IDENTIDADE CULTURAL DE ANASTÁCIO-MS: UMA …



ANÁLISE DA IDENTIDADE CULTURAL DO MUNICIPIO DE ANASTÁCIO-MS

ANALYSIS OF THE CULTURAL IDENTITY TO CITY OF ANASTÁCIO-MS

Fernanda Kiyome Fatori Trevizan[1]

Leonel Brizolla Monastirsky[2]

RESUMO:

O município de Anastácio (MS) teve o inicio de sua formação tal como outros no Brasil, recebendo inúmeros migrantes e imigrantes, que continuam compondo sua população; dessa forma, constituindo uma cultura local heterogênea que representa cada um desses (i)migrantes, através da observação de diferentes manifestações culturais. O estudo propõe uma forma de análise da identidade cultural de Anastácio, a partir da compreensão das culturas que constroem a identidade cultural e também dos processos dialéticos entre o local e o global e, da dinâmica entre territórios e as transformações que as culturas apresentam na localidade.

Palavras-chave: Cultura, Identidade e Território.

ABSTRACT:

The municipality of Anastácio (MS) was the beginning of his training as others in Brazil, receiving many migrants and immigrants who are still making up its population, thus constituting a heterogeneous local culture that represents each of (im)migrants through observation of different cultures. The study proposes a way to analyze the cultural identity of Anastácio, from the understanding of the cultures that build cultural identity and also the dialectical processes from local to global, and the dynamics between territory and the changes that cultures have in place.

Key words: Culture, Identify and Territory.

INTRODUÇÃO

No início da colonização da região sudoeste do então Estado de Mato Grosso, os rios – entre eles o Aquidauana - se constituíam nas principais vias de transporte. Por volta de 1870 iniciou-se a ocupação das terras e povoamento da região. Em 1872, um italiano, Vicente Anastácio estabeleceu-se na região ao comprar uma propriedade, a Fazenda Santa Maria (CABRAL et al, 2003).

Posteriormente, nesta mesma propriedade foi onde se estabeleceram as construções que são consideradas como os primeiros estabelecimentos comerciais, sendo que alguns resistem até hoje, como a Casa Cândia[3]. No entanto, com o advento da estrada de ferro, mais precisamente em função dos trilhos que foram instalados na outra margem, o centro administrativo e populacional foi transferido para o outro lado do rio, originando assim o município de Aquidauana.

A partir do momento em que o núcleo populacional de Aquidauana passou a se desenvolver iniciou-se o movimento para a emancipação de Anastácio, que a principio era um bairro de Aquidauana e depois havia se tornado distrito, em 20 de novembro de 1958, pela Lei n°1.164 e, em seguida, passou a ser considerado município, pela Lei n°2.143, de 18 de março de 1964, da Assembléia Legislativa de Mato Grosso. Entretanto, comemora-se o seu aniversário no dia 8 de maio (S/A, 2009).

O município de Anastácio possui área de 2 954 60 km2, sendo que a maior parte é ocupada por propriedades rurais, e possui uma população aproximada de 23.012 habitantes de acordo com o censo IBGE 2008 (S/A, 2009). Sua área rural é constituída por propriedades particulares (sítios e fazendas) e três assentamentos (Monjolinho, Marcos Freire e São Manoel). Na área urbana, o município conta com comércio (supermercados, lojas de departamentos, lojas de atendimento ao produtor), centro médico e hospitalar, escolas (ensino fundamental e médio), e, também um frigorífico que é uma das motivações da pecuária bovina de corte ter expressividade no Produto Interno Bruto (PIB) do município, no qual o setor de serviços se destaca (IBGE, 2007).

A produção agrícola do município se restringe na maioria dos casos em produções de subsistência (principalmente nas áreas dos assentamentos), mas alguns produtos são vendidos no comércio local. Dentre os produtos cultivados, estão o milho, arroz de sequeiro, banana, laranja e mandioca, que possui grande expressividade no comércio local através da venda do produto in natura e/ou seus derivados, como a farinha de mandioca e o polvilho (SILVA et al, 2005/2006).

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FIGURA 01: Localização do município de Anastácio-MS.

ORGANIZAÇÃO: GOMES e TREVIZAN, 2009.

A população do município é formada por uma miscigenação de povos, dentre os quais os imigrantes italianos, japoneses, paraguaios, bolivianos, alemães; e os migrantes de diversas regiões do Brasil – gaúchos, paulistas, mineiros e, principalmente, os nordestinos. Considerando que cada povo (i) migrante possui características próprias de suas regiões de origem, o município recebe diversas influências, que contribuem para a formação da identidade cultural, acrescentando a tal, a dialética entre os territórios de origem dos fluxos migratórios e do município, onde se estabeleceram.

