Autor: Beatriz Bomfim



Autor: Beatriz Bomfim

Título: Vovó Maria Joana traz a Serrinha à Lapa para mostrar o jongo

Indicação bibliográfica: Jornal do Brasil, RJ, 08 de abril, 1983.

Localização: Hemeroteca temática do Museu do Folclore

Data da 1ª edição: 1983

Recorte de jornal

Jongo: o artigo de refere a uma apresentação do jongo da Serrinha no Circo Voador, na Lapa, destacando a decoração com bambus e velas do local para receber o jongo do Mestre Darcy, então com 53 anos. Na mesma noite o grupo da Serrinha prestará uma homenagem a Clara Nunes, freqüentadora do morro e companheira de jongo de Vovó Maria Joana. A reportagem também destaca que esse jongo “atual” não era o mesmo dançado na fazenda Marquês de Valença, quase divida com Minas Gerais, “(...) onde Maria Joana Monteiro o aprendeu com seus pais e avós, os paternos africanos e o maternos uma índia e um negro.” Nas palavras de Maria Joana: “Hoje mudou. Antes os velhos armavam a fogueira com quase dois metros de altura e só começavam a dançar depois de pedir licença aos orixás. Cada mulher usava a roupa que podia, havia desafios lançados, crianças só entravam se os pretos velhos, que estavam ali para desafogar as suas mágoas, permitissem. Agora é mais tranqüilo, dançamos também em casa, não apenas no terreiro.” Darcy destacou que o jongo que público iria conhecer naquele dia era envolto “(...) por um certo colorido, “um batom”, porque o jongo é hoje uma festa profana, sem o peso do misticismo anterior. Vovó Maria Joana não concorda muito, mas dança assim mesmo (...) Saiu de Valença e veio para o Rio, onde se empregou em casas de família, mudou para a Mangueira já casada e dali foi para a Serrinha, de onde nunca mais saiu. Encontrou seus parceiros de jongo, como Manoel Bambambã, que já morreu, mestre nos desafios e brigas. Nunca mais parou de jongar. “Sinto prazer em dançar, faz-me lembrar os tempos em que estava com meus pais e avós.” Maria Joana Monteiro, ganhou o nome de Vovó Maria Joana Rezadeira quando o primeiro neto nasceu e por manter a tradição da família em rezar ladainhas – gosta de ir a Bahia pedir forças e só não aprendeu uma das muitas rezas do pai: a mordidela de cobra, que segundo ela, cura qualquer doença.”

O referido show é qualificado pelo autor do artigo como “no mínimo, inusitado para o público habitual.”

Região descrita: Serrinha/Rio de Janeiro

Período da descrição: 1983

Comentários: considerações acerca das diferenças do jongo da atualidade do texto para o “jongo antigo”. Há também referências à trajetória de vida de Vovó Maria Joana, à fazenda onde nasceu e aos seus avós africanos.

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