LITORAL - APASFA



LITORAL

Leão apavora população de Paracuru

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[28 [pic]Novembro 22h54min]

Um leão de circo está solto na comunidade de Poço Doce, no município de

Paracuru, a 101 quilômetros de Fortaleza. O animal, do circo Fantástico, fugiu quando o carro que transportava sua jaula bateu em uma pedra. O leão já comeu um porco e os moradores estão com medo. A Polícia Militar, o Ibama e o Corpo de Bombeiros estão na área tentando capturar o animal.

Redação

PERIGO NA NOITE

Leoa foge de jaula

e é caçada na mata

de Paracuru

Até as 23 horas de ontem, continuava a caçada a uma leoa do Fantástico Circo Show. O animal conseguiu fugir, por volta das 11 horas, quando era transportada numa jaula de Paraipaba até Paracuru. O coordenador de Fauna do Ibama autorizou a execução da leoa, diante do risco da situação

Flávio Pinto

Enviado a Paracuru

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|[pic]|Policiais militares e moradores do povoado de Salgado usam armas de fogo |

| |para tentar capturar ou matar a leoa fugitiva (Foto: Thiago Gaspar) |

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[29 [pic]Novembro 01h19min]

Moradores do povoado de Salgado, distante sete quilômetros do Centro do município de Paracuru (a 101 km de Fortaleza), estão apavorados com uma leoa que escapou de uma gaiola de circo no final da manhã de ontem. O animal, de dois anos, que pesa 160 quilos e tem 1,10 metro de comprimento, matou um porco e assustou dois adolescentes que iam para a escola de bicicleta. Não chegou a ferí-los. O coordenador de Fauna do Ibama no Ceará, Francisco Brito, que acompanhou a caçada, determinou a execução da leoa, em virtude de se encontrar próxima à área urbana, onde os danos podem ser maiores. Até as 23 horas de ontem, o animal não havia sido localizado.

Três viaturas da Polícia Militar permaneceram na localidade durante a madrugada, acompanhadas de equipes do Ibama e do Corpo de Bombeiros. A leoa pertence ao Fantástico Circo Show, que depois de passar dois meses em Paraibapa, município vizinho, pretendia se instalar ontem em Paracuru. O gerente do circo, José Carlos Silva, 44, que dirigia o veículo que rebocava a gaiola da leoa, foi detido e poderá ser indiciado em inquérito policial pelo delegado Valdélio Nobre. ''Ele terá que comprovar a licença do Ibama. Do contrário, será responsabilizado pelos danos ou vítimas que o animal fizer'', disse o delegado.

José Carlos Silva prestou depoimento em Boletim de Ocorrência (BO), na delegacia de Paracuru. Disse que ''o animal é manso'' e por se encontrar desde novo recolhido a jaulas, ''não causará danos''. José Carlos identificou o proprietário do circo como Evenildo Vilar, que estaria em viagem para Fortaleza. ''Ele deverá apresentar a licença do animal'', afirmou o gerente.

A leoa era transportada solta numa gaiola rebocada por uma Veraneio dirigida por José Carlos. Por volta das 11 horas, devido a trepidação da estrada, duas tábuas do piso da gaiola cederam, o que facilitou a fuga do animal. A leoa entrou no matagal. José Carlos disse que imediatamente pediu ajuda à PM e ao Corpo de Bombeiros.

A caçada ao animal teve início logo em seguida. Doze homens do 3ª Companhia do 3º BPM (Paracuru), comandados pelo tenente Carlos César, iniciaram a perseguição ao animal dentro do mato. Por volta das 15 horas, os irmãos Marcelo, 15, e Maria Lima, 12, que se dirigiam para uma escola no povoado de Salgado, afirmram ter visto a leoa bebendo água debaixo de uma ponte. ''Estávamos de bicicleta e nos assustamos muito. Quando ela percebeu que estávamos próximos, consegui pedalar a bicicleta e me afastar'', disse Marcelo.

Com base na informação dos adolescentes, os policiais se dirigiram para o local indicado e depois de alguns minutos de procura, já próximo à casa dos adolescentes, encontraram um porco morto. O animal pertencia ao agricultor José Libório Braz Garcia, 42, pai de Marcelo e Maria.

Assustados, os moradores do povoado trancaram suas casas e recolheram animais domésticos e de criação. ''Esse local tem umas 20 famílias. Muitas crianças vão todo manhã pra escola. Também tem gente que nesta época do ano começa a preparar o roçado e as mulheres que vão apanhar água num açude aqui próximo'', contou José Libório.

Diante do perigo que o animal representa para a comunidade, os agricultores decidiram auxiliar a Polícia na caçada à leoa. Além de José Libório, seus irmãos Raimundo, Antônio e Francisco Braz Garcia, se armaram de espingarda socadeira, facão e foice para tentar capturar o animal.

Francisco Brito, do Ibama, esclareceu que de acordo com a lei 9.605 não se pode criar, manter, transportar ou expor animais selvagens sem a autorização ou licença do Ibama. Em agosto de 1999, um leão se soltou de um circo e matou uma criança, no município de Tianguá.

EDITORIAL

Ameaça nos circos

Fuga da leoa em Paracuru reabre debate sobre animais em espetáculos

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[01 [pic]Dezembro 21h07min]

A fuga de uma leoa no circo instalado no povoado de Salgado, no município de Maracanaú, o conseqüente pânico da população do município e a caçada à fera com destaque na mídia nacional vêm reativar a polêmica em torno da utilização de animais selvagens - domesticados ou não - em exibições para o público.

Acreditam os adversários dessa prática, principalmente as pessoas ligadas às entidades de proteção aos animais, que usar exemplares da fauna silvestre - nacional ou estrangeira - como diversão significa uma crueldade para os animais e um perigo para as pessoas. Há sempre a possibilidade de fuga ou reação contra domadores ou assistentes durante os espetáculos, principalmente quando se trata de leões, tigres e outras espécies consideradas ferozes.

O circo, derivado da palavra latina circu (círculo), sempre esteve no imaginário de todas as pessoas em diferentes países do mundo ao longo dos anos. Os palhaços, mágicos, trapezistas e outros artistas ainda encantam a mente das crianças em pleno 3º Milênio, apesar do surgimento dos videogames de última geração, da televisão a cabo e de outras diversões que oferecem maiores encantos ao público infantil.

Sua origem está no grande anfiteatro onde povos antigos se reuniam para jogos públicos. Há também primórdios sombrios: no coliseu romano, seres humanos eram jogados na arena para serem devorados por animais ferozes. Essas cenas de selvageria eram aplaudidas pelo público ávido de sensações. As poderosas elites romanas criaram até a expressão panen et circenses (pão e jogos de circo), utilizada, na época, para desviar a atenção do povo dos problemas cotidianos.

O cativeiro impõe sofrimento aos animais habituados com a liberdade e que são retirados à força do seu habitat: as florestas ou savanas da África e Ásia. O estresse se torna maior quando eles são treinados para exibições públicas, exercícios esses acompanhados de chicotadas ou outros castigos. Há também o problema da alimentação. Em muitos casos, circos de pequeno e médio porte não têm recursos para provimento das necessidades básicas dos animais. Leões e tigres são carnívoros por natureza e necessitam de grande quantidade de alimento por dia. Muitos desses animais vivem famintos e algumas vezes morrem por falta de comida.

Há ainda o grave problema da segurança e muitos circos não possuem as mínimas condições de manter animais ferozes no cativeiro. Já aconteceram, no Brasil, vários casos de mortes de pessoas devido à negligência de proprietários e funcionários. No dia 18 de maio de 1997, em Tianguá, o garoto José Vinícius Silva Aguiar, de quatro anos de idade, foi atacado e morto por um leão quando se encontrava numa locadora de vídeo. O domador, irresponsavelmente, circulava pelas ruas da cidade com o animal, preso apenas por uma corda de nylon, numa camioneta. Foi apenas um caso entre muitos ocorrido no País.

O mundo do circo é ligado à alegria e não combina com cativeiro e maus-tratos a animais. Está na hora de uma legislação que ponha fim aos abusos que vêm acontecendo. O ideal para leões, tigres e macacos é o seu habitat ou, pelo menos, zoológicos tipo safári, que procuram reproduzir os locais de origem. Isto traz mais segurança para a população e menos sofrimento para os animais.

JORNAL O POVO – FORTALEZA

01.12.01

site:

PARACURU

Leoa fugitiva vira

onça para o povo

Apesar do medo da leoa Chitara, moradores da localidade de Salgado, em Paracuru, continuam mantendo a normalidade do dia-a-dia. Só que no imaginário da população a leoa é uma onça. Até ontem a caçada ao animal continuava sem sucesso

Clarisse Furlani

da Redação

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|[pic]|Mulheres mantêm a rotina de lavar roupa no rio mesmo com a leoa solta |

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[01 [pic]Dezembro 21h07min]

''Olha a 'onça'! Cuidado que ela te pega...'. O alerta virou palavra de ordem na localidade do Salgado, a cerca de 5 quilômetros de Paracuru. Trata-se, na verdade, de uma leoa; mas virou ''onça'' para a maioria. O episódio da ''onça que fugiu do circo'' está movimentando o dia a dia dos moradores do pacato povoado. Todo mundo afirma ter medo do bicho - que caiu da jaula do ''Fantástico Circo Show, na ultima quarta-feira - mas nem por isso, deixam de lado suas atividades diárias.

Enquanto o animal continua solto pela mata, as pessoas vão mantendo a normalidade do dia-a- dia. O agricultor Salomão Moreira lida com a lenha, na frente de casa, carregando a cangalha do burrico. ''Medo a gente tem muito. Quando chega de noite, a gente joga as crianças para dentro de casa e tranca tudo'', conta. Desde quarta-feira, ele e os companheiros de trabalho deixaram de ir para o mato ''roçar os cajueiros''; vem dedicando o trabalho aos cuidados com a criação. Porcos, jumentos, carneiros e gado bovino ficam soltos no pasto em toda a redondeza, mesmo com a fera à espreita. ''Se a 'onça' quiser comer os garrotes, deixa comer. Perigo é se pegar gente'', diz o agricultor.

Mais adiante, no Riacho, quatro mulheres lavam a roupa da família. Medo da 'onça'? ''Ela não chega aqui não. De longe, não faz medo, mas se vier para perto de mim eu corro a léguas'', diz Adriana Sousa, grávida de 8 meses. ''Vou descansar no mês que entra''. Ao lado dela, Maria Valneide Silva, esfregando uma camiseta, conta que ouviu a notícia pelo rádio. ''Eles ficam dizendo sempre onde ela tá, no rádio. O pessoal da polícia tá aí direto'', diz. Mas a rotina, segundo a dona de casa, continua a mesma. ''Só o pessoal que deixou de entrar no mato pra pegar lenha. No resto, tá tudo igual''.

Também foi pelo rádio que o menino Antônio, 13 anos, ficou sabendo da fera à solta. ''Eu já tava aprontando as coisas pra vir pro mato caçar peba; aí o pai disse que a gente não vinha mais'', conta. Toda semana, o menino costuma caçar justamente na mata onde a leoa tem sido vista, acompanhado do pai e de um cachorro. ''Já levei carreira de guaxinim e de raposa. Mas quando falaram nessa leoa, achei que o povo tava de brincadeira'', lembra Antônio. Desde quarta-feira, o menino vai todas as tardes para o ponto onde os policiais deixam os carros, antes de entrar na mata. ''É só pra ver o movimento'', diz.

