Assimetrias Laterais em Ações Motoras: Preferência Versus ...

Motriz Jan-Jun 2000, Vol. 6 n. 1, pp. 1-8

Assimetrias Laterais em A??es Motoras: Prefer?ncia Versus Desempenho

Luis Augusto Teixeira Rejane Paroli

Universidade de S?o Paulo

ResumoAssimetrias em prefer?ncia lateral freq?entemente s?o tratadas como sin?nimo de domin?ncia lateral, conceito que expressa a supremacia de desempenho com um membro corporal em rela??o ao membro contralateral hom?logo. O conceito de domin?ncia lateral, por sua vez, traz usualmente inserida a concep??o de que assimetrias laterais s?o prescri??es que fazem parte do c?digo gen?tico, sendo assim pouco influenci?veis por fatores ambientais. Nesta investiga??o um ?ndice de prefer?ncia manual foi comparado e correlacionado ao ?ndice de assimetria de desempenho em tr?s tarefas motoras: (a) toques repetidos em m?xima velocidade, (b) controle de for?a manual, e (c) posicionamento linear do bra?o. Os resultados mostraram que as assimetrias de prefer?ncia foram consideravelmente maiores do que as assimetrias de desempenho. As compara??es entre os desempenhos com as m?os preferida e n?opreferida em cada tarefa n?o indicou diferen?a significativa para controle de for?a e posicionamento linear do bra?o, mas superioridade consistente de desempenho com a m?o preferida na tarefa de toques repetidos. Al?m disso, n?o foram encontradas correla??es entre assimetria lateral de prefer?ncia e de desempenho nem entre os pr?prios ?ndices de assimetria de desempenho, o que mostra que as diferen?as de performance entre as m?os s?o espec?ficas ? tarefa e n?o podem ser preditas a partir da prefer?ncia lateral. Tais resultados sugerem a participa??o de fatores ambientais na determina??o da domin?ncia lateral.

Palavras chaves: domin?ncia lateral, prefer?ncia lateral, lateralidade, assimetrias laterais

Abstract"Lateral Asymmetries In Motor Actions: Preference Versus Performance." Asymmetries in lateral preference are frequently treated as a synonym for lateral dominance, a concept that expresses the supremacy of performance with a limb over the contralateral homologous limb. This concept usually also implies that lateral asymmetries are rarely affected by environmental factors. In this investigation the index of manual preference was compared and correlated to the index of performance asymmetry on three motor tasks: (a) repeated tapping, (b) manual force control, and (c) linear arm positioning. The results showed that lateral preference asymmetries were considerably higher than performance asymmetries. Between-hand comparison for each task did not indicate significant differences for force control and arm positioning, but consistent superiority of performance with the preferred hand for repeated tapping. Furthermore, no significant correlations were found either between preference and performance asymmetries or between indexes of performance asymmetry. This indicates that the observed asymmetry of performance is task-specific and cannot be predicted from a general quotient of lateral preference. Such results suggest the participation of environmental factors in the determination of lateral dominance.

Key words: lateral dominance, laterality, lateral asymmetries, handedness

Introdu??o

Assimetrias laterais no comportamento motor humano est?o presentes tanto na prefer?ncia quanto no n?vel de desempenho apresentado com segmentos corporais de ambos os lados. Tais assimetrias podem ser observadas logo nas primeiras semanas de vida atrav?s de movimentos direcionais da cabe?a orientados predominantemente para o lado direito do corpo em crian?as descendentes de pais com prefer?ncia lateral direita (Cioni & Pellegrinetti, 1982; Liederman & Kinsbourne, 1980), assim como no maior uso da m?o direita em movimentos habituais ap?s 6 meses de vida (Provins, Dalziel, & Higginbottom, 1987). Em adultos, assimetrias laterais t?m-se manifestado

atrav?s da vantagem de desempenho com membros preferidos sobre os membros n?o-preferidos em uma s?rie de tarefas motoras, particularmente naquelas envolvendo movimentos manipulativos finos relacionados ? escrita (Borod, Caron, & Kolff, 1984; Provins, Milner, & Kerr, 1982), velocidade de contato manual do alvo (Annett, Annett, Hudson, & Turner, 1979; Carson, Goodman, & Elliott, 1992; Flowers, 1975; Roy, Kalbfleish, & Elliott, 1994), e no desempenho de a??es motoras complexas, tais como chutar (Teixeira, Chaves, Silva, & Carvalho, 1998) e arremessar (Watson & Kimura, 1989).

