UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS



UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS

FACULDADE DE ENGENHARIA AGRÍCOLA

PROJETO: O EMPREENDIMENTO

SEBRAE

Pelotas - RS – 2003

O PROJETO

1. Introdução

Em um sentido lato, projeto é qualquer propósito de ação definido e organizado de forma racional.

O projeto corresponde ao conjunto de informações e sistemática, que racionalmente ordenadas, nos permite estimar os custos e benefícios de um determinado investimento, vale dizer, as vantagens e desvantagens de utilizar recursos para a criação de novos meios de produção ou para o aumento da capacidade ou melhoria do rendimento dos meios de produção existentes.

A elaboração de qualquer plano de produção futura de bens e serviços implica sempre o equacionamento de um complexo número de variáveis, relacionadas com os diversos aspectos técnicos, econômicos, financeiros, administrativos e legais das empresas ou empreendimentos, sendo lícito supor que as possibilidades de êxito serão maiores na medida em que essas múltiplas informações forem ordenadas na forma sugerida pelo conhecimento científico e pela experiência prática.

Foi para atender a necessidade desse tipo - racionalização do processo decisório, na escolha entre alternativas de investimento - que surgiu a técnica de elaboração e avaliação de projetos.

Esta nada mais é que uma combinação de princípios básicos de economia, engenharia, finanças e administração, que proporciona a definição de critérios objetivos (não raro, quantificáveis) de escolha entre cursos alternativos de ação.

É assim uma matéria de caráter essencialmente prático e interdisciplinar, estruturada a partir de uma cuidadosa seleção de conceitos econômicos, técnicos e administrativos que são utilizados de forma sistemática para a solução de problemas reais com que se defrontam empresários privados e instituições governamentais.

2. Aspecto Humano

2.1 – O empreendedor

Um aspecto importante a ser considerado é o fator humano, suas características e inter-relações. A pessoa que pretende abrir um negócio e obter sucesso com ele tem que ter as características de um empreendedor. O empreendedor é um realizador. Geralmente é uma pessoa curiosa, inquieta, insatisfeita, sempre atenta à possibilidade de ganhar dinheiro fazendo coisas para os outros. Nunca se acomoda com o que tem ou encontra. O empreendedor é alguém que vive criticando o que vê pelo caminho. E não só critica, como toma a iniciativa de achar a solução. Há muitos empreendedores com pouco estudo, mas com grande motivação para o trabalho e também muita coragem. Para ter um negócio, além de dinheiro e muito trabalho, é necessário tempo, esforço e muita dedicação. Entre ter uma idéia na cabeça e colocá-la em prática, há um longo caminho a ser percorrido.

No Brasil, o empreendedorismo ainda sofre por falta de qualidade. O empreendedor, despreparado, tem aprendido pelo erro. Impostos, custos de financiamentos e baixo nível de educação ainda são problemas que impedem o crescimento dos pequenos negócios no Brasil. O brasileiro demonstra que quer fazer as coisas acontecerem, mas isso não basta. Além do “querer fazer”, é preciso o “saber fazer” e também o “poder fazer”. Por isso, é necessário estra sempre atento. Ser empreendedor é enxergar oportunidades. É acordar com uma idéia e adormecer com uma realização. É ser ator de seu próprio sonho.

2.2 – Motivar para vencer

Além das máquinas e dos equipamentos, há uma peça no conjunto de uma empresa que, sem ela, nada pode funcionar: as pessoas. Seus funcionários, se bem motivados, podem impulsionar toda a organização ao sucesso. Neste contexto, o papel de quem cuida da Gestão de Pessoas é bastante amplo. O objetivo desse profissional e de toda a diretoria da organização deve ser estimular a cooperação dos funcionários – seja de uma pequena, média ou grande empresa – para alcançar os objetivos comuns a todos. Mais do que meros empregados, é preciso que todos se sintam como colaboradores, responsáveis pelos eu trabalho e pelos resultados de toda a empresa.

Para motivar todos os funcionários, é preciso que dentro da empresa existam bons líderes. Um líder deve gostar do que faz, transmitir confiança, respeito às outras pessoas, além de incentivar o que há de melhor em cada um. Tal como o maestro e sua orquestra, também o líder e os seus seguidores são um só. Por isso, na hora de contratar as pessoas que irão trabalhar na empresa, é necessário dedicar a atenção devida a este fato. Sempre que possível, o dirigente deve dar treinamento para seus funcionários, para que todos lutem juntos pelos mesmos ideais e, principalmente, reconhecer as vitórias de sua equipe.

2.3 – O cliente

Atender bem seu cliente é a primeira lei para o seu negócio dar certo. Como há muitas empresas oferecendo produtos e serviços similares, a excelência no atendimento pode ser um ótimo diferencial para o seu empreendimento. Fazer produtos de qualidade não basta para atender às necessidades dos consumidores. É preciso ter cuidado com todas as atividades e funcionários para satisfazê-los. Muitos empresários pensam que investir em um bom atendimento traz gastos elevados. Na verdade, um ótimo atendimento não tem preço. Ele mesmo se paga de várias maneiras e, principalmente, pela manutenção do cliente a longo prazo. Por outro lado, um atendimento deficiente pode ser muito caro. Algumas empresas compreendem o custo de obter um cliente, mas não entendem o gasto da perda de outro. Está comprovado que custa cinco ou seis vezes mais caro conseguir um novo cliente do que negociar com um antigo. É preciso dizer que atender bem é tanto uma ferramenta administrativa quanto de marketing. Um consumidor satisfeito difunde bons comentários para, pelo menos, outros cinco consumidores. Esta é a maneira mais barata de adquirir novos clientes. Ser reconhecido pelo bom atendimento não é tão difícil assim. Cada ramo de negócio possui práticas que podem ser melhoradas. Por exemplo: quantas vezes o telefone toca antes que alguém o atenda? Quantas transferências de ligações são necessárias antes de encontrar alguém que responda à pergunta do cliente? Quanto tempo é necessário para processar um pedido ou embarcar uma peça de reposição? Deve-se sempre ser sincero com o cliente. Um bom atendimento poderá trazer maiores lucros para a sua empresa. Para isso, será preciso que todos estejam comprometidos e treinados para que possam conquistar e manter seus clientes.