Os migrantes nordestinos se destacam nas manifestações culturais do município em razão da Festa da Farinha de Anastácio, um evento de cunho gastronômico e cultural, onde sua temática principal são as representações nordestinas presentes na constituição populacional de Anastácio. O evento foi criado com o intuito de promover o município em âmbito estadual, gerar renda e desenvolvimento para o município e os produtores de mandioca locais; além de divulgar a produção artesanal de farinha de mandioca proveniente dos assentamentos rurais locais onde se concentram grande parte dos migrantes e descendentes nordestinos da localidade, principalmente, da Colônia Pulador.

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FIGURA 02: Pórtico da II Festa da Farinha de Anastácio-MS

FONTE: Jornal O Pantaneiro, 2007.

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FIGURA 03: Casa de farinha – símbolo do evento

FONTE: LANZARINI, 2007.

RELAÇÕES ENTRE CULTURA, IDENTIDADE E TERRITÓRIO

Através da cultura e da identidade de cada local é que se podem notar as influências que estes sofrem ao longo dos tempos, sendo que estas influências podem ser caracterizadas como benéficas ou não, uma vez que as influências não se concentram apenas durante o seu processo de formação, mas se tratam de um movimento constante, presente e contínuo nas dinâmicas dos municípios.

Os municípios brasileiros apresentam diversas influências que tem origem em diferentes regiões do país como também do mundo. O município de Anastácio-MS não foge a essa lógica, pois apresenta em sua população de migrantes e imigrantes de diversas localidades e também compõe a relação dialética entre o local e o global.

A cultura pode ser caracterizada como o “[...] conjunto de valores, materiais e espirituais criados pela humanidade, no curso de sua história” (SODRÉ, 1996, p. 03) e, por estar inserido na história de cada local considera-se que definir a cultura em um conceito universal é uma tarefa árdua, em razão de sua complexidade e de sua abrangência. O autor apresenta a cultura como à soma das características encontradas em dada localidade, como sendo as representações e manifestações dessas características.

No entanto, apesar da cultura se apresentar de maneira significativa nas sociedades atuais, porque através dela são transmitidos e difundidos os conhecimentos, crenças, costumes e tradições de uma comunidade, pois a cultura está intrínseca aos seres humanos que vivem em sociedade, Tinhorão (2001) afirma que suas manifestações na coletividade não têm recebido a devida atenção que é necessária, visto que a cultura muitas vezes é encarada apenas como um produto de utilização e consumo econômico de algumas atividades tal como o turismo.

Cuche (2002) caracteriza a cultura como um fator de diferenciação das populações, que nos remete aos modos de vida e de pensamento que “[...] oferece a possibilidade de conceber a unidade do homem na diversidade de seus modos de vida e crenças [...]” (p. 13). A proposta do autor mostra que a cultura é encarada de acordo com a sociedade e o período em que se manifesta. Por essas e outras motivações, a definição de cultura em conceito único enfrenta os mesmos desafios encontrados pela conceituação do turismo, em razão de sua complexidade e sua abrangência.

Certeau (1899, p. 195), todavia define a cultura partindo da concepção do aspecto social, vendo a cultura como o “[...] um funcionamento social, uma topografia de questões ou tópicas, um campo de possibilidades estratégicas e das implicações políticas”, ou seja, onde cultura atua como agente social de mudanças. Certeau defende que o homem utiliza-se da(s) cultura(s) como uma forma de causar transformações na sociedade em que está inserido e entre os indivíduos que a compõem. Cuche (2002) também referência a cultura partindo da idéia de que o homem atua como agente de transformação, no entanto, para o autor, a cultura é o que permite a transformação do homem em agente, pois “[...] a cultura permite ao homem adaptar-se a seu meio, mas também adaptar este meio ao próprio homem, a suas necessidades e seus projetos” (p. 10), dessa forma, a cultura torna possível não somente a transformação tanto da natureza quanto do homem.

A constituição das sociedades está diretamente relacionada com a cultura que, por sua vez, está intimamente relacionada com a identidade, visto que ela “[...] molda a identidade ao dar sentido a experiência e tornar possível optar, entre várias identidades possíveis por um modo especifico de subjetividade”. Também podemos encarar a identidade como um sistema de significações que é produzido pelas representações que, por sua vez, a ênfase nestas “[...] e o papel-chave da cultura na produção dos significados permeia todas as relações sociais; levam, assim, a uma preocupação com a identificação” com o que vem a ser considerado como a identidade cultural (WOODWARD, 2000, pp. 18-19); sendo que a identidade pode ser compreendida como “[...] um significado – cultural e socialmente atribuído” aos indivíduos que vivem em uma determinada sociedade (SILVA, 2000, p. 89).

Considerando que a identidade cultural está diretamente relacionada com a sociedade que representa e também com a formação desta, nota-se que um fator de grande importância e influência para a identidade, são as culturas que estão inseridas na localidade, como as culturas dos autóctones, dos imigrantes e migrantes. O município de Anastácio (MS) possui a sua população diversificada devido aos fluxos de deslocamento, migrantes e imigrantes, que recebeu durante sua formação e, conseqüentemente, contribuíram não somente com sua formação populacional, mas também com a formação de sua cultura e identidade.

