IMAGEM E COTIDIANO: - UFRGS



II Encontro Nacional da Rede Alfredo de Carvalho

Florianópolis, de 15 a 17 de abril de 2004

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GT História das Mídia Audiovisual

Coordenação: Prof. Ruth Vianna (UFMS)

IMAGEM E COTIDIANO:

HISTÓRIA DA TV COROADOS-LONDRINA (PR)

Ederval Camargo Rocha

Historiador, Especialista em História Social. Professor do Ensino Fundamental

no Colégio Adventista de Palmas (TO) e aluno do curso de Jornalismo do Ceulp/Ulbra.

Resumo: Neste texto procuro contar de uma forma simples e fiel como se deu a criação da TV COROADOS na cidade de Londrina. Empreendimento este que veio a ser o segundo do interior do Brasil, mas o primeiro a "dar certo", como diriam seus idealizadores. Uma cidade nova e pujante, sustentada nos pilares do ouro verde café. Ela mesma fruto do dinamismo de uma época, quando o Brasil era desbravado pelos sertões afora. A televisão chegava como um símbolo de ostentação e certeza, de que a cidade de Londrina era um fenômeno urbano irreversível. Os nomes e os fatos aqui citados fazem parte de uma história muito maior do que a que penso narrar, não penso em tomar a parte pelo todo. A idéia é resgatar a memória da televisão regional, aquela que se formou antes dos videoteipes, antes das cores dos anos 70. A TV COROADOS hoje faz parte de um grupo de mídia que engloba jornais, rádios, Internet e outras emissoras de televisão. Retransmite a programação da Rede Globo e sua programação local está resumida a não mais que 40 minutos. Quero convidá-los a pensar qual será o fim da televisão regional.

Palavras-chave: História Social, Televisão, mídia, comunicação, tecnologia.

INTRODUÇÃO

Foi na década de 1960 o início de uma transformação da sociedade brasileira, um processo de “modernização conservadora, que propiciou mudanças fundamentais,...como a consolidação da indústria cultural, principalmente pelo investimento do Estado na área de telecomunicações ”.[1] Num universo amplo de criações culturais que se abria no país, a cidade de Londrina também vivia seu momento de transformação, a TV COROADOS veio implementar estas mudanças. Jovem e promissora, Londrina despertava o apetite de grandes empreendedores. Junto com a televisão a cidade ganhava também um novo impulso em diversas áreas culturais. Cria-se o Festival Universitário de Teatro em que as apresentações eram feitas na Rádio Londrina, Igreja Presbiteriana, cinemas e em colégios. Em 1968 os cinemas eram em número de seis, Cines Brasília, Jóia, Londrina, Ouro Verde, Augustus e Vila Rica. Juntando-se aos bailes do Grêmio Literário, animados pela orquestra do Gervásio, e aos programas de auditórios da Radio Londrina, formavam o círculo de diversões que compunham a vida do londrinense.

Esse texto não tem por objetivo os fatos históricos, pretende apenas contar uma história com várias faces, cada uma delas nos dirá algo novo para nossos olhos e ouvidos. Por mais que juntemos partes, elas não passarão de fragmentos no tempo, é bem provável que um nos leve a outro, mas não ao fim. É a isto então que nos propomos, contar algo de novo, que entretenha, afinal de contas entreter-se com a história é algo peculiar ao historiador, ou melhor dizendo, entreter-se é algo instintivo do homem.

A escolha do objeto trabalhado, TV COROADOS, vem ao encontro de uma curiosidade pessoal – como surgiu a televisão na cidade de Londrina – e com isso preencher uma lacuna ainda aberta na curta história da cidade. O estudo baseia-se em entrevistas com os personagens envolvidos no processo de surgimento da TV COROADOS e em fontes documentais. Sua execução trouxe uma nova vida ao espírito empreendedor que, há 70 anos, se emaranhou por estas terras, se impondo a todas as dificuldades, dando vida a um novo mundo. Desde os folhetos de propaganda que corriam mundo a fora, levando as novas deste chão vermelho de coragem, até as ondas digitais de última geração, os meios de comunicação sempre foram o termômetro comportamental do fenômeno urbano que é Londrina. Nada mais justo então que procurar identidades e dar nomes e rostos àqueles que tornaram possíveis os sonhos de Londrina, entre eles a televisão. Mesmo não recordando de todos os nomes a simples volta ao passado fará reviver em cada um que ali estava quem hoje encontra-se na saudade ou distante. A ausência nas lembranças não os fará ausentes na história. Quanto a televisão, redescobrir seu passado será útil para repensar seus métodos, seus objetivos e construir seu futuro.

