Resolução Comentada - UNICAMP 2010 - Curso Objetivo
P O RT U G U ? S
PORTUGU?S
1
Nessa propaganda do dicion¨¢rio Aur¨¦lio, a express?o ¡°bom pra burro¡± ¨¦
poliss¨ºmica, e remete a
uma representa??o de
dicion¨¢rio.
Retirada de 2009/09/aurelio.jpg
a) Qual ¨¦ essa representa??o? Ela ¨¦ adequada ou inadequada? Justifique.
b) Explique como o uso da express?o ¡°bom pra burro¡±
produz humor nessa propaganda.
Resolu??o
a) Trata-se da representa??o de dicion¨¢rio contida
na express?o ¡°pai dos burros¡±. ? evidente que se
trata de uma representa??o inadequada, pois dicion¨¢rios auxiliam quem deseja ou precisa conhecer o sentido das palavras, n?o quem carece
de intelig¨ºncia, ou seja, quem ¨¦ ¡°burro¡±.
b) O humor nasce da ambiguidade de ¡°pra burro¡±,
que pode ser adjunto adverbial de intensidade
(bom pra burro: ¡°muito bom¡±) ou complemento
nominal de bom, remetendo, ent?o ¨¤ express?o
¡°pai dos burros¡± (bom pra burro: ¡°bom para quem
precisa de dicion¨¢rio¡±).
UNICAMP (2? Fase) ¨C JANEIRO/2010
2
Quino, Toda Mafalda. S?o Paulo: Editora Martins Fontes, 6?.
Edi??o, 2003.
Nessa tirinha da famosa Mafalda do argentino Quino, o
humor ¨¦ constru¨ªdo fundamentalmente por um produtivo
jogo de refer¨ºncia.
a) Explicite como o termo ¡®estrangeiro¡¯ ¨¦ entendido pela
personagem Mafalda e pelo personagem Manolito.
b) Identifique duas palavras que, nessa tirinha, contribuem para a constru??o desse jogo de refer¨ºncia,
explicando o papel delas.
Resolu??o
a) Para Mafalda, estrangeiro ¨¦ todo pa¨ªs que n?o seja
o dela. Para Manolito, estrangeiro ¨¦ todo pa¨ªs que
n?o seja a p¨¢tria, ou seja, aquele em que a pessoa
nasceu. O equ¨ªvoco de Mafalda resulta em ela n?o
entender que o seu pa¨ªs ¨¦ estrangeiro para quem
tenha nascido fora dele.
b) As palavras centrais no mencionado ¡°jogo de
refer¨ºncia¡± s?o os artigos o e um. Para Mafalda,
que usa o artigo definido, o seu ¨¦ o pa¨ªs n?o
estrangeiro, sendo todos os demais estrangeiros.
Para Manolito, o pa¨ªs de Mafalda ¨¦ um pa¨ªs,
estrangeiro para os que procedam de outros
pa¨ªses.
UNICAMP (2? Fase) ¨C JANEIRO/2010
3
¡°Os turistas que visitam as favelas do Rio se dizem
transformados, capazes de dar valor ao que realmente
importa¡±, observa a soci¨®loga Bianca Freire-Medeiros,
autora da pesquisa ¡°Para ver os pobres: a constru??o da
favela carioca como destino tur¨ªstico¡±. ¡°Ao mesmo
tempo, as vantagens, os confortos e os benef¨ªcios do lar
s?o refor?ados por meio da exposi??o ¨¤ diferen?a e ¨¤
escassez. Em um interessante paradoxo, o contato em
primeira m?o com aqueles a quem v¨¢rios bens de
consumo ainda s?o inacess¨ªveis garante aos turistas seu
aperfei?oamento como consumidores.¡±
No geral, o turista ¨¦ visto como rude, grosseiro, invasivo,
pouco interessado na vida da comunidade, preferindo
visitar o espa?o como se visita um zool¨®gico e decidido
a gastar o m¨ªnimo e levar o m¨¢ximo. Conforme relata um
guia, ¡°O turismo na favela ¨¦ um pouco invasivo, sabe?
Porque voc¨º anda naquelas ruelas apertadas e as pessoas
deixam as janelas abertas. E tem turista que n?o tem
¡®desconfi?metro¡¯: mete o car?o dentro da casa das
pessoas! Isso ¨¦ realmente desagrad¨¢vel. J¨¢ aconteceu
com outro guia. A moradora estava cozinhando e o fog?o
dela era do lado da janelinha; o turista passou, meteu a
m?o pela janela e abriu a tampa da panela. Ela ficou uma
fera. A¨ª bateu na m?o dele.¡± (Adaptado de Carlos Haag, Laje
cheia de turista. Como funcionam os tours pelas favelas cariocas.
