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AS M?DIAS SOCIAIS E O PROCESSO DE INTERA??O SOCIAL UMA CONTRIBUI??O PARA O MARKETINGDANTAS, Ana Lúcia de Faria LucenaDoutoraana.dantas@.brRIZZARDI, Patrik Estudante do curso de Administra??opatrik_rizzardi@RESUMOO presente artigo tem como finalidade ampliar a discuss?o sobre os processos de intera??o social e as mídias sociais. Para a isso foram apresentadas as idéias de autores como Berguer e Luckmann (2003) que abordam sobre o conhecimento que rege a conduta da vida cotidiana, quando a realidade social da vida cotidiana é partilhada entre os indivíduos num sistema de rela??o onde, entre outros, ocorre a intera??o face a face. Segundo os autores, na intera??o face a face a subjetividade do outro é mais acessível em fun??o da existência de inúmeros sintomas. Para eles, essa situa??o é a única que consegue reproduzir os sintomas, que por sua vez pode reduzir a subjetividade do outro. Somente nesta situa??o a subjetividade do outro é expressivamente “próxima”. Ou seja, para os autores, a intera??o face a face é a principal experiência vivenciada no processo de intera??o social. Por outro lado, uma das realidades incontestáveis atualmente é a utiliza??o generalizada das redes sociais, seja ela, Orkut, fotolog, chat, blog ou os mais recentes como o facebook e twitter, que mesmo n?o existindo a rela??o face a face promove uma intera??o social. Estas ferramentas têm como finalidade principal a rela??o virtual dos usuários. De fato, em todos estes meios de relacionamentos, constatamos a existência da intera??o entre usuários, mas também n?o podemos esquecer que existe da mesma forma a intera??o entre maquinas, sistemas, software, componentes responsáveis pela existência das redes sociais, ou seja, variáveis interdependentes que em conjunto resultam na intera??o do todo. Em face deste contexto o estudo teve como objetivo geral relacionar as teorias de Berguer e Luckmann (2003) na obra “A constru??o social da realidade” com os processos de intera??o social utilizados nas redes sociais. Entre os principais resultados est?o algumas reflex?es que podem contribuir para que as empresas possam ampliar a atua??o do marketing nas redes sociais.Durante o desenvolvimento do estudo foram utilizados os seguintes procedimentos metodológicos: pesquisa exploratória e descritiva, desenvolvido por meio de pesquisa bibliográfica e documental, que contou com alguns dos resultados da pesquisa realizada na UNICA/SOCIESC e que apresentou elementos importantes no sentido de contribuir com as discuss?es sobre este novo fen?meno: as redes sociais. Os dados da pesquisa contribuíram para ampliar a discuss?o sobre a import?ncia das intera??es sociais e sua influencia nas mídias sociais.PALAVRAS-CHAVE: Mídias Sociais, marketing e intera??o social.INTRODU??OO presente artigo apresenta algumas reflex?es alcan?adas durante o desenvolvimento do projeto de pesquisa realizado na UNICA/SOCIESC, em Florianópolis, que abordou sobre os processos de intera??o social segundo os autores Peter L. Berger e Thomas Luckmann e o uso das redes sociais segundo Raquel Recuero.Na obra “A constru??o social da realidade” os autores Berger e Luckmann (2003) abordam sobre o conhecimento que rege a conduta da vida cotidiana, quando a realidade social da vida cotidiana é partilhada entre os indivíduos num sistema de rela??o onde, entre outros, ocorre à intera??o face a face. Segundo eles, na intera??o face a face a subjetividade do outro é mais acessível em fun??o da existência de inúmeros sintomas, como as express?es faciais, movimentos corporais, entre outros.Para eles, essa situa??o é a única que consegue reproduzir os sintomas, que por sua vez pode reduzir a subjetividade do outro. Somente nesta situa??o a subjetividade do outro é expressivamente “próxima”. Ou seja, para os autores, a intera??o face a face é a principal experiência vivenciada no processo de intera??o social.Por outro lado, uma das realidades incontestáveis atualmente é a utiliza??o generalizada das redes sociais, seja ela, Orkut, fotolog, chat, blog ou os mais recentes como o facebook e twitter, que mesmo n?o existindo a rela??o face a face promove uma intera??o social. Estas ferramentas têm