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Na madrugada da última sexta-feira para o sábado, na área de mata fechada onde está a leoa Chitara, equipes da Polícia Militar, Civil, fiscais do Ibama e mateiros (homens da região conhecedores da mata) passaram a noite em vigília, aguardando o reaparecimento da leoa. Mesmo com a tocaia, o animal não foi capturado, pelo menos até a manhã do sábado. (colaborou Moema Soares)

|Menino diz que viu animal bebendo água |

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|Júlio: susto com os primos |

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|[01 [pic]Dezembro 21h07min] |

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|O pequeno Júlio César Brás, 5 anos, é um dos poucos moradores do Salgado que de fato viu a leoa. Na varanda da casa da avó, cercado |

|pela mãe, tias e primos, ele se agita para contar a história, com a ajuda dos primos Marcelo Laureano, 15, e Aelisson Sousa, 8, que |

|também estiveram cara a cara com a fera. O tamanho do bicho? ''De um jumento'', responde o menino, antes de levar a equipe de |

|reportagem para ver a porca que foi, até agora, a única vítima de um ataque da leoa. |

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|Na última quarta-feira, como faz todos os dias, Marcelo foi buscar os primos na escola, que fica no distrito de Torrões, logo depois |

|do povoado do Salgado, onde moram com a avó. ''Ela tava deitada na ponte, bebendo água, e veio andando na direção da gente'', conta o |

|rapaz. Ele correu e conseguiu subir, com os dois pequenos, no muro de um grupo escolar fora. Marcelo lembra que a leoa parecia estar |

|assustada e não atacou. ''Ela ficava andando, vinha até umas alturas e voltava, mas não chegava muito perto'', diz. |

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|O local onde os meninos viram a leoa, por volta das 11h30min, fica a poucos metros do ponto onde o animal caiu da jaula do |

|''Fantástico Circo Show'', pouco antes, enquanto a equipe do circo se locomovia de Paraipaba para Paracuru. As crianças, |

|provavelmente, foram as primeiras a ver o animal, depois que os donos que a transportavam deixaram o local para avisar à Polícia. |

|''Ainda não tinha nenhum Policial aqui, nem ninguém'', conta Marcelo. |

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|Preocupadas com a demora dos filhos, Maria Laureano, Maria Aparecida Brás e Antônia Sousa foram até a escola e encontraram os filhos |

|ainda no muro; a leoa já havia entrado no mato. As mulheres e as crianças percorreram a pé o caminho de volta para casa. ''Medo a |

|gente teve, mas pro coração da mãe é mais importante proteger o filho, né?'. Os pais dos três meninos fazem parte da equipe de |

|mateiros que estão guiando os policiais na mata fechada, à caça da leoa. A principal intenção dos agricultores também é proteger os |

|filhos. ''O importante para nós é tirar essa fera daqui, porque os prejudicados podemos ser nós mesmos. Ela pegou só uma porca, mas já|

|pensou se fosse uma criança?', diz Antônio Brás, um dos mateiros. |

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Jornal O POVO, 01.12.01

|CAÇADA EM PARACURU |

|Carneiro é usado como isca para atrair a leoa |

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|Leoa continua desaparecida nas matas do município de Paracuru. Cerca de 25 policiais estão caçando o animal que pode estar na |

|localidade de Salgado. Ontem à noite, um carneiro foi usado como isca para atrair a leoa |

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|Uma equipe de cerca de 25 policiais continua à caça da leoa no Paracuru(Foto:Edmar Soares) |

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|[03 [pic]Dezembro 00h22min] |

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|Cerca de 25 homens entre cabos, sargentos, capitães, tenentes e coronéis da Polícia Militar, além de fiscais do Ibama e mateiros |

|(homens da região conhecedores da mata) continuam caçando a leoa que fugiu na última quarta-feira, 28, de uma jaula do Fantástico |

|Circo Show, no município de Paracuru. Nem mesmo todo esse aparato policial e de ficais parece estar sendo suficiente para localizar o |

|animal. |

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|Ontem à noite, os policiais realizaram uma campana e colocaram um carneiro vivo preso por uma corda nas imediações da localidade de |

|Salgado. ''É uma tentativa de que ela (leoa) seja atraída pelos berros'', disse o soldado da PM, Francisco de Paula, que participa da |

|caçada à leoa. |

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|Segundo informações do Pelotão da PM de Paracuru, os rastros da leoa continuam aparecendo porém nem sinal do animal. Os ''caçadores'',|

|alguns de Canindé e Itapipoca, estão percorrendo toda a área que envolve o município de Paracuru. Os policias estão buscando o animal,|

|principalmente, nas localidades de Salgado, Maracujá e Poço Doce. A população do município também está ajudando e sempre que alguém |

|encontra pegadas da leoa informa ao Pelotão da PM. |

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|Leia mais sobre esse assunto |

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|03/12/2001 00:22:15 - Legalização pode ser a garantia de segurança |

Legalização pode ser a garantia de segurança

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[03 [pic]Dezembro 00h22min]

Instalar um circo na cidade não é uma atividade tão simples. Primeiro, a organização deve entrar em contato com o Conselho Regional de Engenharia Arquitetura e Agronomia (Crea-CE) para que um engenheiro responsável faça a vistoria do local. O Corpo de Bombeiros também deverá expedir uma autorização de funcionamento. Se o terreno onde o circo está instalado é particular, a organização deverá ter uma autorização do proprietário. Se for da prefeitura, uma autorização do município. Depois disso, o responsável pelo parque deverá levar os documentos do Crea, dos bombeiros e do proprietário para dar entrada na prefeitura no pedido de licença. Nessa etapa, deve-se pagar R$ 58,00.

É só assim que um circo pode funcionar. Mas, muitas vezes, essas etapas não são cumpridas. O resultado disso é a falta de segurança dos freqüentadores do circo e da população em geral e os maus-tratos com os animais. Segundo Geuza Leitão, presidente seção local da União Internacional de Proteção aos Animais (Uipa), a entidade já deu entrada, na comissão do meio ambiente da Assembléia Legislativa, em um projeto de lei que proíbe animais em circo. Esse projeto já foi aprovado na Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro.

De acordo com ela, a Portaria 108/94 do Ibama estabelece o tamanho da jaula, a inscrição dos animais e todas as condições básicas de funcionamento de um circo. A lei municipal 8.049/97 estabelece que para a instalação do circo, tem que haver a fiscalização do Ibama para expedir um documento que permite o funcionamento do circo. A licença deve ter prazo de 30 dias. ''Acontece que aqui em Fortaleza a lei não é cumprida''.

JORNAL O POVO

.br

data: 03.12.01

Sem ser vista desde sábado

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[04 [pic]Dezembro 01h57min]

A leoa Chitara não é vista pela Polícia desde o último sábado. A informação é do tenente Carlos César Menezes, do 3º Pelotão da Polícia Militar em Paracuru. A equipe do Gate que havia sido enviada para a região retornou na última sexta-feira. Ele afirma que há 10 homens da PM, além dos policiais civis e do grupo de resgate do Corpo de Bombeiros, participando da caçada.

O arsenal utilizado, segundo Menezes, envolve armas longas de calibres grossos que, embora não sejam específicas para caça, são suficientes para abater o animal com apenas um tiro, como fuzis de mosquefal com calibre 762 mm. No primeiro dia da caçada, no entanto, a leoa Chitara chegou a ser atingida por um PM com um revólver de calibre 38. Segundo o tenente, policiais encontraram poças de sangue, mas não é possível saber se o tiro foi de raspão ou causou um ferimento mais sério. Segundo o veterinário Francisco Brito, do Ibama, que vem acompanhando a operação desde a semana passada, depois de ter sido atingida a leoa já foi avistada num sobrevôo à área pulando cercas, o que indicaria que o ferimento teria sido leve.

Brito afirmou que o Ibama conseguiu, junto a zoológicos e cativeiros cadastrados no órgão, zarabatanas carregadas com tranqüilizante para imobilizar o animal, caso ele seja capturado numa armadilha. O Ibama no Ceará não conta com espingardas de dardos tranqüilizantes, mas segundo Brito, equipamentos desse tipo foram solicitados a uma empresa paulista e devem chegar ao Estado ainda esta semana. Brito afirma que, apesar de não ter mais as garras, a leoa Chitara deve estar sobrevivendo da caça de animais de pequeno porte.

De acordo com o veterinário, os donos do Fantástico Circo Show, de onde a leoa fugiu quando era transportada de Paraipaba para Paracuru, não apresentaram a documentação autorizando a posse do animal e já foram autuados por transporte de espécime da fauna silvestre exótica sem licença da autoridade competente, infração sujeita a multa de R$ 500,00. Além disso, os donos do circo serão incriminados por manter o animal em cativeiro sem autorização e por possíveis maus tratos, hipótese que será avaliada quando o animal for capturado. ''Mas já foi contatado que as instalações da jaula eram inadequadas e o animal, no mínimo, estaria sofrendo estresse, que é considerado como mau trato'', diz Brito. Além disso, por ordem do delegado de Polícia Civil de Paracuru, Valdério Nobre, o circo não pode deixar a cidade até que o caso esteja resolvido e sejam avaliados os danos causados pela fuga do animal.

De acordo com Nobre, as equipes continuam seguindo o rastro do animal e há um controle da área onde a leoa está. ''Pelo estudo que o Ibama nos trouxe, este tipo de animal tem tendência a ficar numa área delimitada'', reforça. Ele afirma que a Polícia segue fazendo campanas noturnas para capturar o animal, se possível, com vida.

Habitat natural

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|[pic] |(Foto: Fábio Lima) |

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[04 [pic]Dezembro 01h57min]

Nome científico: Panthera leo

Características: Conhecido como ''O Rei das Selvas'', o leão é membro da família dos felídeos, tem o corpo musculoso, longo, com extremidades relativamente curtas e cabeça grande. Pesa, em média, cerca de 250 kg e mede dois metros de comprimento, além da cauda, e cerca de 1 metro de altura. O macho apresenta a cabeça e o pescoço cobertos por uma juba. O tempo de vida fica entre 20 e 25 anos.

Habitat: Atualmente, vive ao sul do Saara, na África, e a noroeste da Índia, na Ásia. Originalmente, vivia na África, Ásia Menor, Sudoeste da Ásia e a Europa, desde a Espanha até a Bulgária.

A fêmea: É a leoa quem governa a família. Ela caça para a família, enquanto o leão protege a fêmea e os filhotes. Tem corpo esbelto, movimentos ágeis, músculos fortes, pêlo curto, marrom, rosado ou bege uniforme. É capaz de quebrar a coluna vertebral de uma zebra.

Caça: No habitat natural, leões caçam animais grandes, como antílopes, girafas e zebras. A técnica empregada consiste em espreitar primeiro a presa e, quando esta encontra-se a uma distância adequada, persegui-la em grande velocidade, que pode alcançar 85 km/h. Suas armas mais poderosas são as garras e os longos dentes caninos.

Fonte:

CADÊ A LEOA?

Sétimo dia

de caçada

Hoje é o sétimo dia de caça à leoa fugitiva de um circo em Paracuru, que até a noite de ontem continuava solta. Inusitada em pleno litoral cearense, a caça a leões é um esporte legalizado nos safaris africanos e atrai adeptos no mundo inteiro

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[04 [pic]Dezembro 01h57min]

A cena é inusitada: um animal da espécie Panthera leo, natural das savanas da África e Ásia, perambula há quase uma semana pelas matas litorâneas nos arredores de Paracuru, habitat natural de pebas, guaxinins e, no máximo, raposas. À sua cola, homens da PM, Polícia Civil, Bombeiros e Ibama, que até sexta-feira passada, dia 30, contavam com o reforço do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) da PM e de um helicóptero da Secretaria da Segurança Pública e Defesa da Cidadania (SSPDC), tripulado por atiradores. Por diversas vezes, já se avistou a leoa. Mas o animal embrenha-se no mato fechado e não há quem pegue, nem mesmo com a ajuda dos mateiros, agricultores que conhecem a região como à palma de suas mãos.

Com o amparo da Lei de Crimes Ambientais, os caçadores estão dispostos a matar o animal, se não houver outro jeito de capturá-lo, para evitar a tragédia iminente. Grupos armados revezam-se durante o dia seguindo o rastro da fera. Outras tentativas foram uma armadilha preparada dentro da antiga jaula da leoa Chitara, que fugiu do Fantástico Circo Show na última quarta-feira, com galinhas mortas servindo de isca, e campanas montadas à noite, com um cabrito como atrativo. Sem garras desde bebê, a leoa Chitara já foi ferida pelo menos uma vez, atacou apenas uma porca (que não chegou a matar) e deve estar se alimentando de animais de pequeno porte na mata.

Para Marco Antônio Moura de Castro, presidente do Safari Club do Brasil - braço brasileiro de uma associação internacional de caçadores -, por ser uma situação incomum, a caçada do Paracuru tem grandes chances de terminar mal. ''É o prenúncio de um desastre, de um lado ou de outro. O animal pode matar alguém, ou ser ferido várias vezes e sofrer muito antes de ser abatido'', avisa.

Na caça esportiva legalizada, segundo Castro, a ordem é ''abater o animal da maneira mais indolor possível''. Para isto, são utilizadas armas de calibre grosso, específicas para este tipo de esporte. ''Não se pode caçar com armas de calibre pequeno, porque você vai dar 200 tiros, deixar o animal ferido e raivoso, em vez de matá-lo''.

