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SOJA/CEPEA: Clima desfavorável deve impedir safra recorde; margens podem cairAnálise perspectiva do mercado de soja elaborada pelo Cepea.Equipe: Prof. Dr. Lucilio R. Alves, Dr. André Sanches, Débora Kelen Pereira da Silva, Isabela Rossi, Carolina Sales, Raphaela Spolidoro, Márcia Ferreira, Marcella Rena e Beatriz Rezende.Contato: cepea@usp.brCepea, 16/01/2019 – Pesquisadores do Cepea (Centro de Estudos Avan?ados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, afirmam que a expectativa de nova safra recorde em 2019 pode n?o se concretizar, pois o crescimento de 1,8% na área será insuficiente para compensar a queda na produtividade. O clima seco em dezembro antecipou o ciclo das lavouras implantadas em setembro, prejudicando o potencial produtivo em muitos estados brasileiros. Paraná e Mato Grosso devem antecipar a colheita para períodos nunca vistos anteriormente.Além do clima, produtores est?o atentos à possibilidade de menor pre?o na época de colheita, tendo em vista os aumentos dos custos observados nesta temporada. Para pre?os, por enquanto, ainda deve pesar a maior oferta global, diante da maior produ??o dos Estados Unidos (colhida em 2018) e de outros países da América do Sul, especialmente da Argentina. A disputa comercial entre os Estados Unidos e a China também é foco do setor neste início de 2019 – vale lembrar que, em 2018, a demanda chinesa foi deslocada para o Brasil em detrimento dos Estados Unidos, elevando prêmios de exporta??o e os pre?os domésticos.Em rela??o aos custos de produ??o, o aumento nesta temporada foi resultado da valoriza??o do dólar frente ao Real, do custo de transporte no Brasil e da maior demanda. Cálculos da Equipe de Custo de Produ??o Agrícola do Cepea indicam aumento de 8% nos custos da safra 2018/19 frente à anterior em Guarapuava (PR) e Passo Fundo (RS); de 9% em Cascavel (PR); de 11% em Rio Verde (GO); de 7% em Balsas (MA) e de 5% em Sorriso (MT). O lado bom para vendedores brasileiros é que, em meados de 2018, muitos produtores já negociaram parte da safra 2018/19. Segundo o Imea (Instituto Matogrossense de Economia Agropecuária), 41,33% da safra de Mato Grosso já foi vendida. No Paraná, a Seab indica que 20% da produ??o do estado foi comercializada.A receita também dependerá do dólar, uma vez que os pre?os de soja nos Estados Unidos est?o inferiores aos do Brasil. O contrato com vencimento em mar?o/19 na B3 foi negociado a US$ 22,11/sc de 60 kg no dia 3 de janeiro, expressivos 10% acima do verificado na Bolsa de Chicago (CME/CBOT) na mesma data, de US$ 20,12/saca de 60 kg.Contudo, é importante sinalizar que os valores na CME/CBOT apontam eleva??es para os próximos dois anos, depois de terem registrado perdas expressivas em 2018. Já para o Brasil, ao se considerar os valores FOB (Free on Board) porto de Paranaguá (PR), os contratos a termo de fevereiro a julho de 2019 apontam relativa estabilidade.A paridade de exporta??o no porto brasileiro de Paranaguá indica pre?os de R$ 79,18/sc a R$ 82,35/sc de 60 kg, quando considerado o dólar futuro negociado na B3 no dia 3. No mesmo período de 2018, a paridade de exporta??o indicava valor abaixo de R$ 80,00/sc de 60 kg para o primeiro trimestre de 2018, cenário que se concretizou naquele período. Ressalta-se que, de janeiro a mar?o de 2018, o dólar n?o passou de R$ 3,30, sendo que, para 2019, a moeda norte-americana é negociada atualmente entre R$ 3,76 e R$ 3,80 na B3 para os contratos de janeiro a dezembro. OFERTA – A área brasileira da safra 2018/19 deve somar 35,8 milh?es de hectares, com previs?o de colheita de 120,6 milh?es de toneladas, 0,66% superior à anterior, segundo estimativas divulgadas em dezembro pela Conab. No entanto, o volume a ser colhido pode ser inferior ao indicado pela Conab, tendo em vista o recente clima desfavorável. A Companhia espera crescimento de 4% no consumo interno, para 45,2 milh?es de toneladas, 3,9% acima da temporada passada. A Abiove, por sua vez, estima ligeira redu??o de 0,78% no consumo doméstico de soja, resultando em queda de 0,61% nas produ??es de farelo e de óleo de soja. Já os embarques brasileiros de soja em gr?o s?o estimados em 75 milh?es de toneladas em 2019, 8,5% inferior ao exportado em 2018.A Conab indica que a produ??o de farelo de soja some 33,3 milh?es de toneladas. Deste total, 17,2 milh?es de toneladas devem ser consumidas internamente e 14 milh?es de toneladas, exportadas. Para o óleo de soja, da produ??o de 8,42 milh?es de toneladas, 7,3 milh?es de toneladas devem ser consumidas internamente e 1,1 milh?o, exportadas. O consumo interno deve ser favorecido pela maior demanda para produ??o de biodiesel.Neste ano, as exporta??es brasileiras de derivados de soja devem ter maior concorrência com a Argentina. Nesta safra 2018/19, o país vizinho deve colher 55,5 milh?es de toneladas de soja, 46,8% a mais que na temporada passada, segundo o USDA. Além disso, os Estados Unidos colheram, em 2018, 125,17 milh?es de toneladas, volume recorde. Apesar de a área norte-americana com a cultura ter diminuído 1,3%, para 35,75 milh?es de hectares, a produtividade foi recorde, de 58,36 sacas de 60 kg por hectare, 5,7% a mais que na temporada anterior.A oferta mundial de soja em gr?o é prevista em 369,2 milh?es de toneladas na safra 2018/19, incremento de 8,7% sobre a passada, segundo o USDA. Pouco mais de 156 milh?es de toneladas de soja em gr?o devem ser transacionadas mundialmente, 1,9% a mais que na temporada 2017/18. Apesar de seguir como o principal importador, a China deve reduzir a demanda por soja em 4,4%, para 90 milh?es de toneladas, devido ao enfraquecimento na procura interna, especialmente por parte de suinocultores. A Uni?o Europeia é o segundo principal importador de soja em gr?o, com 15,8 milh?es de toneladas (+8,3%), seguida pelo México (+3,2%), Egito (+2,9%), Jap?o (+1,4%) e Tail?ndia (+26,9%).O processamento global de soja segue crescente, com destaque para a Argentina, que deve ter aumento de 16,27% sobre a safra passada. O maior processamento se deve às expectativas de aumento na demanda por óleo de soja, que deve elevar em 7,9% as transa??es internacionais e em 4,52% o consumo mundial. As transa??es mundiais de farelo de soja devem crescer apenas 2,79% e o consumo, 4,34%.Outras informa??es sobre as pesquisas do Cepea a respeito do mercado de soja: cepea.esalq.usp.br/ e por meio da Comunica??o do Cepea: (19) 3429-8836 ou 8837 e cepea@usp.br ................
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