A identidade, por sua vez, pode ser compreendida como “[...] um significado – cultural e socialmente atribuído” aos indivíduos que vivem em uma determinada sociedade (SILVA, 2000, p. 89). Segundo Silva (2000), “o processo de produção da identidade oscila entre dois movimentos: de um lado, estão aqueles processos que tendem a fixar e a estabilizar; de outro, os processos que tendem a subvertê-la e desestabilizá-la” (p. 84). Partindo dessa premissa, nota-se que a construção da identidade cultural de uma localidade se trata de um processo que, muitas vezes, pode ser considerado arbitrário, visto que ocorreriam para corresponder as necessidades e vontades de apenas um grupo ou parcela hegemônica das populações, o que pode não ser a verdadeira identidade da localidade.

Cuche (2002) afirma que a identidade serve como vinculação consciente do indivíduo na sociedade através das oposições simbólicas, além de distinguir um grupo por meio da identificação que promove a inclusão do sujeito ao mesmo tempo em que causa a exclusão, por expressar as diferenças, dessa forma, o autor expressa a dualidade da descoberta da identidade em uma sociedade. No entanto, Schlee (2004, p. 50) apresenta a identidade cultural “[...] um processo de singularidades muito característico que supera o etnocentrismo e dá conta das diferenças”, sendo que esse processo de superação e diferenciação “implica também em construir representações e promover identificações”.

A identidade também é vista como um fator que nos leva a compreender a constituição dos sujeitos contemporâneos, através da qual se encontram três diferentes concepções (SCHRER-WARREN, 2003):

1. Identidades sociais difusas/fragmentadas: Individualização e fragmentação das sociedades.

2. Identificações sociais múltiplas: Construídas a partir de diversas relações sociais;

3. Reconhecimento social das identidades: Não acontece de modo isolado, ocorre nas relações dos indivíduos com seus grupos de referência.

Dessa forma, na concepção dos sujeitos contemporâneos de Schrer-Warren (2003), pode entender que a identidade atua como um fator de diferenciação dos indivíduos e das sociedades, sendo caracterizado ao mesmo tempo como aspecto de integração (através das identidades coletivas) e de segmentação (por demonstrar as diferentes características de um individuo em determinados grupos).

Para Castells (2000, p.22) a identidade é compreendida como um “processo de construção de significado com base em um atributo cultural [...], o(s) qual(ais) prevalece(m) sobre outras fontes de significado”, onde a sua construção vale-se da matéria-prima fornecida pela história, geografia, biologia, pela memória coletiva e por fantasias pessoais, pelos aparatos de poder e revelações de cunho religioso.

Castells (2000) ainda apresenta a concepção das identidades partindo de cada um de seus processos de construção:

• Identidade legitimadora dá origem à sociedade civil, conjunto de organizações e instituições, embora às vezes de modo conflitante, reproduzem a identidade que racionaliza as fontes de dominação estrutural.

• Identidade destinada à resistência, origina as resistências de forma coletiva diante de uma opressão; manifestação da exclusão dos excluídos (identidade defensiva).

• Identidades de projetos, dá origem aos sujeitos, situada historicamente, onde os sujeitos não são indivíduos mesmo que considerados como constituintes dos indivíduos.

É obvio que uma sociedade de resistência pode acabar como de projeto ou até mesmo legitimadora, legitimando sua dominação. Cada tipo de identidade leva a resultados distintos: a identidade legitimadora dá origem a uma sociedade civil, com organizações e instituições; a de resistência forma comunidades, formas de resistência coletiva a alguma opressão e as de projeto produzem sujeitos, atingindo seu significado pela sua experiência.

As identidades, em relação a como foram construídas, devem ser vistas dependentes do contexto social. Em nosso caso, está inserida no surgimento da sociedade em rede, que trás a tona novas formas de transformações sociais. Os movimentos urbanos, feitos por uma comunidade local, são voltados a três conjuntos de metas principais: coletivismo, identidade cultural local e maior autonomia política local, esses três unidos e diferenciados em cada caso chegam a produzir algum significado para a comunidade, e esses movimentos são a principal resistência ao unilateralismo dado pelo capitalismo, estatismo e informalismo. Eles pedem maior participação no desenvolvimento da comunidade, preocupam-se com a conservação de seu próprio espaço, um processo de sobrevivência coletiva de comunidades de baixa renda e se não tiverem resultado de forma alguma, tornam-se movimentos ávidos por destruição (CASTELLS, 2000).