Segundo ele, na África, o calibre mínimo exigido para a caça esportiva de animais de grande porte é 375 mm. ''São balas, para se ter uma idéia, do tamanho de um dedo indicador. E exige-se daí para cima'', diz. ''Este equipamento tem que ser autorizado pelo Exército. No Brasil, até onde eu sei, só caçadores esportivos, como os nossos associados, que fazem safari na África, têm armas específicas para caça''.

Castro afirma que, no habitat natural, seriam duas as maneiras de caçar um leão. A primeira, mais comum, é seguir a trilha deixada pelo animal (pegadas e destroços de animais). ''Mas vão equipes pequenas, não precisa colocar toda a Guarda Nacional. Se tiver dezenas de pessoas na mata, o animal se assusta e fica arredio''. A outra forma seria através de iscas, animais vivos ou mortos. ''Precisa paciência. Coloca-se as iscas e os caçadores ficam num local abrigado, esperando. Geralmente se usa várias iscas, no outro dia tem que conferir se o animal comeu, porque aí as chances dele voltar são grandes'', explica.

Para capturar o felino vivo, segundo Castro, a técnica é ''aquela que se vê em filmes. Cava um buraco e coloca um bicho vivo, esperando que o animal caia''. Outra alternativa, também comum no cinema, seria usar espingardas de dardos tranqüilizantes. ''Mas teria que ter um especialista que conhecesse bem o animal, o peso, suas condições de saúde, para calcular a dose. E tem que ter muita habilidade para este tiro. Se a dose ou o tiro forem errados, pode matar o animal ou deixá-lo num estado 'mata-burro', nem dormindo nem acordado, aí é perigoso se aproximar''.

Tudo isso, destaca Castro, vale para animais selvagens, em bom estado de saúde e no seu habitat natural. ''Um caso como este aí no Ceará é diferente. Precisa saber como está a saúde do bicho, quais as condições da região. Geralmente, estes animais de circos pequenos são mal tratados, e tiram deles a capacidade de sobrevivência, arrancando as garras ou até os dentes. Mesmo assim, um bicho desses, acuado, é perigoso'', alerta.

O Safari Club tem, em todo o mundo, cerca de 50 mil sócios que pagam caro para praticar o esporte nos lugares onde é legalizado. ''A caça é uma atividade econômica sustentável, e o dinheiro volta para a natureza, para a conservação das espécies'', diz Castro. No Brasil, a caça só é legalizada em fazendas do Paraná e Rio Grande do Sul, onde a predominância é para aves como faisões e marrecos.

JORNAL O POVO, 04.12.01

PARACURU

Fuzis e baladeira

na caça à leoa

O POVO pegou carona no helicóptero do Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer). O destino era Salgado, localidade do município de Paracuru que saltou do mapa depois da fuga da leoa Chitara

Suzete Nocrato

Enviada a Paracuru

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|[pic]|Do helicóptero, policial observa atento a mata do local para localizar a |

| |leoa fujona. No chão, a ajuda dos mateiros (Foto: Tiago Gaspar) |

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[05 [pic]Dezembro 03h01min]

Uma baladeira. Um menino e uma onça. Ou melhor, uma leoa. Capítulo do Sítio do Picapau Amarelo falando sobre as Caçadas de Pedrinho? Não. Era Francisco Muniz da Costa, 15, principal personagem do sétimo dia de perseguição à leoa fujona Chitara. Perigo à vista. Francisco faz parte de um grupo de aproximadamente 20 mateiros que tenta localizar o animal desde a última quarta-feira (28). Data da fuga da felina. ''Eu vi o bicho duas vezes. Não tenho medo'', diz Muniz.

Além da baladeira, as únicas armas usadas pelos caçadores são espingardas de chumbo, foices e facões. Some também a companhia de dois cães farejadores. Dois pequenos pés-duros. Detalhe: os cães seguem os donos ao invés de guiá-los entre as picadas e arbustos na localidade de Salgado, no município de Paracuru.

No céu outra realidade. Dois atiradores de elite do Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer), armados de fuzis 7.62 mm; 5.56 mm e 30.60, são os olhos do helicóptero Águia Uno. Voando baixo, onde a mata permite, a tripulação (dois majores, um capitão, um tenente da PM e um delegado da Polícia Civil) tentam localizar a leoa. A ordem é matar. ''Saiam, saiam'', gritava o major Monteiro, comandante da operação, para os mateiros. ''É grande o risco deles serem mortos pela leoa. As armas deles são ineficazes''.

Ontem, a única aparição do animal foi às 11h30min. O capitão Lindemberg avistou a leoa a cerca de 150 metros do local onde fugiu da jaula do Fantástico Circo Show. Segundo o PM, ela andava lentamente e se embrenhou debaixo de uma copa frondosa. Sumiu. ''Das duas uma: ou ela saciou a fome e a sede e anda tranqüilamente ou então está muito cansada''.

Na última segunda-feira, ela foi vista comendo bago de caju e bebendo água a 500 metros da armadilha que o Ibama montou pra ela. Sua jaula, onde um animal doméstico serve de isca. Palavra do delegado Francisco Alves de Paula.

A busca no sétimo dia se resumiu a três grupos. A dos mateiros, Ciopaer e a três policiais civis que chegaram, no final da tarde, para pernoitar na mata. O plano é acuar a leoa para que ela caia na armadilha do Ibama. ''Se não conseguirmos, teremos que matá-la'', explicou o delegado Francisco Crisóstomo.

Quanto mais o tempo passa, mais difícil fica a caçada. Segundo Francisco Brito, médico veterinário do Ibama, a leoa já está demarcando terreno. Sente-se dona da área. ''Esperávamos pegá-la na primeiras 24 horas após a fuga''. Apesar dos riscos, o superintendente Regional do órgão, Romeu Aldigueri Arruda, não vê necessidade de se contratar um especialista em caçada.

Apesar de estar solta há oito dias, Chitara não mete medo nos moradores de Salgado. A rotina da localidade continua a mesma. As escolas funcionam normalmente. É fácil avistar crianças cruzando veredas. Homens e mulheres na lida normal do lugar. ''Só acho ruim a leoa porque ela tá comendo minhas caças. Desde o dia que ela fugiu não caço preás, guaxinins e jacus'', reclama Antonio Braz de Assis, 49.

Decepção em 6 horas de vôo

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[05 [pic]Dezembro 03h01min]

Meio dia e meia. A equipe do O POVO pega carona no helicóptero Águia Uno, do Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer). Durante cinco horas e meia acompanhou o major Monteiro e sua equipe na busca pela leoa Chitara. Vôos razantes cruzavam a mata. Cerca de uma hora de vôo e a adrenalina vai às alturas. O comandante da operação pede que o piloto - o major Jonas - diminua a velocidade e se aproxime de um arbusto. ''Pare. Recue para a esquerda. Desça mais um pouco. Cuidado''.

Pensava o major ter visto o animal. Decepção. Era folhagem avermelhada, semelhante à cor da felina. Essa foi a primeira de uma série de decepções. Por quase duas horas fizemos o percurso do rio que corta a área de 500 hectares, onde a leoa foi vista. A esperança de que estivesse ali próximo. Mas nem sinal da Chitara. ''Saia bichinho para que possamos vê-la'', dizia, apreensivo, o tenente Lindemberg, que horas antes tinha avistado o bicho a 150 metros da estrada que cruza a localidade de Salgado.

Nas quase seis horas de vôo, apenas três paradas técnicas. A primeira para abastecer o Águia Uno. A segunda para o descanso dos pilotos e o providencial lanche à base de cajus colhidos na hora. O terceiro, para o contato com os policiais civis que pernoitariam na área.

No final da tarde, o cansaço e a frustração. ''É horrível passarmos o dia inteiro nessa busca sem êxito'', desabafou o major Monteiro. ''Amanhã nós voltaremos'', complementou o tenente Lindemberg. Na expectativa de conseguir pegar o animal, o delegado da Polícia Civil, Francisco Alves de Paula, decidiu se integrar ao grupo comandado pelo delegado Francisco Crisóstomo e fazer um cerco por terra à felina. (SN)

JORNAL O POVO. 05.12.01

CADÊ CHITARA?

Leoa é caçada perto de área

habitada e famílias temem ataque

Caçada na mata de Paracuru há nove dias, a leoa Chitara já é vista próxima a uma área urbana. Mateiros temem que ela ataque moradores, pois acreditam que esteja com fome e sede. Ontem, os agricultores receberam armas de grosso calibre para perseguir a felina, dadas por policiais e por técnicos do Ibama. Em Brasília, o órgão diz não ter dado orientação para matar o animal

Suzete Nocrato

Enviada a Paracuru

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|[pic]|Policial identifica local, no meio da mata de Paracuru, onde a leoa chegou |

| |a se deitar: armas para os mateiros (Foto: Fábio Lima) |

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[06 [pic]Dezembro 02h06min]

Ontem, oitavo dia de caça à leoa Chitara, a situação se agravou. A felina fujona mudou de área e está cada vez mais próxima de uma área urbana. Na tarde de ontem, mateiros viram o bicho a menos de 500 metros da localidade de Poço Doce, município de Paracuru. Na comunidade moram 30 famílias. No local também estão várias fazendas e uma criação de búfalos. Para conseguir água, ela terá de atravessar o povoado e andar mais 20 metros, aproximadamente, até o riacho.

''Nós tivemos sorte. Hoje (ontem) foi o melhor dia da caçada, porque além de da gente ver o animal, ainda recebemos armas de grosso calibre'', admitiu José Tenório, 63, um dos moradores da região e participante da caçada, que viu Chitara a poucos metros de distância.

Desde o início da manhã, o grupo de três policiais civis que está desde terça-feira à procura do animal, mais dois técnicos do Ibama e 20 agricultores, encontraram rastros da fujona. Abrindo trilhas, seguindo pegadas e contando com a sorte, eles avistaram a leoa pulando uma cerca. ''Ela não está ferida como a gente acreditava'', observou Francisco Batista, 35, mateiro que desde a quarta-feira da semana passada auxilia nas ações para tentar prender ou matar a felina.

A disposição dos moradores da comunidade é o oposto da atitude da Polícia, que interrompeu a caçada. Ontem, somente três policiais civis se embrenharam pelo mato. Nem mesmo o helicóptero Águia Uno sobrevoou o local. Os mateiros explicam a determinação: ''Caçamos a bicha porque ela pode matar um de nós'', diz José Libório Braz Garcia, 42.

O medo de um tragédia é maior do que o medo de enfrentar a leoa. A caçada mudou a rotina da maioria das famílias residentes nas localidades de Salgado e Poço Doce. Os homens abandonaram os roçados e o cuidado com a criação. Parte das tarefas foram transferidas para as mulheres, que agora colocam água para o gado e dão comida aos porcos e caprinos. Apesar do início da quadra invernosa, os agricultores ainda não iniciaram o plantio. Adiaram para depois da prisão ou morte de Chitara.

Toda a família Braz está envolvida nesse propósito. Quatro irmãos, um sobrinho e dois primos passam o dia abrindo veredas, atravessando riachos e pulando cercas. O sacrifício tem uma razão: a esperança de matar a felina. Nos primeiros dias de caçada eles se aventuravam utilizando apenas facões, espingardas de chumbo e foices. Ontem, eles ganharam um novo incentivo. Os policiais civis e fiscais do Ibama distribuíram entre os mateiros espingardas calibre 12 e fuzis. ''Agora, sim, estamos preparados'', observou, otimista, Raimundo Braz Garcia, 32.

Os agricultores garantem que sabem utilizar as armas e que não há risco de atingir por engano outras pessoas. Eles garantem que sabem manusear fuzis e espingardas e prometem só utilizar contra a leoa. Enquanto continua a perseguição ao animal, o Fantástico Circo Show, onde vivia Chitara, continua as apresentações. Todas as noites, os artistas se apresentam para um público formado principalmente por crianças e adolescentes. O espetáculo não pode parar. A explicação é de Marcos Vilar, um dos donos do circo, que ainda não apresentou à Polícia Civil de Paracuru autorização do Ibama para ter a leoa. ''Estamos providenciando'', afirmou.

