Projeto Acelera - Língua Portuguesa



?Projeto Acelera 9? ANO 2? bimestreLINGUAGEM: é um processo comunicativo pelo qual as pessoas interagem entre si.?INTERLOCUTORES: s?o as pessoas que participam do processo de intera??o que se dá por maio da linguagem.?LINGUA: é um conjunto de sinais (palavras) e de leis combinatórias por meio do qual as pessoas de uma comunidade se comunicam e interagem.?CODIGO: é um conjunto de sinais e regras utilizados por uma comunidade.?ONOMATOP?IAS: s?o palavras ou express?es que imitam sons e ruídos.?VARIEDADES LINGU?STICAS: s?o as varia??es que uma língua apresenta em raz?o das condi??es sociais, culturais e regionais nas quais é utilizada.?ENUNCIADO: é tudo o que o locutor enuncia, isto é, tudo o que ele diz ao locutário numa determinada situa??o.?TEXTO: é um enunciado ou um conjunto de enunciados, verbais, que apresenta unidade de sentido.?DISCURSO: é o processo comunicativo capaz de construir sentido. Além dos enunciados, envolve também os elementos do contexto (quem s?o os interlocutores, que imagem um tem do outro, em que momento e lugar ocorre a intera??o, com que finalidade, etc.).?INTENCIONALIDADE??DISCURSIVA: s?o??as inten??es, implícitas, exigentes no discurso.?G?NEROS DO DISCURSO: s?o textos que circulam em determinadas esferas de atividades humanas e que, com pequenas varia??es, apresentam tema, estrutura e linguagem semelhantes.?Conhecer os?verbos de comando?é fundamental para que você possa interpretar de maneira adequada às quest?es propostas a partir dos enunciados. Estes s?o alguns. Estude-os atentamente e em caso de dúvidas, recorra à professora durante as aulas.Afirmar: Apresentar, declarar os pontos principais de um assunto.Aplicar: Empregar o conhecimento em situa??es específicas e concretasApontar: Indicar, mostrar.Citar: Apontar, mencionar como entar: Comentário é a descri??o dos elementos e dimens?es constitutivas de fen?menos, idéias ou textos. Nele, revelam-se aspectos positivos/??????negativos, com base em algum juíso de valor. Um comentário ganha consistência quando tenta esclarecer pormenores que muitas vezes passam despercebidos. Para aprimorar os comentários é importante desenvolver o sentido de fidelidade ao observado e à logicidade interna, dimens?es que lhe d?o consistência.Conceituar: Definir com suas palavras.Confrontar: p?r frente, comparar.Contradizer: Contestar, ir contra, dizer o contrário.Dissertar: Expor determinado assunto com argumenta??o própria.Deduzir (Inferir): Tirar conclus?es, raciocinar a partir da análise de dados fornecidos.Endossar: Argumentar favoravelmente.Expor: Narrar, explicar.Refutar: Argumentar contrariamente.Relatar: Mencionar, descrever.Resolver: Efetuar, dar solu??oQUEST?ES OBJETIVASLeia o texto 01 e fa?a as quest?es 1, 2 e 3.TEXTO 01Conversinha Mineira-- ? bom mesmo o cafezinho daqui, meu amigo? -- Sei dizer n?o senhor: n?o tomo café. -- Você é dono do café, n?o sabe dizer? -- Ninguém tem reclamado dele n?o senhor. -- Ent?o me dá café com leite, p?o e manteiga. -- Café com leite só se for sem leite. -- N?o tem leite? -- Hoje, n?o senhor. -- Por que hoje n?o? -- Porque hoje o leiteiro n?o veio. -- Ontem ele veio? -- Ontem n?o. -- Quando é que ele vem? -- Tem dia certo n?o senhor. ?s vezes vem, às vezes, n?o vem. Só que no dia que devia vir em geral n?o vem. -- Mas ali fora está escrito "Leiteria"! -- Ah, isso está, sim senhor.