Tais diferen?as de desempenho entre os dois lados do corpo freq?entemente t?m sido atribu?das ? fatores gen?ticos (cf. Bryden, 1990; Levy, 1976). Isto ?, oferece-se como explica??o para assimetrias laterais a concep??o de que os genes tra-

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zem embutidas em seu c?digo especifica??es sobre o desenvolvimento diferenciado dos hemisf?rios cerebrais, determinando qual deles ser? o hemisf?rio dominante em rela??o ? certas fun??es. Assim, considera-se que, para pessoas destras, o hemisf?rio cerebral direito seja o principal respons?vel por processamento paralelo e percep??o de aspectos espaciais do ambiente, enquanto que o hemisf?rio esquerdo desempenha o papel principal no seq?enciamento e temporiza??o de movimentos (Goodale, 1990). Uma vez que o controle corporal pelo c?rtex cerebral ? predominantemente cruzado, o lado corporal contr?rio ao hemisf?rio cerebral dominante tem maior potencial de controle do que o lado corporal ipsilateral. A partir de tais princ?pios, seria de se esperar uma vantagem generalizada e consistente de desempenho em tarefas motoras realizadas com o lado dominante em rela??o ao desempenho com o lado n?o-dominante, havendo relativa independ?ncia de fatores ambientais. Diferentes fontes de evid?ncia, entretanto, t?m mostrado que o componente gen?tico n?o ? determinante no desenvolvimento da lateralidade.

Em estudo com pares de g?meos monozig?ticos concordantemente destros ou discordantes em lateralidade, Jancke e Steinmetz (1995) mensuraram o desempenho m?ximo com as m?os direita e esquerda em tarefas de velocidade de toques repetidos e tarefas relacionadas ? escrita. A an?lise de correla??o intraclasse para o grau absoluto de assimetria lateral de desempenho, o qual foi realizado separadamente para as duas categorias de g?meos monozig?ticos, n?o indicou resultados significativos. Esse achado sugere que, apesar de possu?rem heran?as gen?ticas iguais, as assimetrias laterais observadas em cada sujeito n?o predizem o grau de assimetria lateral de desempenho apresentado pelo g?meo correspondente.

Por outro lado, fatores ambientais t?m demonstrado possuir um papel importante na determina??o de diferen?as laterais de desempenho, com particular destaque para o efeito da quantidade de pr?tica espec?fica com cada membro. Peters (1976) mostrou que a assimetria lateral de desempenho inicialmente observada em tarefa de rapidez de toques repetidos foi eliminada ap?s pr?tica extensiva na tarefa com ambas as m?os. Evid?ncia similar do efeito de pr?tica foi oferecida por Rigal (1992), ao mostrar que a assimetria lateral de desempenho entre as idades de 6 e 9 anos, dentre uma s?rie de tarefas motoras manuais, foi aumentada apenas para as tarefas relacionadas ? escrita. Como essa faixa et?ria coincide com a fase de in?cio de alfabetiza??o, em que as crian?as passam a ter maior volume de experi?ncias motoras relacionadas ? escrita com apenas uma das m?os, esse achado sugere o efeito da pr?tica sobre a emerg?ncia de assimetrias laterais. As principais evid?ncias do efeito da pr?tica sobre a lateralidade, contudo, v?m de estudos com animais. A partir da observa??o de pequena assimetria em macacos e gatos na prefer?ncia lateral em tarefas de transporte de alimento ? boca, Warren (1958) mostrou que a exposi??o dos animais a essas tarefas por um per?odo prolongado levou ? progressiva defini??o da prefer?ncia lateral pelo membro anterior direito ou esquerdo, produzindo, ao final do per?odo de exposi??o, forte prefer?ncia lateral para execu??o dessas tarefas. Outros estudos com ca-

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mundongos e macacos t?m mostrado que as restri??es impostas pelo ambiente fornecem condi??es n?o apenas de fortalecer prefer?ncias laterais, mas tamb?m de reverter a lateralidade estabelecida a partir de experi?ncias pr?vias (Collins, 1975; Mcgonigle & Flook, 1978).