como finalidade principal a rela??o virtual dos usuários. De fato, em todos estes meios de relacionamentos, constatamos a existência da intera??o entre usuários, mas também n?o podemos esquecer que existe da mesma forma a intera??o entre maquinas, sistemas, software, componentes responsáveis pela existência das redes sociais, ou seja, variáveis interdependentes que em conjunto resultam na intera??o do todo.A partir deste contexto o presente estudo tem como objetivo geral relacionar as teorias de Berguer e Luckmann (2003) na obra “A constru??o social da realidade” com os processos de intera??o social utilizados nas redes sociais.Quanto aos procedimentos metodológicos adotados, o estudo possui um caráter exploratório e descritivo, realizado por meio de uma pesquisa bibliográfica e documental.Segundo Vergara (2000) pesquisa exploratória é realizada em área na qual há pouco conhecimento acumulado e sistematizado, ou seja, tem como objetivo aprimorar idéias, levantar hipóteses sobre assuntos pouco explorados. Já a pesquisa descritiva procura obter informa??es e descrever características de determinada popula??o ou fen?meno. Pode estabelecer correla??es entre variáveis e definir sua natureza.Para Gil (2002) A pesquisa bibliográfica é o estudo sistematizado e desenvolvido a partir de material impresso ou automatizado publicado em livros, revistas, jornais, rede eletr?nicas, e que seja de acesso público. E a pesquisa documental é realizada em documentos pertencente a órg?os públicos e privado de qualquer natureza, ou com pessoas: registros, regulamentos, circulares, ofícios, memorandos, balancetes, disquetes, cartas pessoais, dentre outros. Como fontes de dados para o presente estudo foram utilizados os dados de pesquisa realizada com os alunos da UNICA/SOCIESC sobre o uso das mídias sociais.O artigo está estruturado da seguinte forma: primeiramente s?o apresentadas as idéias de Berguer e Luckmann (2003), em seguida s?o abordados alguns aspectos sobre as intera??es nas redes sociais, depois os temas s?o relacionados ao estudo realizado e, por fim, s?o apresentadas algumas reflex?es que podem contribuir para o marketing.INTERA??O SOCIAL E REDES SOCIAISSegundo Berger e Luckmann (2003), antes de pensarmos em interpretar o mundo coerente em que vivemos, devemos entender a realidade da vida cotidiana, ou seja, levar em considera??o todos aqueles fatores intrínsecos, uma vez que este “mundo coerente” nada mais é do que a realidade interpretada e subjetivada de modo a dar sentido para cada um. Da mesma forma como se dá na intera??o social, onde esta é considerada por caráter subjetivo, ou seja, a realidade é constantemente interpretada pelos diferentes atores sociais.Neste mundo coerente, supracitado, existe também o consenso de que a forma??o desta realidade n?o é t?o somente individual, ou seja, a interpreta??o subjetiva extrapola o membro em si e parte para a um supersistema, muito mais amplo. Sistema este que origina o pensamento e a a??o dos homens comuns, sendo ent?o firmado por este como real.Ainda conforme os autores, esta interpreta??o tomada como real pelos homens comuns relaciona-se ao contexto do que definimos de “senso comum”, que possui vários vieses de estudo e que também define a realidade cotidiana. Logo, esta interpreta??o é de suma import?ncia uma vez que possui uma suposi??o pela qual aos homens torna-se inquestionável.Dentro desta idéia, há a percep??o da consciência e que ela é sempre intencional, ou seja, o que o autor quer dizer é que independentemente do que fazer em rela??o a qualquer coisa seja ela pessoa ou objeto, que esta a??o n?o será abstrata t?o pouco inerte, que sempre isto implicará na lucidez e que pouco importa o objeto da experiência. O que de fato é objeto de estudo dos autores, é o caráter intencional comum de toda consciência.Para os autores, a consciência está presente em diversas esferas da realidade. Ela pode, e é participante de múltiplas realidades, nas quais é totalmente possível a sua transi??o de uma para outra, mas que para isso é preciso o desvio da aten??o de uma para outra. Subentende-se que uma n?o existe ao mesmo tempo em que a outra, e vice versa, e que a transi??o entre elas é denominada pelos autores como uma