Oliveira (2006) caracteriza a identidade cultural como “[...] um sistema de representações das relações entre indivíduos e grupos, que envolve o compartilhamento de patrimônios comuns [...]”, sendo que a autora também a considera como sendo um “[...] processo dinâmico, de construção continuada que se alimenta de várias fontes no tempo e no espaço”. Uma vez que a identidade cultural é caracterizada primeiramente em função das relações culturais que irão estabelecer-se nas localidades, torna-se primordial a compreensão das dinâmicas territoriais que irão se estabelecer, para tal, faz-se necessária à discussão de territórios e suas territorialidades.

Desta forma, é necessário explicitar de forma clara as noções de território e territorialidade a serem trabalhadas nesta investigação, buscando facilitar o entendimento da pesquisa proposta. É possível evidenciar várias formas de se trabalhar essas temáticas de acordo com o referencial teórico e ideológico adotado pelo pesquisador. Este carrega consigo sua própria carga ideológica e sua ótica predominante de entendimento.

Para essa pesquisa, todavia, procurou-se abordar o território de forma mais ampla, não apenas como espaço fisicamente delimitado, mas também enquanto um ambiente que pode ser fluído, assumindo variadas dimensões de acordo com os temas a ele associados, inclusive com a relação sociedade – natureza, bastante presente. É importante salientar que a abordagem utilizada de território, parte do princípio de que ele se apresenta como objeto por compreender em si as relações sociais da comunidade, configurando, portanto, uma análise social.

A noção de território está relacionada aos fundamentos materiais do Estado, conforme propôs Ratzel (1988 apud HAESBAERT, 2004), trata-se de uma associação entre a dimensão social-política do espaço e o meio físico. O resultado desta associação configura a condição favorável para se construir o “espaço vital” proposto pelo autor, no qual este espaço seria ideal para o desenvolvimento e reprodução de um grupo social ou uma civilização relacionada aos recursos naturais disponíveis.

A conceituação do território apresenta-se de diferentes formas, considerando a ciência que o analisa e o estuda. Para as ciências naturais, o território é considerado como a área que determinado animal de determinada espécie exerce influência. Já nas ciências sociais, o território é encarado como a expressão que demonstra o poder do Estado no seu controle, estabelecendo relações entre as sociedades e o espaço que é habitado por elas, visto que o território muitas vezes é relacionado com a gestão ou o poder de uma determinada área.

A Antropologia evidência o território como uma dimensão simbólica; a Sociologia caracteriza-o a partir das relações sociais; a Ciência Política defende que a formação do território se dá a partir das relações de poder, geralmente vinculado ao poder estatal; a Economia vê como a principal base e fonte para a produção; a Psicologia trabalha o território enquanto elemento de construção da identidade pessoal, partindo de uma escala macro (coletiva) até a escala do individuo; a Etologia associa o território com o comportamento instintivo animal e por fim a Geografia que remete o território a espacialidade humana, onde existe uma tendência de enfatizar o mesmo em suas variadas representações.

Para Haesbaert (2004) o território pode ser considerado um termo geral, utilizado por várias áreas do conhecimento para descrever um espaço ocupado por um indivíduo, grupo ou o Estado. A noção de território carrega em si, uma representação marcante; trata-se da representação de um espaço apropriado política e simbolicamente, a qual se relaciona diretamente com a delimitação, a utilização, a distribuição e, sobretudo, a identificação do território.

Há pelo menos três vertentes básicas para as noções de território: uma política, que está atrelada à relação espaço e poder, onde o espaço é delimitado e controlado por certo poder exercido; uma cultural, onde o território é visto como o produto da apropriação e/ou valorização simbólica de um grupo em relação ao seu espaço ocupado; e econômica (ou economicista), na qual o território equivale a uma fonte de recursos, onde há também embate entre classes sociais na relação capital – trabalho (HAESBAERT, 2004). Essas vertentes representam uma “visão” parcial de território quando se enfatiza apenas uma dimensão natural, cultural, econômica ou política. Há ainda possibilidade de existir uma quarta vertente, a chamada Naturalista. Esta estabelece a noção de território com base no comportamento natural dos homens em relação ao ambiente físico no qual está inserido, contudo nas relações homem-natureza.

A compreensão do território e de que forma se dá sua formação está diretamente relacionada com a inserção de novas territorialidades no mesmo, visto que estas muitas vezes são inseridas em conjunto com novas culturas e também acompanham os movimentos de (i) migração, uma vez que os processos dialéticos também se apresentam durante todos os processos de formação continua dos municípios.