É fato que a televisão foi uma pedra fundamental na história do município, e de algum modo, quando surgiu mudou o destino de muitos e, talvez, da própria cidade. Contar um pouco desta história não será tarefa fácil, mas certamente será muito prazerosa. Poderemos descobrir desta forma muito mais do que nos foi dito, montar estas peças nos fará conhecer fatos e pessoas, estas tão normais quanto nós, mas que estavam prontas quando a cidade lhes deu a deixa que precisavam.

UMA BREVE HISTORIA

“Esse transmissor foi erguido com a prata da casa, isto é, com os recursos de publicidade que levantamos, sobre as Pratas Wolf e outras não menos maciças pratas da casa; a Sul América, que é o que pode haver de bem brasileiro, as lãs Sams, do Moinho Santista, arrancadas ao coiro das ovelhas do Rio Grande, e mais do que tudo isso, o guaraná Champagne da Antarctica, que é a bebida dos nossos selvagens. O cauim dos bugres do pantanal mato-grossense e de trechos do vale amazônico. Atentai e verei mais fácil do que se pensa alcançar uma televisão: com Prata Wolf, lãs Sams bem quentinhas, Guaraná Champagne borbulhante de bugre e tudo isso amarrado e seguro no Sul América, faz-se um bouquet de aço e pendura-se no alto da torre do Banco do Estado, um sinal da mais subversiva máquina de influenciar a opinião pública – uma máquina que dará asas à fantasia mais caprichosa e poderá juntar os grupos humanos mais afastados”.[2]

O sociólogo Renato Ortiz considera o discurso inaugural de Chateaubriand uma “bela peça do surrealismo político latino americano”[3], reconhecendo que ele pode ser lido de várias formas. Uma delas é à busca de patrocinadores para um veículo que ainda não tinha público outro é a idéia da formação da nacionalidade brasileira por intermédio de uma “máquina subversiva”.

A televisão não surgiu para responder a uma necessidade imediata de comunicação, antes dela o rádio já cumpria o papel de integração cultural, transportando o mundo em ondas infinitas. A televisão não veio atender a nenhuma espera da comunicação social, surgiu diretamente do meio técnico, simplesmente um eletrodoméstico.

Mas passados setenta anos de seu surgimento, a televisão tornou-se o maior sistema de comunicação de massas já criado. Mais do que o som, a imagem saída do tubo de televisão é a porta de entrada no mais fantástico circo já criado pelo homem. Se existe vida inteligente nela ou não, caberá, individualmente, a nós julgarmos. Mas vale dizer que a televisão é e será aquilo que fizermos dela.

Nas vésperas da primavera de 1950, no dia 18 de setembro às 22 horas, entrava no ar, com uma hora de atraso, a TV TUPI, primeira televisão do Brasil e da América do Sul. Obra do pioneirismo de Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Melo, que levava a cabo o projeto iniciado em 1947. O dinheiro para o projeto foi levantado através de acordos feito com quatro anunciantes, “Antarctica, Sul América Seguros, Moinhos Santistas e Laminações Pignatari, que pagaram adiantado um ano de publicidade na TV”.[4] Com o dinheiro no bolso, Chatô adquiriu a emissora de televisão, por 16 milhões de cruzeiros, junto a RCA Victor dos Estados Unidos. Mas a televisão brasileira nascia sem referencial algum de imagem, era uma televisão única. Diferente dos EUA onde a referência era o cinema e da Europa onde o modelo era o teatro, a TV brasileira nasceu herdeira do rádio. Seus primeiros programas não passavam de um radio televisionado. Tudo estava para ser feito em matéria de imagem.

A partir da década de 60, já havia quinze estações de teve concentradas nas capitais, estava delineado o perfil urbano de consumo. A televisão começava a assumir o seu caráter comercial e a disputar verbas publicitárias. Embora as primeiras emissoras de tv tenham sido inauguradas no inicio dos anos 50, só depois de 1967 poderia se falar num sistema informativo moderno, baseado numa economia urbana ou numa economia moderna, para uma sociedade de consumo de luxo.

Há uma diferença entre a instituição do sistema da televisão e a implantação da técnica televisiva no país. O sistema não se instituiu a partir da tv da década de 50 porque não havia demanda suficiente para sustentá-lo, visto o pequeno número de aparelhos existentes.

Depois de um longo período de ansiedade e dúvidas era inaugurada a emissora. Ali, onde cidades surgiam e cresciam em índices inéditos no mundo. Foram aproximadamente quarenta dias de testes, a TV COROADOS, canal 3 de Londrina ia ao ar numa manhã de sábado claro, início de primavera. Às dez horas e cinqüenta minutos da manhã, com direito a benção das instalações e coquetel, começava a história da segunda emissora de televisão do interior do país, a primeira a "dar certo". Equipamentos RCA VICTOR, o que de melhor dispunha o mercado, superior até aos que funcionavam nas duas emissoras existentes no estado a TV PARANAENSE e a TV PARANÁ, estavam tinindo, prontos para entrarem em ação.