-- Quando é que tem leite? -- Quando o leiteiro vem. -- Tem ali um sujeito comendo coalhada. ? feita de quê? -- O quê: coalhada? Ent?o o senhor n?o sabe de que é feita a coalhada? -- Está bem, você ganhou. Me traz um café com leite sem leite. Escuta uma coisa: como é que vai indo a política aqui na sua cidade? -- Sei dizer n?o senhor: eu n?o sou daqui. -- E há quanto tempo o senhor mora aqui? -- Vai para uns quinze anos. Isto é, n?o posso agarantir com certeza: um pouco mais, um pouco menos. -- Já dava para saber como vai indo a situa??o, n?o acha? -- Ah, o senhor fala da situa??o? Dizem que vai bem. -- Para que Partido? -- Para todos os Partidos, parece. -- Eu gostaria de saber quem é que vai ganhar a elei??o aqui. -- Eu também gostaria. Uns falam que é um, outros falam que outro. Nessa mexida... -- E o Prefeito? -- Que é que tem o Prefeito? -- Que tal o Prefeito daqui? -- O Prefeito? ? tal e qual eles falam dele. -- Que é que falam dele? -- Dele? Uai, esse trem todo que falam de tudo quanto é Prefeito. -- Você, certamente, já tem candidato. -- Quem, eu? Estou esperando as plataformas. -- Mas tem ali o retrato de um candidato dependurado na parede, que história é essa? -- Aonde, ali? Uê, gente: penduraram isso aí... Texto extraído do livro A Mulher do Vizinho, Editora Sabiá - Rio de Janeiro, 1962, pág. 144.QUEST?O 01 (Descritor: perceber que o grau de informatividade de um texto pode estar relacionado a fatores extralingüísticos como conhecimentos prévios do leitor e o contexto da intera??o comunicativa.)Assunto: Intencionalidade e estrutura textualApós a leitura do texto Conversinha Mineira, pode-se afirmar que o autor tra?a um perfil do mineiro. Assinale a alternativa que determina qual seria esse perfil. O mineiro é a) um sujeito astucioso, prefere n?o dizer algo que o comprometa ou que possa ser interpretado como uma tomada de posi??o. b) cara folgado, indolente, evitando a todo custo tomar uma posi??o, pois isso pode lhe dar trabalho e vir a interromper o seu sossego. c) homem ingênuo, de boa fé, facilmente enganado pelos fregueses espertalh?es e políticos ladinos, pois fala muito e adora uma fofoca.d) cara pacato, pacífico, que desencoraja qualquer inten??o de briga ou discuss?o, pois n?o permite que lhe fa?am qualquer pergunta.QUEST?O 02 (Descritor: identificar elementos extralingüísticos utilizados para a compreens?o global de textos diversos.)Assunto: Texto e informatividadePode-se AFIRMAR que o dono da leiteria se encaixa perfeitamente na express?o “como bom mineiro que é...”, pois respondeu a quase todas as perguntas de modo provocante. desonesto.objetivo.evasivo.QUEST?O 03 (Descritor: identificar as varia??es dialetais na literatura típica de uma determinada regi?o, com especial aten??o aos recursos de vocabulário utilizados no texto.)Assunto: Varia??o lingüística.Em rela??o à linguagem do texto, podemos afirmar que a diferen?a de linguagem entre os interlocutores se dá por serem de diferentes países.a linguagem do dono da leiteria denuncia sua ignor?ncia e sua falta de estudo.a diferen?a de linguagem entre os interlocutores n?o os impede de estabelecer um diálogo.a linguagem de ambos é inadequada para a situa??o em que se encontram. Leia o texto 2 e fa?a as quest?es 4, 5, 6 e 7.TEXTO 02Nós, os brasileiros Uma editora européia me pede que traduza poemas de autores estrangeiros sobre o Brasil. Como sempre, eles falam da floresta Amaz?nica, uma floresta muito pouco real, aliás. Um bosque poético, com “mulheres de corpos alvíssimos espreitando entre os troncos das árvores, [...]”. N?o faltam flores azuis, rios cristalinos e tigres mágicos. Traduzo os poemas por dever de ofício, mas com uma secreta - e nunca realizada - vontade de inserir ali um gr?ozinho de realidade. Nas minhas idas (nem tantas) ao exterior, onde convivi, sobretudo, com escritores ou professores e estudantes universitários - portanto, gente razoavelmente culta - eu fui invariavelmente surpreendida com a profunda ignor?ncia a respeito de quem, como e o que somos. - A senhora é brasileira? Comentaram espantados alunos de uma universidade americana famosa. - Mas a senhora é loira! Depois de ler, num congresso de escritores em Amsterd?, um trecho de um dos meus romances traduzido em inglês, ouvi de um senhor elegante, dono de um antiquário famoso, que segurou