CONTRAPONTO



CONTRAPONTO

JORNAL ELETRÔNICO DA ASSOCIAÇÃO DOS EX-ALUNOS DO INSTITUTO BENJAMIN CONSTANT

ANO 5

OUTUBRO DE 2010

44ªEdição

Legenda:

"Enquanto houver uma pessoa discriminada, todos nós seremos discriminados , porque é mais fácil desintegrar um átomo do que um preconceito"...

Patrocinadores:

(ASSOCIAÇÃO DOS EX-ALUNOS DO IBC)

Editoração eletrônica: MARISA NOVAES

Distribuição: gratuita

CONTATOS:

Telefone: (0XX21) 2551-2833

Correspondência: Rua Marquês de Abrantes 168 Apto. 203 - Bloco A

CEP: 22230-061 Rio de Janeiro - RJ

e-mail: contraponto@.br

Site:.br

EDITOR RESPONSÁVEL: VALDENITO DE SOUZA

e-mail: contraponto@.br

EDITA E SOLICITA DIFUSÃO NA INTERNET.

SUMÁRIO:

1. EDITORIAL:

* O Sufrágio de Outubro

2.A DIRETORIA EM AÇÃO:

* Projeto "I B C: histórias que a história não conta (Crônicas e Contos)"- premiação

* Visita guiada de ex-alunos ao IBC

* Confraternização no sítio Bumerangue, em Itaguaí

* Colegiado Moderador de nossa lista de discussões

3 . O IBC EM FOCO # VICTOR ALBERTO DA SILVA MARQUES:

* Olhares contemporâneos sobre o IBC:

Retificação

O IBC se projeta socialmente a serviço da inclusão educacional

O IBC e o futuro próximo em face do processo eleitoral

4.DV EM DESTAQUE# JOSÉ WALTER FIGUEREDO:

* Inauguração de Biblioteca Braile

* Fundação Dorina Nowill oferece curso de audiodescrição

* “Paralela 2010” amplia acesso à arte a público com deficiência

5.DE OLHO NA LEI # MÁRCIO LACERDA :

* 21 de setembro – Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência

* TST decide sobre cota para portadores de deficiência

6.TRIBUNA EDUCACIONAL # SALETE SEMITELA:

* Os sete Pecados Capitais dos Educadores (continuação)

7.ANTENA POLÍTICA # HERCEN HILDEBRANDT:

* Os educadores e a realidade da educação

8. GALERIA CONTRAPONTO #:

* Hélio Bezerra do Amaral

9.ETIQUETA # RITA OLIVEIRA:

* Cultive um ambiente de trabalho saudável

10.PERSONA # IVONETE SANTOS:

* Entrevista com Professor de Informática José Antônio Borges

11.DV-INFO # CLEVERSON CASARIN ULIANA:

* Fugindo dos bugs do horário de verão

12. O DV E A MÍDIA # VALDENITO DE SOUZA:

* Educação : Quando a aula chega à Rede

* Lya Luft – Livro Eletrônico

*Universia Livros

* Stevie Wonder e a Acessibilidade

*Desenvolvimento de software vira história de amor

13.REENCONTRO # :

* Genezio Fernandes Vieira.

14. PANORAMA PARAOLÍMPICO # SANDRO LAINA SOARES:

* Copa Brasil Série B de Futebol de 5;

* Campeonato baiano de Futebol de 5;

* Estrangeiro competirá por Equipe Brasileira no Futebol de 5;

* Rapidinhas Paraolímpicas

15.TIRANDO DE LETRA #:

* O Homem Que Fazia Chover

*Minha Última Prece para a tua Partida

16.BENGALA DE FOGO #:

* Uma veneranda senhora e sua super muleta

17.SAÚDE OCULAR #:

*Piora a visão de crianças em idade escolar após as férias de verão

18.CLASSIFICADOS CONTRAPONTO #:

* Curso de Espanhol pela Internet

* Teamspeak, o batepapo por voz para cegos pela internet

* Super Exame ao alcance

* Ambulância Solidária

* Curso: Leitura e escrita musical em Braille- Capacitação para professores

19. FALE COM O CONTRAPONTO#: CARTAS DOS LEITORES

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ATENÇÃO:

"As opiniões expressas nesta publicação são de inteira responsabilidade de seus

colunistas"...

#1. EDITORIAL

NOSSA OPINIÃO:

O Sufrágio de Outubro

As urnas deste outubro/2010, mais que nunca, deverão expressar as esperanças do nosso segmento, na nossa incansável caminhada rumo à tão sonhada cidadania...

Avaliar os avanços, questionar as falhas das políticas implantadas em prol do segmento, cobrança de ações afins, todas estas coisas deverão ser devidamente mensuradas, antes do eleitor, de forma cívica e democrática, exercitar seu direito/dever de cidadão nas urnas...

O contexto da ordem social vigente, onde nos deparamos com uma sociedade cada vez

mais competitiva, exige de nós, eleitores, um "olhar" crítico, analítico, onde a "ideologia de ocasião" deverá dá lugar a ações que ratifiquem os avanços conseguidos até aqui e continue avançando neste sentido, visando sempre à " afirmação do nosso segmento."...

#2. A DIRETORIA EM AÇÃO

ASSOCIAÇÃO DOS EX-ALUNOS DO INSTITUTO BENJAMIN CONSTANT

A Comissão Julgadora do projeto "I B C: histórias que a história não conta (Crônicas e Contos)" já encaminhou à Diretoria da Associação os resultados da avaliação dos trabalhos apresentados pelos participantes.

Brevemente informaremos aos interessados. A premiação realizar-se-á na sala 251 do IBC, às 15:30 h do dia 02 de dezembro. Aproveitaremos a oportunidade para comemorar os aniversários de Xavier Sigaud e D. Pedro II.

Contamos com sua presença.

Aliás, como já informamos, a visita guiada de ex-alunos ao IBC, que vimos tentando realizar há alguns meses sem contar com a compreensão dos companheiros, também está marcada para 02 de dezembro, mas às 08:30 h.

Infelizmente, segundo a professora Vera Ferraz, responsável pelas visitas, essa era a única data disponível no calendário da Instituição.

Nos últimos anos, o IBC vem sofrendo grandes modificações. Precisamos conhecê-lo. Não se trata, portanto, de um passeio. Mais que gratidão ao IBC pelos serviços que nos prestou, a luta pela permanência da única escola estatal especializada para nós é fundamental para o futuro do segmento social a que pertencemos. Vale a pena o esforço. Confirme sua presença pelo endereço: diretoria@.br.

Nossa Comissão de Eventos convida todos os associados para uma agradável confraternização no sítio Bumerangue, em Itaguaí, no dia 19 de dezembro próximo.

O local tem vasta área de lazer, piscina e sala de jogos.

Haverá café da manhã e almoço para os participantes. Para os companheiros adimplentes, será cobrada uma taxa de R$ 40,00 (quarenta reais). Para os demais, a taxa será de R$ 80,00 (oitenta reais). Os interessados deverão confirmar presença até o dia 10 de novembro e efetuar o pagamento até o dia 19 do mesmo mês.

O companheiro Maurício Lima, Tesoureiro da Associação, receberá as inscrições e fornecerá maiores esclarecimentos pelos telefones: 3872-7918 (residencial) e

8751-2033 (celular) e pelo e-mail tesouraria@.br.

A Comissão enviará correspondência aos associados informando os detalhes do

passeio. A página do sítio é .br.

Conforme já informamos, o Colegiado Moderador de nossa lista de discussões é constituído pelos companheiros Regivaldo Figueiredo, Valdenito de Sousa e Vitor Marques, sendo o último o seu coordenador.

Todas as notas e informes da Moderação da lista, portanto, serão assinados por Vitor.

Para contatos com a Associação

Telefone da Presidência: 8623-1787.

Endereços eletrônicos

- Presidência: diretoria@.br;

- Conselho Deliberativo: deliberativo@.br;

- Conselho Fiscal: fiscal@.br;

- Tesouraria: tesouraria@.br;

- Secretaria: secretaria@.br;

- Departamento de Tecnologia e Gerenciamento da Informação:

tecnologia@.br;

- Jornal Contraponto: contraponto@.br;

- Rádio Contraponto: radio_contraponto@.br;

- Departamento de Desportos: desportos@.br;

- Departamento de Atenção aos Associados: socios@.br;

- Departamento Cultural: cultura@.br;

- Departamento de Patrimônio: patrimonio@.br;

- Departamento Jurídico: juridico@.br;

- Departamento de Ação político-Educacional: educativo@.br;

- Comissão de Eventos: eventos@.br.

Associação dos Ex-Alunos do Instituto Benjamin Constant

Hercen Hildebrandt

Presidente

Os nossos problemas só terão solução quando nós tivermos consciência de que eles são de todos nós.

#3. O IBC EM FOCO

Colunista: VITOR ALBERTO DA SILVA MARQUES ( vt.asm@.br)

Olhares contemporâneos sobre o IBC

Vamos dividir esta matéria em partes.

- Retificação

A título de colaboração, o colega Jonir Bechara Cerqueira, professor aposentado do nosso IBC, e coordenador do Projeto Memória, veio em meu socorro, corrigindo uma informação fornecida por mim, há dois números atrás, relativa à primeira revista publicada na América Latina.

Na verdade, a primeira revista foi Hacia La Luz, revista Argentina, publicada a partir de 1927, ainda em circulação, embora precariamente.

Pela correção da informação, Fico grato.

- O IBC se projeta socialmente a serviço da inclusão educacional

No dia 21 de outubro, quinta-feira passada, um grupo de alunos do último ano do Ensino Fundamental, alguns funcionários, professores e a Direção Geral do IBC estiveram presentes no salão do Jóquei Clube, Centro do Rio de Janeiro, em evento promovido pela Folha Dirigida, Associação Brasileira de Imprensa e Associação Brasileira de Educação para, em nome de nossa instituição, após votação expressiva dos membros dessas 3 entidades, receber o título de Personalidade Educacional do ano. Além do IBC, receberam esse título mais duas entidades: a Academia Nacional de Medicina e o CAP da UERJ. Como se pode constatar, o IBC ombreia com entidades educacionais historicamente reconhecidas e altamente qualificadas nesse campo.

Esse acontecimento, ao mesmo tempo que nos dá um certo alento, em face do que realizamos em defesa de uma educação de qualidade, voltada para o Ensino de crianças cegas e de baixa visão, nos passa maior responsabilidade na manutenção de uma imagem favorável diante da sociedade, cujas demandas se tornam a cada dia mais complexas.

- O IBC e o futuro próximo em face do processo eleitoral.

No próximo dia 23 de novembro, uma terça-feira, a comunidade do IBC, formada por alunos a partir de 16 anos, reabilitandos, com matrícula há pelo menos um ano de curso, médicos residentes, igualmente a partir de um ano de matrícula, funcionários e docentes na ativa, tendo os segmentos pesos diferenciados, conforme referidos já em número anterior, terá a oportunidade de eleger nova direção, no caso, nova diretora, já que

apenas se apresentaram duas candidatas, a despeito de ser requerida lista tríplice. Segundo as regras estabelecidas pela comissão eleitoral, teremos dois encontros com as candidatas, o primeiro para apresentação da plataforma, e o segundo para um debate com a comunidade, uma espécie de sabatina, oportunidade em que poderão ser

colocadas, certamente, as questões vinculadas à forma de gestão do IBC, com o foco

predominante das questões educacionais pendentes, e que não são poucas!

Em parte, o futuro do IBC também depende de cada um de nós, servidores.

VITOR ALBERTO DA SILVA MARQUES

#4. DV EM DESTAQUE

Colunista: JOSÉ WALTER FIGUEREDO (jowfig@)

Biblioteca Braile será inaugurada nesta quinta-feira

Ao todos são 174 títulos de literatura, religiosos e didáticos. Alguns livros foram produzidos através do projeto "Visão de Liberdade", outros foram doações

Maringá passa a contar com uma Biblioteca Braille. A inauguração será na próxima quinta-feira, dia 21 de outubro, às 9h00, na sede da Associação de Deficientes

Visuais de Maringá (Adevimar). A criação da biblioteca é uma iniciativa do Centro de Apoio Pedagógico (CAP) e Associação Maringaense dos Amigos do CAP (Amacap).

Ao todos são 174 títulos, sendo livros de literatura, religiosos e didáticos. Alguns livros foram produzidos através do projeto "Visão de Liberdade", outros foram doações. A biblioteca será na sede da Adevimar e deverá funcionar de segunda a sexta-feira, com horário a ser definido.

Junto com a inauguração, o Conseg irá realizar a entrega de aparelhos MP4 para crianças com deficiência visual. Com o aparelho, as crianças poderão ouvir as histórias dos livros falados, que são produzidos através do projeto Visão de Liberdade. Os MP4s foram doados pela Receita Federal.

O projeto

Através do Visão de Liberdade, 16 presos da Penitenciária Estadual de Maringá (PEM) produzem materiais de apoio para os deficientes visuais, como livros em braille e livros falados. Os internos trabalham seis horas por dia na produção dos materiais. Desde o início do projeto, foram produzidos mais de sete mil materiais didáticos adaptados, sendo que o projeto conta com aproximadamente cem títulos já digitados em braile, que podem ser impressos sempre que solicitados.

Já os livros falados demandam mais tempo na produção: de dois a três meses para serem totalmente concluídos. O diferencial do material produzido são as vozes e a sonoplastia, que dão finalização mais dinâmica aos áudios. De cada livro falado são feitas 150 cópias, que são distribuídas para os Centros de Apoio Pedagógico para Atendimento às pessoas com Deficiência Visual (CAPs) de todo Brasil e para a Biblioteca Nacional de Lisboa, em Portugal.

Fonte: HNews

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Fundação Dorina Nowill oferece curso de audiodescrição

Foco será o uso do recurso dentro de atividades culturais, como cinemas e teatros

“Introdução à Audiodescrição em Produtos Culturais e de Comunicação” será tema do curso realizado pela Fundação Dorina Nowill para Cegos, em parceira com a "Museus Acessíveis", com o objetivo de capacitar profissionais a desenvolverem projetos de inclusão e acessibilidade cultural em espaços culturais com os recursos de audiodescrição.

Segundo a coordenadora do curso Viviane Sarraf , a audiodescrição apresenta, por meio da linguagem descritiva clara e objetiva, informações que compreendemos visualmente e que não estão contidas nos diálogos, como, por exemplo, expressões faciais e corporais que comuniquem algo. O recurso também traz elementos importantes para a melhor compreensão da pessoa com deficiência visual como: ambiente, figurinos, efeitos especiais, mudanças de tempo e espaço, além da leitura de créditos, títulos e qualquer informação escrita na tela.