Contudo voltemos um pouco no tempo, 1959 para sermos mais exatos. Horário Sabino Coimbra, na época diretor da Companhia Cacique de Café Solúvel, empreendedor como sempre, não pensou duas vezes quando chegou a Londrina, instalaria aqui uma emissora de televisão, a cidade contava então com aproximadamente 130 mil habitantes:

... jovem e promissora, já despertava o apetite de importantes grupos econômicos, interessados em participar das grandes safras de realizações que colocaram a cidade entre as mais desenvolvidas do país.[5]

Não havia decorridos ainda, nove anos da inauguração da TV TUPI em São Paulo. Assis Chateaubriand, dono dos Diários e Emissoras Associados, amigo de Horácio Coimbra e grande impulsionador da televisão no Brasil foi posto a par da idéia. Meses depois era recebido em Londrina por um grupo de empreendedores da cidade: o próprio Horácio Coimbra, João Milanez, proprietário do jornal Folha de Londrina, Renato Melito, Américo Ugolini, Renato Celidonio e Eve Silva, entre outros. Após uma reunião no Cine Teatro Ouro Verde ficou decidido que Londrina seria a sede da primeira emissora de televisão do interior do estado, a sexta cidade do país a contar com a grande novidade. Como noticiou-se na época, a poderosa alavanca econômica do Estado não poderia ficar de fora das benesses da nova tecnologia, uma nova vida para o norte do Paraná. O planejamento do investimento ficou a cargo do Consórcio de Desenvolvimento Econômico S/A Banqueiros de Investimentos, de Florianópolis, que tinha como diretor-presidente Osvaldo Machado.

Em 31 de outubro de 1959 realizava-se a Assembléia de Constituição da empresa, então denominada Rádio Televisão Coroados S/A. O nome “Coroados” foi escolhido para homenagear os índios Kaingang que ocupavam a região onde foi erguida a cidade de Londrina. Tinha por objetivo o "estabelecimento de serviços de radiodifusão e de televisão, em todas as modalidades", com capital social no valor de CR$ 500.000,00 (quinhentos mil cruzeiros). A primeira diretoria era composta por Edmundo Monteiro (diretor-presidente) e Adherbal Stresser (diretor-superintendente), o conselho fiscal tinha Américo Palhares; Renato Lombardi e Benedito Santos, os suplentes eram Osório Monteiro; Godofredo Amaral Penteado e Joaquim de Mattos Gurgel. Acionistas fundadores: Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Melo, Edmundo Monteiro, Armando Simoni Pereira, Armando Oliveira, Horácio Sabino Coimbra, Hélio Dias de Moura, Adherbal Stresser, Alberto Maluf e José Paranhos do Rio Branco, quinhentas ações no valor nominal de CR$ 1.000,00. Assis Chateaubriand tinha trezentas ações e os demais, vinte e cinco cada um.

O lançamento oficial do projeto que ocorreu no dia 20 de Janeiro de 1960, no Hotel Monções, em Londrina. Entre os presentes estava o senhor José Arrabal, o primeiro diretor comercial e geral da Coroados. Assis Chateaubriand não compareceu.

O pontapé inicial estava dado, restava então a captação de recursos e para isso contavam com o espirito empreendedor da "capital mundial do café". A cidade de Londrina, com seus trinta e poucos anos, estava radiante, o comércio pungente, a riqueza crescia a olhos vistos, enfim, não faltaria aquele que não quisesse investir na nova menina dos olhos da comunicação. A elevada rentabilidade do investimento, amplamente demonstrada em todo o país pelas demais emissoras, além da participação dos Diários Associados, representavam uma sólida garantia de competência técnica e comercial. Também levava-se em conta as implicações culturais e sociais constituindo-a patrimônio da comunidade. Em pouco tempo, toda a cidade se envolvia de alguma forma no mais desafiador projeto que a cidade se dispunha a concluir. Tanto que José Arrabal foi profético: "Não será tão cedo que Londrina verá a inauguração de outra emissora de TV".[6]

Todos os procedimentos legais já haviam sido cumpridos, agora era necessário sair da prancheta para a obra. As instalações da emissora deveriam ser abrigadas num prédio próprio para tal projeto, nada de improvisações e adaptações como ocorreu em outras emissoras. Coube ao senhor José Arrabal a difícil tarefa. Embora vários locais foram ofertados para a emissora, todos com grande valorização, José Arrabal preferiu dar cabo a tarefa de modo sigiloso. Sendo assim, Arrabal comprou o terreno em seu próprio nome, evitando uma possível especulação imobiliária. Feito o achado descobriu-se que a área era destinada a residências, portanto seriam necessários alguns acertos na legislação do município para permitir a instalação, nada muito complicado, "afinal, por trás de tudo isso estava o poderoso Assis Chateaubriand"[7]. O local escolhido é sede da emissora até hoje. Na época a avenida Tiradentes era repleta de cafezais e poucas construções. Ronald Stresser ficou encarregado da construção e montagem da emissora. Também trabalhou na emissora seu irmão Aderbal Stresser.