comovido minhas duas m?os: - Que maravilha! Nunca imaginei que no Brasil houvesse pessoas cultas! Pior ainda, no Canadá alguém exclamou incrédulo: Escritora brasileira? Ué, mas no Brasil existem editoras? A culmin?ncia foi a observa??o de uma crítica berlinense, num artigo sobre um romance meu editado por lá, acrescentando, a alguns elogios, a grave restri??o: “porém n?o parece um livro brasileiro, pois n?o fala nem de plantas nem de índios nem de bichos”. Diante dos três poemas sobre o Brasil, esquisitos para qualquer brasileiro, pensei mais uma vez que esse desconhecimento n?o se deve apenas à natural (ou inatural) aliena??o estrangeira quanto ao geograficamente fora de seus interesses, mas também a culpa é nossa. Pois o que mais exportamos de nós é o exótico e o folclórico. Em uma feira do livro de Frankfurt, no espa?o brasileiro, o que se via eram livros (n?o muito bem arrumados), muita caipirinha na mesa, e televis?es mostrando carnaval, futebol, praia e mato. E eu, mulher essencialmente urbana, escritora das geografias interiores de meus personagens eróticos, me senti t?o deslocada quanto um macaco em uma loja de cristais. Mesmo que tentasse explicar, ninguém acreditaria que eu era t?o brasileira quanto qualquer negra de origem africana vendendo acarajé nas ruas de Salvador. Porque o Brasil é tudo isso. E nem a cor de meu cabelo e olhos, nem meu sobrenome, nem os livros que li na inf?ncia, nem o idioma que falei naquele tempo além do português, me fazem menos nascida e vivida nesta terra de t?o surpreendentes misturas: imensa, desaproveitada, instigante e (por que ter medo da palavra?) maravilhosa. (LUFT, Lya. Pensar e transgredir. Rio de Janeiro: Record, 2005, p.49-51.) QUEST?O 04 (Descritor: perceber que o grau de informatividade de um texto pode estar relacionado a fatores extralingüísticos como conhecimentos prévios do leitor e o contexto da intera??o comunicativa.)Assunto: Intencionalidade e estrutura textual Assinale a alternativa em que a palavra em destaque está INCORRETAMENTE interpretada. “A culmin?ncia foi a observa??o de uma crítica berlinense (...)”. (AUGE) “Pois o que mais exportamos de nós é o exótico e o folclórico.” (PRIMITIVO) “... mulheres de corpos alvíssimos espreitando entre os troncos das árvores (...)” (OCULTANDO-SE)“(...) esse desconhecimento n?o se deve apenas à natural (ou inatural) aliena??o estrangeira (...)” (?XTASE) QUEST?O 05 (Descritor: estabelecer rela??o entre o fluxo informacional de um texto e as finalidades comunicativas a partir das quais foi construído.)Assunto: Texto e informatividade.Assinale a alternativa que confirma a alega??o da autora: a imagem do Brasil, exótico e folclórico, é exportada pelos próprios brasileiros.“- A senhora é brasileira? (...) Mas a senhora é loira!” “- Escritora brasileira? Ué, mas no Brasil existem editoras?”“Que maravilha! Nunca imaginei que no Brasil houvesse pessoas cultas!” “(...) muita caipirinha na mesa, e televis?es mostrando carnaval, futebol, praia e mato.” QUEST?O 06 (Descritor: identificar as circunst?ncias expressas pelos advérbios assim como pelas ora??es adverbiais correspondentes.)Assunto: Advérbio, adjunto adverbial e ora??o subordinada adverbial. Qual das classifica??es abaixo N?O corresponde ao advérbio destacado?“(...) uma floresta muito pouco real (...)” - intensidade“E, eu, mulher essencialmente urbana (...)” - modo “(...) e nunca realizada (...)” - conseqüência“(...) n?o muito bem arrumados (...)” - nega??o QUEST?O 07 (Descritor: identificar as estruturas sintáticas caracterizadoras das ora??es adverbiais condicionais, causais, conformativas, concessivas, comparativas, consecutivas, temporais, proporcionais, finais.)Assunto: Ora??es adverbiais: condicionais, causais, conformativas, concessivas, comparativas, consecutivas, temporais, proporcionais, finais.A rela??o de idéias