A audiodescrição permite que o usuário receba a informação contida na imagem ao mesmo tempo em que esta aparece, possibilitando que a pessoa desfrute integralmente

da obra, seguindo a trama e captando a subjetividade da narrativa, da mesma forma que alguém que enxerga. Outro aspecto relevante é que a audiodescrição traz uma metodologia para algo que era feito informalmente, graças à sensibilidade e boa vontade de algumas pessoas.

O curso, que acontecerá nos dias 4 e 5 de novembro, na sede da Fundação Dorina em São Paulo, tem como objetivo apresentar e analisar as principais tendências e boas práticas nacionais e internacionais nessa nova área. A partir de reflexões teóricas, práticas e do contato direto com usuários dos produtos com audiodescrição, pretende oferecer subsídios que beneficie seu público alvo – as pessoas com deficiência visual.

Em São Paulo, este recurso pode ser conferido no Museu do Futebol, na Galeria Tátil de Esculturas da Pinacoteca do Estado e em algumas exposições do Museu de Arte Moderna de São Paulo – MAM, que oferece áudio-guia com descrição de todas as obras e educadores capacitados para guiar visitas educativas descritivas.

A maioria das instalações também proporciona a percepção por outros sentidos como tato e olfato.

Inscrições podem ser feitas pelo endereço:

Fonte: Rede Saci

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Com recursos de acessibilidade, “Paralela 2010” amplia acesso à arte a público com deficiência

A mostra fica aberta até 28 de novembro e conta com educadores e monitores

especialmente treinados para atender a todos os visitantes

Com o objetivo de ampliar o acesso à arte a pessoas com deficiência, a exposição “Paralela 2010 - A Contemplação do Mundo”, dispõe de diferentes recursos

de acessibilidade, além de monitores treinados para receberem todos os tipos de público. O evento tem a participação de 82 artistas e está em cartaz no Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo até 28 de novembro.

Educadores profissionais e alunos do Liceu que atuam como monitores na exposição passaram por treinamentos pontuais sobre cada deficiência. Fizeram workshops de orientação e mobilidade para guiar visitantes com deficiência visual, de acessibilidade comunicacional para atendimento ao público com deficiência intelectual e participaram de palestra sobre a Cultura Surda, sendo iniciados no aprendizado de LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais).

Eles também tiveram uma oficina de audiodescrição com a professora Lívia Motta, a partir da qual criaram pré-roteiros das obras, que agora estão sendo finalizados pela audiodescritora Jô Moraes, e gravados pelos alunos, cujas vozes foram selecionadas por um grupo de cegos.

Para acompanhar a audiodescrição das obras, as pessoas com deficiência visual terão à disposição um aparelho de MP3 ou o auxílio dos monitores devidamente preparados.

A exposição também oferece várias oportunidades táteis. Sob orientação e o acompanhamento dos monitores, os visitantes podem tocar as obras ou suas réplicas.

Piso tátil de alerta foi instalado nos principais pontos de obstáculo nos galpões do Liceu, que conta com um espaço reservado para as necessidades, alimentação

e água de cães-guia. O texto do curador Paulo Reis sobre a mostra ganhará uma versão em áudio e vídeo com interpretação em LIBRAS dentro dos próximos dias.

Para o público com deficiência física ou mobilidade reduzida, a Paralela 2010 é 99% acessível, ficando de fora apenas uma sala de vídeo. Agendamento e inscrições para atendimento pelo e-mail paralela2010@prata.art.br ou telefone    (11) 3229-9389  .

A entrada é gratuita.

Fonte: Paralela 2010

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Tribunal Superior do Trabalho impede flexibilização da Lei de Cotas

"Quem escolheu a via judiciária para retardar as contratações pode ter surpresas", diz coordenador do Espaço da Cidadania

São Paulo e o Brasil podem abrir mais oportunidades de trabalho às pessoas com deficiência. Muitas empresas já se destacam por sua responsabilidade social e são lembradas quando o assunto é inclusão. Já aquelas que só lembram do tema quando o auditor fiscal chega em sua porta ou quando o Ministério Público do Trabalho resolve agir devem se preocupar.

Quem escolheu a via judiciária para retardar as contratações pode ter surpresas. Recente decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST) já é um indicativo de que a lei deve ser cumprida por todos. E o recado está chegando aos tribunais inferiores (primeira e segunda instância), porque não basta ser juiz, é necessário estar atualizado.

Em 4 de outubro, o TST pôs um ponto final em nove anos de insegurança jurídica que permitia que o banco ABN AMRO (adquirido pelo grupo espanhol Santander) ganhasse tempo para cumprir a Lei de Cotas conforme previsto em lei.

O banco chegou a obter vitória nos julgamentos da questão na 57ª Vara do Trabalho e junto à 8ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo (2ª Região), que considerou que a base de cálculo para as cotas legais deveria ser a unidade da empresa, não o tamanho total da empresa, compreendendo apenas uma fração do total de funcionários. Se essa lógica fosse colocada em prática, o cálculo poderia ser realizado por agência bancária, reduzindo drasticamente o número de contratados.

Diante dessa ameaça, o TST acolheu o recurso apresentado pelo Ministério Público do Trabalho de São Paulo. De acordo com o relator Ministro Vieira de Mello Filho, quando a lei fala de “empresa” diz respeito à atividade desenvolvida pelo tomador dos serviços, do contrário, bastaria que o empresário distribuísse seus empregados em estabelecimentos com menos de 100 trabalhadores para que pudesse burlar o comando legal.

Ainda de acordo com o relator, a lei visou à proteção do mercado de trabalho das pessoas que, em virtude de dificuldades físicas, mentais ou sensoriais, tenham dificuldades de adquirir ou manter o seu posto de trabalho. Desse modo, a norma limita o poder do empregador, uma vez que a dispensa de empregados reabilitados ou portadores de deficiência só pode ocorrer após a contratação de substituto em condições semelhantes.

Mais informações:

Comentário:

Juiz tem que julgar com base na lei. Para mudar a lei ou ser advogado de defesa de qualquer parte é essencial que a Toga fique de lado.

Nove anos se passaram até que a instância máxima da Justiça do Trabalho restabelecesse aplicação correta da Lei de Cotas neste caso.

Neste período foram pagos salários e funcionamento da máquina judiciária com dinheiro que é arrecadado dos impostos que a população paga.

Estamos percebendo na leitura de alguns processos ainda em tramitação que, quando o assunto é Lei de Cotas, alguns juízes transferem seus preconceitos culturais ou mesmo ignorância sobre o assunto nas sentenças que proferem.

Já vimos juiz afirmar que cego não consegue trabalhar em teleatendimento. E temos Desembargador Federal cego atuando no TRT do Paraná.

Já vimos juiz publicar sentença contra multa da Lei de Cotas e reutilizá-la (copiando e colando) em outro processo de ramo de atividade diferente, dez meses depois. Estes processos continuam em tramitação na justiça do trabalho paulista.

Em tempo:

O Brasil tem cerca de 17 milhões de pessoas com deficiência em idade de trabalhar.

A Lei de Cotas garante vagas para cerca de 900.000 pessoas se for cumprida realmente. Os registros oficiais beiram a 200.000 vagas ocupadas.

Clemente

Coordenador do Espaço da Cidadania

Fonte: Espaço da Cidadania

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Senado poderá imprimir livros com letra ampliada para portadores de baixa visão

Estudos técnicos a respeito serão iniciados após determinação na 29ª Feira do Livro de Brasília

Foto de deficientes visuais recebendo doações de livros em braille na 29ª Feira do Livro de Brasília

Durante entrega de publicações em braille, nesta sexta-feira (15), na 29ª Feira do Livro de Brasília, o diretor-geral do Senado, Haroldo Tajra, determinou que sejam iniciados estudos para a impressão de livros com letra ampliada. A edição desse novo formato de publicação atenderia às pessoas com baixa visão.

A Feira do Livro de Brasília prosseguiu até domingo (17) no Pavilhão de Feiras e Exposições do Parque da Cidade Sarah Kubitschek (ExpoBrasília).

Quem sugeriu à Secretaria Especial de Editoração e Publicações (SEEP) do Senado a impressão de títulos com as fontes em tamanho ampliado foi Bernardo Silva, presidente da Associação dos Amigos do Deficiente Visual. Ele disse que as pessoas que sofrem com a baixa visão encontram dificuldade semelhante à do cego no momento em que procuram livros adequados à sua deficiência.

Logo que Haroldo Tajra indagou sobre a possibilidade de o pedido ser atendido, o diretor da SEEP, Florian Madruga, agendou com o subsecretário industrial, José Farias Maranhão, o início dos estudos técnicos para viabilizar a impressão dos livros com a letra ampliada. O diretor-geral destacou a importância do trabalho que o Senado desenvolve em favor das pessoas com deficiência visual.

- Esse serviço de doação de publicações em braille é importante porque contribui para a valorização dos portadores de deficiência visual, para o exercício de sua cidadania e sua inserção social. Além disso, através da impressão desse tipo de livro, o Senado ncentiva a leitura - afirmou Haroldo Tajra.

As publicações doadas na Feira do Livro de Brasília foram o Guia do Passageiro, a Legislação Eleitoral e Política, a Lei de Responsabilidade Fiscal, Direitos Humanos, Eu Senadoro um Passeio, Legislação Desportiva, Lei Antidrogas, Lei de Falências, Senado Federal e a Lei Orgânica do Distrito Federal. Receberam os livros a Biblioteca Braille Dorina Nowill, a Associação dos Amigos do Deficiente Visual e o Centro de Ensino Fundamental 02, de Brazlândia.

Importância do braille

Neuma Pereira tem 58 anos e mora no Distrito Federal há quase três décadas. Veio de Mossoró ajudar a irmã que não tinha com quem deixar os filhos para poder estudar na Universidade de Brasília (UnB). Neuma perdeu a visão com um ano e meio porque sua mãe teve rubéola durante a gestação. Ela aprendeu a ler livros em braille quando se mudou para a capital do país. Em Mossoró, sua terra natal, não havia escolas desse tipo quando morava por lá.

Funcionária concursada da Secretaria de Cultura do DF, Neuma atualmente está à disposição da Biblioteca Braille Dorina Nowill, em Taguatinga. Ela trabalha emprestando livros e lecionando braille. Com outros portadores de deficiência visual que frequentam a entidade, participa atualmente de um curso de fotografia, além de ter aulas de dança coreográfica.

- Quando ganhei uma cartilha em braille me interessei em aprender. Quando fui fazer o curso, com três aulas aprendi a ler. A professora costumava me pedir para ajudá-la nas aulas. Esse trabalho que o Senado desenvolve tem um significado muito especial para quem não enxerga e enfrenta todos os tipos de dificuldade para encontrar livros que possa ler - declarou Neuma.

Fonte: Agência Senado

JOSÉ WALTER FIGUEREDO

#5. DE OLHO NA LEI

Colunista: MÁRCIO LACERDA (Marcio.lacerda@.br)

21 de setembro – Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência

TST decide sobre cota para portadores de deficiência Empresas com mais de 100 empregados serão obrigadas a contratar pessoal portador de deficiência ou reabilitado.

No Brasil, há 24,6 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência ou incapacidade. Esse índice, de acordo com o Censo IBGE de 2000, representa quase 15% da população que habita o território brasileiro.

O Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência foi instituído pela Lei nº 11.133/2005. A data foi escolhida pela proximidade com a primavera e o dia da árvore, numa alusão ao nascimento das reivindicações de cidadania e de participação plena, em igualdade de condições, da pessoa com deficiência com os demais membros da sociedade.

O Sindicato dos Servidores das Justiças Federais – SISEJUFE, no Rio de Janeiro, em comemoração à data, promoveu o debate "Superando as dificuldades no mercado de trabalho e na luta sindical”, tendo como palestrantes: Telma Nantes (professora de Mato Grosso do Sul); Flávio Henrique de Souza, coordenador do Coletivo Nacional da Trabalhadoras e Trabalhadores com Deficiência da Central Única dos Trabalhadores (CUT); e Viviane Pereira Macedo, tetracampeã brasileira de dança esportiva em cadeira de rodas.

O evento, organizado pelos membros do Núcleo de Pessoas com Deficiência do sindicato, Ricardo Azevedo e Dulavim de Oliveira Júnior, aconteceu na sede do próprio SISEJUFE, com endereço na Av. Presidente Vargas, 509, 11º andar, às 19h do dia 21 de setembro próximo passado.

A platéia reuniu servidores, com e sem deficiência, das Justiças Federal, Trabalho e Eleitoral, bem como do Ministério Público da União.

A Advocacia-Geral da União prestigiou a comemoração, presente através de dois advogados de seu corpo funcional, o Doutor Carlos Rodrigues da Silva Filho e o Doutor Cláudio de Castro Panoeiro, ambos portadores de deficiência visual, ex-alunos do Instituto Benjamin Constant.

A propósito, a Associação dos Ex-Alunos do Instituto Benjamin Constant, da mesma forma, na pessoa de seu presidente, Senhor Hercen Rodrigues Torres Hildebrandt, ex-professor daquele educandário, fez-se presente ao debate.

Muito interessante um sindicato se preocupar com a temática da pessoa com deficiência, tendo em sua estrutura, inclusive, um órgão com atribuição específica para a matéria.

O Tribunal Regional do Trabalho do Paraná, por sua vez, criou uma Comissão de Acessibilidade, com o fim de estudar as medidas necessárias para remoção de barreiras físicas, arquitetônicas, de comunicação e normativas nas unidades da Justiça do Trabalho de todo o Estado, destinada a oferecer melhores condições a todas as pessoas com deficiência que procuram pela Justiça. A comissão foi instituída durante o encontro que aconteceu na sede do TRT-PR, em Curitiba, no Dia Nacional da Luta da Pessoa com Deficiência. O evento reuniu profissionais ligados a instituições que defendem os direitos das pessoas com deficiência, bem como magistrados, procuradores, estudantes e servidores da Justiça do Trabalho. A abertura do evento contou com apresentação do Coral Meninos de Angola, do Instituto Paranaense de Cegos.

Oportuno mencionar que A atitude do Tribunal Regional do Trabalho do Paraná segue os ditames da Recomendação CNJ nº 27, de 16 de dezembro de 2009, que “Recomenda aos Tribunais relacionados nos incisos II a VII do art. 92 da Constituição Federal de 1988 que adotem medidas para a remoção de barreiras físicas, arquitetônicas, de comunicação e atitudinais de modo a promover o amplo e irrestrito acesso de pessoas com deficiência às suas dependências, aos serviços que prestam e às respectivas carreiras, para a conscientização de servidores e jurisdicionados sobre a importância da acessibilidade enquanto garantia ao pleno exercício de direitos, bem como para que instituam comissões de acessibilidade visando ao planejamento, elaboração e acompanhamento de projetos e metas direcionados à promoção da acessibilidade às pessoas com deficiência”.