Como foi dito anteriormente, o prédio foi erguido especificamente para acomodar uma emissora de televisão. A construção dividia-se em dois lances de um e dois pavimentos. O primeiro abrigava a administração, serviços auxiliares e estúdio comum. O segundo constava do estúdio principal, destinado a grandes montagens e auditório, camarins e área técnica. Foi no estúdio principal que aconteceram os programas ao vivo que marcaram a história da TV Coroados. O alcance inicial seria o norte do Paraná e o sul de São Paulo, com especial rendimento entre Cornélio Procópio e Maringá.

A televisão brasileira nasceu local, e assim permaneceu por quase uma década, até que a inovação tecnológica a projetasse além das fronteiras municipais. Somente após o surgimento do videoteipe que as programações das televisões puderam iniciar uma padronização, até então cada estação tinha que prover a sua própria programação. Parte desta programação era constituída de filmes geralmente americanos. Em 1960, a fim de cobrir as festas de inauguração da nova capital, Brasília, chegava ao Brasil o primeiro aparelho de videoteipe. Este por sua vez não permitia, ainda, editar as imagens, apenas duplicava uma gravação original. Tínhamos já o embrião para o nascimento das redes nacionais.

Nos dias que antecederam a inauguração da televisão Coroados, ninguém conseguia tirar da cabeça o grande "fiasco" que foi o primeiro dia de transmissão da TV TUPI, em São Paulo, na estréia da televisão no país. Segundo José Arrabal o segredo do sucesso era "oferecer perspectiva confiável"[8] em relação ao projeto, para que houvesse telespectadores quando fosse inaugurada. Para isso foi planejada uma grande campanha nos meses que antecederam a inauguração, juntamente com o jornal Folha de Londrina, de João Milanez e as casas de utilidades domésticas, entre elas as casas Irmãos Fuganti, futuramente o principal anunciante da TV COROADOS por longo período. O jornal anunciava a inauguração e a venda de televisores pelo comércio em geral. Este por sua vez facilitava a compra em diversas formas de pagamento.

Todos os receptores eram apenas montados no Brasil, os kits vinham da Europa e dos EUA. O senhor Helmut Baer, que viria para Londrina trabalhar na montagem dos transmissores da televisão Coroados, trabalhou inicialmente na montagem de receptores no Rio de Janeiro. A média de produção era de apenas cinco aparelhos por dia. Enfim, todos estavam empenhados em não repetir o fato de São Paulo.

No jornal Folha de Londrina, Aleksy Kusienko escrevia a "Coluna do Rádio", ou Radiolino. Nela apresentava fotos com equipamentos necessários para uma emissora de TV. Esclarecia alguns termos novos tais como: canal de televisão, transmissão de televisão, freqüência de quadros, etc. Muitas foram às chamadas vinculadas ao fato, algumas até engraçadas, como o propagado surgimento de um novo personagem na comunidade, "o televizinho", presença obrigatória e de idade variável, tendo o “telecalçadão” como uma de suas variações. Ou então: "A TV é um aparelho tão caro, mas tão caro que a gente e a imagem acabam entrando pelo tubo".[9] E também: "Aviso aos iniciantes do vídeo: não tremam, as imagens tremem sozinhas!"[10].Certamente estas divulgações contribuíram em muito para que a curiosidade fosse aguçada e consequentemente transformasse a inauguração num acontecimento muito esperado, fazendo com que muita gente aparecesse no escritório da emissora para testes, sempre com o sonho de se tornarem artistas.

Às 18:00 horas do dia 21 de setembro de 1963 ia ao ar as primeiras imagens da TV COROADOS, canal 3, Londrina. Inicialmente foi mostrado um filme com as imagens da inauguração. Chateaubriand não pode comparecer, mas estavam presentes o arcebispo D. Geraldo Fernandes, que também teria um programa semanal, "A Voz do Pastor", e o prefeito Milton Menezes, além das pessoas diretamente ligadas a emissora. Uma placa descoberta na ocasião homenageava o senhor Assis Chateaubriand.

A programação seguiu a seguinte escala:

18:05 Filme da cerimônia de inauguração.

18:40 Desenholândia

19:15 Atualidades esportivas

19:30 Jardim de Melodias

20:00 Desenhos e atualidades

20:15 Calouros de ritmo

20:40 Ari Fontoura e seus comediantes

21:10 Desenhos e atualidades

21:20 Soarê de ballet

21:40 Dona Jandira em busca da felicidade (Nicete Bruno)

22:00 Show H.M.