As pessoas não compram apenas produtos. Elas compram a satisfação que é alcançada com esses produtos. Além das características do produto em si, são importantes as vantagens agregadas como status, prazer, bem-estar, segurança, as quais podem ser enfatizadas para o cliente durante a venda. A realização de uma venda não é diferente da construção de uma casa. Deixe uma falha no alicerce, tire uma viga aqui, outra lá e a casa vem abaixo. Para vender, o primeiro passo é conhecer a fundo o produto ou serviço que está vendendo, sendo um especialista; sabendo como e onde o produto é fabricado, conhecendo todas as suas características e especificações técnicas, qual a sua aplicação e a comparação com o desempenho dos concorrentes e, principalmente, se atendem às exigências do cliente. O cliente deve ser o centro da história. É mais importante conhecer bem o cliente do que ele conhecer bem o produto que está comprando. Esse é o segredo do bom vendedor: não vender apenas produtos, mas levar idéias e soluções para os problemas de sua clientela. Há também agentes externos que influenciam as vendas. Descobrir quem são e quais as vantagens e desvantagens perante os concorrentes diretos e indiretos do produto em questão também é fundamental para se ter sucesso. Além disso, é preciso manter-se em dia com todo tipo de informação sobre o ramo de atividade que se atua. Deve-se fazer contatos com associações comerciais, freq(entar e participar de feiras e exposições. Acompanhar a atualização de leis e regulamentações, sempre ficando por dentro de alterações de produtos e inovações da concorrência nacional e internacional. Por fim, ter sempre senso crítico para perceber as condições econômicas e financeiras que possam atingir o seu negócio.

2.4 – O ‘marketing’ do produto

Produtos mais atrativos conquistam mais clientes, vendem mais e tornam a empresa mais competitiva. Uma embalagem diferente, um produto impactante ou uma marca que chame atenção sempre é lembrada. O design serve para isto: para atrair visualmente e dar graça a várias áreas em uma empresa. O design envolve a criação da forma de algum produto novo, de uma nova embalagem, de materiais gráficos promocionais para a empresa, do desenho da fachada da loja e tudo o mais que se refere à identidade visual da empresa. Para execuat esta tarefa, o melhor é procurar um profissional competente, através de indicações de outros empresários.

Marketing é um processo social e gerencial pelo qual indivíduos e grupos obtêm o que necessitam e desejam, por meio da criação, oferta e troca de produtos de valor com outros. Marketing nada mais é do que conquistar e manter clientes. Primeiramente, é necessário descobrir as necessidades, os desejos e as preferências dos clientes ou clientes em potencial. Depois, é preciso ter produtos e serviços que atendam a essas necessidades, o que apenas aparentemente é fácil. Marketing trata do produto ou serviço oferecido e de todo o contexto que o envolve. O preço estabelecido, o local de venda e a promoção adotada são condições básicas para garantir o sucesso de determinada empresa ou produto. Dentro da promoção ainda podemos grifar a importância das vendas e da propaganda. O iniciante pode pensar que investir em propaganda é um gasto desnecessário, mas às vezes produzir alguns materiais impressos como folhetos, cartazes, adesivos ou até mesmo um simples cartão de visista pode dar uma boa visibilidade para a empresa. Existem livros, revistas especializadas e cursos sobre propaganda. Se houver possibilidade, é interessante contratar um profissional da área.

3. Tipos de Projetos

O planejamento e a execução de qualquer investimentos público ou privado pode ser realizado à base de projetos, em função do que estes se classificam em:

a) agrícolas (inclusive pecuários)

b) industriais (de indústrias extrativas e manufatureiras)

c) de serviços: * básicos (estradas, portos, silos, escolas)

* sociais (hospitais, habitações)

* outros (hotéis)

No caso do nosso interesse são os projetos agrícolas.

Os projetos podem ser feitos para cumprir diferentes objetivos, como:

- implantação, que é a criação de uma unidade completamente nova;

- ampliação, que poderá ser feita por simples multiplicação do centro produtivo existente ou introdução de centros novos ao conjunto existente (caso de introdução de uma nova linha de produção);

- modernização, substituição de equipamentos ou centros produtivos considerados obsoletos, mantendo a mesma capacidade de produção;

- relocalização, mudança de localização, geralmente devido a um programa de modernização ou devido à mudança dos preços dos fatores.

4. Origem dos Projetos

Quanto à sua origem os projetos podem ser classificados como:

- derivados de planos de desenvolvimento de caráter nacional, setorial, regional, local (geralmente públicos);

- decorrentes de estudo de mercado (nacional e internacional, regional ou local, atual ou futuro), como no caso de projetos para exportação, substituição de importação, atendimento de demanda insatisfeita ou para atender ao crescimento previsível de demanda em função do aumento da renda e crescimento da população;

- induzidos pela abertura de oportunidades para exploração de recursos ociosos (ex.: investimentos de infra-estrutura, como abertura de uma estrada ou construção de um porto, que permitem aproveitar recursos que, embora conhecidos, não podiam ser explorados por falta de condições de acessibilidade) ou pela descoberta de novos recursos naturais (petróleo e minérios, em geral);

- associados ao processo de inovação tecnológica, através da modernização de unidade existentes, criação de novos produtos ou desenvolvimento de novos meios para produzir bens conhecidos;

- decorrentes de pressões políticas ou de considerações de natureza estratégica ou militar.

5. Etapas Principais de um Projeto

Para projetos específicos poderemos identificar um maior ou menor número de fases ou etapas, de acordo com a maior ou menor complexidade de sua elaboração ou análise.

De modo geral, podemos distinguir cinco etapas principais:

• estudos preliminares;

• anteprojeto;

• projeto final ou definitivo;

• montagem e execução (colocação em funcionamento);

• funcionamento normal.

5.1 – Estudos preliminares

Consideramos como estudos preliminares as investigações exploratórias, de caráter sumário ou superficial, em torno da idéia inicial de um projeto.

Esses estudos têm por objetivo o equacionamento geral do problema, fornecendo subsídios para a orientação de pesquisas futuras, a nível de anteprojeto, ou identificando obstáculos que, de imediato ou liminarmente, evidenciam a inviabilidade do projeto. Um roteiro sucinto dos tópicos a serem abordados nessa fase poderá incluir: reconhecimento sumário do mercado para o projeto e da capacidade de produção dos atuais fornecedores ou produtores, da disponibilidade e fontes de abastecimento das principais matérias-primas e dos fatores de política econômica que podem afetar a implantação ou funcionamento do projeto. Os trabalhos dessa etapa são desenvolvidos principalmente à base de consultas a produtores, técnicos, órgãos de classe, empresas de consultoria e instituições governamentais. É importante identificar projetos similares já elaborados no passado e não executados, por motivos diversos, e analisar as experiências anteriores de outros empresários do mesmo setor.

Deve-se procurar o máximo de dados sobre a atividade que pretende-se implantar, dedicando muitas horas na coleta de todas as informações possíveis sobre o negócio. Em qualquer um dos ramos de atividade (indústria, comércio, rural e serviços) existe literatura e informativos a respeito. Pode-se visitar entidades que se identifiquem com os objetivos sociais do projeto, como, por exemplo: associações comerciais e industriais, sindicatos, escolas, bibliotecas. Jornais e revistas especializadas também são boas fontes de informação sobre as atividades em questão e ótimas referências sobre o que está acontecenedo no momento.