Os processos dialéticos que se inserem nas localidades que apresentam movimentos migratórios em sua formação são compreendidos pela dinâmica dos territórios e a dialética das ordens local e global. A dinâmica dos territórios consiste nas formas em que a mesma cultura se apresenta em diferentes territórios, considerando os processos de influências que esta estará sujeita (aculturação, cultua dominante e cultura dominada, globalização) e a análise desta dinâmica nos mostra as diferentes culturas que podem originar de apenas uma. A dialética da ordem local e da ordem global, que são caracterizadas por Santos (2005, p.170) como “[...] duas situações geneticamente opostas ainda que em cada uma se verifiquem aspectos da outra”. De acordo com Santos (2005)

A ordem global é desterritorializada, no sentido de que separa o centro da ação da sede da ação. Seu espaço é movediço e inconstante, é formado por pontos, cuja existência funcional é dependente de fatores externos. A ordem local, que reterritorializa, é a do espaço banal, espaço irredutível, porque reúne numa mesma lógica interna todos os seus elementos: homens, empresas, instituições, formas sociais e jurídicas, e formas geográficas. O cotidiano imediato, localmente vivido, traço de união de todos esses dados, é a garantia da comunicação (p.170).

METODOLOGIA DE TRABALHO

Através do desenvolvimento da pesquisa, busca-se analisar a identidade cultural do município de Anastácio-MS, partindo do contexto social e cultural da localidade, considerando as influências exógenas; dessa forma, diagnosticar as culturas que se destaquem na localidade, avaliando as transformações que estas irão acarretar na sociedade local; e, legitimação das manifestações culturais encontradas no município de Anastácio, através do comparativo entre os territórios de Anastácio e os das origens dos fluxos (i) migratórios, em especial, os movimentos migratórios dos nordestinos.

Para tal, a proposta de metodologia de pesquisa baseia-se na pesquisa qualitativa, onde três etapas serão de suma importância:

1ª Trabalho de campo:

Realizar pesquisas junto a população de Anastácio a fim de diagnosticar quais as (i)migrações presentes no município e qual (quais) a(s) manifestações culturais se expressam no mesmo para, assim, contribuir para estabelecer a identidade cultural do município. Esta etapa será subdividida em duas outras, que se serão realizadas com intervalo de aproximadamente dois meses, sendo elas a pesquisa qualitativa e a pesquisa quantitativa.

a) Pesquisa quantitativa: através da qual serão entrevistadas 116 habitantes de Anastácio (0,5% da população) a fim de traçar o perfil dos habitantes do município, para diagnosticar os migrantes (sendo eles nordestinos ou não). Nesta serão entrevistados apenas pessoas com idade superior a 20 anos, sendo divididos em 50% dos entrevistados sendo do gênero feminino e os outros 50% do gênero masculino, abordados em “locais neutros” (onde não seja um local considerado como “reduto” de uma determinada cultura ou determinado grupo de migrantes);

b) Pesquisa qualitativa: utilizando os dados obtidos nas entrevistas quantitativas, que será usada para verificar a disposição do entrevistado em falar sobre o tema (considerando a história de vida contada durante a primeira entrevista), e a sua disposição em conversar por um tempo de aproximadamente uma hora, com o auxílio de gravador, a fim de caracterizar os migrantes nordestinos e descendentes próximos dos migrantes que habitam em Anastácio.

2ª Levantamento de dados:

Após identificar quais as territorialidades dos migrantes nordestinos presentes em Anastácio, pesquisar as mesmas e suas manifestações nos territórios de origem, através do levantamento de dados em referências, com uma análise comparativa da forma que se manifestam em ambos os territórios; de modo a estabelecer se houve ou não modificações na maneira que se apresentam.

3ª Análise da identidade cultural:

Por meio da comparação entre os resultados obtidos nas etapas anteriores, busca-se estabelecer como ocorre a relação da identidade cultural do município do Anastácio com o contexto social e cultural, através da dialética entre os territórios (análise e comparação das características culturais encontradas em Anastácio e os locais de origem dos movimentos migratórios) na qual, está presente os movimentos de territorialização, desterritorialização e multiterritorialização das culturas – do município e das origens das influências exógenas; e a dialética entre o local e o global (tendo como agente principal as influências apresentadas pelo movimento da globalização e seus principais veículos), a qual Anastácio está sujeito.

Através de pesquisa de campo qualitativa, levantamento de dados referenciais e análise da identidade e culturas encontradas no município, busca-se compreender como de fato se estabelece as dialéticas anteriormente citadas. Dessa forma, os resultados que se esperam encontrar, devem caracterizar as diferentes territorialidades que venham a estarem presentes no município e, estabelecer relações com as características encontradas em Anastácio (para que possam ser considerados integrantes culturais do território), a fim de identificar as manifestações da cultura nordestina no município e de que forma elas acontecem no mesmo, compreendendo as dinâmicas que se estabelecem no território através da presença de múltiplas territorialidades.

RESULTADOS PRELIMINARES

Durante o mês de Dezembro de 2009 foi realizada parte da pesquisa de campo, a pesquisa quantitativa onde foram entrevistados 115 moradores do município de Anastácio, na área urbana abordados nas ruas da cidade, independente da região de origem e/ou descendência. Através da pesquisa de campo quantitativa observou-se que os migrantes nordestinos, em grande maioria, não residem na área urbana do município em virtude do baixo número de migrantes entrevistados, como demonstra o gráfico:

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Gráfico 01: Caracterização dos entrevistados.