22:10 Teatro Equipe

22:35 Julio Rosemberg e seus cantores

23:05 Notícias

Levar ao lar paranaense a nítida imagem e a séria intenção de recrear, instruir e, acima de tudo, informar. Assim foram as primeiras imagens de Londrina, nascia a TV COROADOS, "fruto da participação coletiva do povo do norte do Paraná". [11]

Em Londrina, o prenúncio da chegada da televisão não causou muito alvoroço nas rádios existentes na época. Se por um lado, temia-se a fuga dos patrocinadores por outro, a “nova mídia” fomentou uma nova era nas programações da rádio. Grandes shows eram apresentados na cidade, rádio bailes, shows de auditórios. Segundo Aymoré Kley, “até o entusiasmo dos locutores aumentou”[12]. Aymoré foi um dos que levaram para a televisão o modelo de programação que existia no rádio, com distribuição de prêmios e sorteios.

A tônica da emissora era o improviso, cara a cara com a câmara. No estúdio principal era apresentado o programa da Tia Lucy; uma "Rainha dos Baixinhos" dos anos 60, Piccolino e Castelinho, algo como o "Programa do Bozo"[13]; Ala Jovem de Osvaldo Diniz, que dava espaço aos cantores das noites londrinense como Martinha, que fez muito sucesso, e era apresentado por Haroldo Romano e o Musical da Saudade, que deu origem ao extinto Clube do Choro de Londrina.

O primeiro telejornal, "Telenotícias Transparaná", foi apresentado por Antonio Belinati, então repórter policial de rádio. Sua indicação se deu por conta da amizade que tinha com o delegado-chefe da subdivisão policial Eudes Brandão que por coincidência era chefe de jornalismo da emissora.

O fato de personagens do rádio migrarem para televisão foi comum na época, o que provocava um misto de inveja e ciúmes entre os radialistas e os novos atores da TV. Antônio Marcos Dametto, Antonio Belinati, Euclides Sapia, Aymoré Kley, José Makiolque, Osvaldo Diniz, Haroldo Romano são alguns dos nomes que vieram do rádio para a televisão. Antonio Marcos Dametto foi diretor da Rádio Londrina durante 10 anos, ele reconhece que houve um certo medo das rádios com a chegada da televisão, houve um encolhimento, achando que seria sufocado pelo novo produto que se iniciava, mas seu definhamento se deu mais por insuficiência de saber confrontar a televisão do que propriamente por conseqüência da mesma: “Ainda que a televisão tivesse produzido um impacto extraordinário no começo com o tempo ela abria a possibilidade da rádio continuar com seus programas de auditório"[14]. Para Dametto este fato foi observado em todo o país.

Este confronto, rádio x televisão, na verdade nunca existiu. O que se observa é uma troca de componentes técnicos e humanos, recursos facilmente intercambiáveis. Muitos daqueles que vieram do rádio para a televisão acabaram retornando ao rádio, uma vez que a programação regional foi se definhando e o campo na televisão viu-se diminuto para tantos talentos.

Não faltava profissionalismo entre os pioneiros da televisão em Londrina, mas também não faltavam gafes. O primeiro aparelho de videoteipe só chegou a Londrina por volta de 1965, ainda que fosse um aparelho descartado pela TV PARANA, de Curitiba. Foi quando a TV COROADOS passou a reproduzir as telenovelas da REDE TUPI e TV EXCELSIOR, esta última do Rio de Janeiro.

Já no segundo dia de trabalho aconteceu uma das mais memoráveis "trapalhadas" da caçula das emissoras. O apresentador Antônio Belinati narrava o desfile de 7 de setembro ocorrido alguns dias antes, garbosamente descrevia a brilhante marcha da tropa militar enquanto uma tropa de cavalos aparecia na tela em disparada.

As disputas para vagas de garota-propaganda eram acirradas, mesmo se esmerando nos ensaios nada impedia que algo de errado acontecesse na hora do reclame. Numa dessas a elegante mocinha apresentava um novo lançamento de refrigerador, moderno, econômico e prático. Após a apresentação externa do produto ela, delicadamente, abriu o aparelho para expor seu interior, ao tentar abrir o freezer este estava preso com uma fita adesiva transparente o que não foi percebido pela "modelo", que por pouco não atirou o produto ao chão tamanha a força que dispensou para tentar abrir a portinha, desmoronando todo o cenário.

A televisão definitivamente entrara para o cotidiano da população, as ruas já não se alegravam com os passeios noturnos da comunidade, aos poucos a novidade alterava os hábitos dos cidadãos do norte do Paraná. O senhor João Milanez lembra que às sextas-feiras era apresentado um seriado, "Procurando o Destino ou alguma coisa assim[15]“ (sic), um campeão de audiência, que colava os telespectadores na telinha. Acontece que as tradicionalíssimas reuniões do Rotary eram exatamente neste dia o que provocava algumas cadeiras vazias no jantar. Sendo assim só restava uma alternativa drástica a ser tomada, transferiram as reuniões para às quintas-feiras.

