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ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL5976620-546094447-54609SECRETARIA DA EDUCA??O8? COORDENADORIA REGIONAL DE EDUCA??OSANTA MARIA – RSCOL?GIO ESTADUAL MANOEL RIBASFone: (55) 3221.3105 - colegiomaneco@ – ssemaneco@PROFESSORES: Flavia dos Santos Prestes e Vinícius BertoloE-MAIL: flavia-dprestes@educar..br e vinicius-bertolo@educar..br?REA: Ciências HumanasITINER?RIO FORMATIVO – EXPRESS?O CORPORAL IIDISCIPLINA: Inclus?o Social no Esporte ANO: 2? ANO – H, I, J, K, L, M e OATIVIDADE V REFERENTE AO PER?ODO DE: 04 a 31 de AGOSTO de 2021.NOME DO ALUNO: __________________________________________________ TURMA: _______V?o ter que me engolirDescendente de japoneses escravizados no Brasil, técnico de atletismo Katsuhico Nakaya vai à 9? OlimpíadaRoberto Salim Colabora??o para o UOL, em S?o PauloQuando os antepassados de Katsuhico Nakaya pensaram em viajar para o Brasil, fazia sentido. O Jap?o dos anos 1920 era um país pobre e sem muita perspectiva para quem ganhava o sustento com a terra. Mas ninguém imaginava que, ao chegar à Terra Prometida, como o Brasil era conhecido por lá, enfrentariam anos trabalhando em regime de semiescravid?o nas lavouras de café do interior de S?o Paulo. Com a família de um dos mais premiados técnicos do atletismo brasileiro, aconteceu na regi?o da Alta Paulista. Quando o próprio Nakaya come?ou a sua vida, encarou outra barreira: o preconceito. Quando ele tentou se tornar atleta, o ent?o menino ouviu que "japonês n?o servia para atleta".Katito, como era chamado pela avó, é nissei —filho de pais japoneses nascido no continente americano. Os avós por parte de pai vieram de Niigata; o pai Kunio nasceu em solo brasileiro e, na juventude, entre o trabalho nas planta??es e a colheita do café, lutava sum?. Os antepassados por parte da m?e Sakiko partiram do Jap?o em 1927: vieram da regi?o de Fukui Ken. As duas famílias chegaram iludidas pelas promessas de terras amplas, condi??es de trabalho e muita fartura."Meus avós contavam que o regime era quase de escravid?o, moravam em casa de sapê", diz Katsuhico Nakaya, contando que todo o dinheiro prometido pelos donos de fazenda ia direto para a vendinha local, onde a família gastava apenas o necessário para sobreviver, sem nenhum excedente. Mesmo assim, Katsuhico virou atleta. E mais: olímpico. Defendeu o Brasil nos Jogos de Moscou e Los Angeles e foi técnico do time que foi medalhista de bronze no 4x100m feminino dos Jogos Olímpicos de 2008. Agora, será um dos integrantes da equipe técnica nacional que disputará as provas de atletismo em Tóquio.Regime de sofrimento e explora??oEle é um dos raríssimos velocistas nisseis que venceram o preconceito de uma época em que se acreditava, aqui no Brasil, que atletas de sua origem n?o dariam certo nas provas dos 100 e 200 metros. "Diziam que nós, descendentes de asiáticos, éramos limitados fisicamente".Mas voltemos aos seus ancestrais e à chegada ao Brasil.Era preciso m?o de obra para cuidar da terra, e os negros tinham acabado de conquistar a liberdade. Ent?o, chegaram meus antepassados. Eles chegaram certos de que teriam terra própria, mas trabalharam em regime de sofrimento e explora??o por muito tempo. N?o era exatamente o que imaginavam quando deixaram o Jap?o. Tudo era comprado no armazém do dono das terras em que trabalhavam e, no final do mês, o salário estava todo empenhado nas mercadorias para a sobrevivência da família."Na propriedade onde se plantava café, o ferro de passar era esquentado com brasa, o banheiro ficava fora de casa e a ilumina??o era feita com lampi?o à base de querosene e com pavio de estopa. "O chuveiro era um balde com furinhos, e a água era esquentada no forno à lenha, mas peguei pouco esse tempo", relembra Katito, que com dois ou três anos já estava morando na cidade de Ara?atuba, onde a família abriu um negócio de niquela??o e cromea??o e uma loja de