expressa nas ora??es foi estabelecida de forma CORRETA em “(...) me senti t?o deslocada quanto um macaco em uma loja de cristais.” (CONSEQ??NCIA) “Mesmo que tentasse explicar, ninguém acreditaria que eu era t?o brasileira (...)” (CONCESS?O) “(...) n?o parece um livro brasileiro, pois n?o fala nem de plantas nem de índios nem de bichos”. (COMPARA??O) “Traduzo os poemas por dever do ofício, mas com uma secreta (...) vontade de inserir ali um gr?ozinho de realidade.” (CAUSA) TEXTO 03Eu nada entendoEu nada entendo da quest?o social. Eu fa?o parte dela, simplesmente... E sei apenas do meu próprio mal, Que n?o é bem o mal de toda gente, Nem é deste Planeta... Por sinal Que o mundo se lhe mostra indiferente! E o meu Anjo da Guarda, ele somente, ? quem lê os meus versos afinal... Entre os Loucos, os Mortos e as Crian?as, ? lá que eu canto, numa eterna ronda, Nossos comuns desejos e esperan?as! (QUINTANA, Mário. Antologia Poética. 1977. S?o Paulo.) QUEST?O 08 (Descritor: fazer inferências a partir de símbolos, ilustra??es, jogos de palavras e imagens metafóricas.)Assunto: O texto poético.No último verso da 1? estrofe, a palavra bem poderia ser substituída, sem prejuízo do sentido, por que n?o é proveitoso o mal de toda gente.que n?o é exatamente o mal de toda gente. que n?o é correto o mal de toda gente.que n?o é suficiente o mal de toda gente. Leia o texto 4 e fa?a as quest?es 9 e 10.TEXTO 04De gramática e de linguagem E havia uma gramática que dizia assim: “substantivo (concreto) é tudo quanto indica Pessoa, animal ou cousa: Jo?o, sabiá, caneta” Eu gosto é das cousas. As cousas sim!... As pessoas atrapalham. Est?o em toda parte. Multiplicam-se em excesso. As cousas s?o quietas. Bastam-se. N?o se metem com ninguém. Uma pedra. Um armário. Um ovo. (Ovo, nem sempre,Ovo pode estar choco: é inquietante...) As cousas vivem metidas com as suas cousas. E n?o exigem nada. Apenas que n?o as tirem do lugar onde est?o. E Jo?o pode neste mesmo instante vir bater à nossa porta. Para quê? N?o importa: Jo?o vem! E há de estar triste ou alegre, reticente ou falastr?o, Amigo ou adverso... Jo?o só será definitivo Quando esticar a canela. Morre, Jo?o... Mas o bom, mesmo, s?o os adjetivos, Os puros adjetivos isentos de qualquer objeto. Verde. Macio. ?spero. Rente. Escuro. Luminoso. Sonoro. Lento. Eu sonho Com uma linguagem composta unicamente de adjetivos Como decerto é a linguagem das plantas e dos animais. Ainda mais: Eu sonho com um poema Cujas palavras sumarentas escorram Como a polpa de um fruto maduro em tua boca. Um poema que te mate de amor Antes mesmo que tu lhes saibas o misterioso sentido: Basta provares o seu gosto... Mário Quintana. Poesias completas. 1989. S?o Paulo. QUEST?O 09 (Descritor: estabelecer rela??es, em texto poético, entre forma - verso, estrofe, explora??o gráfica do espa?o etc.- ou recursos lingüísticos expressivos, e temas - lirismo amoroso, descri??o de objeto ou cena, retrato do cotidiano, narrativa dramática etc.)Assunto: Linguagem literária “Mas o bom, mesmo, s?o os adjetivos, Os puros adjetivos isentos de qualquer objeto. Verde. Macio. ?spero. Rente. Escuro. Luminoso. Sonoro. Lento. Eu sonho (...) “No trecho acima, se tivesse que respeitar a regra de pontua??o, Quintana deveria ter separado os adjetivos por vírgula, visto estar enumerando palavras da mesma classe gramatical. Entretanto, o poeta separa-as com um ponto final. Assinale a alternativa que JUSTIFICA a escolha do autor por essa pontua??o. O autor usou a pontua??o para indicar uma longa pausa entre cada um dos termos.A pontua??o referida é exemplo de licen?a poética, pois o autor tem liberdade de utilizar de qualquer recurso.A pontua??o escolhida refor?a a idéia de que o poeta gosta dos adjetivos isolados, isentos de qualquer objeto.O autor optou por essa pontua??o, para chamar a aten??o do leitor em rela??o à adjetiva??o excessiva. QUEST?O 10 (Descritor: fazer inferências a partir de símbolos, ilustra??es, jogos de palavras e imagens metafóricas.)Assunto: Linguagem literáriaNesse poema, Quintana declara preferir as cousas aos homens. Assinale a afirmativa que N?O justifica essa preferência do poeta. “Esses vivem em eterna demanda.”