O IMPARCIAL:histórico e a consolidação dos diários ...



UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS

CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL

DÉBORA ANDRÉA SOUZA

HUGO LEONARDO VIEGAS SILVA

MARCELA COELHO DE SOUSA

YURI AUGUSTO SANTOS GONÇALVES

O IMPARCIAL:

histórico e consolidação dos diários associados no Maranhão

São Luís

2006

DÉBORA ANDRÉA SOUZA

HUGO LEONARDO VIEGAS SILVA

MARCELA COELHO DE SOUSA

YURI AUGUSTO SANTOS GONÇALVES

O IMPARCIAL:

histórico e consolidação dos diários associados no Maranhão

Artigo apresentado às disciplinas MTEPB

e História da Comunicação da Universidade

Federal do Maranhão para a obtenção da 3ª nota.

São Luís

2006

AGRADECIMENTOS

Agradecemos primeiramente a Deus, por nos dar a oportunidade de vivenciar tantas experiências maravilhosas.

Aos nossos pais por terem nos ensinado a lutar por nossos objetivos e nos apoiarem durante os momentos difíceis pelos quais passamos.

Aos nossos amigos pelo consolo e a ajuda da nossa edificação moral e espiritual.

Aos professores, Franklin Douglas e Márcia Cordeiro pelo incentivo e por nos orientar no decorrer das pesquisas.

Ao Sr. Raimundo Borges por nos receber e conceder uma entrevista, doando um pouco de seu precioso tempo para nos atender.

Enfim, a todos que contribuíram para realização deste projeto.

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO................................................................................. 1

O IMPARCIAL, IMPARCIAL: O SONHO DE J. PIRES........ 2

2.1 1926: Um país em transição...............................................................3

2.2Os motivos que culminaram na sua saída.........................................4

DE INDEPENDENTE À ASSOCIADO................. 5

A chegada dos associados ao Maranhão....... 5

Um novo jornal.............. 6

A política do condomínio.............................. 7

UM JORNAL COMO INSTRUMENTO DE PODER.............. 8

O Imparcial como instrumento de fazer política........ 9

CONCLUSÃO...................................................................... 10

REFERÊNCIA...........................................................................................11

ANEXOS..........................................................................14

O IMPARCIAL:histórico e a consolidação dos diários associados no Maranhão*

Débora Andréa Souza**

Hugo Leonardo Viegas Silva

Marcela Coelho de Sousa

Yuri Augusto Santos Gonçalves

RESUMO

Apresenta-se a consolidação dos diários associados no Maranhão. Enfoca-se a transição do jornal O Imparcial de José Pires Ferreira a Assis Chateaubriand, por meio da análise das mudanças editoriais e técnicas. Caracteriza-se a importância da política de condomínios para a manutenção dos diários. Destaca-se o papel de O Imparcial nas diferentes fases do desenvolvimento da imprensa maranhense.

Palavras-Chave: Jornal. Diários Associados. Imprensa Maranhense.

1 INTRODUÇÃO

O jornalismo impresso no Maranhão desde 1821, quando a imprensa deu seus primeiros passos no estado,não servia apenas para testemunhar a história, mas também para produzi-la, pois participava efetivamente na vida

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* Artigo Científico apresentado às disciplinas História da Comunicação e Métodos e Técnicas de Estudos e Pesquisas Bibliográficas para a obtenção da 3ª nota.

** alunos do primeiro período do curso de Comunicação Social da Universidade Federal do Maranhão.

política e cultural da sociedade. Até 1926 os jornais no Maranhão serviam aos interesses de determinados grupos políticos que disseminavam suas ideologias e buscavam desmoralizar os seus oponentes, utilizando estratégias que não se pode nem excogitar, termos pejorativos, como apelidos para difamar a oposição, e ainda, inventavam fatos para obter apoio popular. Porém, neste mesmo ano foi fundado por José Pires Ferreira, O Imparcial que trouxe uma nova perspectiva à imprensa maranhense, por que não pretendia defender posições ideológicas de determinados grupos políticos ou empresariais, separava notícia de opinião. Evitava notícias sensacionalistas, diferentemente dos jornais anteriores.

No ano de 1944, O Imparcial foi incorporado aos Diários Associados, uma das mais importantes corporações da imprensa no Brasil. O jornal sofreu algumas mudanças e tornou-se um meio de consolidar o "império" de Assis Chateaubriand no Maranhão.Mas, com o surgimento de outras mídias como o rádio , a televisão e mais recentemente a internet no século XX, o jornal impresso perdeu seu posto de fonte primária de informação e tem buscado inovações para se manter em pleno século XXI, até mesmo integrando-se as novas mídias como a rede mundial de computadores.