5.2 – O anteprojeto

O anteprojeto corresponde a um estudo mais sistemático de todos os aspectos que deverão integrar o projeto final, permitindo a apreciação das vantagens e desvantagens de uma decisão de investimento, não dispondo, porém, de suficientes detalhes que tornem possível a montagem da unidade produtora. Para tal, é necessário o projeto final. No anteprojeto, por exemplo, os componentes físicos dos equipamentos não são detalhados; a localização pode ser definida em função de uma região e não em termos de um terreno determinado; a responsabilidade de engenharia pode não estar completamente definida e o esquema de financiamento ser formulado em termos gerais.

5.3 – Projeto final

Na fase do projeto final todos esses aspectos anteriormente citados têm que ser esclarecidos, havendo definição da responsabilidade pela realização, capital, especificação de equipamentos, responsabilidade técnica final.

5.4 – Montagem e execução

A etapa de montagem e execução do projeto é a fase de execução dos investimentos previstos, com a construção de prédios e instalações, montagem de equipamentos, realização de testes de funcionamento, recrutamento e treinamento de pessoal, etc. até que o conjunto produtivo esteja em condições de funcionamento normal.

5.5 – Funcionamento normal

Após concluídas todas as etapas anteriores, a empresa poderá iniciar o seu funcionamento normal.

6. Roteiro Básico para Elaboração de Projetos

6.1 - Primeira Parte - A Empresa

A melhor maneira de saber onde se está pisando é planejar o caminho. Para montar uma empresa, é indispensável fazer um Plano de Negócios, a fim de orientar-se quanto às decisões estratégicas antes mesmo de iniciar o empreendimento. O Plano de Negócios é um documento que reúne informações sobre as condições, as características e as necessidades do futuro empreendimento, com o objetivo de analisar sua potencialidade, sua viabilidade e facilitar sua implantação. Seguindo passo a passo a elaboração do Palno de Negócios, pode-se ter uma noção prévia do funcionamento da empresa do ponto de vista mercadológico, financeiro e organizacional. Quanto mais anotações existirem sobre cada item, mais completo ficará o plano e a tomada de decisão será mais segura.

O primeiro item a ser planejado é sobre a Forma Jurídica da Empresa. Existem alguns conceitos que devem ser conhecidos antes de iniciar um empreendimento, para que sejam feitas as escolhas adequadas para cada caso.

6.1.1) Forma jurídica da empresa

Há três maneiras de definir a forma jurídica da empresa:

FIRMA INDIVIDUAL:

• É aquela em que o proprietário exerce as atividades comerciais individualmente.

• A firma individual pode ser denominada pelo nome do seu proprietário ou ter o nome individual e mais a atividade principal resumida.

• A responsabilidade do proprietário é ilimitada.

SOCIEDADE COMERCIAL (por Cotas de Responsabilidade Limitada)

• Há mais de um proprietário.

• A responsabilidade dos sócios é limitada ao montante do capital social.

• A sociedade por cotas de responsabilidade limitada de natureza mercantil é aquela que pratica atos de comércio (compra e venda de bens) e é registrada na Junta Comercial.

SOCIEDADE CIVIL (por Cotas de Responsabilidade Limitada)

• Há mais de um proprietário.

• A responsabilidade dos sócios é limitada ao montante do capital social.

• A sociedade civil é aquela que, exclusivamente, presta serviços, ou seja, não há a aquisição de qualquer material para a realização dos serviços e é registrada no Cartório de Registros de Pessoas Jurídicas.

(Definição do Capital Social

O Capital Social é a primeira fonte de recursos da empresa. É com esse recurso que a empresa inicia suas atividades e enfrenta suas primeiras despesas (comprando equipamentos, matéria-prima, instalações, primeiros investimentos em divulgação, etc.). Tem origem no patrimônio do proprietário ou dos sócios. Capital atual (subscrito ou integralizado) e aumentos previstos.

(Escolha do Nome

FIRMA INDIVIDUAL

• Tem, obrigatoriamente, o nome do proprietário.

• É permitido acrescentar a atividade desenvolvida. Exemplo: João da Silva; João da Silva – Lancheria.

SOCIEDADE COMERCIAL LIMITADA

• Nome diferencial + atividade + “Ltda.” Exemplo: Criativa – Moda Feminina Ltda.

• Sobrenome de todos os sócios + “Ltda.”

• Sobrenome de um ou alguns dos sócios + “Ltda.”

• Nome completo/abreviado de um dos sócios + “& Cia. Ltda.”

SOCIEDADE CIVIL LIMITADA

• Nome diferencial + atividade + “S/C Ltda.” Exemplo: SG - Consultoria Empresarial S/C Ltda.

(Definição dos Sócios

SÓCIO-COTISTA

Pessoa física que aprticipa do capital da empresa.

SÓCIO-GERENTE

Pessoa física que, além de participar do capital da empresa, ainda exerce atividade de gerência e administração. Todo sócio-gerente também é sócio-cotista.

Principais acionistas, controle acionário, relação com outras empresas ou grupos

Financeiros.

Dirigentes e administradores principais.

Histórico das atividades da empresa e evolução da produção, vendas, capital e resultados financeiros (nos casos de ampliação de empresas existentes).

6.1.2) Ramo de Atividade - Registro da Empresa

Registrar o ramo de atividade escolhido para o futuro empreendimento: indúsria, comércio ou prestação de serviços. Para formalizar a empresa são necessários vários documentos e comprovantes. Os passos a serem seguidos são:

- Obter na SMIC (Secretaria Municipal de Indústria e Comércio) ou órgão equivalente um Boletim Informativo do Imóvel ou outro documento expedido por este órgão, que ateste a viabilidade de localização da empresa no endereço pretendido. Este documento é para saber se a atividade pretendida naquele endereço é liberada pela Prefeitura, baseando-se no Plano Diretor de cada município.

- Definir todas as atividades que a empresa irá desenvolver. De acordo com estas atividades a empresa será registrada na Junta Comercial (atividades industriais e comerciais) ou no Serviço de Registro Civil de Pessoas Jurídicas (atividades de serviço, sem fornecimento de material).

- Caso o registro seja efetuado na Junta Comercial, os sócios deverão fazer cópias autenticadas de seus documentos pessoais (RG e CPF), além de uma cópia de um comprovante de residência. Caso o registro seja efetuado no Serviço de Registro Civil de Pessoas Jurídicas, os sócios e as testemunhas devem assinar o contrato social e reconhecer firma em cartório. Este contrato também deve ter a assinatura de um advogado com o seu respectivo nome e número de inscrição na OAB. As testemunhas (para assinatura do contrato social) não poderão ser parentes dos sócios ou entre si.

