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Eles nem parecem engenheirosInvestimento constante em pesquisa, tecnologia de ponta e gest?o diferenciada de pessoas fazem da Chemtech a empresa mais inovadora do paísPor Darcio Oliveira, do Rio De JaneiroLIBERDADE_Rubi?o, presidente, e Daniella, do RH: eles desenvolveram um ambiente de trabalho que estimula a inova??oHoje é um dia histórico para a Chemtech e para a engenharia nacional. Assinamos o contrato da Rnest (Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco). A Chemtech projetará a nova refinaria da Petrobras, uma das maiores obras da história do Brasil. Seremos a melhor e maior empresa de engenharia da América Latina. Parabéns a todos. A mensagem acima, assinada pelo engenheiro Luiz Eduardo Ganem Rubi?o, 44 anos, presidente da empresa de engenharia e software Chemtech, e pelo diretor Jo?o Chachamovitz, piscou na tela do computador de todos os funcionários no dia 5 de mar?o de 2008. Quatro meses depois, a dupla voltava à carga anunciando outro contrato classificado como histórico. Desta vez com o polo petroquímico do Rio de Janeiro, o Comperj. Rubi?o e a diretoria da Chemtech fazem quest?o de usar o canal online de informa??o para inserir os chemtechianos nas quest?es estratégicas da companhia e celebrar cada uma de suas conquistas. Chamado na empresa de Rubi?o News, o informativo é quase um chat com o presidente e fica na intranet da empresa. Rubi?o escreve sobre tudo: dos efeitos da crise mundial aos benefícios da abertura de um espa?o de terapia dentro da empresa, o Zentech, ou de um recém-inaugurado curso de teatro, novidade sugerida por um dos funcionários. A intranet da Chemtech funciona como um eficiente meio de propaga??o de idéias e debates dentro da companhia. Um dos ícones mais utilizados pelos discípulos de Rubi?o é o Fala Chemtechiano!, descrito internamente como o celeiro de informa??es do grupo. “? um ambiente totalmente livre, cuja principal finalidade é aproximar as pessoas e gerar conhecimento”, afirma Rubi?o. “Dali, surgem milhares de sugest?es que ajudam a aperfei?oar processos, produtos e até mesmo o ambiente de trabalho.” Esses s?o apenas alguns exemplos do clima organizacional da Chemtech, criada em 1989, e posicionada hoje no que os especialistas chamam de Kibs (Knowledge Intensive Business Services). Em bom português, uma empresa que atua em projetos de inteligência de engenharia e gest?o. A Chemtech possui seis escritórios espalhados pelo Rio de Janeiro, S?o Paulo, Belo Horizonte, Vitória, Porto Alegre e Salvador. Existe ainda uma unidade da companhia em Volta Redonda, dentro da sede da CSN. “? um grande cliente, que está conosco desde o início”, afirma Rubi?o. O come?o da Chemtech n?o foi nada fácil. Com os engenheiros Geraldo Rochocz e Jo?o de Deus Fernandes, seus colegas no Instituto Militar de Engenharia e na Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rubi?o montou a empresa para atuar no ramo de engenharia química. Só havia um problema: o trio havia escolhido um dos momentos econ?micos mais conturbados do Brasil. “Criamos a empresa em outubro de 1989 e, no início dos anos 90, o recém-empossado presidente Collor confiscou o dinheiro de todo mundo”, diz Rubi?o. “Nosso capital, que já era pouco, virou nada.” O jeito foi pegar tudo o que surgia pela frente, sem se importar se o trabalho tinha ou n?o a ver com engenharia química. O primeiro contrato da Chemtech rendeu US$ 5 mil. “Apareciam alguns trabalhos meio loucos de empresas pequenas e nós topávamos”, afirma Rubi?o. “A crise de agora n?o é nada. Crise, para nós, foi aquela da era Collor.” Segundo a FGV-EAESP, a Chemtech é quase um centro de pesquisas e tendênciasEm meados da década de 90, o trio come?ou a olhar para um novo nicho: o de desenvolvimento de softwares de gest?o e controle de produ??o. “Era preciso inovar e diversificar os negócios para manter a empresa de pé”, diz Rubi?o. O primeiro grande contrato foi assinado com a Companhia Siderúrgica Nacional. A CSN decidiu somar valor aos seus produtos. Em vez de vender apenas chapas de a?o, passou a produzir bobinas de folha de flandres – que a Nestlé, por exemplo, usa para embalar o leite condensado. De uma hora para a outra, a CSN passou de mil para 10 mil produtos diferentes. Precisava, ent?o, de um sistema de controle de produ??o mais eficaz. Já tinha o software de gest?o SAP, mas n?o dispunha de um programa que fizesse a liga??o entre o administrativo e o ch?o de fábrica. Foi a deixa para a Chemtech entrar em Volta Redonda com um software específico para a fun??o. Veio o ano 2000 e a engenharia voltou a ter for?a no Brasil. Rubi?o aproveitou a maré e fechou vários projetos na área de óleo e gás. Surgiram clientes como