Esperamos que a medida da Corte Trabalhista do Paraná sirva de espelho para os demais órgãos do Poder Judiciário, referidos na rubrica da Recomendação CNJ nº 27, principalmente nos Tribunais Regionais Eleitorais, Federais, militares, dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, já que as Cortes Superiores, felizmente, vêm tratando Da temática com razoável atenção.

TST decide sobre cota para portadores de deficiência Empresas com mais de 100 empregados serão obrigadas a contratar pessoal portador de deficiência ou reabilitado.

Fonte | TST - Segunda Feira, 04 de Outubro de 2010

Em decisão unânime, a Primeira Turma do Tribunal Superior do Trabalho deu provimento ao recurso de revista do Ministério Público do Trabalho da 2ª Região (SP) para considerar o conjunto dos empregados do Banco ABN AMRO Real (adquirido pelo Santander Brasil) na hora da contratação de pessoal portador de deficiência ou reabilitado, nos termos da legislação em vigor.

Como explicou o relator, ministro Vieira de Mello Filho, o artigo 93 da Lei nº 8.213/91 refere-se à totalidade dos empregados da empresa, quando prevê a obrigação de preenchimento de cargos com pessoal portador de deficiência ou reabilitado. Segundo o dispositivo, a empresa com 100 empregados ou mais está obrigada a preencher de 2% a 5% das vagas com esses trabalhadores; até 200 empregados, 2%; de 201 a 500 empregados, 3%; de 501 a 1000, 4%; e de 1001 empregados em diante, 5%.

Ainda de acordo com o relator, a lei visou à proteção do mercado de trabalho das pessoas que, em virtude de dificuldades físicas, mentais ou sensoriais, tenham dificuldades de adquirir ou manter o seu posto de trabalho. Desse modo, a norma limita o poder do empregador, uma vez que a dispensa de empregados reabilitados ou portadores de deficiência só pode ocorrer após a contratação de substituto em condições semelhantes.

O MPT recorreu ao TST depois que o Tribunal do Trabalho paulista (2ª Região) considerou que o número de cargos destinado à cota era relativo a cada estabelecimento empresarial. Contudo, na interpretação do ministro Vieira, quando a lei fala de “empresa” diz respeito à atividade desenvolvida pelo tomador dos serviços, do contrário, bastaria que o empresário distribuísse seus empregados em estabelecimentos com menos de 100 trabalhadores para que pudesse burlar o comando legal.

RR- 224600-17.2001.5.02.0057

Disponível em:

; acessado em: 5 de outubro de 2010.

MÁRCIO DE OLIVEIRA LACERDA

#6. TRIBUNA EDUCACIONAL

Colunista: SALETE SEMITELA (saletesemitela@.br)

Os sete Pecados Capitais dos Educadores

(continuação)

3. Ser excessivamente critico: obstruir a infância da criança

Havia um pai preocupadíssimo com o futuro do seu filho. Queria que ele fosse ético, sério e responsável. A criança não podia cometer erros, nem excessos. Não podia brincar, se sujar e fazer peripécias como toda criança. Tinha muitos brinquedos, mas eles ficavam guardados, porque o pai, com o aval da mãe, não admitia bagunça.

Cada falha, nota ruim ou atitude insensata do filho eram criticadas imediatamente pelo pai. Não era apenas uma crítica, mas uma seqüência de críticas e, às vezes, na frente dos amigos do filho. Sua crítica era obsessiva e insuportável. Não bastasse isso, querendo pressionar o filho para que ele se corrigisse, o pai comparava seu comportamento com o dos outros jovens. O menino se sentia o mais desprezado dos seres. Pensou em até

desistir da vida, por achar que não era amado por seus pais.

O resultado? O filho cresceu e se tornou um bom homem. Errava pouco, era sério, ético, mas infeliz, tímido e frágil. Entre ele e seus pais havia um abismo. Por quê? Porque não havia a mágica da alegria e da espontaneidade entre eles. Era uma

família exemplar, mas triste e sem sabor. O filho não apenas se tornou tímido, mas frustrado. Tinha pavor da crítica dos outros. Tinha medo de errar, por isso enterrava seus sonhos, não queria correr riscos.

Desejando acertar, o pai cometeu alguns pecados capitais da educação. Impôs autoridade, humilhou seu filho em público, criticou-o excessivamente e obstruiu sua infância. Este pai estava preparado para consertar computadores, e não para educar

um ser humano. Cada um desses pecados capitais é universal, pois são um problema tanto numa sociedade moderna quanto numa tribo primitiva.

Não critique excessivamente. Não compare seu filho com seus colegas. Cada jovem é um ser único no teatro da vida. A comparação só é educativa quando é estimulante e não depreciativa. Dê aos seus filhos liberdade para ter as suas próprias experiências, ainda que isso inclua certos riscos, fracassos, atitudes tolas e sofrimentos. Caso contrário, eles não encontrarão os seus caminhos.

A pior maneira de preparar os jovens para a vida é colocá-los numa estufa e impedi-los de errar e sofrer. Estufas são boas para as plantas, mas para a inteligência humana são sufocantes.

O Mestre dos mestres tem lições importantíssimas para nos dar nessa área. Suas atitudes educacionais encantam os mais lúcidos cientistas. Ele disse certa vez que Pedro o negaria. Pedro discordou veementemente. Jesus poderia criticá-lo, apontar seus

defeitos, acusar sua fragilidade. Mas qual foi sua atitude?

Nenhuma. Ele não fez nada para mudar as idéias do amigo. Deixou o jovem apóstolo Pedro ter suas experiências. O resultado? Pedro errou drasticamente, derramou lágrimas incontidas, mas aprendeu lições inesquecíveis. Se não tivesse errado e reconhecido sua fragilidade, talvez jamais amadurecesse e se tornasse quem foi. Mas, como falhou, aprendeu a tolerar, a perdoar, a incluir.

Estimados educadores, temos de ter em mente que os fracos condenam, os fortes compreendem, os fracos julgam, os fortes perdoam. Mas não é possível ser forte sem perceber nossas limitações.

4. Punir quando estiver irado e colocar limites sem dar explicações

Certa vez uma menina de oito anos estava passeando num shopping próximo da sua escola com algumas amigas. Ao ver um dinheiro em cima de um balcão, pegou-o.

A balconista viu e chamou-a de ladra. Pegando-a pelo braço, levou-a em prantos até os pais. Os pais ficaram desesperados. Algumas pessoas mais próximas esperavam que eles batessem e punissem a filha. Em vez disso, resolveram me procurar para saber como agir. Tinham receio de que a menina desenvolvesse cleptomania e se

apropriasse de objetos que não lhe pertenciam. Orientei os pais a não fazerem um drama com o caso. As crianças sempre cometem erros, e o importante é o que fazer com eles. Minha preocupação era levá-los a conquistar sua doce menina e não a puni-la. Orientei para que a chamassem em separado e explicassem as conseqüências do seu ato. Em seguida, pedi-lhes que a abraçassem, pois afinal ela já estava muito chocada com o

ocorrido. Além disso, disse que, se eles quisessem transformar o erro num grande momento educacional, deveriam ter reações inesquecíveis. Os pais pensaram e tiveram um gesto inusitado. Como o valor era pequeno, deram à filha o dobro do dinheiro furtado e demonstraram eloqüentemente que ela era mais importante para eles do que todo o dinheiro do mundo. Explicaram-lhe que a honestidade é a dignidade dos fortes.

Essa atitude deixou-a contemplativa. Em vez de serem arquivados na memória o fato de ser ladra e uma punição agressiva dos pais, foram registrados na memória acolhimento, compreensão e amor. O drama se transformou num romance. A jovem nunca mais se esqueceu de que, num momento tão difícil, seus pais a ensinaram e amaram. Quando fez quinze anos, ela abraçou seus pais, dizendo que nunca se esquecera daquele momento poético. Todos deram risadas. Não ficou cicatriz.

Um outro caso não teve o mesmo destino. Um pai foi chamado à delegacia porque o segurança vira seu filho furtando um CD numa loja de departamento. O pai sentiu-se humilhado. Não percebeu a angústia do garoto e o fato de a falha ser uma excelente oportunidade para revelar sua maturidade e sabedoria. Em vez disso, esbofeteou o filho na frente dos guardas.

Chegando em casa, o jovem se trancou no quarto. O pai tentou arrombar a porta, porque percebeu que o filho estava tentando se matar. Num ato impensado, desistiu da vida, achando-se o último dos seres humanos. O pai daria tudo o que tinha para

voltar atrás, jamais pensou que perderia seu filho querido.

Por favor, jamais puna quando estiver irado. Como disse, não somos gigantes, e nos trinta primeiros segundos da raiva somos capazes de ferir as pessoas que mais amamos. Não se deixe escravizar por sua ira. Quando sentir que não pode controlá-la, saia de cena, pois, caso contrário, você reagirá sem pensar.

A punição física deve ser evitada. Se algumas palmadas acontecerem, elas devem ser simbólicas e acompanhadas de uma explicação.

Não é a dor das palmadas que irá estimular a inteligência das crianças e dos jovens. A melhor forma de ajudá-los é levá-los a repensar suas atitudes, penetrar dentro de si

mesmos e aprender a se colocar no lugar dos outros.

Praticando essa educação você estará desenvolvendo as seguintes características na personalidade dos jovens: liderança, tolerância, ponderação, segurança nos momentos turbulentos.

Se um jovem o magoou, fale dos seus sentimentos com ele. Se necessário, chore com ele. Se seu filho falhou, discuta as causas da sua falha, dê crédito a ele. A maturidade de uma pessoa é revelada pela forma inteligente com que ela corrige alguém.

Podemos ser heróis ou carrascos para os jovens.

Jamais coloque limites sem dar explicações. Este é um dos pecados capitais mais comuns que os educadores cometem, sejam eles pais ou professores. Nos momentos de ira, a emoção tensa bloqueia os campos da memória. Perdemos a racionalidade. Pare! Espere a temperatura da sua emoção baixar.

Para educar, use primeiro o silêncio e depois as idéias.

A melhor punição é aquela que se negocia. Pergunte aos jovens o que eles merecem pelos seus erros. Você se surpreenderá! Eles refletirão sobre suas atitudes e, talvez, darão uma punição mais severa para si mesmos do que você daria.

Confie na inteligência das crianças e dos adolescentes.

Punir com castigos, privações e limites só educa se não for em excesso e se estimular a arte de pensar. Caso contrário, será inútil. A punição só é útil quando é inteligente. A dor pela dor é inumana. Mude seus paradigmas educacionais. Elogie o jovem antes de corrigi-lo ou criticá-lo. Diga o quanto ele é importante, antes de apontar-lhe o defeito.

A conseqüência? Ele acolherá melhor suas observações e o amará para sempre.

(Do livro: "Pais Brilhantes, Professores Fascinantes")

SALETE SEMITELA

#7. ANTENA POLÍTICA

Colunista: HERCEN HILDEBRANDT (hercen@.br)

Os educadores e a realidade da educação

Com imensa satisfação e orgulho, compareci, na última quinta-feira, dia 21 de outubro, ao auditório do Jockey Club Brasileiro, atendendo a convite da Direção Geral do IBC, para, como Presidente de nossa Associação, assistir a homenagem prestada pela Associação Brasileira de Educação, Associação Brasileira de Imprensa e Jornal Folha Dirigida a nossa escola. Segundo os organizadores do evento, em eleição espontânea,

um colégio eleitoral de 5.674 personalidades educacionais equiparou o IBC ao CAP da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e à Academia Nacional de Medicina. Durante a solenidade, os diretores das três Instituições receberam placas designando-as "Instituições Educacionais de 2010". Além delas, foram agraciados com a comenda diversas pessoas físicas, com longa experiência profissional na área.

Oficialmente, o valor do prêmio é simbólico, já que se trata de homenagem prestada por organizações da sociedade civil, além de uma empresa privada. Entretanto, considerando a importância histórica e política de organizações como a ABE e a ABI, bem como o papel que a "Folha Dirigida" vem representando para os estudantes brasileiros, não se pode desconhecer a honraria que significa.

Ao penetrar no recinto, a professora Berta do Valle, uma das homenageadas, veio cumprimentar-me, lembrando nossos encontros nas conferências Municipal e Estadual de Educação realizadas em 2009. Referiu-se ao "Plano Nacional", aprovado em Brasília e ainda não implementado pelo Governo.

Ela falava e eu respondia monossilabicamente, de modo tão educado quanto era capaz, procurando tratá-la com o respeito que ela me parece merecer.

Veio-me à memória a última sessão da conferência estadual, quando solicitei ao Guri, então nosso Diretor Político-Educacional, que comparecesse por ser o associado mais informado das discussões sobre os temas de nosso interesse, em questão. Tínhamos, sobre a mesa, uma proposta redigida por ele, aprovada na Municipal.

No intervalo para o almoço, a Presidente da reunião, que representava o MEC, sentou-se a nosso lado na lanchonete; conversou conosco; brincou conosco. Sondava-nos, certamente, para saber com quem estava tratando.

À tarde, para nossa surpresa, a mesa foi substituída e a pauta modificada. Nosso tema ficaria para o final dos debates.

Levantei uma questão de ordem, mas a nova Presidente informou-me que a alteração fora determinada em reunião extraordinária da Comissão Organizadora. Protestei, pois era membro da tal Comissão e não havia sido informado da reunião. Mas isso de nada adiantou; esgotou-se em um mero pedido de desculpas.

Encerrada a discussão dos temas estranhamente intercalados, a Presidente deveria retornar à mesa e reiniciar as discussões da manhã. Resistiu o quanto pôde, alegando cansaço do plenário, mas acabou por assumir.

No momento em que nossa proposta seria levada à votação, ela declarou suspensos os trabalhos, alegando o longo tempo já despendido nos debates.

Alguns participantes do plenário solicitaram que nossa proposta fosse contemplada.

A presidente insistiu para que fossem suspensos os trabalhos.

O Guri, recém operado, ainda convalescendo, embora já tendo retornado a suas atividades, sentia-se mal. Já não se manifestava. Precisava retirar-se.

Nesse momento, eu mesmo, apesar de todo o interesse pela proposta, declarei que abria mão.

A Presidente deu por encerrados os trabalhos.

Retiramo-nos do recinto com alguma pressa. Ao passarmos junto à mesa, a Presidente dirigiu-me uma brincadeira qualquer, que respondi aereamente, sentindo revolta e vergonha.

Já relatei esse fato nesta coluna, embora com menos detalhes e analisando-os, em si. Agora, falo deles para chamar a atenção dos leitores para o distanciamento entre a ação do Estado e o pensamento dos educadores.