- Deverão ser preenchidos os formulários específicos para buscar o registro desta empresa nas seguintes esferas:

RECEITA FEDERAL: Após a saída do contrato social, seja da Junta ou Serviço de Registro Civil de Pessoas Jurídicas da cidade onde foi solicitado, deverá ser solicitado, via Internet, o número de inscrição do CNPJ, através do site receita..br. Se não for possel fazê-lo pela Internet, procurar o plantão fiscal do Posto da Receita Federal da cidade em questão.

ESTADUAL: Para empresas que terão atividade industrial e/ou comercial, deverá ser feita a inscrição estadual junto à Secretaria Estadual da Fazenda. Para empresas que são, exclusivamente, prestadoras de serviço, não há necessidade de tal inscrição, salvo as empresas que tenham no seu objetivo as atividades de serviços de transportes, telefonia e energia elétrica.

MUNICIPAL: A inscrição municipal é obrigatória para empresas que tenham no seu objetivo social atividades de prestação de serviços. Após a entrega de toda a documentação mencionada, o empresário poderá solicitar o alvará de funcionamento na SMIC (ou órgão equivalente) do seu município.

Observação:

- Todos os sócios-gerentes deverão fazer o cadastro na Previdência Social, para os devidos recolhimentos do INSS.

- Os menores de idade, os estrangeiros sem domicílio no país e os funcionários públicos são impedidos de exercer a gerência da empresa, podendo participar, somente, como sócios-cotistas.

- A empresa que tiver atividades de indústria ou comércio de produtos alimentícios deverá procurar a Secretaria da Saúde.

- No caso de empresas com atividades que tenham um impacto ambiental, deverá ser procurada a Secretaria Municipal do Meio Ambiente, que determinará os procedimentos que deverão ser atendidos.

6.1.3) Localização

A escolha do local e o espaço físico onde pretende-se instalar a empresa são de fundamental importância. Portanto, deve-se definir os critérios para a avaliação:

• facilidade de acesso, estacionamento e fluxo de tráfego;

• infra-estrutura local – oferta de serviços públicos e transporte, segurança, limpeza, energia elétrica, telefone, gás, água encanada, entre outros;

• potencial do mercado;

• facilidade para aquisição de matéria-prima ou mercadoria;

• facilidade de recrutamento de mão-de-obra;

• atendimento às possíveis exigências da legislação, etc.

Importante:

• Verificar se o local escolhido é compatível, conforme legislação de zoneamento urbano do município ou Estado;

• Analisar a documentação do imóvel, em caso de aluguel;

• Preparar a documentação do imóvel (IPTU, registro de propriedade ou contrato de locação);

• Verificar as licenças de funcionamento (licença prévia de funcionamento e vigilância sanitária, licença ambiental, vistoria do corpo de bombeiros, etc.).

6.1.4) Mercado

Consumidor:

Procurar descobrir quem são as pessoas ou organizações que comprarão os seus produtos ou os seus serviços. Informar-se o máximo que puder a respeito desse mercado. Procurar conhecer o que influencia seus futuros clientes na decisão de comprar produtos ou serviços: qualidade, preço, facilidade de acesso, garantia, forma de pagamento, moda, atendimento, embalagem, aparência, praticidade, utilidade, etc. Buscar informações como idade, sexo, nível de renda, tipo de tranalho, nível de instrução, hábitos, gostos, formas de lazer e outros dados que forem importantes. Procurar também informações sobre o Código de Defesa do Consumidor, não apenas para evitar problemas, mas para conquistar, manter e ampliar clientes.

Concorrente:

Registrar todas as informações sobre as pessoas e empresas que negociam mercadorias ou serviços iguais ou semelhantes aos pretendidos para serem lançados no mercado. Observar o mercado concorrente por meio das mercadorias ou serviços que ele oferece. Deve-se prestar atenção em características como qualidade, preço, acabamento, durabilidade, funcionalidade, embalagem, tamanho, qualidade no atendimento, facilidade de acesso, forma de pagamento, etc.

Pode-se ainda:

• experimentar as mercadorias ou serviços que estarão concorrendo com o seu: verificar o que pode ser melhorado;

• verificar o nível de satisfação do consumidor em relação às mercadorias ou serviços disponíveis;

• observar o tamanho dessas empresas;

• e o mais importante: analisar em que ponto você pode se diferenciar dos seus concorrentes.

Fornecedor:

Buscar informações sobre fornecedores de máquinas, equipamentos, matérias-primas, mercadorias e outros materiais necesários para produzir, vender mercadorias ou prestar serviços. Deve-se considerar: distância física, referências, custo de frete, qualidade, capacidade de fornecimento, preço, prazo, forma de pagamento e de entrega.

(Processo Operacional

Este item trata de como fazer, ou seja:

• que trabalho será feito e quais as fases de fabricação/venda/prestação de serviços;

• quem fará;

• com que material;

• com que equipamento;

• quem tem conhecimento e experiência no ramo, como fazem os concorrentes.

(Projeção do Volume de Produção, Vendas ou Serviços

Para projetar o volume de produção, vendas ou serviços, precisa-se considerar:

• qual a necessidade e a procura do mercado;

• quais os tipos de mercadorias ou serviços a serem colocados no mercado;

• qual a disponibilidade de pessoal;

• qual a disponibilidade de recursos financeiros;

• qual a disponibilidade de matéria-prima, mercadorias, embalagens e outros materiais necessários;

• qual a capacidade de recursos materiais – máquinas, instalações.

Importante:

Analisar se os produtos ou serviços estão sujeitos a oscilações do tipo sazonal (que varia de acordo com a estação. Ex.: sorvetes). No início das operações é sempre aconselhável que a expectativa de vendas seja moderada, pois a empresa necessita de tempo para adquirir experiência e tornar seus produtos ou serviços conhecidos no mercado.

(Projeção da Necessidade de Pessoal

Identificar as pessoas necessárias para o trabalho, incluindo aquelas para o serviço de escritório e os proprietários. Portanto:

• relacionar todos os cargos e funções;

• citar o número de funcionários para cada função;

• verificar a qualificação desejável.

▪ Análise Finaceira

Principais itens a serem analisados:

Projeção do capital necessário para começar o empreendimento:

INVESTIMENTOS FIXOS:

Verificar o montante de recursos necessários para a implantação de toda a infra-estrutura física do projeto (aquisição do ponto, máquinas, equipamentos e instalações, móveis e utensílios, etc.);

CAPITAL DE GIRO:

Arrolar todos os recursos necessários ao finaciamento do ciclo operacional da empresa, ou seja, aquisição de mercadorias, matéria-prima, financiamento a clientes, etc. é necessário dispor de dinheiro em caixa ou no banco. Lembrar que vendas à vista, aumento de prazos para pagamentos aos fornecedores, redução de estoques em níveis aceitáveis, maior rotação de estoques, etc. diminuem a necessidade de capital de giro.