Pesquisa FAPESP no. 165, 2009, p.90-93.)
a) Explique o que o autor identifica como ¡°um interessante paradoxo¡±.
b) O trecho em it¨¢lico, que reproduz em discurso direto a
fala do guia, cont¨¦m marcas t¨ªpicas da linguagem
coloquial oral. Reescreva a passagem em discurso
indireto, adequando-a ¨¤ linguagem escrita formal.
Resolu??o
a) O ¡°interessante paradoxo¡± consiste no fato de o
contacto com a escassez, a precariedade e a
pobreza n?o despertar nos turistas uma atitude
cr¨ªtica ¡ª ou melhor, autocr¨ªtica ¡ª em rela??o ao
seu pr¨®prio consumismo, excessivo e superficial
como todo consumismo. Ao contr¨¢rio, tal contacto
com os favelados produziu neles o seu ¡°aperfei?oamento como consumidores¡±, ou seja, refor?ou o
seu consumismo sem sequer coloc¨¢-lo em quest?o.
b) O guia relata que o turismo na favela tem um
aspecto invasivo. Justifica informando que l¨¢ se
anda em ruas apertadas e que as pessoas mant¨ºm
as janelas abertas, acrescentando que turistas
insens¨ªveis olham sem pudor para dentro das
casas, criando situa??es desagrad¨¢veis, como a
ocorrida com outro guia. Contou que uma moradora cozinhava em seu fog?o cont¨ªguo ¨¤ janela
e que um turista que passava chegou a enfiar a
m?o e destampar a panela, enfurecendo a mulher,
que lhe golpeou o bra?o.
UNICAMP (2? Fase) ¨C JANEIRO/2010
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Nessa propaganda, h¨¢ uma interessante articula??o entre
palavras e imagens.
Retirada de diariodapropaganda.
a) Explique como as imagens ajudam a estabelecer as
rela??es metaf¨®ricas no enunciado ¡°Mesmo que o
globo fosse quadrado, O GLOBO seria avan?ado¡±.
b) Indique uma caracter¨ªstica atribu¨ªda pela propaganda
ao produto anunciado. Justifique.
Resolu??o
a) O an¨²ncio joga com a ant¨ªtese entre quadrado e
avan?ado, significando a primeira palavra, em seu
uso figurado, coloquial e informal, ¡°pessoa
antiquada, retr¨®grada, de mentalidade pouco
evolu¨ªda¡±. Assim, a oposi??o entre as imagens do
quadrado e do globo ¡ª ou, mais precisamente, do
cubo e da esfera ¡ª funcionam como equivalentes
de ¡°antiquado¡± e ¡°avan?ado¡±.
b) O produto anunciado ¡ª um jornal ¡ª ¨¦ apresentado como avan?ado, ou seja, ¡°muito moderno,
inovador, que foge ao convencional e se alinha com
o que h¨¢ de mais arrojado¡±.
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N?O DIGA SANDICES,
MEU JOVEM.
PERCEBA A
GRANDEZA DESSE
MOMENTO.
SABIA QUE ACABA
DE SER ASSINADO O
MAIS UM
TRO?O IN?TIL,
EMPURRADO
GOELA ABAIXO!
ESTAMOS FALANDO DA
UNIFICA??O DO NOSSO
IDIOMA ESCRITO.
DA PADRONIZA??O
DA L?NGUA!
ESTE LIVRO, POR EXEMPLO,
J? EST? ADAPTADO.
? DE PORTUGAL E PODE
SER PUBLICADO POR AQUI
SEM MUDAR UMA
V?RGULA
SEQUER.
BICA...?
PE?GAS...?
H??MM...
??..SAINDO DA BICHA,
FUI TOMAR UMA BICA
ANTES DE IR COMPRAR
UM PAR DE
PE?GAS.???!
AL?!!
N?O FALEI?!
N?O FALEI?!
Retirada de wp/wp-content/uploads/acord
a) Qual ¨¦ o pressuposto da personagem que defende o
acordo ortogr¨¢fico entre os pa¨ªses de l¨ªngua portuguesa? Por que esse pressuposto ¨¦ inadequado?
b) Explique como, na tira acima, esse pressuposto ¨¦
quebrado.
Resolu??o
a) O pressuposto ¨¦ que o Acordo promoveria a
uniformiza??o do portugu¨ºs escrito, permitindo
que livros portugueses se publicassem no Brasil
sem nenhuma altera??o. Tal pressuposto ¨¦ desmentido pela simples leitura de algumas linhas de
um livro portugu¨ºs, linhas nas quais avultam as
diferen?as entre o vocabul¨¢rio portugu¨ºs e o
brasileiro.
b) A grande diferen?a lexical, que a leitura revela,
entre o portugu¨ºs lusitano e o brasileiro constitui,
como sugere a historieta, um obst¨¢culo muito mais
grave ¨¤ compreens?o m¨²tua do que as diferen?as
gr¨¢ficas que o Acordo Ortogr¨¢fico busca superar.
UNICAMP (2? Fase) ¨C JANEIRO/2010
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