espécie de “choque”. A mais comum, destas transi??es, seria o sonho. O deslocamento de uma realidade a outra, dá-se ao ato de acordar, onde uma das realidades é instantaneamente finalizada dando lugar a segunda, mesmo que depois da transi??o possam existir “restos” da realidade vivenciada anteriormente, s?o os chamados “restos diurnos” ou lembrar-se do que sonhou. A realidade, a que passamos a maior parte do dia, a que chamamos de real, também é aquela “realidade por excelência”, e é nesta que a tens?o e a consciência tangenciam o máximo da vida cotidiana, uma vez que nesta há uma imposi??o muito mais maci?a, concisa, de caráter urgente e mais intenso. Isso tudo porque, é nesta realidade que posicionamos o nosso “aqui e agora”, pois é este o foco da nossa aten??o no cotidiano, ou seja, a zona a qual está mais próxima o “eu” como pessoa é a minha própria manipula??o corporal, que domina e modifica o meu cotidiano, ou seja, direciona, baseado na minha aten??o principal, aquilo que estou fazendo, fiz ou farei.Importante também é o fato de que n?o é possível, n?o atualmente, existir sem que haja, sem que exista a intera??o e comunica??o, seja com alguém, grupo ou com o mundo. Esta rela??o deve existir, pois, corresponde a uma atitude natural do ser humano e uma atitude natural dos outros também, uma vez que há compreens?o pelo outro ator social e que isto define o meu “aqui e agora”, porém é exatamente isso que pode definir o recíproco disto, uma vez que o “aqui” para mim é o “lá” de outra pessoa, e da mesma forma como o “agora” n?o pressup?e o mesmo para o outro ator. Por isso, o conhecimento do senso comum é o conhecimento que eu partilho com os outros nas rotinas normais, evidentes da vida cotidiana, e a realidade desta é admitida como nossa realidade por excelência. Para concluir-se tal, n?o longe precisa-se ir ou entender, pois o simples fato da presen?a torna isso factível, ou seja, por si só verificável.Ainda segundo Berguer e Luckmann (2003), no que é um dos objetivos centrais deste trabalho, existe a intera??o social na vida cotidiana, esta, partilhada com os outros. Os autores defendem que a mais importante experiência dos outros ocorre na situa??o face à face e que este tipo de intera??o é o protótipo para todas as outras que derivam desta. Neste tipo de intera??o eu convivo, entendo, aprendo o outro e isto torna-se recíproco, pois é neste momento que o “aqui e o agora” colidem, ou seja, para os dois atores este posicionamento temporal permanece idêntico a ambos enquanto dá-se a situa??o face à face. Isto quer dizer, que neste momento, existe a reciprocidade e que tudo isso está acessível a ambos, o que conclui-se que nesta, existe uma subjetividade, uma variabilidade de interpreta??es que teoricamente n?o está presente em outros tipos de intera??o, pois à medida que a intera??o face à face distancia-se, surge a variabilidade em rela??o a subjetividade acentuando a existência de rela??es “remotas”. Isto porque na primeira, o outro, o ator ao qual compartilho a intera??o face à face é na sua plenitude real, pois n?o só o vejo mais também partilho da realidade a qual naquele momento coexiste a ambos. Noutras intera??es, genericamente, existe a duvida da tangibilidade, da existência do outro, se é real ou n?o, diferente do contato face a face.Logo, esta subjetividade se traduz em flexibilidade. A intera??o face à face é dotada de flexibilidade, pois é muito difícil se impor padr?es, de como será a rea??o a qualquer tipo de atitude, n?o é possível introduzir um padr?o ou qualquer outra determina??o nesta linha. Sendo assim, na intera??o face a face dificilmente existe um padr?o em fun??o da subjetividade, ou seja, mesmo sendo reduzida esta rela??o ainda é caracterizada pela existência da subjetividade.Embora, os padr?es da rela??o face à face n?o sejam determinados, algumas destas intera??es já vêm padronizadas devido a nossa rotina. Este padr?o, na verdade denominado “tipificadores” estabelecem esquemas que facilitam a identifica??o de algumas variáveis. Essas tipifica??es s?o o que usamos para determinar “homens”, “mulheres”, “ingleses”, “europeus”, “vendedores”. Estas tipifica??es nos ajudam, até o ponto em que n?o conhe?amos alguma destas