As gafes mais constantes eram nos teleteatros, onde as seqüências eram mais longas, ocasionando um maior risco aos atores. O então jovem José Makiolque foi protagonista de uma cena de pastelão durante a apresentação da série "Juventude sem Rumo". Ele vivia um meliante que durante a tentativa de assalto disparava um revolver com festim, aconteceu que a tal arma falhou no momento exato, então, num arroubo de improviso, sacou de um punhal da cintura e apunhalou a vítima, infelizmente o contra regra não percebeu e mandou ver no barulho dos disparos, foi o primeiro punhal sonoro da história.

Foi criada uma grande expectativa na população quando foi anunciada a primeira transmissão de um jogo do Londrina na capital. O segredo era simples, uma equipe que estava no estádio gravou o primeiro tempo do jogo e enviou a fita por avião, que chegaria em Londrina uma hora depois. O segundo tempo só chegava na cidade quando todos já sabiam do resultado do jogo.

Grêmio de Maringá X Londrina, esta foi a primeira partida de futebol transmitida ao vivo pela TV COROADOS, um caminhão de externas veio especialmente de Curitiba com todos os equipamentos necessários para a transmissão. Seria uma forma de firmar os laços de amizade entre as duas cidades do norte do Paraná. Infelizmente para os profissionais da TV COROADOS que lá estavam o Londrina ganhou o jogo, resultado, tiveram que sair do estádio com escolta policial.

A TV COROADOS também viveu de heroísmos para levar ao ar seus programas. Helmut Baer, técnico que chegou a emissora em 1963 é testemunha fiel de tantos "cambalachos" que não deixavam a imagem da televisão cair. Mas nem ele imaginava o que aconteceria naquela fatídica segunda-feira de carnaval de 1965. Uma violenta chuva colocou abaixo a torre de transmissão da emissora, levando junto também o transmissor. Segunda de manhã lá estava seu Baer e José Arrabal observando aquele monte de ferro retorcido no meio do asfalto. Depois de uma "reuniãozinha" ali mesmo na rua, decidiram colocá-la novamente em pé. Em pouco tempo Baer já recuperara dois painéis do transmissor, enquanto isso, lá na rua, quase todas as serralherias da cidade cortavam as armações caídas. Resumindo, quarenta e oito horas depois a televisão estava novamente no ar. Interessante foi que, para testarem o funcionamento eles pediam no ar para que as pessoas que tivessem recebendo as imagens ligassem para a emissora para informações. "Qual não foi a nossa surpresa, tava pegando em Presidente Prudente[16]". Não que isso fosse algo anormal, pois ela já era recebida naquela cidade, mas sim pelo fato de conseguirem recuperar a potência da transmissão quase que totalmente. Foi de Helmut Baer também as primeiras cores da TV COROADOS. Durante um de seus testes de aparelhos e idéias ele conseguiu captar uma transmissão em cores do Oscar, direto dos Estados Unidos. Estas imagens ficaram apenas em circuito fechado de quatro receptores. Sabemos que somente na década de 70 é que o Brasil pode experimentar a televisão a cores, mesma época em que um concurso de Miss Paraná serviu para testar os gravadores e câmaras do sistema colorido da TV COROADOS.

Outro fato importante para ser lembrado e que demonstra toda a astúcia que era necessária para fazer uma televisão no interior do país é o processo utilizado para obtenção das notícias internacionais. O sargento Airton, da Polícia Militar, era quem fazia as “interceptações” das notícias transmitidas mundo afora. Com um receptor adquirido nos Estados Unidos ele captava as mensagens e as transcrevia com uma máquina de escrever. As mensagens eram transcritas sem pontuação ou espaços, cabendo aos jornalistas fazerem o acerto final das folhas que caiam aos montes da máquina do sargento.

O primeiro chefe de jornalismo da TV COROADOS foi o delegado de polícia Eudes Brandão, substituído em 1966 por Mauro Ticianelli, detentor de um Prêmio Esso. Com a troca de chefia Antonio Belinati também saiu e deu lugar a Nelo Laineti e Pedro Porto e às vezes pelo próprio Ticianelli.

Jorge Tachibana foi o primeiro cinegrafista de externas, e também dublê de motorista e iluminador, junto com seu colega Lauro Oliveira. Tachibana utilizava uma câmara de 16mm usada durante a II Guerra Mundial em bombardeiros americanos.

Quando os equipamentos em cores chegaram em Curitiba foram recebidos com uma carreata pela cidade, igualmente aconteceu na chegada em Londrina, isso em 1972.

Osvaldo Diniz foi um verdadeiro faz tudo na emissora, o seu programa, Ala Jovem, era idealizado, apresentado e dirigido por ele, além da cenografia e da pintura dos quadros.