Cadela é baleada por engano

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[06 [pic]Dezembro 02h06min]

Urca. É a primeira vítima da perseguição à leoa. Na madrugada da última segunda-feira, a cadela da raça Fila foi alvejada por um tiro de pistola. Ela foi confundida com Chitara, que fugiu da jaula no último da 28. Com infecção, foi trazida a Fortaleza onde foi internada na Clínica Veterinária São Vicente. Além de indignada, a proprietária da cadela, a dona de casa Tereza Pontes, teme uma tragédia. ''Por enquanto foi um animal, mas a próxima a ser atingida pode ser uma pessoa''.

Os mateiros tentam se eximir da culpa. Eles garantem que estavam desarmados e que o disparo foi feito por um policial militar. A cadela estava a cerca de 100 metros do grupo. ''Nós só vimos que era uma cachorra e não a leoa quando o dia amanheceu'', contou João Basílio de Souza, 38, mateiro participante da caçada.

Tereza Pontes não aceita a versão de que Urca foi confundida com Chitara. A cadela tem a cor parda. A leoa é avermelhada. Acredita a mulher que o atirador se precipitou. Por medo. Na madrugada da última segunda-feira, o grupo de caçadores fez uma tocaia no riacho do Lopes, na localidade de Maracujá. O local está dentro do sítio de Tereza Pontes. A cadela estava solta a poucos metros da casa principal. ''Todas as noites a Urca é solta no sítio e está sempre acompanhada de um cachorro vira-lata'', conta. (SN)

Estratégia pode evitar morte

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[06 [pic]Dezembro 02h06min]

Outros procedimentos podem ser adotados na captura da leoa para evitar que ela seja morta. De acordo com o responsável pela manutenção dos bichos no Parque Zoológico de São Paulo, Faissal Simon, a primeira medida seria levar à área onde o animal está solto as pessoas que lidavam mais diretamente com ela, no caso, a equipe do circo, e deixar na mata a jaula onde costumava ficar.

Mesmo informado de que se trata de uma mata fechada, Faissal minimizou o que para as equipes que caçam a leoa é um obstáculo grande. ''O bicho não entende disso, se for realmente de circo''. Segundo o dono do circo, Marcos Lima, a leoa tem dois anos e sete meses de vida, e morava desde os seis em jaula. ''Leão é bicho de descampado, não de floresta'', reforça Faissal.

A segunda estratégia de captura seria arremessar dardos utilizando-se uma zarabatana ou espingarda para atingir o animal com um anestésico usado em cães e gatos, mas de apresentação mais concentrada porque com o volume menor torna-se mais fácil a aplicação. A distância recomendada é de no mínimo quatro metros e no máximo 15. A fera só adormece após 15 minutos de atingida.

Uma terceira alternativa seria adicionar substância semelhante a um pedaço de carne para a fera. As equipes à procura da leoa já levaram a jaula para o matagal com duas galinhas de isca e deixaram um carneiro vivo como atrativo. Da forma como foi feita, o esquema não funcionou. De acordo com a Faculdade de Veterinária da Universidade Estadual do Ceará, o custo da droga para que a leoa adormecesse seria baixo.

Uma caixa de 20 comprimidos, cada um com 20 miligramas, custa em torno de cinco reais. Um comprimido é recomendado para animais de até 200 quilos. Como a leoa de 1,10 metro pesa cerca de 160 quilos, seria necessário apenas um comprimido para ser dissolvido no alimento que serviria de isca. O custo do frasco de 10 miligramas da substância quetamina, suficiente para a leoa, no caso do arremesso de dardo, seria de apenas 20 reais.

O diretor da Faculdade de Veterinária da Uece, Raimundo Bezerra da Costa, colocou-se ontem à disposição das equipes para contribuir com o que fosse possível na captura do animal. Hoje faz nove dias da caça à leoa, sem sucesso, mesmo já tendo sido acionada até a tropa de elite da Polícia. São cerca de 25 homens entre cabos, sargentos, capitães, tenentes e coronéis da PM, além de 20 mateiros da região. (RM)

Ibama nega autorização

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[06 [pic]Dezembro 02h06min]

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) desautoriza a execução da leoa Chitara, que, desde 28 de novembro, está sendo caçada no distrito de Salgado, a dez quilômetros do Centro de Paracuru. ''Não há nenhuma autorização para o abate'', afirmou Fernando da Lava, coordenador de Gestão do Uso de Espécies da Fauna, do Ibama em Brasília.

O posicionamento se confronta com a determinação dada pelo coordenador de fauna do Ibama no Ceará, Francisco Brito, que, logo no mesmo dia em que a leoa fugiu da jaula do Fantástico Circo Show, autorizou a execução de Chitara. ''Só quem pode autorizar é o gerente executivo, em Brasília, e não foi emitida autorização nenhuma'', reforçou Fernando da Lava.

Ontem, Francisco Brito disse que não afirmou ter autorizado ''eliminar'' o animal, mas, até então, ele não havia contestado a informação. ''Pelo contrário, o Ibama preserva. A gente não deixa mexer num ninho de coruja quando está no sótão de uma casa. A lei não permite. O ninho, a reprodução, a área onde está a espécie são invioláveis'', ilustrou.

Segundo Fernando da Lava, o Ibama no Ceará estava preparando uma nota técnica, que ficaria pronta ainda ontem, esclarecendo a posição do órgão sobre o episódio. ''Todos os esforços são para a captura do animal vivo'', disse ainda. Até agora, a única possibilidade cogitada era de execução da fera. Matar, no entanto, deve ser a última alternativa, segundo ele. (Raimundo Madeira)

Captura de animais

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[06 [pic]Dezembro 02h06min]

- A captura correta de animais silvestres de grande porte e ferozes, como leões, seguindo a orientação dos grupos de defesa da fauna, geralmente acontece com o arremesso de dardos contendo substâncias anestésicas. É o procedimento chamado de contenção farmacológica. Outra estratégia é oferecer pedaços de carne em que estejam dissolvidos ou espalhados pela isca substâncias que também deixam o animal adormecido.

- Animais como a onça, por exemplo, têm suas peculiaridades. Segundo a veterinária e diretora-executiva da Organização Não Governamental Pró-Carnívoros, Rose Morato, as onças pesam até 90 quilos, enquanto um leão pode chegar a cerca de 300. O comportamento dos dois também é diferente. Elas são solitárias, os leões vivem em grupo.

- Nas regiões de mata, a captura de uma onça pode ser feita com armadilhas de ferro reforçadas e com trava na porta para que, assim que entre, não consiga abrir. A isca viva - galinha ou porco - também é utilizada. A arma anestésica é uma outra estratégia. No caso da ONG Pró-Carnívoros, o objeto da captura é acompanhar o comportamento dos animais. Para isso, põem um colar de radiotelemetria, que tem um transmissor. A equipe monitora à distância o comportamento do animal através de um receptor.

- No Pantanal, a captura de onças pela ONG envolve principalmente grupos de 10 a 15 cães de várias raças de linhagem americana. Treinados para capturar onça, elas farejam e caminham pelo mato, seguindo o rastro feito pelo animal. Quando os cães se aproximam, a onça sobe na árvore, aí então o grupo utiliza a arma anestésica.

Reprovação a mateiros

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[06 [pic]Dezembro 02h06min]

O coordenador de Gestão do Uso de Espécies de Fauna, do Ibama em Brasília, Fernando da Lava, alerta para os cuidados que deve tomar a população que mora perto da área onde a leoa está solta. Mais do que isso, ele reprova a utilização de mateiros na caça ao animal. ''É imprudente'', definiu.

Cerca de 20 agricultores têm se juntado às equipes de caça usando foices, facões e espingardas em busca da leoa. ''O Ibama não recomenda esse procedimento'', diz Fernando da Lava. Na última terça-feira, até um adolescente de 15 anos se incorporou ao grupo usando uma baladeira. Enquanto isso, a busca e o perigo continuam.

Ontem, técnicos do Ibama, ao invés de prevenirem a exposição perigosa de pessoas despreparadas, distribuíam armas aos mateiros. ''Estamos tentando diminuir o espaço de movimentação do animal porque a maior preocupação é que não saia desse perímetro que ela mesmo delimitou - o distrito de Salgado e a área circunvizinha'', diz o coordenador de fauna do Ibama no Ceará, Francisco Brito. (RM)

LITORAL

Leoa é baleada e morta em Paracuru

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[06 [pic]Dezembro 17h10min]

Após oito dias de caçada, a leoa Chitara foi capturada no município de

Paracuru, a 101 quilômetros de Fortaleza. Ela foi atingida por dois tiros na

pata e no rosto, por volta das 7h30min. O animal foi trazido pela Polícia

para a Clínica de Grandes Animais na faculdade de veterinária da Universidade Estadual do Ceará (Uece), no Itaperi. Segundo o médico veterinário da Uece, Antônio Pádua, o animal estava desidratado e morreu em decorrência dos tiros.

O delegado de Paracuru, Vladélio Nobre, está investigando se o dono do Circo

Fantástico, responsável pela leoa, Marcos Vilar, tem autorização do Ibama

para possuir uma leoa. Esta tarde a Polícia estará ouvindo os técnicos do

Ibama que participaram da caçada.

Redação

CADÊ CHITARA?

Leoa é caçada perto de área

habitada e famílias temem ataque

Caçada na mata de Paracuru há nove dias, a leoa Chitara já é vista próxima a uma área urbana. Mateiros temem que ela ataque moradores, pois acreditam que esteja com fome e sede. Ontem, os agricultores receberam armas de grosso calibre para perseguir a felina, dadas por policiais e por técnicos do Ibama. Em Brasília, o órgão diz não ter dado orientação para matar o animal

Suzete Nocrato

Enviada a Paracuru

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|[pic]|Policial identifica local, no meio da mata de Paracuru, onde a leoa chegou |

| |a se deitar: armas para os mateiros (Foto: Fábio Lima) |

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[06 [pic]Dezembro 02h06min]

Ontem, oitavo dia de caça à leoa Chitara, a situação se agravou. A felina fujona mudou de área e está cada vez mais próxima de uma área urbana. Na tarde de ontem, mateiros viram o bicho a menos de 500 metros da localidade de Poço Doce, município de Paracuru. Na comunidade moram 30 famílias. No local também estão várias fazendas e uma criação de búfalos. Para conseguir água, ela terá de atravessar o povoado e andar mais 20 metros, aproximadamente, até o riacho.

''Nós tivemos sorte. Hoje (ontem) foi o melhor dia da caçada, porque além de da gente ver o animal, ainda recebemos armas de grosso calibre'', admitiu José Tenório, 63, um dos moradores da região e participante da caçada, que viu Chitara a poucos metros de distância.

Desde o início da manhã, o grupo de três policiais civis que está desde terça-feira à procura do animal, mais dois técnicos do Ibama e 20 agricultores, encontraram rastros da fujona. Abrindo trilhas, seguindo pegadas e contando com a sorte, eles avistaram a leoa pulando uma cerca. ''Ela não está ferida como a gente acreditava'', observou Francisco Batista, 35, mateiro que desde a quarta-feira da semana passada auxilia nas ações para tentar prender ou matar a felina.

A disposição dos moradores da comunidade é o oposto da atitude da Polícia, que interrompeu a caçada. Ontem, somente três policiais civis se embrenharam pelo mato. Nem mesmo o helicóptero Águia Uno sobrevoou o local. Os mateiros explicam a determinação: ''Caçamos a bicha porque ela pode matar um de nós'', diz José Libório Braz Garcia, 42.

O medo de um tragédia é maior do que o medo de enfrentar a leoa. A caçada mudou a rotina da maioria das famílias residentes nas localidades de Salgado e Poço Doce. Os homens abandonaram os roçados e o cuidado com a criação. Parte das tarefas foram transferidas para as mulheres, que agora colocam água para o gado e dão comida aos porcos e caprinos. Apesar do início da quadra invernosa, os agricultores ainda não iniciaram o plantio. Adiaram para depois da prisão ou morte de Chitara.

Toda a família Braz está envolvida nesse propósito. Quatro irmãos, um sobrinho e dois primos passam o dia abrindo veredas, atravessando riachos e pulando cercas. O sacrifício tem uma razão: a esperança de matar a felina. Nos primeiros dias de caçada eles se aventuravam utilizando apenas facões, espingardas de chumbo e foices. Ontem, eles ganharam um novo incentivo. Os policiais civis e fiscais do Ibama distribuíram entre os mateiros espingardas calibre 12 e fuzis. ''Agora, sim, estamos preparados'', observou, otimista, Raimundo Braz Garcia, 32.