É muito curioso:

- 5.674 educadores, espontaneamente, elegem uma escola personalidade educacional do ano. Mas o Ministério da Educação, seu responsável, deseja que ela se extinga e seus representantes em eventos oficiais tratam os que procuram defender sua permanência de modo desleal;

- parece que os educadores aprendem a conhecer sua atividade quando retiram-se das salas de aulas. É provável que o contato dos alunos, a proximidade com o mundo real, atrofie sua inteligência e embote sua sensibilidade;

- talvez teoria e prática sejam elementos independentes. A dialética não deve estar correta;

- É possível que os valores do mercado sejam mais benéficos ao homem que os interesses da coletividade. Assim, ONGs profissionalizadas têm maior influência sobre as políticas de Estado que os próprios interessados na solução dos problemas, que parecem necessitar e pugnar por sua tutela..

É essa a impressão que, no momento em que organizações reconhecidas da sociedade civil homenageiam entidades públicas, me vem ao lembrar as conferências Municipal e Estadual de Educação de que participei em 2009.

HERCEN HILDEBRANDT

#8. GALERIA CONTRAPONTO

COLUNA LIVRE

* Hélio Bezerra do Amaral

(Por Maria da Trindade Rebouças)

Constituiu-se num imperioso dever de consciência e de justiça fazer figurar nesta "Galeria de Cegos Ilustres", da RBC aquele cujo traços morais podemos sintetizar em algumas palavras, mas cujo valor real é-nos impossível definir por ser o vocabulário insuficiente, não nos permitindo apresentar um retrato fiel de quem jamais esqueceremos, nós, seus alunos, seus colegas, seus amigos.

Hélio Bezerra do Amaral, o nosso inolvidável recém-desaparecido, tinha um alto senso de responsabilidade, elevado mesmo, porque o dizemos, ao exagero.

Fez do cumprimento do dever, sua religião, e o cultuou até o derradeiro minuto de sua preciosa e curta existência.

De sua infância pouquíssimo conhecemos, a respeito da qual raros dados dispomos; apenas sabemos haver nascido em Olinda, Pernambuco, a 12 de julho de 1914. Perdera a visão aos 14 anos de idade por atrofia no nervo ótico, ingressando em 1930 no Instituto Benjamin Constant, onde se destacou sempre por seu comportamento exemplar, inteligência brilhante, aplicação nos estudos, constituindo-se enfim, num estudante modelar perfeito. Concluiu em 1936 seu curso, classificando-se em 1º lugar. Em 1937, por lamentável interrupção das atividades do Instituto, no setor do ensino, atirar-se-ia Hélio ao rude trabalho de propagandista e vendedor da Aliança dos Cegos, que o acolhera e onde permaneceria até 1940, lutando com as dificuldades naturais de um cônscio chefe de família, pois casara-se a 16 de julho de 1938.

Criada em 1940, no IBC, a Imprensa Braille, nela ingressou após disputar um concurso, alcançando de imediato a sua chefia pela destacada posição conquistada na competição. Naquele honroso posto, que exerceu hábil e proficuamente, traçou normas e diretrizes ainda hoje seguidas por seus sucessores.

Nomeado em 1949, professor da cadeira de Francês do curso ginasial recém-criado no maior estabelecimento latino-americano de ensino para invidentes, na sua excessiva modéstia, ao assumir o cargo, considerava-se incompetente para tão árdua e delicada missão.

Sempre seguindo os ditames da consciência e do cumprimento do dever, arroja-se ao estudo da matéria eleita e, cursando a Aliança Francesa do Rio de Janeiro, dedica-se intensamente à disciplina, obtendo as melhores classificações julgadas pela Sorbonne, que lhe confere "menção honrosa."

Em fevereiro de 1950, freqüenta um curso de férias instituído pela Faculdade Nacional de Filosofia, concluindo, como sempre, com pleno êxito.

No IBC, realizou também o curso de massoterapia, fiel ao seu lema, estudar, estudar, que era, dizia ele, "o seu grande fraco". Como professor, sua competência era inexcedível, sua dedicação, paternal. Severo e justo, paciente e abnegado, era o ídolo de seus alunos e ex-alunos que o veneravam e hoje cultuam-lhe a memória.

Desde 1955 Hélio vinha padecendo de um mal cujas causas não foram bem esclarecidas e que o fazia definhar lentamente. Contra ele lutou até o desespero visando recuperar a saúde, lamentando-se sempre ante a imperiosa contingência de licenciar-se, com prejuízo dos alunos: "Estão atrasados — dizia — não posso dar-me ao luxo de adoecer". E quando menos esperávamos, ele reassumia o posto, e piorava gradativamente.

Por fim, a 28 de outubro último, a implacável morte arrebata-nos inesperada e traiçoeiramente aquele que tão bem nos compreendia, estimulava e aconselhava nas ocasiões difíceis. Aquele cuja alegria era a alegria de seus discípulos, cujo ideal, o ideal do saber, do ensinar.

Por esta página, querido professor, marcante por sua singeleza, porém que representa vivamente a nossa sinceridade, expressamos o nosso dolorido adeus, comprometendo-nos a honrar-lhe a memória, recordando-lhe os sábios ensinamentos, perpetuando-o através da saudade que nos punge e aniquila, em nossos corações eternamente gratos.

Fonte: REVISTA BRASILEIRA PARA CEGOS

Janeiro de 1959

#9. ETIQUETA

Colunista: RITA OLIVEIRA (rita.oliveira@br.)

Cultive um ambiente de trabalho saudável

Alguns mandamentos facilitam a convivência diária com os colegas.

Passamos a maior parte de nosso dia no trabalho e acabamos, por muitas vezes, convivendo mais com os colegas do que com a própria família. Esse período proporciona certa intimidade e, em alguns momentos, corre-se o risco de ultrapassar a linha tênue que separa a descontração, aceita e recomendável, dos excessos. Veja a seguir algumas das situações e dicas para sair-se bem, tanto no ambiente corporativo, como no social.

Atrasos - Se houvesse um ranking das atitudes mais desagradáveis no ambiente de trabalho, os atrasos estariam concorrendo seriamente ao título de campeão. A não ser que haja um motivo realmente sério ou um imprevisto, é completamente injustificável atrasar-se em reuniões ou encontros de negócios. A velha mania brasileira de nunca começar nada na hora não deve ser tomada como desculpa. Chegue sempre na hora marcada e, caso não consiga evitar o atraso, ligue avisando e desculpando-se.

Celular - outro recordista em gafes. Seu uso indiscriminado demonstra a mais elementar falta de educação. Deve-se desligar o celular em cinemas, teatros e restaurantes. Em encontros e reuniões, ele também deve permanecer mudo. Caso você esteja esperando uma ligação importante, avise o seu interlocutor e peça licença antes de atender. Fale baixo e não demore.

Exageros - no ambiente de trabalho, bom senso é a palavra-chave. Evite os exageros, seja no modo de vestir-se ou perfumar-se, na forma de se relacionar com os colegas, na maneira de cobrar, criticar ou até mesmo elogiar um integrante da equipe.

Cigarro - mesmo que você esteja em um local para fumantes, sempre pergunte aos seus acompanhantes se há algum problema em acender o seu cigarro. Se, no almoço, a maioria das pessoas no grupo não fuma, tente segurar a vontade um pouco e deixar para mais tarde. Não saia espalhando cinza pela mesa ou pelo chão. Use sempre o cinzeiro.

Bebidas - parece um conselho óbvio, mas nunca beba no escritório. Poucas coisas podem ser tão destrutivas para a imagem do profissional quanto o hábito de misturar bebida e trabalho. Em coquetéis e reuniões, pare assim que sentir que a bebida está fazendo você perder o controle das palavras ou dos atos.

RITA OLIVEIRA

#10. PERSONA

Colunista: IVONETE SANTOS (ivonete@.br)

Entrevista com Professor de informática José Antônio Borges

1. - Por que a área de informática em sua vida? O que o levou a escolher este curso?

José Antonio dos Santos Borges - Na verdade, eu não pensava em fazer processamento de dados, que era o nome que se dava à Informática de hoje. Era tudo muito diferente no início dos anos 70, eram computadores enormes, que se conhecia como "cérebros eletrônicos". Minha mãe, um pouco antes do vestibular que fiz para Engenharia, me levou para conhecer o Centro de Processamento de Dados do Hospital dos Servidores do Estado, onde ela trabalhava, e eu achei aquele trabalho um saco. Entrei na Escola de Engenharia da UFRJ, e já no primeiro ano, apareceu a oportunidade de fazer um estágio no Núcleo de Computação Eletrônica da UFRJ, na área de operação de computadores. Eu entrei lá, fiz um curso, e me apaixonei. Não era o mais brilhante de meus colegas não. Eu era até um pouco medíocre, mas gostava de perder muito tempo estudando aquelas máquinas. Em pouco tempo eu era um dos que mais conhecia do computador IBM 1130, sendo até capaz de criar pequenos programas em assembler.

O resultado, entretanto não foi bom. Minha performance na escola de Engenharia caiu assustadoramente, pois eu só me dedicava à computação.

Algum tempo depois, acabei largando a Engenharia e mudando para Informática, que era um curso novo, e meu pai quase tendo um troço vendo o filho mudar para uma carreira completamente desconhecida.

Bem, acho que dei sorte: a área cresceu e eu cresci junto com ela. Acho que posso ser chamado um dinossauro da informática hoje, com quase 35 anos de trabalho em quase todas as áreas de informática. Tive muitas oportunidades e aproveitei quase todas elas. Posso dizer, com orgulho, que sou realmente um profissional com muita vivência.

2. Como você vê a área da informática no Brasil hoje? Há quem diga que ainda dependemos muito de tecnologia exterior.

Antonio Borges - Sempre dependemos. Na verdade houve um período mágico, o da reserva de mercado da informática, durante os anos 80, em que a computação brasileira deu um salto incrível. Infelizmente, ela sucumbiu graças ao mar de corrupção e maracutaia que se estabeleceu, pois os empresários brasileiros têm uma visão extremamente imediatista: não querem esperar por um lucro duradouro.

Mas se o Brasil ocupa uma certa liderança em informática é fruto desta época em que a proibição de compra de certo tipo de computadores importados nos obrigou a aprender a fazer, e a criar soluções inovadoras. Nossas universidades formaram muitos cérebros e esses criaram novas gerações de estudantes que até hoje brilham imensamente.

3. O que o conduziu a desenvolver projetos de informática de suma importância para deficientes visuais e físicos?

Antonio Borges - Um mero acaso. Eu era professor de computação gráfica no curso de informática e havia um estudante cego, que não tinha condição de fazer um bom curso por não ter acesso ao computador de forma razoável. Para ele, Marcelo Pimentel, tudo tinha que ser mediado pelo pai ou pelos colegas. Como meu aluno, acabamos por decidir que o curso de computação gráfica para ele deveria ter um outro sentido: deveríamos usar meu conhecimento prévio para criar uma solução mínima em cima da qual ele pudesse crescer, criar sua própria infra-estrutura. E foi o que fizemos, gerando uma solução mínima para síntese de voz, em cima da qual ele criou um editor de textos, hoje chamado de Edivox que na época permitiu que ele digitasse e lesse (soletrando, pois não havia sintetizador da língua portuguesa na época), adquirindo uma independência inimaginável. Eu diria que o desenvolvimento para cegos se estabeleceu como algo represado e que tinha forçosamente que crescer.

Eu só fui um instrumento disto, conseguindo unir pessoas em prol deste sonho e perseverando durante estes 14 anos sem esmorecer.

Quanto aos deficientes motores, foi mais ou menos o mesmo. Eu primeiro me sensibilizei com diversas pessoas que via sem poder usar o computador, até que

um dia uma certa pessoa, Lenira Luna, me procurou, e como ela era muito insistente, acabei fazendo uma solução para ela, o Motrix. Outra pessoa foi a Luciana Novaes, com a qual me sensibilizei por sua situação de imobilidade, para a qual criei o que hoje chamamos de Microfênix. Mas foi tudo meio inexplicável, foi acontecendo sem grande planejamento.

Acho que a causa de tudo é que existe a necessidade e eu tenho uma bagagem muito grande que me permite criar em áreas em que pouca gente consegue atuar.

Até mesmo meu conhecimento de música (sou também formado em Piano, que é minha primeira graduação), permite um nível de criação mais diversificado do que a maior parte de meus colegas.

4.Você foi o pioneiro a criar sistemas de informática no Brasil para deficientes. Hoje milhares de deficientes utilizam os sistemas criados por você. Porém sabemos que ainda há muito o que fazer nesta área, deficientes tem pouco acesso à aquisição de computadores, etc. Você acha que o governo poderia criar sistemas públicos para melhorar esta inclusão digital? O que falta no governo para tal atitude?

Antonio Borges - O governo federal já começa a executar este tipo de ação, fornecendo, por exemplo, laptops para estudantes cegos de segundo grau para que consigam passar pela barreira do vestibular com sucesso. Há programas também de apoio a formação de professores e outras coisas deste tipo. Há também a distribuição de laboratórios de informática para uso por deficientes, e a inclusão de softwares de acessibilidade nos Telecentros.

O problema é o tamanho do Brasil e a imensa carência em todas as áreas. Isso impede a realização de ações muito efetivas que atendam a grandes áreas. A verdade é que o desenvolvimento de computação para deficientes hoje está muito centralizado nas grandes cidades, e mesmo nessas há inúmeros problemas quando se pensa no acesso à maior parte da população deficiente pobre. Sinto, entretanto, que a cada dia que passa se vê novas coisas boas.

A realização do ParaPan, por exemplo, mostrou claramente que há uma mudança enorme nas oportunizações.

5. Concomitantemente a criar sistemas de informática o senhor acabou abrindo todo um potencial de mercado que outrora foi inexistente. Existem hoje milhares de deficientes estudando e trabalhando graças aos sistemas criados por você. Todavia boa parte da sociedade ainda não acordou para o fato que este mercado ligado aos deficientes é enorme, com mais de 14 milhões de pessoas. O que falta a sociedade para perceber a existência deste potencial?

Antonio Borges - O maior problema é o de educação e de profissionalização.

O mercado hoje exige uma pessoa qualificada minimamente. Um percentual baixíssimo de pessoas deficientes hoje, consegue completar o primeiro grau. Então não vai encontrar postos de trabalho, em nenhum lugar, pois nenhuma empresa hoje contrata com menos do que o primeiro grau completo. O que ainda salva é a lei de cotas, que obriga as firmas a aceitar pessoas que não aceitaria normalmente devido à baixa preparação.

Para posições de maior complexidade, ainda é mais difícil: por exemplo, o número de pessoas treinadas, com bom conhecimento da língua portuguesa e com conhecimento

de informática é irrisório. Há vagas em abundância, mas poucos deficientes preparados para assumi-las.

Isso não quer dizer que não existam restrições nem preconceito. Certamente há, mas a raiz de todas as dificuldades tem um nome: escolaridade precária.

6. Hoje em dia é moda discutir inclusão de deficientes na sociedade. Especialmente na educação. Porém boa parte de nossa sociedade tem apenas o discurso e não a metodologia necessária para que tal inclusão ocorra. Como educador como você observa esta dicotomia entre o discurso e a prática?

