Fases de desenvolvimento do rastreio do cancro do colo do ...

[Pages:15]Manual Executivo do Programa de Rastreio do Cancro da Mama na Regi?o

Norte

ARSN Outubro 2010

Manual Executivo do Programa de Rastreio Cancro da Mama

Portugal, Administra??o Regional de Sa?de do Norte, IP (ARSN), Departamento de Estudos e Planeamento (DEP), Coordena??o Regional dos Rastreios Oncol?gicos. Manual Executivo do Programa do Rastreio Cancro da Mama na Regi?o Norte. Porto: ARSN, 2009

Coordena??o Fernando Tavares ? Director do DEP da ARSN Lu?s Castro ? Coordenador do Programa Regional de Rastreios Oncol?gicos ? DEP da ARSN

Co-autores L?gia Viana - DEP da ARSN Lu?s Castro - DEP da ARSN

Contributos Vera Cruz - DEP da ARSN

Colabora??o Grupo de trabalho do rastreio do cancro da mama

Dr. Fernando Castro - Cirurgia - Instituto Portugu?s de Oncologia do Porto - Francisco Gentil (IPO-Porto) Dr. Jo?o Gomes Carvalho, Radiologia, Liga Portuguesa Contra o Cancro Dr. Joaquim Barbosa Ferreira - Medicina Familiar - Assessoria do Conselho Directivo da ARSN Prof.? Doutora Maria Jo?o Cardoso Dr.? Maria Jos? Bento - Sa?de P?blica - Registo Oncol?gico Regional do Norte ? IPO-Porto Dr. Rui Nabi?o, Oncologia, Hospital de Braga

Nota: Este documento destina-se a todos os profissionais de sa?de da Regi?o Norte e n?o substitui a consulta dos manuais do Programa de Rastreio do Cancro da Mama

i

Chave de siglas e abreviaturas

ACES ARSN CH CNPD COR CS CSP DEP DGS EPE H IPO-Porto Liga OMS RCMama RNU RORENO SAM SI SINUS SNS SONHO USF

Agrupamentos de Centros de Sa?de Administra??o Regional de Sa?de do Norte, I.P Centro Hospitalar Comiss?o Nacional da Protec??o de Dados Comiss?o Oncol?gica Regional Centro de Sa?de Cuidados de Sa?de Prim?rios Departamento de Estudos e Planeamento Direc??o-Geral da Sa?de Entidade P?blica Empresarial Hospital Instituto Portugu?s de Oncologia do Porto Francisco Gentil, EPE Liga Portuguesa contra o Cancro Organiza??o Mundial da Sa?de Rastreio da Cancro da Mama Registo Nacional de Utentes Registo Oncol?gico Regional do Norte Sistema de Apoio ao M?dico Sistema de informa??o Sistema de Informa??o para as Unidades de Sa?de Servi?o Nacional de Sa?de Sistema Integrado de Informa??o Hospitalar Unidade de Sa?de Familiar

R1

Mamografia normal / Benigna

R4

Mamografia com caracter?sticas suspeitas de malignidade

R5

Mamografia com caracter?sticas malignas

U1

Ecografia mam?ria normal / Benigna

U5

Ecografia mam?ria com caracter?sticas malignas

C1

Citologia inadequada para diagn?stico

C5

Citologia maligna

B1

Bi?psia insatisfat?ria / Tecido mam?rio normal

B5

Bi?psia maligna

ii

Introdu??o

O cancro da mama ? o segundo cancro mais comum a n?vel mundial e de longe o cancro mais frequente na mulher. Estimativas para 2008 indicam que em todo o mundo ter?o ocorrido 1.383.523 novos casos de cancro da mama e cerca de 458.367 mulheres ter?o falecido por esta causa. Mais de metade dos casos ocorreu nas regi?es mais desenvolvidas, onde cerca de 27% dos cancros foram nesta localiza??o. O cancro da mama ? relativamente menos comum nos pa?ses em desenvolvimento, e ter? contribu?do para 20% do total de cancros na mulher 1, 2.

Nos EUA a incid?ncia de cancro da mama aumentou ao longo de quase todo o s?culo XX. Em muitas outras regi?es do mundo, sobretudo nos pa?ses asi?ticos, onde as taxas eram tradicionalmente mais baixas, as taxas tamb?m aumentaram consideravelmente nos ?ltimos 50 anos. No Jap?o, o cancro da mama continua a ser relativamente raro mas a incid?ncia e a mortalidade t?m vindo a aumentar rapidamente em sucessivas gera??es. Estas tend?ncias internacionais ser?o o reflexo das altera??es no estilo de vida e dos padr?es de reprodu??o que afectam o risco de desenvolver cancro da mama 1.

Segundo estimativas da International Agency for Research on Cancer (IARC) para 2008, o valor mais alto da taxa de incid?ncia padronizada para o cancro da mama registou-se na B?lgica, Fran?a e Israel. Portugal ocupou o 30? lugar, num conjunto de 182 pa?ses 2.

