Ficha de Trabalho – O Nome



|Português 11º ano |

|Os Maias, de Eça de Queirós |

|Nome ____________________________________ Nº ___ Turma ___ Data _____ |

Os Maias, de Eça de Queirós

Categorias da Narrativa

I. Acção

1. Níveis de Acção

|Os Maias - |Pedro e Maria Monforte |Carlos e Maria Eduarda | |

| |(intriga secundária) |(intriga principal) | |

| | | |Dois níveis |

| | | |de acção |

| | | |

|Episódios da vida romântica - |Crónica de costumes | |

2. Estrutura de novela/ de romance

3. Estrutura trágica

Tema: O Incesto (tema da Tragédia em Rei Édipo, de Sófocles) atinge, com o seu impacto destruidor, seres dotados de condição superior e acariciados pela felicidade, impedindo uma solução pacífica do conflito.

Atmosfera trágica:

Destino – força motora que comanda os eventos.

Presságios – acontecimentos ou afirmações que fazem prever uma fatalidade.

Acção trágica: Desafio, Peripécia, Reconhecimento e Catástofre.

II. Personagens

1. de intriga

- caracterização, relevo e representatividade de Pedro, Maria Monforte, Maria Eduarda, Afonso e Carlos, na obra.

Carlos: (protagonista) Percurso de um vencido; traços de carácter; aspecto físico; relações afectivas (avô, amigos, mulheres); projectos profissionais; inserção na sociedade; fracasso profissional e conjugal.

“… olhos dos Maias…” – indício, presságio de destino, de fatalidade.

Carlos teve tudo para vencer e foi vencido. Carlos não fraquejou por causa da educação, mas apesar da educação recebida. Acaba por tornar-se um diletante, um dandy, e deixar-se guiar por impulsos.

2. de ambiente

João da Ega, Dâmaso Salcede, Tomás de Alencar, Eusébio Silveira,…

Amigo íntimo de Carlos, os seus traços caracterizadores mantêm-se, desde a juventude até à idade adulta.

III. Espaço

1. Espaço social – universo humano, figuração de um contexto histórico e cultural determinado:

- Jantar no Hotel Central, Corridas no Hipódromo, Jantar nos Gouvarinho, Jornal “A Tarde”, Sarau na Trindade.

A crónica de costumes

Ao subtitular o romance de Episódios da Vida Romântica, Eça apontou, desde logo, um objectivo de alcance estrutural e social: a interligação da acção principal com uma sucessão de acontecimentos de âmbito social que proporcionam a radiografia da sociedade lisboeta e, por extensão, de Portugal da segunda metade do século XIX. Passemos, então, revista aos episódios principais.

Jantar no Hotel Central (Capítulo VI)

Objectivos:

- homenagear o banqueiro Jacob Cohen;

- proporcionar a Carlos um primeiro contacto com o meio social lisboeta;

- apresentar a visão crítica de alguns problemas;

- proporcionar a Carlos a visão de Maria Eduarda.

Intervenientes:

- João da Ega, promotor da homenagem e representante do Realismo/Naturalismo;

- Cohen, o homenageado, representante das Finanças;

- Tomás de Alencar, o poeta ultra-romântico;

- Dâmaso Salcede, o novo-rico, representante dos vícios do novo-riquismo burguês;

- Carlos da Maia, o médico e o observador crítico;

- Craft, o britânico, representante da cultura artística e britânica.

Temas discutidos:

A literatura e a crítica literária, as finanças, a história e a política.

Conclusões a retirar das discussões:

- A falta de personalidade:

- Alencar muda de opinião quando Cohen o pretende;

- Ega de opinião quando Cohen quer;

- Dâmaso, cuja divisa é “Sou forte”, aponta o caminho fácil de fuga.

A incoerência:

- Alencar e Ega chegam a vias de facto e, momentos depois, abraçam-se como se nada tivesse acontecido.

A falta de cultura e de civismo domina as classe mais destacadas, salvo Carlos e Craft.

As corridas de cavalos (Capítulo X)

Objectivos:

- novo contacto de Carlos com a alta sociedade lisboeta, incluindo o próprio Rei;

- visão panorâmica dessa sociedade, sob o olhar crítico de Carlos;

- tentativa frustrada de igualar Lisboa às capitais europeias, sobretudo Paris;

- cosmopolitismo (postiço) da sociedade;

- possibilidade de Carlos encontrar aquela figura feminina que viu no Hotel Central (Maria Eduarda).

Visão caricatural:

- o hipódromo parecia um palanque um arraial;

- as pessoas não sabiam ocupar os seus lugares;

- as senhoras traziam “vestiam vestidos sérios de missa”;

- o bufete tinha um aspecto nojento;

- a 1ª corrida terminou numa cena de pancadaria;

- as 3ª e 4ª corridas terminaram grotescamente.

Conclusões:

- Fracasso total dos objectivos das corridas;

- radiografia perfeita do atraso da sociedade lisboeta;

- o verniz da civilização estalou completamente;

- a sorte de Carlos, ganhando todas as apostas, é indício de futura desgraça.

1. Espaço físico

|Exterior: |Interior: |

|Lisboa – espaço físico preferencial |Casas |

|Santa Olávia – educação de Carlos |Ramalhete – símbolo da queda e glória dos Maias, espelho do estado de espírito da |

|Coimbra – juventude de Carlos |família. |

|Sintra – espaço poetizado | |

|Paris e Londres | |

2. Espaço psicológico

- problemática do tempo subjectivo e ponto de vista do narrador;

- vivência íntima de determinadas personagens;

- revela-se, sobretudo, com Carlos, pois o narrador penetra no íntimo do protagonista: seus sonhos, imaginação, memórias e emoção.