O Imparcial é digno de prestígio, pois é um dos jornais mais antigos em circulação, conseguindo sobreviver apesar das adversidades, com 80 anos de existência dos quais 52 deles como Diário Associado. Tendo um público fiel, é um dos jornais mais lidos do Maranhão. Seguindo à linha informativa e as diretrizes do manual de redação da rede a qual está ligado, cujo objetivo é voltado para unificação do estilo gráfico e textual.

O maior desafio encontrado por este célebre jornal e os demais do país é continuar nas bancas.

2 O IMPARCIAL, IMPARCIAL: o sonho de J. Pires

Em 1º de maio de 1926, José Pires Ferreira, funda O Imparcial. Jornal idealizado com o propósito de ser realmente “imparcial” como é demonstrado logo no título. Mas isso não significa dizer que ele não tivesse uma visão crítica local.

Um jornal à frente do seu tempo com estilo literário próprio, procurava separar notícia de opinião, ao contrário dos demais jornais da época que eram considerados “de famílias”. Possuía, além disso, um parque gráfico moderno, sendo esse um dos motivos que levaram Chateaubriand a comprá-lo. Como afirmou Astolfo Serra em seu artigo intitulado “O artigo que eu escreveria”,“[...] Pode-se dizer que deste jornal o que Ingeneiros disse do livro: - É, mais do que um gesto é uma atitude! Exercendo a sua função altamente social [...]” (O IMPARCIAL,1944,p.1). (conforme anexo 3).

O Imparcial representou uma vitória na vida de J. Pires. Pois este enfrentou dificuldades como ameaças, agressões e processos judiciais para sustentar seu objetivo: fazer um jornal diferente.“[..] Homem de duas virtudes realçantes: coragem para o trabalho, fortaleza para a luta! Tudo se resumindo numa fé capaz de transportar montanhas [...]” (O IMPARCIAL, 1944, p.1). (conforme anexo 3).

Assim era definido por seus colegas de profissão que reconheciam seu trabalho e esforço pela mudança na maneira de se fazer imprensa. Seu sonho, mesmo que a duras penas, foi levado adiante durante os quase vinte anos em que esteve à frente do jornal. Como conseqüência disso, O Imparcial tornou-se um jornal tradicional no Maranhão, tendo assegurado sua participação em momentos importantes e decisivos para o Estado.

2.1 1926: Um país em transição

No Brasil, ainda persistia o coronelismo, modo peculiar de concentração de poder político local pelos grandes fazendeiros e latifundiários, porém ocorreram alguns levantes como o tenentismo para derrubar do poder as oligarquias agrárias.

O Partido Comunista,que também possuía um papel relevante na sociedade, atuava na ilegalidade, pois era reprimido durante o governo do presidente Artur Bernardes (1922-1926). Mas no governo de Washington Luís (1926-1930) voltou a tomar impulso,organizando a classe operária com a finalidade de conquistar direitos, principalmente o do voto secreto. Nesse período, o objetivo do Partido Comunista era aniquilar as oligarquias e não a burguesia capitalista.

De forma geral, todas as classes estavam descontentes com o governo, até os membros dos grupos mais ricos uniram-se criando o Partido Democrático, percebendo que o governo estava enfraquecendo, pediram algumas reformas democráticas por temerem uma revolução desencadeada pelas camadas mais pobres.

Os jornais da época, principalmente os que estavam sob a autoridade de Assis Chateaubriand, combatiam as facções políticas que se opunham ao governo, pois prestigiavam a autoridade, apesar de noticiar as falhas administrativas. O interesse maior era a unidade da nação, "o progresso". Evitando o caos através da formação da opinião pública que favorecesse essa união.

Já na perspectiva maranhense a situação não estava muito diferente. Foi eleito governador o Comandante José Maria Magalhães, chefe do Partido Republicano (antes, chefiado por Benedito Leite). O estado sofria com a crise financeira, então, o novo governante teve a obrigação de cortar gastos e suprimir cargos e serviços a fim de por em dia o pagamento dos funcionários. Foram instalados os serviços públicos de abastecimento, esgotos, iluminação, transportes, etc. Porém, Magalhães foi atacado pela oposição de Marcelino Machado e Tarquínio Lopes, chefe do Partido Socialista (que de socialista não tinha nada e, depois foi chamado Partido Democrático), através dos jornais 'O Combate' e 'Folha do Povo', insultavam e ofendiam pessoalmente aos adversários e suas famílias. No Maranhão a tradição jornalística, nesse período, não era de neutralidade e imparcialidade na divulgação das notícias.