auto-pe?o o descendente Katito, os Nakaya ganharam a corrida da sobrevivência na Terra Prometida. "Meu pai e minha m?e se conheceram na regi?o de Marília, no interior de S?o Paulo, se casaram e, com muita dificuldade e trabalho, conseguiram comprar terras numa regi?o mais afastada da cidade de Ara?atuba. No come?o, tiveram que desbravar o lugar, havia bichos e muito mato", conta Katsuhico, que se tornou Katito t?o logo que nasceu na pequena cidade de Clementina."Minha avó, Shina Nakaya, gostava muito de uma música que fazia sucesso na voz do Nat King Cole", conta o velocista, que cantarola um peda?o da can??o: "Cachito, Cachito, Cachito mio, pedazo de cielo, que Dios me dio". E Katsuhico virou Cachito, ou Katito.Limita??es físicas? Ah tá!A família tinha oito filhos. Katito era o quinto."Havia preconceito em rela??o à col?nia japonesa, sim. Tanto que, na escola, a gente fazia de tudo para estudar e se igualar às demais crian?as. Só assim, a gente era aceito. No esporte, competíamos entre nós mesmos nos clubes da col?nia nip?nica da regi?o." Foi aí que Katito come?ou a escrever uma história de supera??o e resultados inimagináveis na época."Os estudiosos e até mesmo os técnicos mais destacados diziam que filho de japonês só fazia resultados nas categorias de base. E que quando crescessem acabavam superados por suas próprias limita??es físicas. Enfim, japonês n?o servia para o esporte de alto rendimento".Só que Katito encontrou o técnico José dos Santos Primo, quando este chegou a Ara?atuba (depois de uma carreira de fundista em que defendeu o Brasil em competi??es sul-americanas). "Ele chegou para substituir um técnico húngaro, Franz Gaspar, que já estava velhinho". Primo viu qualidades naquele menino que, em 1971, correu uma competi??o intercolonial e marcou 11s9 nos 100 metros rasos. Primo era um obstinado. Katito também.Sede de vitória"Eu treinava, queria ganhar. Podia ser como todos os asiáticos atarracado, brevilíneo, ter a perna mais curta. Mas eu, com 1,79m de altura, tinha uma velocidade espantosa." Katito construía uma reputa??o esportiva. E, mais que isso, tinha uma certeza:"O menino japonês que fazia resultados na base só n?o conseguia seguir no atletismo fazendo marcas a nível nacional porque ia para o estudo. Era isso: eu via isso, sentia. Meus amigos todos se tornaram médicos ou engenheiros, ou dentistas, como o meu irm?o Paulo. Por isso n?o se dedicavam mais aos 17, 18 anos aos treinos. Nossos pais queriam evitar o sofrimento que tinham passado na lavoura. Queriam que seus filhos tivessem diploma. Essa era a verdade, n?o havia limita??o física."Com essa certeza e essa determina??o, Katito passou à segunda parte de seus planos para desmentir os treinadores mais destacados da época que insistiam em n?o levá-lo para estágios no exterior."Eles diziam que n?o adiantava. Que eu n?o ia evoluir, que meus tempos n?o iriam baixar".Katsuhico Nakaya treinava para desmentir uma teoria e desbancar rivais nos 100 metros. E conseguiu. Come?ou a ser chamado para as equipes brasileiras em competi??es internacionais; ganhou respeito e reconhecimento dos treinadores dos grandes centros.Eu treinava para sentar o pau nos outros corredores. Para sentar a borracha neles e mostrar que eu tinha futuro. E consegui. Passei a ganhar quase tudo e comecei a ser convocado para competi??es internacionais. Acabei ficando amigo dos técnicos que antes me evitavam."Com seis meses de treinamento sistematizado com Primo, ele já foi campe?o paulista. "Bati os 'bambambans' da capital com 11s01. Fui vice-campe?o brasileiro na pista da Urca, com 11s01, e fui para o Sul-americano sub-17, em Comodoro Rivadavia, na Argentina, onde fiquei em quarto lugar".Era só o come?oEm 1974, ele estava na sele??o juvenil que ganhou o 4x100 sul-americano no Peru. "Ninguém mais falava que eu era um japonês sem futuro. Como diria o Zagallo anos depois: tiveram de me engolir. N?o havia nada de errado