Fonte: Pesquisa de campo, 2009.

O número de migrantes nordestinos entrevistados nesta etapa da pesquisa corresponde a 11 (onze) entrevistas, fato que demonstra que a maioria dos migrantes reside nas colônias localizadas na área rural do município, no entanto, muitos descendentes de migrantes nordestinos (Gráfico 02) residem na área urbana. Através de “conversas” informais com os descendentes de nordestinos entrevistados, e os próprios nordestinos, podemos caracterizar que os movimentos migratórios ocorreram em grupos de famílias que saíram (em sua maioria) de Pernambuco (das cidades de Santa Maria do Cambucá e Vertentes – cidades próximas no Estado de Pernambuco) para se instalarem em Colônias no município.

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Gráfico 02[4]: Descendências dos entrevistados

Fonte: Pesquisa de campo, 2009.

Conforme os dados apresentados no Gráfico 02, Anastácio tem em sua população uma variedade de descendências; todavia, o mesmo também demonstra que os descendentes de pernambucanos mostram-se expressivamente no município, confirmando o que foi dito pelos entrevistados, que em Anastácio podem ser encontrados “muitos pernambucanos” (citação da entrevista). A presença de nordestinos no município pode ser observada também na administração municipal, onde das nove secretarias, cinco delas são administradas por nordestinos ou descendentes; e também no setor da educação pública, onde as três maiores escolas estaduais têm diretores com descendência nordestina (Pesquisa de campo, 2009 – entrevista com José Barbosa).

Entrevistas com anastacianos ou migrantes de outras regiões (ou país)

Grande parte da população de Anastácio sabe da presença de migrantes nordestinos no município (Gráfico 03) o que nos leva, analisando os dados, pode ser observado que a aceitação dos mesmos no município foi positiva, pois um número significativo de entrevistados não migrantes/nordestinos afirmaram que os migrantes nordestinos são “pessoas boas” e “pessoas trabalhadoras” (Gráfico 04). Também podemos observar que os anastacianos compreendem a importância dos migrantes no município, uma vez que afirmam “são importantes para a cidade” e também que os migrantes formam a raiz do município, através da sua participação durante o processo inicial de criação de Anastácio.

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Grafico 03: “Sobre a presença de migrantes em Anastácio”

Fonte: Pesquisa de campo, 2009.

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Gráfico 04: “Opinião sobre os migrantes”

Fonte: Pesquisa de campo, 2009.

A presença cultural nordestina também é notada no município, pois aproximadamente 80% dos entrevistados afirmaram conhecer algum hábito cultural nordestino, dentre as características culturais mais conhecidas a opção “comidas” apresentou-se expressivamente seguido pela opção “músicas” o que pode ser motivado pelo evento Festa da Farinha de Anastácio (que também aparece como uma característica cultural nordestina apontada pelos entrevistados) considerando que o evento é de cunho gastronômico e cultural, além de uma expressão da presença nordestina no município (Gráfico 05).

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Grafico 05: “Caracteristicas culturais nordestinas”

Fonte: Pesquisa de campo, 2009.

A presença nordestina no município também é notada com relação aos locais de moradia dos entrevistados, onde a maior parte deles afirmou que há nordestinos morando no mesmo local de sua moradia. Esse dado também demonstra que a convivência entre a população local e os migrantes acontece diariamente e, não apenas no período da Festa da Farinha; esse dado também pode ser observado na opinião que os entrevistados apresentaram sobre os migrantes nordestinos que residem no município (Gráfico 04).

Os hábitos alimentícios nordestinos também podem ser observados naqueles que os habitantes de Anastácio praticam, pois quando perguntados quais hábitos culturais nordestinos praticam, a opção “comidas” destacou-se das demais, o que também pode ser relacionado com os hábitos adquiridos através dos tempos e a convivência com os demais nordestinos residentes na cidade (Gráfico 06).

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Gráfico 06: “Hábitos nordestinos praticados pela população”

Fonte: Pesquisa de campo, 2009.

Observou-se também que os hábitos culturais nordestinos são identificados em Anastácio pela população, principalmente na convivência com os migrantes ou descendentes de nordestinos, pois a opção “modo de falar” apresenta-se expressivamente nas respostas dos entrevistados (Gráfico 07).

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Gráfico 07: “Cultura nordestina identificada em Anastácio”

Fonte: Pesquisa de campo, 2009.