tipifica??es. Estas tipifica??es, s?o de forma geral, recíprocas, assim como conhe?o o outro dentro de uma tipifica??o, este faz o mesmo processo, e da mesma forma, estas tipifica??es tornam-se progressivamente an?nimas a medida que a intera??o face à face distancia-se. Assim como deve-se verificar-se o contato direto ou indireto, contato verificado pelo primeiro com meus parentes e segundo por outros que conhe?o subjetivamente, logo, o anonimato cresce destes que s?o mais próximos para os últimos.O grau de anonimato pode ser medido também analisando o quanto intimo o outro é para mim. Vejo minha esposa, ou esposo, com a mesma freqüência com que vejo meu chefe, mas este é menos importante pra mim e n?o tenho rela??es mais intimas, ou seja, é relativamente an?nimo pra mim. A idéia é que a medida que nos distanciamos das tipifica??es e do “aqui e agora” progressivamente an?nimas ficam as pessoas e as rela??es.Os processos existentes durante as intera??es sociais, como a rela??o face a face, as tipifica??es, o anonimato, entre outros, s?o din?micos e extremamente flexíveis e, por fim, o conhecimento desses processos deve fazer parte da forma??o do profissional do século XXI. Por outro lado, também podemos fazer uma analise dos processos de intera??o social a partir de fatos e fen?menos sociais. Assim, o século XXI está sendo marcado por uma série de fen?menos que vêm atraindo pessoas em todo o mundo, entre estes, cotamos como exemplo a elei??o do presidente Barack Obama em 2008, a primavera ?rabe e o terremoto do Jap?o ambos em 2011, e muitos outros eventos que ocorreram e que ainda ir?o acontecer. E o que estes fen?menos, t?o diferentes, possuem em comum? Para Recuero (2010) estes fen?menos representam uma profunda mudan?a das formas de organiza??o, identidade, conversa??o e mobiliza??o social, que ocorrem em fun??o do advento da comunica??o mediada pelo computador. Conforme a autora essa comunica??o amplificou a capacidade de conex?o, permitindo que redes fossem criadas e expressas nesses espa?os, representadas pelas redes sociais mediadas pelo computador.Segundo Recuero (2010) uma rede social é definida como um conjunto de dois elementos: atores e suas conex?es. Segundo ela, o “Ator” é uma pessoa, responsável por moldar as estruturas sociais. Porém um ator pode ser percebido de varias formas, pois um mesmo ator pode utilizar diversas formas de redes sociais (facebook, Orkut, fotolog, twitter) ou em alguns casos utilizar somente uma delas. Sendo que todos eles, representam, expressam elementos de personalidade e individualidade, no caso de um perfil particular, ou personalidade e coletividade caso estejamos falando de uma “comunidade” no Orkut ou no facebook, por exemplo.Quando a autora coloca que os atores apresentam na rede social sua personalidade, está querendo dizer, que ali, naquele perfil, o ator está criando uma identidade. Mesmo se tratando de uma identidade virtual, pois na maioria dos casos, existe a exposi??o pessoal de inúmeras características que por sua vez s?o exatamente a descri??o intrínseca da qual o ator crê representar. Estas informa??es, juntamente com atores, s?o o que permitem que estas existam e sejam identificáveis na internet.A autora ainda lembra, que nas intera??es intermediadas pelas redes sociais, n?o existe a intera??o face a face, logo, o julgamento de um ator em rela??o a outro e vice versa, sempre dar-se-á por meio da leitura, das palavras, das informa??es expressas naquele “perfil”. Este julgamento vai formar a minha percep??o em rela??o ao outro, e para que esta possa ser mais individualizada e mais empática, os atores disponibilizam ent?o além de informa??es também fotos. Elementos esses, que podem contribuir para reduzir a subjetividade das intera??es. A individualiza??o e a empatia s?o dois fatores fundamentais para que possa existir uma estrutura??o de comunica??o, pois a reprova??o de um ator em rela??o a outro, impede antes mesmo que exista, a intera??o. Portanto, uma vez identificado o perfil, sendo este aprovado e proporcionado aceita??o por assimila??o come?amos a falar de intera??o social.Esta intera??o, por vezes, pode ser melhor desenvolvida quando os atores dividem perspectivas iguais ou parecidas, como