Antonio Borges - O processo de inclusão é exatamente isso, um processo. Não é algo que se resolva com uma canetada. O desenvolvimento de soluções demora muitos anos, e neste processo, muitos erros são cometidos. Acho que passado o momento inicial do "oba oba" de inclusão a qualquer preço, os educadores estão achando os caminhos, que envolvem a utilização coordenada de ensino especializado junto com a escola convencional, a utilização de tecnologia e muitas outras coisas, inclusive de ordem administrativa e política.

Os educadores começaram há pouco tempo a ser treinados, e até atingirem um grau aceitável, demora um tempo. Há também carência na aquisição de artefatos tecnológicos, de adaptação nas escolas e de material didático adaptado.

O caminho da inclusão é bastante longo, e apenas começa a ser trilhado.

7. Na área da informática você também atuou criando sistemas CAD para eletrônica, microeletrônica, computação gráfica tridimensional, multimídia e síntese de voz.

O que você ainda não fez na área e que gostaria de desenvolver?

Antonio Borges - Gosto muito de novidades, e tenho amigos que também gostam. Quando alguma maluquice nova me aparece gosto de me embrenhar um pouco a estudando. Aí, geralmente alguma coisa sai, nem que seja de brincadeira.

Às vezes sai coisa séria que acaba permeando a vida de muita gente, sem que eu tenha feito realmente grande planejamento.

8. Você se sente uma pessoa realizada na vida?

Antonio Borges - Realização é uma palavra difícil. Pode querer dizer que "acabou, chegou ao fim". Não é isso comigo. Um neologismo que melhor definiria este status é a expressão "realizante". Eu sou um realizante, alguém que realiza a cada dia.

Realizar implica em paixão e também freqüentemente em angústia e felicidade.

Desta tríade, paixão, angústia e felicidade, sai uma pessoa que dá graças a cada dia por ter tido as oportunidades que me permitem ser um realizante.

9. Como é para você encostar a cabeça no travesseiro e pensar: “tanta gente está por ai se desenvolvendo com meus projetos...”.

Antonio Borges - Penso pouco nisso. Às vezes penso quando me falam nisso e fico feliz, é claro. Mas geralmente estou ocupado demais para ficar dormindo em cima destes louros.

10. Você foi premiado pelo projeto de multimídia para crianças "Conhecendo as Letrinhas com o Menino Curioso" como a melhor multimídia educacional no Festival Internacional de Multimídia, em Paris, 1995. Como surgiu este projeto?

Antonio Borges - De brincadeira em casa. Desafiei minha ex-mulher a criar um programa para educação de crianças e ela criou o design do Letravox, o programa

de letrinhas do Dosvox, numa criação coletiva em que rimos muito em família, junto com os dois filhos (Liane e Tiago) que eram pequenos na época e com minha ex-cunhada.

Depois apareceu a idéia de colocar computação gráfica, e uma empresa de um amigo se interessou. Ficou bonitinho, e usava uma tecnologia inovadora naquela época.

Uma amiga que organizava o Festival aqui no Brasil me disse para me inscrever, e eu acabei ganhando aqui. Fui a Paris, e dei muita sorte, porque o Brasil estava na mídia por causa do massacre das crianças, então em meu discurso durante a apresentação realizada no auditório do CNRS, em inglês macarrônico, eu fiz uma ligação da brutalidade brasileira com a leveza da multimídia, que emocionou o júri, e nos fez ganhar (na verdade foi um empate com os japoneses, que levaram uma bruta equipe e chegaram a alugar um andar de um hotel para comemorar a vitória por antecipação). Nós não tínhamos nada disso e nosso diploma, ganhado no auditório do primeiro andar da Torre Eiffel, foi comemorar jantando no Quartier Latin uma boa macarronada. Mas foi muito divertido, e Paris é uma linda cidade.

11. Você é um homem muito antenado com a função social de seu trabalho. Você sempre foi assim? Sempre te preocupou a criação de projetos relevantes e de utilização prática?

Antonio Borges - Acho que tenho bom coração e procuro ser coerente com certas premissas e atencioso com as pessoas. Não sou um grande realizador social.

Sou apenas um programador que tem amigos que sabem fazer as coisas, e em equipe mandamos brasa.

12. Existe um temor coletivo em que se discute filosoficamente a sobreposição da máquina ao ser humano. A história do cientista maluco tentando inventar um aparelho para decodificar e ou condicionar percepções, afetos, que possa instalar ao fim do dia conhecimento programando um indivíduo. O que você acha disto tudo? A bio informática do futuro vai resolver tudo instantaneamente?

Antonio Borges - O homem tem o dom de destruir e de construir como nenhum outro ser na terra.

Acho que as máquinas em pouco tempo vão emular emoções com facilidade, que os cyborgs e robôs vão ser extremamente comuns e que a maior parte das doenças

e deficiências vai estar equacionada.

Nós não enxergamos de noite, e existe a lâmpada para mudar isso. Nós temos velocidade limitada e os motores me dão este poder. Os homens não podem voar,

mas existem aviões. Os homens não suportam viver sem ar, mas podem mergulhar com equipamentos. Minha esposa é tetraplégica e eu convivo maravilhosamente com ela, pois nossa vida é pontilhada de tecnologia em todos os momentos. A tecnologia transforma as nossas deficiências em eficiências, e esse é o caminho irreversível para toda a humanidade. Mas acredito também numa grande destruição no planeta, provocada pela ambição desenfreada dos governos do mundo, seguida pelo estabelecimento de um novo tempo em que a humanidade vai finalmente perceber que o bom é alcançar seu ponto de equilíbrio ecológico e de paz duradoura, com a evolução espiritual associada.

13. O que José Antonio Borges gosta de fazer em suas horas de folga?

Antonio Borges - Conviver com meus filhos o mais que possa, ainda mais agora em que estou separado deles por meu segundo casamento. Gosto muito de namorar e transar com minha esposa. Eu e ela também gostamos muito de comer em um bom restaurante com uma bebida leve (um Martini ou uma caipirinha), mas só uma dose.

Quando há possibilidade, fazer uma viagem de total lazer me encanta, pois eu viajo muito, mas sempre a trabalho.

Fonte: Instituto Olhos da Alma Sã

07/11/2007

IVONETE SANTOS

#11. DV-INFO

Colunista: CLEVERSON CASARIN ULIANA (clever92000@.br)

* Fugindo dos bugs do horário de verão

Caríssimos,

Seguem dicas da consultora em soluções móveis Bia Kunze para problemas comuns em sistemas diversos por conta do horário de verão que se avizinha.

Cumprimentos e até a próxima.

***

Dicas: fugindo dos bugs do horário de verão

Por Bia Kunze, publicada em:

.br/blog/2010/10/08/dicas-fugindo-dos-bugs-do-horario-de-verao/

No próximo dia 17 de outubro entrará em vigor o horário brasileiro de verão, com duração até o dia 20 de fevereiro de 2011, válido nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. No Brasil o horário segue um calendário diferente dos demais países que também

adotam o horário de verão. Portanto, uma semana antes (ou seja, esta semana) bugs estranhos começam a acontecer em computadores. Pior que, mudando os relógios, alguns dispositivos móveis que efetuam sincronia também mudam automaticamente.

O efeito colateral mais comum, além do relógio adiantado, é a bagunça no calendário. O que tem de gente que todo ano se perde nos compromissos nessa época... E minha caixa de entrada invariavelmente entope. Pois bem, é hora de intervir já.

Quem usa PC com Windows: mantenha seu computador atualizado com a versão mais recente do Windows Update (setembro de 2010), ou instale manualmente a correção aqui:



Para mais informações, com o passo-a-passo em todas as versões do sistema operacional da Microsoft, leia este tutorial:



Em relação a dispositivos móveis, alguns mudam o horário sozinho, sem você notar, na data e hora certa, pois a mudança é feita pela operadora, e não pelo software do aparelho. Procure nas opções de data e hora do dispositivo se há a opção de manter

atualizações automáticas, e selecione-a. Em certos aparelhos Symbian e Windows Mobile, altera-se relógio e calendário após a sincronia com o Windows. Portanto, instale a correção no PC o quanto antes, para que o problema não se transfira para seu celular ou smartphone depois.

Tentar corrigir manualmente mais tarde pode ser uma enorme dor-de-cabeça. O sistema adianta o horário de todos os seus compromissos do calendário.

No último dia 3, donos de iPhone tiveram a "oportunidade" de ter um bug descoberto no relógio. Com o início do horário de verão em diversos países, os alarmes programados para tocar em todos os dias da semana se desligavam ou tocavam fora do horário marcado. A Apple está trabalhando numa correção.

E no Mac ? Donos de Mac sofrem com um problema crônico no iCal (aplicativo de calendário padrão do sistema) todo mês de outubro. Por causa do horário de verão, dias desaparecem e compromissos são marcados em datas erradas.

Isso acontece porque o horário de verão brasileiro não é padronizado, graças ao carnaval e às eleições, que não possuem data fixa. Nos EUA ele começa todo segundo domingo de maio e vai até o primeiro domingo de novembro, às 2h da manhã do horário local.

Assim, o bug do iCal já se tornou praticamente um evento tupiniquim histórico entre os usuários de Mac em outubro. É o nosso dia das bruxas digital.

Há muitos anos eu uso um pequeno truque para evitar problemas de qualquer espécie em computadores e smartphones por causa do maldito horário de verão: me transformo em cidadã argentina. :D

No mais..., bom feriadão a todos, inclusive os que vão trabalhar.

CLEVERSON CASARIN ULIANA

#12. O DV E A MÍDIA

Colunista: VALDENITO DE SOUZA (vpsouza@.br)

* Educação : Quando a aula chega à Rede

As escolas precisam aprender a aliar a tecnologia ao ensino. Há um bom exemplo no Rio de Janeiro

Roberta de Abreu Lima

Com crianças e jovens tão fascinados pelo mundo que se descortina na internet, cabe às escolas do século XXI um novo e duríssimo desafio: fazer da tecnologia algo verdadeiramente útil para o ensino — tarefa em que a maioria tem falhado.

Nesse cenário, merece atenção uma iniciativa que, já em fase de testes em algumas dezenas de escolas, se estenderá nos próximos meses a toda a rede municipal do Rio de Janeiro. O programa foi concebido para amparar, com jogos, vídeos e exercícios na rede, as aulas do ensino fundamental. No ambiente virtual, as crianças serão apresentadas a clássicos da literatura brasileira em versão animada e poderão reforçar o conceito de fração, por exemplo, com variados games jogados em grupo. O projeto sobressai pelo principio básico — simples, mas acertado: está-se falando de um roteiro muito bem amarrado, que conecta, enfim, a tecnologia ao currículo convencional. Algo raríssimo. Não só se abre aí a perspectiva de tornar a lição mais atraente, como também se tende a ampliar o tempo dedicado aos estudos, uma vez que todos os alunos terão acesso ao tal software em casa. Resume José Armando Valente, especialista da Universidade Estadual de Campinas: “O computador só é capaz de transformar uma sala de aula assim: quando o professor sabe exatamente o que fazer com ele”.

Iniciativas como essa são flagrante minoria nos diversos países que vêm se empenhando em aplicar tecnologia à sala de aula — sobretudo o Brasil. Uma pesquisa recente, conduzida pelo Ibope a pedido da Fundação Victor Civita, ajuda a dimensionar tal

problema. Para se ter uma ideia, de um conjunto de 400 escolas em treze capitais brasileiras, o número das que dispõem de computadores é elevado: 98%. Só que 72% dos professores admitem não estar preparados para fazer uso do equipamento, o que o torna inócuo. Ele acaba se prestando às burocráticas aulas de informática, quando não acumula pó nos laboratórios, na ausência de alguém que, pasme-se, consiga manuseá-lo na escola. Falta, sem dúvida, treinamento aos docentes, algo que já se vê em outros países, como o Canadá — um caso exemplar. As universidades ali oferecem até especialização para ensinar estratégias de como incorporar os computadores às aulas (bastante concorrida, diga-se). Todas as escolas públicas canadenses contam com pelo menos um desses profissionais. Eles estão lá para orientar os demais professores e organizar grandes bibliotecas de softwares.

Embora recentes e ainda pontuais, as experiências com o uso de tecnologia em salas de aula do mundo inteiro lançam luz sobre o que tem funcionado bem. Um dos maiores saltos promovidos pelo computador até então, sem dúvida, diz respeito à possibilidade que ele abre para o aprendizado das crianças em rede. Isso se dá em países como o Japão, onde alunos de diferentes escolas compartilham na internet ambiciosos projetos científicos, replicando, em pequena escala, a lógica dos grandes centros acadêmicos. Está provado que, dessa forma, elas exercitam a capacidade de construir conhecimento em equipe assim como a rapidez de raciocínio — em virtude da necessidade de dar respostas muito rápidas no universo on-line. No Brasil, há sinais de que alguns colégios começam a atentar para esses ganhos. No Pedro II, escola da rede federal no Rio de Janeiro, o professor Sérgio Lima, 41 anos, passou a ensinar física aos estudantes numa rede social, como já fazem alguns de seus pares. Além de exibir filmes sobre experimentos e divulgar listas de exercícios e datas de provas, o professor tira ali dúvidas dos alunos em animadas sessões virtuais que atraem a classe inteira. “Estou conseguindo quebrar a monotonia”, ele festeja.

Desde a década de 70, quando surgiu o microcomputador, os educadores passaram a investigar seus potenciais usos na escola — com muita experimentação, mas bem pouco resultado. Será necessário mais tempo para que as atuais experiências se reflitam nos grandes indicadores do ensino. Pode-se dizer que há indícios de que o impacto é bom, talvez decisivo. Segundo um levantamento da OCDE (organização que reúne as nações mais desenvolvidas), os estudantes que cultivam o hábito de navegar na internet são justamente aqueles que, ao longo do tempo, obtém as médias mais altas — em quarenta países. Empurrados pelos mais variados estímulos fornecidos pelo computador, eles têm encontrado novos e atraentes desafios intelectuais no ambiente virtual. É justo nesse contexto que as aulas copiadas da velha lousa se tornam completamente ultrapassadas e desinteressantes. Conclui a secretária municipal de educação do Rio de Janeiro, Claudia Costin, à frente do novo projeto carioca: “Está claro que não há como obter avanços sem tornar a escola um lugar minimamente conectado à realidade dos estudantes, como estamos tentando fazer”. É um bom começo para o necessário avanço.

Muito computador, pouco uso

De acordo com uma pesquisa em treze capitais brasileiras, a maioria das escolas já dispõe de computadores... 98% dos colégios estão equipados ..mas eles ainda não estão sendo adotados em prol da melhoria do ensino 72% dos professores não se sentem preparados para aplicar a tecnologia na sala de aula 18% das escolas nem sequer fazem uso do laboratório de computação

//Fonte: Ibope/Fundação Victo, Civita

* Lya Luft – Livro Eletrônico

Este é um dos temas sobre os quais jornalistas e leitores habituais mais nos interrogam. O livro vai acabar, as editoras vão fechar, é a morte dos autores? Primeiro, os catastrofistas de plantão são em geral mal informados.

