesso das publica??es mais sensacionalistas, consequentemente do jornalismo popular.Aliás, a quest?o de investiga??o desta tese de mestrado afigura-se como sendo a verifica??o de se os jornais populares do séc. XXI ainda seguem a dita fórmula para o sucesso nos seus editoriais. Chegamos à conclus?o de que as publica??es que mais vendem, ser?o também as mais populares, desta forma, o estudo comparativo foi efetuado entre os jornais generalistas de distribui??o nacional e diária, o Correio da Manh? (Portugal) e o USA Today (Estados Unidos).No entanto, no caso do Correio da Manh? a temática com maior relev?ncia é “Crime e Violência” (25,32%), seguida pelas “Sociedade” e “Desporto” com 17,72% e 12,97%, respetivamente. Relativamente à plataforma correiodamanha.pt temos como temáticas mais expressivas, novamente “Crime e Violência”, com 27,15% seguindo-se “Política” com 14,48% e “Sociedade” com 12,22% (excluiu-se a temática “Destaque de Papel” – autopromo??o do jornal impresso através da plataforma de Internet – por n?o ser um tema catalogado na metodologia).“Sociedade” e “Economia” afiguram-se como as temáticas mais expressivas do USA Today, com 25,95% e 20%, respetivamente. No caso da plataforma , as temáticas mais relevantes s?o “Sociedade” e “Internacional”.Podemos concluir que a relev?ncia dado também às notícias de cariz internacional na plataforma norte-americana se deverá ao facto de o jornal possuir também uma vers?o internacional. No entanto, podemos concluir também, pelas valores das temáticas apresentadas que o USA Today afasta-se da fórmula ‘sexo, crime e violência’ (embora que 46,43% das notícias da temática Internacional sejam sobre “Guerra” – tema conotado com violência). O USA Today aproximar-se-á da formula??o do Yellow Journalism defendida por Campbell, devido à relev?ncia de notícias de sociedade e de desporto. No entanto, as chamadas à sua primeira página, assim como as chamadas à sua página online poderiam estar mais enriquecidas com fotografias ou vídeos (no caso da Internet).O Correio da Manh?, por sua vez, aproxima-se da fórmula ‘sexo, crime e violência’ (sendo esta interpretada como regra para o sucesso por muitos autores), mas n?o se distancia de todo da hipótese de Campbell (notícias de cariz desportivo e de sociedade, assim como bastantes recursos fotográficos.Estas duas publica??es encontram-se em realidades distintas, quer no campo do jornalismo, quer na sua situa??o política e económica face ao resto do mundo. N?o s?o de todo estranho os dados obtidos. Em Portugal, com o Correio da Manh?, dá-se uma maior relev?ncia a notícias de índole mais sensacionalista, ser o único jornal “mais à esquerda do espectro” (leia-se jornal popular mais sensacionalista). Nos Estados Unidos, com o USA Today deixará muitas das notícias mais conotadas com ‘sangue, sexo e violência’ para as publica??es mais tabloide.Relativamente à primeira hipótese, é verificada a primeira parte, mas n?o é verificada a segunda parte. O USA Today apresenta um maior número de destaques na primeira página, da amostra de 30 dias temos 370 destaques do jornal norte-americano contra 316 do português. No entanto, o somatório dos “Destaques Fotografia” e dos “Destaques com Fotografia” mostram que o Correio da Manh? usa mais recursos fotográficos em termos percentuais como o observável na Tabela 8. Tabela SEQ Tabela \* ARABIC 8 - Percentagem dos Destaques Fotografia e dos Destaques com fotografia dos dois jornais impressosDest Cental FotoDest Central com FotoDest Central Sec FotoDest Central Sec com FotoDest Sec FotoDest Sec com FotoDest Sup com FotoDest Inf FotoDest Inf com FotoDest Lat FotoDest Lat com FotoTotalTotal de Dest.