Juarez Machado, artista plástico internacional, trabalhou em Londrina como cenógrafo, emprestado pela TV PARANÁ.

O logotipo mais tradicional da TV COROADOS foi criado em 1968 e persistiu até o ano de 2001, quando foi substituído pelo logo da Rede Paranaense de Televisão, RPC.

A TV COROADOS atravessou muitas fases viajando entre programação local, independente e da TV TUPI e REDE GLOBO. Quando foi inaugurada pelo Grupo Diário e quando esteve com o Grupo Paulo Pimentel a programação era da TV TUPI e local. Em 1976 foi vendida a Oscar Martinez e passou a transmitir a REDE GLOBO.

Durante nove meses em 1979, quando da negociação com a REDE PARANAENSE, o contrato com a REDE GLOBO foi suspenso e a TV COROADOS passou a exibir uma programação independente a base de filmes. Em 24 de outubro de 1979 voltou para a REDE GLOBO.

A TV COROADOS foi alvo de uma querela política durante a ditadura militar no Brasil, entre 1975 e 1979, quando pertencia ao grupo de Paulo Pimentel. Por discordâncias políticas entre ele e o então governador Jaime Canet o senhor Paulo Pimentel sofre várias pressões políticas e econômicas a fim de minar a influência deste no Estado. Pressionado e sem apoio financeiro Pimentel foi obrigado a vender a preço de banana a TV CORADOS para o grupo de Oscar Martinez, na época proprietário do Canal 6, TV PARANÁ.

José Arrabal, primeiro diretor comercial da TV COROADOS, fez tanto sucesso aqui que foi convidado a trabalhar na para o Diário e Associados no Rio de Janeiro, Goiás, Espirito Santo e Mato Grosso. De volta ao Rio de Janeiro assumiu a TV TUPI, aonde chegou a tirar do ar nada menos que Flavio Cavalcanti, a maior audiência da emissora. Logo depois foi para a Rede Globo, encarregado das emissoras de Recife e Brasília.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Não seria absurdo se chamássemos o século passado de o século da televisão. Mas e agora, o que nos reserva essa cinquentona? No Brasil mais de 95 % das residências têm televisores e de acordo com o IBOPE, o brasileiro assiste a 3 horas e meia de televisão por dia. Para 40% da população ela é o único meio de informação e divertimento.

“A velha televisão morreu e uma nova televisão acaba de nascer. Os responsáveis pela morte de uma e pelo nascimento de outra são os mesmos: a revolução nas tecnologias de distribuição de sinais e o desenvolvimento nos processos de digitalização”.[17] Com uma televisão tematizada, segmentada, a inércia e a fidelidade estão com os dias contados. Segundo Hoineff, pela primeira vez a televisão será impelida a concentrar-se no que vende: programação. Ela não resolve todos os problemas, mas nasce forte com a capacidade de tornar-se um veículo inteligente, ético a abrangente, que sempre foi impedido de ser. Ou seja, com a segmentação o interesse do telespectador terá mais valor para o anunciante, quem produzir programas melhores, mais inteligentes, terá mais anunciantes e conseqüentemente mais receita.

Mas é fundamental que sejamos bem atentos a todas as transformações previstas, para o bem e para o mal, a televisão não deixará de ser um instrumento de influência e poder. No Brasil ainda não conseguimos organizar com sabedoria a televisão atual. Marcela Tass nos avisa que “todas as novidades do mundo digital que estão chegando trazem entusiasmo, mas exige muito carinho a atenção. Chegamos ao mundo virtual sem antes resolvermos problemas básicos do mundo real”.[18]

Independente das transformações tecnológicas, a televisão regional necessita de transformações no modo de pensar. Qual o seu lugar nesta onda de transformação que se prevê na televisão? A programação reservada para produções locais geralmente é preenchida com cópias provincianas de programas exibidos em rede nacional. Geralmente programas policiais e de variedades. Mesmo com a baixa qualidade apresentada estes programas podem ser a base para uma transformação maior na representação local e regional nas televisões que nos servem. Além da fuga de profissionais qualificados esta ausência de produções locais provoca a falta de referências e parâmetros comparativos. Esta redução no espaço da televisão local deve-se a crises estruturais e financeiras, mas a esperança em uma reviravolta ainda existe.

É esta esperança que reascende agora na televisão Coroados. Na comemoração de seus 40 anos a emissora parece querer voltar os olhos para a cidade e rever sua programação voltada ao telespectador da região. Programação hoje com pouco mais de 40 minutos diários. Talvez seja este impulso na qualidade estrutural que esta faltando, pois qualidade profissional a cidade tem.