“N?o se metem com ninguém.”“Multiplicam-se em excesso.”“Est?o em toda parte.”TEXTO 05PoéticaEstou farto do lirismo comedido Do lirismo bem comportado Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente protocolo e manifesta??es (de apre?o ao sr. Diretor.)(...) Estou farto do lirismo* namorador Político Raquítico Sifilítico (BANDEIRA, Manuel. Poesia Completa e Prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1993). *Lirismo é o "fazer poesia". QUEST?O 11 (Descritor: identificar recursos prosódicos freqüentes em texto poético.)Assunto: Elementos prosódicos do texto poéticoSobre o poema Poética, assinale a alternativa CORRETA. O lirismo caracterizado no 3? verso da 1? estrofe é o oposto do lirismo comedido do 1? verso da 1? estrofe. Na 2? estrofe, o eu lírico repudia o envolvimento amoroso, em qualquer que seja sua manifesta??o. Do 2? ao 4? verso, 2? estrofe, as express?es que caracterizam o lirismo pertencem a campos sem?nticos diferentes. A palavra lirismo tem fun??o metalingüística, isto é, revela que o assunto do poema é o próprio fazer poético. Leia o texto 06 e fa?a as quest?es 12 e 13.TEXTO 06Bruta flor do querer Quando era menino, o pintor mexicano Diego Rivera entrou numa loja, numa daquelas antigas lojas cheias de mágicas e surpresas, um lugar encantado para qualquer crian?a. Parado diante do balc?o e tendo na m?o apenas alguns centavos, ele examinou todo o universo contido na loja e come?ou a gritar, desesperado: “O que é que eu quero???”. Quem nos conta isso é Frida Kahlo, sua companheira por mais de 20 anos. Ela escreveu que a indecis?o de Diego Rivera o acompanhou a vida toda. Ao ler isso, me perguntei: quem de nós sabe exatamente o que quer? A gente sabe o que n?o quer: n?o queremos monotonia, n?o queremos nos endividar, n?o queremos perder tempo com pessoas mesquinhas, n?o queremos passar em branco pela vida. Mas a pergunta inicial continua sem resposta: o que a gente quer? O que iremos escolher entre tantas coisas interessantes que nos oferece esta loja chamada Futuro? Sério, a loja em que o pequeno Diego entrou chamava-se, ironicamente, Futuro. “O que é que você quer?” Múltiplas alternativas. Medicina. Arquitetura. Música. Homeopatia. Casar. Ficar solteiro. Escrever um livro. Fazer nada o dia inteiro. Ter dois filhos. Ter nenhum. Cruzar o Brasil de carro. Entrar para a política. Tempo para ler todos os livros do mundo. Conhecer a Grécia. Morrer dormindo. N?o morrer. Aprender chinês. Aprender a tocar bateria. Desaprender tudo o que aprendeu errado. Acupuntura. Emagrecer. Ser famoso. Sumir. O que você quer? Morar na praia. Filmar um curta. Arrumar os dentes. Abrir uma pousada. Recuperar a amizade com seu pai. Trocar de carro. Meditar. Aprender a cozinhar. Largar o cigarro. Nunca mais sofrer por amor. Nunca mais. O que você quer? Viver mais calmo. Acelerar. Trancar a Faculdade. Cursar uma Faculdade. Alta na terapia. Melhorar o humor. Um tênis novo. Engenharia Mec?nica. Engenharia Química. Um mundo justo. Cortar o cabelo. Alegrias. Chorar. Abra a m?o, menino, deixe eu ver quantos centavos você tem aí. Olha, por esse pre?o, só uma caixinha vazia, você vai ter que imaginar o que tem dentro. Serve. MEDEIROS, Marta. Montanha russa. Porto Alegre: LPM, 2003. p.199-200.QUEST?O 12 (Descritor: estabelecer rela??o entre o fluxo informacional de um texto e as finalidades comunicativas a partir das quais foi construído.)Assunto: Intencionalidade e estrutura textual Assinale a alternativa que contém a idéia expressa pelo título do texto “Bruta flor