%CM71024131519234134217031653,80%USA Today1020218045902044117837048,11%Embora Helder Bastos se refira ao desenvolvimento do jornalismo na Internet em dois períodos distintos, eu atrever-me-ia a dizer que, poderíamos dividir esses mesmos momentos da prolifera??o da em três:Período em que se come?a a utilizar a Internet como forma de contactar com as fontes e obter informa??es fugindo, ou come?ando a distanciar-se, do método tradicional;Introdu??o dos meios tradicionais (imprensa escrita, radiofónica e televisiva), mas utilizando a página da Internet, principalmente por parte dos jornais, como um repositório online;Início da produ??o noticiosa para a Internet tendo em conta as suas potencialidades e considerando-se ser um meio diferente. A notícias tem de ser também come?ada a construir tendo em conta a forma de absor??o dos públicos.Neste sentido, e tendo em conta a segunda hipótese, poderemos afirmar que o USA Today, pela discuss?o dos resultados, é o jornal cuja plataforma melhor explora as potencialidades da internet, tendo em conta os recursos multimédia que usa. A plataforma online do periódico norte-americano só peca pela falta de um formulário inserido na página web, em detrimento do recurso ao e-mail, como forma de receber feedbacks e possíveis corre??es às informa??es noticiadas.Relativamente à hipótese três – produ??o de conteúdos exclusivos em detrimento do copy-past, utilizando, assim, consequentemente a plataforma online como um repositório das notícias produzidas para a edi??o impressa – podemos afirmar que, também pela discuss?o de resultados, o USA Today efetua menos shovelware do que o seu “homólogo” português.Desta forma conseguimos comprovar as hipóteses 2 e 3, e parte da hipótese 1. Relativamente à quest?o de investiga??o, deu para perceber a distin??o temática entre os dois periódicos, assim como a sua “aproxima??o” e “distanciamento” da fórmula ‘sexo, sangue e violência’. Podemos afirmar ent?o que as temáticas do séc. XXI est?o, de certa forma, a alterar-se, nos dois casos.Bibliografia ANTUNES, M. (s.d.) – ?tica da comunica??o e ética da informa??o: teoria sistemática. [em linha] Disponível em [Consultado em 01/05/2011];BASTOS, H. (2010) – Ciberjornalismo dos primórdios ao impasse. [em linha] Disponível em [Consultado em 03/06/2011];BASTOS, H. (2011) – Ciberjornalismo em Portugal: práticas, papéis e ética. Lisboa, Livros Horizonte;BRITO, J. (2010) – As estratégias de comunicabilidade de um jornal popular. O caso do diário português – Correio da Manh?. [em linha] Disponível em [Consultado em 08/03/2011];CAMPBELL, W. (2001) – Yellow Journalism - Picturing the Myths, Defining the Legacies. Westport, Praeger Publishers;COHEN, D. 