A TV COROADOS hoje transmite sua programação para um público de 48 municípios paranaenses, uma população que gira em torno de 1.255.000 pessoas em 347.530 domicílios com televisão. Foi a terceira emissora a integrar a Rede Paranaense de Televisão, agora RPC, Rede Paranaense de Comunicação. Os setores de serviços e o comércio são os responsáveis por maior parte da renda municipal. A programação local resume-se ao telejornalismo, cerca de meia hora diariamente.

A formação das grandes redes de televisão no Brasil, com programas gerados em São Paulo e Rio de janeiro, primeiro transmitidos via Embratel, depois por satélite, mudou a história da televisão no Paraná. Muito há ainda a fazer no rumo da democratização da televisão no Brasil, a fim de corrigir o desequilíbrio entre as redes de cobertura nacional e as redes regionais. São necessários mecanismos legais de regulação, impondo às emissoras percentuais obrigatórios de produção local e regional. Mas deve-se atentar para que esta troca não seja em detrimento destas redes nacionais, evitando a perda da nacionalidade do imaginário televisivo. No Brasil a televisão fornece o código pelo qual os brasileiros se reconhecem brasileiros, criando o espaço público e ao mesmo tempo delimitando este espaço. De tal forma que sem ela talvez este não existisse.

Devemos ver então não como uma perda de identidade, mas como uma pausa para pensar enquanto procura um lugar melhor para pousar. Na virada do século a televisão regional viu seu espaço sucumbir a uma enxurrada de políticos, alguns às vezes vestidos de repórteres policiais ou pastores evangélicos, ocupando espaços que antes eram privilégio dos talentos artísticos que fizeram a história da televisão no Paraná e em Londrina.

Nunca é tarde para rever estes atores regionais que fizeram a televisão expandir seus limites além das fronteiras palacianas. Há muito ainda o que escrever sobre a TV COROADOS e há muitos a serem lembrados.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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BAER, Helmut. Entrevista concedida a Ederval Camargo Rocha. Londrina, jan. 2002. [Aposentado. Técnico eletrônico que trabalhou na instalação dos aparelhos da. TV COROADOS]

DAMETTO, Antônio Marcos. Entrevista concedida a Ederval Camargo Rocha. Londrina, fev. 2002. [Publicitário. Trabalhou como coordenador artístico da TV COROADOS]

MILANEZ, João. Entrevista concedida a Ederval Camargo Rocha. Londrina, dez. 2001. [Fundador-presidente da Folha de Londrina]

KLEY, Aymoré. Entrevista concedida a Ederval Camargo Rocha. Londrina, mar. 2003. [Trabalhou em radio e também na TV Coroados].

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[1] Patriota, Rosangela. Modernização dos meios de comunicação: redimensionamento do conceito de cidadania no Brasil. In Historia e Cidadania – XIX Simpósio Nacional de História-ANPUH. Humanitas, S.Paulo, 1998.

[2] Ortiz, Renato. A moderna tradição brasileira. Brasiliense, São Paulo, 1988, p. 59. Este autor retirou a citação

Simões, Inimá. Tv Tupi. Rio de Janeiro, Funart, s. d. In A Tv aos 50 anos – Criticando a televisão brasileira.

em seu cinqüentenário. Perseu Abramo, São Paulo, 2000.

[3] Idem.

[4] CEM ANOS DE REPÚBLICA. Um Retrato Ilustrado da História do Brasil. Volume 5. São Paulo. Ed. Nova Cultural, 1989, p56.

[5] JUNIOR, Jamur. Pequena História de Grandes Talentos - Os primeiros passos da Televisão no Paraná. Curitiba, 2001, p. 137.

[6] SCHWARTZ, Widson. JACU de Londrina expandiu TV. Jornal de Londrina. Londrina, p. 8. 06/07/1996.

[7] [8] JUNIOR, Jamur. Pequena história de grandes talentos: Os primeiros passos da televisão no Paraná. p. 138.

[9] SCHWARTZ, Widson. O Salto global da Pioneira. Jornal de Londrina. Londrina, p. 8. 03/07/1996.

[10] Jornal Folha de Londrina. (25/09/1963). p. 11.

[11] Idem, p. 12.

[12] Marco A. Dametto. Entrevista concedida ao autor em 01/2002.

[13] Aymoré Kley. Entrevista concedida ao autor em 03/2003.

[14] Programa do Bozo. Programa infantil que ia ao ar todas as manhãs pelo SBT na década de 80, apresentado pelo palhaço Bozo.

[15] Marco A. Dametto. Entrevista concedida ao autor em 01/2002.

[16] João Milanez. Entrevista concedida ao autor em 12/2001.

[17] Helmut Baer. Entrevista concedida ao autor em 01/2002.

[18] HOINEFF, Nelson. A nova televisão – desmassificação e o impasse das grandes redes. Rio de Janeiro, Relume Dumará, 1996.

[19] Reflexões para o futuro. Revista Veja, 25 anos. Ed. Abril, São Paulo, 1993.

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