por exemplo compartilhar gostos, estilos de musicas, rotinas, paix?es, participar de “comunidades” que representem opini?es ou exterioriza??es particulares dentre outros fatores, conhecidos como o “self” de cada ator. Lembrando ainda que cada ator pode ser identificado de diversas formas, ou pode ser um blogueiro, um ator no Orkut, outro no facebook e assim por diante. Dessa forma, pode-se sugerir que os esquemas tipificadores também est?o presentes nesta forma de intera??o social: as redes sociais.Por este motivo, a percep??o que tenho em rela??o ao ator, a impress?o na qual desenvolvo é muito importante, pois determina a intera??o e a constru??o deste processo, uma vez que com o surgimento de inúmeras redes sociais, fez com que as informa??es pudessem e fossem mais complexas, logo, as percep??es e express?es tornaram-se mais complexas (RECUERO, 2010).Além da import?ncia dos atore, Recuero (2010) destaca a relev?ncia das conex?es, que “em uma rede social s?o constituídas de la?os sociais, que por sua vez, s?o formados através da intera??o social entre os atores. Dessa forma a autora cita as conex?es como sendo o principal foco do estudo das redes sociais, pois a sua varia??o que altera as estruturas desse grupos, e podem ser divididas em: intera??o, rela??o e la?os sociais – capital social.As conex?es nada mais s?o do que as responsáveis pela estrutura e existência de todo este conjunto. Por ordem de subordina??o, pode-se dizer que a intera??o é a matéria prima das rela??es e dos la?os sociais. As duas segundas n?o podem existir sem que exista a primeira, esta condi??o é necessária, pois é a intera??o que constitui a minha orienta??o para o outro, no sentido mais amplo da palavra. A intera??o é o direcionador para a existência da segunda. ? neste primeiro momento que se constituem as coordenadas para a orienta??o com rela??o às expectativas, conversa??o, rea??es, ou seja, estamos falando de um ponto em particular e que serve de norte para todas estas variáveis e que sua presen?a torna-se indubitável: a comunica??o. Todo este processo possui um caráter comunicacional e todo o mecanismo de estudo em rela??o a intera??o, a rela??o e ao la?o baseia-se na comunica??o. Para Recuero (2010) mesmo que mediada por um computador e outras partes integrantes que possibilitam o funcionamento e manuten??o do sistema, a comunica??o entre os atores torna-se totalmente possível se n?o mais acessível. Porém, n?o consideremos toda comunica??o com simult?nea ou recíproca instantaneamente, logo, estamos falando de uma falta de sincronia, conhecida e utilizada pela autora como comunica??o assíncrona. Estamos falando de algo n?o imediato, n?o simult?neo, estamos falando de um momento temporal de intera??o diferente para dois atores. Esta defini??o fica clara quando pensamos num email, que pode ou n?o ser respondido imediatamente após seu recebimento, mas o fato de existir um temporalidade para obter uma resposta torna este um elemento assíncrono. N?o t?o somente um email, mas qualquer outra ferramenta que possa ser utilizada que possa gerar comunica??o e que esta seja n?o seja respondida de imediato, estaremos necessariamente falando de uma comunica??o assíncrona.Para Recuero (2010) a intera??o social no ciberespa?o pode ocorrer de forma síncrona ou assíncrona. A comunica??o síncrona é aquela que simula uma intera??o em tempo real, já a assíncrona a expectativa de resposta n?o é imediata, conforme apresentado anteriormente.Primo (2003, apud RECUERO, 2010, p.33) ainda define duas forma de intera??o mediada por computador: a intera??o mútua e a intera??o reativa. A “ intera??o mútua é aquela caracterizada por rela??es interdependentes e processos de negocia??o, em que cada interagente participa da constru??o inventiva e cooperada da rela??o, afetando-se mutuamente; já a intera??o reativa é limitada por rela??es determinísticas de estimulo e resposta.”Ainda com base em Recuero (2010), a intera??o reativa seria totalmente reducionista, pois limita as a??es do ator, faz com que as a??es sejam unidirecionais, n?o permitindo ao usuário criar, mudar. Por sua vez, a intera??o mútua é o contrario desta, pois permite a intera??o, aquela que pode ser criada, negociada e criativa, existe