Apesar de tais evid?ncias de especificidade de domin?ncia lateral em fun??o de pr?tica pr?via com cada um dos membros, tem-se tentado encontrar ?ndices gerais de domin?ncia lateral atrav?s de invent?rios nos quais se leva em considera??o a prefer?ncia lateral para a realiza??o de diferentes tarefas motoras (p.e., Bryden, 1977). Essa tentativa de encontrar aspectos preditores do grau de lateralidade geral de um indiv?duo ? origin?ria da concep??o geneticista, em que o grau de prefer?ncia lateral seria um indicador de domin?ncia lateral. ? luz dos achados e argumentos expostos acima, esta investiga??o teve como objetivo comparar e correlacionar o ?ndice declarado de prefer?ncia lateral, determinado por invent?rio, com os ?ndices de assimetria lateral no desempenho em diferentes tarefas motoras.

M?todo

Sujeitos

Estudantes universit?rios de ambos os sexos com idade m?dia de 20,6 anos (n = 16) participaram como sujeitos da pesquisa. Quinze participantes apresentaram prefer?ncia lateral direita e um prefer?ncia lateral esquerda.

Instrumentos e tarefas

Para determina??o do ?ndice de prefer?ncia lateral foi empregado o Invent?rio de Domin?ncia Lateral de Edimburgo (Oldfield, 1971), constitu?do por 10 quest?es sobre prefer?ncia lateral na execu??o de 10 tarefas motoras realizadas usualmente pela maioria das pessoas (Anexo). Para cada item assinalado foi computado um ponto, cuja somat?ria foi utilizada para c?lculo do ?ndice de Prefer?ncia Lateral (ver descri??o do c?lculo dos ?ndices de assimetria lateral abaixo).

Para avalia??o amostral do desempenho motor foram escolhidas tarefas representativas de diferentes par?metros de controle de movimento: (a) contatos repetidos, (b) controle de for?a manual, e (c) posicionamento linear do bra?o.

A tarefa de contatos repetidos foi feita com um instrumento possuindo uma haste de metal na posi??o vertical (5 cm de comprimento), articulada a uma base de madeira horizontal apoiada sobre uma bancada. O objetivo na tarefa era contatar a haste de metal com a base de madeira, atrav?s de movimentos repetidos de flex?o e extens?o do punho, o que exigia velocidade de ativa??o/inibi??o de grupos musculares antag?nicos. Esse ciclo de flex?o-extens?o do punho deveria ser feito o maior n?mero de vezes poss?vel no intervalo de 10 s, registrando-se o n?mero de toques efetuados nesse intervalo de tempo.

A tarefa de controle de for?a foi feita com um dinam?metro

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Assimetrias laterais em a??es motoras

manual digital (Takei Co.). Nessa tarefa o sujeito inicialmente procurava exercer for?a m?xima de preens?o com as m?os preferida e n?o-preferida separadamente, em uma tentativa com cada m?o. Nas tentativas seguintes os participantes eram solicitados a exercer os mesmos 50% de for?a m?xima de preens?o, respectivos ? cada m?o, com o bra?o de execu??o estendido para baixo. Nessa tarefa foi computada a diferen?a, em m?dulo (i.e., erro absoluto), entre a for?a efetivamente exercida em cada tentativa e o valor correspondente a 50% da for?a m?xima para cada m?o.

Na terceira tarefa o sujeito fazia o posicionamento de um cursor, que era deslocado por um trilho linear horizontal de baixo atrito (aparelho de posicionamento linear, Lafayette Instruments, modelo 63017). O sujeito procurava deslocar o cursor manualmente por uma extens?o de 50 cm mantendo os olhos fechados, isto ?, regulando o movimento exclusivamente atrav?s de informa??o somest?sica. Os movimentos eram efetuados com ponto de in?cio em uma posi??o fixa e alinhada com o eixo sagital mediano do corpo, e executados na dire??o do bra?o de execu??o do movimento. Isto ?, as a??es realizadas com o bra?o direito eram feitas do centro para direita, e as a??es com o bra?o esquerdo do centro para esquerda, tendo como refer?ncia o corpo do sujeito. Essa tarefa era realizada atrav?s de movimentos de abdu??o do ombro e extens?o do cotovelo. A mensura??o do desempenho foi feita pelo c?mputo da dist?ncia entre a posi??o especificada e a posi??o efetivamente atingida pelo posicionamento em cada tentativa independentemente da dire??o (i.e., erro absoluto).