Petrobras, Shell, Exxon, Chevron, Transocean e Saudi Aramco. Em 2001, a Siemens, observando a trajetória da Chemtech, decidiu adquirir 15% da companhia. Três anos depois, comprou os 85% restantes. Rubi?o foi mantido no cargo. “Temos total autonomia administrativa. A Siemens sabe que o trabalho feito aqui vem gerando bons resultados”, diz. Nos últimos três anos, a empresa bateu três vezes o recorde de faturamento e uma vez o recorde de lucro. Rubi?o n?o gosta de falar em números, mas, segundo estimativas do mercado, as vendas da Chemtech neste ano v?o superar os R$ 200 milh?es. Desse total, 85% vem da área de óleo e gás. Os demais 15% est?o na siderurgia e minera??o. “A Chemtech é uma empresa de ponta, inovadora e que nos trouxe uma expertise de óleo e gás que n?o tínhamos”, diz Adilson Primo, presidente da Siemens, o responsável pela negocia??o com a companhia. Ao definir a Chemtech como uma empresa de ponta e inovadora, Primo fala n?o apenas como comandante da principal acionista da empresa. Mas também como engenheiro acostumado a grandes projetos e observador atento das novas tendências de seu mercado. Na quest?o de tecnologia, por exemplo, Rubi?o e sua turma s?o constantemente citados como referência para o setor. A Chemtech é autora de algumas descobertas que resultaram em patentes mundiais, como o processo de Split-feed – um sistema que faz a separa??o das moléculas de água do etanol de forma menos onerosa, reduzindo o consumo de energia (vapor) no processo. “N?o trabalhamos para fazer patentes da Chemtech, mas, sim, para criar solu??es para os clientes”, diz Rubi?o. “O que ocorre é que, nessas solu??es, a Chemtech acaba fazendo descobertas que s?o patenteadas pelos clientes.” N?o por acaso, a Petrobras entregou à Chemtech a responsabilidade por todas as fases do projeto do Comperj, or?ado em US$ 8 bilh?es e que marca a volta da estatal ao setor petroquímico. Em uma sala localizada no 16? andar do prédio da Chemtech, no centro do Rio, é possível ver parte do projeto em 3D. ? preciso colocar óculos especiais para “andar” e “tocar” nas estruturas da planta virtual, projetada pela empresa. Segundo Marcos Augusto Vasconcellos, coordenador-geral do Fórum de Inova??o (Eaesp), da Funda??o Getulio Vargas, a competência tecnológica da Chemtech, aliada à sua política de gest?o de pessoas, a credencia como exemplo de inova??o no país. “? quase um centro de pesquisas e tendências”, afirma Vasconcellos. No 20? andar da Chemtech, mais tecnologia voltada ao setor de óleo e gás. Ali está localizado um laboratório que desenvolve sistemas de posicionamento de plataformas de petróleo. S?o softwares, sensores e hardware capazes de detectar se a estrutura mudou de lugar em alto-mar ou se está fora do chamado polígono de seguran?a. Também é possível medir a altura das ondas fora da plataforma e a intensidade e a dire??o dos ventos – vitais para as manobras de helicópteros. “Neste momento, estamos estudando o pré-sal. Um dilema da Petrobras será a alimenta??o elétrica. Quem sabe n?o achamos uma solu??o?”, diz Rubi?o. Essa vis?o otimista do presidente e a busca permanente por solu??es e novas tecnologias criaram, dentro da Chemtech, uma atmosfera de inova??o contínua. O próprio ambiente de trabalho estimula a criatividade dos funcionários. S?o nítidas a descontra??o e a informalidade nos corredores da empresa. N?o se vê ninguém de paletó e gravata. A decora??o é leve, os funcionários trabalham em baias e a porta da sala da presidência está sempre aberta. Há flexibilidade de horário de trabalho e tempo para fazer massagem e ginástica. Tudo dentro da companhia. No 9? andar, por exemplo, destaca-se o Espa?o Saúde, uma ampla sala com paredes pintadas de azul, espelhos, barras e equipamentos de muscula??o. As atividades físicas incluem ioga, aerobox, pilates e cama elástica. O projeto foi feito em parceria com uma consultoria de esporte, a Pro Limits. Pessoas de bem com a vida, segundo a filosofia chemtechiana, s?o profissionais mais propensos a pensar de forma diferente. A poucos metros do Espa?o Saúde, outra saleta chama a aten??o. Na porta, uma placa improvável em um ambiente corporativo: Massoterapia. ? feita por deficientes visuais, treinados no Instituto Benjamin Constant e contratados pela Chemtech. “A diversidade é política da companhia. Temos 42 pessoas com algum tipo de deficiência trabalhando na Chemtech”, afirma Daniella Rom?o Gallo, coordenadora de RH. A empresa fornece fisioterapia para alguns desses funcionários e oferece todas as condi??es físicas e tecnológicas para que eles exer?am suas fun??es. Um deles desenvolveu, por conta própria, um software capaz de traduzir frases inteiras para a linguagem de libras – usadas por deficientes auditivos. Com isso, várias pessoas de seu