do querer”. “Abra a m?o, menino, deixe eu ver quantos centavos você tem aí”. “Ao ler isso, me perguntei: quem de nós sabe exatamente o que quer?” “... antigas lojas cheias de mágica e surpresas, um lugar encantado para qualquer crian?a.” “Olha, por esse pre?o, só uma caixinha vazia, você vai ter que imaginar o que tem dentro.” QUEST?O 13 (Descritor: perceber que o grau de informatividade de um texto pode estar relacionado a fatores extralingüísticos como conhecimentos prévios do leitor e o contexto da intera??o comunicativa.)Assunto: Perfil de interlocutor pressupostoA express?o “O que é que você quer?”, denota a interlocu??o da autora do texto com o leitor. o susto da vendedora devido ao desespero de Rivera. o desinteresse da autora mediante os desejos humanos. a apreens?o da vendedora diante dos questionamentos dos clientes. Leia o texto 07 e fa?a as quest?es 14, 15 e 16.TEXTO 07A FLOR NO ASFALTOConhe?o esta estrada genocida, o come?o da Rio - Petrópolis. Duvido que se encontre um trecho rodoviário ou urbano mais assassino do que esse. S?o tantos os acidentes que já nem se abre inquérito. Quem atravessa a Avenida Brasil fora da passarela quer morrer. Se morre, ninguém liga. Aparece aquela velinha acesa, o corpo é coberto por uma folha de jornal e pronto. N?o se fala mais nisso. Teria sido o destino de dona Creusa, se n?o levasse nas entranhas a própria vida. Na pista que vem para o Rio, a 20 metros da passarela de pedestres, dona Creusa foi apanhada por uma Kombi. O motorista tentou parar e n?o conseguiu. Em seguida veio outro carro, um Apolo, e sobreveio o segundo atropelamento. A mesma vítima. Ferida, o ventre aberto pelas ferragens, deu-se aí o milagre. Dona Creusa estava grávida e morreu na hora. Mas no asfalto, expelida com a placenta, apareceu uma crian?a. Coberta a m?e com um plástico azul, um estudante pegou o bebê e o levou para o acostamento. Nunca tinha visto um parto na sua vida. Entre os curiosos, uma mulher amarrou o umbigo da recém-nascida. Uma menina. Por sorte, vinha vindo uma ambul?ncia. Depois de chorar no asfalto, o bebê foi levado para o hospital de Xerém. Dona Creusa, aos 44 anos, já era avó, m?e de vários filhos e viúva. Pobre, concentra??o humana de experiências e de dores, tinha pressa de viver. E era uma pilha carregada de vida. Quem devia estar ali era sua nora Marizete. Mas dona Creusa se ofereceu para ir ao seu lugar porque, grávida, n?o pagava a passagem. Com o dinheiro do ?nibus podia comprar sab?o. Levava uma bolsa preta, com um cora??o de cartolina vermelha. No cart?o estava escrito: quinta-feira. Foi o dia do atropelamento. Apolo é o símbolo da vitória sobre a violência. Diz o poeta Píndaro que é o deus que p?e no cora??o o amor da concórdia. No hospital, sete m?es disputaram o privilégio de dar de mamar ao bebê. A vida é forte. E bela, apolínea, apesar de tudo. Por que n?o? Otto Lara ResendeVocabulário Apolínea - relativo a Apolo; belo como esse deus grego. Genocida - crime contra a humanidade; extermínio de uma ra?a. QUEST?O 14 (Descritor: localizar características típicas de organiza??o da narrativa - conflito e desenlace, cenário, personagens, narrador, discurso direto e indireto - em textos.)Assunto: Cr?nicaLeia as afirmativas abaixo e coloque V para VERDADEIRO ou F para FALSO e em seguida assinale a alternativa que representa a seqüência CORRETA.