Entrevistas com os migrantes nordestinos

Nesta etapa da pesquisa, onde os entrevistados eram eleitos de maneira aleatória, foram entrevistados onze migrantes nordestinos. Através dessas entrevistas pode-se comprovar que os migrantes estabelecidos em Anastácio são oriundos principalmente do Estado de Pernambuco (daí a origem da expressão comumente ouvida no município “Anastácio só tem pernambucano”) e somente dois entrevistados eram oriundos do Estado do Ceará; mas que conseguiram estabelecer-se na região e adaptar-se facilmente (apenas um entrevistado afirmou não ter se adaptado facilmente ao município, por ser um local diferente).

A motivação da migração dos entrevistados, em maioria, foi pela família que saiu do Nordeste para se estabelecer em Anastácio; sendo tal, também a principal motivação da adaptação no município (Gráfico 09). Essa motivação também serviu para que os entrevistados sentirem-se bem aceitos no município, pela presença da família (observando que a família aqui apresentada não se trata somente dos pais e filhos; a época, a “família” citada pelos entrevistados correspondia a todos os membros da família – avós, tios, primos, etc.) e também por sentirem que a cidade é pequena e o povo bem hospitaleiro.

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Gráfico 09: “Motivo da adaptação em Anastácio”

Fonte: Pesquisa de campo, 2009.

Como reflexo do período de inserção dos migrantes no município e a forma como recebidos na cidade observa-se que os migrantes gostam de Anastácio devido, principalmente, pelo sossego e tranqüilidade do município e do povo amistoso que encontrou na região (Gráfico10). Uma característica que também é observada nas respostas, que pode ser considerada a mais relevante, é o fato de que os migrantes entrevistados disseram que o município apresenta um “ambiente nordestino”, fazendo referência à sua região de origem.

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Gráfico 10: “Porque gosta de Anastácio?”

Fonte: Pesquisa de campo, 2009.

Uma razão que pode ser atribuída ao “ambiente nordestino” encontrado em Anastácio é que os próprios migrantes identificam características de suas regiões de origem no município, no entanto, o que mais observam em Anastácio faz referência aos hábitos alimentares, o que propõe duas vertentes de pensamento: a primeira que eles observam esses aspectos dentro de suas próprias residências; ou os observam durante o período do evento Festa da Farinha de Anastácio (Gráfico 11).

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Gráfico 11: “Cultura nordestina identificada em Anastacio”

Fonte: Pesquisa de campo, 2009.

A primeira vertente é fortalecida pelos dados obtidos na pesquisa, quando os entrevistados perguntados se mantém algum hábito de sua região de origem (Gráfico 12), a opção “comidas” apresenta-se com maior expressividade do que as demais (músicas e coisas de casa – “outras”); o que reforça que a “cultura nordestina identificada em Anastácio” pelos migrantes é observada dentro de seu proprio ambiente familiar (o que não exime a existência dessas caracteristicas no município, uma vez que os entrevistados não migrantes afirmaram também que observam essas caracteristicas no município).

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Gráfico 12: “Hábitos manidos de sua região de origem”

Fonte: Pesquisa de campo, 2009.

Festa da Farinha de Anastácio: uma expressão da cultura nordestina

As interações que se estabelecem entre a cidade e o campo nos municípios ocorrem de diferentes maneiras e no município de Anastácio um processo estabelecido entre a área urbana e a área rural é caracterizado como o evento Festa da Farinha de Anastácio, realizado há quatro anos, o evento foi criado com o objetivo de promover o desenvolvimento e gerar renda para o município e os produtores de mandioca locais, onde pode ser observado que houve um crescimento significativo da venda de farinha de mandioca artesanal proveniente dos assentamentos rurais (dos produtores que vendem e expõem seus produtos na festa) na cidade e entorno, ao longo dos anos de realização do evento.

O evento acontece uma vez por ano no município, sua data de realização coincide com a semana de comemorações do aniversário da cidade, cuja temática principal está voltada para os produtos oriundos da mandioca ou que tenham algum sub-produto da mandioca em sua composição. No evento participam os moradores da área rural, em especial da Colônia Pulador, por estar concentrada neste assentamento a maior parte dos produtores de farinha de mandioca do município e tambem por ser a colônia que concentra o maior número de migrantes ou descendentes nordestinos.

A Festa da Farinha é considerada como a maior expressão da presença cultural nordestina no município e muitas vezes ela é citada como sendo a representação cultural nordestina em Anastácio, tanto pelos migrantes e os não-migrantes nordestinos, pois nas entrevistas a maior parte dos entrevistados disseram conhecer e participar (sem especificar se como público ou expositor ou outras funções) do evento em todas edições do mesmo. Grande parte dos entrevistados (migrantes ou não) acredita que a Festa da Farinha representa caracteristicas nordestinas, onde a que se sobressai as demais são as “comidas”, fato que pode ser explicado pelo cunho gastronômico do evento (Gráfico 13.1 e Gráfico 13.2).

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Gráfico 13.1: “Representação nordestina da Festa da Farinha (não-migrantes)”

Fonte: Pesquisa de campo, 2009.