A n?vel dos 27 pa?ses da Uni?o Europeia, Portugal apresentava a 18? incid?ncia mais elevada desta patologia 1.

De acordo com a informa??o da Direc??o-Geral da Sa?de (DGS) 3, em 2005 ocorreram 9.303 ?bitos por cancro no sexo feminino, sendo 1.479 (15,9%) dos ?bitos devidos ao cancro da mama. Dos dezoito distritos do Continente foi em ?vora que se registou maior risco de morrer por esta causa, com uma taxa padronizada de 27,7/100.000, seguindo-se os distritos da Portalegre (23,9/100.000) e Lisboa (23,4/100.000). No mesmo ano (2005), na Regi?o Norte, a taxa de mortalidade por cancro da mama foi inferior ? registada no Pa?s (16,0/100.000 e 19,8/100.000, respectivamente).

Em rela??o ? incid?ncia de cancro da mama da mulher na Regi?o Norte, e tendo por base os 1.570 novos casos de cancro da mama registados no Registo Oncol?gico Regional do Norte 4 (RORENO) em 2005, a taxa padronizada de incid?ncia por cancro da mama foi 82,5/100.000, valor tamb?m observado no ano anterior. Por grupo et?rio, em 2005, o valor mais alto de incid?ncia desta neoplasia verificou-se nos 60-64 anos (206,3/100.000) mas o risco de desenvolver cancro da mama foi tamb?m elevado nos

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grupos et?rios 55-59 anos (195,8/100.000), 64-69 anos (195,1/100.000) e no grupo et?rio 70-74 anos (200,2/100.000).

Na Regi?o Norte o actual rastreio oportunista n?o tem sido capaz de garantir nem a universalidade e a equidade desej?veis nem uma adequada cobertura da popula??o. O m?todo utilizado (mamografias com leituras em m?ltiplos gabinetes de radiologia) dificulta a implementa??o de um sistema de garantia de qualidade e os custos suportados pela Administra??o Regional de Sa?de do Norte, I.P (ARSN) t?m vindo a crescer anualmente.

Seguindo as recomenda??es do Conselho Europeu sobre rastreio do cancro 5, as recomenda??es europeias para garantia de qualidade do rastreio e diagn?stico do cancro da mama 6 e o Plano Nacional de Preven??o e Controlo das Doen?as Oncol?gicas 2007/2010 ? Orienta??es Program?ticas de Dezembro de 2007 7, que mant?m v?lidas as recomenda??es do anterior Plano Oncol?gico Nacional 8, a Coordena??o do Programa de Rastreios Oncol?gicos da Regi?o Norte, integrada no Departamento de Estudos e Planeamento (DEP), elaborou o documento "Rastreio do Cancro da Mama da Regi?o Norte", que ser? validado pela Administra??o Regional de Sa?de do Norte, I.P., depois de ouvida a Comiss?o Oncol?gica Regional (COR).

O programa de rastreio agora apresentado ? assente numa metodologia de base populacional, organizada, centralizada, com estreitos mecanismos de controlo e garantia de qualidade sujeito a auditorias, bem como a disponibilidade de diagn?stico complementar, tratamento e acompanhamento imediatos, garantindo a gratuitidade ? popula??o. A sua implementa??o, coordena??o e avalia??o s?o da responsabilidade da ARSN e a sua execu??o, de acordo com as Normas Europeias transpostas para o documento "Rastreio do Cancro da Mama da Regi?o Norte", aprovado em reuni?o da Comiss?o Oncol?gica Regional Norte, ? da responsabilidade da Liga Portuguesa contra o Cancro que disp?e de compet?ncia t?cnica reconhecida e experi?ncia relevante no desenvolvimento de programas de rastreio espec?ficos deste tipo de cancro.

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Objectivos:

Diminuir a mortalidade por cancro da mama. Detectar precocemente o cancro da mama, aumentando as possibilidades de cura,

proporcionando um tratamento menos agressivo e incrementando a sobreviv?ncia, com maior qualidade de vida.

Princ?pios:

Seguir uma metodologia de base populacional, organizada, centralizada, com estreitos mecanismos de controlo e garantia de qualidade;

Ser dotado de processos de convite e repeti??o de convite ? popula??o, que garantam a acessibilidade universal e o consentimento informado;

Ser dotado de processos que garantam a comunica??o dos resultados, em tempo ?til, a todas as mulheres rastreadas;

Possuir um programa de garantia de qualidade, com defini??o dos indicadores de processo e de impacto (mortalidade e incid?ncia), das fontes e circuitos de informa??o, dos m?todos de avalia??o, servido por um sistema de informa??o centralizado (apoiado por um aplicativo inform?tico), garantindo a protec??o de dados pessoais e articul?vel com os sistemas de informa??o de outros programas de sa?de;

Garantir ? popula??o a gratuitidade do programa a implementar.