Os agricultores garantem que sabem utilizar as armas e que não há risco de atingir por engano outras pessoas. Eles garantem que sabem manusear fuzis e espingardas e prometem só utilizar contra a leoa. Enquanto continua a perseguição ao animal, o Fantástico Circo Show, onde vivia Chitara, continua as apresentações. Todas as noites, os artistas se apresentam para um público formado principalmente por crianças e adolescentes. O espetáculo não pode parar. A explicação é de Marcos Vilar, um dos donos do circo, que ainda não apresentou à Polícia Civil de Paracuru autorização do Ibama para ter a leoa. ''Estamos providenciando'', afirmou.

LITORAL

Leoa é baleada e morta em Paracuru

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[06 [pic]Dezembro 17h10min]

Após oito dias de caçada, a leoa Chitara foi capturada no município de

Paracuru, a 101 quilômetros de Fortaleza. Ela foi atingida por dois tiros na

pata e no rosto, por volta das 7h30min. O animal foi trazido pela Polícia

para a Clínica de Grandes Animais na faculdade de veterinária da Universidade Estadual do Ceará (Uece), no Itaperi. Segundo o médico veterinário da Uece, Antônio Pádua, o animal estava desidratado e morreu em decorrência dos tiros.

O delegado de Paracuru, Vladélio Nobre, está investigando se o dono do Circo

Fantástico, responsável pela leoa, Marcos Vilar, tem autorização do Ibama

para possuir uma leoa. Esta tarde a Polícia estará ouvindo os técnicos do

Ibama que participaram da caçada.

|CAÇADA ENCERRADA |[p|[pic] |

|Acuada, leoa é morta com dois tiros |ic| |

|Após nove dias de caçada em Paracuru, um |] | |

|mateiro e um policial militar matam a leoa | | |

|Chitara. O laudo pericial sobre a morte do | | |

|animal deve ser divulgado na próxima semana | | |

|pela Universidade Estadual do Ceará. A felina | | |

|deve ser empalhada ou entregue à Faculdade de | | |

|Veterinária da Uece para estudos | | |

|Leia mais... | | |

CAÇADA ENCERRADA

Acuada, leoa é morta com dois tiros

Após nove dias de caçada em Paracuru, um mateiro e um policial militar matam a leoa Chitara. O laudo pericial sobre a morte do animal deve ser divulgado na próxima semana pela Universidade Estadual do Ceará. A felina deve ser empalhada ou entregue à Faculdade de Veterinária da Uece para estudos

Suzete Nocrato

Enviada a Paracuru

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|[pic]|A leoa Chitara foi levada para exames na Faculdade de Veterinária da Uece e|

| |o laudo deve ser divulgado na próxima semana: balas na pata esquerda e no |

| |pescoço (Foto: Everton Lemos) |

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[07 [pic]Dezembro 01h18min]

Fim da caçada. A leoa Chitara está morta. Ela foi abatida às 7h30min de ontem com dois tiros. No nono dia de perseguição, a felina foi localizada pelos irmãos Braz, moradores da região que estavam desde a quarta-feira (28) participando das buscas da felina, que pertencia ao Fantástico Circo Show.

Por volta das seis horas, os mateiros a viram atravessando a estrada que corta a localidade de Salgado, em Paracuru. A mesma estrada onde ela havia fugido da jaula. Pouco mais de uma hora seguindo as pegadas, os agricultores, técnicos do Ibama e policiais civis e militares se depararam com o animal num manguezal perto da foz do rio Curu.

Cerca de 25 metros separavam o animal do grupo. Frente a frente com Chitara, o tenente Carlos César, comandante do 3º Pelotão da PM de Paracuru, atirou com um fuzil Para-Fal, calibre 5.56 mm. A arma tem o mesmo calibre do AR-15, mais famoso. A bala atingiu a pata esquerda da leoa. Acuado, o bicho se preparou para atacar e foi novamente baleado. Desta vez, no pescoço. O atirador foi o mateiro Antônio Braz de Assis, 49. Ele usou uma espingarda calibre 12.

Baleada, a leoa foi amarrada com cordas e trazida para Fortaleza em cima de uma camionete Hilux, do Ibama. Na altura do município de São Gonçalo do Amarante, os técnicos do órgão deram o diagnóstico pessimista. Chitara estava morta. Na verdade, ela sofrera uma parada respiratória, mas reagiu, segundo o coordenador de fauna do Ibama no Ceará, Francisco Brito. Reacendia as esperanças de que sobreviveria.

Ao chegar na Clínica de Grandes Animais da Faculdade de Veterinária, da Universidade Estadual do Ceará (Uece), o prognóstico não era dos melhores. Os médicos veterinários Antônio Pádua Lima, cirurgião e professor da Faculdade, e Sérgio Evangelista, chefe da Clínica, constataram que os padrões fisiológicos do animal estavam muito baixos. A leoa estava com baixos reflexos, respiração débil. A primeira providência foi reidratá-la com soro e alimentá-la por via injetável. Apesar dos esforços, Chitara morreu por volta das 12h30min.

O animal foi levado para o setor de patologia da Faculdade de Veterinária, onde foi realizada a necropsia. Até o final da tarde de ontem, a veterinária Diana Magalhães já tinha encontrado dois chumbos provavelmente de rifle e três de espingarda socadeira.

A previsão é de que o laudo da morte seja divulgado na próxima quarta-feira e vai ser usado no inquérito policial para apurar responsabilidade dos autores da morte. O superintendente do Ibama, Romeu Aldigueri Arruda, disse que o órgão vai tentar negociar com a Uece o destino do animal. Chitara pode ser empalhada ou entregue à Faculdade de Veterinária para estudos.

Prevenção. É a proposta de Romeu Arruda. Ele promete enviar ainda hoje ofício ao governador Tasso Jereissati e ao presidente da Assembléia Legislativa, Welington Landim, solicitando que seja criada uma lei estadual proibindo que circos tenham animais ferozes em seus espetáculos.

Até a tarde de ontem, os proprietários do Circo ainda não tinham apresentado à polícia civil de Paracuru a autorização do Ibama para ter o animal. O inquérito policial continua e os donos de Chitara devem ser indiciados.

|CHITARA |[p|

|''Melhor ela que um de nós'' |ic|

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|Mateiros ajudaram na caçada (Foto: Everton Lemos) | |

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|[07 [pic]Dezembro 01h18min] | |

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|Nos nove dias de caçada na mata de Paracuru, uma polêmica tomou conta da população e instituições: Chitara deveria ser morta ou | |

|capturada viva? Enquanto o coordenador nacional de Gestão do Uso de Espécies da Fauna do Ibama, Fernando da Lava, desautorizou o| |

|abate do animal, o superintendente do órgão no Ceará, Romeu Aldigueri Arruda, garantiu que a legislação permite a morte do | |

|animal. Ele considerou ''uma coisa normal'' o ocorrido nas matas de Paracuru, diante da situação de risco aos moradores da | |

|região. | |

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|No apoio ao desfecho das buscas, o dirigente local do Ibama ressaltou que Chitara estava acuada numa área habitada, provocando | |

|grandes riscos à comunidade.''Se não tomassemos uma atitude e a leoa chegasse a agredir ou matar alguém a responsabilidade | |

|recairia sobre o Ibama'', argumentou Arruda. Suas declarações se confrontam com o posicionamento de Fernando da Lava, de | |

|Brasília. Em entrevista ao O POVO, na última quarta-feira, o técnico informou que só quem podia autorizar a execução da leoa | |

|seria o gerente executivo em Brasília, ''e não foi emitida autorização nenhuma''. | |

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|Embora estivessem participando da caçada, policiais e mateiros defendiam que Chitara fosse capturada com vida. ''A gente não | |

|queria matar a leoa. Mas se não tinha outro jeito, melhor que fosse ela do que um de nós ou nossos filhos'', defendeu-se | |

|Francisco Braz Soares, 31. Em todo o período de buscas, os caçadores comentaram a falta de estrutura do Ibama para a situação. | |

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|Nos primeiros dias das buscas, os mateiros entraram no mato portando apenas facas e foices. Até mesmo baladeira foi usada na | |

|caçada - no caso, por um menino de 15 anos que seguia os mateiros. Durante todo o período, os técnicos do Ibama prepararam | |

|apenas uma armadilha para pegar a felina. Dentro da jaula colocaram galinhas mortas e pedaços de carne para servirem de isca. A | |

|iniciativa não teve êxito. | |

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|Nenhum dos caçadores recebeu dardos, pistolas contendo substâncias anestésicas ou foram levadas redes de captura para a área, de| |

|aproximadamente cinco quilômetros quadrados. Os delegados Francisco Crisóstomo e Francisco Alves de Paula, da Polícia Civil, que| |

|participaram das buscas desde a última segunda-feira, também não pouparam críticas à falta de estrutura. Crisóstomo disse que o | |

|papel da polícia foi tentar proteger a comunidade local de uma fera que estava solta. ''Nós só podíamos fazer essa proteção | |

|diminuindo a resistência do animal. E nós só tinhamos condições de fazer isso ferindo a leoa. O dardo teria evitado a morte da | |

|leoa''. Já o delegado Francisco Alves foi mais enfático nas críticas. Ele avaliou que ''de certa forma houve omissão do Ibama''.| |

|(SN) | |

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|Leia mais sobre esse assunto | |

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|07/12/2001 01:18:17 - Acuada, leoa é morta com dois tiros | |

|07/12/2001 01:18:17 - Ibama: nada de autorização | |

|07/12/2001 01:18:17 - Morte será apurada em inquérito | |

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Ibama: nada de autorização

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[07 [pic]Dezembro 01h18min]

O diretor de Fauna e Recursos Pesqueiros do Ibama em Brasília, José de Anchieta dos Santos, disse ontem ao O POVO que estava acompanhando a caçada, sendo informado que o Ibama no Ceará estava dando total estrutura para que o animal fosse capturado com vida. ''Em nenhum momento foi dada autorização do Ibama daí (Fortaleza), nem daqui (Brasília), para que o animal fosse morto. Se a Polícia abateu, foi por motivos de segurança. Pior seria a polêmica se essa leoa tivesse matado uma criança'', diz.

A informação de que o Ibama teria autorizado o abate da leoa, diante do risco, foi dada por policiais que participavam do primeiro dia da caçada. A permissão foi atribuída ao veterinário Francisco Brito, do Ibama, que negou ao O POVO, na última quarta-feira, ter autorizado a eliminação do animal.

Quanto à estrutura do Ibama no Ceará, José de Anchieta assegura que o órgão usou de todos os meios possíveis para capturar o animal. ''Não sei se faltou recursos para pegar o animal com vida, a informação que me foi passada é de que o Ibama tinha toda estrutura para isso'', garantiu.

A coordenadora geral de Fauna do Ibama, em Brasília, Maria Iolita Bampi, não quis entrar na polêmica. No final da tarde de ontem, disse ao O POVO que primeiro vai ouvir o gerente do órgão no Ceará para depois dar uma declaração. Iolita Bampi informou que estava acompanhando a caçada à leoa e que os técnicos locais do órgão a informaram de várias armadilhas usadas para prender Chitara. (Colaborou Moema Soares)

Morte será apurada em inquérito

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[07 [pic]Dezembro 01h18min]

O inquérito policial instaurado no último dia 28, data da fuga de Chitara, na delegacia de Paracuru, vai apurar agora também a responsabilidade pela morte da leoa. Ontem foram convocados os médicos legistas Diana Magalhães e Luis Viana Diniz, médico veterinário do jardim zoológico Sargento Prata, de Fortaleza, que emitiram o laudo para ser anexado ao inquérito policial. Eles estão fazendo a perícia técnica do animal para emitir laudo circunstancial e todos os detalhes técnicos visando a identificar a causa mortis.

O Fantástico Circo Show foi notificado pelo Ibama no dia 28 de novembro, com prazo até dia 30, para apresentar a documentação de procedência do animal e documentos de registro do circo do Ibama. Os proprietários foram autuados administrativamente (multados em R$ 500,00) e o processo civil e penal corre na Delegacia de Polícia de Paracuru. O circo continua funcionando. (SN)

ARTIGO

Chitara entre as feras

Eleuda de Carvalho

Jornalista

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[07 [pic]Dezembro 01h18min]

Seu reino não é mais deste mundo. A selva das cidades engolindo tudo, mais a sordidez humana a engaiolar bichos de pelo e pena, uma leoazinha nascendo entre grades. Depois de lhe tirarem o habitat, arrancam-lhe as unhas. Despida de suas garras felinas, virou diversão para o circo de absurdos onde ainda se acha graça em ver animais reduzidos à escravidão. Fugiu, farejando liberdade.