() O texto de Otto Lara Resende descreve apenas mais um atropelamento na Rio - Petrópolis. () O autor afirma que n?o existe estrada mais assassina que a Rio – Petrópolis. () Quanto ao título, n?o haveria diferen?a quanto ao significado se trocássemos o artigo definido por um indefinido. () O cronista buscou transmitir uma notícia drástica de maneira suave ao criar este título: “A flor no asfalto”. ( ) VFVF b) ( ) VFVV c) ( ) FFVV d) ( ) FVVF QUEST?O 15 (Descritor: reconhecer os pronomes e seus mecanismos de articula??o.)Assunto: Progress?o textualSobre a cr?nica “A flor no asfalto” é CORRETO afirmar que o pronome “tudo”, na última linha, retoma a idéia central do texto.a palavra “tantos”, linha 2 do 1? parágrafo, funciona como adjetivo, pois especifica o vocábulo “acidentes”. o pronome “quem”, linha 2 do 1? parágrafo, refere-se a todos que já passaram pelo local. a palavra “nisso”, linha 4 do 1? parágrafo, resume todo o texto e se refere aos acidentes incomuns. QUEST?O 16 (Descritor: estabelecer rela??o entre o fluxo informacional de um texto e as finalidades comunicativas a partir das quais foi construído.)Assunto: Cr?nicaLeia as afirmativas abaixo e coloque (V) para VERDADEIRO ou (F) para FALSO e em seguida assinale a alternativa que representa a seqüência CORRETA.I. Na frase “Se morre, ninguém liga”, linha 3 do 1? parágrafo, o emprego do verbo “ligar” implica chamar ajuda. II. De acordo com o texto, o modo do tempo verbal que abre o 2? parágrafo - “Teria” - indica um fato ocorrido.III. A condi??o que evitou o esquecimento da morte de “dona Creusa” foi o fato dela estar grávida. IV. O vocábulo “ferida”, linha 3 do 2? parágrafo, foi usado como um recurso textual para evitar repeti??es. Os itens II e III s?o verdadeiros. Há três itens verdadeiros.( ) Somente os itens III e IV s?o corretas. ( ) Todos os itens s?o falsos. TEXTO 08 FURTO DE FLOR Furtei uma flor daquele jardim. O porteiro do edifício cochilava, e eu furtei a flor. Trouxe-a para casa e coloquei-a no copo com água. Logo senti que ela n?o estava feliz. O copo destina-se a beber e flor n?o é para ser bebida. Passei-a para o vaso e notei que ela me agradecia, revelando melhor sua delicada composi??o. Quantas novidades há numa flor se a contemplarmos bem. Sendo autor do furto, eu assumira a obriga??o de conservá-la. Renovei a água do vaso, mas a flor empalidecia. Temi por sua vida. N?o adiantava restituí-la ao jardim. Nem apelar para o médico de flores. Eu a furtara, eu a via morrer. Já murcha, e com a cor particular da morte, peguei-a docemente e fui depositá-la no jardim onde desabrochara. O porteiro estava atento e repreendeu-me: – Que idéia a sua, vir jogar lixo de sua casa neste jardim! Carlos Drummond de Andrade. Contos plausíveis. RJ, José Olympio, 1985. p. 80 QUEST?O 17 (Descritor: localizar características típicas de organiza??o da narrativa - conflito e desenlace, cenário, personagens, narrador, discurso direto e indireto - em textos.)Assunto: Conto Leia as afirmativas abaixo e coloque V para VERDADEIRO ou F para FALSO e em seguida assinale a alternativa que representa a seqüência CORRETA. () O texto Furto de Flor é predominantemente narrativo. () O autor ao longo do texto vai construindo um misto de narrativa e texto subjetivo. () O autor usou a 1? pessoa para, supostamente, aproximar-se do personagem da narrativa.() Apenas pela leitura do título do texto, pode-se afirmar que o texto é narrativo. ( ) VVFF ( ) VFFV ( ) VFVF ( ) FVFF QUEST?O 18 (Descritor: localizar características típicas de organiza??o da narrativa - conflito e desenlace, cenário, personagens, narrador, discurso direto e indireto - em textos.)Assunto: ContoLeia as afirmativas abaixo e coloque V para VERDADEIRO ou F para FALSO e em seguida assinale a alternativa que representa a seqüência CORRETA.