Quando surgiu o rádio, dizia-se, nesse mesmo tom, que ninguém mais iria conversar nas famílias. Vindo a televisão, estavam mortos o teatro e o rádio. Chegando a internet, tudo estava acabado, menos o isolamento, a alienação.

Nada mudou radicalmente dentro desse esquema: não se deixou de conversar (as pessoas nunca se comunicaram tanto quanto na internet), não se deixou de ir ao teatro (bons espetáculos atraem muita gente), ninguém parou de ir ao cinema (a não ser por medo de sair à noite, pela insegurança que se alastra), enfim, cada novo invento acrescentou, não tirou.

Li um diálogo interessante, dirigido por um jornalista, entre Umberto Eco e um roteirista francês, sobre o assunto. Os dois são donos de imensas bibliotecas, de muitas dezenas de milhares de volumes. Portanto, são amantes de livro, vivem com e para o livro.

Interessantes comentários: o registro escrito, seja em papel, pergaminho, nas antiquíssimas tabuinhas de argila, é o mais sólido, é permanente. O e-book. o livro eletrônico, que tem suas vantagens como todo artefato moderno, tem desvantagens

claras de saída. Por exemplo, dependeremos de mais decodificadores, suportes, seja como for: já não conseguimos ver os antigos vídeos de poucos anos atrás, a não ser que ainda tenhamos em casa aquele aparelho já superado onde os enfiar. Logo os CDs serão

esquecidos, os DVDs serão antiquados, e teremos de modificar, a cada nova invenção, a nossa biblioteca eletrônica. Sem falar na saúde dos olhos, atacados pelo tipo de luminosidade, modo de leitura, do texto na página de um e-book.

Outro assunto que me fascinou liga-se à bela palavra “palimpsesto”. Para quem não sabe, é a escrita sobre outra escrita. Encontram-se, em bibliotecas monumentais como a do Congresso americano, raridades em forma de tabuinhas, argila, pergaminho, couro, e mesmo papel, em que trechos ou palavras foram raspados e outros escritos em seu lugar, ou simplesmente por cima. Revelados, abrem-nos facetas incríveis da amiga cultura, pessoas, modos de vida. São camadas de civilização, que fascinam exércitos de cuidadores e estudiosos. No e-book teremos apenas o reles imediato. Prático, sim: não definitivo nem profundo.

Naturalmente dirão que sou viciada no livro de papel: direi que, sim, o cheiro de livro, de biblioteca ou de livraria é mágico para quem como eu foi criada nesse meio, ligada a esse instrumento de prazer, informação e crescimento pessoal, de integração no mundo, sem fronteiras de espaço e tempo. Isso pode entediar a novíssima geração, para quem a tela do computador é muito mais fascinante do que uma lombada de livro: e por que não? Tudo é legítimo e vale a pena, desde que não corrompa nem emburreça nem empobreça demais.

Eu direi que as duas coisas podem e vão conviver, como rádio e família, televisão e teatro, internet e outros meios de comunicação. Tudo está aí para nos servir, se não formos incompetentes demais. O resto, as discussões sobre o fim do livro e a morte das editoras, quem sabe dos escritores, me parece tolo, material de intermináveis diálogos e discussões vazias, artigos sem fundamento, entrevistas sem grande interesse.

E se o livro eletrônico vencer, se conseguirmos afinal um meio permanente, que permita ler anos a fio em todos os lugares do mundo, preservar com segurança, e transmitir velhíssimos recados ocultos, vamos continuar lendo, escrevendo, editando.

A forma importa pouco: importam o prazer, a comunicação, o estudo, a pesquisa, a aventura através do tempo, do espaço, das culturas e das mentes, que a palavra desperta em quem sabe perceber ali uma janela, que se abre de par em par, passando para o outro lado, e se entregando. Então já não rasteja, mas voa. Já não se encolhe, mas se desdobra, e intensamente vive.

//Fonte: Folha SP

*Universia Livros

O Universia Livros ( )

é uma iniciativa de incentivo e popularização da leitura promovida pela Rede Universia - maior rede de cooperação universitária da América Latina.

O projeto visa popularizar a distribuição de grandes clássicos da literatura brasileira e mundial, disponibilizando versões digitais para download gratuito. No decorrer

do projeto, serão incorporados novos títulos, abrindo espaço também para novos autores e editoras universitárias que pretendam distribuir suas obras gratuitamente.

Se você é um novo autor ou representante de uma editora universitária que deseja se integrar ao projeto, distribuindo livremente seus conteúdos, envie um e-mail para redacao@.br, com assunto "Publicação Universia Livros".

Um representante do projeto entrará em contato com você.

Sobre o Universia

Universia é a maior rede ibero-americana de colaboração universitária, que integra 1.169 universidades e instituições de educação superior em 23 países.

As universidades parceiras do Universia representam 13,5 milhões de estudantes e professores universitários.

Universia foi lançado na Espanha em 9 de julho de 2000 com uma clara vocação de prestar serviços a comunidade universitária da Ibero América.

Lançado no Brasil em março de 2002, o portal Universia (.br) conquistou em sete anos, a parceria com 260 universidades, alcançou a marca de 2,4

milhões de usuários cadastrados e uma média mensal de 1,2 milhão de usuários únicos.

//Fonte:

* Stevie Wonder e a Acessibilidade

Está acontecendo desde o dia 20 e irá até o dia 29 a 48ª assembléia da organização mundial de propriedade intelectual em Genebra. Na abertura, o músico Stevie Wonder falou sobre a necessidade de prover acessibilidade para pessoas com deficiência visual. Envio abaixo o seu belo discurso. É importante falar que além das discussões sobre a acessibilidade em livros, estão sendo discutidos os direitos intelectuais em relação a performances audiovisuais, o que abrange, entre outras questões, a audiodescrição e a

legenda para surdos.

(Abaixo uma tradução do discurso do Stevie Wonder com a ajuda do Google)

Stevie Wonder - Discurso à 48.a Assembléia da Organização Mundial da

Propriedade Intelectual

Bom dia, Diretor-Geral, os líderes mundiais, ilustres convidados, amigos e

minha família das Nações Unidas.

Agradeço ao Dr. Francis Gurry, diretor-geral da OMPI e Trevor Clarke, que me

convidaram para abordar este encontro muito importante de líderes mundiais

que - sei - pode transformar a inércia em ação, e sonhos em realidade.

Também sou muito grato por ter sido designado como um Mensageiro da Paz pelo

secretário geral Ban Ki-Moon.

Neste papel, eu sou ainda mais fortalecido e inspirado a trabalhar para a minha missão de levar esperança e luz aos milhões ao redor do mundo que vivem com deficiência e, especificamente, hoje, aqueles que como eu são cegos ou têm deficiência visual.

O que eu gostaria de fazer hoje é o lançamento que eu chamo de "Declaração de liberdade para as pessoas com deficiência".

É um apelo à ação, um plano que irá capacitar a independência das pessoas com deficiência, proporcionando-lhes as ferramentas para aprender e crescer.

Na América, por exemplo, muitos Afroamericanos devem o seu sucesso educacional à postura do governo de que todos os indivíduos sejam tratados de forma justa e igual. Esta abordagem proativa para a inclusão criou oportunidades para as pessoas negras terem acesso a uma educação de qualidade e ao emprego.

Então, agora, faço a pergunta, o que aconteceria se o presidente Obama, os tribunais dos EUA e o governo não adotarem ações afirmativas para assegurar a igualdade de acesso a uma educação de qualidade para todos os americanos?

É por isso que eu estou pedindo a este órgão e seus países membros para adotar uma "Declaração de liberdade para as pessoas com deficiência."

Através de seus esforços legislativos, os incentivos podem ser criados para o avanço dos cegos e pessoas com deficiência visual no sentido da promessa de uma vida melhor.

Eu quero que todos nesta sala pensem, pensem sobre como muitos jovens que vivem em suas diferentes países poderiam ser o próximo Barack Obama, mas talvez nunca cheguem lá, porque eles são cegos ou possuem deficiências e não têm acesso aos milhares de milhões de livros sobre ciência, medicina, história e filosofia que lhes permitirão ser plenamente educados e um dia viver seu sonho de ser um primeiro-ministro, médico, escritor ou professor.

Temos de declarar estado de emergência, e acabar com a privação de informação que continua a manter as pessoas com deficiência visual no escuro. Temos de divulgar que o gênio inexplorado dos 300 milhões de pessoas que têm uma deficiência visual precisam de nosso amor e ação, hoje, não amanhã, mas hoje mesmo.

Embora eu saiba que é fundamental não agir em detrimento dos autores que trabalham para criar as grandes obras que nos iluminam e alimentam nossas mentes, corações e almas, temos de desenvolver um protocolo que permite a fácil importação e exportação de materiais de direitos autorais tão que as pessoas com alguma deficiência possam participar do "mainstream" do mundo letrado. Existem muitas propostas sobre a mesa para criar uma câmara de segurança para o intercâmbio e tradução de livros.

Por favor, trabalhem no sentido de um consenso. Peço-vos, agora é a hora de amar.

E o seu amor é a chave para destravar as viseiras que bloqueiam o acesso de traduzir os livros em um formato legível para as pessoas com alguma deficiência.

Quando eu olho em volta desta sala eu sei que muitos de vocês são dedicados servidores públicos e fizeram uma grande diferença neste mundo. Mas seu trabalho e o meu trabalho não é feito. Há um círculo enorme de filhos de Deus; é preciso colocar as diferenças ideológicas de lado, e chegar a uma solução prática.

E eu venho respeitosamente pedir-lhes para entrar na minha declaração de liberdade para a impressão, voltada para muitas pessoas com deficiência e com deficiência

visual, dando-lhes as ferramentas para pensar a sua saída da pobreza e da escuridão que são criadas quando a mente não tem acesso a algo tão simples, mas tão poderoso quanto um livro.

Eu entendo que a União Européia, o grupo do Brasil, México e Paraguai, os EUA e o grupo da África propuseram planos diferentes sobre como lidar com a transferência

de informações entre países.

E há questões sobre como desenvolver um protocolo que tem um efeito vinculativo, e ao mesmo tempo, respeita os direitos de todos os envolvidos. Isso pode ser feito.

Nós temos as maiores mentes do mundo aqui nesta sala. Por favor, vamos resolver

isso.

Ou eu vou ter que escrever uma canção sobre o que você não fez.

Por favor, por favor, por favor me ajudem a brilhar a luz de Deus sobre os 300

milhões mais que vivem no escuro, a ler o seu caminho para a luz.

Eu gostaria que cada país representado aqui adotasse e desenvolvesse com a OMPI ou em seus próprios países, uma "Declaração de liberdade para as pessoas com deficiência".

É nossa herança e nosso presente para o futuro. Vamos fazer isso.

Mas antes de eu ir que tenho uma outra perspectiva que eu gostaria de compartilhar com você. Por favor, dê-me um minuto para chegar ao meu teclado.

//Fonte: Flávia Oliveira Machado

Mestrado Profissional em TV Digital - FAAC/UNESP

flaviamachad@.br

*Desenvolvimento de software vira história de amor

Tetraplégica há mais de 20 anos, a médica radiologista Lenira Luna conta com

uma assistente para auxiliá-la a operar o computador no trabalho. Mas ela queria poder usar o micro em casa, sozinha, para lazer.

Viu uma entrevista na TV com José Antonio Borges, do núcleo de computação eletrônica da UFRJ, sobre tecnologia de acionamento por voz. Imaginou que ali estaria a solução que procurava.

Com estreita colaboração de Luna, Borges começou a desenvolver em março de 2002 o software Motrix (intervox.nce.ufrj.br/motrix), que permite controlar o teclado e o mouse por meio de comandos de voz em inglês.

Um usuário tetraplégico do Motrix, conta Borges, desenhou no programa AutoCAD uma peça mecânica usando apenas a voz.

Atualmente, o Motrix só funciona no Windows XP. Por falta de financiamento, o desenvolvimento de uma versão compatível com Windows 7 está paralisado.

Ao longo da criação do Motrix, Borges e Luna se apaixonaram. Casados, eles estão juntos há quase nove anos.

Luna usa o programa até hoje. Diz considerá-lo perfeito para suas necessidades e, plena de ternura, elogia o marido: "É um gênio".

//Fonte: Folha SP

VALDENITO DE SOUZA

#13. REENCONTRO

COLUNA LIVRE:

Nome: Genezio Fernandes Vieira.

Formação: Nível superior em Direito.

Estado civil: Casado.

Profissão: Procurador da Fazenda Nacional.

Período em que esteve no I B C.: De 1974 a 1982.

Breve comentário sobre este período:

Foi, com certeza, uma das épocas mais ricas de minha vida, onde tive a oportunidade de ter vários amigos e amigas, muitos dos e muitas das quais tenho como irmãos, onde tive a oportunidade de ver que a cegueira não é tão intransponível assim como pintam e onde tive as condições de adquirir a bagagem intelectual, sobre a qual construí tudo o que consegui ser, o que para um cearense pobre do meio das caatingas, a meu ver, é muita coisa.

Residência Atual: Av. Rio Grande do Sul, Nº 748, apt. 101,

Bairro dos Estados, João Pessoa,PB

CEP 58030-020.

Objetivos neste Reencontro: Objetivo deixar um grande abraço a todos os amigos e dizer que fico na torcida de que, se possível, o Jornal Contraponto realize o primeiro encontro nacional de ex-alunos do IBC, de preferência, no famoso "casarão".

Contatos: (fones e/ou e-mails)

telefone do trabalho: (83)3216-4481 e 3216-4512;

telefone de casa: (83)3243-8555.

celular: (83)8852-6303.

genezio.vieira@

#14. PANORAMA PARAOLÍMPICO

Colunista: SANDRO LAINA SOARES (sandrolaina@.br)

Assuntos relacionados:

* Copa Brasil Série B de Futebol de 5;

* Campeonato baiano de Futebol de 5;

* Estrangeiro competirá por Equipe Brasileira no Futebol de 5;

* Rapidinhas Paraolímpicas.

Copa Brasil Série B de Futebol de 5

A Copa Brasil Série B de Futebol de 5 aconteceu em Anápolis, entre os dias 05 e 10 de outubro. Contando com 8 equipes, de 8 estados brasileiros, foi provavelmente uma das mais disputadas e de melhor nível técnico dos últimos 5 anos.

CETEF, de Brasília e APADEVI, de Campina Grande foram as equipes classificadas para a Série A do ano que vem. A última, campeã após vencer por 1 a 0 a equipe brasiliense, também levou os títulos individuais de melhor jogador do campeonato, com o atleta Toninho e o de melhor goleiro, com o Jalmair.