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Gráfico 13.2: “Representação nordestina na Festa da Farinha (migrantes)

Fonte: Pesquisa de campo, 2009.

Pelo evento ser considerada a maior representação cultural no município e também considerando a grande presença de nordestinos e descendentes na localidade, muitos entrevistados afirmaram que a festa pode ser considerada como uma representação de Anastácio (82,7% - não-migrantes; 72,7% - migrantes), por diversas motivações. Entre essas motivações o que mais se destaca é a “presença de muitos nordestinos em Anastácio” (Gráfico 14.1 e Gráfico 14.2) e se percebe que os entrevistados compreendem a importância dos migrantes na localidade, pois alguns responderam que a Festa da Farinha é uma representação de Anastácio porque além da grande presença de nordestinos também ressaltam a “história dos nordestinos no município” e que “representa as características do povo pernambucano”, caracterizando assim, o evento como uma representação do município levando em consideração a presença dos migrantes nordestinos e as influências que estes exercem sobre o local.

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Gráfico 14.1: “É uma representação de Anastácio (não-migrantes)”

Fonte: Pesquisa de campo, 2009.

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Gráfico 14.2: “Representação de Anastácio através da Festa da Farinha (migrantes)”

Fonte: Pesquisa de campo, 2009.

No Gráfico 14.2, a ultima barra demonstra a parcela dos entrevistados migrantes que não acreditam que a Festa da Farinha represente o município de Anastácio, considerando que o evento “representa mais a colônia nordestina” do que ao município. Entre os entrevistados não-migrantes, a idéia de que o evento representa mais a colônia nordestina do que ao município também é compartilhada por alguns dos entrevistados, pois, de acordo com eles, o município conta com “várias outras culturas”, e, trata-se de uma localidade pantaneira e não nordestina, e a festa apresenta somente uma das manifestações culturais no município (Gráfico 14.3). Dentre as demais manifestações das culturas presentes no município que foram citadas durante as entrevistas foram: a Festa da Padroeira, os rodeios, a Festa do Peão, o Arraiá de Santo Antonio, entre outras.

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Gráfico 14.3: “Não é uma representação de Anastácio (não-migrantes)”

Fonte: Pesquisa de campo, 2009.

CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES

O município de Anastácio conta com inúmeras influências culturais, provenientes das diferentes regiões do Brasil e países ao redor do mundo, no entanto, apresenta em sua constituição populacional um grande número de migrantes nordestinos, que correspondem a maior manifestação cultural da atualidade no local. O município também conta com outras manifestações das demais culturas presentes na localidade, no entanto, sem muita expressão se comparadas com a Festa da Farinha de Anastácio, que faz referência às influências dos migrantes pernambucanos (que são maioria entre os migrantes nordestinos).

Os movimentos migratórios aconteceram em grupos familiares diretamente para a região que atualmente é o município de Anastácio, que se deslocavam por variadas razões, entre elas a busca por uma vida melhor, por ser uma região “nova” ou por algum parente ou conhecido já havia se estabelecido na região, afirmando que ali “estava bem”. No entanto, há migrantes que saíram do Nordeste para outra região (que não a de Anastácio) e que, posteriormente, se mudaram para Anastácio, permanecendo ali. Em grande parte dos casos, os migrantes se estabeleceram nas colônias presentes na área rural do município, onde a maior parte ainda reside para trabalhar com o cultivo de alimentos de subsistência e criação de animais, sendo que estes apresentam-se como os caminhos de interação entre as colônias (atualmente assentamentos) e a área urbana.

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[1] Discente na Universidade Estadual de Ponta Grossa-PR (UEPG) no Programa de Pós-Graduação em Geografia – Mestrado em Gestão do Território. Bolsista CAPES.

[2] Doutor em Geografia pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), atualmente docente na Universidade Estadual de Ponta Grossa-PR (UEPG).

[3] A Casa Cândia faz parte do conjunto de dez casarios de estilo eclético que foram tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Arquitetônico Nacional (IPHAN) no município de Anastácio-MS, sendo eles: Casario Anita Rodrigues, Casario Dolores Ibarra Campos, Casario Herminio Medeiros, Casario Isabel de Oliveira Medina, Casario Jandira Trindade, Casario João Vicente Amorim, Casario Marlene Pires da Rocha, Casario Pereira Mendes, Casario Pousada da Praia e, Casario Casa Cândia (IPHAN/MS, 2006).

[4] No Gráfico 02 não estão sendo representados aqueles que disseram ser anastacianos e os migrantes nordestinos somente os entrevistados que afirmaram ter descendências de outras regiões ou países. A opção “sem resposta” representa aqueles que não souberam dizer se possuem alguma descendência ou afirmam não tê-la(s). A parcela dos entrevistados que disseram ser descendentes de “nordestinos” está assim, pois, os entrevistados apenas afirmaram ser descendentes de nordestinos, sem especificar o Estado de origem da descendência.

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