FATURAMENTO:

Ao projetar as quantidades para vendas de produtos ou serviços, deve-se multiplicá-las pelo preço de venda. A projeção do faturamento deve ser resultante do potencial de mercado, da capacidade produtiva e da força de vendas da empresa.

CUSTOS FIXOS:

É extremamente importante conhecer os custos que fazem parte da estrutura da empresa (ex.: alguel de imóvel; honorários do contador; salários do pessoal administrativo, encargos, etc. Este custo independe da ocorrência de venda).

CUSTOS VARIÁVEIS:

Listar todos os custos que variam diretamente com quantidade de vendas. Para cada segmento, deve-se verificar os tributos que incidem diretamente sobre o preço de venda a ser praticado na comercialização do produto ou na prestação de serviços.

CUSTO DO PRODUTO POR UNIDADE:

Para calcular esse custo, é necessário somar todos os custos utilizados para produção, vendas ou prestação de serviço (custo direto + despesas operacionais).

PREÇO DE VENDA:

Custo do produto, custo de comercialização, margem de lucro desejada.

Uma vez executado este Plano de Negócios, os riscos passam a ser calculados e as chances de fracasso diminuem. Empreender sem planejar é uma aventura que pode dar certo, mas é como dar um tiro no escuro. A intuição e a capacidade gerencial são fatores indispensáveis que, agregados ao conhecimento técnico, irão ajudar no sucesso do empreendimento.

6.2 - Segunda Parte - O Projeto

a - Apresentação - descrição sumária dos objetivos e características principais do projeto, com indicação dos seus promotores ou responsáveis por sua execução, do programa de produção, investimentos necessários, esquema de financiamento e resultados esperados;

b - Mercado - características dos produtos, estimativa do mercado atual e futuro, dimensionamento da oferta, estrutura de comercialização, condições de competição e análise de fatores que justificam a existência de mercado para o projeto;

c - Tamanho - justificativa da escala de operação e do montante dos investimentos previstos;

d - Localização - análise dos fatores locacionais que influenciam o projeto e justificativa da localização escolhida;

e - Engenharia - requisitos técnicos para cumprimento do programa de produção projetado, em termos de investimentos fixos, matérias-primas, mão-de-obra e insumos diversos (água, energia, transportes, material de embalagem, combustíveis, etc.), processo tecnológico, regime de produção, fluxo de operações (lay-out);

f - Investimento - estimativa das necessidades totais de capital fixo e capital de trabalho para execução do projeto. Calendário de execução do projeto;

g - Financiamento - fontes de recursos para financiamento das inversões previstas. Recursos próprios e de empréstimo. Esquema de mobilização desses recursos, em consonância com o calendário de execução de projeto. Estimativa da capacidade de pagamento do projeto.

h - Custos e receitas anuais - estimativa das receitas anuais esperadas e dos custos fixos e variáveis necessários para obtenção dessas receitas;

i - Organização e administração - estrutura organizacional e administrativa para execução do projeto. Pessoal técnico e de administração superior. Programas de treinamento de pessoal.

j - Justificativa econômica e conclusões - ordenação dos dados necessários à avaliação do projeto. Justificativa de sua rentabilidade e análise da contribuição do projeto para o desenvolvimento do país ou região considerados, efeitos sobre renda, emprego, balanço de pagamentos, nível de atividade industrial ou agrícola.

6.3 - Terceira Parte – Anexos

Estudos complementares, plantas, catálogos, desenhos, estatutos, certidões, levantamentos estatísticos, literatura técnica citada ou referida e demais documentos que tenham sido utilizados para a elaboração do projeto.

7. Projeto Básico

Um projeto básico ou definitivo deve conter informações sobre os seguintes aspectos principais:

a) caracterização do produto e dimensionamento do programa de produção;

b) seleção e descrição do processo produtivo;

c) definição dos requisitos físicos de insumos e mão-de-obra para atender a produção desejada;

d) especificação dos equipamentos e fixação dos seus índices de eficiência ou rendimento;

e) distribuição dos equipamentos (lay out) nos prédios;

f) planta baixa, cortes e sua localização no terreno;

g) cronograma dos investimentos.

A descrição do produto tem por objetivo estabelecer as principais características físicas ou tecnológicas do bem a ser fabricado, em função das exigências do mercado e de normas técnicas já estabelecidas. O dimensionamento do programa de produção, por sua vez, constitui um parâmetro essencial para o detalhamento de todo o projeto de engenharia e depende em última análise da definição do tamanho ótimo do projeto.

A seleção e descrição do processo produtivo pode ter maior ou menor complexidade, conforme o tipo de tecnologia adotada, seja de uso generalizado ou menos comum, implicando neste último caso, investigações mais específicas, ou ainda conforme existam ou não várias alternativas tecnológicas, considerando vantagens e desvantagens.

A descrição do processo pode ser facilitada pela apresentação de um fluxograma do processo produtivo, desde o suprimento das matérias-primas e insumos diversos até sua transformação intermediária ou final.

A descrição deve incluir informações sobre as relações técnicas de transformação de matérias-primas e insumos diversos em produtos finais ou intermediários, subprodutos e resíduos (levando em conta ainda eventuais perdas nesse processo), de modo a permitir o levantamento do balanço de materiais e produtos, a harmonização das capacidades dos diferentes centros de produção e a especificação dos requisitos físicos de insumos e mão-de-obra, com vistas à estimativa do orçamento de custos e receitas do projeto.

Paralelamente à definição do processo produtivo deverão ser especificados os equipamentos do projeto, descrevendo-se as suas funções e características principais (tipo, capacidade de produção, regime de funcionamento, custo, etc.). Para tanto, torna-se necessário levar em conta os diversos fatores técnicos e econômicos que interferem na seleção dos equipamentos e na escolha dos fornecedores.

Do ponto de vista técnico, deverão ser considerados, entre outros, os seguintes fatores:

a) capacidade de produção, em regime normal de trabalho (especificar produção horária, turnos de funcionamento e eventuais folgas);

b) grau de eficiência e rendimento, em termos de aproveitamento de matérias-primas (especificar índices de perdas e de produção de resíduos), nível de precisão e respeito a especificações técnicas ou de qualidade do produto;

c) vida útil, exigência de manutenção e perspectivas de quebras, desgaste ou obsolescência;

d) espaço, fundações e cautelas especiais exigidas para instalação e

e) flexibilidade de uso e possibilidade de reforma ou substituição futura.