departamento melhoraram a comunica??o com os colegas surdo-mudos. “S?o iniciativas voluntárias. O próprio espírito da empresa estimula esse tipo de atitude”, afirma Daniella. “O RH tem a fun??o de alimentar esse espírito.” A empresa promove um torneio entre alunos de 11 faculdades para fisgar os melhoresO curioso é que, até 2007, n?o havia uma área formal de recursos humanos na empresa. As atividades de RH eram compartilhadas por todos os gestores e as quest?es mais burocráticas, como a organiza??o de folha de pagamentos ou férias, ficavam sob responsabilidade do departamento administrativo. Isso só era possível porque a Chemtech tinha 200 funcionários. A partir de 2008, com a multiplica??o dos contratos, a empresa foi obrigada a recrutar centenas de profissionais nas universidades e no mercado. Hoje, sua folha conta com 1,2 mil nomes. Ter um RH atuante tornou-se inevitável. Mas n?o imaginem um departamento tradicional. S?o engenheiros que pilotam a área. A explica??o é simples: “Engenheiro entende engenheiro: suas aspira??es, preocupa??es, necessidades e o modo de pensar”, afirma a engenheira química Daniella. O processo de sele??o da Chemtech também foge do convencional. A empresa criou uma série de mecanismos para detectar talentos no nascedouro, ou seja, nas universidades brasileiras e latino-americanas. Dois programas s?o conduzidos. O primeiro, chamado de Trilha do Sucesso, é feito em parceria com o engenheiro Carlos Rosa e sua mulher, Silvia, que é psicóloga. Rosa e Silvia percorrem as melhores universidades do país selecionando alunos por meio de seus históricos escolares. Os candidatos participam de um curso na companhia e, ao final do aprendizado, o programa identifica quem pode ser um chemtechiano. Outra forma de fisgar os talentos é com a maratona internacional. No ano passado, participaram do evento alunos de 18 universidades de todo o Brasil. Este ano ser?o cinco universidades no Brasil e seis no exterior (México, Peru, Argentina, Col?mbia e Venezuela). Os alunos, apontados pelos professores de cada uma das institui??es, far?o um curso pela internet com dura??o de seis semanas. Cada faculdade poderá inscrever 20 estudantes. Eles passar?o por fases eliminatórias e, após três meses, os melhores colocados seguem para a prova final. Em 2008, 36 alunos e 18 professores foram para o Rio na última fase do processo, e 20 acabaram contratados pela Chemtech. Salário é um quesito estratégico na empresa. Todo mês é feita uma pesquisa para verificar o nível salarial do mercado e garantir rendimentos acima da média na empresa. Também há a bonifica??o por mérito, vinculada à equipe, em vez de a um indivíduo. A licen?a-paternidade de 15 dias é outro dos benefícios que acabaram transformando a Chemtech em uma das melhores empresas para trabalhar, segundo o instituto Great Place to Work. Um dos primeiros a desfrutar da licen?a-paternidade estendida foi o consultor de negócios Raphael Pereira, quatro anos de Chemtech. “A empresa sabe que motiva??o também passa pelo equilíbrio entre vida pessoal e profissional”, diz Pereira. “Mais do que atender às necessidades particulares dos funcionários, a licen?a estendida é uma medida inteligente de uma companhia que busca a fidelidade de sua equipe.” Que o diga Denise Cardoso, 16 anos de Chemtech. Ela entrou como estagiária de engenharia química e foi subindo os degraus hierárquicos até assumir, em 2005, a gerência de opera??o, um dos mais importantes cargos da companhia. Até que veio o ano de 2006 e seu marido, Manuel, também engenheiro químico, ficou desempregado. A fábrica em que trabalhava, da Fleischmann Royal, fechou. Manuel prestou, ent?o, um concurso público e foi escalado para trabalhar em Manaus. Denise viu-se diante de uma decis?o difícil: ficar na empresa onde fez carreira ou abandonar a Chemtech e seguir com o marido e as duas filhas para Manaus. Decidiu pedir demiss?o. “Fui à sala do Rubi?o e desatei a chorar. Quase n?o consegui comunicar minha decis?o”, diz Denise. “Rubi?o me perguntou por que eu estava chorando. Depois me disse que eu poderia ir para Manaus e trabalhar de lá para a Chemtech.” Detalhe: a empresa n?o tinha e n?o tem opera??o na capital amazonense. Denise virou diretora de RH e hoje conduz suas atividades remotamente, num escritório montado em sua casa em Manaus. DIA A DIA_O layout com os nomes dos funcionários de cada setor é afixado em todos os andares do prédio. Isso facilita a comunica??o interna. Os chemtechianos trabalham em baias, fazem ginástica durante o expediente e têm o bom humor como marca registrada. Basta observar as plaquinhas que incentivam as pessoas a perderem peso, trocando o elevador pelas escadas.Fonte: ................
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