fisiologicamente comigo". Em 1977, o atleta chegou à sele??o adulta e se classificou para a Copa do Mundo ao lado de Ruy da Silva."O Ruy e eu participamos da seletiva das Américas, no mesmo dia em que o cubano Sílvio Leonard correu 9s98, tornando-se o segundo homem a correr abaixo dos 10 segundos. Eu fiquei em quarto lugar com 10s48 na mesma prova em Guadalajara e só os quatro primeiros foram para o mundial em Dusseldorf".Nos Jogos Pan-americanos de 1979, em Porto Rico, ele sofreu uma les?o grave que n?o o impediu de estar na Olimpíada de Moscou no ano seguinte. "Na prova individual dos 100 metros, n?o consegui passar para as semifinais, mas participei de dois tiros. E no revezamento fomos à final. Chegamos em 8? lugar: o Milton, o Nelsinho, eu e o Altevir".Na Olimpíada de Los Angeles, mais uma vez o revezamento foi finalista. "Na série classificatória foi o Arnaldo, o Robson Caetano, eu e o Paulo Correia. E na final, o Arnaldo, o Nelsinho, eu e o Paulo Correia. Novamente o oitavo lugar".Doping fora de controleMas a grande exibi??o de sua vida ocorreu na Universíade de Edmonton, em 1983. "Fiz o meu melhor tempo: 10s25, marca eletr?nica. Cheguei em quinto lugar numa prova que teve o jovem Ben Johnson, ent?o com seus vinte anos".Katito lembra que Ben Johnson já era um fora de série. "Só n?o estava ainda sob o efeito do tratamento à base do horm?nio de crescimento. Aliás, nessa época, com o doping fora de controle, as provas do atletismo foram tendo tempos absurdos".Se Ben Johnson foi apanhado posteriormente por usar drogas sintéticas e proibidas, Nakaya sabe que muitos outros métodos passaram impunes. Hoje, como técnico e estudioso dos segredos do atletismo, Katito tem muito o que falar. Com o conhecimento trazido das pistas, de estudante do cursinho de Fisioterapia e da faculdade de Educa??o Física, o professor comenta que soube nos bastidores de métodos inacreditáveis para dopagem."Um deles diz que se tirava o horm?nio de cadáveres, porque aí nada seria detectado nos exames antidoping. Era uma das hipóteses que se comentava na época. Mas nunca comprovada."S?o histórias e casos juntados em muitos anos de carreira. Em 55 países visitados.Nona OlimpíadaKatsuhico Nakaya tem 63 anos e é casado com Nancy Edith, que conheceu na Col?mbia quando foi vice-campe?o sul-americano dos 200 metros, em Bucaramanga, em 1979. O filho, Lucas, foi atleta, mas, hoje, se dedica ao marketing e à gest?o esportiva. A filha Karen é casada com um engenheiro alem?o e mora em Stuttgart. Dos três netos, ele mata a saudade pelo celular.E essa é a história do Katito da vovó Shina: o nissei que desafiou o preconceito, correu o mundo e se prepara para sua nona participa??o olímpica na terra dos ancestrais. dia 15 de outubro de 1975, Jo?o Carlos de Oliveira foi rebatizado. A partir daquele dia, seria o Jo?o do Pulo. Trajado com uma regata amarela, número 42 às costas, e shorts azuis, o paulista de 21 anos saltou 17,89 metros, ganhou o ouro nos Jogos Pan-Americanos, seu segundo naquele evento na Cidade do México, e registrou o recorde mundial no salto triplo. Aquele pulo era mais de meio metro melhor que o antigo recorde.QUEST?ES1) - Em que atividade a família de Natsuhico Nakaya trabalhou no Brasil, em que época e como era sua rotina de trabalho?2) - Comente sobre o preconceito enfrentado pelo atleta nas competi??es que participou.3) - Organize em forma de texto o início da carreira de Natsuhico Nakaya no atletismo até a Olímpiada de Los Angeles.4) -Em nossas aulas viemos durante o ano letivo abordando temas como racismo, preconceito, gênero, cultura e diversidade no esporte e sua prática, em diferentes modalidades a partir do olhar da inclus?o. Escolha um desses temas, e organize uma apresenta??o explicando a rela??o da prática esportiva com o tema, suas conquistas positivas, colocando exemplos de atletas e suas histórias ................
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