Do ponto de vista econômico, o problema básico consiste em examinar a influência que a seleção de um determinado tipo de equipamento pode ter sobre os resultados do projeto em seu conjunto, sendo o aspecto mais importante a considerar o custo (aquisição, instalação, operação, manutenção, reforma).

Nem sempre a solução tecnológica mais sofisticada corresponde àquela que oferece maiores vantagens econômicas.

Juntamente com a seleção dos equipamentos deverá ser feita a escolha dos fornecedores, levando em conta a sua tradição e experiência, as garantias de funcionamento e de fornecimento de partes sobressalentes, a assistência técnica prestada, etc. Essa escolha se torna mais complicada quando entram em jogo considerações de financiamento, pois algumas vezes um equipamento menos adequado pode ser adquirido porque existem maiores facilidades de financiamento da parte de seus vendedores, o que não acontece quando a empresa dispõe de créditos de Bancos de Desenvolvimento, que lhe permitem adquirir os equipamentos de qualquer fornecedor.

Estando o processo definido e os equipamentos selecionados, torna-se necessário desenhar uma planta de distribuição dos equipamentos, que permita alcançar o máximo de economia de tempo, materiais e movimentos, levando em conta os seguintes princípios básicos:

a) conceber o lay out como um sistema integrado de produção, que deve atender às exigências de capacidade e qualidade da forma mais econômica possível;

b) minimizar as distâncias a serem percorridas pelos materiais e operários;

c) dispor os equipamentos de forma compatível com a seqüência do processo produtivo, adotando soluções que permitam o trânsito em um só sentido e evitando retornos ou cruzamentos de rotas, que possam provocar congestionamentos, perdas de tempo e acidentes;

d) aproveitar ao máximo o espaço disponível;

e) resguardar a flexibilidade necessária para permitir futuras ampliações, ajustes e rearranjos, com o mínimo de custos e perturbações.

A tendência normal de construção de prédios é de somente um andar, não só por maior economia de construção como pela maior proporção de área útil por unidade de área construída, não havendo perda de espaço para pilares, escadas, elevadores, e ainda pelas facilidades de iluminação e ventilação e maior flexibilidade para rearranjo do lay out original.

As plantas dos prédios devem ser complementadas com projetos complementares de instalações elétricas, telefônicas, hidráulicas, sanitárias, de vapor, de ar condicionado, de proteção contra incêndio, etc.

Por fim, o projeto de engenharia, a par de uma estimativa do montante global dos investimentos do projeto, deve incluir também uma previsão da distribuição desses investimentos no tempo, sob a forma de um calendário ou cronograma (código de barras ou detalhados diagramas).

8. Avaliação da evolução da empresa

Produção é o resultado do trabalho de uma empresa, ou melhor, é a soma do trabalho de todos os integrantes da equipe. Por exemplo, uma equipe de 10 pessoas trabalhando para produzir vasos de flores. No final do dia, para cada 100 vasos produzidos, 40 estavam danificados, restando apenas 60 para serem vendidos. Isso era o que acontecia no Brasil, até o final da década de 80: os níveis de desperdício alcançavam até 40% do produto industrial, deixando mais caro o preço final dos produtos e serviços. Por isso, não basta a preocupação com o volume de produção de uma empresa. É preciso utilizar os recursos (máquinas, matéria-prima, mão-de-obra, etc.) da melhor forma possível. Esta capacidade de transformar os recursos disponíveis em produtos de modo eficiente chama-se produtividade.

Pode-se medir a produtividade de uma empresa através da relação entre as suas saídas e as suas entradas.

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A relação entre quanto é gasto para obter as entradas e quanto é obtido de saídas com avenda de produtos e serviços é a medida da produtividade.

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A medição da produtividade permite ao empresário avaliar a evolução da empresa na utilização de seus recursos. Então, como ser mais produtivo? Eliminando desperdícios, refugos, erros, defeitos e melhorando o modo de produção. E, sendo mais produtivo, o empresário poderá gerar mais riquezas, mais empregos e mais progresso para a sociedade.

9. O dinheiro

Administrar a verba de uma empresa é uma atividade que exige muita atenção. Para atingir os objetivos estabelecidos, é preciso saber captar, aplicar e distribuir os recursos da melhor maneira. O princípio da gestão financeira é saldas os compromissos assumidos com terceiros e elevar ao máximo seus lucros. Quem gerencia as finaças da empresa está sempre em meio a um dilema entre a liquidez e a rentabilidade. E, para colocar seu trabalho em prática, é imprescindível o conhecimento e a aplicação do conceito de fluxo de caixa.

O FLUXO DE CAIXA representa o instrumento que permite planejar, organizar, coordenar, dirigir e controlar os recursos financeiros da empresa para um determinado período, pois relaciona “o que entrou” e “o que saiu”. O objetivo é equilibrar os ingressos e desembolsos do caixa da empresa. A contabilidade, como um todo, influencia diretamente as tomadas de decisão em uma empresa, a partir do registro, controle e informação de determinado patrimônio. Uma empresa sem uma boa contabilidade é como um barco sem bússola em alto-mar. Assim como outros temas, é fundamental ter conhecimentos sobre esta área dentro de uma empresa. Por isso, deve-se procurar livros e cursos a respeito e consultar um profissional de confiança.

9.1 – Onde conseguir financiamento?

Existem algumas maneiras de conseguir recursos para um empreendimento. Mas é preciso manter os pés no chão, construir um Plano de Negócios consistente e saber muito bem como investir este capital.

A captação de recursos para financiar um negócio pode ser: Via crédito convencional ou via crédito alternativo (ver Tabelas 1 e 2 a seguir).

Significadode algumas abreviaturas usadas nas tabelas:

TR = Taxa Referencial

TJLP = Taxa de Juros de Longo Prazo

a.a. = ao ano

a.m. = ao mês

9.2 - O que é microcrédito?

Microcrédito é um mecanismo destinado a financiar atividades econômicas informais que não possuem condições de acesso ao crédito junto ao sistema financeiro convencional. Serve para possibilitar a aquisição de máquinas e/ou equipamentos produtivos e/ou capital de giro para a consolidação das atividades empreendedoras. É um tipo de financiamento em que os procedimentos iniciais são muito menos burocráticos e os prazos para pagamento são sempre relacionados com a capacidade de pagamento dos clientes. Financiamentos de microcrédito podem ser consultados junto às instituições CEAPE – ANA TERRA e PORTOSOL (em Pelotas, Porto Alegre e vários outros municípios)- Informações (51) 3226-5131. PORTOSOL (em Porto Alegre e vários outros municípios) – Informações (51) 3224- 2244. Durante o primeiro semestre de 2002, estarão sendo constituídas seis novas entidades voltadas ao financiamento de empreendimentos de microporte. Estas entidades atenderão aos empreendedores localizados nas regiões de abrangência dos seguintes COREDES: Região Sul, com sede em Pelotas; região da Campanha, com sede em Bagé; região da Produção, com sede em Marau; região da Serra, com sede em Caxias do Sul; região Médio e Alto Uruguai com parte norte da região Noroeste Colonial, com sede em Frederico Westphalen e região Central, com sede em Santa Maria.