a possibilidade da troca, portanto mútua.Tratando-se de redes sociais, podemos constatar a existência de ambas as intera??es, porém com maior freqüência a mútua. Uma vez que esta permite a inventividade que pode gerar rela??es mais complexas do ponto de vista social, diferentemente da reativa, que devido suas limita??es, reduz a própria possibilidade de existir rela??es sociais, t?o pouco la?os sociais.Ainda segundo a autora, salientando e determinando este termo, temos a matéria prima, composta por dois elementos, para a confec??o dos la?os sociais. A intera??o mediada pelo computador é o mantenedor de rela??es sociais que em conjunto s?o as responsáveis pela existência das redes sociais, ou seja, todos estes elementos, trabalhando juntos, s?o os responsáveis por gera la?os sociais.Uma importante constata??o apontada por Recuero (2010) é que há uma multiplicidade de ferramentas que possibilitam a comunica??o entre os atores, onde a intera??o se dá principalmente pelos registros como textos, fotos, vídeos e outros. Este fato difere da rela??o face a face, que no momento seguinte ao fato as mensagens podem ser esquecidas pelos atores. Já nas mídias sociais e nas redes sociais os registros das intera??es permanecem mesmo depois do ator estar desconectado do ciberespa?o, o que possibilita uma analise dos comportamentos dos atores.Conforme apresentado por Berger e Luckmann (2003), a rela??o face a face ainda possui um auto grau de subjetividade que é reduzida pela possibilidade de se capturar outras informa??es por meio dos comportamentos e atitudes, como por exemplo, express?es faciais, corporais, etc. Nas mídias e redes sociais a subjetividade pode ser reduzida a partir dos registros, ou conforme Recuero (2010) “os rastros”, deixados pelos atores. Portanto, mídias sociais e nas redes sociais podem servir como um importante instrumento para auxiliar e direcionar o marketing, uma vez que permite a análise se intera??es sociais de forma concreta, por meio dos registros, os “rastros” deixados no ciberespa?o.A partir das reflex?es sobre o uso das mídias sociais a seguir s?o apresentadas algumas analises a partir da pesquisa que foi realizada na UNICA/SOCIESC e que apresentou alguns elementos importantes no sentido de contribuir com as discuss?es sobre este novo fen?meno: as redes sociais.AS REDES SOCIAIS E AS INTERE??ES SOCIAISNo final do ano de 2010 foi realizada uma pesquisa com o objetivo de produzir e analisar informa??es sobre o uso das ferramentas de networking social por parte dos alunos da UNICA/SOCIESC e suas intera??es nas redes sociais. Porém, somente no início de 2011 os dados foram tabulados e analisados. O questionário foi aplicado com um total de 132 alunos e alunas, dos cursos de gradua??o em Administra??o da Certifica??o FGV, Ciências Contábeis e Engenharia de Produ??o.A investiga??o constatou que 100% dos alunos entrevistados utilizam alguma mídia social, entre as principais est?o: orkut, facebook, twitter, YouTube, Msn, também foram amplamente utilizados o Google e o Wikpedia como principais fonte para pesquisas.Conforme o Gráfico 1, sobre as mídias sociais a mais utilizada, em primeiro lugar foi o Msn com 91%, seguido do You tube 89% e o Orkut com 84%. Em quarto lugar ficou o Facebook, fato que atualmente nos chama aten??o, pois este cenário representa a realidade no momento da aplica??o da pesquisa, em dezembro de 2010 que certamente difere da realidade atual.Gráfico 1 – Mídias Sociais mais utilizadas pelos alunos da UNICA/SOCIESC.Fonte: elaborado pelo autor a partir da pesquisa realizada em 2010.Se a mesma pesquisa fosse aplicada neste ano (2012) acredita-se que o facebook certamente seria a ferramenta de maior acesso, pois o ano de 2011 foi marcado pelo grande aumento de usuários desta ferramenta.Segundo Degásperi (2011) em 2011, no mundo o facebook tinha mais de 800 milh?es de usuários ativos, com mais de 2 bilh?es de posts, curtidos e comentados por dia. Sendo que 75% dos usuários s?o de fora dos EUA e a pagina esta disponível em 70 línguas.Ainda segundo o mesmo autor, nos últimos anos o Brasil vem aumentando significativamente o número de pessoas conectadas à internet, em 2011 40% da popula??o do país já estava on line. No facebook