Para cada uma dessas tarefas, assim como para os escores de prefer?ncia, foi calculado o ?ndice de assimetria lateral, empregando-se a seguinte f?rmula:

M?o preferida ? m?o n?o-preferida M?o preferida + m?o n?o-preferida

x 100

Procedimentos

Os sujeitos inicialmente preencheram o Invent?rio de Domin?ncia Lateral de Edimburgo e em seguida iniciaram as tarefas motoras. A execu??o de cada tarefa foi precedida por explica??es e demonstra??o por parte do experimentador sendo que algumas tentativas foram realizadas para familiariza??o com o equipamento, utilizando-se tanto a m?o preferida como a m?o n?o-preferida. As tarefas de controle de for?a e de posicionamento linear do bra?o foram feitas sem informa??o visual em rela??o ao crit?rio estabelecido. Tr?s tentativas foram realizadas para que os sujeitos tomassem conhecimento de tal crit?rio. No caso da tarefa de controle de for?a, foram realizadas tr?s tentativas consecutivas com feedback intr?nseco, de forma que o participante observava diretamente o valor no mostrador do dinam?metro. Tendo essa informa??o dispon?vel, o sujeito aumentava progressivamente a for?a de prens?o at? que fosse produzida 50% da for?a m?xima. Para a tarefa de posicionamento linear do bra?o, os sujeitos realizaram tr?s

tentativas com os olhos vendados, tendo a extens?o de seus movimentos restringida por um limitador de curso fixado no trilho, determinando o local em que o cursor deveria ser posicionado. Ap?s essas tentativas iniciais n?o foi mais oferecida informa??o de feedback nas tentativas v?lidas para registro.

A seq??ncia de tarefas motoras foi fixa, sendo realizada primeiro a tarefa de contatos repetidos, em segundo a tarefa de controle de for?a, e por fim a tarefa de posicionamento linear do bra?o. Em cada tarefa o desempenho motor foi mensurado atrav?s de cinco tentativas consecutivas com uma m?o, o que foi seguido pela realiza??o de mais cinco tentativas com a m?o oposta. A m?o de in?cio de testagem em cada tarefa motora foi contrabalan?ada entre os sujeitos de forma que metade da amostra iniciou as tarefas com a m?o preferida e metade com a m?o n?o-preferida.

O intervalo intertentativas foi vari?vel entre as tarefas. Foram empregados intervalos de aproximadamente 5 s para a tarefa de posicionamento linear do bra?o e intervalos de 1015 s para as outras duas tarefas. N?o houve intervalo de repouso entre uma tarefa e outra, al?m do aquele necess?rio para a troca de material. Somente ap?s o t?rmino do experimento os sujeitos foram informados sobre os resultados de seu desempenho e sobre o objetivo do estudo.

Resultados

A an?lise das assimetrias de desempenho foi feita atrav?s de Testes t para amostras dependentes, comparando-se os resultados obtidos com a m?o preferida e n?o-preferida (Tabela 1). Os resultados indicaram diferen?as significativas de pontua??o para a tarefa de toques repetidos [t(15) = 5,20, p < 0,001], enquanto que para as tarefas de controle de for?a [t(15) = 0,58, p = 0,59] e posicionamento linear do bra?o [t(15) = 0,90, p = 0,38] as diferen?as de desempenho entre as m?os n?o atingiram valores significativos. Os valores m?dios de grupo para essa vari?vel s?o apresentados na Figura 1 (desvio padr?o indicado por barras verticais).

Uma vez que a an?lise do comportamento de grupo n?o explicita o padr?o interindividual de desempenho com as m?os preferida e n?o-preferida, foram comparadas as distribui??es de freq??ncia dos ?ndices de assimetria lateral de desempenho, incluindo-se tamb?m a distribui??o de freq??ncia para os ?ndices de prefer?ncia lateral (Figura 2). Os resultados mostraram que, apesar da maioria dos sujeitos demostrar prefer?ncia lateral bem definida (Figura 2a), a superioridade de desempenho com a m?o preferida sobre a m?o n?o-preferida foi bastante heterog?nea. Para a tarefa de toques repetidos, ?nica a indicar assimetria significativa, nenhum dos sujeitos mostrou melhor desempenho com a m?o n?o-preferida, por?m a grande maioria dos sujeitos apresentou superioridade de desempenho na faixa de 0 ? 10% (Figura 2b). Tais valores indicaram que, apesar da consist?ncia das assimetrias, a diferen?a entre as m?os foi relativamente limitada. Para a tarefa de controle de for?a, o motivo da aus?ncia de diferen?as significati-

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Tabela 1 - M?dia e desvio padr?o (entre par?nteses) para os desempenhos com as m?os preferida e n?o-preferida em cada uma das tarefas motoras, com os respectivos valores do Teste t e n?vel de signific?ncia (E.A. = erro absoluto).