2.2 Os motivos que culminaram na sua saída

Após um agitado, porém, brilhante tempo de trabalho no jornal, J. Pires decidiu vender O Imparcial. Dentre as razões que o levaram a tomar essa decisão, pode-se citar o problema de saúde que o deixou muito debilitado como ele mesmo esclarece na carta de despedida do jornal.

[...] Envelheci no trabalho incessante deste jornal e estou com a minha saúde algo sacrificado. Pena é que após tendo esforçado em benefício da coletividade, tenho resolvido sacrificar o fruto do meu trabalho de muitos anos e deixar a minha terra, embora temporariamente [...].

(O IMPARCIAL, 1944, p.1). (Conforme anexo 2).

Apesar de tentar fazer um jornal de fato imparcial, não era possível alcançar a imparcialidade porque geralmente o jornalista se expressa segundo seus bens simbólicos em relação a qualquer fato e isso o deixou frustrado, mesmo sendo fascinado pela sua profissão. Também houve injustiças em retribuição aos anos de serviço prestado à sociedade.

[...] Vem a propósito relembrar esses fatos para concluir que nenhum provento político auferi dessas lutas titânicas, as quais só dissabores me trouxeram e que apenas serviu para outros galgarem as posições que almejavam.

Após esse esforço sobre-humano, tive como recompensa as maiores injustiças [...] (O IMPARCIAL, 1944, p.1). (Conforme anexo 2).

Então, no ano de 1944,J. Pires vende O Imparcial a Assis Chateaubriand que o incorporou ao seu “império’’ dos Diários Associados. ‘’[...] O Imparcial, circula hoje, pela primeira vez, como órgão dos ‘ Diários Associados’ iniciando uma nova fase de sua brilhante trajetória [...]’’ (O IMPARCIAL, 1944, p.1). (Conforme anexo 5).

DE INDEPENDENTE À ASSOCIADO

Devido à saída de J. Pires Ferreira, que era o diretor geral do O Imparcial, o jornal passou por um momento de transição, na qual seria fundamental um novo comandante para coordenar uma “nova era”, sendo decisiva para que este jornal modernizar-se para o futuro. Este comandante foi Assis Chateaubriand, indiretamente, pois ele, comprou o jornal maranhense, passando O Imparcial a ser integrado como Diário Associado, ou seja, a um grupo de jornais do país, sob seu comando. Para assumir a direção do Diário no Maranhão, João Calmon foi escolhido, comprometendo-se assim a adaptar o jornal O Imparcial como associado de Chatô.

1. A chegada dos associados no Maranhão

“[...] Como órgão Associado, este jornal passa a contar com as incomparáveis fontes de informação e de colaboração do nosso consórcio,

podendo consolidar ainda mais, o seu prestígio e aumentar a sua penetração em todas as camadas sociais.

A incorporação do grande matutino maranhense aos Diários Associados integra-o numa organização publicitária que visa fortalecer a unidade

política e espiritual do Brasil, através de uma rede de jornais, emissoras e revistas colocadas nos pontos-chaves de cada região...

Fazemos um jornalismo impessoal e elevado, orientado exclusivamente no sentido do interesse coletivo... Cada órgão Associado é uma cidadela do Brasil, preocupada somente com a defesa dos supremos interesses da pátria comum, seja em Porto Velho ou em São Luís, em Santa Maria ou em Manaus, em Goiânia ou em São Paulo [...]” (BRASIL,PRIMEIRO, 1999, p.240).

Através dessa nota de Chateaubriand, os Associados se apresentavam em cada Estado brasileiro.

João Calmon, o representante de Assis Chateaubriand no Maranhão, deu início à transição do jornal O Imparcial de independente para ser associado. José Pires de Sabóia foi eleito como diretor geral do jornal e José Adirson de Vasconcelos foi responsável pelo seu processo de modernização.

Assim, estabeleceu-se uma nova era nos jornais maranhenses,que primeiramente alcançou a O Imparcial, tanto na inclusão de um novo modelo de opinião quanto na área tecnológica que seria aproveitada por este jornal.

2. Um novo jornal

O Imparcial, já Diário Associado controlado por Chateaubriand, envolveu-se mais em questões políticas, sendo tendencioso, diferentemente da linha que seguia na época de J. Pires Ferreira, na qual, a marca do jornal era a imparcialidade. Mas este novo jornal se assemelha ao anterior em uma característica: a valorização da notícia informativa.