Tabela 1 - VIA CRÉDITO CONVENCIONAL

|Agente Financeiro |Linha de Crédito |Finalidade |Valor financiado |Encargos |Prazo total de |

| | | |(R$) |Índice de |pagamento(*1) |

| | | | |correção Juros | |

| |Giro/Caixa (*2) |Capital de giro |800 a 30.000 |TR |2,5% a.m |24 meses |

| |PROGER Microempresa |Investimento fixo e|até 30.000 |TJLP |4,0% a.m |36 meses |

| | |capital de giro | | | | |

| | |associado | | | | |

| |PROGER Pequena em- |Investimento fixo e|até 50.000 |TJLP |5,0% a.m |48 meses |

| |presa |capital de giro | | | | |

| | |associado | | | | |

| |PROGER apoio |Investimento fixo e|5.000 a 10.000 |TJLP |. |24 meses |

| |recém-formado |capital de giro | | | | |

| | |associado | | | | |

|CAIXA |PROGER autônomo |Investimento fixo e|até 5.000 |TJLP |4,0% a.a |24 meses |

|ECONÔMICA | |capital de giro | | | | |

|FEDERAL | |associado | | | | |

| |PROGER profissional |Investimento fixo e|10.000 a 20.000 |TJLP |6% a.a. |36 meses |

| |liberal |capital de giro | | | | |

| | |associado | | | | |

| |Caixa/BNDES automático|Investimento fixo e|até 2.000.000 |TJLP |6,5% a.a. |60 meses |

| | |capital de giro | | | | |

| | |associado | | | | |

| |MIPEM PROGER Urbano |Investimento fixo e|até 50.000 |TJLP |5,33% a.a. |60 meses |

| | |capital de giro | | | | |

| | |associado | | | | |

|BANCO DO BRASIL | | | | | | |

| |MIPEM PROGER Informal |Investimento fixo e|até 5.000 |TJLP |3,0% a.a. |24 meses |

| | |capital de giro | | | | |

| | |associado | | | | |

| |BRDE/Micro- |Investimento fixo e|10.000 a 170.000 |TJLP |5,0% a.a. |60 meses |

|BRDE |empresa |capital de giro | | |4,0%a.a. (*3) |96 meses (*4) |

| | |associado | | | | |

(*1) Incluindo carência de acordo com o projeto, nos limites do programa

(*2) Na linha Giro/Caixa não é necessário projeto. Não existe carência para esta linha

(*3) TJLP + 4% a.a. – Operações com cobertura do FGPC (*4) 96 meses – para Reconversul – metade sul/RS.

Tabela 2 - VIA CRÉDITO ALTERNATIVO – MICROCRÉDITO(*)

|Instituições de microcédito |Finalidade |Valor Financiado (R$) |Encargos |Prazo total de pagamento |

|CEAPE – ANA TERRA |Investimento fixo e/ou |de 200 a 15.000 |5,5% a.m. |14 meses |

| |capital de giro |de 200 a 8.000 |5,5% a.m. |6 meses |

| |Investimento fixo e/ou |até 15.000 |3,99% a.m. |15 meses |

|PORTOSOL |capital de giro |até 6.000 |4,49% a.m. |9 meses |

| |Desconto de cheques | | | |

| | |até 15.000 |3,5% a.m. |4 meses |

(*)Atualizado em abril de 2002

10. Obrigações Fiscais das Micro e Pequenas Empresas

Ao registrar uma empresa, surge a necessidade de opção de Regime de Tributação Federal para o recebimento do CNPJ (Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica). Neste momento, o empregador está decidindo de que forma irá trabalhar com os impostos federais. Dependendo do ramo de atividade, o empreendedor poderá optar em enquadrar-se no regime do Simples. Este imposto “unificado” beneficia basicamente o comércio e a indústria, conforme a Lei 9317/96. De forma geral, o Simples funciona assim: o empresário, por meio de sua atividade comercial, emite notas fiscais pela venda de mercadorias ou prestações de serviços. Mensalmente deverá ser somado o total de notas fiscais emitidas no período que servirá de base de cálculo do imposto. Exemplo: uma empresa obteve seu registro inicial no mês de janeiro/2002 e está atuando no mercado. Somando o total de notas fiscais emitidas no mês, obteve um total de R$ 8.500,00. Tratando-se de uma empresa cujo objetivo social é o comércio, ele deverá pagar R$ 255,00 (3%) de Simples neste primeiro mês de faturamento. Importante lembrar que o empresário terá de informar mensalmente no formulário de recolhimento (DARF) qual é o valor acumulado anual de vendas para identificar na tabela do Simples a alíquota correspondente sobre o faturamento do mês que deverá ser recolhido.

No que se refere ao imposto estadual (ICMS), o empreendedor terá a obrigatoriedade deste imposto se entre as atividades de sua empresa houver alguma com fim comercial. Nesse caso, além de ter de apurar o imposto (ICMS), o empreendedor (contribuinte) deverá ter a nota fiscal de venda para efetuar a sua atividade comercial de mercadorias. A alíquota básica do estado do RS é 17%. Significa dizer que as vendas dentro do RS têm de forma geral a incidência de 17% sobre o total da nota fiscal.

É importante saber que há alíquotas diversas, conforme o produto que estamos tratando, inclusive havendo alguns que a alíquota é reduzida, podendo chegar em alguns casos a 0%. No caso de efetuar vendas para outros estados, as alíquotas também variam. Deve-se consultar o posto da Secretaria Estadual da Fazenda na busca de informações sobre as alíquotas dos produtos que serão comercializados. As empresas prestadoras de serviços terão também a obrigatoriedade de possuir notas fiscais de serviços. Sobre o total das prestações de serviços efetuados no mês, incide o ISSQN (imposto sobre serviços de qualquer natureza), também conhecido simplesmente como ISS. A Secretaria Municiapl da Fazenda pode informar sobre a alíquota deste imposto em cada município.

Entre as obrigações do empresário, ainda estão a necessidade de ter alguns livros fiscais e ficar atento ao calendário de declarações obrigatórias, ambos em âmbito federal, estadual e municipal. Deve-se consultar um contador e ficar sempre ciente de tudo o que acontece na sua empresa.

10.1 – Impostos, Taxas e outros Encargos

TODOS OS MESES

Salários: o empregador deve efetuar o pagamento de salários aos empregados até o 5o dia útil do mês subseq(ente ao vencido.