() O autor parece supor que no copo a flor n?o estava satisfeita, pois ela poderia se sentir amedrontada, uma vez que corria o risco de ser bebida. () Ao longo do texto, o personagem vai gradativamente buscando manter a flor viva, mas n?o é feliz no seu intento, pois a retirou de seu habitat natural. () Segundo o texto de Drummond, a condi??o para haver novidade numa flor, sem agredi-la, é apenas admirá-la. ( ) Somente o item II é falso. ( ) Os itens II e III s?o falsos. ( ) Todos os itens s?o verdadeiros. ( ) Somente os itens II e III s?o verdadeiros. Leia o texto 09 e fa?a as quest?es 19 e 20.TEXTO 09Os jovens e os dilemas da sexualidadeAtualmente, os jovens est?o iniciando a vida sexual mais cedo. A sexualidade tem sido discutida de forma mais “aberta”, nos discursos pessoais, nos meios de comunica??o, na literatura e artes. Entretanto, essa aparente “liberdade sexual” n?o torna as pessoas mais “livres”, pois ainda há bastante repress?o e preconceito sobre o assunto. Além disso, as regras de como devemos nos comportar sexualmente prevalecem em todos os discursos, o que se torna uma quest?o velada de repress?o. O jovem do século XXI é visto como livre, bem informado, “antenado” com os acontecimentos, mas as pesquisas mostram que, quando o assunto é sexo, há muitas dúvidas e conflitos. Desde dúvidas específicas sobre quest?es biológicas, como as doen?as sexualmente transmissíveis, até conflitos sobre os valores e as atitudes que devem tomar em determinadas situa??es. Apesar de iniciarem a vida sexual mais cedo, os jovens n?o têm informa??es e orienta??es suficientes. A mídia, salvo exce??es, contribui para a desinforma??o sobre sexo e a deturpa??o de valores. A superbanaliza??o de assuntos relacionados à sexualidade e das rela??es afetivas gera dúvidas e atitudes precipitadas. Isso pode levar muitos jovens a se relacionarem de forma conflituosa com os outros e também com a própria sexualidade. Enfim, hoje existe uma aparente liberdade sexual. Ao mesmo tempo em que as pessoas s?o, em compara??o a anos anteriores, mais livres para fazer escolhas no campo afetivo e sexual, ainda há muita cobran?a por parte da sociedade. Essa cobran?a acaba sendo internalizada. Assim, as pessoas acabam assumindo comportamentos e valores adotados pela maioria.faac.unesp.br/pesquisa/nos/sexualidade, baseado nos estudos de Ana Cláudia Bertolozzi Maia. Texto adaptado.QUEST?O 19 (Descritor: perceber que o grau de informatividade de um texto pode estar relacionado a fatores extralingüísticos como conhecimentos prévios do leitor e o contexto da intera??o comunicativa.) Assunto: Texto e informatividadeNo texto, a autora afirma que há uma aparente liberdade sexual. Assinale a alternativa que CONFIRMA essa afirma??o.A maneira incisiva e proibitiva como a sociedade hoje, muito mais que em anos passados, tem agido no que diz respeito à sexualidade dos jovens.A nova postura dos jovens de hoje que têm mais liberdade em suas escolhas, porém as práticas sociais, de certa forma, influenciam de maneira repressiva seus valores.A banaliza??o da sexualidade, que faz com que os grupos sociais, nos dias de hoje, deixem de se importar com quest?es dessa natureza.O total descaso da sociedade em rela??o à vida sexual dos jovens, apesar dos perigos a que eles est?o expostos, como às doen?as sexualmente transmissíveis.QUEST?O 20 (Descritor: identificar as circunst?ncias expressas pelos advérbios assim como pelas ora??es adverbiais correspondentes.) Assunto: Conjun??es subordinativas adverbiais.Assinale a alternativa que mantém o mesmo sentido do conectivo da ora??o em destaque. “Apesar de iniciarem a vida sexual mais cedo, os jovens n?o têm informa??es e orienta??es suficientes.” Embora iniciem a vida sexual mais cedo, os jovens n?o têm informa??es e orienta??es o os jovens iniciam a vida sexual mais cedo, n?o têm informa??es e orienta??es suficientes.Tanto os jovens iniciam a vida sexual mais cedo, que n?o têm informa??es e orienta??es suficientes.Os jovens iniciam a vida sexual mais cedo, portanto n?o têm informa??es e orienta??es suficientes. ................
................

In order to avoid copyright disputes, this page is only a partial summary.

Google Online Preview   Download

To fulfill the demand for quickly locating and searching documents.

It is intelligent file search solution for home and business.

Literature Lottery

Related searches