Qual liberdade nada. Saíram no seu encalço como hordas de Bush desentocando bin Ladens nas cavernas. Uma semana Chitara driblou os que a caçavam com ordens de matar, dadas pelo próprio Ibama. O Ibama. Durante sete dias, Chitara bebeu água e comeu cajus, gatona mansa desacostumada do gosto do sangue.

A terra árida bem que pode lembrar as savanas nativas de seus antepassados. Armas de fogo, grosso calibre, facões e instrumentos de trabalho, mesmo o menino sem medo e sua baladeira. Mas ele não seria Davi nem Chitara foi Golias. Cães e homens batendo o rastro, o helicóptero espiando o ar. Sete luas e sete sóis cruzaram o céu, como este pássaro de aço. Indo e voltando sobre os próprios passos, Chitara escapulia, sem poder sair do labirinto de mata rasa.

Na manhã de ontem a caçada terminou. A leoa estava pele e osso, fome velha. Dois tiros abalaram sua força já gasta. Gasta pelo tempo de cativeiro, a comida precária, a jaula minúscula. Mataram Chitara. Morte anunciada e sem sentido. Que ao menos seu fim sirva para um movimento mais firme dos que amam a vida e respeitam a natureza, para pôr um paradeiro nesses circos com animais que sofrem.

Adeus, Chitara. Nasceu cativa mas viveu os últimos dias como deveria ter vivido todos os poucos que lhe couberam sobre a face da Terra.

Eleuda de Carvalho é repórter do Núcleo de Comportamento e Cultura do O POVO

CARTA PUBLICADA EM 07.12.01 NO JORNAL O POVO (O mesmo das noticias acima)

Circo

A fuga da leoa do Circo Fantástico, ao ser transportada da cidade de Paraipaba para a Paracuru, só comprova a situação de permanente perigo que representa a presença de animais em circos. São freqüentes os acidentes fatais e vítimas mutiladas em circos que insistem manter animais em suas apresentações. Visando coibir essas situações, Pernambuco e Rio de Janeiro proibiram a instalação de circos com animais.

Como não esquecer do garoto Juninho, morto por leões do Circo Vostok, em Pernambuco, no ano passado, apenas uma das inúmeras vitimas dos animais de circo. E também devemos levar em conta que animais em circos são mantidos acorrentados e enjaulados em cubículos, configurando maus tratos e aumentando a periculosidade desses animais explorados.

Andréa de Jesus Lambert, médica veterinária

Rio de Janeiro-RJ

CARTA PUBLICADA EM 06.12.01 NO JORNAL O POVO

.br

para ver as cartas, clicar em OPINIAO e depois em CARTAS

Ameaça nos circos

Parabéns ao O POVO pelo editorial ''Ameaça nos circos'' (2/12). O que está faltando aos políticos para criarem leis e acabarem de vez com os animais em circos? Quantas mortes mais terão que acontecer? Quantos animais terão que ser abatidos?

Que o Governo do Ceará se espelhe no Governo do Rio de Janeiro que sancionou a lei 3.714/2001 proibindo a participação de animais em espetáculos circenses no Estado do Rio de Janeiro.

Simone Hochman

Rio de Janeiro-RJ

CARTA ENVIADA PARA O JORNAL O POVO 07.12.01

Date: Fri, 07 Dec 2001 15:59:09 -0200

To: opiniao@.br

From: Iracema Blando Hochman

Subject: Chitara entre FERAS!!!!!!!

Bcc: mldn@.br

EXCELENTE artigo da Jornalista Eleuda de Carvalho, O POVO, 07.12.01, intitulado "Chitara entre Feras". Essas Feras Humanas e Racionais, deveriam sentir vergonha pela falta de respeito aa vida desses animais. Circo nao eh lugar de animal. Essas covardias e exploracoes tem que acabar.

O mesmo Ibama que diz nao ter responsabilidade por esses animais que nao sao de nossa fauna, dah autorizacao para MATAR. Isso eh um absurdo!

Iracema Blando Hochman

"Maltratar animais é indício de mau caráter".

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CHITARA

Leoa será empalhada

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[08 [pic]Dezembro 23h32min]

Chitara poderá ser empalhada. Este pode ser o destino da leoa morta com dois tiros na quinta-feira pela manhã. Segundo Djalma Paiva, gerente executivo substituto do Ibama no Ceará, o corpo do animal continua na Clínica de Grandes Animais da Faculdade de Veterinária da Universidade Estadual do Ceará (Uece). ''Já fizeram a necrópsia e o resultado deverá sair na semana que vem. A partir daí vai se decidir se ela (leoa) será ou não empalhada'', diz Paiva.

Enquanto paira a dúvida sobre o destino do corpo da leoa na delegacia do município de Paracuru, continua o inquérito policial para apurar a responsabilidade dos autores da morte de Chitara. ''Nós já ouvimos o dono do circo e várias testemunhas, agora vamos ouvir todos que participaram da caça ao animal'', diz o delegado Valdério Nobre.

Foram nove dias de perseguição ao animal que colocou Paracuru como centro das atenções, inclusive nacional. A caçada mobilizou PMs, fiscais do Ibama e moradores do município. Mas o final foi trágico, Chitara recebeu dois tiros e não resistiu aos ferimentos, morreu na mesa da Clínica de Grandes Animais.

CARTA DA PAULA GERMANN PUBLICADA NO JORNAL O POVO DE 09.12.01

Cartas

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[09 [pic]Dezembro 00h21min]

Ameaça nos circos

Parabéns ao O POVO pelo excelente editorial contra a exploração de animais em circos (''Ameaça nos circos'', 2/12). Este debate tem que ser urgentemente aquecido em favor dos animais e dos seres humanos. É triste que uma leoa de dois anos, explorada a vida inteira por um circo, seja implacavelmente caçada por mais de cem pessoas no Ceará.

É revoltante saber que o Ibama, que deveria zelar pela vida desse animal, se exime de qualquer responsabilidade, permitindo o seu abate.

Paula Germann, jornalista

Rio de Janeiro-RJ

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MINHA CARTA AO GOVERNADOR DO CEARA:

Date: Sun, 02 Dec 2001 01:49:07 -0200

To: ceara@.br

From: Iracema Blando Hochman

Subject: CIRCO LEGAL NAO TEM ANIMAL

Bcc: cidadania_ja@, andrealambert@.br, tati_sbs@.br

Exmo. Sr. Governador do Ceara

Sr. Tasso Jereissati

Eh lamentavel que em seu Estado, uma leoa esteja sendo perseguida e tenha ordens do IBAMA para que seja executada. Logo o IBAMA que diz nao ter responsabilidade nenhuma com esses animais, uma vez que nao sao de nossa fauna. O crime desta leoa que fugiu de um Circo eh simplesmente lutar por sua LIBERDADE.

Venho apelar a V.Sa. que se una ao Governador do Rio de Janeiro, uma vez que este SANCIONOU a Lei 3714/2001, proibindo animais em circos no Estado do Rio de Janeiro.

Os animais necessitam PAZ. Chega de exploracao, chega de covardias com esses animais. Circo nao eh lugar de animal. Quantas pessoas mais necessitarao morrer para que as autoridades se deem conta que estah na hora de dar um BASTA???

O EDITORIAL do Jornal O POVO, (Fortaleza) data 01.12.01, dispensa qualquer comentario. Caso V.Sa. nao tenha tido oportunidade de ler, aqui estah para seu conhecimento e faco deste Editorial, minhas palavras:

"A fuga de uma leoa no circo instalado no povoado de Salgado, no município de Maracanaú, o conseqüente pânico da população do município e a caçada à fera com destaque na mídia nacional vêm reativar a polêmica em torno da utilização de animais selvagens - domesticados ou não - em exibições para o público.

Acreditam os adversários dessa prática, principalmente as pessoas ligadas às entidades de proteção aos animais, que usar exemplares da fauna silvestre - nacional ou estrangeira - como diversão significa uma crueldade para os animais e um perigo para as pessoas. Há sempre a possibilidade de fuga ou reação contra domadores ou assistentes durante os espetáculos, principalmente quando se trata de leões, tigres e outras espécies consideradas ferozesO circo, derivado da palavra latina circu (círculo), sempre esteve no imaginário de todas as pessoas em diferentes países do mundo ao longo dos anos. Os palhaços, mágicos, trapezistas e outros artistas ainda encantam a mente das crianças em pleno 3º Milênio, apesar do surgimento dos videogames de última geração, da televisão a cabo e de outras diversões que oferecem maiores encantos ao público infantil.

Sua origem está no grande anfiteatro onde povos antigos se reuniam para jogos públicos. Há também primórdios sombrios: no coliseu romano, seres humanos eram jogados na arena para serem devorados por animais ferozes. Essas cenas de selvageria eram aplaudidas pelo público ávido de sensações. As poderosas elites romanas criaram até a expressão panen et circenses (pão e jogos de circo), utilizada, na época, para desviar a atenção do povo dos problemas cotidianos.

O cativeiro impõe sofrimento aos animais habituados com a liberdade e que são retirados à força do seu habitat: as florestas ou savanas da África e Ásia. O estresse se torna maior quando eles são treinados para exibições públicas, exercícios esses acompanhados de chicotadas ou outros castigos. Há também o problema da alimentação. Em muitos casos, circos de pequeno e médio porte não têm recursos para provimento das necessidades básicas dos animais. Leões e tigres são carnívoros por natureza e necessitam de grande quantidade de alimento por dia. Muitos desses animais vivem famintos e algumas vezes morrem por falta de comida.

Há ainda o grave problema da segurança e muitos circos não possuem as mínimas condições de manter animais ferozes no cativeiro. Já aconteceram, no Brasil, vários casos de mortes de pessoas devido à negligência de proprietários e funcionários. No dia 18 de maio de 1997, em Tianguá, o garoto José Vinícius Silva Aguiar, de quatro anos de idade, foi atacado e morto por um leão quando se encontrava numa locadora de vídeo. O domador, irresponsavelmente, circulava pelas ruas da cidade com o animal, preso apenas por uma corda de nylon, numa camioneta. Foi apenas um caso entre muitos ocorrido no País.

O mundo do circo é ligado à alegria e não combina com cativeiro e maus-tratos a animais. Está na hora de uma legislação que ponha fim aos abusos que vêm acontecendo. O ideal para leões, tigres e macacos é o seu habitat ou, pelo menos, zoológicos tipo safári, que procuram reproduzir os locais de origem. Isto traz mais segurança para a população e menos sofrimento para os animais"

site:

Esse Jornal merece nossos Parabens!!!!

E gostaria muito de em breve lhe parabenizar tambem, da mesma forma que parabenizei o Governador do Rio de Janeiro e o autor do Projeto de Lei, Sr. Edson Albertassi.

E eu conto com seu empenho na luta para maior respeito aa vida, seja ela de seres racionais ou irracionais.

Atenciosamente,

Iracema Blando Hochman

"Maltratar animais é indício de mau caráter".

Carta da ana para governador:

X-From_: anamaria@.br Fri Dec 7 16:56:08 2001

Return-Path:

Received: from spider..br ([200.255.118.77])

by mx3.lc-3.la. (8.9.3-d/8.9.3) with ESMTP id QAA31795

for ; Fri, 7 Dec 2001 16:56:02 -0200

Received: from ACET006 ([192.168.0.95])

by spider..br (8.9.3/8.9.3) with SMTP id RAA08598;

Fri, 7 Dec 2001 17:09:52 -0300

Message-ID:

From: "Ana Maria"

To:

Subject: Repórter com sensibilidade

Date: Fri, 7 Dec 2001 17:08:49 -0200

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Disposition-Notification-To: "Ana Maria"

X-MimeOLE: Produced By Microsoft MimeOLE V5.00.2919.6600

Sr. Governador,

Tomo a liberdade de transcrever o texto da repórter Eleuda de Carvalho publicado no jornal cearense O Povo para quem sabe, o senhor sensibilizar-se e com isso rever sua posição diante dos animais de circo que tanto sofrem ou desistir da idéia de um dia candidatar-se a Presidente da República, por que certamente, o senhor não terá chance de obter votos dos milhares de eleitores e contribuintes que são preocupados com a nova ordem atual, ou seja, preservar o meio ambiente, respeito a qualquer ser vivente na Terra.