Componentes funcionais:

O programa de rastreio compreende quatro componentes funcionais principais asseguradas pelas v?rias entidades que integram o programa e que se articulam entre si.

Componente populacional: Defini??o da popula??o-alvo, Identifica??o, valida??o e capta??o dos indiv?duos a rastrear, Medidas para alcan?ar a cobertura e a ades?o pretendidas, garantindo o consentimento informado.

Execu??o dos exames de rastreio: Realiza??o das mamografias de rastreio, com recurso a Unidades M?veis ou Fixas de Radiologia da Liga Portuguesa contra o Cancro, Realiza??o das consultas de aferi??o e, quando necess?rio, de outros exames complementares de diagn?stico em instala??es da Liga Portuguesa contra o Cancro,

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Controlo de qualidade (controlo de qualidade da execu??o do rastreio, e dos equipamentos utilizados, segundo as Normas Europeias).

Componente cl?nica: Rede de servi?os hospitalares para confirma??o de diagn?stico, tratamento e seguimento das pacientes com doen?a detectada pelo rastreio.

Componente de coordena??o: Um sistema que liga as diferentes componentes de: - capta??o e valida??o da popula??o, - realiza??o dos exames de rastreio, leitura e interpreta??o, - confirma??o de diagn?stico, tratamento e seguimento. Monitoriza??o, avalia??o de desempenho e controlo de qualidade; Avalia??o de impacto: evolu??o da incid?ncia e mortalidade em toda a popula??o-alvo, na popula??o rastreada e na popula??o n?o rastreada.

Fluxograma do programa de rastreio

Promo??o do Programa: Campanha nos media Sensibiliza??o ? popula??o alvo: 45-69 anos Forma??o dos profissionais

Popula??o a rastrear (de 2 em 2 anos):

Mulheres dos 45 aos 69 anos, inscritas no CS / USF,

assintom?ticas e sem crit?rios de exclus?o

Convite

Comunica??o do resultado: Mulher, m?dico, ARSN

Sem altera??es

Participantes Mamografia

N?o Participantes

Com altera??es

Comunica??o do resultado: Mulher, m?dico, ARSN

Sem altera??es ou altera??es benignas

Consulta de aferi??o e exames complementares de

diagn?stico: mamografia, ecografia mam?ria ou pun??o biopsia

Altera??es duvidosas

Altera??es confirmadas ou suspeitas com necessidade de procedimentos

complementares de diagn?stico

Benigno

Comunica??o do resultado: Mulher, m?dico, Liga (ARSN)

Referencia??o para investiga??o diagn?stica

Comunica??o do resultado: Liga (ARSN)

Cancro in situ

Cancro infiltrante

Tratamento e follow up

Cancro detectado fora do programa: cl?nica, rastreio oportunista

"Cancro de intervalo": detectado em mulheres com resultado "negativo" no

rastreio (falso negativo)

Referencia??o e tratamento

Registo Oncol?gico

Comunica??o do resultado: Mulher e m?dico

Fluxograma do programa de rastreio do cancro da mama

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A popula??o-alvo

A popula??o-alvo ? constitu?da pelas mulheres com idades compreendidas entre os 45 e os 69 anos de idade, inscritas nas Unidades de Cuidados de Sa?de Prim?rios (CSP) da ?rea de influ?ncia da ARSN. Os crit?rios de exclus?o das mulheres (tempor?rios ou definitivos) s?o: Mastectomia ou antecedentes de cancro da mama, Pr?teses mam?rias (silicone ou outras), Les?o ulcerada ou processo inflamat?rio da mama, Gravidez, Incapacidade f?sica, que impossibilite a realiza??o de mamografia, Tratamento hospitalar em curso, Recusa da assinatura do Termo de Consentimento Informado, Falta ? Consulta de Aferi??o (poder?o efectuar o exame com uma justifica??o m?dica), Recusa da realiza??o de exames complementares, Impossibilidade de provar a identidade.

A popula??o-alvo ? obrigatoriamente validada pelos m?dicos dos CSP; A popula??o-alvo ? convidada pela Liga atrav?s de cartas convite personalizadas

onde consta a data, hora e local do rastreio.

Metodologia de rastreio

Exame de rastreio: Mamografia de rastreio lida por dois radiologistas diferentes (leituras por pares, duplamente cegas), Realiza??o de consultas de aferi??o e de outros exames complementares de diagn?stico, que poder?o incluir, a repeti??o da mamografia, ecografia mam?ria, pun??o dirigida sempre que necess?rio.

Locais de realiza??o dos exames: Unidades M?veis ou Fixas de Radiologia pertencentes ? Liga, Gabinetes de consulta e de realiza??o de outros exames complementares de diagn?stico em instala??es da Liga ou da sua responsabilidade.

Intervalos de tempo (periodicidade) e dura??o m?nima: A periodicidade ser? bienal, excepto se os resultados dos exames anteriores ou da consulta de aferi??o recomendarem outra periodicidade,

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