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(s.l.), (s.e.).Apêndice A – Distribui??o das editorias da vers?o impressa do Correio da Manh?Dest Cental FotoDest Central com FotoDest CentralDest Central Sec FotoDest Central Sec com FotoDest Central Sec.Dest Sec FotoDest Sec com FotoDest Sec.Dest Sup com FotoDest Sup.Dest Inf FotoDest Inf com FotoDest Inf.Dest Lat FotoDest Lat com FotoDest LatTotais por destaqueEditoria7101824138152191523474134229316Atualidade100,00%60,00%61,11%66,67%61,54%50,00%?100,00%50,00%21,05%20,00%?5,88%5,41%23,08%23,81%10,34%27,53%Economia?20,00%16,67%?7,69%25,00%????13,33%??2,70%?2,38%13,79%5,38%Portugal?10,00%5,56%12,50%7,69%????10,53%20,00%??12,16%7,69%4,76%31,03%10,13%Sociedade?10,00%5,56%?????50,00%10,53%33,33%?5,88%28,38%?4,76%6,90%11,71%Política??5,56%4,17%15,38%????21,05%???9,46%7,69%16,67%?7,28%Norte??5,56%4,17%?????????33,78%15,38%2,38%10,34%10,44%Vidas???4,17%???????50,00%76,47%1,35%?11,90%?10,76%Desporto???8,33%7,69%?100,00%??5,26%??2,94%?23,08%23,81%13,79%7,28%Televis?o & Média?????25,00%???5,26%??2,94%1,35%???1,58%?ltima-Página?????????10,53%13,33%???7,69%?3,45%1,90%Especial?????????15,79%?50,00%2,94%2,70%7,69%9,52%10,34%4,75%Cultura & Espetáculos????????????2,94%2,70%???0,95%Mundo??????????????7,69%??0,32%Total100,00%100,00%100,00%100,00%100,00%100,00%100,00%100,00%100,00%100,00%100,00%100,00%100,00%100,00%100,00%100,00%100,00%100,00%Apêndice B - Distribui??o das editorias da vers?o impressa do USA TodayDest Cental FotoDest Central com FotoDest CentralDest Central Sec FotoDest Central Sec com FotoDest Central Sec.Dest Sec FotoDest Sec com FotoDest Sec.Dest Sup com FotoDest Sup.Dest Inf FotoDest Inf com FotoDest Inf.Dest Lat FotoDest Lat com FotoDest LatTotais por destaqueEditoria102012181404059002014441163370Sports20,00%??100,00%5,56%7,14%???47,46%?????4,88%7,36%12,97%Nation40,00%30,00%??16,67%7,14%??????15,00%21,43%25,00%31,71%20,25%18,11%News20,00%45,00%??11,11%???????15,00%?25,00%7,32%6,13%8,11%Civil War10,00%????????????????0,27%Oil Spill in the Golf: One Year Later10,00%????????????????0,27%Front-Page?20,00%100,00%?61,11%57,14%?25,00%????35,00%57,14%???10,81%Death of bin Laden?5,00%???????1,69%?????4,88%2,45%2,16%Washington????5,56%21,43%??????10,00%?25,00%2,44%9,20%6,22%Money?????7,14%?75,00%?????14,29%?17,07%33,74%18,38%Life?????????47,46%???7,14%?4,88%9,20%12,43%Your Life?????????1,69%??5,00%??4,88%4,29%2,97%All USA Basketball Team?????????1,69%??????0,61%0,54%World????????????15,00%?25,00%12,20%5,52%4,86%The Players Championship????????????5,00%????0,27%The Forum???????????????2,44%?0,27%The Royal Wedding???????????????4,88%0,61%0,81%Hunger in america???????????????2,44%?0,27%The Shuttle????????????????0,61%0,27%Total100,00%100,00%100,00%100,00%100,00%100,00%0,00%100,00%0,00%100,00%0,00%0,00%100,00%100,00%100,00%100,00%100,00%100,00%Apêndice C - Distribui??o dos temas da vers?o impressa do Correio da Manh?Dest Cental FotoDest Central com FotoDest CentralDest Central Sec FotoDest Central Sec com FotoDest Central Sec.Dest Sec FotoDest Sec com FotoDest Sec.Dest Sup com FotoDest Sup.Dest Inf FotoDest Inf com FotoDest Inf.Dest Lat FotoDest Lat com FotoDest LatTotais por