Se o senhor, com devido respeito, não se importa com isso, e só atenção a pessoas carentes e bichinhos na época da eleição, é melhor "passar a bola" para quem se preocupa o ano inteiro com a qualidade de vida de tudo o que está em sua volta.

Vai ser melhor para nós eleitores e para o seu já manchado nome com o sangue da leoa Chitara.

Atenciosamente

Ana Maria M. Fernandes

Comerciária

RG.: 04830865-4 IFP

Rio de Janeiro - RJ.

E-mail: anamaria@.br

CHITARA ENTRE FERAS

Seu reino não é mais deste mundo. A selva das cidades engolindo tudo, mais a sordidez humana a engaiolar bichos de pelo e pena, uma leoazinha nascendo entre grades. Depois de lhe tirarem o habitat, arrancam-lhe as unhas.

Despida de suas garras felinas, virou diversão para o circo de absurdos onde ainda se acha graça em ver animais reduzidos à escravidão. Fugiu, farejando liberdade.

Qual liberdade nada. Saíram no seu encalço como hordas de Bush desentocando bin Ladens nas cavernas. Uma semana Chitara driblou os que a caçavam com ordens de matar, dadas pelo próprio Ibama. O Ibama. Durante sete dias, Chitara bebeu água e comeu cajus, gatona mansa desacostumada do gosto do sangue.

A terra árida bem que pode lembrar as savanas nativas de seus antepassados.

Armas de fogo, grosso calibre, facões e instrumentos de trabalho, mesmo o menino sem medo e sua baladeira. Mas ele não seria Davi nem Chitara foi Golias. Cães e homens batendo o rastro, o helicóptero espiando o ar. Sete luas e sete sóis cruzaram o céu, como este pássaro de aço. Indo e voltando

sobre os próprios passos, Chitara escapulia, sem poder sair do labirinto de mata rasa.

Na manhã de ontem a caçada terminou. A leoa estava pele e osso, fome velha.

Dois tiros abalaram sua força já gasta. Gasta pelo tempo de cativeiro, a comida precária, a jaula minúscula. Mataram Chitara. Morte anunciada e sem sentido. Que ao menos seu fim sirva para um movimento mais firme dos que amam a vida e respeitam a natureza, para pôr um paradeiro nesses circos com animais que sofrem.

Adeus, Chitara. Nasceu cativa mas viveu os últimos dias como deveria ter vivido todos os poucos que lhe couberam sobre a face da Terra.

Carta da Ana para presidente do IBAMA:

From: "Ana Maria"

To: "Iracema Blando Hochman"

Subject: Fw: Texto da repórter sensível

Date: Fri, 7 Dec 2001 17:09:17 -0200

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X-MimeOLE: Produced By Microsoft MimeOLE V5.00.2919.6600

----- Original Message -----

From: Ana Maria

To: casara@sede1..br

Sent: Friday, December 07, 2001 5:00 PM

Subject: Texto da repórter sensível

Sr. Presidente,

Tomo a liberdade de transcrever o texto da repórter Eleuda de Carvalho publicado no jornal cearense O Povo para quem sabe, o senhor sensibilizar-se e com isso rever sua posição diante dos animais de circo que tanto sofrem ou demitir-se do cargo de presidente de um órgão que tem como obrigação preservar o meio ambiente.

Se o senhor, com devido respeito, não gosta de bichos, flores, árvores, etc. deixe o cargo para quem gosta.

Vai ser melhor para nós contribuintes e para o seu já manchado nome com o sangue da leoa Chitara.

Atenciosamente,

Ana Maria M. Fernandes

Comerciária

RG.: 04830865-4 IFP

Rio de Janeiro - RJ.

E-mail: anamaria@.br

CHITARA ENTRE FERAS

Seu reino não é mais deste mundo. A selva das cidades engolindo tudo, mais a sordidez humana a engaiolar bichos de pelo e pena, uma leoazinha nascendo

entre grades. Depois de lhe tirarem o habitat, arrancam-lhe as unhas.

Despida de suas garras felinas, virou diversão para o circo de absurdos onde ainda se acha graça em ver animais reduzidos à escravidão. Fugiu, farejando liberdade.

Qual liberdade nada. Saíram no seu encalço como hordas de Bush desentocando bin Ladens nas cavernas. Uma semana Chitara driblou os que a caçavam com ordens de matar, dadas pelo próprio Ibama. O Ibama. Durante sete dias, Chitara bebeu água e comeu cajus, gatona mansa desacostumada do gosto do sangue.

A terra árida bem que pode lembrar as savanas nativas de seus antepassados.

Armas de fogo, grosso calibre, facões e instrumentos de trabalho, mesmo o menino sem medo e sua baladeira. Mas ele não seria Davi nem Chitara foi Golias. Cães e homens batendo o rastro, o helicóptero espiando o ar. Sete luas e sete sóis cruzaram o céu, como este pássaro de aço. Indo e voltando

sobre os próprios passos, Chitara escapulia, sem poder sair do labirinto de mata rasa.

Na manhã de ontem a caçada terminou. A leoa estava pele e osso, fome velha.

Dois tiros abalaram sua força já gasta. Gasta pelo tempo de cativeiro, a comida precária, a jaula minúscula. Mataram Chitara. Morte anunciada e sem sentido. Que ao menos seu fim sirva para um movimento mais firme dos que amam a vida e respeitam a natureza, para pôr um paradeiro nesses circos com animais que sofrem.

Adeus, Chitara. Nasceu cativa mas viveu os últimos dias como deveria ter vivido todos os poucos que lhe couberam sobre a face da Terra.

CARTA DA ANA PARA JORNAL O POVO

X-From_: anamaria@.br Fri Dec 7 17:05:15 2001

Return-Path:

Received: from spider..br ([200.255.118.77])

by mx3.lc-3.la. (8.9.3-d/8.9.3) with ESMTP id RAA04176

for ; Fri, 7 Dec 2001 17:05:10 -0200

Received: from ACET006 ([192.168.0.95])

by spider..br (8.9.3/8.9.3) with SMTP id RAA08676;

Fri, 7 Dec 2001 17:20:02 -0300

Message-ID:

From: "Ana Maria"

To:

Subject: Recado de uma eleitora/contribuinte

Date: Fri, 7 Dec 2001 17:18:57 -0200

MIME-Version: 1.0

Content-Type: multipart/alternative;

boundary="----=_NextPart_000_0139_01C17F43.410EA620"

X-Priority: 3

X-MSMail-Priority: Normal

X-Mailer: Microsoft Outlook Express 5.00.2919.6600

Disposition-Notification-To: "Ana Maria"

X-MimeOLE: Produced By Microsoft MimeOLE V5.00.2919.6600

Sr. Presidente do Ibama e Sr. Governador Tasso, espero que os senhores leiam o maravilhoso texto da repórter Eleuda de Carvalho, CHITARA ENTRE FERAS publicado no jornal cearense O Povo para quem sabe, o senhor presidente do Ibama possa sensibilizar-se e com isso rever sua posição diante dos animais de circo que tanto sofrem, ou demitir-se do cargo de presidente de um órgão que tem como obrigação preservar o meio ambiente.

Se o senhor, com devido respeito, não gosta de bichos, flores, árvores, etc. deixe o cargo para quem gosta.

E, o Sr. Tasso rever sua posição diante dos animais ou desistir da idéia de um dia candidatar-se a Presidente da República, por que certamente, o senhor não terá chance de obter votos dos milhares de eleitores e contribuintes que são preocupados com a nova ordem atual, ou seja, preservar o meio ambiente, respeito a qualquer ser vivente na Terra.

Se o senhor, também com devido respeito, não se importa com isso, e só dá atenção as pessoas carentes e bichinhos na época da eleição, é melhor "passar a bola" para quem se preocupa o ano inteiro com a qualidade de vida de tudo o que está em sua volta.

Vai ser melhor para nós eleitores e contribuintes e para os seus já manchados nomes com o sangue da leoa Chitara.

Ana Maria Macedo Fernandes

Comerciária

R. da Assembléia, 77/601 Centro

20011-001 Rio de Janeiro - RJ.

IFP.: 04830865-4 IFP

Cel.: (21) 2221-8612

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cartas dia 10.12.01

Fora da lei

Animais em circos infringem a lei nº 9.605, de 12/2/98 e outras leis de proteção aos animais, assim como a Declaração Universal dos Direitos dos Animais. Acaso já verificaram como se dá o ''treinamento'' cruel a que são submetidos tais animais? Da forma atroz como são tratados?

Márcia Bicudo

São Paulo-SP

Cartas

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[11 [pic]Dezembro 01h52min]

Lei

Está mais do que na hora de acabar com a exploração de animais, que são retirados de seus habitats para viverem enjaulados e maltratados em circos. E quando lutam pela tão sonhada liberdade, são caçados como bandidos.

Que o Governo do Ceara se espelhe no ato nobre do Governo do Estado do Rio de Janeiro, que sancionou lei proibindo circos com animais em todo o Estado.

Iracema Blando Hochman

Rio de Janeiro-RJ

|MENSAGENS |

|Morte da leoa Chitara comove leitores |

| |

|O abate da leoa Chitara, que fugiu de um circo no Paracuru, gerou protesto por parte dos leitores do O POVO. Dezenas de cartas |

|chegaram à Redação, criticando a atuação do Ibama e defendendo a proibição do cativeiro de animais em circos |

|[pic] |

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|[pic] |

|Visão de dentro da jaula de onde Chitara escapou, e onde era mantida no Fantástico Circo Show (Foto: Fábio Lima) |

|[pic] |

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|[13 [pic]Dezembro 01h23min] |

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|''Digam-me, a leoa atacou alguém? Ou ela apenas se escondeu porque sabia que estava sendo caçada?' O questionamento, um desabafo da |

|leitora Gabriela Nemirovsky, chegou por e-mail ao O POVO após a notícia da morte da leoa Chitara, que depois de cair da jaula de um |

|circo em Paracuru e ser perseguida por nove dias, foi abatida com dois tiros no último dia 6. Junto com este depoimento, mais dezenas |

|de mensagens foram enviadas à Redação desde que a saga de Chitara começou a ser noticiada no jornal, no dia 29 de novembro, um dia |

|após a fuga. |

| |

|As cartas vieram de várias cidades do Ceará, de outros estados e até do exterior. Nos depoimentos, há críticas severas ao Instituto |

|Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que acompanhou a perseguição. ''O Ibama, sustentado com o |

|dinheiro público, não perdeu a oportunidade para demonstrar sua incompetência em tratar da situação gerada por sua própria |

|irresponsabilidade'', atacou a leitora Ana Maria Barcellos de Lima. |

| |

|Também sobram críticas ao dono do Fantástico Circo Show, que transportava a leoa de Paraipaba para Paracuru sem condições mínimas que |

|garantissem segurança - o chão da jaula era feito de tábuas que se soltaram devido a buracos na estrada, permitindo que o animal |

|escapasse. Mas o maior protesto dos leitores volta-se para as precárias condições com que os animais são tratados nos circos. O |

|assunto foi tema do editorial do O POVO no dia 2 de dezembro e do artigo ''Chitara entre as feras'', da jornalista Eleuda de Carvalho,|

|publicado no último dia 7, que mereceram elogios em várias cartas. |

| |

|Muitos leitores apontaram como exemplar a lei sancionada no estado do Rio de Janeiro, que proibiu que os circos mantenham, no estado, |

|qualquer animal. A lei foi resultado da morte de um garoto, atacado por um leão que se soltou no circo Vostok. Vários websites, |

|sugeridos por leitores, descrevem os métodos cruéis usados nos circos para treinar elefantes, leões, macacos e outros animais, além de|

|relatarem diversos acidentes e fugas e citarem exemplos de circos nacionais e internacionais que não utilizam animais nas |

|apresentações. |

| |

|No site da Aliança Internacional pelos Animais (.br/Circo.htm), os internautas podem aderir a um abaixo-assinado que será |

|encaminhado para o poder legislativo federal, no intuito de proibir a manutenção de animais em circo em todo o País. |

| |

| |

|Serviço: |

| |

|Sites que divulgam a capanha pela proibição de animais em circos |

|- |

|- peti/circos/circos.html |

|- .br/Circos.htm |

|- |

|[pic] |

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|[pic] |

|[pic] |

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|[pic] |

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|[pic] |

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|Leia mais sobre esse assunto |

| |

|13/12/2001 01:23:58 - Críticas à (falta de) fiscalização |

|13/12/2001 01:23:58 - Mensagens enviadas ao O POVO |

|13/12/2001 01:23:58 - Projeto proíbe exibições |

|13/12/2001 01:23:58 - Réquiem à leoazinha |

IBAMA

Críticas à (falta de) fiscalização

|[pic] |

|[pic]|Veterinário examinando a leoa já morta, depois de ter sido caçada por |

| |policiais e moradores durante nove dias na mata de Paracuru: ''entre as |

| |feras'' (Foto: Everton Lemos) |

| |[pic] |

[13 [pic]Dezembro 01h23min]

As críticas dos leitores ao Ibama são reforçadas pela presidente da União Internacional de Proteção aos animais (UIPA) no Ceará, Geuza Leitão. ''Essa leoa estava presa desde bebê, não tinha garras e não sabia caçar. Não estava colocando em risco a população e não precisava ter sido morta'', afirma Geuza. ''Além disso, existem muitos métodos que poderiam ter sido usados para capturá-la viva, e não foram por omissão ou incompetência do Ibama'', acrescenta. Ela também critica a falta de fiscalização das condições em que os animais são mantidos nos circos.