Para ser um novo jornal, O Imparcial passou por modificações. A linha editorial foi comprometida, tendo um padrão mais conservador, devido à regra imposta por Chateaubriand, em que todos os seus jornais seriam conservadores. A ordem das notícias no jornal era da seguinte maneira: primeiramente as internacionais, logo depois as nacionais, após aparecem as regionais e, por fim, as notícias locais. O jornal foi o primeiro a introduzir no Maranhão, a máquina de escrever na redação, e em outubro de 1973 aderiu à impressão offset, a fotocomposição eletrônica e a composição computadorizada.

A implantação do curso de Jornalismo na Universidade Federal do Maranhão, na década de 70, colaborou na formação de jornalistas e por conseqüência, O Imparcial se beneficiou, devido à sua tradição e pela sua modernidade, estes jornalistas fariam estágio neste jornal.

Diversos nomes passaram pelo Associado, dando suas contribuições à política, às artes e à literatura: Jose Sarney, que iniciou como repórter de polícia, depois coordenou a página de literatura; Ferreira Gullar, poeta; Lago Burnett, jornalista; José Louzeiro, romancista, dentre outros.

Em diversos momentos da história do novo O Imparcial os interesses políticos/empresariais prevaleceram, a exemplo de quando Chateaubriand orientou que o jornal, como Associado, permanecesse contra ao governo de João Goulart, sendo a favor do regime militar. Ou, em 1965 quando o jornal apoiou a campanha de José Sarney ao governo do Estado, sendo então uma espécie de cabo eleitoral. Exemplos da nova postura do jornal. A partir dessa regra, o jornal pretendia também, se tornar de boa qualidade e ser formador de opinião.

1. A política de condomínio

Os Diários Associados foram e continuam sendo uma das maiores organizações da história da imprensa no Brasil. Na primeira metade do século XX, o grupo controlava dezenas de emissoras de rádio, televisão, jornais, revistas, além de laboratórios farmacêuticos, fábricas de chocolate e fazendas. Significou um grande desenvolvimento devido à construção de um conglomerado de empresas jornalísticas e comerciais no país em pouco mais de duas décadas. Consolidando-se como um império da comunicação. Caracterizado por Chateaubriand, abaixo.

[...] Pensam muitos que um jornal seja, em última análise, mera empresa

industrial ou comercial. Em verdade, até certo limite, o somos.

Vendemos espaço, para publicidade, como qualquer comerciante vende a sua mercadoria. Como é o jornal diferente, entretanto, de uma simples organização comercial ou industrial! E onde está o limite dessa diferenciação? Está em que a força que nos caracteriza, essa imensa força que nos faz ora amados, ora odiados, ora temidos, não promana somente de boas máquinas. Não basta escrever, compor, paginar, imprimir algo numa bobina de papel ara que se tenha feito um jornal, para que se tenha cumprido a nobre missão da imprensa. É necessário que ao escrever-se se tenha posto a alma, a inteligência e o coração a serviço de um ideal[...].(BRASIL PRIMEIRO,1999,p.238).

O grupo é sustentado pelo Condomínio Acionário que funciona como uma espécie de empresa democrática. Possuindo características únicas e exercendo o seu poder via Assembléias Gerais e Conselhos de Administração. É composto de 22 cotas que contabilizam 49% do controle acionário,distribuídas entre funcionários das empresas do grupo associado, que tenham demonstrado desempenho diferenciado e lealdade a filosofia empresarial do grupo. As cotas são incomunicáveis, inalienáveis e intransferíveis.

O regimento de Condomínio é que dá estabilidade á associação. Uma de suas regras afirmam que as cotas não devem fazer parte da herança de um condômino¹. É que quando este viera a falecer, um novo membro é eleito.

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¹ é quem possui uma das cotas do Condomínio.

Dessa forma, Chateaubriand concluiu que os acionistas estavam assumindo suas posições não mais por herança e sim por meio de eleições. Sua postura democrática esteve presente não só nas características da sua administração, mas na atuação social como parte da essência dos associados.

Assim, Assis Chateaubriand comandou seu império. Aceitando os desafios propostos, apostando em novas mídias. Defendendo a livre empresa e uma sociedade pluralista. Assumindo valores de ética, competência, determinação e responsabilidade. Colocando a verdade e o bem comum como grande objetivo de seus veículos de comunicação. E, acima de tudo entendendo as mudanças nas exigências da sociedade de forma ética e com extrema qualidade.