foram registrados mais de 30 milh?es de usuários ativos, que representa cerca de 16% da popula??o do país, sendo o Brasil já é o 6? país do mundo a utilizar a ferramenta. Uma importante característica do Orkut e também do facebook é que ambas s?o redes sociais que possuem inúmeras op??es de itera??o entre os usuários, e de acordo com Recuero (2010) os seus “rastros” ficam registrados no ciberespa?o mesmo depois do usuário estar desconectado. Também s?o ferramentas onde ocorrem os processos de intera??o social de forma síncrona, onde a intera??o é em tempo real; e principalmente assíncronas, onde a expectativa de resposta n?o é imediata.A partir da import?ncia da intera??o social no dia a dia das pessoas, pode-se sugerir que as mídias digitais com maior poder de intera??o, onde a subjetividade do outro pode ser reduzida, ou quem sabe, ousar em dizer, onde a intera??o se aproxima de uma rela??o face a face. Nestas mídias ocorre uma maior intera??o entre os usuários, por isso, uma tendência ao aumento do número de usuários, como ocorreu com o facebook no ano de 2011.Em outra pergunta do questionário foi verificado o que os alunos mais procuram nas mídias sociais, para responder a quest?o foi disponibilizado um quadro com uma intensidade de 0 até 5, onde 0 significa a menor intensidade e 5 a maior intensidade quanto a motiva??o para o uso das mídias sociais.Para efeito desse estudo destacamos apenas o item com maior intensidade, que foi justamente o “contato com os amigos” com 52% das motiva??es. Somando todas as escolhas com intensidades entre 1 e 5, também obtemos o item “contato com os amigos” como o mais escolhido pelos alunos, conforme apresentado no Gráfico 2.Gráfico 2 – Motiva??o para o uso das Mídias Sociais pelos alunos da UNICA/SOCIESC.Fonte: elaborado pelo autor a partir da pesquisa realizada em 2010.A informa??o de que 90% dos alunos entrevistados utilizam as mídias sociais para manter contatos com os amigos corrobora com as análises anteriores, onde, a intera??o social é um importante fen?meno que é reproduzido nas mídias sociais.Estas s?o apenas algumas reflex?es sobre este importante fen?meno do século XXI, as mídias sociais. Estas análises devem ser ampliadas e aprofundadas, visando contribuir, entre outros para a empresa do século XXI, onde o marketing está intrinsecamente ligado à vida das pessoas. Propagandas, promo??es, divulga??es, tudo isso está presente no dia a dia. Nas empresas, pode ser encarado como o processo de gest?o mais próximo do cliente, assumindo seu papel de influenciar o consumidor na hora da compra e na tomada de decis?o.Por fim, as grandes corpora??es atualmente atentam ao uso inteligente das mídias sociais e procuram sempre mensurar seus impactos nos resultados em vendas e proximidade com o cliente. Os gestores de Marketing devem buscar se atualizar constantemente para manter-se informados quanto ao uso das ferramentas (Facebook, Orkut, Twitter, LinkedIn, etc.) e assim, aplicá-las ao seu devido uso na comercializa??o e divulga??o de seus produtos. considera?oes finaisO presente estudo teve como finalidade ampliar a discuss?o sobre os processos de intera??o social e as mídias sociais. No decorrer do estudo foram relacionadas as teorias de Berguer e Luckmann (2003) na obra “A constru??o social da realidade” e de Recuero (2010) em “Redes sociais na internet”.Em seguida foram apresentados alguns dos resultados da pesquisa realizada na UNICA/SOCIESC e que apresentou alguns elementos importantes no sentido de contribuir com as discuss?es sobre este novo fen?meno: as redes sociais. Os dados da pesquisa contribuíram para ampliar a discuss?o sobre a import?ncia das intera??es sociais e sua influencia nas mídias sociais.Por fim, destaca-se a import?ncia das empresas e dos gestores de marketing no sentido da import?ncia do uso das mídias sociais.REFER?NCIASBAKER, Michael J. Administra??o de marketing. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005.BERGER, Peter, LUCKMANN, Thomas. A constru??o social da realidade. 24? ed. Petrópolis, Vozes, 2003.DEG?SPERI, Israel Scussel. Debate sobre Facebook Marketing. Disponível em: < ; Acesso em: dez./2011.GIL, Ant?nio Carlos. 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