''Nós mobilizamos todo o aparato que tínhamos e até o último momento tentamos capturar a leoa viva'', rebate Djalma Paiva, gerente executivo substituto do Ibama no Ceará. Ele afirma que, apesar do Ibama não dispor de espingardas com dardos tranqüilizantes, o equipamento foi obtido com outra instituição durante a busca, mas não pôde ser usado devido à densidade da vegetação no local da perseguição. ''As condições naturais não viabilizaram o uso de dardos'', reforça.

Djalma Paiva ressalta ainda que o Ibama não autorizou o abate da leoa. ''Mas pela própria lei de crimes ambientais, quando um animal põe em risco a vida da população, a prioridade é o ser humano'', diz. A lei determina ainda que deve haver ''autorização expressa da autoridade competente''.

Paiva destaca que a fiscalização dos circos é de responsabilidade das prefeituras, que devem conceder um alvará de funcionamento. ''Queremos conclamar as prefeituras do Ceará a procurarem o Ibama, sempre, antes de conceder o alvará de funcionamento. O Ibama não tinha conhecimento de que este circo andava por aí'', diz, acrescentando que o órgão é favorável a uma proibição legal do cativeiro de animais em circos.

De acordo com Djalma Paiva, o dono do Fantástico Circo Show não apresentou a documentação autorizando a posse e transporte da leoa. ''Pela legislação, ele tem 20 dias para apresentar, mas além de multado, ele sofrerá processo administrativo e criminal'', diz. Segundo Paiva, o corpo da leoa Chitara não estava em condições de ser empalhado; o esqueleto do animal deve ser montado na Faculdade de veterinária da Universidade Estadual do Ceará (Uece).

|Mensagens enviadas ao O POVO |

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|[13 [pic]Dezembro 01h23min] |

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|Quantas vítimas ainda será preciso para que se proíba animais em circos? |

|Marcia Artelino da Silva |

|Guarulhos-SP |

| |

| |

|Não existiu até hoje alguém que mostrasse um método de se treinar animais selvagens que não fosse cruel. |

|Valéria Muniz Balbieri |

| |

| |

|Não podemos sustentar o sofrimento de inocentes! |

|Guilherme Augusti Negri |

|Campinas-SP |

| |

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|Se queremos que esse País ande para frente, temos que respeitar os animais. |

|Mariana Alemany |

| |

| |

|Se o Ibama, no Ceará, não dispõe do recurso do dardo anestésico para capturar um animal deste porte, trata-se de uma falha |

|imperdoável. Este órgão tem a obrigação ainda de fiscalizar adequada e constantemente as empresas produtoras deste tipo de espetáculo |

|E dispor do material necessário nos momentos de urgência |

|Ana Lúcia Leitão |

|São Paulo-SP |

| |

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|Que o Governo do Ceará se espelhe no ato nobre do Governo do Estado do Rio de Janeiro que sancionou lei proibindo animais em circo. |

|Iracema Hochman |

|Rio de Janeiro-RJ |

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|Quantos animais terão que ser abatidos porque lutaram por um pouco de liberdade? |

|Simone Hochman |

|Rio de Janeiro-RJ |

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|Entendemos que o espetáculo circense deverá ser recriado, ressaltando as habilidades do ser humano, seu humor, sua magia e sua |

|capacidade de representar a vida. Na Europa, os circos mais famosos apresentam um espetáculo ímpar, com nova filosofia de circo, sem |

|apresentação de animais. |

|Ednea Gouveia |

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|O Ibama autoriza a importação de animais e quando eles chegam em nosso País, eles alegam que não há o que fazer para ajudar em sua |

|proteção. Tudo muito contraditório... |

|Patricia Godoy |

|Santo André-SP |

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|Não podemos esquecer de cobrar responsabilidades. Quem autoriza a entrada de animais exóticos no País? Quem fiscaliza (ou não) a |

|entrada destes animais? |

|Maria Luiza Nunes |

|São Leopoldo-RS |

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|Infelizmente abateram a leoa Chitara, fujona dos cárceres do Fantástico Circo Show, onde perdeu sua pureza sendo domesticada pelos |

|humanos. |

|Rômulo MascarenhasBaturité-CE |

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|Num mundo tão evoluído quanto o nosso, será que as autoridades envolvidas nunca ouviram falar de tranqüilizantes? Ou o Ibama não |

|conhece essas ferramentas? |

|Gabriela Nemirovsky |

|São Paulo-SP |

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|Somos de uma geração onde a ignorância sobre a crueldade com que os animais são tratados nos circos nos fizeram crescer sonhando com a|

|magia dos picadeiros onde os animais ''atuam felizes''. Esse pensamento não tem mais lugar em nossa sociedade e tudo indica que no |

|século XXI teremos, por fim, a proibição destes abusos, como estão proibidas as exibições de aberrações humanas que também, um dia, |

|fizeram parte da tradição circense. |

|Maria Regina Coimbra |

|Belo Horizonte-MG |

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|São os leões os verdadeiros vilões? Não, estes apenas anseiam pela liberdade. É claro que todos provavelmente irão esquecer os |

|responsáveis por este absurdo - o dono do circo e os órgãos que deveriam ter fiscalizado o mesmo e não fizeram. |

|Joseane Philips |

|Saint Petersburg, FL, EUA |

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|Leia mais sobre esse assunto |

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|13/12/2001 01:23:58 - Críticas à (falta de) fiscalização |

|13/12/2001 01:23:58 - Morte da leoa Chitara comove leitores |

|13/12/2001 01:23:58 - Projeto proíbe exibições |

|13/12/2001 01:23:58 - Réquiem à leoazinha |

Projeto proíbe exibições

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[13 [pic]Dezembro 01h23min]

Um projeto de lei visando à proibição de qualquer animal nas apresentações circenses deverá ser apresentado na próxima terça-feira, 18, na Assembléia Legislativa do Ceará. A autora do projeto, deputada Gorete Pereira (PFL), presidente da comissão de meio ambiente da Assembléia, afirma que acontecimentos recentes no Ceará e em outros estados motivaram a proposta, que teve como inspiração a lei estadual sancionada no Rio de Janeiro.

''Na Assembléia, alguns deputados têm comentado que o circo só tem graça com leão, macaco, tigre. Mas a gente tem que discutir esta problemática, porque em geral esses animais apanham muito para serem adestrados e são mantidos sob estresse'', diz a deputada. Segundo ela, o combate aos maus tratos e ao risco que estes animais podem trazer para a população constituem a principal motivação do projeto. ''Um problema como este de Paracuru só vem reforçar estas razões'', afirma. Depois de lido em plenário, o projeto deve ser encaminhado às comissões e só deve ser devolvido à Assembléia para ser relatado e votado depois do recesso de final de ano.

Na Câmara dos Deputados, em Brasília, também há um projeto de lei federal tramitando, que prevê a proibição do cativeiro de animais em circos. A autoria é do deputado Affonso Alves de Camargo (PSDB-PR). O projeto determina um prazo de cinco anos para que todos os animais de circo sejam reencaminhados para zoológicos ou outras instituições.

Réquiem à leoazinha

Eleuda de Carvalho

da Redação

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[13 [pic]Dezembro 01h23min]

Dia seguinte à morte de Chitara, uma moça liga pra me dizer que leu meu artigo chorando. Não tive outro jeito senão confessar: alinhavei aquela despedida entre lágrimas. De revolta e dor. Revolta contra o ser humano, sua prepotência bestial, sua empáfia, sua ignorância em se colocar no centro da criação. A fotografia estampada no jornal era eloqüente, uma pequena leoa magra, ferida, toda amarrada na traseira de um carro, enquanto uma roda de homens em torno do corpinho inerte se ria para as câmeras. Valentes de meia tigela. Covardes.

E a encenação? Que trouxeram Chitara ainda viva, que o veterinário da universidade tentava tirar as balas, a bichinha tomando soro. Mentira. Chitara estava morta, morreu no caminho. Os cúmplices desse circo de horrores ainda tentavam posar de heróis, ora vejam só. Depois, o tanto de cartas e e-mails enviados à redação me deu um certo alento nessa hora de angústia e total descrença no ser humano, predador incorrigível. A sensibilidade dos tantos que, no Brasil e no exterior, se revoltaram comigo pela morte da Chitara me recobrou um bocadinho de fé. Chegou a hora de fazermos mais que lamentar.

Há que se cobrar a incompetência de quem, à frente de um órgão de defesa da vida animal, se mostrou tão indiferente. Há que se prestar contas para a sociedade do quanto foi gasto nesse safári absurdo. Como é que falta dinheiro para comprar um dardo anestésico e não faltou para o sobrevôo dos helicópteros, para os militares deslocados de suas funções, para o grupo de mateiros do Paracuru que sequer hesitaram em entrar na mata para caçar a fera? E a fera rugindo dentro de cada um, pedindo sangue. A morte da Chitara pode ser uma bandeira contra a presença de animais em circo, em defesa da vida, da Vida! E, por favor, pensem nos jumentos e burros largados por aí, cobertos de feridas; nos cães e gatos ao abandono; nas crianças e nos velhos também.

MINHA CARTA PARA JORNAL O POVO:

Date: Fri, 14 Dec 2001 16:29:09 -0200

To: opiniao@.br

From: Iracema Blando Hochman

Subject: Parabens pela materia do dia 13.12.01- Chitara

Bcc: mldn@.br, soniachor@.br

Parabens a esse Jornal, parabens a Sra. Eleuda de Carvalho (Redatora), pela materia sobre a leoa Chitara, brutalmente assassinada pela incompetencia e o descaso das autoridades.

O unico crime da Chitara, que nem garras tinha mais pois foram arrancadas, foi lutar por um pouco de liberdade.

O mesmo Ibama que deveria proteger, nao possuia espingardas com dardos tranquilizantes. E a Chitara foi morta! Nao devemos esquecer tambem dos 104 animais do Bwana Park, em Guaratiba- Rio de Janeiro (lontra asiatica, cisne real, jacare, lince africano, macaco, onca-pintada, etc..) que morreram enjaulados, de inanicao e sem condicoes de procurar alimento. Isso aconteceu em Agosto deste ano! Mas ninguem comenta mais!!!!!!

Eh bom que se lembre tambem, que em abril de 2000, o menino José Miguel dos Santos Fonseca Júnior, 6 anos, que foi atacado e morto por leões no circo Vostok, em Jaboatão dos Guararapes (PE). Esses animais estavam ha 48 horas sem comer.

Esse Jornal mostrou ao Brasil e ao mundo o descaso e a incompetencia das autoridades no trato para com os animais. Quantas criancas e quantas Chitaras terao que morrer para que as autoridades acabem de vez com a exploracao desses pobres animais usados em circos? Circo nao eh lugar de animal e jaula eh para bandido!

Iracema Blando Hochman

"Maltratar animais é indício de mau caráter".

"Maltratar animais é indício de mau caráter".

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