Toques (n em 10 s) For?a (E.A. em Kgf) Posicionamento (E.A. em cm)

M?o preferida

71,84 (7,98) 2,61 (1,39) 3,52 (1,96)

M?o n?o-preferida

59,96 (8,41) 2,80 (1,56) 4,20 (2,73)

t 5,20 0,58 0,90

p 0,001 ns ns

?ndice de assimetria

90 80 70 60 50 40 30 20 10 0

Prefer?ncia

Toques

For?a

Po s icion amen to

Figura 1 - ?ndices de prefer?ncia lateral e de assimetria lateral de desempenho para as tarefas de toques repetidos, controle de for?a e posicionamento linear do bra?o.

vas entre os desempenhos com cada uma das m?os foi a distribui??o heterog?nea dos ?ndices de assimetria lateral de desempenho, com quase metade dos sujeitos apresentando melhor desempenho com a m?o n?o-preferida, em alguns casos com ?ndices de at? 50% (Figura 2c). Resultados semelhantes foram observados para o desempenho na tarefa de posicionamento linear do bra?o, com uma distribui??o heterog?nea dos ?ndices de assimetria de desempenho e um n?mero consider?vel de sujeitos apresentando melhor desempenho com a m?o n?o-preferida (Figura 2d).

Apesar das grandes diferen?as de magnitude entre as assimetrias laterais de prefer?ncia e de desempenho motor, a prefer?ncia lateral poderia, em alguma medida, ser um preditor qualitativo da for?a de assimetrias laterais de performance. Para verificar essa possibilidade foi efetuada uma an?lise de corre-

la??o entre os ?ndices encontrados no Invent?rio de Edimburgo e os ?ndices de assimetria de desempenho. Os resultados mostraram valores de correla??o variando entre -0,36 e 0,39 (ps > 0,05). Foi tamb?m efetuada an?lise de correla??o entre os ?ndices de assimetria lateral de desempenho nas tr?s tarefas motoras a fim de se analisar o quanto o grau de assimetria lateral de desempenho ? geral ou espec?fico para cada tarefa. Os resultados indicaram ?ndices de correla??o entre -0,10 e 0,12 (Tabela 2). Nenhum desses valores atingiu n?veis significativos, indicando aus?ncia de correla??o entre as vari?veis analisadas.

Discuss?o

Tabela 2 - Resultados da an?lise de correla??o entre o ?ndice de prefer?ncia lateral e os ?ndices de assimetria lateral de desempenho nas tr?s tarefas motoras.

Prefer?ncia Toques For?a Posicionamento

Toques

-0,36 -

For?a

-0,01 0,12

-

Posicionamento

0,39 -0,10 0,04

-

4

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Freq??ncia

Freq??ncia

5 (a) P refer?ncia

4

3

2

1

0

0 a 10 10,1 a 20,1 a 30,1 a 40,1 a 50,1 a 60,1 a 70,1 a 80,1 a 90,1 a

20

30

40

50

60

70

80

90

100

14 12 (b) N?mero de toques

10

8

6

4

2

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

12

5 (c) Controle de for?a 4

3

2

1

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

12

5 (d) Posicionamento do bra?o

4

3

2

1

0 -50,1 -40,1 -30,1 -20,1 -10,1 a -60 a -50 a -40 a -30 a -20

0 a - 0 a 10 10,1

10

a 20

20,1 a 30

30,1 a 40

40,1 a 50

50,1 a 60

?ndice de assimetria lateral

Freq??ncia

Freq??ncia

Figura 2 - Distribui??o de freq??ncias para (a) ?ndice de prefer?ncia lateral, e para os ?ndices de assimetria lateral de desempenho nas tarefas de (b) toques repetidos, (c) controle de for?a, e (d) posicionamento linear; valores positivos indicam propor??o de superioridade de desempenho com a m?o preferida e valores negativos propor??o de superioridade de desempenho com a m?o n?o-preferida.

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