destaqueTemas7101824138152191523474134229316Desp.57,14%??37,50%23,08%?100,00%20,00%?10,53%6,67%?5,88%?23,08%28,57%10,34%12,97%Crim&Esc.14,29%30,00%16,67%16,67%30,77%37,50%?20,00%50,00%21,05%33,33%50,00%?41,89%?11,90%48,28%25,32%Política?40,00%38,89%8,33%23,08%12,50%?20,00%?15,79%???4,05%7,69%19,05%6,90%11,08%Economia?20,00%27,78%?7,69%25,00%???10,53%13,33%?2,94%9,46%?4,76%17,24%9,18%Sociedade?10,00%16,67%29,17%15,38%???50,00%10,53%20,00%?2,94%31,08%38,46%14,29%6,90%17,72%Fig.Pub.???4,17%???????50,00%64,71%1,35%?9,52%?9,18%Media?????25,00%???5,26%??2,94%1,35%???1,58%Saúde??????????26,67%??5,41%???2,53%Cul&Esp.????????????2,94%2,70%???0,95%Internacional28,57%??4,17%???40,00%?26,32%??17,65%2,70%30,77%11,90%10,34%9,49%Total100,00%100,00%100,00%100,00%100,00%100,00%100,00%100,00%100,00%100,00%100,00%100,00%100,00%100,00%100,00%100,00%100,00%100,00%Apêndice D - Distribui??o dos temas da vers?o impressa do USA TodayDest Cental FotoDest Central com FotoDest CentralDest Central Sec FotoDest Central Sec com FotoDest Central Sec.Dest Sec FotoDest Sec com FotoDest Sec.Dest Sup com FotoDest Sup.Dest Inf FotoDest Inf com FotoDest Inf.Dest Lat FotoDest Lat com FotoDest LatTotais por destaqueTemas102012181404059002014441163370Política10,00%10,00%??27,78%21,43%??????15,00%?25,00%12,20%11,66%10,54%Economia10,00%15,00%??11,11%35,71%?100,00%????15,00%28,57%?17,07%27,61%20,00%Guerra10,00%5,00%?????????????2,44%1,23%1,35%Sociedade10,00%35,00%??33,33%28,57%???1,69%??40,00%50,00%25,00%26,83%30,67%25,95%Desastres30,00%15,00%100,00%?5,56%???????5,00%??12,20%1,84%4,59%Crim&Esc.?5,00%??5,56%????5,08%??5,00%7,14%??3,07%3,24%Cul&Esp.?????????23,73%?????4,88%5,52%6,76%Fig.Pub.?????????15,25%???7,14%??0,61%2,97%Media?????????13,56%??????1,84%2,97%Vida Animal????????????????1,23%0,54%Desp.20,00%??100,00%5,56%7,14%???38,98%??5,00%??2,44%5,52%10,81%Internacional10,00%15,00%??11,11%7,14%???1,69%??15,00%7,14%50,00%21,95%9,20%10,27%Total100,00%100,00%100,00%100,00%100,00%100,00%0,00%100,00%0,00%100,00%0,00%0,00%100,00%100,00%100,00%100,00%100,00%100,00%Apêndice E - Distribui??o das editorias da edi??o online do Correio da Manh??Central Foto - 1?Central Foto - 2?Central Foto - 3?Central Foto - 4?Central Foto - 5?Central VídeoArt. Rel.?TotalEditorai30292920141089221Nacional - Atualidade23,33%24,14%24,14%5,00%?40,00%19,10%19,46%Nacional - Portugal?48,28%41,38%65,00%21,43%30,00%7,87%23,53%Internacional - Mundo3,33%?3,45%?21,43%10,00%3,37%4,07%Nacional - Política?3,45%13,79%15,00%?10,00%4,49%5,88%Exclusívo CM70,00%10,34%?5,00%14,29%10,00%15,73%19,00%Sport - Desporto3,33%?????5,62%2,71%?ltima Hora??????30,34%12,22%Opini?o??????6,74%2,71%Nacional - Economia?6,90%6,90%5,00%35,71%?5,62%6,79%Nota Editorial??????1,12%0,45%Nacional - Sociedade??3,45%?7,14%??0,90%Lazer - Tv&Média?3,45%6,90%5,00%???1,81%Nacional - Ensino?3,45%?????0,45%Total100,00%100,00%100,00%100,00%100,00%100,00%100,00%100,00%Apêndice F - Distribui??o das editorias da edi??o online do USA TodayCent.FSec.F 1?Sec.F 2?Sec.F 3?Cent.SecSec. 