CAGED: a empresa que admitir ou demitir um empregado deverá comunicar ao Ministério do Trabalho, por meio do formulário CAGED. (.br)

INSS: recolher as contribuições relativas à Previdência Social de acordo com o cronograma a seguir:

Desconto dos empregados: até o dia 2 do mês subseq(ente.

Contribuinte individual (carnês: até o dia 15 do mês subseq(ente, se não houver expediente bancário neste dia, recolher no 1o dia útil posterior.

13o Salário: até o dia 20/12, se não houver expediente bancário neste dia, recolher no 1o dia útil anterior.

PIS – Cadastramento: cadastrar, imediatamente após a admissão, os empregados ainda não cadastrados e encaminhar o Documento de Cadastramento do Trabalhador no PIS.

FGTS: recolher até o dia 7, se não houver expediente bancário neste dia, recolher no 1o dia útil anterior os depósitos relativos ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, incidente sobre a remuneração do mês anterior.

Exame Médico: realizar exame médico admissional dos empregados contratados antes que eles assumam sua atividades. Assim como os periódicos na data indicada pelo médico do trabalho e os demissionais, quando necessário.

Acidente do Trabalho: comunicar à Previdência Social os acidentes do trabalho no 1o dia útil subseq(ente ao da ocorrência.

Salário-Família: preencher a ficha de salário-família e o Termo de Responsabilidade para os filhos dos empregados nascidos durante o mês, juntando a certidão de nascimento ou a documentação relativa ao equiparado ou ao inválido. Para os filhos até 6 anos de idade, o empregado deverá apresentar no mês de maio o atestado de vacinação ou o documento equivalente; e para os filhos a partir de 7 anos de idade, comprovante de freq(ência escolar nos meses de maio e novembro. No caso de menor inválido, que não freq(enta a escola por motivo de invalidez, deve ser apresentado atestado médico que confirme este fato.

GPS – Guia da Previdência Social: a empresa deve encaminhar ao sindicato representativo da categoria profissional mais numerosa entre seus empregados, até o dia 10 de cada mês, cópia da GPS, das contribuições recolhidas ao INSS, relativamente à competência anterior.

PAT – Programa de Alimentação do Trabalhador: a adesão ao PAT poderá ser efetuada a qualquer tempo e terá validade a partir da data de registro do formulário de adesão na ECT, por prazo indeterminado, podendo ser cancelada por iniciativa da empresa beneficiária ou pelo Ministério do Trabalho e Emprego, em razão da execução inadequada do programa.

EM DETERMINADOS MESES DO ANO:

RAIS – Relação Anual de Informações Sociais: informações sobre cada um dos empregados com os quais a empresa manteve relação de emprego durante qualquer período do ano-base. A empresa que não tiver nenhum vínculo empregatício durante o ano-base deverá entregar a RAIS Negativa. O prazo inicia em janeiro e vai até o começo de março.

Contribuição Social da Empresa: entregue até 31 de janeiro de cada ano e/ou momento da constituição da empresa.

Contribuição Sindical dos Empregados: dos salários de março desconta-se a contribuição sindical devida anualmente pelos empregados aos respectivos sindicatos de classe, associados ou não.

13o Salário – 1a Parcela: até o dia 30/11, o empregador deve pagar a 1a parcela do 13o salário, salvo se o empregado a recebeu por ocasião das férias.

13o Salário – 2a Parcela: até o dia 20/12, o empregador deve pagar a 2a parcela do 13o salário, deduzindo, após o desconto dos encargos incidentes, o valor referente à 1a parcela.

11. Informatização da Empresa

Como toda compra de grande porte, antes de investir em computadores e equipamentos de informática é melhor planejar e colocar as vantagens e desvantagens no papel. Por que, quando e como informatizar são perguntas que devem ser respondidas antes de qualquer decisão, ou seja, a compra de um equipamento deve ser a última etapa de todo o processo. Deve-se levar em conta os seguintes pontos: aumento da produtividade, redução de custos, redução do tempo no desenvolvimento das atividades, melhora na qualidade dos produtos ou serviços, aumento da competitividade.

É interessante, também, entrar em contato com empresários do mesmo porte de sua empresa e que operem nas mesmas condições, para fazer uma troca de experiências e ver os resultados que eles estão obtendo. Outra forma de buscar informações é conversar com profissionais especializados, participar de feiras e seminários, consultar livros e publicações especializadas na área, solicitar demonstrações de produtos, equipamentos e programas de informática. Deve-se observar, também, se os competidores estão caminhando no mesmo sentido. Caso positivo, avaliar se eles estão tirando vantagem disso:

• Estão sendo mais rápidos nas informações e nas operações de compra e venda, produção, entrega e cobrança?

• Melhoraram a qualidade de seus produtos, serviços e atendimento?

• Reduziram custos, burocracia, papelada?

12. A Internet

A Internet é uma rede de milhões de computadores interligados no mundo inteiro. Com ela, pode-se trocar informações e experiências com pessoas conectadas em qualquer lugar do mundo. Atualmente, ela é usada por muitas empresas para vender seus produtos e serviços.

Existem várias maneiras de se fazer isso. Uma delas é simplesmente receber pedidos por e-mail e enviar os produtos pelo correio ou outro meio de entrega. Outra maneira bem mais sofisticada é criar uma loja virtual, o que já exige auxílio de profissionais especializados e uma infra-estrutura bem mais cara. Tudo vai depender das proporções do negócio pretendido e dos mercados a serem atingidos. O passo inicial é criar uma página na Internet, com informações sobre a empresa, fornecendo o e-mail para contato e observar o comportamento dos clientes.

13. Bibliografia e endereços úteis

ANDERSON, J.R.; DILLON, J.L.; HARDAKER,B. Agricultural Decision Analysis. Iowa

State University Press, 1977.

BARNARD, C.S.; NIX, J.S. Farm Planning and Control. Cambridge University Press,

1973.

CONYERS, D.; HILLS, P. An introduction to development planning in the third world.

John Wiley & Sons, 1984.

Guia Informativo do SEBRAE, 2002, 31p.

HENDERSON, S.M.; PERRY, R.L. Agricultural process engineering. The AVI Publishing. Co., Inc., Westport, 1976.

HOLANDA, N. Planejamento e Projetos. 12a ed. Edições UFC, Fortaleza, 1983, 402 p.

KAUFMAN, A. A ciência da tomada de decisão. R.J.Zahas, 1980.

NEWKIRK, R.T. Environment planning. An Aubor Science Pub. Inc., 1986, 199p.

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pegn-.br

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SAÍDAS

Produtos e serviços

R$

EMPRESA

Produção através do trabalho

ENTRADAS

Matéria-prima

Máquinas

Mão-de-obra

R$

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