CCLBC, de Campinas, que ficou em terceiro lugar ao superar os maranhenses do ECEMA, também teve o artilheiro da competição, Romildo, com 9 gols.

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Campeonato baiano de Futebol de 5

A Bahia, estado que tem o atual campeão brasileiro de futebol de 5, O ICB e também o melhor jogador do mundo, Jefinho, iniciou, neste último dia 23, o seu segundo campeonato baiano de futebol de 5.

Nesta edição, com mais equipes e mais longo, o evento será realizado em vários fins de semana e contará com 6 equipes: Associação Baiana de Cegos (ABC), Centro de Apoio Pedagógico ao deficiente Visual (CAP), Grupo de Voluntários Copistas e Ledores para Cegos (GVCLC), Instituto de Cegos da Bahia (ICB) com duas equipes e União Baiana de Cegos (UBC).

A quinta e última rodada acontecerá no dia 11 de dezembro. Os jogos estão acontecendo sempre aos sábados, a partir das 13:45, no CFBA, em Salvador. Os jogos acontecerão nos dias 23/10, 20/11, 27/11, 04/12 e 11/12.

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Estrangeiro competirá por Equipe Brasileira no Futebol de 5

Esta novidade será apresentada pela URECE Esporte e Cultura, equipe carioca que disputará a Copa Brasil de Futebol de 5 no próximo mês.

O jogador, um argentino, é um dos mais importantes atletas paraolímpicos de seu país e da seleção de los ermanos.

Lucas Rodrigues tem um invejável curriculum. 5 mundiais disputados, 2 títulos mundiais conquistados, são algumas das participações anotadas. Segundo o próprio jogador, será um grande desafio, já que ele sabe do potencial do futebol brasileiro.

Já a equipe carioca, além de se reforçar para a disputa, também quer propiciar uma vivência de um jogador estrangeiro com seus atletas e até com atletas de outras equipes.

Mais informações, entrem no site da URECE: .br.

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Rapidinhas Paraolímpicas

1. Mês de Copa Brasil: futebol de 5 entre os dias 02 a 07 de novembro, na ANDEF, em Niterói; GP de judô entre os dias 12 e 14 de novembro, em Deodoro; goalball entre os dias 18 e 21 de novembro, na ANDEF, em Niterói.

2. Sandro Laina, atleta paraolímpico do futebol de 5, decidiu encerrar sua participação na modalidade com o título mundial. Ele que ainda alimentava vontade de jogar a Copa Brasil, decidiu por não participar e dar por encerrada sua carreira como atleta.

.br

sandrolaina

SANDRO LAINA SOARES

#15. TIRANDO DE LETRA

COLUNA LIVRE:

* O Homem Que Fazia Chover

O domingo era um daqueles que parece que têm a intenção de expulsar todo mundo de casa ou de fazer com que as concessionárias de energia se empanturrem de dinheiro pelo uso de quem pode ter e se utilizar de um aparelho de ar condicionado.

Embora ele não tivesse um, não se sabe se era de fato por não poder, já que era mestre nas desculpas para justificar o que queria ou não fazer. Sempre muito bem engendradas, elas seriam de deixar qualquer psicanalista com um sorriso de orelha a orelha, pensando no quanto teria como garantia de trabalho futuro.

Com relação a eles, porém, não dava nenhuma desculpa. Dizia apenas que achava todos uns farsantes e não livrava a cara nem de Freud.

Havia uma comida na geladeira que a empregada que lhe vinha uma vez por semana deixara na terça-feira anterior. A comida não seria a mais adequada para um dia como aqueles mas, a falta de energia que trazia consigo o risco de estragá-la com todo aquele calor, o deixava na indecisão entre fazer o mais prático que seria almoçar aquilo mesmo

ou sair para um almoço onde teria de encarar um restaurante cheio como todos estão nos domingos. Além disso havia o jogo, aquele Flamengo e Vasco que era garantia de confusão nas ruas. Resolveu-se por colocar o que sobrara da comida na geladeira numa panela (arroz, feijão, carne seca com abóbora e o restinho de uma carne ensopada com batata) e fez com aquilo uma gororoba que aqueceu e que certamente o deixaria

prostrado após devorá-la. Tanto mais que tivera a coragem de, num dia como aquele, ingerir uns goles de uma cachaça com a intenção mesmo de usufruir daquele leve torpor que as boas canas deixam, quando bebidas nas doses certas. Se houvesse alguém que lhe pudesse perguntar porque estava bebendo, talvez dissesse apenas que queria abrir o apetite. Mas, não havia ninguém.

A falta de energia não estava no programa, nem a elétrica, nem a própria. Após o almoço jogou a louça na pia e adiou a lavagem dela talvez para a próxima terça-feira, quando a empregada havia de vir. Mesmo a escovação dos dentes, ele adiou isso para um futuro mais próximo, achava... Deitou-se sem camisa e por cima da colcha tentando deleitar-se com uma brisa que ele mesmo não sabia se rolava de fato ou era algo da sua imaginação e ligou o rádio que, felizmente, estava com pilhas novas. Pronto, estava armado o cenário de mais este domingo em que ele esperaria que pelo menos o seu Vasco não o decepcionasse novamente. O jogo logo começaria e o futebol tinha a propriedade de acender nele uma emoção que expulsava para longe qualquer sono fazendo-o até mesmo se sentir em campo. Mas aquele se prenunciava um dia diferente, como logo foi demonstrado ao início do jogo quando o Vasco estava arrasador.

Ao final do primeiro tempo, Roberto, com um drible de corpo, tirou o jogador adversário da jogada e ampliou o placar que já estava em 1 a 0 para o Vasco. O repórter que fazia ponta atrás do gol e que tem a missão de deixar para o ouvinte o lance mais claro acrescentando detalhes que escapam ao narrador, disse então:

"Roberto hoje só falta fazer chover!" E foi ele falar para logo após um outro colega

completar: "pronto! agora não falta mais. Começa a chover no Maracanã!"

E o jogador, diante daquela partida absolutamente memorável, além das entrevistas naturais de depois dos jogos, foi convidado a um programa de televisão onde se encontrava também o profissional que dissera que ele havia feito chover durante o jogo. O repórter mais uma vez sacou a velha frase da algibeira e a repercussão se fez maior quando um outro observou que o jogador parece que não havia se contentado em fazer chover no Maracanã, pois a chuva que havia parado em toda a cidade, voltava a cair ali, naquele momento com a presença dele.

Naquela mesma semana seu time viajaria para um Jogo na capital do Ceará onde já não chovia há tempos. Foi o time chegar e, é claro, Roberto também, para que a chuva desabasse e prosseguisse de modo intermitente, enquanto ele permaneceu na cidade. Dali mesmo já se emendou a viagem numa outra para Salvador, onde o fenômeno se repetiu.

Seu futebol vistoso foi ficando para um segundo plano e ele passou a ser convidado para locais onde a chuva já se fazia ausente por muito tempo. Até que lhe foi impossível continuar com a profissão de jogador de futebol.

O fenômeno passou a ser curiosidade prioritária da ciência à medida que ia se repetindo. Mil teorias foram escritas, livros e mais livros foram vendidos. e o tempo foi passando. Ele queria saber a razão daquilo e, mais ainda, gostaria de abrir mão de tudo para ser apenas um jogador como fora até o dia daquele fatídico jogo. Mas não havia modo. Era ele chegar e a chuva começar. Até que sua vida foi ficando um deserto e isso literalmente, já que convenceram-no de que aquele seria o lugar mais adequado para que ele chovesse, ou vivesse, o que dava no mesmo. E o calor daquele deserto foi, apesar da chuva, se fazendo insuportável, até que ele acordou banhado em suor e engasgado com mais aquela derrota que seu time sofrera, com a virada do jogo que ao menos não tinha ouvido. E aquela derrota foi se materializando em algo que se lhe encravara na garganta e que lhe vinha em forma de um surto psicanalítico, que teimava em decifrar aquilo que ele não sabia bem se fora um sonho ou um pesadelo. Pesava-lhe então nos ombros tanto

quanto sufocava-o aquela verdade: ele que já fora alguém festejado por sua franqueza que soava, em princípio, como a chuva que faltava num campo árido, se via hoje num deserto pelo mesmo motivo. Como aquele jogador.

Leniro Alves(RJ setembro de 2010)

*Minha Última Prece para a tua Partida

(Homenagem ao professor Adilson Ventura, falecido em 04/10/2010)

Fico me perguntando quantas palavras cabem nessa hora de dizer adeus.

Adeus solitário, feito dessa saudade, chegada à pressa, para ficar, por muito tempo.

Adeus que se abre nessa espécie de velório, por onde desfilam as lembranças das nossas vivências, nossas batalhas feitas de idéias, nossas boêmias noites de canções alegres, como aquela no Luar de Prata, em Olinda,onde desmenti um céu cheio de estrelas e cantei, “estrela solitária essas horas da manhã”.

Por que será que me lembro agora dessa música?Foi quando a manhã esmoreceu,

no pino do meio dia, que teu coração destemido decidiu parar de bater.

Posso mesmo imaginar a tua valentia, a tua luta por ficar e por fim o sorriso vencido de te deixares ir, um pequeno desaforo guardado no fundo da garganta, um pontapé na próxima trilha do teu caminho. Estivesse aí, e cantaria em voz baixa o verso daquela canção de que mais gosto: “De pedra é o caminho, tão velho quanto o tempo; mais velho que a noite, que qualquer canção”...

E imaginaria uma espécie de janela, por onde contemplaria a tua partida, pensando que não houve tempo para uma outra longa conversa, não houve tempo para um último copo de vinho, não houve tempo para um daqueles teus sermões entremeados por esse teu sotaque de “manezin da ilha”, não houve tempo para assinarmos juntos mais um manifesto, uma moção de apoio, saudarmos uma lei conquistada à força do teu verbo,não houve tempo para mais uma vez, testemunharmos a tua luta de pequenos e grandes gestos,em favor da causa que abraçaste.

Tivesse eu tido tempo, e te diria quanto admirei a tua ousadia, a tua simplicidade, a tua coragem. Não houve tempo. Finda a manhã, na calma da ilha, teu coração decidiu-se pelo repouso eterno.

Sequer houve tempo para me emprestares o teu lenço e por isso deixo que o pranto flua, suave como as sílabas da canção, que canto, ao modo de prece, minha prece para a tua partida.

Joana Belarmino

OBS.: Nesta coluna, editamos "escritos"(prosa/verso) de companheiros cegos

(ex- alunos/alunos ou não) do IBC.

Para participar: mande o "escrito" de sua lavra para a redação (contraponto@.br)...

#16. BENGALA DE FOGO

O Cego versus o Imaginário Popular (coluna livre)

* Uma veneranda senhora e sua super muleta

Uma aposentada de 86 anos que encontrou um ladrão em sua cozinha o atacou com sua muleta e o manteve detido até a chegada da polícia, na Grã-Bretanha.

Gwyneth Davies, da cidade de Treharris, no País de Gales, deu quatro pancadas nas costas do homem com a muleta de metal, que ela usa desde que sofreu uma fratura

na bacia.

"Ele ficou inclinado sobre o mármore da cozinha, com o rosto sobre as mãos", disse ela à BBC. "Ele não sabia o que o havia atingido."

O homem de 26 anos está preso, sob acusação de roubo.

"Ele me viu e deve ter pensado que eu não era páreo para ele", afirmou Davies. "Mas eu estava com minha muleta e ela se transformou em uma arma muito útil."

"Ele tomou um susto e depois ficou fingindo que estava chorando - foi melhor do que ir ao cinema."

"Eu mandei ele se sentar em um banquinho e não sair dali", contou.

Davies então chamou a polícia.

"Quando eles chegaram, não acreditaram no que eu tinha feito. Os policiais ficavam me perguntando se estava tudo bem comigo, mas eu disse: 'Vocês estão perguntando

para a pessoa errada'."

Davies recentemente se recuperou de uma pneumonia dupla e de uma queda na qual fraturou algumas costelas e a bacia.

Durante a Segunda Guerra Mundial, ela trabalhou em uma fábrica de armamentos em Londres, onde se familiarizou com minas terrestres, fuzis e detonadores. Depois,

transferiu-se para uma empresa de munições no interior do País de Gales.

Ela está viúva há 20 anos.

Segundo Davies, foi o fato de ter crescido com seis irmãos homens que a deu coragem de enfrentar o ladrão.

"Eu gostava de colocar luvas de boxe e lutar com meus irmãos. Eu também jogava futebol e dardos", disse. "Eu praticamente não tenho medo de nada - sempre me virei

sozinha."

OBS.: Os fatos, por uma questão, meramente didática/pedagógica/cultural, foram tornados públicos... (Colunista titular: Duda Chapeleta)

PS.: se você tem histórias, causos, experiências próprias, do gênero, mande para nossa redação, sua privacidade será rigorosamente preservada.

#17. SAÚDE OCULAR

Colunista: HOB — Hospital Oftalmológico de Brasília ( atfdf@.br)

*Piora a visão de crianças em idade escolar após as férias de verão

Taipei, set/2010 (CNA) - Quase 90% das crianças em idade escolar que visitaram clínicas oftalmológicas recentemente em Taiwan foram diagnosticadas com uma piora na miopia devido ao esforço excessivo sofrido durante as férias de verão, segundo informou o oftalmologista taiwanês, Liao Chang-bin. Ele atribui a culpa à televisão e aos jogos de computador.

A maioria dos estudantes prefere atividades internas durante as férias de verão, o que tende a causar uma piora em quaisquer problemas oculares, disse o diretor da Clínica Shu-tien de Oftalmologia, em Taipei.

Um paciente de 12 anos de idade, que passou os dois últimos meses jogando videogames em casa, foi diagnosticado com um aumento de 3 graus em sua visão para perto, disse Liao.

Segundo uma pesquisa realizada pelo Ministério da Educação de Taiwan, em 2007, 45% de estudantes da escola elementar tinham problemas de miopia, um número que aumentou para 69% entre os estudantes do primeiro grau. O problema tem piorado nos últimos anos e Taiwan já figura nos levantamentos de mais altas taxas de miopia entre estudantes.

"Evitar olhar objetos muito próximos é fundamental para a prevenção da miopia", declarou oftalmologista.

É essencial que os olhos estejam relaxados ao olhar periodicamente objetos distantes, a uma distância de mais de seis metros e que os olhos descansem por cinco ou dez minutos depois de olhar para uma televisão ou tela de computador por 30 minutos, orientou.

Síndrome do computador - No Brasil, especialistas atestam que até 70% dos pacientes que procuram os consultórios oftalmológicos com queixas de desconforto ocular dentro do conjunto de sintomas que inclui cansaço visual, olho seco e visão turva, são portadores da síndrome do computador. É como se chama a falta de lubrificação do olho decorrente do não piscar o necessário. Essas pessoas invariavelmente passam mais de três horas diárias em frente ao computador.