1?Sec. 2?Sec. 3?Sec. 4?Sec. 5?Sec. 6?Sec. 7?Sec. 8?Sec. 9?Sec. 10?Art. Rel.TotalTema3021172728282626261717171642311Washington13,33%50,00%???11,11%14,29%7,14%???????14,29%6,43%Travel3,33%????7,41%10,71%3,57%7,69%?11,54%?????3,86%Money13,33%???28,57%22,22%14,29%17,86%19,23%11,54%3,85%11,76%11,76%?6,25%?11,25%The Oval3,33%???14,29%14,81%10,71%?3,85%?7,69%????14,29%5,79%Nation13,33%???14,29%?7,14%10,71%19,23%23,08%15,38%17,65%?5,88%?7,14%10,29%On Dead Line6,67%??100,00%14,29%3,70%10,71%10,71%???????7,14%4,50%World20,00%???28,57%11,11%10,71%10,71%19,23%7,69%3,85%11,76%??12,50%14,29%11,25%Politics3,33%???????????5,88%??2,38%0,96%Weather10,00%????11,11%3,57%14,29%7,69%11,54%?????2,38%5,47%Life3,33%?????3,57%3,57%3,85%?7,69%5,88%??18,75%4,76%3,86%Religion6,67%???????????????0,64%Life Line Live3,33%????????3,85%7,69%5,88%5,88%17,65%31,25%?4,50%Military?50,00%???3,70%?3,57%?7,69%??????1,61%Sports??100,00%???3,57%?7,69%?11,54%?41,18%41,18%18,75%?7,72%On Politics?????14,81%3,57%?3,85%?3,85%5,88%5,88%?6,25%2,38%3,54%Tech??????3,57%??3,85%3,85%11,76%5,88%???1,93%Your Life??????3,57%7,14%3,85%11,54%7,69%23,53%5,88%??2,38%4,82%Game On!???????3,57%???5,88%????0,64%Idol Chatter???????3,57%?3,85%7,69%?5,88%29,41%6,25%?3,54%The Huddle???????3,57%????????0,32%Drive On????????3,85%3,85%???5,88%??0,96%Techonology Live?????????3,85%??????0,32%Live from...?????????3,85%??????0,32%Game Hunters?????????3,85%??????0,32%Education??????????7,69%?5,88%???0,96%Daily Pitch????????????5,88%???0,32%FotoGaleria???????????????14,29%1,93%Video???????????????9,52%1,29%InfoGrafia???????????????4,76%0,64%Total100,00%100,00%100,00%100,00%100,00%100,00%100,00%100,00%100,00%100,00%100,00%100,00%100,00%100,00%100,00%100,00%100,00%Apêndice G - Distribui??o dos temas da edi??o online do Correio da Manh??Central Foto - 1?Central Foto - 2?Central Foto - 3?Central Foto - 4?Central Foto - 5?Central VídeoArt. Rel.TotalTema30292920141089221Dest. Papel66,67%10,34%?5,00%14,29%10,00%4,49%14,03%Crim&Esc.?51,72%44,83%40,00%14,29%40,00%20,22%27,15%Internacional6,67%3,45%3,45%?21,43%20,00%15,73%10,41%Sociedade?10,34%10,34%30,00%28,57%20,00%10,11%12,22%Política6,67%3,45%24,14%10,00%14,29%10,00%19,10%14,48%Desp.10,00%6,90%?5,00%??19,10%10,41%Economia10,00%10,34%10,34%5,00%7,14%?11,24%9,50%Media?3,45%6,90%5,00%???1,81%Total100,00%100,00%100,00%100,00%100,00%100,00%100,00%100,00%Apêndice H - Distribui??o dos temas da edi??o online do USA TodayCent.FSec.F 1?Sec.F 2?Sec.F 3?Cent.SecSec. 1?Sec. 2?Sec. 3?Sec. 4?Sec. 5?Sec. 6?Sec. 7?Sec. 8?Sec. 9?Sec. 10?Art. Rel.TotalTema3021172728282626261717171642311Política13,33%50,00%??14,29%29,63%21,43%10,71%11,54%?23,08%5,88%5,88%5,88%?21,43%14,15%Economia13,33%???28,57%22,22%17,86%17,86%30,77%23,08%7,69%11,76%17,65%5,88%?4,76%14,79%Guerra3,33%?????14,29%3,57%???????11,90%3,54%Desastres13,33%????14,81%3,57%10,71%7,69%??5,88%???9,52%6,11%Sociedade23,33%???14,29%22,22%21,43%32,14%19,23%53,85%23,08%41,18%23,53%11,76%12,50%14,29%24,12%Internacional33,33%50,00%?100,00%42,86%11,11%10,71%14,29%19,23%15,38%3,85%17,65%5,88%?12,50%35,71%18,01%Desp.??100,00%???3,57%3,57%7,69%?7,69%5,88%35,29%35,29%18,75%2,38%7,72%Crim&Esc.??????3,57%???7,69%5,88%????1,29%Cul&Esp.??????3,57%3,57%??????18,75%?1,61%Media???????3,57%?3,85%19,23%?5,88%41,18%31,25%?6,43%Fig.Pub.????????3,85%3,85%7,69%5,88%5,88%?6,25%?2,25%Total100,00%100,00%100%100,00%100,00%100,00%100,00%100,00%100,00%100,00%100,00%100,00%100,00%100,00%100,00%100,00%100,00% ................
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