Ex.: Quando Carlos vê Maria Eduarda pela primeira vez, todo o ambiente entra em harmonia com os seus sentimentos; tudo se torna harmonioso, doce e leve.

Quando Carlos não encontra Maria Eduarda em Sintra “Sintra, de repente, pareceu-lhe intoleravelmente deserta e triste.” (Capítulo VIII)

IV. Tempo

Eça faz-nos sentir que as personagens vão naturalmente envelhecendo, independentemente da acção. O tempo:

- desgasta Alencar; engorda Carlos; encalvece João da Ega; torna o Taveira grisalho;

faz o Craft “avelhado” e doente do fígado; manifesta-se no Bonifácio, o gato dos Maias, que acaba como Reverendo Bonifácio.

1. Tempo da História e Tempo do Discurso

O Tempo da História nem sempre corresponde ao Tempo do Discurso: analepses, elipses e mudanças de ritmo temporal.

2. Tempo psicológico

- Tempo sentido interiormente pelas personagens: modo de sentir o passado.

Ex.: (Carlos) “É curioso! Só vivi dois anos nesta casa, e é nela que me parece estar metida a minha vida inteira!” (Capítulo XVIII)

3. Tempo Histórico - larga faixa do século XIX (1821 a 1887)

V. Narrador

- Heterodiegético

- Focalização : Omnisciente

Interna – adopta o ponto de vista de uma personagem (predominantemente Carlos)

VI. Elementos simbólicos

|- Estátua de Vénus Citereia |

|- Cascata (chora ou ri conforme a felicidade/infelicidade |

|- Interior da casa – símbolos de morte |

2. A Toca

3. Cores:

- amarelo – lugares de consumação de amor – Carlos e Maria Eduarda

- vermelho – mulheres adúlteras, portadoras de paixão e destruição

- sombrinha escarlate - presságio de morte

- negro – véu de Maria Eduarda na sua primeira e última aparição

4. As flores – desfolham ou murcham nas jarras – espaço psicológico

5. O cofre

6. O passeio de Carlos e Ega no capítulo XVIII

- estátua de Camões

- Chiado

- A avenida que vem substituir o Passeio Público

VII. Linguagem e estilo

|O Adjectivo |que animiza - |“casarão de paredes severas” |

| |adjectivação dupla - |“os seus dois olhos redondos e agoirentos” |

| |adjectivação tripla/+ - |“longos, espessos, românticos bigodes grisalhos” |

| |com valor adverbial - |“deu uma volta curiosa e lenta pela sala.” |

|O Advérbio |Adverbiação dupla - |“Cruges respirava largamente, voluptuosamente…” |

| |Adverbiação tripla - |“ambos insensivelmente, irresistivelmente, fatalmente, marchando um para o outro.” |

| |Adverbiação com efeito de | |

| |superlativação - |“Ser verdadeiramente ditoso.” |

O diminutivo – usado normalmente com intenções de ironia e caricatura.

“…perninhas flácidas; e a mamã (…) versinhos (…) mãozinhas…”

|O verbo |derivado de cor - |“… estátua de mármore (…) enegrecendo…” |

| |uso metafórico - |“… os dois olhos do velho (…) caíram sobre ele…” |

| |animização do verbo - |“… o alto repuxo cantava.” |

| |utilização do gerúndio - |“Ega andava-se formando em direito.” |

| |criação de neologismos - |“politicando”; “gouvarinhar”; “cervejar” |

Figuras de estilo

| |Ironia |“O Eusébiozinho foi então preciosamente colocado ao lado da titi…” |

| |Metáfora |“Barba de neve aguda e longa…” |

| |Aliteração |“Passos lentos, pesados, pisavam surdamente o tapete.” |

| |Hipálage |“Passou os dedos lentos pela testa” |

| |Sinestesia |“… e transparentes novos de um escarlate…” |

Outros recursos

- estrangeirismos, caricatura, contraste, neologismo

Discurso indirecto livre

VIII – Significado oculto de Os Maias

Os Maias – expressão do tédio da decadência nacional

- capítulo XVIII – revista à capital e aos seus habitantes

Diálogo final

- visita de Carlos e Ega a Lisboa, dez anos após a morte de Afonso e a separação de Carlos e Maria Eduarda.

- Epílogo ideológico: desiludidas, às duas personagens resta apenas a opção do fatalismo, que é a descrença das suas próprias possibilidades “falhámos a vida”; “não vale a pena”.

Família e Casa – Resumo de algumas décadas da história e todas as virtudes e defeitos de uma sociedade representativa.

Intemporalidade e Universalidade da obra

|Bom trabalho, |[pic] |

|[pic] | |

Os Maias – Mostra, com realismo mordaz, uma comunidade que perdeu a consciência da sua própria dignidade, restando-lhe apenas morrer ou continuar a rir-se de si mesma.

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Capítulo IV ao início do capítulo XVIII:

Romance: O ritmo é lento e existem acções secundárias. O tempo pode avançar lentamente e não seguir a cronologia dos acontecimentos. O espaço é valorizado, apresentando descrições pormenorizadas.

Capítulo I ao início do capítulo IV:

Novela: A acção desenvolve-se normalmente, em ritmo rápido e a narrativa tende para um desenlace único. O tempo é linear e o recurso a elipses permite o avanço na acção. O espaço é pouco valorizado.

1. Ramalhete

Nome

Quarto de Maria de Eduarda

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