Há problemas que surgiram em consequência do comportamento e dos processos que vivenciamos atualmente. Há menos de 20 anos, não tínhamos esse diagnóstico, diz o oftalmologista Canrobert Oliveira, especializado em cirurgia refrativa e diretor do Hospital Oftalmológico de Brasília (HOB).

Fadiga - A síndrome do computador não é a única disfunção decorrente do modo como vivemos. A fadiga ocular está cada vez mais comum nos consultórios oftalmológicos, e decorre do esforço repetitivo de ler e escrever. Acomete cerca de 60% da população na melhor fase produtiva, de 18 a 45 anos de idade, segundo estudo realizado por uma indústria de lentes multinacional.

A síndrome do computador faz o seu portador queixar-se de cansaço visual, olho seco, visão turva e astenopia (dor e irritação) e, no consultório, não raro, é confundido e diagnosticado como presbiopia, erro refrativo ou hipermetropia latente, que devem ser descartados, alerta Canrobert.

A fadiga ocular leva o paciente a queixar-se de náuseas, cefaléia, enjôo, e redução da competência para a leitura. Seu aparecimento pode ser favorecido por alguns fatores como olhos com graus mal corrigidos, óculos vencidos, má iluminação no ambiente

de estudo, trabalho e lazer ou excesso de iluminação e de carga de exposição frente ao computador.

Dica - O ideal é seguir a risca uma receita simples e eficiente que acompanha a orientação do oftalmologista taiwanês. Segundo o médico brasileiro, para cada 50 minutos de atividade em frente ao computador, parar pelo menos três minutos, aproximar-se de uma janela e olhar para longe para que a musculatura intrínseca do olho (ciliar) descanse e exerça com mais disposição sua função fisiológica.

(Por Chen Li-ting e Maia Huang, com informações da ATF Comunicação)

Mais informações:

ATF Comunicação Empresarial

Assessoria de imprensa do HOB

Contato: Teresa Cristina Machado

Telefones: (61) 3225 1452 / 9983 9395

HOB

#18. CLASSIFICADOS CONTRAPONTO

COLUNA LIVRE:

* Curso de Espanhol pela Internet

Pra você, adulto ou criança que gosta e tem vontade de aprender o idioma espanhol, agora pode aprender a falar espanhol estando na sua casa ou nos institutos de cego, com o curso de espanhol pela internet, com professora da Argentina, seja simplesmente para aprender a falar ou para adquirir certificação internacional, esta é sua oportunidade.

Este curso tem como objetivo preparar o aluno para o diploma de espanhol como língua estrangeira, nos níveis básico, intermediário e avançado, englobando as quatro habilidades fundamentais do aprendizado de um idioma como língua estrangeira: a compreensão e a produção escrita, a compreensão auditiva e a pronunciação oral.

Para os alunos cegos, será ensinada também a grafia Braille da língua espanhola, incluindo o Braille contraído e seriado.

O curso contará com um conteúdo programático e material didático que serão entregues por e-mail, além de avaliações de nivelamento ao longo do curso. Além disto, serão utilizados filmes com audiodescrição em espanhol, músicas, rádio e televisão para trabalhos de compreensão auditiva.

É importante ressaltar que este curso não emite certificação, pois como nenhum diploma de cursinho de idiomas brasileiro tem valor internacional, é muito mais importante, darmos uma boa formação do aluno na língua espanhola, preparando-o para a realização do teste de proficiência internacional que lhe concederá o diploma de espanhol como língua estrangeira, que tem validade em qualquer parte do mundo.

Pretende-se que o aluno adquira as habilidades necessárias para cada nível da certificação internacional num prazo médio de um semestre, mas este tempo pode ser variável dependendo da dedicação de cada aluno.

O aluno poderá optar por fazer aulas em grupo, duas vezes por semana, com duração de uma hora por dia, com a mensalidade no valor de R$ 50,00, ou aulas individuais para aprendizado acelerado, por R$ 20,00 a hora aula.

As aulas do curso serão ministradas por professora argentina, que possui o espanhol como língua nativa, o que possibilita ao aluno ter um contato real com o idioma em tempo integral, pois as aulas serão ministradas completamente em espanhol, baseando-se nas regras do espanhol neutro, mas ensinando suas distintas variantes e modismos da língua falada colocando o aluno em contato com pessoas de distintos países de língua

espanhola.

Aproveitem a oportunidade de poder aprender com quem só sabe falar o próprio idioma espanhol e pode inclusive ajudar a tirar dúvidas idiomáticas a quem estude espanhol em

escolas, cursinhos ou faculdades, além de poder entrar em contato com gente de muitos países de língua espanhola e até mesmo fazer intercâmbio de até 3 meses fora do Brasil.

Para mais informações e inscrições escreva um e-mail para

cursos@.br#

* Teamspeak, o batepapo por voz para cegos pela internet

Desde 2007, existe um batepapo de voz para cegos pela internet, através do programa Teamspeak, que possibilita o encontro dos cegos de todo o Brasil e dos países de língua espanhola da América Latina, onde é possível trocar experiências e aprender muito com a troca de informações das distintas regiões, além de conhecer novos amigos, novos lugares, e até mesmo novos idiomas. Um espaço perfeito para os alunos dos

institutos de cegos de diversos lugares do Brasil se encontrarem, e por ser de operação muito simples, pressionando apenas uma tecla quando for falar, possibilita até mesmo que pessoas que não saibam informática possam conversar, e assim sentirem-se mais motivadas no estudo da informática, a partir do momento que podem transmitir e receber novos conhecimentos, e melhor, de forma completamente gratuita e sem ter que

gastar telefone, pois utiliza a conexão via internet. O bate-papo permite a criação de salas privativas ou então existe também as salas públicas, e é possível passear entre as salas. No bate-papo também são realizados cursos de informática, curso de inglês, espanhol, alemão, além da realização de grupos de estudos para concursos públicos entre os deficientes visuais, e também se encontram para organizar corridas de

carro pelo jogo top speed, dentre outros jogos.

Para conhecer mais informações e instalar o programa teamspeak para participar do bate-papo de voz, visite

.br e entre no link chat por voz.

#

Wagner Maia

* Super Exame ao alcance

Planos de saúde contratados a partir de 1999 passaram a cobrir, desde junho, o PET-CT, um dos exames mais precisos — e caros — no diagnóstico do câncer. Uma única avaliação chega a custar 5000 reais

As vantagens do exame: a tecnologia combina a tomografia por emissão de pósitrons (PET, na sigla em inglês) com a tomografia computadorizada. Com isso, o médico consegue avaliar a extensão de um tumor e o efeito do tratamento”, explica o oncologista Paulo Hoff, do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.

Quem pode usufruir do benefício: por determinação da Agência Nacional de Saúde (ANS), por enquanto, os planos de saúde são obrigados a cobrir o exame apenas de pacientes com câncer de pulmão ou linfoma

Onde ele é feito gratuitamente: o PET-CT já é realizado sem custos em pacientes do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp) e do Instituto Nacional de Câncer (Inca), no Rio de Janeiro.

A doença e a dívida

O financiamento de um imóvel pode ser quitado integralmente se, no meio do caminho, uma doença como a de Parkinson ou complicações decorrentes do diabetes, por exemplo, deixarem o contratante inválido para exercer uma atividade profissional. A quitação da dívida é garantida por um seguro obrigatório feito na assinatura do contrato.

O pedido: a comprovação da invalidez pode ser feita por meio de laudos, exames e perícia médica. Se o contratante se aposentar por esse motivo, a própria carta de concessão serve como prova.

Situações em que ele é aceito: a quitação só se refere à parte feita pelo inválido. Se o imóvel for de propriedade de um casal, por exemplo, a outra metade da dívida permanecerá. No caso de doença preexistente, como um câncer aparentemente curado, mas que volta durante a vigência do contrato, a quitação é questionável — e o caso costuma ser decidido judicialmente.

O leite é caro...mas pode ser pago pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Estima-se que entre 7% e 9% das crianças com até 3 anos tenham alergia ao leite de vaca. A substituição é custosa: uma única lata do similar, suficiente para três dias, fica entre 110 e 400 reais.

Como é o leite especial: uma fórmula à base de aminoácidos ou de proteína hidrolisada, com os principais nutrientes do leite. Quebradas, as moléculas são digeridas mais facilmente pela criança.

Como obtê-lo gratuitamente: com o diagnóstico e um relatório médico em mãos, pais de crianças alérgicas com até 2 anos podem solicitar o alimento pelo SUS.

Fontes consultadas: a pediatra Neusa Wandalsen, da Faculdade de Medicina do ABC, e as empresas Auto-escola Javoratti e Névia Isenções.

Com reportagem de Gabriella Sandoval

* Ambulância Solidária

Confirmei essa notícia e acrescento o telefone para contato que foi informado pelo quartel do Corpo de Bombeiros:

0800 285 0192

Gostaria que esse e mail fosse repassado . Descobri esse serviço que é gratuito, basta apenas ligar e fazer o cadastro do paciente que precisa fazer hemodiálise , quimioterapia e radioterapia.

A ambulância pega o paciente em casa, leva até o hospital para o tratamento e retorna para casa.

O telefone é do quartel de Bombeiros do Maracanã - (21) 2334 - 2234.

Vamos repassar para que as pessoas que precisam possam utilizar este serviço.

* Curso

Olá pessoal, Gostaria de compartilhar com vocês esta iniciativa, assim como gostaria da ajuda de vocês para divulgá-la, sobretudo em ambientes educacionais (virtuais ou não).

Em 2011, ministrarei um curso de capacitação para professores, e as inscrições já estão abertas! Esta experiência será um fruto da pesquisa que eu tenho desenvolvido, e, por meio dela, eu pretendo contribuir com educadores que atuem na área da educação musical, e também, com aqueles que trabalham com Educação Inclusiva. Assim,

pretendo criar, com essa iniciativa, um espaço de formação importante!

Seguem os dados, bem como divulgação em anexo.

Abraços,

Fabi.

CURSO

Leitura e escrita musical em Braille: Capacitação para professores

Dra. Fabiana Fator Gouvêa Bonilha

Fabiana Bonilha: Doutora e Mestre em Musica pelo Programa de Pós-Graduação do Instituto de Artes pelo Programa de Pós-Graduação do Instituto de Artes da Unicamp (pesquisa financiada pela FAPESP). Pesquisadora na Área do Ensino e Aprendizagem da Musicografia Braille. Graduada em Piano Erudito(Bacharelado) pela Unicamp, e em Psicologia (Bacharelado e Licenciatura) pela Puccamp.

Abertura em 18/01/2011 - 15:00 Hs

Inscrições até 10/12/2010

Oficina Musical e Recital de Piano

Curso-1º Semestre de 2011(Vagas Limitadas)

Espaço Mousikêarte

Informações:

(19) 3242.7343

PS. Anuncie aqui: materiais, equipamentos, prestação de serviços...

Para isto, contacte a redação...

#19. FALE COM O CONTRAPONTO

CARTAS DOS LEITORES:

De: "Wilian de Bem - PU5ASW"

Olá pessoal, boa tarde!

É com grande tristeza que informamos o falecimento do professor Adilson Ventura, idealizador da Associação Catarinense para Integração do Cego e responsável por

muitas conquistas no movimento brasileiro das pessoas com deficiência. Será velado no auditório de nossa associação.

Um homem que desafia e que aceita desafios Esta sempre foi, com certeza, a característica da trajetória do profissional Adilson Ventura.

Sua vida, marcada pela superação de obstáculos, buscava continuamente conquistar a cidadania integral das pessoas com deficiência visual.

Seu trabalho sempre foi pautado pela palavra "acreditar": acreditar em si e nos seus pares, valorizar as pessoas que, como ele, não tinham medo de sonhar. Cedo, deu-se conta de que um sonho que se sonha sozinho, é apenas um sonho, mas um sonho que se sonha junto, é algo que pode tornar-se realidade.

Tudo começou quando teve seu primeiro emprego: operário em uma fábrica de bordados. E, a partir daí, foi tecendo os fios que fariam dele, não um cidadão brasileiro,

mas um cidadão do mundo, pois sua história passa pela transformação nas vidas de deficientes visuais de diversos países.

Podemos compará-lo, no que diz respeito aos seus vôos profissionais com a águia: pássaro ousado, que voa alto, buscando as montanhas mais difíceis. Foi assim, num

desses seus constantes momentos de águia, que surgiu a Associação Catarinense para Integração do Cego, a qual para estar no estágio em que encontra-se atualmente,

percorreu caminhos bastante tortuosos.

Segundo Vygotski, " a palavra vence a cegueira". Esta foi, certamente, a maior arma do profissional Adilson: a palavra. Através de seus argumentos, de sua vivacidade

e poder de convencimento, mediou a mudança na vida de uma grande parcela das pessoas com deficiência visual.

Uma longa jornada foi trilhada, mas ele deixou-nos com a missão de continuar sua luta. Com certeza, grandes desafios serão lançados para nós, seus aprendizes. Mas ele deu-nos uma lição durante toda a sua trajetória de mestre:

A de que o movimento de mudança na vida das pessoas deficientes visuais dos vários cantos deste planeta vai ser sempre constante, de que a marcha precisa continuar,

pois a história, da qual foi grande protagonista, não pode mais recuar!.

É isso, professor Adilson, que o senhor continue dando-nos sua força para que possamos continuar a levar em frente seus sonhos!

Wilian de Bem

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A equipe do Contraponto registra seu pesar pela partida deste companheiro, que teve sua vida marcada pelo empenho em prol do segmento...

Valdenito de Souza

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* Cadastro de Leitores: Se você deseja ser um leitor assíduo de nosso jornal, envie uma mensagem (solicitando inscrição no cadastro de leitores), para:

contraponto@.br

* Todas as edições do Contraponto, estão disponibilizadas, no site da Associação dos

Ex-alunos do IBC

(.br), -- entre no link " contraponto"

* Participe (com criticas e sugestões), ajudem-nos aprimorá-lo, para que, se transforme realmente num canal consistente do nosso segmento.

* Venha fazer parte da nossa entidade:

ASSOCIAÇÃO DOS EX-ALUNOS DO INSTITUTO BENJAMIN CONSTANT (existem vários desafios esperando por todos nós).

Lutamos pela difusão e socialização ampliada de atividades, eventos e ações voltadas para Defesa dos Direitos dos Deficientes Visuais.

*Conheça a rádio Contraponto(.br) uma web-rádio criada e dirigida por

ex-alunos do Instituto Benjamin Constant.

* Solicitamos a difusão deste material na Internet: pode vir a ser útil para pessoas que você sequer conhece...

*Redator Chefe:

Valdenito de Souza, o nacionalista místico

Rio de Janeiro/RJ

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