UM JORNAL COMO INSTRUMENTO DE PODER

O jornalismo foi implantado oficialmente no Brasil somente em 1808. Existem várias hipóteses para essa considerada “demora” na oficialização : uma delas afirma que Portugal considera o processo muito caro e demorado, e que nada o justificava. Com a chegada da coroa ao país é que se apresentaram as primeiras justificativas : manter o controle do país e a de oficializa-lo como nova sede da coroa.

É em um país colonizado com econômica escravista e em que poucos tinham direitos que nasce o jornalismo brasileiro, com todas essas características seu uso não poderia ser outro a não ser de servir como instrumento político (no caso do Brasil, política é sinônimo de poder).

Com as leis e as pressões da sociedade, hoje, essas características estão mais “disfarçadas” nos jornais do país, porém, não deixam de estar presentes, principalmente, nos médias e pequenas cidades do Maranhão onde o sistema político parou no tempo.

4.1 O Imparcial como instrumento de fazer política

Fugindo às suas origens, O Imparcial começa a servir aos “interesses da política”. Embora não oficialmente, o jornal passa a servir de “braço eleitoral” e como instrumento de poder.

Exemplos disso não faltam: o primeiro deles é o de quando o proprietário do grupo dos Diários, Assis Chateaubriand, lançou sua candidatura a uma vaga de Senador pelo Maranhão. A história começa com o que ficou chamado de “negociata maranhense”. Tratava-se de uma negociação divulgada pela imprensa em que Chateaubriand teria programado a renúncia do então Senador Antônio Baima para que pudesse assumir sua vaga no senado.

“Juro pela minha honra, pela memória do meu pai, por tudo o quanto há de mais sagrado, que não recebi um centavo por minha renúncia”, (BAIMA apud MORAES, 1994,p.568). Assim respondia Baima aos repórteres quando perguntado se era verdadeira a informação de que em troca de sua renúncia ele receberia além de dinheiro, um cargo na Shering, de propriedade de Chateaubriand.

Diante das denúncias, Chateaubriand usava os veículos associados, para negar e desqualificar todas elas.

Segundo Fernando Moraes, até antes desse episódio,Chateaubriand estava calado, mas então resolveu bater. Os Associados locais denunciavam com grande destaque, por exemplo, que a capital maranhense estava “infestada de agentes vermelhos a soldo de Moscou enviada pelo Partido Comunista para incendiar o Estado”. Após todo esse período, com o apoio de seus veículos, Chateaubriand elege-se Senador sem se quer fazer campanha “oficial”.

Outro exemplo disso é a participação do jornal no golpe militar de 1964. O Imparcial transmitia notícias do ponto de vista opositor ao então presidente João Goulart. Noticiava com tom de denúncia, o envolvimento do Brasil com países comunistas. Chegava até a acusar o presidente de estar preparando um golpe armado.

Ou seja, O Imparcial estava empenhado na campanha a favor de uma tomada de atitude pelos militares para impedir as reformas que Jango pretendia realizar. A intervenção militar significou a realização de suas aspirações políticas. Mesmo que após a implantação da ditadura tenha criticado a censura à imprensa.

Assim, o jornal teve alguns de seus momentos como instrumento de fazer política no Maranhão não fugindo às regras dos demais jornais.

CONCLUSÃO

A associação do Imparcial aos diários associados teve papel fundamental na sua consolidação, pois este conseguiu seguir uma linha que “agradava” a maioria das pessoas. Sem matérias sensacionalistas, que apelam para o lado emotivo das pessoas.

Um dos propósitos do jornal no começo, era informar sobre um acontecimento, para outras pessoas e assim ao longo do tempo foi aprimorando sua função. Este veículo que atravessou décadas torna-se um patrimônio para a sociedade moderna.

José Pires Ferreira vende o jornal devido a diversos motivos, entre eles o de está muito doente em razão do desgaste que lhe causava estar à frente de um jornal imparcial.

A história do jornal não pode ser elaborada sem a participação dos diários associados que com a chamada “política do condomínio”, conseguiu se manter estável e formar leitores até os dias de hoje. Tendo também muitos programas sociais como “O Leitor do Futuro” que já é posto em prática no Estado do Maranhão.

ABSTRACT

The consolidation of [Maranhão´s Associated Diarys] are presented. Aprouch about the transition of “O Imparcial” newspaper, from José Pires Ferreira to Chateaubriand, by analisis of editorials and technical changes. The importance of condomínio* politics to maintenance of [Diarys] are characterized. The role of “O Imparcial” in differents stages of development in the pren from Maranhão.

Key-words: Journal. Associateds diarys. Maranhão’s Pren.

REFERÊNCIAS

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